Morreu Celeste Caeiro, a mulher que deu cor de cravo ao 25 de Abril, por Anabela Sousa Dantas, in Notícias ao Minuto, 15-11-2024

Celeste Caeiro foi a mulher que, a dia 25 de Abril de 1974, distribuiu cravos pelos militares que davam o passo derradeiro da Revolução. Morreu hoje aos 91 anos de idade.

Morreu esta sexta-feira, aos 91 anos de idade, Celeste Caeiro, a mulher que se eternizou no dia 25 de Abril de 1974 ao distribuir cravos pelos militares – um ato que acabou por se tornar símbolo da Revolução.

A informação foi confirmada ao Notícias ao Minuto por fonte do PCP.

A neta de Celeste também deixou homenagem nas redes sociais. “Para sempre a minha Avó Celeste! Olha por mim”, escreveu, conforme pode ver mais abaixo.

Celeste tinha 40 anos de idade e trabalhava num restaurante na Rua Braancamp, em Lisboa, corria o ano de 1975. No dia 25 de Abril, apercebendo-se da Revolução, foi até ao Chiado e viu o aparato. Perguntou a um militar o que se passava e disseram-lhe que iam para o Carmo deter o Marcelo Caetano.

“Um dos soldados pediu-me um cigarro. Nunca fumei e tive pena de não o poder ajudar. Ainda olhei em volta para ver se lhe podia comprar um maço mas estava tudo fechado. Disse-lhe ‘Só tenho estes cravinhos’”, disse Celeste, em 2016, ao Notícias ao Minuto.

No último desfile do 25 de Abril, quando se comemoraram 50 anos da Revolução dos Cravos, Celeste marcou presença na Avenida da Liberdade, um momento emocionante para muitos dos presentes.

Queria ir e foi. ‘Celeste dos Cravos’ desfilou na Avenida (e há imagens)

Comemoram-se esta quinta-feira, 25 de abril, 50 anos desde que Celeste Caeiro deu um cravo vermelho a um soldado, tornando-se assim uma das protagonistas da Revolução.Daniela Carrilho | 23:12 – 25/04/2024

O Notícias ao Minuto entrevistou Celeste em 2016, que confessou que ainda se “comove” ao recordar aquele dia. “Esta rapariga é maluca! Vais levar um tiro!”, ter-lhe-á dito a mãe, preocupada, sem perceber bem que movimentações eram aquelas nas ruas.

Se há meia vida Celeste fumasse, o 25 de Abril seria hoje diferente

Quando um soldado lhe pediu um cigarro, Celeste Caeiro não tinha nenhum para lhe dar. Sentiu-se mal por não poder ajudar a revolução com um pedido tão simples e ofereceu antes um cravo.

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