As declarações são da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova.
A Rússia está “aberta a propostas realmente sérias” sobre a resolução do conflito na Ucrânia, referiu a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova.
De acordo com a ministra, citada pela agência noticiosa TASS, o plano de paz do presidente Volodymyr Zelensky “não tinha nada a ver com a paz” e era “apenas uma lista de exigências num ultimato à Rússia” que estão “desligadas da realidade”.
“Temos afirmado repetidamente que estamos abertos a propostas realmente sérias do Ocidente e da Ucrânia para encontrar uma solução política e diplomática para o conflito, mas não aceitaremos a linguagem dos ultimatos”, frisou a diplomata russa.
Para o término da guerra, Maria Zakharova elaborou que “é necessário exigir que o fornecimento de armas e mercenários à Ucrânia chegue ao fim, que as atividades militares cessem, que a Ucrânia restabeleça o seu estatuto neutro, e que a nova situação no terreno, que decorre do direito dos povos à autodeterminação, seja reconhecida a nível internacional”.
“Além disso, a desmilitarização da Ucrânia deve ter lugar, todas as ameaças vindas do seu território devem ser eliminadas e o seu estatuto não nuclear deve ser garantido juntamente com o respeito pelos direitos dos falantes de russo e das minorias étnicas”, concluiu.
«Semana dos Pastorinhos» em Fátima com momentos de oração, celebração, peregrinação e testemunho
A Paróquia de Fátima, na diocese de Leiria-Fátima, prepara um programa especial para a “Semana dos Pastorinhos”, a que coincide com o dia litúrgico dos Santos Francisco e Jacinta Marto, celebrado a 20 de fevereiro.
No dia 13 de fevereiro, aniversário da morte da irmã Lúcia, às 15h30, será realizada uma visita guiada à Igreja Matriz de Fátima. No dia 14, às 15h30, também na Igreja Matriz, a celebração da Santa Unção para os doentes.
Peregrinação a Lisboa
Para o dia 15, quarta-feira, a Paróquia de Fátima está a preparar uma peregrinação de autocarro a Lisboa, aos lugares onde Santa Jacinta viveu os últimos dias da sua doença e onde faleceu: o Mosteiro das Clarissas à Estrela (o antigo Asilo) e o Hospital Dona Estefânia. Estão abertas as inscrições, que podem ser efetuadas no Cartório Paroquial ou na Sacristia da Igreja Matriz, até o autocarro estar completo. Será uma peregrinação de dia inteiro, com saída às 8h30 e chegada às 17h00 junto da Igreja Matriz de Fátima. Após a chegada, na Igreja Matriz, às 17h00 haverá a recitação do Rosário e às 18h00 a Eucaristia.
No dia 16, às 10h30, haverá uma visita aos Valinhos e às 17h00 um tempo de adoração na Igreja Matriz.
Padre Manuel Antunes e Mons. Luciano Guerra darão o seu testemunho
A 17 de fevereiro, às 12h00, será rezado o terço na Capelinha das Aparições, e às 15h30, no Salão Paroquial de Fátima, o padre Manuel Antunes, antigo assistente nacional do Movimento da Mensagem de Fátima, apresentará uma conferência sobre o tema “Sentido da Reparação na Mensagem de Nossa Senhora em Pontevedra”.
No dia 18 de fevereiro, sábado, às 16h, também no Salão Paroquial, monsenhor Luciano Guerra, antigo reitor do Santuário de Fátima, dará o seu testemunho sobre o Dia da Trasladação do Corpo da Irmã Lúcia para a Cova da Iria, a 19 de fevereiro de 2006.
No dia 19, às 11h, na Igreja Matriz, será celebrada a Eucaristia com a Cáritas Paroquial e o Apostolado da Oração. Às 14h30, na Paróquia de São Mamede, terá lugar a Assembleia Sinodal Vicarial (paróquias de Atouguia, Fátima, Santa Catarina da Serra e São Mamede).
A 20 de fevereiro, data da morte de Santa Jacinta Marto, será celebrada, na Igreja Matriz, a Eucaristia da Festa dos Santos Francisco e Jacinta Marto, às – 18h00, com a Catequese, antecedida da recitação do Rosário, às 17h00.
“Ao prestar-se a enviar os Leopard para a Ucrânia — e, logo depois, os F-16 e o mais que Zelensky exigir, até às armas nucleares —, António Costa não pode deixar de estar consciente da contribuição, ainda que relativamente pequena, que Portugal está a dar para a escalada da guerra e a sua continuação sem fim à vista. Assim, é hipócrita queixar-se mais da guerra: podia era meditar no exemplo do seu amigo Lula da Silva, que, solicitado a enviar também tanques para Zelensky, ofereceu-se antes para fazer parte de um grupo para mediar a paz.“
« (…) O envio dos tanques Leopard para a Ucrânia representa uma mudança essencial e a dois níveis no papel dos países neutros, embora amigos ou aliados da Ucrânia. Por um lado, não se trata mais de enviar armas para ajudar Kiev a defender-se da invasão russa e a evitar que, como nos contam para adormecermos, depois da Ucrânia, Moscovo venha por aí fora até à foz do Tejo, mas sim de armas ofensivas que permitam a Kiev assegurar a tal vitória que, segundo o secretário da Defesa norte-americano, é o objectivo final da guerra e garantirá que nunca mais a Rússia se atreva a aventuras semelhantes, ainda que provocada. E, por outro lado, não sendo uma decisão colectiva, tomada no âmbito da NATO (o que implicaria o desencadear da Terceira Guerra Mundial), significa apenas uma decisão unilateral de cada país, tomada por vontade própria.
Assim sendo, e juntando os nossos quatro leopardozinhos — dos 37 que temos e dos 12 operacionais — ao contingente de 120 já garantidos a Zelensky, o que Portugal está na iminência de consumar, para todos os efeitos legais e políticos, é uma declaração de guerra à Rússia, através do seu envolvimento directo no conflito. E a seguir aos Leopard, irão talvez os F-16, que Zelensky logo tratou de pedir mal obteve os tanques, naquelas suas emissões televisivas matinais onde todos os dias reclama novas armas que, mais tarde ou mais cedo, lhe são dadas.
É talvez minha a memória mais antiga, ela com um livro de pano nas mãos, insistindo comigo para tentar ler aquela história para crianças. Era o tempo das primeiras letras, e essa mulher extraordinária procurava trazê-las ao meu conhecimento, enredando ardilosamente a minha curiosidade infantil na trama de uma história de coelhos feitos gente… A minha avó Angelina foi a minha primeira professora. Era então reitora de um liceu de Lisboa, o Rainha Leonor.
Depois, tive muitos outros professores. Alguns foram bons, outros muito bons, houve vários medíocres, um ou outro verdadeiramente mau.
Comigo, para sempre, tenho o Virgilio Ferreira, a Euridice, a Miriam… Afinal, eu sou eles todos, porque todos eles fizeram também de mim o que sou. Foram, para o melhor e para o pior, verdadeiros “andaimes” onde me construí adulto.
Os professores são sempre um atelier do futuro… Não perceber isto é não perceber o seu papel na sociedade, em qualquer sociedade!
A Euridice disse, naquela primeira aula do primeiro ano de Filosofia no liceu de Faro, “o objectivo desta disciplina é chegarem ao fim do ano com muito mais dúvidas do que aquelas que hoje têm”. O jornalista que sou nunca esqueceu essas palavras…
Moscovo, 17 jan 2023 (Lusa) – O ministro da Defesa da Rússia anunciou hoje um aumento do número de militares para 1,5 milhões, a criação de uma unidade do exército na fronteira com a Finlândia e agrupamentos nas regiões ucranianas anexadas.
“O Presidente russo, Vladimir Putin, decidiu aumentar o número de efetivos das forças armadas para 1,5 milhões de militares”, afirmou Sergei Shoigu, numa reunião do seu ministério, alegando que “só é possível garantir a segurança militar do Estado e proteger novas entidades federadas e instalações críticas se se fortalecer as principais componentes estruturais das forças armadas”.
Segundo a agência oficial russa TASS, as forças armadas russas contam atualmente com dois milhões de efetivos, dos quais 1.150.628 são militares.
O número de militares aumentou depois da entrada em vigor de um decreto de Vladimir Putin, a 01 de janeiro, que obrigou 137.000 pessoas a incorporar as forças armadas.
Shoigu sublinhou que vão acontecer, entre 2023 e 2026, “mudanças de grande escala na composição das forças armadas, [com] um aumento do número de militares e uma alteração na divisão militar-administrativa da Rússia”.
Estas mudanças implicam a criação de dois novos distritos militares, em Moscovo e em Leninegrado, e de grupos de forças armadas nos territórios das “novas entidades constituintes” da Rússia, ou seja, nas regiões ucranianas de Kherson, Zaporijia, Donetsk e Lugansk, anexadas em setembro, adiantou o ministro.
Julgo que nós, os humanos, temos a convicção de que nos distinguimos das outras espécies e principalmente dos outros semelhantes porque pensamos. Não sei se essa convicção resiste a um pensamento mais frio. Pensamos individualmente, mas esse pensamento, que nos dota de individualidade, é fruto da necessidade de tratarmos da nossa vida, de sobrevivermos e está então mais próximo dos instintos básicos do que da racionalidade.
Contudo, desde muito cedo somos induzidos pelos que nos cercam a acreditar sem pensar, a acreditar que temos de pensar coletivamente porque nos unem referências e projetos de vida comum e a coesão da sociedade é essencial para a sua sobrevivência em competição com as outras. A convicção de que é natural numa dada sociedade todos partilharem no essencial dos mesmos pensamentos tem expressão em slogans muito difundidos, «a união faz a força», «e pluribus unum» (entre muitos, um), ou dos mosqueteiros: um por todos, todos por um e até o Deus, Pátria e Família.
No entanto, quando ouvimos líderes de grandes nações, personagens do tipo de Trump, ou de Bolsonaro, de certos bispos católicos, ou pregadores evangelistas, aytollahs e rabinos, de certos oligarcas como Elon Musk parece ser legítima a dúvida sobre a existência de um pensamento entre os humanos. Essas personagens comportam-se de acordo com um código próprio de outra espécie, das que se atiram a tudo o que brilha — caso dos espadartes — e a tudo o que mexe no seu raio de ação — caso dos toiros.
A existência dessas personagens e da multidão de fiéis e crentes que os seguem e se identificam com eles justifica que, enquanto céticos, nos interroguemos se será natural existir um pensamento coletivo em sociedades de estruturas complexas, hierarquizadas, social e politicamente desiguais. Ou será o pensamento coletivo uma construção artificial para facilitar o domínio de um ou de uns grupos sobre a sociedade, destinado a fazer parecer natural o que é uma ideologia de sujeição?
Enquanto a guerra na Ucrânia continua, não temos estado apenas nas ruas a exigir o fim deste derrame de sangue. No espírito da democracia, e das políticas realistas – mas também radicais – que guiam o DiEM25, perguntámos aos nossos membros: qual deve ser a nossa proposta para a paz na Ucrânia?
Agora, depois de muita discussão interna e de uma votação de todos os membros, temos uma resposta. O nosso plano de paz com cinco pontos exige:
Um cessar-fogo imediato, seguido de uma retirada das tropas russas de acordo com as linhas fronteiriças anteriores à guerra;
A criação de uma zona totalmente desmilitarizada, que se estenda por 200 km de cada lado dessas linhas fronteiriças;
Um protocolo de não-agressão, baseado no reconhecimento de que a Ucrânia é um país soberano e neutro, que não permite armas nucleares no seu território;
Uma estrutura de governação para as áreas do leste e sul da Ucrânia com base no Acordo de Belfast na Irlanda do Norte; *ver URL da wikipedia
Todas as partes concordam em remeter as disputas pendentes a negociações mediadas pela ONU.
Agora vem a parte difícil: a construção de um movimento e a organização da sociedade civil por toda a Europa, para tornar esta paz numa realidade.
O DiEM25 e os nossos partidos políticos estão prontos para fazer justamente isso. Este sábado vai nascer mais um partido nacional cujos estatutos e programa político foram também aprovados transnacionalmente pelos nossos membros em toda a Europa: O MERA25 Itália.
François Asselineau, fondateur et président de l’UPR, candidat à l’élection présidentielle parle de la guerre en Ukraine et des racines du conflit qui date du 2014.
A posição de Moscovo surge após o presidente francês, Emmanuel Macron, ter apelado a uma negociação entre os seus homólogos russo, Vladimir Putin, e norte-americano, Joe Biden, o Patriarca da Igreja Ortodoxa e o Papa Francisco.
“Estamos prontos a discutir tudo [a situação na Ucrânia] com os americanos, com os franceses e com o pontífice”, disse Peskov aos jornalistas, citado pela agência de notícias russas TASS.
O responsável russo acrescentou que, se as negociações forem “na direção dos esforços para encontrar possíveis soluções, podem ser vistas de uma forma positiva”. “Repito: a Rússia está aberta a todos os contactos. Mas temos de partir da premissa de que a Ucrânia proibiu a continuação das negociações”, frisou.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia.
ENTRETANTO:
O Presidente norte-americano, Joe Biden, viu a sua estratégia em relação à guerra na Ucrânia ser hoje questionada numa carta na qual 30 congressistas democratas solicitaram uma abordagem direta à Rússia para buscar um cessar-fogo.
Acarta enviada ao chefe de Estado argumenta que a “destruição” causada por esse conflito desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, deixou a Ucrânia, os Estados Unidos e o resto do mundo “interessados” em impedir que se prolongue.
“Por essa razão, instamos a que acrescente ao apoio militar e económico que os Estados Unidos têm dado à Ucrânia um impulso diplomático proativo e que redobre os esforços para alcançar um marco realista para um cessar-fogo”, enfatiza a missiva encabeçada pela congressista Pramila Jayapal.
Esta é a primeira vez que líderes do seu próprio partido instam publicamente Joe Biden a mudar a sua abordagem.
O grupo quer que o Presidente leve a cabo esforços diplomáticos “intensos” em apoio a um acordo de cessar-fogo negociado, que entre em conversações “diretas” com a Rússia e que explore as possibilidades de um novo pacto de segurança europeu aceitável para todas as partes e que permita uma Ucrânia “independente e soberana”.
Se existir uma maneira de acabar com esse conflito preservando a independência daquele país, “é responsabilidade dos Estados Unidos seguir esse caminho diplomático para apoiar uma solução que seja aceitável para os ucranianos”, dizem os signatários, entre os quais Alexandria Ocasio-Cortez.
A estrutura desejada, segundo os democratas, poderia incluir “incentivos para acabar com as hostilidades, incluindo alguma forma de alívio de sanções, e reunir a comunidade internacional para estabelecer garantias para uma Ucrânia livre e independente que sejam aceitáveis para todas as partes, em particular os ucranianos”.
“A alternativa à diplomacia é uma guerra prolongada”, alertam os congressistas, que lembram que o atual conflito já impulsionou o aumento dos preços da gasolina e dos alimentos no país.
A carta concorda com o Governo de Biden, de que não cabe a Washington pressionar o Executivo ucraniano sobre decisões soberanas.
“Mas, como legisladores responsáveis por gastar dezenas de milhares de milhões de dólares dos contribuintes em assistência militar no conflito, acreditamos que o envolvimento nesta guerra também cria uma responsabilidade para os Estados Unidos explorarem seriamente todas as vias possíveis, incluindo a reaproximação direta com a Rússia”, concluíram.
O ‘Caucus Progressista do Congresso’, presidido por Japayal, lembrou hoje que, de acordo com uma sondagem do final de setembro, 57% dos norte-americanos são a favor de iniciar negociações diplomáticas para acabar com a guerra, mesmo que isso implique que a Ucrânia faça certas concessões.
PERGUNTA INGÉNUA :mas quem é que se atreve a pensar que a Rússia perderá esta guerra e que irá ser extinta? Tanto sábio no mundo inteiro, meu Deus ! A “beberem” as mentiras e baboseiras dos Nojeiros e Milhafres !!!
Seis países da UE em junho restauraram simultaneamente as exportações e importações com a Rússia para pelo menos o nível de fevereiro, de acordo com análise de dados dos serviços nacionais de estatística realizada pela RIA Novosti.
Assim, as exportações de sete países europeus para a Rússia no início do verão superaram os valores de fevereiro: são eles: Letónia (em 67%), Eslovénia (37%), Croácia (28%), Bulgária (25%), Estónia (19%), Chipre (12%) e Luxemburgo (7%).
Ao mesmo tempo, as importações de mercadorias da Rússia superaram os níveis de final do inverno passado em dez estados: Eslovénia (4,4 vezes), Croácia (2,7 vezes), República Checa (duas vezes), Malta (88%), Espanha (46%), Bélgica (39%), Luxemburgo (22%), Chipre (13%), Estónia (11%) e Bulgária (10%).
Em geral, no primeiro semestre do ano, as exportações de bens da UE para a Rússia diminuíram 31% – para 28,4 bilhões de euros, de 41,1 bilhões um ano antes. Já as importações cresceram 83% para 121,7 bilhões de euros, contra 66,4 bilhões antes.
Alguns questionam aqui a autenticidade desta informação, já que a fonte é uma agência estatal russa.
A esses, digo: Como jornalista, habituei-me a consultar sempre diversas fontes, sejam privadas ou estatais, seja de que países forem. É essa diversidade de fontes que muitas vezes nos fornece pistas que de outra forma nos poderiam escapar. Neste, como noutros casos, a veracidade ou inverdade dos dados será demonstrada mais à frente.
De qualquer forma, se fosse mentira o que diz a RIA-Novosti, os países indicados já teriam desmentido – o que não aconteceu.
Aguardemos. Mas anátemas à priori, não. Já bastou o tempo da outra senhora em que havia um programa na velha Emissora Nacional intitulado – “A verdade é só uma – Rádio Moscovo não fala verdade!”
Noam Chomsky é um dos intelectuais mais respeitados do mundo. Este pensador americano foi considerado o mais importante da era contemporânea pelo The New York Times. Uma de suas principais contribuições é ter proposto e analisado as estratégias de manipulação de massa que existem no mundo hoje.
Noam Chomsky ficou conhecido como lingüista, mas também é filósofo e cientista político. Ao mesmo tempo, ele se tornou um dos principais ativistas das causas libertárias. Seus escritos circularam pelo mundo e não param de surpreender os leitores.
Chomsky elaborou um texto didático no qual ele sintetiza as estratégias de manipulação maciça. Suas reflexões sobre isso são profundas e complexas. No entanto, para fins didáticos, ele resumiu tudo em princípios simples e acessíveis a todos.
1. A distração das estratégias de manipulação maciça
Segundo Chomsky, a mais recorrente das estratégias de manipulação massiva é a distração. Consiste basicamente em direcionar a atenção do público para tópicos irrelevantes ou banais. Desta forma, eles mantêm as mentes das pessoas ocupadas.
Para distrair as pessoas, abarrotam-lhes de informações. Muita importância é dada, por exemplo, a eventos esportivos. Também ao show, às curiosidades, etc. Isso faz com que as pessoas percam de vista quais são seus reais problemas.
A propósito do que ontem disse de forma inevitavelmente breve no comentário do TJ da RTP sobre o eventual futuro novo Aeroporto de Lisboa. Faço questão de deixar aqui algumas notas complementares.
O Aeroporto Humberto Delgado está longe de estar esgotado ! Essa é uma “treta” que nos contam há cinquenta anos, repetidamente. Anunciando para o ano que vem sempre, e para o próximo milhão de passageiros sempre, o “esgotamento”.
O Aeroporto Humberto Delgado tem um problema de funcionamento da sua aerogare que pode e deve ser emendado com relativa facilidade. A aerogare tem sido remendada, a partir do projecto inicial de Keil do Amaral dos anos quarenta do século passado, com remendos que de uma forma geral só dificultam a sua funcionalidade e fluidez.
Se eu fosse dos que acreditam em teorias conspirativas diria que aqui há gato nas dificuldades de funcionamento simples e que não se resolvem.
A ANA / VINCI quer fazer o negócio da utilização valorização dos terrenos do Aeroporto Humberto Delgado, e também o da construção de um novo aeroporto. A ANA / VINCI é dirigida por alguém que negociou a privatização da ANA do lado do Governo, e agora a preside.
As varias loucuras que nos têm tentado vender sobre novo aeroporto vão de Beja a Monte Real, passando por Alcochete, Montijo, e Ota. Gastámos já muitos milhões de euros em estudos sobre estas tretas. Teriam sido melhor gastos na remodelação capaz da aerogare, e na construção do “taxi way” que acompanhe a pista principal de Humberto Delgado, a 03 / 21.
Um super aeroporto, com gastos em infraestruturas de acesso como novas pontes, e num crescimento demencial de um imobiliário especulativo, não corresponde ao modelo de desenvolvimento que eu cidadão português quero para a nossa terra.
Penso que estes investimentos disparatados serão melhor utlizados a melhorar, e muito, a nossa pobre rede ferroviária que bem precisa.
Há por trás desta “treta” que nos tentam vender há cinquenta anos muito desejo de negócio na minha modesta opinião indesejável, e até mesmo por vezes condenável.
Acabar com a Base Aérea do Montijo é dificultar inutilmente operações vitais da Força Aérea Portuguesa. Nomeadamente na busca e salvamento na nossa ZEE. Esta é desde há muito, e foi durante os doze anos em que fui autarca de Lisboa, a minha opinião. Vale o que vale mas aqui fica.
A Crimeia faz parte da Ucrânia. Assim o diz, de forma inequívoca, o Direito Internacional. Em 1991, quando ficaram definidas as fronteiras dos 15 países que constituíam a antiga União Soviética, nenhuma dúvida parece ter subsistido, mesmo para Moscovo, de que a Crimeia integrava a soberania da nova Ucrânia. Prova indireta desse reconhecimento é o facto de a cidade de Sebastopol, onde está sedeada a frota russa no Mar Negro, bem como a sua região adjacente, terem sido “alugadas” pela Ucrânia à Rússia, que, até 2014, pagava uma “renda” por essa presença. Só se é “inquilino” de uma propriedade alheia.
Em 2014, na imediata sequência dos conflitos internos ocorridos na Ucrânia, com a secessão de zonas russófonas do Donbass e dos novos equilíbrios que resultaram no governo central em Kiev – onde um indiscutível golpe de Estado, muito estimulado pelo ocidente, afastou um presidente pró-russo que antes havia sido legitimamente eleito – a Rússia avançou para a ocupação da Crimeia. Imagino que alguns possam argumentar com algumas “technicalities”, para contestar a factualidade do que acabo de afirmar, mas esta é a realidade política incontroversa para a generalidade da comunidade internacional.
I Com o seu arguto olhar feminino e feminista, característica já marcante em suas obras anteriores, a romancista e contista Eltânia André volta a premiar seus leitores com um novo livro, desta vez, de contos, e minicontos ou microcontos: Corpos luminosos (São Paulo, Editora Urutau, 2022), que reúne 29 peças em que a autora se mostra conhecedora das variadas técnicas da escrita, como o monólogo interior e o fluxo de consciência, exercitando o realismo, especialmente o interior, que procura ressaltar os conflitos da alma. E tudo feito com singular liberdade criadora. No texto de apresentação que escreveu para esta obra, o experiente romancista e contista Whisner Fraga, diz, com percuciência, que a prosa de Eltânia é densa, urdida para apanhar o leitor no contrapé. “Com diversas referências da mitologia, da literatura, da filosofia, da música, de outras artes, estes textos cativam pelo lirismo e pela abrangência de temas e situações”, ressalta.
As últimas semanas da guerra têm sido marcadas pelos avanços das tropas russas na Ucrânia, nomeadamente no Donbass, obrigando à retirada dos militares ucranianos, que começam agora a contra-atacar e tentar reconquistar as cidades que ficaram nas mãos dos russos – Kherson, Mykolaiv ou Zaporizhzhia. Mas os especialistas militares não perspetivam um bom desfecho para a Ucrânia, que enfrenta uma tarefa quase “impossível” no terreno.
Nestes quase cinco meses de guerra, parece já evidente que “a Ucrânia tem sido mais eficaz em ações defensivas do que em ações ofensivas”, começa por apontar o major-general Agostinho Costa. É certo que o exército ucraniano já conduziu algumas ações ofensivas – como ocorreu em Kharkiv, há cerca de um mês, quando conseguiram empurrar os russos para a fronteira – mas há algumas limitações do ponto de vista militar que impedem uma “ofensiva geral”, acrescenta o também vice-presidente da EuroDefense.
O que se segue é (alegadamente) uma pergunta que saiu num exame de um curso de Engenharia numa universidade americana. A resposta de certo estudante foi tão criativa que o professor a partilhou por e-mail com vários colegas.
— Pergunta: O Inferno é exotérmico (liberta calor) ou endotérmico (absorve calor)?
A maioria dos alunos respondeu baseando as suas opiniões na lei de Boyle (o gás arrefece quando se expande e aquece quando é comprimido), ou nalguma variante disso. Houve um aluno que, no entanto, deu a resposta que se segue.
Diretor da agência europeia de reguladores de energia aconselha cautela nos planos para cortar laços com a Rússia. Em Sintra, no Fórum do BCE, Christian Zinglersen invocou um ditado dinamarquês: “não vendas a pele do urso antes de ele ser morto”. “Estabilizar a inflação será difícil”, acrescentou a professora norueguesa Hilde Bjornland.
“Esta é uma mensagem impopular, mas é um apelo ao pragmatismo, e segue um ditado que temos na Dinamarca: não vendas a pele do urso antes de ele ser morto”. A declaração surgiu em jeito de aviso, da parte do dinamarquês Christian Zinglersen, diretor da ACER, a agência da União Europeia que promove a cooperação entre reguladores de energia. Zinglersen falava sobre a hipótese de tomar medidas precipitadas que mexam com a oferta e procura de energia, em particular de gás natural, já que esse tipo de intervenções “podem causar maior pressão nos preços”.
Zinglersen, falando no Fórum do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, sublinhou que “o choque energético atual é sobretudo motivado pelo gás natural”, cujo aumento de preços “originou preços muito elevados de eletricidade”. E, alertou o diretor da ACER, a Europa ainda vai precisar de gás durante muito tempo, pelo que será prudente gerir com cautela a relação com aquele que ainda é um dos grandes fornecedores deste combustível, a Rússia.
Carlos Vale Ferraz, pseudónimo literário de Carlos de Matos Gomes, nasceu a 24 de julho de 1946, em Vila Nova da Barquinha. Foi oficial do Exército, tendo cumprido comissões em Angola, Moçambique e Guiné. Esta semana é o convidado do programa “Enfoque” para uma conversa a não perder sobre o atual conflito na Ucrânia e as suas consequências, conduzida por Henrique Prior e Loreley Haddad.
Dizem os sábios : todos os países têm direito a escolher as ligações/alianças/organizações a que entenderem querer pertencer. Pois bem, entretanto, um país que queira entrar na NATO ou mesmo na UE tem de ser aceite por unanimidade. Basta um membro dizer NÃO, para que esse suposto direito automático não se aplique.(Se for um vizinho, que vai ficar com armas nucleares à porta, não pode recusar). PODEM EXPLICAR DEVAGARINHO PARA EU ENTENDER BEM E CLARAMENTE? – é que estou mesmo confuso – e o mundo à beira de uma guerra nuclear !!!!!!!!!!!!!!!!
Agora, que o imperador regressou à capital após a visita aos confins do império, onde as legiões lutam para progredir em direção aos territórios dos bárbaros, acolhido em triunfo e despedido com promessas de servidão e lealdade pelos cônsules locais, recordei o “Discurso da Servidão Voluntária”, escrito em 1600 por La Boétie, companheiro e amigo do filósofo Montaigne. Este, um homem de Estado, de obediências, de ordem, monárquico, adepto de um chefe absoluto, considerou o livro do jovem amigo difícil prefaciar. Hoje em dia é ainda tristemente atual a dificuldade da sua análise. Pelo que vi, vimos, nas cerimónias de receção da Europa ao imperador, o ser humano (pelo menos os dirigentes europeus) aceita como boa medida para viver com alguma comodidade amarrar-se a si mesmo para melhor obedecer a um senhor. Como dizia Manuel J. Gomes, tradutor de La Boétie: Se em 1600 era tarefa difícil escrever um prefácio a La Boétie, hoje não é mais fácil. Hoje como nos tempos de La Boétie e Montaigne, a alienação é demasiado doce e a liberdade demasiado amarga, porque está demasiado próxima da solidão.
La Boétie escreveu, parece-me que com razão e premonição, que a Liberdade é coisa que os homens não desejam; e isso por nenhuma outra razão (julgo eu) senão a de que lhes basta desejá-la para a possuírem; como se recusassem conquistá-la por ela ser tão simples de obter.
E, de seguida, La Boétie avança uma diatribe contra os povos que assim se submetem: Gentes miserandas, povos insensatos, nações apegadas ao mal e cegas para o bem! A vida que levais é tal que (podeis afirmá-lo) nada tendes de vosso. Mas parece que vos sentis felizes por serdes senhores apenas de metade dos vossos haveres, das vossas famílias e das vossas vidas; e todo esse estrago, essa desgraça, essa ruína provêm afinal não dos seus inimigos, mas de um só inimigo, daquele mesmo cuja grandeza lhe é dada só por vós, por amor de quem marchais corajosamente para a guerra, por cuja grandeza não recusais entregar à morte as vossas próprias pessoas.
Esse que tanto vos humilha tem só dois olhos e duas mãos, tem um só corpo e nada possui que o mais ínfimo entre os ínfimos habitantes das vossas cidades não possua também; uma só coisa ele tem mais do que vós e é o poder de vos destruir, poder que vós lhe concedestes!
E La Boétie faz as perguntas que ainda hoje são atuais e que nós, os europeus, devíamos fazer aos nossos tristes (mas sorridentes) representantes, se confiássemos que não fossem cobardes, a propósito da servidão voluntária ao imperador que os veio inspecionar:
Onde iria ele buscar os olhos com que vos espia se vós não lhos désseis? Onde teria ele mãos para vos bater se não tivesse as vossas? Os pés com que ele esmaga as vossas cidades de quem são senão vossos? Que poder tem ele sobre vós que de vós não venha? Como ousaria ele perseguir-vos sem a vossa própria conivência? Que poderia ele fazer se vós não fôsseis encobridores daquele que vos rouba, cúmplices do assassino que vos mata e traidores de vós mesmos?
Não nos queixemos pois da nossa futura pobreza, nem do desprezo a que os europeus e a Europa serão votados. Escolhemos a servidão.
Não é uma frase habitual no léxico das relações entre Estados, nos nossos dias feitos de conciliação e cedências. É um passo em frente do Presidente Biden. É linguagem de guerra fria. É a pedra que, lançada, não pode mais ser retirada.
E afinal, para entender a guerra na Ucrânia, é fundamental (tentar) entender o “man” que não pode continuar no poder. É preciso escutar o próprio Vladimir Putin.
• No último dia de 1999, Boris Ieltsin apresentou de surpresa a demissão de Presidente da Federação Russa. No discurso derradeiro pediu perdão por “não terem conseguido “saltar do cinzento, estagnado e totalitário passado, para um futuro brilhante e civilizado”. Com baixa popularidade, numa Rússia tomada por oligarcas cuja fonte de riqueza assentava na extração da riqueza do Estado (ie, dos russos) e não em negócios legítimos, Ieltsin desistiu. E deu lugar a uma nova geração de líderes “capazes de fazer mais e melhor”. No seu lugar, ficou o primeiro-ministro desde agosto desse ano, antigo oficial do KGB, Vladimir Vladimirovich Putin.
O interesse Russo, estadunidense, Uesino/Alemanha/ França nunca foi tema escondido e merece uma reflexão atenta por aqueles que como eu estão cansados de ver os jogos palacianos nas grandes e médias potências terminarem em cenário de guerra planeta fora imposto por essas grandes e médias potências
Hoje vivemos mais uma entre tantas guerras localizadas havendo no caso desta guerra ucraniana a particularidade de ser “uma guerra entre brancos” ( em Angola há um antigo dichote “são brancos que se entendam” ) e ser uma guerra na parcela europeia da Eurasia
Sendo eu um cidadão que nos seus 71 anos viveu de 1961 a 2002 em ambiente de guerra e nela envolvido ou contra ela ( 1961/74) ou a apoiar os povos sofredores que procuram uma pacífica Independência ( 1975/2002) tenho de assumir uma significativa repulsa que sempre tive para com as guerras aprendido da pior forma numa viagem feita à Baixa do Cassange em Angola local onde o exército colonial português abriu a porta à guerra pela independência em vez de a abrir às negociações para uma Independência
Esta crise e esta guerra vai colocar a nú a incrível leviandade com que os políticos que nos governaram nas ultimas décadas desprezaram a questão essencial e estratégica que se chama Segurança Alimentar da população.
Desbarataram a troco de um prato de lentilhas servido com alcatrão e cimento as potencialidades da nossa agricultura tornando-a o parente pobre da nossa economia.
Pouco cuidaram da indústria deixando que tudo fosse entregue ao estrangeiro ou desmantelado.
Ao apostarmos nos serviços, que não resistem a uma crise desta natureza, turismo e etc, colocaram Portugal e os portugueses numa situação que, caso a guerra se prolongue, será pouco menos que dramática. Oxalá me engane.
Poucas cidades brasileiras foram (e continuam sendo) tão geradoras de cultura como a pequena Cataguases, município de 74 mil habitantes localizado na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais, a 320 quilômetros de Belo Horizonte. Entre as muitas manifestações culturais que a tiraram do limbo da História, estão a publicação da revista Verde, ainda nos anos 20 do século passado, o cinema de Humberto Mauro (1897-1983) e a música de Patápio Silva (1880-1907), que ficou conhecida mais tarde pela voz terna do cataguasense Lúcio Alves (1925-1993).
A par disso, houve ainda a presença muitos literatos que deixaram sua marca na história da Literatura Brasileira, como Rosário Fusco (1910-1977), Guilhermino César (1908-1993), Ascânio Lopes (1906-1929) e Francisco Inácio Peixoto (1909-1986), sem contar os de geração mais recente, como Joaquim Branco, Ronaldo Werneck, Ronaldo Cagiano, Luiz Ruffato, Eltânia André e outros. Também não se pode deixar de assinalar as obras de Oscar Niemeyer (1907-2012) e de outros renomados arquitetos que são encontradas na cidade, bem como os trabalhos de Candido Portinari (1903-1962), Santa Rosa (1909-1956), Djanira (1914-1979) e outros artistas que estão em seus museus e ainda os seus jardins projetados por Burle Marx (1909-1994).
Tenho a honra de convidar V. Ex.ªs a participarem e a assistirem à Sessão Pública de apresentação da minha Candidatura a Presidente do CDS-Partido Popular
A referida Sessão, aberta a todos os Portugueses, terá lugar no dia 18 de Março, 6ª feira, pelas 19h00m, na Sede Nacional do CDS-Partido Popular.
Largo Adelino Amaro da Costa,
nº 5 – 1100-006 – Lisboa
RSFF: para o endereço de e-mail : matos.chaves@gmail.com
Com as minhas mais calorosas saudações
Miguel Mattos Chaves
Mestre e Doutorado em Estudos Europeus – Universidade Católica
Auditor de Defesa Nacional – Instituto da Defesa Nacional
“Ex-congressista democrata diz que Biden queria que Rússia invadisse a Ucrânia”
Tulsi Gabbardé uma ex-congressista eleita pelo Partido Democrata, foi candidata nas presidenciais americanas antes de desistir para apoiar Joe Biden em 2020 e é uma militar na reserva, que no passado foi crítica de Barak Obama por não ser claro nos riscos que o fundamentalismo islâmico representa para os Estados Unidos. Desta vez, não poupa críticas a Biden e acusa mesmo a administração americana e a NATO de não fazerem o que deviam ter feito para evitar a guerra.
“O presidente Biden podia pôr fim a esta crise e evitar uma guerra com a Rússia, fazendo uma coisa muito simples: garantir que a Ucrânia não se irá tornar um membro da NATO. Porque se a Ucrânia se tornar num membro da NATO, isso irá pôr tropas norte-americanas e da NATO diretamente à porta da Rússia o que, como Putin disse, iria pôr em causa os seus interesses em termos de segurança nacional”, disse à FOX aquela que foi a primeira hindu eleita para o Congresso americano e que serviu como militar no Iraque entre 2004 e 2005.
Para Tulsi Gabbard, deixar claro que a Ucrânia não irá aderir à aliança atlântica não devia ser problemático, uma vez que dificilmente o país terá condições para essa adesão.
O haicai, modalidade de poesia de origem japonesa, sobrevive hoje no Brasil com várias vertentes: a tradicionalista, a de inspiração zen, a filiada ao poeta paulista Guilherme de Almeida (1890-1969), importante organizador da Semana de Arte Moderna de 1922, a epigramática e a de matriz concretista, conforme classificação feita pelo crítico literário e também poeta Paulo Franchetti, doutor em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e professor aposentado do Departamento de Teoria Literária da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que consta do artigo “O haicai no Brasil” publicado na revista Alea: Estudos Neolatinos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), v. 10, nº 2, julho-dezembro de 2008, pp. 256-269.
Segundo o professor, “o que parece novo é o sincretismo que se opera entre elas (com exceção da vertente guilhermina, que pouco dialoga com as demais), ganhando mais peso a incorporação dos princípios e práticas do haicai tradicional, entendido antes como atividade, como aprendizado de uma determinada forma de olhar para o mundo e utilizar a linguagem, do que como técnica de composição ou forma fixa exótica”. É na vertente de matriz concretista, visual, vanguardista e não-formal e, portanto, destituída de estrutura poética de metrificação e versificação, que se pode classificar a poesia que se lê em HaiKai: Fragrâncias Poéticas (Lisboa, VuJonga Magazine, 2019), de Silvya Gallanni, brasileira radicada em Portugal desde 2010, que reúne peças produzidas entre 2009 e 2016 e algumas publicadas anteriormente no site Recanto das Letras, de São Paulo-SP.
O astrofísico espanhol Eduardo Battaner analisa num livro a relação dos físicos com as crenças religiosas ao longo da história.
Eduardo Battaner López (Burgos, 1945)não tem procurado Deus na física, mas físicos que o fizeram ao longo da história e aqueles que negaram sua existência —algo que, como dizia Paul Dirac, é um dos problemas fundamentais desta ciência. Battaner, astrofísico formado na Espanha e no prestigioso Instituto Max Planck da Alemanha, é professor emérito da Universidade de Granada e publicou Los Físicos y Dios (sem edição em português), que analisa a relação desses buscadores de respostas ao longo da história.
Pergunta. Por que Los Físicos y Dios?
Resposta. Os grandes pesquisadores têm trabalhado nesse horizonte que divide o conhecido e o desconhecido. Portanto, têm o privilégio de observar a natureza como isso nunca antes havia sido feito. Sua interpretação da natureza tem implicações na filosofia e na teologia. Por isso, muita gente quer saber qual era o pensamento religioso dos grandes cientistas e, portanto, dos grandes físicos. Mas é preciso dizer que neste livro não há nenhuma intenção de propaganda doutrinária. Não se defende nenhuma posição religiosa concreta. Nem se defende o teísmo ou o ateísmo. Fala-se da atitude dos físicos diante da ideia de Deus com base em suas próprias palavras. Este livro tem apenas um enfoque histórico.
Atualmente, a historiografia denunciadora e culpadora, muito em voga, enfatiza mortandades, genocídios, epidemias entre silvícolas. Culpam-se os brancos, os europeus em geral, os portugueses, por violências passadas.
É a história dos oprimidos, dos vencidos, dos excluídos, que é bem que se conte e tenha espaço: também é história e informação.
Mas é má a obsessão dos denunciadores em aterem-se a aspectos que nos são odientos no passado, como se ele se reduzisse a violências, atrocidades, genocídios, epidemias, com ocultação (ah, como eles gostam deste substantivo !) da contribuição das gerações pretéritas para com o desenvolvimento das sociedades que resultou no ponto de civilização em que estamos.
Suspeito até de que os denunciadores dos brancos arvorem-se em senhores da moral e exalcem-se, por iniciativa própria, à posição de superioridade porque denunciam e acusam e odeiam e fomentam “merecido” ódio dos coevos pelos primevos. Na verdade, praticam outra espécie de violência, a de julgar gerações pretéritas pelos padrões que não eram os seus e sim são os nossos, no que praticam anacronismo presentista.
La tapisserie représentant le chef-d’œuvre de Picasso a été réclamée par Nelson Rockefeller Junior. Elle ornait l’entrée du Conseil de Sécurité de l’Organisation des Nations Unies à New York depuis 37 ans.
Installée à l’entrée de la salle où se réunit le Conseil de Sécurité de l’ONU, la tapisserie, représentant Guernica (1937) de Picasso (1881-1973), avait pour but de rappeler les horreurs de la guerre aux dirigeants du monde. Réalisée en 1955 par l’atelier français Jacqueline de La Baume-Dürrbach, pour le compte de l’industriel Nelson Rockefeller, elle a été réclamée par son fils, qui n’a pas communiqué ses raisons. Prêtée à l’ONU à partir de 1984, l’œuvre avait été commandée par Rockefeller après que Picasso, qui refusait de lui vendre l’original, lui a suggéré cette alternative. Il s’agit du premier des trois exemplaires tissés du tableau autorisés par l’artiste. Le départ de la tapisserie a suscité un grand émoi chez les responsables internationaux, qui n’envisagent pas de réclamer la tapisserie à Nelson Rockefeller Junior.
Poeta, contista, ensaísta, tradutor e dono de uma vasta obra, Anderson Braga Horta (1934) acaba de lançar 50 Poemas (50 Gedichte), livro em edição bilíngue em que reúne suas últimas criações com tradução do alemão Curt Meyer-Clason (1910-2012), romancista e memorialista, que se notabilizou como tradutor de autores de diversas línguas, tanto em prosa como em verso, e que no Brasil ficou especialmente conhecido pela tradução que fez de Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa (1908-1967). Como deixou expresso em carta de 2004 ao autor, reproduzida na contracapa do livro, Meyer-Clason procurou fazer uma recriação equivalente idiomaticamente ao original, enfrentando dificuldades com neologismos e aliterações próprios do idioma português que só com muito talento conseguiu passar para o alemão.
Irténiev, propriétaire terrien, est un homme sérieux, qui gère son domaine avec efficacité et rigueur.
Marié à la douce et fragile Lise, romantique amoureuse qui l’idéalise, Irténiev fait de son mieux pour être à la hauteur.
C’est sans compter sur Stépanida, une belle paysanne impudique, au regard de braise, au corps vigoureux et à la peau laiteuse, qui met tous ses sens en émoi…
Peut-on résister aux tentations de la chair ? Tolstoï nous dresse un tableau diabolique de la sensualité.
Michel-Ange ( 1475-1564) est, avec Léonard de Vinci, l’un des deux plus extraordinaires artistes de l’Histoire !
« La madone de Bruges » est une sculpture en marbre blanc de Carrare, de 125 cm de hauteur, visible à l’intérieur de l’église Notre-Dame, à Bruges. L’œuvre fut créée par l’artiste entre 1501 et 1504. Elle fut offerte par une riche famille de drapiers brugeois : les Mouscron.
Zipline é uma atividade de turismo de natureza inovadora realizada com base numa descida gravitacional tipo slide num cabo suspenso entre dois pontos com desnível acentuado.
Permite o desfrutar de paisagens naturais em total conforto e segurança. Apesar de muito emotiva, é uma atividade tranquila, plena de energia positiva e com forte adesão social e turística.
Em Minde existem condições naturais propícias a esta atividade – do marco Geodésico até aos Alves Raposo (antiga fábrica).
+ investimento privado para Minde + economia ambiental em Minde + emprego qualificado em Minde + turismo de natureza em Minde.
Como todos os anos, ritual inaugurado pelo muito nosso (salvo seja) Durão Barroso, quando Presidente da mesma Comissão, Ursula von der Leyen, actual incumbente no cargo, pronunciou ontem, 15 de setembro, o seu discurso da União – em 2021, num ano ainda duro, dolorosamente presente, de futuro indecifrável, onde mora o medo mas também a coragem, o desânimo mas também a esperança.
Aqui ficam dez apontamentos sobre este discurso – um grito pela Alma da Europa.
1. A Europa, em tempo de pandemia, assegurou o acesso praticamente simultâneo de todos os países europeus à vacina. E foi a única região a partilhar metade das vacinas com o resto do Mundo (700 milhões de doses para os europeus, 700 milhões espalhadas pelo globo). E mais de 70% dos adultos europeus estão vacinados. E o projeto europeu HERA, num investimento de 50 mil milhões €, visa garantir que nenhum vírus transformará no futuro uma epidemia local numa pandemia global.
Já conhecido nos meios literários mais refinados por seu estilo despojado e ousado, Whisner Fraga (1971) volta, em seu décimo-primeiro livro, às narrativas curtas, depois de experiências bem-sucedidas no gênero romance. O que devíamos ter feito (São Paulo, Editora Patuá, 2020) é essa obra constituída por 14 narrativas curtas, mas bem urdidas, todas com uma linguagem sensível e poética, em que uma personagem que não se identifica conversa, na maioria dos contos, com uma interlocutora chamada helena (assim mesmo sem maiúscula. Aliás, o autor, sem que se saiba a razão, decidiu proscrever a letra maiúscula de todos os textos deste seu livro).
O conto que mais chama a atenção do leitor é exatamente aquele que abre e dá título ao livro, “o que devíamos ter feito”, em que um pai de família se dirige à mulher para tentar recuperar o tempo perdido e pesar se, com a filha doente, a menina bia, os passos que tinham dado teriam ou não contribuído para o desaparecimento prematuro dela. É com ela que divide o seu fluxo crítico e de consciência, como bem observa o escritor Ronaldo Cagiano no prefácio que escreveu para esta obra, para quem este conto faz recordar versos famosos de Manuel Bandeira (1886-1968), exatamente o poema “Pneumotórax”, em que o poeta rememora “a vida inteira que podia ter sido e que não foi”. Diz Cagiano: “O título do livro instiga-nos a um eterno questionamento sobre a transitoriedade e relatividade das coisas, um ponderar sobre o nosso (de)lugar num mundo coisificado, remetendo-nos ao antológico poema bandeiriano (…).
Baseado talvez na convivência mais próxima que teve com o autor, com quem já dividiu a autoria de Moenda de silêncios: encontros & desencontros na metrópole (São Paulo, Dobra Editorial, 2021), prêmio Programa de Ação Cultural (ProAC) do Governo do Estado de São Paulo, “novela de formação e escrita a quatro mãos”, o prefaciador explica que “o ambiente narrativo desencadeado por Whisner Fraga transmuta-se num caleidoscópio de sutilezas estilísticas, em que muitas vezes prescinde da linearidade ou da coerência das histórias (pois onde há caos não há estabilidade formal, mas ruptura (…)”.
Covid-19 – O êxito do plano de vacinação deve muito à competência, dedicação e zelo do almirante Gouveia e Melo cuja capacidade de organização mostrou o que o país tem perdido, nas últimas décadas, por desprezar as competências das suas Forças Armadas.
EUA – A extrema-direita americana, que hoje domina o Partido Republicano, ainda não digeriu a derrota de Trump, e insiste numa lei que dificulte o voto e impeça as minorias, já discriminadas, de se exprimirem nas urnas.
Israel – A insólita aliança de oito partidos para afastar o PM, Benjamin Netanyahu, acusado de corrupção e de destruir do Estado de direito, foi a única forma de o derrubar, mas é improvável a longevidade da coligação que inclui a esquerda pacifista e a direita ultranacionalista.
China – A repressão às manifestações no 32.º aniversário do massacre de Tiananmen é a face visível da ditadura, que ignora os compromissos assinados para a transição da soberania de Hong Kong e de Macau, respetivamente, com o Reino Unido e Portugal.
As celebrações do 10 de Junho sobreviveram a três regimes políticos. Quase que poderemos dizer quatro, já que esta data — muito acarinhada pelos republicanos — foi evocada pela primeira vez em 1880, no reinado de D.Luís. Se quiser saber a história até aos nossos dias leia a entrevista com a investigadora Maria Isabel João
Um ano antes do golpe que instituiu a ditadura militar em 1926, a I República declarou que a “Festa de Portugal se celebrará no dia 10 de Junho de cada ano”. O Estado Novo manteve a data como Festa de Portugal, elevando-a à condição de feriado nacional em 1929.
O título de Dia de Portugal só surgiria décadas depois. E, apesar de ninguém saber se o poeta Luís Vaz de Camões morreu mesmo neste dia, a democracia continuou a celebrar o 10 de Junho como data da identidade nacional. Uma originalidade portuguesa que é praticamente “caso único” no mundo, segundo a professora Maria Isabel João, autora do livro “Memória e Império — Comemorações em Portugal (1880–1960)”. A historiadora lembra que a “maioria esmagadora dos países do mundo escolhe uma data que se relaciona com a fundação do Estado ou do regime político vigente”.
Lá para as dez e tal da noite de um dia do primeiro semestre de 2000, durante a presidência portuguesa da União Europeia, em que tínhamos passado o dia dentro do edifício Justus Lipsius, em Bruxelas, em sucessivas reuniões de trabalho, de janelas fechadas, respirando ar “artificial”, desde as oito e tal da manhã, imensamente cansado, voltei-me para Jaime Gama, no carro de regresso ao hotel, e comentei: “O dia hoje correu muito bem!“.
Gama respondeu-me com uma pergunta e uma resposta: ”Sabe por que correu bem? Porque já andamos por aqui há muito tempo! Olhe à volta daquela mesa: com as sucessivas mudanças de governos, nós somos dos mais antigos. Conhecemo-los a todos, desde o pessoal do secretariado do Conselho até à gente da Comissão, sabem bem quem somos e como somos. Torna tudo mais fácil!”.
Era bem verdade! Pensei nisto, há pouco, ao olhar a ”coreografia” da presidência portuguesa da União Europeia, no Palácio de Cristal, no Porto.
A nossa equipa “política” está mais do que rodada: António Costa, que já foi vice-presidente do Parlamento Europeu, é dos mais “seniores” de entre os primeiros-ministros, o que é muito importante para quem vem de um país da nossa dimensão.
No primeiro dia, meti-me em frente à casa deles. Um telhado igual a barro verdoengo e bastante inclinado, com duas chaminés, janelas altas e madeiradas, tábuas brancas ao comprido e a porta azulada com o batente em ouro velho. Havia um alpendre à americana com cadeira de baloiço, um cepo a servir de mesa, vasos semeados de brincos-de-princesa e marias-sem-vergonha, quatro degraus e a relva. Verdecia em toda a volta.
Tive tempo de apreciar o grulhar do frondoso plátano, a maior ramagem que alguma vez permeei. O bafejo morno descia o tronco velho, ramificava-se e espraiava-se pelo tapete fino, fazendo-o dançar em tufos. Só soube que tinha esperado em demasia quando uma nuvem revelou o azul e o caracol terminou a volta por cima da vedação.
Com mais estilo do que Fred Allen, ele andava de bicicleta, contrariando todos os hábitos das proximidades — nunca vi outros estradistas por ali. Antes de guinar, fez a campainha chilrear tal qual um melro-d’água a cortejar num dia nublado. Depois, subiu a rampa e desmontou em movimento, com uma classe igual à dos filmes. Trajava um fato brunido à ministro e parecia perfumado com ambição, mais do que água no bico.
Ernesto Rafael Guevara de la Serna, mais conhecido como Che Guevara (Rosário, 14 de junho de 1928 — La Higuera, 9 de outubro de 1967),[a][3] foi um revolucionário marxista, médico, autor, guerrilheiro, diplomata e teórico militar argentino. Uma figura importante da Revolução Cubana, seu rosto estilizado tornou-se um símbolo contracultural de rebeldia e insígnia global na cultura popular.[4]
Quando ainda era um jovem estudante de medicina, viajou por toda a América do Sul e radicalizou suas posições após testemunhar a pobreza, a fome e as doenças que assolavam o continente.[5] Seu crescente desejo de ajudar a derrubar o que ele viu como resultado da exploração capitalista da América Latina levou ao seu envolvimento nas reformas sociais da Guatemala sob o presidente Jacobo Árbenz, cuja eventual derrubada assistida pela CIA a pedido da United Fruit Company solidificou a ideologia política de Guevara.[5] Mais tarde na Cidade do México, conheceu Raúl e Fidel Castro, juntou-se ao Movimento 26 de Julho e partiu para Cuba a bordo do iate Granma com a intenção de derrubar o ditador cubano Fulgencio Batista, apoiado pelos Estados Unidos.[6] Guevara logo ganhou destaque entre os insurgentes, foi promovido a segundo comandante e desempenhou um papel fundamental na vitoriosa guerrilha que, após dois anos, depôs o regime de Batista.[7]
Após a Revolução Cubana, desempenhou vários papéis-chave no novo governo, incluindo a revisão dos apelos e dos esquadrões de fuzilamento para os condenados como criminosos de guerra durante os tribunais revolucionários,[8] a instituição da reforma agrária como ministro das indústrias, a liderança exercida em uma campanha de alfabetização nacional bem-sucedida, serviu tanto como presidente do banco nacional e diretor de instrução das Forças Armadas de Cuba e atravessou o globo como diplomata em nome do socialismo cubano. Tais posições também lhe permitiram desempenhar um papel central no treinamento das forças da milícia que repeliu a invasão da Baía dos Porcos,[9] e levando mísseis balísticos soviéticos com armas nucleares para Cuba, o que precipitou a crise dos mísseis de 1962.[10][11] Além disso, foi um prolífico escritor e diarista, compondo um manual seminal sobre guerrilhas, junto com um livro de memórias best-seller sobre sua jornada de motocicleta pelo continente sul-americano. Suas experiências e estudos sobre o marxismo-leninismo levaram-no a afirmar que o subdesenvolvimento e dependência do Terceiro Mundo eram resultados intrínsecos do imperialismo, do neocolonialismo e do capitalismo monopolista, que só poderiam ser solucionados pelo internacionalismo proletário e a revolução mundial.[12][13] Ele deixou Cuba em 1965 para fomentar a revolução no exterior, primeiro sem sucesso no Congo-Kinshasa e depois na Bolívia, onde foi capturado por forças bolivianas assistidas pela CIA e sumariamente executado.[14]
Guevara continua a ser uma figura histórica venerada e desprezada, polarizada no imaginário coletivo em uma infinidade de biografias, memórias, ensaios, documentários, canções e filmes. Como resultado de seu martírio percebido, suas invocações poéticas para a luta de classes e seu desejo de criar a consciência de um “Novo Homem” impulsionada por incentivos morais e não materiais,[15] Guevara tornou-se um ícone por excelência de vários movimentos de esquerda. A revista Time nomeou-o uma das 100 pessoas mais influentes do século XX,[16] enquanto uma fotografia de Alberto Korda, intitulada Guerrillero Heroico, foi citada pela Maryland Institute of Art como “a mais famosa fotografia do mundo”.[17]
Um texto de autor desconhecido que vale a pena partilhar:
ERRADICAR O PORTUGUÊS: PONTO DA SITUAÇÃO | retirado do Mural deJosé Silva Pinto
O português vem doutro tempo, quando se andava mais devagar e sonhava com outras coisas. Foi válido durante 800 anos, de Dom Dinis ao meu avô Grimanez. Mas, de repente, o mundo decidiu que já chega. 20 fev 2021, 00:0432
Não culparei o infame acordo ortográfico, nem o Instituto Camões, nem as telenovelas, nem os sucessivos governos, nem as pessoas com necessidades especiais que a televisão filantropicamente emprega na inserção de caracteres com vista à criação no indivíduo de um sentimento de dignidade e amor-próprio. Não culparei os professores, nem os alunos, nem os Brasileiros, nem os Portugueses, nem o fado, nem o kuduro, nem ao menos a quizomba, nem necessariamente a televisão, que é capaz de ainda morrer primeiro. O português está prestes a bater a bota pela mesma razão que todas as outras línguas que não o inglês estão prestes a bater a bota: a monocultura do sucesso.
No final de 2017, Portugal iniciou a preparação de uma estratégia de médio-longo prazo, consubstanciada na Estratégia Portugal 2030. Em março de 2020, a pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2 veio tornar inevitável a revisitação dos trabalhos até então concluídos, com a necessidade de introdução de medidas mitigadoras de curto e médio prazo, visando a recuperação e a resiliência da economia e da sociedade. Neste contexto, foi solicitado ao Professor António Costa Silva que promovesse a elaboração de uma “Visão estratégica para o plano de recuperação económica de Portugal 2020-2030”, a qual foi objeto de um amplo processo de auscultação pública da sociedade portuguesa, tendo merecido um vasto consenso no que respeita à generalidade das prioridades elencadas. No início de 2021 , foi aprovada pelo Governo a Estratégia Portugal 2030 que, tendo beneficiado dos contributos recolhidos, constitui o referencial para a aplicação dos vários instrumentos de política a adotar no futuro próximo, dos quais se destacam o Quadro Financeiro Plurianual (Portugal 2030) e o Next Generation EU, instrumento europeu temporário – onde se inserem os Planos de Recuperação e Resiliência (PRR) nacionais – concebido para impulsionar a recuperação económica e social, tendo presentes os danos causados pela pandemia COVID-19. Em termos globais, este será o maior pacote de medidas de estímulo alguma vez financiado pelo orçamento da União Europeia, num total de 1,8 biliões de euros, para ajudar a reconstruir a Europa no pós-COVID-19, criando uma Europa mais verde, mais digital e mais resiliente. Portugal poderá aceder a um envelope financeiro sem precedentes em períodos idênticos, que atingirá os 50 mil milhões de euros (M€) em subvenções (a fundo perdido), a que poderão somar-se previsivelmente cerca de 14,2 M€ na modalidade de empréstimos.
O virologista Pedro Simas explicou “a combinação de três coisas” que permitiu chegar a vacinas contra o novo coronavírus, começando pelo atual “avanço tecnológico” e pelo conhecimento nos coronavírus.
O virologista Pedro Simas defendeu esta terça-feira a necessidade de transmitir que a descoberta de vacinas para a Covid-19 em tempo recorde não é algo precipitado para que as pessoas percebam a lógica científica e não as temam.
Hoje: um diário muito mais político do que é habitual. Não te habitues: tenho dias.
Orçamento de Estado para 2021 aprovado por 3 votos 😂 Rui Rio 😕 Catarina Martins 😰 António Costa 😐 Inês Sousa Real 😞 Telmo Correia 🤥 André Ventura
Pontos breves:
O Bloco fez um arriscado investimento no chumbo do OE com a proposta do corte do Novo Banco. Vai pagar juros altíssimos, a começar já em Janeiro com o eleitorado a fugir de Marisa Matias para Ana Gomes e João Ferreira.
Rui Rio foi o espertalhufo da semana: não arriscou um cêntimo seu e palmou quase todo o lucro que a proposta do Bloco possa vir a render.
O PCP, o PEV e o PAN estiveram imperiais. Não apenas os seus eleitores mas os portugueses de uma forma geral devem-lhes uma palavra de agradecimento pela seriedade, pelo empenho e pelo esforço que colocaram neste Orçamento. Se o documento não ficou pior, muito se deve aos deputados destes três partidos. E se não temos o agravamento desnecessário da tensão política a semanas das presidenciais e da chefia portuguesa da União Europeia, a eles o devemos.
João Leão revelou-se frouxo e inábil. Ou vice-versa. Não me parece que António Costa e João Leão, ou vice-versa, possam invocar a COVID-19 para justificar o gelo fino em cima do qual o Governo vai entrar em 2021. Ou Costa está farto de ser PM, ou este é um desastre político difícil de explicar. E não é limpando as mãos ao Bloco nem dramatizando o golpe de mestre de Rio que o PS se safa.
Catarina Martins e Mariana Mortágua estão a lamber as feridas e a tirar os estilhaços da bomba explodida por Rui Rio. O Bloco perdeu espaço de manobra a troco de nada. Eu creio que foi premeditado o timing da jogada: dar um rebuçado à ala dura do Bloco enquanto se surge como oposição destemida a “este” PS e fazê-lo JÁ, a dois orçamentos de distância das próximas legislativas. Quer dizer: eu QUERO ter esta fé. Chama-me ingénuo se quiseres.
Je viens de finir la série de Yuval Noah Harari et je pense qu’elle doit faire partie du top 10 des livres à lire dans sa vie. Un rythme haletant et captivant autour d’un voyage en trois temps : passé, présent et futur.
– Dans « Sapiens, une brève histoire de l’humanité » l’auteur interroge de manière inédite le passé sur Comment notre espèce a-t-elle réussi à dominer la planète ? Pourquoi nos ancêtres ont-ils uni leurs forces pour créer villes et royaumes ? Comment en sommes-nous arrivés à créer les concepts de religion, de nation, de droits de l’homme ? À dépendre de l’argent, des livres et des lois ? À devenir esclaves de la bureaucratie, des horaires, de la consommation de masse ? Et à quoi ressemblera notre monde dans le millénaire à venir ?
– Homo Deus, une brève histoire de l’avenir nous dévoile ce que sera le monde d’aujourd’hui lorsque, à nos mythes collectifs tels que les dieux, l’argent, l’égalité et la liberté, s’allieront de nouvelles technologies démiurgiques. Et que les algorithmes, de plus en plus intelligents, pourront se passer de notre pouvoir de décision. Car, tandis que l’Homo Sapiens devient un Homo Deus, nous nous forgeons un nouveau destin : Que deviendront nos démocraties quand Google et Facebook connaîtront nos goûts et nos préférences politiques mieux que nous-mêmes ? Qu’adviendra-t-il de l’Etat providence lorsque nous, les humains, serons évincés du marché de l’emploi par des ordinateurs plus performants ? Quelle utilisation certaines religions feront-elles de la manipulation génétique ?
– Enfin, dans 21 leçons pour le XXIe siècle, Yuval Noah Harari décrypte le XXIe siècle sous tous ses aspects: politique, social, technologique, environnemental, religieux, existentiel…Avec l’intelligence, la perspicacité et la clarté qui ont fait le succès des deux premiers ouvrages, l’auteur répond à des questions centrales de notre siècle telles que : Pourquoi la démocratie libérale est-elle en crise ? Sommes-nous à l’aube d’une nouvelle guerre mondiale ? Que faire devant l’épidémie de « fake news » ? Quelle civilisation domine le monde ? Que pouvons-nous faire face au terrorisme ? Que devons-nous enseigner à nos enfants ?
Bref, un vrai coup de cœur que je vous conseille vivement.
Rien de mieux qu’un livre entre les mains mais pour ceux qui les veulent en version PDF je les ai, laissez moi vos adresses mails en commentaire ou en privé si vous les voulez en version électronique (gratuite)
Ao defender uma lei civil que enquadre as relações entre pessoas do mesmo sexo, o Papa Francisco não reconheceu ou aceitou o casamento. Mas deu mais um passo. E se este gesto pode não ser importante para o conjunto da comunidade, porque os Estados laicos não precisam de bênção papal para garantirem igualdade de direitos, é-o para milhões de católicos LGBT, que passam a sentir-se um pouco mais em casa na sua Igreja. Como mostrou com os divorciados, o Papa quer recuperar aqueles que a Igreja foi deixando pelo caminho e que já não aceitam a culpa dessa exclusão.
Quer impedir que a Igreja Católica se transforme num reduto de ultraconservadores, incapaz de lidar com a pluralidade dos seus fieis. Dirão que se adapta aos tempos modernos. É o contrário. Estes não são tempos de inclusão e pontes, são de polarização. O Papa Francisco tenta livrar a Igreja de uma guerra cultural que tem sido suicida para sectores políticos tradicionais e que a entregaria a nichos fanatizados. (…) Tenta colocar a Igreja num lugar mais próximo da radicalidade do cristianismo. (…)
Para os que se habituaram a ver a Igreja como um lugar de castigo, que usam o perdão como forma de agressão, que se armam com a religião para perseguir o que não compreendem, que vivem obcecados com o sexo consensual entre adultos mas fecharam os olhos ao abuso de menores, deve ser perturbante ter um Papa cristão.
«O Primeiro-Ministro e o Ministro de Estado e das Finanças tiveram hoje uma reunião de trabalho, no quadro da preparação da próxima reunião do Eurogrupo, que terá lugar sexta-feira, e da definição o calendário de elaboração do Orçamento Suplementar que o Governo apresentará à Assembleia da República durante o mês de Junho.
Nesta reunião ficaram ainda esclarecidas as questões relativas à falha de informação atempada ao Primeiro-Ministro sobre a concretização do empréstimo do Estado ao Fundo de Resolução, que já estava previsto no Orçamento de Estado para 2020, que o Governo propôs e a Assembleia da República aprovou.
Ficou também confirmado que as contas do Novo Banco relativas ao exercício de 2019, para além da supervisão do Banco Central Europeu, foram ainda auditadas previamente à concessão deste empréstimo: – em primeiro lugar, pela Ernst & Young, auditora oficial do banco; – em segundo lugar, pela Comissão de Acompanhamento do mecanismo de capital contingente do Novo Banco, composta pelos Dr. José Bracinha Vieira e pelo Dr. José Rodrigues de Jesus; – e ainda pelo Agente Verificador designado pelo Fundo de Resolução, Oliver Wyman.
Este processo de apreciação das contas do exercício de 2019, não compromete a conclusão prevista para julho da auditoria em curso a cargo da Deloitte e relativa ao exercício de 2018, que foi determinada pelo Governo nos termos da Lei n.º 15/2019, de 12 de fevereiro.
O Primeiro-Ministro reafirma publicamente a sua confiança pessoal e política no Ministro de Estado e das Finanças, Mário Centeno.»
Quando a 21 de outubro passado se voltaram a encontrar, Martin Scorsese e o papa Francisco retomaram uma conversa como a que podem ter dois velhos amigos que se entendem sem esforço, ainda que a última vez que se tinham encontrado ocorreu praticamente um ano antes, a 23 de outunro de 2018, em Roma, por ocasião do encontro de jovens e idosos com o papa da apresentação do livro “A sabedoria do tempo”. O papa, depois de lhe ter perguntado pela esposa, quis saber informações sobre o seu novo filme, “The irishman”, e o realizador italo-americano explicou que se trata de uma película sobre o tempo e a mortalidade, a amizade e a traição, o remorso e o arrependimento pelo passado.
Entre os dois começou um diálogo tão simples quanto profundo, que depressa aportou ao nome de Dostoiévski, comum paixão de ambos, que com os seus romances faz de pano de fundo à obra do cineasta de “Os cavaleiros do asfalto” e “Silêncio”. E é precisamente do grande escritor russo que pretendo partir para retomar aquela conversa, ligando-me a “The irishman” e ao protagonista, Frank Sheeran (interpretado magistralmente por Robert De Niro), que surge como o único sobrevivente que, por isso, pode e deve falar, o único vivo que manda «notícias de uma casa de mortos». Não por acaso para todos os outros personagens, que fugazmente comparecem em cena, uma referência detém a imagem e indica-nos a data e a maneira, sempre violenta, da morte. Frank está vivo e fala, melhor, confessa-se, olhando fixamente para a câmara, nosolhos do espetador.
Este é outro filme profundamente espiritual da carreira de Scorsese. De resto, na longa entrevista dada ao P. Antonio Spadaro, aquando do filme anterior, “Silêncio”; o realizador de Nova Iorque revelou ser «obcecado pela espiritualidade», ou seja, pela pergunta sobre o que somos nós, seres humanos. Questão que, segundo ele, obriga cada um de nós olhar-se de frente, próximo, a olhar o bem e o mal que há dentro de nós.
A Vida
——— Baruch de Espinosa nasceu em Amesterdão, filho de pais judeus, oriundos de Espanha, que se mudaram para Portugal e daí para a Holanda, por causa das perseguições religiosas. Educado na comunidade hebraica de Amesterdão, começou por receber os ensinamentos tradicionais do talmudismo. O pai era um próspero negociante que via, com alguma desconfiança, a preferência que o filho dava aos estudos filosóficos e teológicos. Espinosa era um estudante notável que preferia passar o tempo na biblioteca da Sinagoga do que no escritório do pai. Começou por estudar a Bíblia e o Talmud, ainda muito jovem. Ainda adolescente, estudou as obras de Maimónides, Levi Bem Gerson, Ibn Ezra e Hesdai Crescas. Impressionou-o a identificação de Deus com o Cosmos, a eternidade do Mundo, e a ideia de que a matéria do Universo seria o corpo de Deus. Em Maiomónides, tomou contacto com a teoria averroístas da impessoalidade da alma e da unidade do intelecto. A leitura atenta de todos os grandes filósofos judaicos levou-o a descobrir contradições no Antigo Testamento e a duvidar da interpretação que dele fazia o judaísmo ortodoxo.
A sua curiosidade levou-o a aprender latim, com o mestre holandês, Van den Ende, de forma a poder ler os filósofos cristãos da Idade Média. Do encontro com o mestre Van den Ende resultou a grande paixão de Espinosa pela filha que, no entanto, não se sentiu atraída pela grandeza intelectual do filósofo. Apesar de não Ter sido capaz de atrair as atenções da jovem filha do seu mestre de latim, Espinosa ficou equipado para poder penetrar na leitura de Platão, Aristóteles, Demócrito, Epicuro e Lucrécio. Foram, sobretudo, os filósofos atomistas, principalmente Demócrito, que conquistaram o seu coração. Mas a insaciável curiosidade de Espinosa não o fez ficar por aqui. Estudou os escolásticos, apreciou Giordano Bruno e fixou-se no seu contemporâneo Descartes. Em 1656 foi expulso da sinagoga de Amesterdão, acusado de blasfémia, após o que viveu em várias cidades holandesas, dedicando-se ao ofício de polidor de lentes. Sobre o episódio da excomunhão, Will Durant, na História da Filosofia, diz o seguinte: “Foram estes antecedentes mentais do jovem (nascera em 1632) cuja aparência tranquila dissimulava uma profunda agitação interior e que se viu intimidado a comparecer perante os velhos da sinagoga para se defender das heresias. Seria certo – perguntaram-lhe – que andava a propalar que o corpo de Deus era o mundo da matéria, que os anjos eram alucinações, que a alma não passava da vida e que o Velho testamento nada dizia sobre a imortalidade? Ignoramos a sua resposta.
“Digo sempre que não tem mal pensar em ter trabalho e em ganhar a vida – é aliás muito saudável –, simplesmente que isso não seja primordial, porque o artista também tem uma missão que é importante ele saber separar da ambição material.” 27 de Janeiro de 2019
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Para o grande público, Maria João Pires estará sempre numa grande carreira internacional ao piano, mas o instrumento não representa o centro da sua vida. A propósito do seu regresso a Portugal e do arranque do projecto do Centro de Artes de Belgais – que abriu portas em Dezembro passado, com um ciclo de concertos que se estende até Maio –, o PÚBLICO visitou a sua quinta, no distrito de Castelo Branco, e foi conhecer as intenções desta pianista, que é difícil separar da pedagoga e da cidadã activa com preocupações sociais.
O que a trouxe de volta a Belgais?
As saudades duma casa que construí durante 20 e tal anos. Percebi que não fazia sentido desligar-me dela completamente. Houve uma altura em que pensei nisso, mas não funcionou. Esperei uns anos, vivi sempre numa casa alugada, tive projectos em locais muito difíceis – dois coros infantis na Bélgica, em lugares sem acústica, sujos, com imensos problemas, em escolas que não facilitavam nada as coisas… Todas as pequenas contrariedades fizeram com que eu sentisse que um projecto como o que queria fazer necessitava de um espaço.
Mas Belgais é bastante diferente dos coros que tem na Bélgica, não é?
O meu objectivo com os coros, que integram crianças a partir dos cinco, seis anos, é encontrar o método certo para fazer com que a música influencie o seu crescimento e a forma como encaram a vida. É um trabalho sobre a resiliência da criança para, através da qualidade na forma de cantar e de ouvir, desenvolver a cooperação com os outros. Trata-se de crianças praticamente sem experiências musicais. Actualmente, temos sobretudo crianças de países africanos e, em grande maioria, muçulmanos, com um passado complicado, de guerra ou de outro tipo de abusos, algumas órfãs, ou que foram retiradas aos pais… Encontrar o melhor método tem-me levado muitos anos! Em Portugal tive uma boa experiência, graças a uma grande chefe de coro, que me deu um apoio extraordinário. Na Bélgica tenho um dos meus assistentes, o pianista Miloš Popović, que fez uma formação extraordinária neste anos. Com a mulher dele, cantora, formamos um grupo de três. Eu vou lá a cada dois meses, para supervisão. Sem um bom chefe de coro não se consegue.
MOSCOW, RUSSIA DECEMBER 20, 2018: Russia’s President Vladimir Putin gives an annual end-of-year news conference at Moscow’s World Trade Centre. Sergei Bobylev/TASS
MOSCOW, Dec. 30 — Russian President Vladimir Putin sent Christmas and New Year greetings to heads of state of dozens of countries and leaders of international organizations, the Kremlin said Sunday.
Putin wished Chinese President Xi Jinping good health, happiness and every success, and the Chinese people happiness and prosperity, according to the Kremlin’s press service.
He also praised the “comprehensive trust-based partnership and strategic interaction” between Russia and China as well as their positive cooperation, saying that effective joint work of the two sides will continue in the coming year.
In his greeting message to U.S. President Donald Trump, Putin underlined that Russia-U.S. relations is of great importance to ensuring global security and stability and reaffirmed Russia’s readiness to resume dialogue.
Putin hailed the “significant potential” of Russia’s relations with various countries including Japan, France and Germany, saying that Russia looks forward to continuing constructive dialogue with their leaders and promoting cooperation in various fields.
Meanwhile, Putin expressed confidence in his address to South Korean President Moon Jae-in that the two countries will have closer interaction to help consolidate peace and stability on the Korean Peninsula and Northeast Asia in general.
The Russian president also sent greetings to leaders of a number of international organizations including the United Nations, the International Monetary Fund (IMF) and the International Olympic Committee.
He expressed confidence that joint efforts will lead to further growth in various areas and better coordination of efforts on key issues on the regional and global agenda within the UN, BRICS, the Shanghai Cooperation Organization (SCO), the Group of 20 (G20) and other multilateral bodies.
Desde o primeiro instante, apesar de um encantamento, um déja-vu, uma atracção inexplicável, do calor de um beijo dado, e outro, chega o momento de ambos se despirem e nenhum está despido para além do corpo. Dentro do corpo de ambos há um nervoso miudinho, a incerteza do que é o outro, quem frequentou, quantos corpos conheceu, quem fodeu, amou ou fornicou. Prevalece a vontade nervosa de mostrar um à-vontade inexistente. Estão ambos em rejeição do que se chama entrega. Duvidam, no fundo, por medo. É o medo que leva à rejeição. Um quer quase sempre mais do que o outro, embora a retração de um leve à rejeição do outro. Pode haver a suspeita de um que o outro dorme ou fode com outro. Pode haver a ideia de que a entrega total não existe, por niilismo. Pode haver a descrença fruto de relações falhadas, ou, mais atrás, de uma falha uterina, uma carência desmedida. Começa então o vaivém, do querer e não querer, do ir e voltar. A mulher pode ser romântica mas no seu íntimo desconfia e só se entrega uma em mil vezes, para algures no encontro querer sair depressa dos braços do amado. Pode querer mais, porque há um réstia de esperança nas suas capacidades de amar, de querer amar, de querer ser amada. Nunca viveu a experiência de amar e ser amada. Ou uma, ou outra, a maior parte das vezes nenhuma, caindo nas suas próprias armadilhas de caçadora de emoções. É uma amazona, ele um predador. Ambos são frágeis nas suas capacidades de se deixarem apenas o privilégio de sentir. Ambos são casados com outros, e o facto de se terem descoberto e de tardarem a encerrar os seus relacionamentos torna-os mais receosos. Rejeitam-se a amar-se.
Após uma espera de mais de três décadas, estão de volta os contos de Enfeitiçados todos nós (Florianópolis, Editora Insular, 2018), livro do jornalista, contista e romancista Lourenço Cazarré (1953), lançado em 1984 pela Editora Melhoramentos, de São Paulo, depois que seu autor havia conquistado pela segunda vez o Prêmio Bienal Nestlé de Literatura Brasileira, o mais importante concurso literário daquela época. Mais: esta segunda edição traz outros três contos, publicados pela primeira vez em 1986 em jornais e revistas, que, encorpados aos seis da edição original, constituem uma bela mostra do trabalho de Cazarré, um dos mais talentososeoriginais contistas de sua geração.
Como observa o experiente jornalista e escritor Geraldo Hasse no prólogo que escreveu para este livro, Cazarré não “inventa” personagens nem enredos – no máximo, glamouriza-os, ao humanizá-los, acrescente-se –, mas “apenas reprocessa histórias reais”. É o que se pode constatar no conto “O expedicionário” em que o autor coloca a personagem a falar na linguagem coloquial dos gaúchos para contar a sua própria história de soldado brasileiro na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), agora transformado num homem próximo aos 60 anos de idade, precocemente envelhecido, abandonado por todos e pela chamada pátria:
Os impérios coloniais constituem um elemento central da História da Europa e atingiram o seu apogeu entre o final do século XIX, com a Conferência de Berlim, e o período entre as duas guerras mundiais. A causa da I Grande Guerra foi a luta pelo acesso às matérias-primas nas colónias e a derrota da Europa na II Guerra Mundial representou o fim dos impérios coloniais.
Os europeus, os movimentos sociais europeus, foram a carne para canhão neste processo.
III — Os impérios coloniais no centro da História da Europa no Século XX
O primeiro capítulo da Breve História da Europa, de Raquel Varela, tem por título: “ A GUERRA DAS GUERRAS, A REVOLUÇÃO DAS REVOLUÇÕES, 1917. Excelente título. A história da Europa do Século XX começa nos impérios coloniais e no fenómeno que dele decorreu, o colonialismo. Quase poderíamos afirmar que a História da Europa acaba com eles, mas não há um fim da História.
A revista Agricultura e Mar é uma publicação digital semanal de informação dirigida aos profissionais do mundo rural e da economia do mar, mas também orientada para a divulgação de toda a actualidade política, económica e cultural.
O objectivo é dar a conhecer a inovação tecnológica e científica, os novos apoios comunitários e nacionais aos sectores agrícolas e do mar e toda a indústria com eles relacionados. Temas como os das soluções energéticas, sistemas de rega, nova maquinaria e aquacultura, mas também todos os eventos relacionados com a terra e o mar, como as feiras agrícolas e os desportos náuticos serão abordados semanalmente. E também a análise da evolução do preço dos produtos agrícolas, do gado, do valor dos terrenos agrícolas e do pescado.
Assim, e de forma a alargar os horizontes por ambas as partes, Associação Portuguesa de Biodiversidade e Cinegética e a revista Agricultura e Mar Actual tornam-se parceiros.
Depois do terceiro assalto, o taxista comprou uma arma. Sua mulher entrou em pânico. O marido sempre foi um homem pacato, pai zeloso, temente a Deus, nunca se meteu em confusão. Mas a arma foi comprada, um 38 engasgado com seis balas tornou-se parte do assento do motorista, sob o estofamento, camuflado, invisível, mas à mão. Ninguém nunca soube da arma além da esposa, o taxista não era homem de contar vantagem, gargantear, ele mesmo procurava esquecer o revólver, nunca tirou-o do lugar onde foi colocado, não manuseava a arma, tinha uma espécie de respeito, repulsa, quase nojo, nunca deixou que outro sentasse ao volante, o banco daquele táxi guardava o seu segredo.
O homem anunciou o assalto já espetando uma faca na carne do taxista, penetrando alguns milímetros, pra não deixar dúvida, descarga de adrenalina, berreiro no ouvido, vou te matar filho da puta, escuridão, periferia, toca sem olhar pra mim, aperta a faca, o aço na costela, o medo no osso, entra no beco, sem saída, passa a grana, passa tudo, quero dinheiro, miserável, carteira com a grana, tudo, pode pegar, te mato, mãos no volante mané, passa o celular, não tenho, não uso telefone, tem mais dinheiro aqui, a mensalidade da escola, no porta-luvas, otário, perdeu, pega tudo, leva, gritaria no meio da noite, cachorro latindo, o beco deserto, chão batido, longe de tudo, de socorro, o bandido saíndo, ainda gritando, jurando de morte, o dinheiro, a mensalidade da creche no bolso do vagabundo, a mão do taxista sob o banco, achando a coronha da arma, empoeirada, áspera, anatômica, o bandido correndo em direção ao mato, a escuridão, o primeiro disparado, o segundo, o vagabundo caindo, levantando em direção ao mato, mais um tiro, outro, só a escuridão, cachorrada latindo, mais um tiro, o bandido sumido, flashes de fogo, estampidos, o gatilho sendo apertado a esmo, até não surtir mais efeito, o cheiro de pólvora na noite, a arma quente, descarregada, silêncio, nada de bandido, nem mais os cachorros, nada, a escuridão abafando tudo naquele beco sem saída, o vazio, a arma jogada no arroio, o taxímetro desligado, o rádio desligado, a mente quieta, o caminho de casa, o banho mais demorado, o sono, silêncio.
Esquecido em um quarto de paredes nuas, janela para um muro, tudo foi a tanto tempo, quando tinha táxi, quando tinha colegas, quando tinha uma esposa, retalhos das lembranças mais antigas, as que sobraram, que o Alzheimer não lhe arrancou por completo. Nem mesmo a enfermeira que lhe trocou a última fralda ele lembra. Certo apenas as cruzadinhas, Coquetel, que alguém lhe traz uma vez por mês, quando vem pagar o asilo, o filho, o neto, foi tudo a tanto tempo, não reconhece mais ninguém. Palavras cruzadas, apenas as cruzadinhas.
Quem tira a vida de outro, horizontal, nove letras: assassino.
Si je dis oui, je suis une pute
Si je dis non, je suis une frigide
Si je dis je ne sais pas, je suis une hystérique
Si je ne dis rien, je fais l’idiote pour passer du bon temps
Si je tombe amoureuse, je suis une pauvre naïve
Si je ne tombe pas amoureuse, je suis une connasse froide
Si je sors avec une seule personne, je suis une conne
Si je sors avec plusieurs personnes, je suis une salope
Si je regarde les hommes, une chaudasse
Si je ne les regarde pas, je dois être lesbienne
Si je parle trop, on ne m’écoute pas
Si je ne parle pas, c’est parce que je n’ai aucune idée de rien
Si je ne sors pas, je suis ennuyeuse
Si je sors trop, je suis une fêtarde
Si je dis la vérité, on ne me croit pas
Si je mens, je suis comme toutes les autres
Si je parle de sexe, je suis insatiable
Si je n’en parle pas, c’est qu’on ne m’a pas baisé comme il faut
Si je suis intelligente, je fais peur
Si je suis bête, je ne sers à rien
Si je n’appelle pas, on me réclame
Si j’appelle, on ne me répond pas
Si je suis sérieuse, je suis aigrie
Si je souris, je suis facile
Si je veux qu’on soit amis, l’amitié entre les deux sexes n’existe pas
Si je veux plus qu’une amitié, c’est que je n’ai rien compris
Si je ne joue pas les allumeuses, je fais ma sainte ni touche
Si je ne le fais pas, je suis peu féminine
Si je suis bonne au lit, c’est que je m’en suis levée plusieurs
Si je suis tranquille, ce que j’ai pas été assez baisée
Si je veux me marie, je suis restée à une autre époque
Si je ne veux pas me marier, je fais ma libérale
Si je suis dépendante, je n’ai pas de personnalité
Si je suis indépendante, je suis prête à marcher sur les autres
Si je drague quelqu’un, je suis une mangeuse d’homme
Si je ne le fais pas, je suis une momie
Si je suis avec un vieux, j’en veux à son argent
Si je suis avec un petit jeune, c’est parce que je peux le dominer
Si je m’habille bien, c’est que je veux chauffer tout le monde
Si je suis habillée simplement, surement qu’un peu plus arrangée je serais bonne
Si je suis jolie, je suis surement creuse
Si je suis moche, on ne me calcule pas
Et tu sais quoi ? Les gens diront toujours quelque chose parce qu’ils doivent justifier leur lâcheté et leur insécurité
O arqueólogo, especialista em cultura islâmica, desfaz vários mitos da História. Defende que não houve invasões muçulmanas em massa na Pensínsula Ibérica.
Cláudio Torres olha para o buraco no tecto, por onde entra a pouca luz do sol de Inverno, e exclama: “Foi aqui que tudo começou”. O “aqui” é a cisterna medieval, junto ao castelo de Mértola.
“Quando cá vim pela primeira vez, em 1976, trazido pelo presidente da Câmara, o Serrão Martins, meu aluno de História na Faculdade de Letras de Lisboa, havia uma grande figueira junto a este buraco. Espreitei lá para dentro, aquilo estava cheio de lixo, e logo na altura apanhei vários cacos de cerâmica islâmica”.
Sentado no que resta das paredes de uma casa com 900 anos, Cláudio Torres aponta para o terreiro junto ao castelo: “Os miúdos costumavam vir para aqui brincar. Havia hortas, assavam-se galinhas, namorava-se às escondidas. Em 40 anos, mudámos isto: já desenterrámos o bairro almóada do século XII, o baptistério do século VI e o palácio episcopal. Se continuarmos a escavar, vamos encontrar o fórum romano”.
Hoje com 78 anos, Cláudio Torres anda a escavar Mértola desde 1976. O arqueólogo instalou-se em definitivo com a mulher e as filhas na vila alentejana em 1985. Fundador e director do Campo Arqueológico de Mértola (trabalho que lhe valeu, em 1991, o Prémio Pessoa), é um dos mais conceituados investigadores da civilização islâmica no Mediterrâneo.
Em entrevista à SÁBADO, a propósito da edição 711 (o ano, segundo a História, que marca o início do domínio islâmico na Península Ibérica), o arqueólogo aproveita para desfazer vários mitos das invasões muçulmanas e da reconquista.
Com tantas e tão interessantes informações, decidimos dividir a entrevista em três partes, a publicar hoje e nos próximos dois dias. Na primeira, o arqueólogo aborda o que aconteceu realmente em batalhas como Covadonga e Poitiers (tidas como decisivas para travar o avanço muçulmano), assim como as conquistas de Coimbra e de Lisboa.
Na segunda parte, Cláudio Torres explica como era o actual território português em 711, fala da corrida ao ouro em Mértola e do grande contraste entre as gigantescas e opulentas cidades do sul e as urbes miseráveis como Paris e Londres, feitas de casas de madeira e ruas de lama.
Por fim, o arqueólogo aborda o seu percurso pessoal, as aventuras políticas no PCP, as prisões pela PIDE, a fuga de Portugal para Marrocos num barco a motor, o exílio na Roménia e em Budapeste e ainda o que Portugal poderá fazer para combater os radicais islâmicos do Daesh.
C’était un pays très agréable à vivre, mais les gens étaient tellement paresseux que, lorsque le président leur ordonna de défendre les frontières, ils ne firent rien d’autre que bâiller. Ils furent envahis.
A leur tour, les envahisseurs commencèrent à devenir paresseux et, un jour, lorsque le nouveau président ordonna que les hommes aillent défendre les frontières, tous se mirent à bâiller. Ils furent eux aussi envahis.
Une fois encore, les envahisseurs devinrent rapidement paresseux et, lorsque pour la troisième fois un nouveau président ordonna que les hommes aillent assurer la défense des frontières, tous se mirent à bâiller. Une fois de plus, ils furent envahis. Le pays était de plus en plus peuplé.
Ce phénomène se répéta jusqu’à ce que tous les peuples – même ceux venus de l’autre bout de la terre – aient envahi ce pays, avant d’être envahis à leur tour. Il ne restait plus personne nulle part : tout le monde se pressait dans ce pays agréable.
C’est alors que le nouveau président résolu d’ordonner l’invasion du reste du monde : puisqu’il était complètement vide, le monde était donc à sa merci. Cependant, tous les hommes se mirent à bâiller.
Alors le président (sans rien remarquer) s’avança, seul.
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Gonçalo M. Tavares (Autor)
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UM PAÍS AGRADÁVEL
Era um país muito agradável para viver, mas as pessoas eram tão preguiçosas que, quando o presidente ordenou que defendessem as fronteiras, eles não faziam nada além de bocejar. Eles foram invadidos.
Por sua vez, os invasores começaram a tornar-se preguiçosos, e um dia, quando o novo presidente ordenou que os homens fossem e defendessem as fronteiras, todos começaram a bocejar. Eles também foram invadidos.
Mais uma vez, os invasores rapidamente tornaram-se preguiçosos e, quando, pela terceira vez, um novo presidente ordenou que os homens fossem à defesa das fronteiras, todos começaram a bocejar. Mais uma vez, eles foram invadidos. O país estava cada vez mais povoado.
Este fenômeno foi repetido até que todos os povos – mesmo aqueles do outro lado da terra – invadiram este país, antes de serem invadidos por sua vez. Não havia ninguém em qualquer lugar: todos estavam apressando-se para este país agradável.
Foi então que o novo presidente resolveu ordenar a invasão do resto do mundo: uma vez que estava completamente vazio, o mundo estava, portanto, à sua mercê. No entanto, todos os homens começaram a bocejar.
Então, o presidente (sem nada perceber) avançou sozinho.
Senhora, minha senhora
tenho um segredo pra vós
se me quiserdes ouvir…
Só em lugar recatado
longe de bocas maldosas
vo lo direi à maneira.
Vinde comigo, vos peço
senhora, bela senhora,
tenho um recado pra vós,
prometo dizê-lo a sós
no lençol da laranjeira.
«La expulsión de los moriscos (1894)», de Gabriel Puig Roda.
La expulsión de los cerca de 300.000 moriscos que habitaban en la Península Ibérica fue un duro golpe para muchas regiones españolas. Tal día como hoy de 1609 Felipe III firmó el decreto final
En tiempos de Felipe II, el Papa definió Granada como «la diócesis menos cristiana de toda la Cristiandad». La numerosa población musulmana y su negativa a bautizarse de forma sincera devino en la Guerra de las Alpujarras. La victoria cristiana, en 1571, trajo consigo la deportación general de los 80.000 moriscos granadinos hacia otros lugares de la Corona de Castilla, especialmente hacía Andalucía Occidental y las dos Castillas.La deportación solo era el principio de una tragedia todavía mayor.
“Beleza é um critério e um juizo humano. Desaparecido o sujeito que tem tal critério ou formula tal juizo, o mundo poderia ficar tal qual é, mas como afirmar que, sem o homem, continuaria a ser belo? Belo para quem?”
Arthur Sacek foi convidado pela Elevation Digital Media para projetar uma máquina que construísse um avião de papel e o fizesse voar. O objetivo: rodar um filme publicitário para a divisão aeroespacial da Arrow Electronics.
Em vésperas de eleições da FIFA, agendadas para o dia 26 de fevereiro e altura em que se vai ficar a conhecer o sucessor de Joseph Blatter, chega às livrarias portuguesas FIFA Nostra, o novo livro do jornalista Luís Aguilar.
Este livro, que está disponível nas livrarias a partir de 19 de fevereiro, faz uma viagem impressionante pelo submundo da corrupção e dos milhões que fizeram estalar o escândalo na FIFA. «O princípio do fim acontece às seis da manhã de 27 de maio. Este é o dia em que a FIFA começa a mudar. Este é o dia em que alguns dirigentes do organismo são acordados pela polícia», recorda Luís Aguilar no seu livro, no qual traça um perfil dos dirigentes, ex-dirigentes e parceiros da FIFA acusados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares.
Mas FIFA Nostra vai mais além. Descortina as manobras de bastidores no seio daquela organização, que o próprio Blatter apelidou de «família do futebol», levando às comparações com a máfia italiana com ramificações mundiais conhecida como Cosa Nostra. O antigo assessor de Blatter, Guido Tognoni, chegou a afirmar que «a FIFA trabalha como uma pequena máfia em que todos os problemas são resolvidos dentro da família».
Rómulo de Carvalho / António Gedeão nasceu a 24 de Novembro de 1906.
Também se comemora hoje, 24 de Novembro, o DIA NACIONAL DA CULTURA CIENTÍFICA instituído em 1996 em sua homenagem, pelo Ministério da Ciência e da Educação.
Quase todo o espólio da sua vastíssima obra pode ser consultado pelo público em geral na Biblioteca Nacional de Portugal em Lisboa.
Com uma linguagem realista que descreve sem nenhum disfarce não só o mundo cão das favelas cariocas como as histórias de algumas das muitas vidas desfeitas pelo turbilhão produzido pela intervenção militar na vida constitucional do País em 1964, Helio Brasil contempla o leitor em Pentagrama acidental (Rio de Janeiro, Ponteio, 2014) com cinco novelas bem estruturadas e arquitetadas, não fosse ele um experiente arquiteto e urbanista, além de professor universitário com vasto currículo e experiência.
No posfácio que escreveu para este livro, o também professor Ivan Cavalcanti Proença, mestre e doutor em Literatura Brasileira, autor de obras clássicas como A ideologia do cordel, Futebol e palavra e O poeta do eu, este último sobre o poeta Augusto dos Anjos (1884-1914), diz que Helio Brasil é, hoje, um dos mais importantes ficcionistas brasileiros, embora não seja dado a procurar a divulgação de seu trabalho na mídia nem frequentar a roda-viva oficial dos intelectuais.
“Seus livros, inclusive o artesanal texto-memória, recente, sobre a infância em São Cristóvão, constituem prova de seriedade intelectual, competência e extrema lucidez na seleção de temas que compõem sua obra”, diz.
Proença aponta a novela “Corte e costura” como o carro-chefe do volume, incluindo-a entre os textos mais significativos da contemporânea ficção brasileira. De fato, poucos ficcionistas hoje no Brasil teriam tanta habilidade verbal e gênio para produzir uma narrativa tão realista como esta, sem perder o compromisso com o fazer literário, tornando os seus personagens figuras inesquecíveis para o leitor.
A novela conta a história de um casal separado pelas consequências nefastas do golpe militar, que tanta infelicidade trouxe para muitas famílias brasileiras. Loreta, 20 anos, dona de casa que fazia da atividade como costureira um meio para reforçar o orçamento doméstico, vivia no Rio de Janeiro com Erasmo, jovem professor universitário, que, de repente, envolvido nas malhas do movimento de resistência pelas armas ao regime militar (1964-1985).
A Europa anda atarantada. Como na “Viagem ao Centro da Terra” de Verne, a temperatura aumenta e bússola está completamente enlouquecida. Os ventos sopram fora de controle. De norte a sul, de este a oeste, as opiniões saltitam entre a compaixão e a repulsa, o medo e o remorso. Viktor Orbán, o húngaro musculado com lugar em Bruxelas, não tem dúvidas. “Estão a invadir-nos. Não estão apenas a bater à porta, estão a deitar a porta abaixo. A Hungria e toda a Europa estão em perigo.” A estas palavras, Giovanni Drago, o herói de “O Deserto dos Tártaros”, esse maravilhoso romance de Dino Buzzati, teria decerto despertado da sua letargia, o inimigo finalmente chegado à Fortaleza. Algo de semelhante se diga para Aldo, o jovem aristocrata de Orsenna que parte para o mar das Sirtes, destacado para a fronteira que separa Orsenna do Farguestão, Estados rivais marcados por uma guerra surda de três séculos que ele irá de novo despertar, segundo se conta nesse livro parente da obra de Buzzati, “A Costa das Sirtes”, de Julien Gracq. E poder-se-ia acrescentar Ivo Andrié, o Nobel bósnio que nos faz regressar ao século XVI, aos Balcãs, aí onde o grão-vizir Mehmet – Paxá decide erigir uma ponte sobre o rio Drina que liga até hoje as duas margens, ponto de partida do épico do mesmo nome (“A Ponte Sobre o Drina”).
Poucos jornalistas são tão populares como José Hamilton Ribeiro (1935), já que há três décadas é visto pelo menos todas as manhãs de domingo às voltas com reportagens no programa Globo Rural, da TV Globo. Mas é ao mesmo tempo não só o jornalista brasileiro que mais Prêmios Esso acumulou, sete ao todo, como uma unanimidade entre os seus colegas, que o consideram uma referência profissional e um exemplo de ética na carreira e na vida particular.
Conhecer melhor essa trajetória é a oportunidade que oferece o livro O jornalista mais premiado do Brasil: a vida e as histórias do repórter José Hamilton Ribeiro (Secretaria Municipal de Cultura de Araçatuba-SP/Eko Gráfica, 2015), de Arnon Gomes, com prefácio de Sérgio Dávila, editor-executivo da Folha de S. Paulo. Inicialmente trabalho de conclusão de curso (TCC) em Jornalismo apresentado à Universidade Santa Cecília (Unisanta), de Santos-SP, em 2004, este livro foi reescrito pelo menos duas vezes por seu autor, o que demonstra a sua preocupação com o estilo e a apuração da informação.
II
Mestre consumado da reportagem, que influenciou gerações de profissionais com textos que marcaram época, como aqueles produzidos para a revista Realidade como correspondente na Guerra do Vietnã (1965-1975), da qual saiu mutilado, ao pisar numa mina, José Hamilton Ribeiro está em atividade desde a década de 1950, quando deixou Santa Rosa do Viterbo, cidade do Interior paulista, na região de Ribeirão Preto, perto da divisa com Minas Gerais, para estudar Jornalismo em
São Paulo na Faculdade Cásper Líbero, inaugurada em 1947 e até então a única do gênero no País. Ainda estudante, começou a trabalhar na Rádio Bandeirantes escrevendo notícias para leitura por um locutor durante a madrugada.
Lá se foi o Manoel de Oliveira, quase trinta anos depois do que seria “normal”. Talvez com ele tenha partido o melhor do que o Porto é: rude e genuíno, sofisticado mas popular. Um aristocrata do pé descalço e dos grandes salões, um Homem da melhor cepa que Portugal cultivou.
Inclino-me perante esta figura que partiu serenamente, que além de tudo o mais fez o que gostava e viveu tão intensamente quanto amava.
Não serei o especialista mais adequado para analisar a sua obra e os vários mundos em que viveu. Que aliás me marcaram muito. Mas foi sempre acima dos outros, em cada uma das suas épocas, em cada momento da sua longuíssima vida. Até ao fim.
Paz à sua alma, que mereceu bem a tranquilidade com que partiu, em contraste com os horizontes estéticos que se atreveu a romper e que retratou como ninguém. Apenas Manoel, mas tão grande!
António Ribeiro, jornalista (retirado do Facebook)
Filipe Morato Gomes define-se como uma espécie de viajante profissional.
Tenho, atualmente, 43 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, estive em quase 100 países e estou certo de que essa experiência pode ser útil para os que, como tu, querem também descobrir o mundo. Estejas a dar os primeiros passos ou a desbravar novas e mais desafiantes geografias.
Quero, especialmente, inspirar-te.
A escrita da Claudia Clemente tem essa plenitude de quem pode correr todos os riscos e lançar-se em estruturas narrativas complexas. De quem sabe que o ritmo de um texto não depende da cronologia dos acontecimentos. Conquistar o leitor com temas por demais batidos – como a própria autora reconhece ao invocar Eça de Queiroz-, e fazê-lo com uma elegância e um nível de dissimulação que tudo transforma numa nova história, preso que ficamos à sua forma inovadora de a contar. Não é possível não se render a esta escrita.
Dom Quixote visita propriedade de Vincent van Gogh — Colagem de Vicente Freitas
Amigo Francisco: Lendo seu monólogo, ou melhor, seu diálogo consigo mesmo, sobre lição de cavalaria, me senti, de repente, encantado, ou seja, de início, achei mesmo que eu não passava de um cavalo, depois estive meditando, e, como cavalo não medita, acho, cheguei à conclusão que sou, no mínimo, um centauro; afinal, todos nós temos um pouco de centauro, não é mesmo?
E já que estamos comemorando os quatrocentos anos do D. Quixote. E como D. Quixote é, na verdade, um centauro, pois não existe D. Quixote sem parte de homem e parte de cavalo, assim como não existe D. Quixote sem Sancho Pança. Mas antes da personagem genial de Cervantes vamos matutar um pouco sobre os centauros…
Na mitologia grega, eram eles a personificação das forças naturais. Centauro era um animal fabuloso que habitava as planícies da Arcádia e da Tessália. Seu mito foi, possivelmente, inspirado nas tribos semi-selvagens das zonas agrestes da Grécia. Segundo a lenda, era filho de Ixíon e de Nefele, deusa das nuvens, ou então de Apolo e Hebe. A estória mitológica dos centauros está quase sempre associada a episódios de barbárie. Convidados para o casamento de Pirito, rei dos lápitas, os centauros, enlouquecidos pelo vinho, tentaram raptar a noiva, desencadeando-se ali uma terrível batalha. O episódio está retratado nos frisos do Partenon e foi um motivo freqüente nas obras de arte pagãs e renascentistas. Os centauros também teriam lutado contra Hércules que os teria expulsado do cabo Mália. Contudo, nem todos os centauros apareciam caracterizados como selvagens. Um deles, Quirão, foi instrutor e professor de Aquiles, Heráclito, Jasão e outros heróis, entre os quais Esculápio. Entretanto, enquanto grupo, foram eles notórias personificações da violência, como se vê em Sófocles. Continuar a ler →
Investigadores de Australia declaran que los fotones pueden moverse a través del tiempo. Físicos simulan el envío de partículas de luz cuántica al pasado por primera vez en la historia.
Un grupo de investigadores de la Universidad de Queensland, en Australia, simularon cómo dos fotones viajando en el tiempo interactúan, lo que sugiere que podría ser posible saltar a través del tiempo al menos a nivel cuántico, informa ‘DailyMail’.
El estudio, dirigido por el estudiante de doctorado Martin Ringbauer, utilizó fotones, partículas individuales de luz, para simular las partículas cuánticas que viajan a través del tiempo. En la simulación, el equipo de investigación examinó dos posibles resultados de un experimento con un fotón viajando en el tiempo.
El ‘fotón uno’ viajaría a través de un agujero de gusano (también conocido como puente de Einstein-Rosen) hacia el pasado e interactuaría con su versión anterior. El ‘fotón dos’ viaja a través del espacio-tiempo normal, pero interactúa con un fotón que se ha quedado atascado en un bucle de tiempo de un agujero de gusano, conocido como curva cerrada de tipo tiempo.
La simulación del comportamiento del ‘fotón dos’ permitió investigar el comportamiento del ‘fotón uno’ y los resultados revelaron que el viaje en el tiempo podría ser posible en un nivel cuántico.
Sin embargo, se desconoce si esta misma simulación podría demostrar la posibilidad de viajar en el tiempo de partículas más grandes o grupos de partículas como átomos, indica la revista científica ‘The Speaker’.