RÓMULO DE CARVALHO / ANTÓNIO GEDEÃO por Cristina Carvalho

Romulo de CarvalhoRómulo de Carvalho / António Gedeão nasceu a 24 de Novembro de 1906.

Também se comemora hoje, 24 de Novembro, o DIA NACIONAL DA CULTURA CIENTÍFICA instituído em 1996 em sua homenagem, pelo Ministério da Ciência e da Educação.

Quase todo o espólio da sua vastíssima obra pode ser consultado pelo público em geral na Biblioteca Nacional de Portugal em Lisboa.

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Rómulo de Carvalho e Seu Amigo António Gedeão

Documentário realizado em 1996 sobre o professor de química e também poeta – Rómulo de Carvalho / António Gedeão – realizado por altura do seu 90º aniversário.

Nascido em Lisboa, no Bairro da Sé, Rómulo de Carvalho fez o curso de Físico-Químicas na Faculdade de Ciências do Porto e foi depois professor do ensino secundário nos Liceus Camões e Pedro Nunes.

Divulgador da ciência, só tardiamente publicou o seu primeiro livro de poesia, mas alguns poemas atingiram grande notoriedade, nomeadamente “Pedra Filosofal”, “Lágrima de Preta” e “Calçada de Carriche”.

Quarta-feira, 19 de fevereiro, às 21:30, na RTP Memória ou quando quiser no RTP Play

Poesia – considerações de Cristina Carvalho

Que não é estado de espírito; que não é necessidade; nem intempérie de amor, nem rumor ou piedade, nem doença nem saudade.

Não é, certamente, um acumular de palavras num esforço patético de dar voz aos amores e dar voz a coisa nenhuma.

A poesia, o texto poético nasce da vida e acompanha a vida numa união imperceptível que se adensa na progressão infinita, que se espraia e se entende e purifica e anima e constrói. É uma arte. E como toda a arte tem uma linguagem que permite tudo, sempre. As obras e os atos do homem ou se condenam ou se purificam e a poesia ou os eleva ou os atinge.
Um livro de poemas não é algo que se devore instantaneamente. O leitor recebe a poesia preparado para a receber. Não porque um poeta seja uma pessoa diferente das outras. A poesia é que é uma arte distinta, é uma arte de palavras e nada tão difícil de saborear como uma palavra nascida e escrita e alinhada que pretende dizer sobre a alma, sobre a vida, sobre os Homens. A poesia pode dizer tudo o que quiser. Pode ser lamacenta ou transparente, vertigem ou luz do luar.

(Este texto está incluído no livro Rómulo de Carvalho/António Gedeão – Biografia)

Leia a recensão no Acrítico – leituras dispersas.

O Príncipe Perfeito – Rómulo de Carvalho / António Gedeão

Hoje, dia 24 de Novembro, faz anos que nasceu Rómulo de Carvalho. Pela sua contribuição como pedagogo e divulgador da ciência comemora-se  o Dia Nacional da Cultura Científica.

Existem homens que são maiores do que o seu tempo e por isso lhes foi reservado a eternidade. Permanecem, lá onde os podemos rever: na sua obra, na sua integridade e no seu exemplo de vida. …não existe a ausência nem a distância. Nem saudade. Existe vida. Estão vivos na nossa memória e na forma como entendemos o mundo, a história, a ciência e a arte. Na humanidade acontecem homens assim, mas são raros.

A Rómulo de Carvalho aconteceu-lhe ser um desses homens, …foi um eclético da ciência. Foi, realmente, um Homem do Renascimento e bem ficou demonstrado através de todas as inúmeras e diversificadas atividades e que, para mim, constituem uma interrogação, uma grande interrogação: como é que uma pessoa desenvolve, ainda que num longo percurso de vida, tanta, tanta produção com tão diferentes interesses que vão desde a sua paixão – o dedicado ensino – à divulgação da ciência, à investigação da História de Portugal, à fotografia, à construção de móveis de madeira, à poesia, à escrita de dezenas e dezenas de obras.

Estas citações pertencem à biografia escrita por Cristina Carvalho, Rómulo de Carvalho / António Gedeão – Príncipe Perfeito.

Uma leitura que recomendo vivamente. Este livro faz parte do Plano Nacional de Leitura para a leitura acompanhada no Secundário.

Leia mais no Acrítico – leituras dispersas.

Dia Nacional da Cultura Cientifica

 

Assinala-se a 24 de Novembro o Dia Nacional da Cultura Científica, em homenagem a Rómulo de Carvalho: professor, metodólogo, investigador, e autor de manuais escolares, de livros de divulgação científica e de poesia, estes últimos sob o pseudónimo de António Gedeão. Segundo as palavras de Mariano Gago, no jornal “Público” de 24 de Novembro de 1996, ano em que foi instituído, este dia deverá ser «momento privilegiado, todos os anos, de balanço, de reflexão e de acção sobre o papel do conhecimento no nosso futuro».

O Observatório do Mar dos Açores não poderia deixar de, uma vez mais, associar-se às celebrações deste dia. Assim, em parceria com a Escola Secundária Manuel de Arriaga (ESMA) e o Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores (DOP/UAç), será apresentado no dia 22 de Novembro o documentário “José Bonifácio”, realizado por Francisco Manso, que aborda a história da Ciência e da Política, no início do século XIX. Terão lugar duas sessões: a primeira às 10:15h, na ESMA, e a segunda às 18:30 no auditório do DOP/UAÇ.

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Rómulo de Carvalho/António Gedeão – Príncipe Perfeito

Existem homens que são maiores do que o seu tempo e por isso lhes foi reservado a eternidade. Permanecem, lá onde os podemos rever: na sua obra, na sua integridade e no seu exemplo de vida. “…não existe a ausência nem a distância. Nem saudade. Existe vida.” Estão vivos na nossa memória e na forma como entendemos o mundo, a história, a ciência e a arte. Na humanidade acontecem homens assim, mas são raros.

Esta não é uma biografia escrita de uma forma convencional, um conjunto de eventos enumerados por ordem cronológica ou alinhados pela sua relevância. Um objecto de estudo. Esta é uma biografia escrita por quem arrisca, quem arrisca tudo e muito, sem perder a noção do lado simples da vida: “Eu percebo-o. Não porque tenha o mesmo pensamento, mas porque o percebo. Apenas.”

Não existem obras definitivas. Esta biografía escrita por Cristina Carvalho, como é característico da autora, vai para além do cânon imposto a este género literário. Funde, numa dimensão única, a ficção com a memória, o sonho com a vida e celebra a profunda admiração e o amor por esse homem ímpar que também aconteceu ser seu pai.

(ler mais no Acrítico)