O SILÊNCIO DE AUSCHTWIZ-BIRKENAU | Ivo Filipe de Almeida

Por mais fotos que se façam dos testemunhos de horror que o viajante encontra numa visita a este célebre campo de concentração nazi, não existe mais intensa experiência do que sentir aquele silêncio. Um silêncio cheio de ausentes-presentes.

Nem os pássaros cantam em Auschtwiz, ainda medrosos dos gritos, das lágrimas, do martírio de tantos milhões de inocentes, sacrificados por gente hedionda. Quem ali entrar, deixa de acreditar em Deus. Não pode ter concebido monstros tão ignóbeis tão longe da humanidade. Porém, é o silêncio que nos devolve a ideia de Deus. Aquele estranho e infinito silêncio feito de pranto, lágrimas, dor, e tanto sofrimento que se torna lição sobre a crueldade e chegam-me aos ouvidos as palavras de Hemingway, ao ouvir um sino longínquo, ‘não perguntes por quem os sinos dobram. Eles dobram por ti’

ivo

Retirado do Facebook | Mural de Ivo Filipe de Almeida

“Aquele que mais lambe o patrão é o mais agressivo com a faxineira” | Leandro Karnal

Leandro Karnal (São Leopoldo, 1º de fevereiro de 1963) é um historiador brasileiro, atualmente professor da UNICAMP na área de História da América. Foi também curador de diversas exposições, como A Escrita da Memória, em São Paulo, tendo colaborado ainda na elaboração curatorial de museus, como o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo.

Graduado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos e doutor pela Universidade de São Paulo, Karnal tem publicações sobre o ensino de História, bem como sobre História da América e História das Religiões.

Neste trecho de uma palestra, o professor fala da tirania e sobre a religião que surge para “tornar suportável o insuportável”. Discorre ainda sobre a cascata de tirania de que se vale o tirano para estelecer-se.

Vejamos:

Visegrad Group (V4) – Poland, the Czech Republic, Slovakia, and Hungary | “no refugees, no money”

04_ultimatumAs the European Commission is currently reviewing the EU budget, the Greek and Italian Prime Ministers have warned the Visegrad Group (V4) – Poland, the Czech Republic, Slovakia, and Hungary – that they will veto their access to structural funds.

Athens and Rome demand the V4 group to comply with the European Commission’s mandatory refugee relocation plan put forward a year ago.

The plan envisages the relocation of 160,000 asylum seekers from Greece and Italy across the bloc. The European Commissioner for Migration, Dimitris Avramopoulos, told the Polish Rzeczpospolita on Thursday that the European Commission remains committed to the plan.

From Athens, the Prime Minister Alexis Tsipras said on Thursday that “if a member state does not want to adhere to the agreement, it will be a good idea to cut – or at least limit – it’s funding from Brussels.”

Speaking to Italy’s public broadcaster, RAI1, on Tuesday, Matteo Renzi said he would veto EU funds to countries that refuse to comply with the mandatory relocation plan. “We give 20 billion (euros) to Europe so that we can get back 12 — and if Hungary, the Czech Republic, and Slovakia want to preach at us about immigrants, allow Italy to say that the system is no longer working.”

“If you build walls against immigrants, you can forget about seeing Italian money. If the immigrants don’t go there, the money won’t go there either,” Renzi clarified.

The European Commission requested from Italy “clarifications” on its 2017 budget. Italy responded that it will have a higher budget deficit this year to meet the cost of refugees from arriving in Italy via the Mediterranean from North Africa. Up until October 2016 Italy had received 155,000 refugees.

Adonis [Ali Ahmad Said Esber] | Poeta Sírio | in revista do jornal “Expresso”

adonisTambém escreveu muita poesia das ruínas. Poemas sobre Beirute, sobre a cidade como inferno. Cidades onde a guerra e a violência são uma constante.

Isso está ligado também ao monoteísmo. A visão monoteísta do mundo deformou as relações do homem com o homem, do homem com a natureza, do homem com o além da natureza. Deformou tudo. O monoteísmo colonizou o nosso cérebri e não podemos ver a realidade do universo se não nos libertarmos desse fechamento do mono teísmo. É esse actualmente o nosso grande problema, não apenas no mundo árabe mas também no mundo ocidental.

A certa altura diz que o nosso tempo “não sabe ler senão o livro do assassínio”.

Não posso imaginar que o ser humano, que foi criado à imagem de Deus, seja selvagem, e mais selvagem do que os animais selvagens. Mesmo o animal selvagem só mata os outros animais para se alimentar, mas um ser humano mata outro ser humano por maldade.

Essa desumanidade não o desencorajou?

Não, eu acredito no ser humano, acredito no Homem. Mas as culturas monoteístas tornaram-se prisões contra a alegria, contra o corpo, contra a criatividade, contra tudo. O grande combate intelectual do mundo é saber como ultrapassar o monoteísmo e a sua cultura. É esse o nosso problema comum.

http://expresso.sapo.pt

Os “lambe-cus” | Elísio Estanque | in “Jornal Público”

ee_ri1(…) Mas a sua verdadeira recompensa está no próprio ato de lamber. Sem essa prática, constante e repetida, a sua existência não tem qualquer sentido. Eles são a contraparte da vontade de bajulação de personagens “importantes” cujos enormes umbigos – e as lambidelas diárias – os fazem sentir-se muito mais importantes do que realmente são.

No Portugal antigo, nos tempos da sociedade rural e do paroquialismo, era a “graxa” que dava “lustro” aos mais poderosos. Mais tarde surgiram os “lambe-botas”; e atualmente, é o tempo dos “lambe-cus”. A espécie não é obviamente um exclusivo do “habitat” lusitano. Mas não tenho dúvidas de que por cá ela germinou, floresceu e hoje multiplica-se a olhos vistos. Isto porque aqui encontra as condições ideais para a sua multiplicação. Os atuais lambe-cus são descendentes dos “lambe-botas”. Não deixa, no entanto, de ser curioso, e aparentemente paradoxal, que os lambe-botas (os pais dos lambe-cus) tenham sido tão combatidos, quase exterminados, com a restauração da democracia, e depois ressurgiram tão vigorosamente. À medida que o regime democrático se foi acomodando às suas rotinas burocráticas e, posteriormente, começou a ser corroído por dentro, eles brotaram das entranhas e estão agora por todo o lado. Digamos que a corrosão da democracia está em correspondência direta com o aumento dos lambe-cus. Porque será que isto ocorre e porque será que o país se tornou um “viveiro” tão fértil para esta espécie?

Continuar a ler

Leonard Cohen | If It Be Your Will

“If It Be Your Will”

If it be your will
That I speak no more
And my voice be still
As it was before
I will speak no more
I shall abide until
I am spoken for
If it be your will
If it be your will
That a voice be true
From this broken hill
I will sing to you
From this broken hill
All your praises they shall ring
If it be your will
To let me sing
From this broken hill
All your praises they shall ring
If it be your will
To let me sing

If it be your will
If there is a choice
Let the rivers fill
Let the hills rejoice
Let your mercy spill
On all these burning hearts in hell
If it be your will
To make us well

And draw us near
And bind us tight
All your children here
In their rags of light
In our rags of light
All dressed to kill
And end this night
If it be your will

If it be your will.

Leonard Cohen | The Partisan

From 1969 album Songs from a room set to images from the Spanish Civil War and World War II

“The Partisan”

When they poured across the border
I was cautioned to surrender,
this I could not do;
I took my gun and vanished.
I have changed my name so often,
I’ve lost my wife and children
but I have many friends,
and some of them are with me.

An old woman gave us shelter,
kept us hidden in the garret,
then the soldiers came;
she died without a whisper.

There were three of us this morning
I’m the only one this evening
but I must go on;
the frontiers are my prison.

Oh, the wind, the wind is blowing,
through the graves the wind is blowing,
freedom soon will come;
then we’ll come from the shadows.

Les Allemands étaient chez moi (The Germans were at my home)
ils m’ont dit “Résigne-toi” (They said, “Surrender,”)
mais je n’ai pas pu (this I could not do)
j’ai repris mon arme (I took my weapon again)

J’ai changé cent fois de nom (I have changed names a hundred times)
j’ai perdu femme et enfants (I have lost wife and children)
mais j’ai tant d’amis (But I have so many friends)
j’ai la France entière (I have all of France)

Un vieil homme dans un grenier (An old man, in an attic)
pour la nuit nous a cachés (Hid us for the night)
les Allemands l’ont pris (The Germans captured him)
il est mort sans surprise (He died without surprise)

Oh, the wind, the wind is blowing,
through the graves the wind is blowing,
freedom soon will come;
then we’ll come from the shadows.

Joan Baez | The Partisan

They poured across the borders
We were cautioned to surrender
This I could not do
Into the hills I vanished

No one ever asks me
Who I am or where I’m going
But those of you who know
You cover up my footprints

I have changed my name so often
I have lost my wife and children
But I have many friends
And some of them are with me

An old woman gave us shelter
Kept us hidden in a garrett
And then the soldiers came
She died without a whisper

There were three of us this morning
And I’m the only one this ev’ning
Still I must go on
Frontiers are my prison

Oh the winds, the winds are blowing
Thru the graves the winds are blowing
Freedom soon will come!
Then we’ll come from the shadow.

É aqui que nos encontramos | DiEM25

diem-25-200Estamos a construir em conjunto um movimento para democratizar a EU. Para o fazer de forma correta precisamos de partilhar informação de forma eficiente entre nós e assegurar que os membros estão no coração da tomada de decisão DiEM25.

Assim, tomámos recentemente algumas medidas para melhorar estas áreas que queremos partilhar contigo. Aqui está o que fizémos:

Demos início à primeira de muitas consultas aos membros para definir a nossa posição quanto a assuntos em específico.

O DiEM25 forma as suas posições políticas como um coletivo. Assim sendo, paralelamente à elaboração da nossa Agenda Progressista para a Europa juntamente com os nossos membros, a semana passada tivemos a nossa primeira consulta a todos os membros para decidir o lado que vamos apoiar nesta situação em específico. O tema foi s o referendo Italiano e 84.54% de vocês votou que o DiEM deverá apoiar o “Não”. Assim, esta torna-se agora a posição pela qual vamos fazer campanha em Itália e internacionalmente.

E na próxima semana iremos pedir aos membros para votar de forma a definir onde é que o nosso movimento se vai situar quanto a trazer conclusões progressistas em relação ao pós-Brexit no Reino Unido. Fiquem atentos.

Lançámos as “Notícias CED” para mostrar o que DiEM25 tem feito a um nível local.

Já sabes que o DiEM25 tem uma rede de coletivos locais (CEDs) crescente na EU com mais de 100 grupos e contando as mulheres e homens que trabalham para confrontar oEstablishment a partir da base para o topo. Mas as pessoas nestes CEDs e o que os coletivos estão a fazer, por vezes não recebem muito tempo de antena.

É por isso que lançámos o “ CED Notícias “ uma nova seção no nosso site que dá destaque ao trabalho incrível das pessoas entusiasmadas do DiEM25. A nossa primeira edição do CED Notícias contem entrevistas com os nossos coletivos de Amesterdão, Barcelona e Boémia do Sul escritas pelo Editor do CED Notícias Reto Thumiger. Confere aqui!

Começámos a publicar sumários das discussões do nosso Coletivo Coordenador

O nosso recém-formado Coletivo Coordenador reúne-se semanalmente através de teleconferência para decidir os próximos passos. Para que, enquanto membro, consigas estar atualizado quanto ao que foi debatido, começámos a publicar sumários destas conferências numa página dedicada a isto na nossa secção de Membros.

***

Em que é achas que o DiEM25 deve focar a sua atenção? 

Sempre dissemos que o nosso objetivo é o de agitar a Europa – gentilmente mas de forma firme. Para este fim estamos a planear uma série de eventos de maior dimensão nos próximos meses, com especial atenção às várias eleições nacionais a ter lugar em 2017 (mais informação sobre isto será brevemente divulgada)

Entretanto, também precisamos de nos focar nas campanhas em ação – as batalhas distintas que estão a abrir possibilidades para o nosso esforço de desobediência construtiva! E é aqui que precisamos da tua ajuda.

Quais são as ações e campanhas que o DiEM25 pode começar ou apoiar na tua comunidade? Responde a este email e diz-nos. Poderemos não ser capazes de cobrir tudo o que aparecer mas faremos o nosso melhor!

Carpe DiEM!

Luis Martín
Coordenador de Comunicação

PS – As candidaturas para o primeiro CV (Conselho de Validação) continuam abertas até à meia-noite de Terça-feira, 1 de Novembro. Se queres fazer parte do primeiro CV, candidata-te !

Poema | Blowin’ In The Wind | Bob Dylan

“Blowin’ In The Wind”

How many roads must a man walk down
Before you call him a man?
How many seas must a white dove sail
Before she sleeps in the sand?
Yes, and how many times must the cannon balls fly
Before they’re forever banned?

The answer, my friend, is blowin’ in the wind
The answer is blowin’ in the wind.

Yes, and how many years can a mountain exist
Before it is washed to the sea?
Yes, and how many years can some people exist
Before they’re allowed to be free?
Yes, and how many times can a man turn his head
And pretend that he just doesn’t see?

The answer, my friend, is blowin’ in the wind
The answer is blowin’ in the wind.

Yes, and how many times must a man look up
Before he can see the sky?
Yes, and how many ears must one man have
Before he can hear people cry?
Yes, and how many deaths will it take ‘til he knows
That too many people have died?

The answer, my friend, is blowin’ in the wind
The answer is blowin’ in the wind.

A tragédia dentro da própria tragédia | Inês Salvador

Ines Salvador -200A tragédia dentro da própria tragédia: casais às compras que se tratam por “mor”

– Mor, ó mor, vais ali pesar as cenouras?
– Porra, mor, ’tás aí há meia hora a escolher cenouras!
– Pá, mor, ´tava a ver as meloas…
– Também queres que pese as meloas, mor?
– Não sei, mor, olhó abacaxi… Também ’tá bom…
– Mor, decide-te, ’tou com fome, quero ir jantar!

 Por Mor de Deus!

Retirado do Facebook | Mural de Inês Salvador

Eira do Choane | Minde | Pintura de Tiago Madeira Martins

Uma memória ligada à casa que tem este nome (Casa da Memória). Trata-se de um quadro de Tiago Madeira Martins a evocar o descarolamento do milho com a máquina do António Carrada (Lera) na eira do Choane, situada em Minde, frente da actual sede da Junta de Freguesia.

eira

Retirado do Facebook | Mural Casa da Memória

Quem aprendeu a gostar, então não gostou | Inês Salvador

salvador-200Leio por aqui posts “do coração” que me criam imensa perplexidade. Por exemplo, aconteceu a coisa certa com a pessoa errada. Isto quer dizer o quê? Que afinal o bacalhau era pescada? Ora, isto não é possível. O bacalhau ou é ou não é bacalhau. Ah, e tal, amo bacalhau à Brás, mas ando a comê-lo como  pescada. E, igualmente complexo, aconteceu a coisa errada com a pessoa certa. Amo bacalhau à Brás, mas ando a comê-lo à Gomes de Sá. Ora, vejamos isto com alguma pedagogia e pragmatismo, bacalhau à Brás é bacalhau à Brás, e, neste sentido, o bacalhau é à Brás e é bacalhau. E, depois, para remediar os azares gastronómicos, dizem que aprendem a gostar. Aprendem a gostar? Aprende-se gostar? Oh que tristeza! Do gostar, ou se gosta ou não se gosta! Mas há meio termo na esmagadora avalanche do se gostar? Um processo de aprendizagem? Uma alfabetização do sentimento? Hoje é a letra “q”, e o que é que aprendemos hoje? O quá-quá do gostar, que é gostar como os patinhos. Um gostar pequenino de bico amarelinho. Oh intrépidas e fulminantes existências! Oh que arrebatamento! Quem gosta do bacalhau, vai à Brás, à Gomes de Sá, à Zé do Pipo e o que o receituário aguentar. E não me macem com aprendizagens. Quem aprendeu a gostar, então não gostou. Foi mais o sento-me já aqui, que não sei se a carruagem da frente já vem cheia. E o que surpreende é isto num país de fadistas, de “olhos rasinhos de água”, que “por uma lágrima tua me mataria”. Opá, ou o fado ou comprar uma bimby, passar pela vida como um irlandês passa por Albufeira, e lá ficar fora de pé, é que só pode ser pior que a crise. Digo eu, sei lá.

Retirado do Facebook | Mural de Inês Salvador

Les Cabaret Capricho | FÁBRICA DE CULTURA em MINDE | 21 de Outubro

Na próxima Sexta-Feira (21 OUT) pelas 21.30h, a CPM vai promover mais uma excelente noite na FÁBRICA DE CULTURA em MINDE.
Um serão de arte circence e dança com performances e participação das companhias mexicanas “LES CABARET CAPRICHO e OME.

É o último espectáculo da companhia “Les Cabaret Capricho” na longa tornée na Europa e Ásia, e será destinado a Adultos e Crianças.

No After Hours, dois DJs animarão a noite com MÚSICA LATINA Para Pais, Filhos e Avós…. A NÃO PERDER!!!

ENTRADAS : Adultos – 2,5€ | Crianças até 10 anos – GRÁTIS

mexico

DiEM25 | Qual deverá ser a nossa posição relativamente ao referendo na Itália?

diem25.2Enquanto estamos a desenvolver em conjunto a nossa vital Agenda Progressista para a Europa, a política da UE continua a tremer, à medida que os poderes instalados tropeçam de crise em crise.

4 de Dezembro será o próximo momento crucial. Os cidadãos italianos votarão num referendo para alterar a Constituição do seu país, algo que terá um impacto europeu muito claro.

No Colectivo Coordenador (CC), temos recebido inúmeros pedidos dos nossos membros para que o DiEM25 tome uma posição sobre se a alteração proposta deve passar, e se deverá fazer campanha para ela!

Uma vasta maioria dos membros e CED’s de Itália têm recomendado um voto no “Não”, e o nosso CC acredita também que a posição do “Não” é mais forte. No entanto, em linha com o objetivo final do nosso movimento para democratizar a tomada de decisões na UE, bem como com a essência pan-europeia de DiEM25, pedimos aos nossos membros em toda a União para votarem em que lado devemos estar: “sim” ou “não”.

Porquê votar “Não”?

Se a emenda passar, ela irá dificultar o processo democrático em Itália. Haverá uma maior concentração de poder nas mãos do governo italiano, reduzindo o papel do Parlamento, e diminuindo a pluralidade, garantindo uma maioria absoluta ao partido com a maioria dos votos. Além disso, a emenda reduzirá o poder das regiões, prejudicando a autonomia local.

Mas de forma mais geral, a emenda seria ainda uma outra expressão da actual demanda da UE para que os governos nacionais fiáveis possam implementar decisões tecnocráticas, sem o incómodo de uma oposição política e discordância organizada. Seria garantir que vamos ver mais do mesmo “Não Há Alternativa”, a retórica que tem caracterizado a postura pós-2008 da UE.

Porquê votar “Sim”?

O Primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, disse que vai renunciar se a emenda for derrotada – o que poderia levar a um período de instabilidade num dos países-chave na Zona Euro. Os defensores do voto no “Sim” também sugerem que a alteração tornará o processo de tomadas de decisão mais rápido e eficiente, bem como reduzir a instabilidade dos governos futuros, garantindo uma maioria absoluta sólida no Parlamento.

Queres mais informações para tomares uma decisão? A LSE tem mais alguns detalhes sobre o que um “Sim” ou um “Não” significaria.

Pronto para votar? Dirige-te à página da votação e faz a tua voz ser ouvida! A votação encontra-se aberta a partir de agora e até à meia-noite de terça-feira, dia 25 de Outubro.
Carpe DiEM!

Luis Martín
Coordenador da Comunicação, em nome do Colectivo Coordenador do DiEM25

PS A partir de agora em diante, publicaremos sumários das discussões semanais do nosso Colectivo Coordenador no nosso site. Já se encontra disponível o sumário do último encontro!

Huitièmes Rencontres euromaghrébines des écrivains | 2 et 3/11 | Argel

nos

NOS PREMIERS ROMANS
Huitièmes Rencontres euromaghrébines des écrivains

Tous les écrivains se souviennent de leur premier roman comme un moment particulier de leur existence, une sorte de saut dans l’inconnu, le début d’une aventure… Les lecteurs aussi retiennent souvent la lecture de leur premier roman avec émotion, ainsi qu’une porte franchie pour entrer dans le vaste univers de la littérature.
Diverse et disparate, la notion de premier roman exerce une certaine fascination autant sur les publics que les professionnels. Elle revient à interroger l’expérience des premières écritures et lectures ainsi que sur le passage éventuel de l’état de lecteur à celui d’auteur.
Depuis plusieurs années maintenant, le premier roman s’est imposé comme une catégorie à part entière du monde de l’édition avec ses révélations, ses succès critiques et populaires et son lot de déconvenues. Il existe même des salons du livre et des prix littéraires entièrement consacrés aux premiers romans.
Il est remarquable que des premiers romans, écrits à l’aube d’une carrière littéraire et rejetés par les éditeurs, soient publiés une fois établie la notoriété de l’écrivain et connaissent en quelque sorte des succès « à retardement ». Dans ce sens, le premier roman nous interpelle aussi sur les rapports entre écriture et édition et sur la relation entre l’écrivain et ce primo-lecteur qu’est l’éditeur.
Comment dévoiler ce rapport exceptionnel, intime et personnel que nous pouvons entretenir ou même entreprendre avec ce premier roman qui nous a marqué, soit en tant que lecteur, soit en tant qu’auteur ?
Les huitièmes rencontres euro-maghrébines des écrivains au 21e Salon International du Livre d’Alger (SILA) vous donnent rendez-vous, les 2 et 3 novembre 2016, à la salle El Djazair du Palais des Expositions (Pins Maritimes, Alger) autour de ce thème passionnant.
Venus d’Algérie, du Maghreb et d’Europe, des écrivains viendront faire part de leurs expériences, raconter les espoirs et les craintes qui ont accompagné leurs premières publications et relater les dessous de ce passage initiatique.
Ils discuteront avec les lecteurs et lectrices présents au SILA pour explorer ce champ particulier et tisser, au fil des confidences littéraires, les cordes solides du dialogue interculturel entre l’Union Européenne et l’Algérie dans le monde du livre.

Eric Clapton | Love In Vain

“Love In Vain”

Well, I followed her to the station
With a suitcase in my hand.
Lord, I followed her to the station
With a suitcase in my hand.
Well, it’s hard to tell, it’s hard to tell,
When all your love’s in vain.
All my love is in vain.

When the train pulled up to the station,
I looked her in the eye.
When the train pulled up to the station,
I looked her in the eye.
I was lonesome, I felt so lonesome,
And I could not help but cry.
All my love is in vain.

Well, the train it left the station
With two lights on behind.
Well, the train it left the station
With two lights on behind.
Well, the blue light was my blues,
The red light was my mind.
All my love is in vain.

Oh oh,
Oh, Willie Mae.
Oh oh oh oh oh,
Oh, Willie Mae.
Oh oh oh oh oh,
Oh vee oh woe.
All my love is in vain.

Bob Dylan | Just Like a Woman

Just Like a Woman
Nobody feels any pain
Tonight as I stand inside the rain
Ev’rybody knows
That Baby’s got new clothes
But lately I see her ribbons and her bows
Have fallen from her curls
She takes just like a woman, yes, she does
She makes love just like a woman, yes, she does
And she aches just like a woman
But she breaks just like a little girl
Queen Mary
She’s my friend
Yes, I believe I’ll go see her again
Nobody has to guess
That Baby can’t be blessed
Till she sees finally that she’s like all the rest
With her fog, her amphetamine and her pearls
She takes just like a woman, yes
She makes love just like a woman, yes, she does
And she aches just like a woman
But she breaks just like a little girl
It was raining from the first
And I was dying there of thirst
So I came in here
And your long-time curse hurts
But what’s worse
Is this pain in here
I can’t stay in here
Ain’t it clear that
I just can’t fit
Yes, I believe it’s time for us to quit
But when we meet again
Introduced as friends
Please don’t let on that you knew me when
I was hungry and it was your world
Ah, you fake just like a woman, yes, you do
You make love just like a woman, yes, you do
Then you ache just like a woman
But you break just like a little girl
Compositores: Bob Dylan
Letras de Just Like a Woman © Bob Dylan Music Co.

Isle of Wight 1970 | Leonard Cohen

Suzanne
Suzanne takes you down to her place near the river
You can hear the boats go by, you can spend the night forever
And you know that she’s half-crazy but that’s why you want to be there
And she feeds you tea and oranges that come all the way from China
And just when you mean to tell her that you have no love to give her
Then he gets you on her wavelength
And she lets the river answer that you’ve always been her lover
And you want to travel with her, and you want to travel blind
And you know that she will trust you
For you’ve touched her perfect body with your mind
And Jesus was a sailor when he walked upon the water
And he spent a long time watching from his lonely wooden tower
And when he knew for certain only drowning men could see him
He said all men will be sailors then until the sea shall free them
But he himself was broken, long before the sky would open
Forsaken, almost human, he sank beneath your wisdom like a stone
And you want to travel with him, and you want to travel blind
And you think you maybe you’ll trust him
For he’s touched your perfect body with her mind
Now, Suzanne takes your hand and she leads you to the river
She’s wearing rags and feathers from Salvation Army counters
And the sun pours down like honey on our lady of the harbor
And she shows you where to look among the garbage and the flowers
There are heroes in the seaweed, there are children in the morning
They are leaning out for love and they wil lean that way forever
While Suzanne holds her mirror
And you want to travel with her, and you want to travel blind
And you know that you can trust her
For she’s touched your perfect body with her mind

O esquecimento como arma política – I | José Pacheco Pereira | in Jornal “Público”

pacheco-pereiraA direita é hoje uma entusiasta do investimento público, do fim da austeridade, de uma baixa generalizada de impostos, em particular para os mais ricos, do acelerar de “reversões” de medidas que ela própria tomou como sendo temporárias no IRS e — espante-se! — pouco entusiasta do controlo do défice e da execução orçamental, coisas “menores” que são obsessão deste Governo.

O esquecimento é uma poderosa arma política que compõe a panóplia de mecanismos orwellianos que são uma parte importante da acção político-mediática dos nossos dias. O esquecimento é muito importante exactamente porque faz parte de um contínuo entre a política e os media dominado por um “jornalismo” sem edição nem mediação centrado no imediato e no entretenimento, com memória abaixo de passarinho. Ele vive hoje dos rumores interpares nas redes sociais, de consultas rudimentares no Google e não se dá ao trabalho sequer de ir ler ou ver como se passaram os eventos sobre os quais escreve e fala, há um ou dois anos. O tempo mediático é cada vez mais curto e isso é uma enorme oportunidade para uma geração de políticos assessorados por “especialistas em comunicação”, agências de manipulação e uma rede de influências no próprio círculo jornalístico, em que cada vez mais existe uma endogamia de formações, de habilidades e ignorância, de meios e métodos, e de confinamento social e cultural.

Continuar a ler

Humor logo pela manhã | Inês Salvador

ines-200Quem são estas pessoas que, ao sábado de manhã, enxameiam o feed de imagens de jogging por campos verdejantes e orvalhados, fitness, work outs e afins em salas de ginásio e vistas de pés cansados à beira mar? Não sabem ficar em casa? Dormir a manhã na cama? Arrastarem-se para o sofá da sala e lá ficar a comer torradas a pingar manteiga? Com franqueza, há gente muito estranha.

Retirado do Facebook | Mural de Inês Salvador

Most of the Time | Bob Dylan

Most of the time
I’m clear focused all around
Most of the time
I can keep both feet on the ground
I can follow the path
I can read the sign
Stay right with it when the road unwinds
I can handle whatever
I stumble upon
I don’t even notice she’s gone
Most of the time.
Most of the time it’s well understood
Most of the time I wouldn’t change it if I could
I can make it all match up
I can hold my own
I can deal with the situation right down to the bone
I can survive and I can endure
And I don’t even think about her
Most of the time.
Most of the time my head is on straight
Most of the time I’m strong enough not to hate
I don’t build up illusion ‘til it makes me sick
I ain’t afraid of confusion no matter how thick
I can smile in the face of mankind
Don’t even remember what her lips felt like on mine
Most of the time.
Most of the time she ain’t even in my mind
I wouldn’t know her if I saw her
She’s that far behind
Most of the time I can even be sure
If she was ever with me
Or if I was ever with her
Most of the time I’m halfway content
Most of the time I know exactly where it went
I don’t cheat on myself I don’t run and hide
Hide from the feelings that are buried inside
I don’t compromise and I don’t pretend
I don’t even care if I ever see her again
Most of the time.

Lettres à Anne (1962-1995) | François Mitterrand

francois

Les lettres de celui qui fut deux fois président de la République nous dévoilent des aspects totalement inconnus d’un homme profondément secret que chacun croyait connaître.

En 1962, un homme politique français de quarante-six ans rencontre à Hossegor, chez ses parents, une jeune fille de dix-neuf ans. La première lettre qu’il lui adresse le 19 octobre 1962 sera suivie de mille deux cent dix-sept autres qui se déploieront, sans jamais perdre de leur intensité, jusqu’en 1995, à la veille de sa mort.
Deux lettres, parmi des centaines, témoignent de la constance de cet amour.
15 novembre 1964 : « Je bénis, ma bien-aimée, ton visage où j’essaie de lire ce que sera ma vie. Je t’ai rencontrée et j’ai tout de suite deviné que j’allais partir pour un grand voyage. Là où je vais je sais au moins que tu seras toujours. Je bénis ce visage, ma lumière. Il n’y aura plus jamais de nuit absolue pour moi. La solitude de la mort sera moins solitude. Anne, mon amour.»
Et la correspondance prend fin le 22 septembre 1995 : « Tu m’as toujours apporté plus. Tu as été ma chance de vie. Comment ne pas t’aimer davantage?»

Croyances historiques, réalités religieuses | Régis Debray

regis

[Hors série Connaissance] Allons aux faits. Croyances historiques, réalités religieuses – Régis Debray. « C’est à renverser de vétustes perspectives qu’invite ce récapitulatif, dérangeant comme un réveille-matin.»

« En me donnant un micro pour deux séries d’interventions, l’une sur l’histoire, l’autre sur la religion, France Culture m’a permis de résumer et clarifier les travaux que je mène depuis maintes années sur diverses affaires temporelles et spirituelles.
Je ne saurais assez remercier sa directrice Sandrine Treiner de m’avoir ainsi donné l’occasion d’apporter ma petite pierre à l’édifice des Lumières, sous l’égide de la devise : “Rendre la Raison populaire”.
Vaste programme, qui exige d’inquiéter nombre de lieux communs, ce qui n’est jamais plaisant. Pourquoi? Parce que nous nous berçons de mots, toujours les mêmes, et que ces mots nous trompent.
L’histoire? Elle est censée nous découvrir la réalité des choses : elle nous dorlote avec de fausses croyances. Les religions? Elles sont censées nous raconter des blagues : bombes et couteaux nous découvrent de rudes vérités. Et si l’opium du peuple n’était pas là où l’on pensait? »

Régis Debray sera :
– le 19 octobre à 8h30 sur France Info pour l’émission “8h30 – Aphatie”
– le 19 octobre encore, à 22h40, sur France 2 dans “Hier, Aujourd’hui, Demain”

O Nobel de Literatura e Bob Dylan | Fernando Tordo

tordo-paiAssim como se toda a gente lê-se à brava, e principalmente em Portugal, vai de acabar com o resto do Bob Dylan e alegar que parece mentira que continuem a embirrar com o Lobo Antunes. Ainda há apenas um dia, um político que num determinado momento se demitiu de primeiro-ministro – enxovalhado também por todos os famosos “matemáticos ” portugueses por não saber fazer contas – viu-se içado como bandeira da eficácia, do conhecimento, da bondade, da experiência, enfim, o homem certo no lugar certo. Ainda foi no meu tempo de vida que vi um cantautor ser laureado Prémio Nobel da Literatura. E depois? Qual é a tão extraordinária surpresa? O malandro do Saramago não escrevia tão mal que nem sequer sabia o que era pontuação? Francamente. Andam 3 milhões de portugueses a ler tudo de fio a pavio do Lobo Antunes e agora vêm com aquele gajo da gaita dizer que o tipo é bom a escrever? Cantigas? Mas o que é essa merda?

Retirado do Facebook | Mural de Fernando Tordo

Bob Dylan | Nobel Prize for Literature | by Joan Baez

baez

The Nobel Prize for Literature is yet another step towards immortality for Bob Dylan. The rebellious, reclusive, unpredictable artist/composer is exactly where the Nobel Prize for Literature needs to be.

His gift with words is unsurpassable. Out of my repertoire spanning 60 years, no songs have been more moving and worthy in their depth, darkness, fury, mystery, beauty, and humor than Bob’s. None has been more of a pleasure to sing. None will come again.

Joan Baez

(photo credit: Ken Regan)

Ce que fut l’Alger ottoman avant que la France coloniale n’en détruise les deux-tiers

o-alger-ottoman-570

Elle s’appelait Djazaïr des Beni Mezghenna, du nom de la tribu amazighe qui y habitait, puis Djazaïr Ethaaliba, en référence à une tribu hilalienne arabe qui s’y est établie à partir du 13 et 14è siècle. Elle deviendra Al-Djazaïr tout court, les îles. Nom que les français ont légèrement adapté à leur langue : Alger.

Une ville bâtie en forme d’amphithéâtre à la mode grecque antique depuis qu’Alger. Pour Athènes, notre capitale se nommait : Icosium. Au 18è siècle, durant la période ottomane, de 100.000 à 120.000 habitants y vivaient, musulmans en majorité mais aussi des dizaines de milliers de juifs et de chrétiens. La plupart, musulmans et non musulmans, étaient venus de différentes et lointaines contrées.

La ville donnait sa chance à ceux qui n’en n’avaient pas eu dans leurs pays de vivre dans la dignité : italiens, albanais, turcs, grecs… y ont exercé le pouvoir du fait de cette ouverture. On pouvait y devenir des Pachas du pays à l’instar de Hadj Hussein Mezzo Morto, Hadj Hassan Veneziano, Corso, Arnaout et d’autres.

Alger disposait d’infrastructures bien meilleures que celles des grandes villes méditerranéennes ou mondiales. Elle était dotée de plus de 60 cafés dont les plus célèbres étaient Al Qahwa El-kebira, EL-Qahwa Esseghira, Qahwet Laariche… Ses habitants se sont abreuvés et rassasiés dans des fontaines publiques encore plus nombreuses que ses cafés.

Elle disposait de 33 hammams à une époque où des rois en Europe ne connaissaient pas encore ce que c’étaient les toilettes. Elle pouvait dormir tranquille grâce aux 12.000 soldats répartis entre 8 casernes qui veillait bien à sa sécurité contrairement à la thèse galvaudée par certains sur “l’occupation turque “.

r-alger-ottomane-large570

Une ville où l’on étudie

La ville a prié dans plus de 120 mosquées, zaouïas et mausolées, dans des synagogues et des églises. Les enfants de la ville ont appris à lire et écrire dans les medersas, les zaouïas, les midrashim (écoles juives). Ils ont lu également dans les “ouarraqates” (librairies) au quartier Al-qissariyya, destination des étudiants, des instruits et des savants.

La ville disposait de souks réputés dans toute la méditerranée qui s’étendaient de Bab Azzoun à Bab El Oued, sans compter les marchés dans les quartiers (houmates) comme les magasins de Sidi Abdallah, au bas du quartier de Sidi M’Hamed ou ceux de Ben Rabha, au mur de Soustara.

Au cœur d’El Bahdja, comme on appelait la ville, il y avait de nombreux fondouq (hôtels/auberges) et des cabarets et des tavernes pour égayer les voyageurs, les commerçants ou tout simplement des gens de passage de toutes nationalités.

Hors des murs, des Tagarins à Bouzaréah, de Bab El Oued, de Marsa Eddabbane (Pointe Pescade) ou de Djenane Mustapha Pacha (Champs de manœuvres et Telemly) mais aussi à Djenane Mustapha Pacha (Champs de manœuvres et Télémly) Hydran, Bir Mourad Raïs et Bir Al Khadem, il y avait des jardins et des vergers splendides, des villas et des palais.

Telle était Alger au temps de sa splendeur et de sa gloire… Je le dis et le rappelle pour ceux qui ne la connaissent et ne la voient qu’à travers les yeux de ceux qui en ont détruit les deux-tiers durant les premières années de l’occupation coloniale au nom d’une prétendue mission civilisatrice…

L’Algérie avant l’occupation française

o-alger-plage-de-bab-el-oued-570

Plage de Bab El Oued et l’enceinte est de la ville d’Alger, “Qaa Essour”

Je me suis souvent demandé à quoi pouvait ressembler l’Algérie avant la prise d’Alger par les Français en juillet 1830.

J’ai pu enfin assouvir ma curiosité grâce à un petit livre édité en 1960, c’est à dire au paroxysme de la guerre d’indépendance.

Ce petit livre, “Histoire d’un parjure”, on le doit à un Français, Michel HABART, qui a basé son travail sur les écrits laissés par les Généraux de la Conquête.

Voici ce que disent de ce pays, tel qu’ils l’ont vu avant d’y mettre le feu et d’y répandre le sang, quelques-uns de ces criminels :

Colonel Saladin : “Rien de comparable en Europe à la région de Blida.”
Saint Arnaud : “La Kabylie est superbe, un des pays les plus riches que j’aie jamais vus.”
Gentry de Bussy : “Pays couvert d’arbres fruitiers de toutes espèces, jardins cultivés jusqu’à la mer, grande variété de légumes grâce à un système d’irrigation très bien entretenu par les Maures.”

Je suppose que vous auriez sans doute aimé naître et grandir à cette époque où l’Algérie, sans pétrole et sans gaz, se débrouillait plutôt bien et offrait du bonheur.

Ce bonheur, elle ne se contentait pas de l’offrir à ses enfants. L’étranger qui s’y aventurait finissait toujours par y rester et à s’y faire adopter.

L’attraction exercée par ce pays était telle, d’ailleurs, signale Michel HABART, que les capitaines de navires accostant au port d’Alger interdisaient aux matelots de descendre à terre de peur de les voir s’évanouir dans la nature.

Mieux que cela ! De nombreux soldats espagnols désertaient leurs garnisons d’Oran et venaient s’installer à Alger en qualité d’esclaves, condition qu’ils jugeaient plus humaine que celle qui était la leur dans l’armée d’occupation.

Je gage qu’à cette époque-là on était à un million de miles marins de penser qu’un jour viendrait où des Algériens affréteraient des rafiots pour fuir leur Eldorado.

http://www.huffpostmaghreb.com 

Guerra Colonial ou Guerra do Ultramar? | José Pacheco Pereira in Blog “As Brumas da Memória”

guerra-do-ultramar

 «A escolha da designação da guerra que os portugueses travaram entre 1961 e 1975 não é inocente e, como se tornou um motivo de polémica, ainda menos inocente é. No entanto, penso que não é tão importante como isso, nem precisa de suscitar grandes exaltações, à medida que o tempo vai assentando. Na verdade, a guerra no Ultramar foi uma guerra colonial, e não há modo de lhe dar a volta se tratarmos apenas do conteúdo. Começou como guerra colonial, desenvolveu-se como guerra colonial, gerou as tensões no Ultramar e na metrópole típicas de uma guerra colonial, atingiu soldados, colonos brancos e guineenses, moçambicanos e angolanos, como uma guerra colonial, levou à queda de uma ditadura por ser uma guerra colonial, logo perdida à cabeça e sem solução militar, acabou como uma guerra colonial, e continuou, nas suas sequelas de guerra civil, como acontece com os efeitos de uma guerra colonial.
Para quem se lhe opôs, desde os desertores, os refractários, os militantes contra a guerra nas escolas e fábricas, os partidos clandestinos que combatiam a ditadura, ninguém a designa a não ser como guerra colonial. Para os nacionalistas africanos que combateram com armas as Forças Armadas Portuguesas, também não lhes passa pela cabeça chamar à guerra outra coisa que não colonial. Penso, com o risco deste tipo de previsões, que ficará na História como guerra colonial, pelo simples facto de ter sido… uma guerra colonial.
Mas há outro lado: muitas centenas de milhares de portugueses combateram na guerra, muitas mães, namoradas e esposas conheceram a espera sobressaltada e o sofrimento com mortes, feridos e feridas, algumas das quais nunca sararam. Ouvi recentemente alguns depoimentos de soldados, e das mulheres que esperavam, e percebe-se muito bem porque a designação guerra colonial os incomoda, mesmo que, ao falarem da sua experiência militar, se perceba até que ponto foram forçados a fazerem-na, sofreram ao fazerem-na, e olham para ela com uma perspectiva muito mais crítica do que muitos opositores à guerra são capazes de ter. Por uma razão simples, eles fizeram-na e precisam, pela sua dignidade e identidade, que o seu esforço e risco não seja minimizado ou apoucado, pela parte que lhes cabe na condenação moral que tem a designação de guerra colonial. Eu nunca designaria a guerra a não ser como colonial, se à minha frente estivessem os seus responsáveis políticos e militares, nem os seus defensores actuais, mas não me incomoda vê-la designada como sendo do Ultramar por estes homens e mulheres. Até porque, de todos os que ouvi, nenhum achava que a guerra tinha sido justa, nenhum correu para a guerra porque acreditava nas virtudes do império, nenhum escondia as violências e os excessos e mesmo alguns sublinhavam como a guerra lhes destruiu quer a vida que desejavam ter, quer a que tiveram.
É também por isso que penso que o Estado e a comunidade lhes devem aquilo que nos países que conheceram grandes guerras, como os EUA e o Reino Unido, é o reconhecimento dos seus veteranos, e o esforço de os apoiar na sua vida tantas vezes difícil. E honrá-los como devem ser honrados porque a justiça e a injustiça das guerras que um país trava não ficam como julgamento moral dos que as combateram, mas sim naqueles que as decidiram.»

José Pacheco Pereira

Cadeira Portuguesa | Outros Olhares | João Paciência, Arqº

Em exposição na Casa Museu Guerra Junqueiro no Porto até 6 Novembro

painel-cadeira-22-09-2016-png

 

Assumir o desenho da cadeira portuguesa, depurado na sua essência conceptual de dois tubos dobrados que se encontram num eixo que define a superfície de sentar, que se fecha na curvatura das costas.

Assumir este conceito, como se de um “esqueleto” se tratasse, já estável na sua ergonomia, e encontrar agora uma nova “roupagem” que a transforme num cadeirão mais representativo para utilizar no interior do espaço habitacional (cadeira de mesa de jantar mais formal ou representativo, cadeirão de apoio em Zona de dormir, ou em complemento de Zona de estar).

A nova imagem define-se a partir da materialização planimétrica dos dois arcos que definem os apoios de braços, as costas e os pés traseiros, que se propõem absorver o “esqueleto” tubular, em dois planos almofadados e forrados a pele branca.

Costas e assento, definem-se como entidade própria entre estes dois planos de 0,06 m de largura, igualmente estofados em pele branca.

Esta ideia permite ainda encarar a “cadeira portuguesa original”, como se fosse o “Chassis” de suporte de outros acessórios “Carnagem” com diferentes cores e materiais, que o comprador pode escolher consoante o local ou ambiente, personalizado com logotipos ou outros temas gráficos, diversificando a imagem numa possível produção em massa, como produto industrial que é.

Estudou-se igualmente uma solução de capa mais simplificada, remetida apenas para os braços e as costas acima da zona de sentar, abrindo o leque de possibilidades cromáticas e de materiais transparentes, protegendo ao mesmo tempo deste modo a estrutura metálica base, do aumento de temperatura causado pelo sol em zonas exteriores.

Rússia e Alemanha | Carlos Matos Gomes in “Facebook”

fotocarlosmatosgomesO Pacto germano-soviético Molotov-Ribentrop e o apoio da Russia à candidata da Alemanha às Nações Unidas. Pensei que o pacto entre Estaline e Hitler não seria reeditado. Pensei que a Rússia estava suficientemente forte em termos tecnológicos e militares para orientar os seus esforços para Oriente e conter sem necessidade de grande empenho a Europa Ocidental. Que se iria opor à Alemanha (por vezes designada por União Europeia) e iria dar um sinal desse desafio com a rejeição da candidata da senhor Merkel. Enganei-me. A Alemanha e a Rússia necessitam uma da outra e quase pelas mesmas razões que levaram a União Soviética e a Alemanha Nazi ao pacto de 1939. Hoje, como antes da IIGuerra Mundial a então URSS, a Rússia necessita da tecnologia da Alemanha e a Alemanha de hoje, tal como a Alemanha Nazi necessita das matérias primas (gás e metais raros) da Rússia. Ambas as potências entendem, tal como antes da Alemanha Nazi invadir a Polónia, que a França e a Inglaterra se vão manter neutras. Inexistentes. A situação de hoje é essa, a Inglaterra é um Estado dos Estados Unidos e a França é uma memória de grandeza muito inflacionada. A Rússia e a Alemanha vão dividir o chamado Leste Europeu em zonas de influência… O avanço da extrema direita alemã favorece este novo acordo que fica exposto com o apoio de Putin à Merklina para a ONU. Em Inglaterra não há nenhum Churchill, em França não há nenhum De Gaulle, e nos Estados Unidos as perspetivas são assustadoras…

Retirado do Facebook | Mural de Carlos Matos Gomes

DiEM25 | Coletivo Coordenador e Painel Consultivo

diem

Temos notícias emocionantes para partilhar contigo hoje. Estamos a divulgar as equipas que vão coordenar e guiar o nosso movimento para democratizar a EU – o nosso Coletivo Coordenador  e Painel Consultivo – na sequência de uma votação por milhares de membros DiEM25 espalhados pela Europa.

Alguns destes nomes já te devem ser familiares enquanto membro DiEM25. Outros não necessitam de apresentação.

Noam Chomsky, Elif Shafak, Brian Eno e Zoe Gardner  estão entre as pessoas que vão coordenar as atividades do DiEM25 a partir de hoje. Juntam-se a iniciadores como Yanis Varoufakis, Srećko Horvat e Lorenzo Marsili no nosso Coletivo Coordenador composto de 12 pessoas.

O nosso forte Painel Consultivo inclui o fundador do Wikileaks, Julian Assange, vencedores da Palme d’Or por duas vezes, Ken Loach, o Chanceler Sombra do RU John McDonnell e o compositor pioneiro Jean-Michel Jarre. Juntam-se a um grupo de pensadores influentes e fazedores que tomaram um papel ativo no DiEM25, juntamente com ativistas pela democracia como Dániel Fehér e o Presidente da Câmara Municipal de Nápoles Luigi de Magistris.

Para a lista completa, confere as páginas dedicadas ao Coletivo Coordenador e Painel Consultivo, que incluem fotos e biografias.

Por fim, fica atento ao nosso site para informação relacionada com  o evento do próximo sábado em Londres, com os nossos amigos de Outra Europa é Possível  (o link para a transmissão direta ainda será anunciado). Eles juntam-se à luta para recuperar a nossa democracia e manter o nosso movimento forte – um dos elementos essenciais da agenda deste evento.

Carpe DiEM!

Luis Martín
Coordenador de Comunicação.

PS: Remember that DiEM25´s Validating Council is now open for nominations. If you would like to be considered for this important body, apply!

Rosário Salema de Carvalho | Azulejo em Braga | Lançamento 1 Outubro 2016 | in “Notícias de Castelo de Vide”

azulejoembraga-livrocapa

O livro “Azulejo em/in Braga – O Largo Tempo do Barroco/The Baroque Period” da autoria da castelovidense Rosário Salema de Carvalho será apresentado amanhã dia 1 de Outubro em Braga. A sessão decorre pelas 16:30 horas no antigo Paço Arquiepiscopal de Braga.
A obra, com 216 páginas, é bilingue (português e inglês) e está prefaciada pelo Professor Vitor Serrão e teve a “coordenação e fotografia” de Libório Manuel Silva.
Rosário Salema de Carvalho é investigadora do ARTIS – Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde integra o grupo Az – Rede de Investigação em Azulejo, da qual é também coordenadora executiva.
Actualmente desenvolve um projecto de pós-doutoramento (com bolsa da Fundação para a Ciência e a Tecnologia), dedicado à questão das molduras no azulejo barroco, tendo como instituição de acolhimento o ARTIS (Az) e o Museu Nacional do Azulejo.
É doutorada em História, especialidade em História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (2012), com a tese intitulada A pintura do azulejo em Portugal [1675-1725]. Autorias e biografias – um novo paradigma. Em 2007 defendeu o Mestrado em Arte, Património e Restauro, na mesma faculdade, com a dissertação “…por amor de Deus. Representação das Obras de Misericórdia, em painéis de azulejo, nos espaços das confrarias da Misericórdia, no Portugal setecentista”.
Tem desenvolvido investigação na área do património e, principalmente, na área da Azulejaria Portuguesa, com vários artigos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais.
© NCV | http://noticiasdecastelodevide.blogspot.pt/2016/09/rosario-salema-de-carvalho-lanca-amanha.html