Xi Jinping na Europa: dividir para conquistar?, História de Yuchen Li, Wesley Rahn – in DW Brasil

Visita do presidente a França, Sérvia e Hungria deu poucos motivos para baixar a guarda: campanha chinesa para conquistar bilateralmente aliados europeus deverá prosseguir. Até a sequência das visitas foi uma mensagem.

O presidente da China, Xi Jinping, concluiu nesta sexta-feira (10/05) seu giro de alto perfil pela Europa, o primeiro desde 2019. Entre as apreensões que deixa para trás, está o apoio continuado de Pequim à Rússia em sua guerra contra a Ucrânia; e a inundação dos mercados europeus com veículos chineses baratos.

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A sociopatia e a compreensão das reparações coloniais | por Carlos Matos Gomes

Nem quero imaginar quanto vai pagar a Espanha ao Iraque, ou à Siria,de reparações pela Mesquita de Córdova e pelo Alhambra de Granada, obras dos árabes que vieram de Damasco e da Mesopotâmia com Abderramão, o príncipe fugitivo, e chegaram à Península Ibérica através do Norte de África!

A proposta de reparações coloniais feita pelo presidente da República causou perplexidade a quem ainda é dado a surpresas e interrogações a quem procura estabelecer relações de causa e efeito nas suas atitudes. De um modo geral serviu para alimentar os comentadores e entreter os programas das televisões após as eleições. O elenco do “circo comentarial” dividiu-se entre malabaristas do Bugalho e ilusionistas do Marcelo. O que terá levado o senhor prior Montenegro a elevar o menino de coro a cónego da sua confraria em Bruxelas e o mestre de fogos-de-artifício de Belém a sacudir a esfarrapada passadeira que se desenrolou de Lisboa ao Índico durante cinco séculos?

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Paulo Portas: “É muito extraordinário que Portugal tenha conseguido refazer as relações com as antigas possessões”

“Portugal foi o último império europeu e teve que se readaptar em 50 anos às suas circunstâncias geostratégicas, mantendo as alianças e reencontrando destinos. 50 anos no tempo histórico é quase nada”, considera Paulo Portas.

Em entrevista a Maria João Avilez, no podcast “Eu estive lá”, no Observador, Paulo Portas sublinhou que “é muito extraordinário que Portugal tenha conseguido refazer as suas relações com as antigas possessões, que são Estados independentes e soberanos onde, em alguns casos, houve guerra”. E sobretudo que tenha conseguido, “com um grande consenso e estabilidade na política externa”, refazer “as suas relações, não só entre povos, que eu acho até bastante natural, mas entre as autoridades”.

O antigo ministro da Defesa do CDS-PP destaca ainda o facto de Portugal ter “uma política lusófona que faz sentido” – “outra coisa é se podia ser mais eficiente”, resslava.

“Portugal foi capaz de absorver um milhão de pessoas que viviam em África. E isso com enormes traumas e com enormes dores. E ao mesmo tempo com sobrevivência e reinvenção. O que sociologicamente, socialmente e economicamente Portugal absorveu é um feito. É um feito porque noutros casos a tendência teria sido para o conflito, não para a integração e a reinvenção”, diz.

Como Irã e Rússia escapam às sanções do Ocidente | in Revista Planeta

Teerã tem vivido sob embargo por quase 40 anos, e Moscou nunca enfrentou tantas restrições econômicas num prazo tão breve quanto agora. Apesar disso, medidas têm efeito limitado.O Irã sabe, a China sabe e, aparentemente, os Estados Unidos também sabem: apesar das sanções atualmente vigentes contra a indústria petroleira da república islâmica, Teerã tem exportado volumes recordes da commodity a Pequim.

Colunista que cobre energia e comércio de matérias-primas para a agência de notícias americana Bloomberg, Javier Blas explica como isso acontece: “Se você acredita no que o governo chinês diz, eles não estão importando nenhum combustível do Irã. Zero. Nem um barril sequer. Ao invés disso, compram [petróleo] não refinado aos montes da Malásia – tanto que, segundo dados da alfândega chinesa, de algum jeito estão comprando mais que o dobro do que a Malásia de fato produz.”

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O primeiro homem negro admitido na Universidade de Oklahoma, em 1948.

George McLauren, o primeiro homem negro admitido na universidade de Oklahoma em 1948, foi obrigado a sentar-se num canto da sala, longe dos seus companheiros brancos. Mas seu nome permanece até hoje na lista de honra, como um dos três melhores alunos da faculdade.

Essas são as palavras dele: “Alguns colegas me olhavam como se eu fosse um animal, ninguém me dava uma palavra, os professores pareciam que não estavam nem aí para mim, nem tiravam minhas dúvidas. Mas eu me dediquei tanto, que depois eles começaram a me procurar para lhes dar explicações e esclarecer suas perguntas”.

“A única arma capaz de transformar o mundo é a educação”.

Retirado do Facebook | Mural de “Mundo Extraordinário”

People around the world are stressed about money: find out why | in The Daily Digest

Most adults in developed nations are worried about money

According to SurveyMonkey’s International’ Your Money Financial Security Survey’, a significant portion of adults across various major economies said they were stressed regarding their personal finances.

50% in Australia, Germany and UK say they are worse off

Specifically, approximately 50% of adults in Australia, Germany, and the U.K. reported feeling financially worse off compared to five years ago.

Many of the “middle class” live paycheck to paycheck

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O hábito comum que pode prejudicar a vida sexual dos homens | in Notícias ao Minuto

O médico Jeff Foster revela como é que o pénis pode vir a sofrer consequências devido à má postura que tem ao longo do dia.

Pensava que as costas eram a única coisa que poderia sofrer consequência devido à má postura? A verdade é que a vida sexual dos homens também pode estar em causa devido a este mau hábito.

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Quadriláteros e círculos: a geometria no comportamento humano | Maria Teresa Carrapato

Que coisa curiosa, a forma da praça propicia o comportamento! Se for quadrada ou rectangular, convida a ficar. Sentar conversar conviver desfrutar. Fazer sala! Assim acontece no Príncipe Real, Rossio, Terreiro do Paço. Place des Voges em Paris, Piazza Della Signoria em Florença, Praça da Cidade Velha em Praga, Praça Vermelha em Moscovo… Apetecíveis praças quadrangulares.

Por outro lado, se a praça for redonda, circular é a sua predestinação! Pouco mais será que uma rotunda para escoar o trânsito. Não convida a ficar, é passagem. Por mais interessante que possa ser a estátua que a embeleza. Não atrai. Veja-se o caso da Praça Marquês de Pombal, Entrecampos, Saldanha, Álvares Cabral. Belíssimas estátuas que não fazem parar ninguém. Afugentam.

Assim acontece com as pessoas. Há-as interessantes, com diferentes cambiantes, ângulos e recantos, conforme as encararmos. Fazem convites implícitos e são apetecíveis. Companhia que apetece ter; há-as também circulares, redondas rotundas, sempre iguais. Sem nuances de tons nem panoramas. Sempre a mesma coisa, falam sempre do mesmo. Cansativas, repetitivas, obsessivas.

Excepção: Piazza del Populo, Florença ( circular mas sem carros, onde apetece estar).

Como a geometria influencia!

Retirado do Facebook | Mural de Maria Teresa Carrapato | 09-04-2024, TC

Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos | CNN

Numa carta dirigida ao primeiro-ministro, o secretário-geral do PS diz que está disponível para trabalhar num conjunto de matérias sobre as quais, sublinha, existe “um amplo consenso político e partidário” e refere ainda que esta solução pode passar por um orçamento retificativo, que “valorizem as carreiras e os salários” na saúde, segurança, justiça e educação.

💥Comment DÉTRUIRE la 1ère Économie Européenne en Moins de 4 ans ?

18-02-2024 | Nous sommes probablement témoins de la désindustrialisation allemande. Rien de moins. Cette baisse de la production industrielle de plus de 10% depuis 2020 s’explique un peu par la crise des mesures anti COVID avec la régionalisation de la mondialisation mais surtout par la guerre en Ukraine qui aura engendré la perte malencontreuse des gazoducs NordStream. Bon, vous me direz que de toute façon ils ne plaisaient pas aux américains ces gazoducs.

EUA sem indicações de “guerra iminente” entre a Rússia e a NATO | in Lusa

A embaixadora dos Estados Unidos para a Aliança Atlântica considerou hoje errada a ideia de que está iminente uma guerra com a Rússia e insistiu que os norte-americanos são contra enviar tropas para a Ucrânia.

“Quanto à nossa segurança [da NATO], tomámos medidas para aumentar a nossa capacidade de dissuasão no flanco leste” da NATO, que está mais próximo da Rússia.

 Julianne Smith insistiu que “os EUA não apoiam o envio de tropas para combater na Ucrânia”.

O Presidente da República deu já posse ao novo Governo, deixando vários avisos a Luís Montenegro e aos seus ministros.

Os mais sonoros foram estes: o tempo é “curto”, o mandato “exigente”, mas quem ganhou foi a direita “moderada”.

O melhor, aconselhou Marcelo, é dividir os problemas aos pedaços e seguir com paciência.

Pediu diálogos e acabou assim: “Pode não ser espetacular, mas poderá ser um caminho com virtualidades”.

Montenegro forma um Governo centrado no centro, o que é bom | Paulo Querido

Sem surpresas. Luís Montenegro apresentou um governo coeso em torno dele, com sinais de tranquilidade para as corporações, para a Europa — e para o PS. Não se descortina nenhum sinal à extrema-direita.

https://vamolaver.substack.com/p/147-montenegro-forma-um-governo-centrado

L’UNIVERS EST-IL BEAU PAR HASARD ? Ideas in Science | Par David Elbaz, astrophysicien au CEA

Conférence : L’univers est-il beau par hasard ?

Samedi 3 juillet 2021, 14h30 – 15h15 — Amphi Jean-Fourastié “L’univers n’est pas obligé d’être beau, et pourtant il est beau.

La beauté reste un mystère. Après tout, l’univers pourrait n’être que vrai.” a écrit François Cheng. Comment l’univers a-t-il engendré les formes des galaxies, des étoiles et des planètes ? Étrange hasard dans un monde dont on dit qu’il tend vers toujours plus de désordre. En y regardant de plus près, on s’aperçoit que l’émergence de la complexité et de l’unicité des formes, donc de la beauté, est une conséquence naturelle, universelle, et même fatale des lois de la physique. Derrière l’éternel combat entre universalité et particularité se cachent des composantes invisibles, des liens entre les étoiles et les galaxies que l’on découvre à peine aujourd’hui et qui semblent détenir une part du secret de l’émergence de la beauté. Les astronomes ne disposent que de quelques particules de lumière pour dévoiler ces liens invisibles, mais il n’est de forme qui ne soit née sans générer de la lumière dans un univers qui tend vers toujours plus de lumière.

David Elbaz est co-auteur de Pourquoi moi ? Le hasard dans tous ses états, paru aux éditions Belin https://www.belin-editeur.com/pourquo… David Elbaz a tout récemment publié chez Odile Jacob l’ouvrage ” La plus belle ruse de la lumière Et si l’univers avait un sens…” https://www.odilejacob.fr/catalogue/s…

Na Europa, discute-se dinheiro para a Defesa do Continente Europeu | Clara Ferreira Alves

Na Europa, discute-se dinheiro para a Defesa do Continente Europeu baseado nesse sofisma da invasão da Europa pela Rússia, mas o que se discute é quanto dinheiro cada potência europeia espera ganhar com uma nova indústria de Defesa e com a cópia do modelo industrial militar americano que tanta prosperidade e guerras perdidas trouxe aos nossos aliados do outro lado do Atlântico.

Clara Ferreira Alves, in Jornal Expresso 08-03-2024

Eleições Parlamentares | 10-03-2024

21h 03m | Creio que os dados neste momento divulgados trazem uma enorme responsabilidade aos Partidos Social-Democrata e Socialista. Talvez seja a altura de ambos não olharem apenas para os seus umbigos, mas sim para as aspirações  do País e do Povo Português Se ambos teoricamente se regem pela Social-Democracia, é o tempo certo para a implementarem em profundidade, com uma forte aposta no “estado social”… Acredito que a grande maioria do Povo Português ficaria radiante.

ELEIÇÕES | Joseph Praetorius, 08-03-2024 

É imperioso que as próximas eleições sejam olhadas no significado de legítima defesa, que o voto comporta aqui.  

Os imbecis das diversas direitas, em competição, não escondem as suas nostalgias pelos tempos das crianças descalças na cidade, sob ameaça de multa por andarem descalças. Lembro-me de ainda as ver na minha adolescência e não sou tão velho como isso. 

Não me sinto de esquerda, nem aliás se sabe o que isso seja nos tempos que correm. Mas nestas estruturas de direita não caibo, nem posso caber. 

Os insultos soezes ao 25 de Abril, que vamos ouvindo, não expressam apenas  o ressentimento, nunca resolvido, dos que foram forçados a partir de África para Lisboa, em risco de vida e com a espoliação de todos os seus bens. Esses vieram assim, porque os USA assim quiseram, para reforçarem o eleitorado de direita em Portugal, como reforçaram e continuam a reforçar. Graças ao ressentimento. 

Mas este não pode ser perspectiva aceitável para a determinação dos legítimos interesses do maior número, embora, na medida do possível, deva ser eficazmente eliminado e não faltam modos de o fazer.

Estes insultos vêm de quem quer cortar reformas definitivamente, como já tentaram. Cortar salários, como já fizeram. Vender o que resta das empresas públicas a pesadíssimos parasitas, como já fizeram também, reduzir o país à pobreza, como já disseram em voz alta, discutir (e restringir) o que os pobres comem, com discussão (sempre em voz alta) dos bifes que se não poderiam comer todos os dias, como o fez a desgraçada Jonet que é desta mentalidade bom exemplo e faz fichas de quem se socorra da organização sob sua direcção. Lembro-me de intervenção da criatura, em tom acusatório – “querem dar tudo aos filhos”, veja-se lá bem o disparate do filho do trabalhador indiferenciado ir a um concerto…

Mas, coisa mais aterradora de todas, querem privar de medicação subvencionada os maiores de 65 anos, como o disse a execranda Ferreira Leite (sem o mandar dizer por ninguém). E não convém, ainda, esquecer a exemplaridade da execranda lei Cristas – à qual ninguém reagiu em tempo útil – cujas virtualidades de devastação social são um bom exemplo do que voltou a estar em causa (e nem Salazar teria concedido). 

A população comum, com mais ou menos de 65 anos, está em situação de ataque iminente e estas eleições são o ludíbrio que permitiria aos atacantes arguir o consentimento da vítima.

Sei que um socialismo do nepotismo não é um bom antecedente. 

Mas há uma diferença entre querer empregar e privilegiar os filhos deslealmente e à nossa custa e querer negar o nosso direito à vida, à assistência clínica, à retribuição digna, à reforma aceitável, à habitação compatível com a dignidade mínima e até à alimentação. 

Nem é de esquecer que a ICAR local se lhes junta, como Manuel Clemente o fez. Esta  padralhada juntar-se-lhes-há sempre. 

É precisa outra igreja. Como é precisa outra Escola. E outra imprensa. E é precisa a transfiguração do Estado, claro que sim. Sendo seguro que só de nós todos poderá vir tal coisa, que foi inútil confiar (ao longo de 50 anos) ao execrando leque partidário que outra vez se nos apresenta. 

Mas é preciso discernir entre males. E decidir pelo menor deles, enquanto não estivermos em condições de reagir. 

E ainda não chegou o momento de o podermos fazer.  Infelizmente.

NOTA : Mural de Joseph Praetorius, 08-03-2024, in Facebook

A LIÇÃO DO LOBO | por Khoudir Hamitouche, in Facebook

Quando um lobo está perdendo a luta contra outro lobo e percebe que ele não tem mais chance de ganhar, o lobo perdedor oferece pacificamente a jugular ao seu oponente, como se dissesse “eu perdi, vamos acabar com isso”.

Mas, nesse momento, o inacreditável acontece: o lobo vitorioso, inexplicavelmente, fica paralisado.

Uma força milenar impede-o de matar aquele que tem a humildade de admitir a derrota.

Um mecanismo primário, inscrito no DNA ou além, é acionado no lobo vitorioso e lembra-lhe que a espécie é mais importante do que o prazer de eliminar o adversário.

Que mecanismo instintivo maravilhoso!

Ninguém chamaria o lobo rendido de covarde, nem aquele que paralisa com misericórdia, apenas o milagre acontece.

Nem vencedor, nem ganhador.

Os dois lobos partem e a roda da vida continua.

Se ao menos os humanos aprendessem a lição dos lobos em vez de continuarem a massacrar uns aos outros por orgulho e desejo de poder!

Encontramos todas as respostas observando a linguagem da natureza.

QUE OS DEUSES SE AMERCEIEM! | por José Gabriel, in facebook.

Os líderes políticos europeus são, por estes tempos, de uma mediocridade confrangedora e de uma inconsciência perigosa. Gente sinuosa, inculta, sem autonomia nem integridade. Não exceptuo ninguém, embora, pelo peso das suas funções e a dimensão dos seus países, alguns se tornem particularmente desprezíveis na sua perigosidade. Eles e elas, que talvez os únicos tiros que tenham ouvido tenham sido numa coutada de um padrinho ou patrocinador, falam em guerras e guerrinhas como se estivessem a brincar aos soldadinhos de chumbo nos seus quartos de brinquedos. Alguns deles, poderiam ter um diagnóstico da beira da psicopatia. Outros são tíbios, alguns simplesmente malucos. Dizia-me, há muitos anos, um ilustre amigo e psiquiatra, que as patologias mentais, na realidade, só tinham três tipos: o tontos, os malucos e os maluquinhos – em grau ascendente de gravidade. Só aos primeiros dois grupos se pode fazer alguma coisa. Mas é preciso que se tratem. Porém, o meu amigo não previa que os “normais” os elegessem – e prometem não ficar por aqui. Estranhareis que aborde o tema deste ponto de vista, ainda por cima de um modo tão básico. Olho os livros que se amontoam ali nas estantes, os mestres que nos podem ajudar a pensar e a agir. 

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Parabéns, Mariana | por Francisco Louçã

A Mariana concluiu esta semana a sua prova de doutoramento em economia na Universidade de Londres. Não há muitas pessoas que, tendo o trabalho intensissimo do parlamento ou noutra profissão ou função, tenham a capacidade de trabalho que permite escrever uma tese e para a levar ao juri numa universidade internacional de referência.

Parabéns, Mariana.

Retirado do Facebook | Mural de Francisco Louçã | 25 Abril 2019

O Futuro Existe, mas é necessário moldá-lo, por Carlos Matos Gomes

Esta seria uma boa altura para separar as águas entre os que propõem um futuro e os que propõem um passado. Para distinguirmos o que, embrulhado em assuntos de mercearia e mexericos, faz parecer que todos são iguais. Os democratas deviam falar do futuro e deixar os neonazis – que é do que se trata quando os enxaguamos como populistas – a falar do regresso ao passado. 

A propósito do que dizem os profetas no advento da época de peditório para recolha das boas vontades do povo. Comecemos por separar os profetas em duas classes, a dos que acreditam que o presente é um futuro que existe, porque vai existir e é racional preparamo-nos para ele, pensando e agindo; e a dos que amaldiçoam e denigrem o presente, propagandeando que o futuro é uma corrupção do passado e propondo que não raciocinemos, que acreditemos.

É vital para o futuro que os distingamos no que é essencial.

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INFLUENCERS | Tiago Salazar

Ando fascinado com esta actividade, sobretudo depois de ter sido apontado (por um influencer renomado) como um notável influencer de costumes. Fui debruçar-me sobre os meus escritos e tive que concordar: sou um influencer. E qual é a minha influência? Em primeiro lugar, exorto ao tratamento cuidado da língua, um órgão sublime de possibilidades. Uma língua afinada e afiada (e fluente) faz magia e milagres. Depois, incito os meus influenciados à prática da arte do Amor que inclui uma sexualidade sã e aprazível para ambas as partes. Fomento ainda a baterem-se pelos direitos básicos e a votarem, nem que seja em branco, pese embora não veja a política dissociada da mentira. Há quem exiba decotes e seios e pernas e saltos altos e as bordas de reentrâncias. Eu exibo manuais hindus ou nórdicos como o Kamasutra ou o Kalevala. Tudo acaba por levar a uma certa influência.

TÓPICOS DA IMPRENSA | 06-12-2023 | VCS

História de By Sergio Goncalves and Andrei Khalip | REUTERS

1 – Presidente do PSD quer privatização total da companhia aérea TAP. Portugal lançará rapidamente a privatização total da companhia aérea TAP se o Partido Social Democrata (PSD) vencer as eleições antecipadas em Março e formar um novo governo, disse o líder do PSD, Luis Montenegro, à Reuters na terça-feira. A privatização já atraiu o interesse da Lufthansa , da Air France-KLM e do proprietário da British Airways, IAG.

2 – Lufthansa , Air France-KLM e British Airways – três (3) das maiores empresas mundiais de aviação. INTERESSADAS NA NOSSA TAP, com certeza porque vêem um grande potencial na empresa portuguesa/nossa – fundada por PORTUGAL há 80 anos.

ALGUÉM ME SABE EXPLICAR ESTA ÂNSIA DE PRIVATIZAÇÃO ? AJUDEM-ME A COMPREENDER !

Vítor Coelho da Silva

Pourquoi les Grecs posaient leurs mains sur leurs testicules ? 

Le mot testicule vient du latin « testis », qui signifie témoin. Ainsi on dit que, dans la Grèce antique, les témoins lors des procès devaient jurer de dire la vérité en posant leurs mains sur leurs bourses. D’ailleurs il existe le proverbe romain “Testis unus, testis nullus”, ce qui signifie «Un témoin, pas de témoin». Si une seule personne était présente lors d’un évènement alors son témoignage ne valait rien. Il devait y avoir en plus un autre tiers.

Par analogie on a dit que dans lors d’une agression sexuelle il y a un agresseur, le pénis, un agressé (un vagin par exemple) et un témoin (les testicules). D’où leur importance. On pose les mains dessus car ce sont elles le tiers, le témoin, celui qui a tout vu.

Même si cette toute dernière interprétation est contestée, différents passages de la Bible confirme le geste en question. Quand un individu y jure de dire la vérité, il met effectivement sa main sur le haut de ses cuisses. Il pourrait s’agir là d’une façon pudique d’exprimer l’idée de mains posées sur les testicules.

Quoi qu’il en soit, la racine entre témoin et testicule est bien la même, testis, on l’a dit. Et ce, à la fois chez les Romains et les Grecs.

En anglais c’est encore plus clair, puisque le verbe « témoigner » se dit « testify », encore plus proche donc de « testicule ».

Citons également une autre hypothèse selon laquelle les testicules s’appellent ainsi car elles sont le « témoin » de la virilité des hommes. Et comme “testis” est agrémenté d’une forme en “culus” qui renvoie à toutes les «petites» choses, testiculus veut dire : petit témoin. Aussi certains affirment que les testiculus sont le petit témoin des grandes choses accomplies par le pénis !

Soulignons enfin, comme le dit Odon Vallet dans un ouvrage intitulé Le honteux et le sacré que « dans d’innombrables civilisations, les hommes prêtent serment en portant la main à leurs parties intimes”.

Illustration : Le Doryphore, copie romaine de l’original de Polyclète /  (Musée Archéologique de Naples)

Polyclète, artiste grecque de la période dite « classique » (Vème siècle avant J.-C.), théorise l’idéal physique dans sa représentation plastique. Le Doryphore est la consécration de ses recherches anatomiques et ses mesures restèrent célèbres et eurent une influence non négligeable sur l’ensemble de l’histoire de l’art.

FMI avisa banca portuguesa para dias difíceis

RTP | Antena 1

Alfred Kammer considera que este é o momento para a banca se preparar para dias mais difíceis e não cair na tentação de canalizar os lucros dos últimos tempos para pagar dividendos.

A crise política portuguesa também não é boa para este tipo de mercado e a instabilidade política vai acabar por se refletir nas taxas do endividamento público. O bastonário da Ordem dos Economistas, António Mendonça, mostra-se convencido de que a crise política vai ter impactos na economia portuguesa, ainda não visíveis.

Experimentos de conformidade de Asch

Os experimentos de conformidade de Asch ou experimentos de conformidade com o grupo de Asch foram uma série de experimentos realizados em 1951 por Solomon Asch, que demonstraram significativamente o poder da conformidade nos grupos.

Asch é mais conhecido por seus experimentos de conformidade. Sua principal descoberta foi que a pressão dos colegas pode mudar de opinião e até de percepção. Asch perguntou: 1) Até que ponto as forças sociais alteram a opinião das pessoas? 2) Qual aspecto da influência do grupo é mais importante — o tamanho da maioria ou da unanimidade de opinião?

https://pt.wikipedia.org/wiki/Experimentos_de_conformidade_de_Asch

Marcelo diz a Trudeau que neste momento “é muito difícil governar em qualquer país” | in SIC Notícias | 16 Setembro 2023

NOTA PESSOAL (vcs): consta que o PM António Costa sorriu ao ouvir o Sr. Presidente da República.

O Presidente da República afirmou que este é um “tempo difícil, com uma guerra global, não uma guerra europeia, é uma guerra global nas causas e nos efeitos”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou sexta-feira, perante o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, que “é muito difícil governar os países neste período, com inflação e problemas de energia e conflitos geopolíticos”.

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Conflitualidade pela habitação pode continuar a crescer diz o arquitecto Gonçalo Byrne | LUSA

“As manifestações são um sintoma muito óbvio de que a habitação é uma crise não só grave, que está a atingir a classe média, mas que está a acelerar, ou seja, as necessidades de habitação estão a tornar-se cada vez mais óbvias”, afirmou Gonçalo Byrne, ao comentar o protesto que no sábado levou às ruas milhares de pessoas em várias cidades do país.

“As manifestações que tiveram algumas expressões de maior conflitualidade, não digo violência, esse fenómeno pode continuar a crescer ainda, infelizmente, porque as pessoas, de facto, estão a viver mal e isso gera relações de conflitualidade, claramente”, afirmou o arquiteto, que na próxima semana passará o testemunho como presidente da Ordem dos Arquitetos (OA) à direção eleita em 21 de setembro, liderada por Avelino Oliveira.

Para Gonçalo Byrne, os protestos, marcados por alguns distúrbios, demonstram “a carga emocional” gerada por uma situação que se anunciava “há bastante tempo”.

Um dos últimos atos públicos do mandato desempenhado por Byrne foi precisamente uma tomada de posição, em conjunto com a Ordem dos Engenheiros, para exigir que o problema da habitação seja encarado como “um desígnio nacional”.

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O Outono | Maria Helena Manaia

Porque o Outono é todo ele devagar. Associo-o à palavra melancolia, com beleza por dentro, uma tristeza misturada com doçura, tudo só intimidade e lentidão. E gosto do regresso do frio a atravessar-nos a pele, das cores quentes e dos cheiros próprios da época, das roupas macias e de quanto sabe bem ficar em casa

em noites que começam cedo e parecem enormes.

𝖮𝖲 𝖬𝖤𝖭𝖲𝖠𝖦𝖤𝖨𝖱𝖮𝖲 𝖣𝖠 𝖯𝖱𝖮𝖯𝖠𝖦𝖠𝖭𝖣𝖠 𝖳𝖮𝖱𝖯𝖤 | 𝙊𝙨 𝙘𝙖𝙩𝙖𝙫𝙚𝙣𝙩𝙤𝙨 𝙙𝙤 𝘾𝙤𝙢𝙚𝙣𝙩á𝙧𝙞𝙤 | 𝖯𝗈𝗋 𝖢𝖺𝗋𝗅𝗈𝗌 𝖡𝗋𝖺𝗇𝖼𝗈 (𝖬𝖺𝗃𝗈𝗋-𝖦𝖾𝗇𝖾𝗋𝖺𝗅) 

A «operação especial» levada a cabo pela Rússia na Ucrânia tem captado a atenção internacional e, em particular, a europeia. Desde a primeira hora que considero ser a solução diplomática o caminho para a paz. Contudo, uma máquina de propaganda bem oleada tem passado a ideia de que era possível uma vitória ucraniana rápida e fácil, o que não coincide com os factos. Apesar desta realidade ser cada vez mais incontornável, os mensageiros dessa propaganda, que repetiram e amplificaram a vitória ucraniana como certa dizendo tudo e o seu contrário, contribuíram para a manipulação da opinião pública que, no momento presente, é confrontada com o falhanço da estratégia de Biden e com a necessidade de uma solução política.

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Nem Descobrimentos nem Expansão | Pedro Lains | in Diário de Notícias | 29 Abril 2018

29 Abril 2018 | MUSEU DA HISTÓRIA DE PORTUGAL 

Nem Descobrimentos nem Expansão: aquilo que é preciso é um Museu da História de Portugal. E um museu em que primeiro se pensem os conteúdos e só depois o edifício.

Muitos países tiveram passados grandiosos. Apenas alguns exemplos próximos de nós servem. A Dinamarca já foi um império, a Turquia, o centro do Império Otomano e, claro, a Grã-Bretanha, que já foi o maior império que o mundo alguma vez conheceu. Portugal teve três impérios, cuja história é muito importante e o público sabe isso, porque sente o seu reflexo. Mas é preciso ir mais longe.

Quem estuda um aspecto específico da história da Expansão cedo reconhece que o mundo lá fora dá atenção a dois ou três aspectos e a pouco mais. Certo que Vasco da Gama e António Vieira são figuras de craveira mundial. Mas já muito poucos saberão quem foi Pedro Nunes ou o nónio. Dizer isto é reconhecer que o país é grande, mas à sua dimensão.

Então, será preciso um museu para mostrar quem foi Pedro Nunes? A pergunta pode ser respondida com uma outra: precisamos de um museu do Império Otomano ou da Expansão dinamarquesa? Precisamos de um museu do Império Britânico?

Pedir um museu da Expansão é pormo-nos exactamente ao nível dos que no passado tanto vangloriaram os Descobrimentos.

Os governos da monarquia liberal do século XIX, da República e do Estado Novo usaram os impérios como forma de se justificar perante os cidadãos. Seguramente foi o Estado Novo que mais o fez, com a Exposição do Mundo Português, em 1940, ou as comemorações henriquinas, em 1960. Queremos continuar nessa senda? A discussão do nome de um museu sobre este tema esconde esta questão. Faz o mesmo apenas mudando o nome.

O país precisa de um museu da História de Portugal. Um museu da presença no território que hoje é Portugal dos povos antigos, do Império Romano, das gentes muçulmanas, da reconquista cristã, da formação do Estado medieval e, claro, dos Descobrimentos e da Expansão. Precisa de um museu que mostre e explique a união dinástica com Espanha, a Restauração, o absolutismo, o liberalismo, a República, o Estado Novo, a democracia e o que somos hoje.

Um museu que mostre as origens diversas de um país diverso num mundo diverso, de Viriato a Marco Paulo. Um museu de um período específico da história do país, escolhido por razões enraizadas num passado menos aberto, empobrece o país – e o próprio período que deveria enaltecer. E não seria alargando o âmbito do tema que o projecto melhoraria, pois do que não precisamos mesmo é de ver a história do país – e do mundo – através do binóculo da Expansão.

A teoria desta coisa tem uma tradução prática. Nunca haverá peças suficientes para um museu dos Descobrimentos ou da Expansão. Não há um número suficiente de objectos por aí espalhados à espera de serem reunidos. Não é uma triste realidade, é a realidade. Não há vestígios de uma única nau; o número de instrumentos de navegação é escasso; não há um espólio de Bartolomeu Dias, de Vasco da Gama ou de Pedro Nunes. Há cartas, documentos, pinturas e outras coisas, que faria sentido reunir. E há objectos que podem representar os mundos a que os navegadores e os comerciantes chegaram. Mas tudo isso não encherá um museu. Um museu da Expansão seria sempre um museu com mais ideias do que objectos, em que a ausência de materiais seria compensada por ideias, textos, conceitos. O mesmo não se aplica ao todo milenar que é a história de Portugal.

Todas as boas ideias já foram inventadas. Uma nação que já foi grande territorialmente, que já foi uma grande potência europeia, e que hoje é grande por aquilo que sabe fazer, a Dinamarca, tem o seu Museu de História Nacional. Exemplar, aliás. Com um museu da História de Portugal podíamos compreender os vários tempos históricos das pessoas e dos povos que viveram neste canto de Europa, e colocar os Descobrimentos e a Expansão no contexto nacional e internacional apropriado. Mas primeiro os conteúdos e depois o edifício, já que o país – sobretudo, Lisboa – já tem um número suficiente de obras de regime vazias, algumas feitas de propósito para serem “museus”.

Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

Pedro Lains in Diário de Notícias


SUGESTÃO

PARQUE TEMÁTICO | História de Portugal de 1143 a 2023, com Figuras de Cera e Efeitos Especiais

Este Museu incluiria os Descobrimentos e a Revolução do 25 de Abril.

Imaginemos, por exemplo, a Partida de Vasco da Gama com a sua armada saindo do cais de Belém a caminho da India. Que cena poderemos imaginar recorrendo à tecnologia de efeitos especiais!

Vítor Coelho da Silva, 26-09-2023

https://dasculturas.com/category/museu-dos-descobrimentos/

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Viés de confirmação

“Viés de confirmação, também chamado de viés confirmatório ou de tendência de confirmação,é a tendência de se lembrar, interpretar ou pesquisar por informações de maneira a confirmar crenças ou hipóteses iniciais.”

Isso é uma coisa do nosso cérebro: buscamos informações que confirmem o que já acreditamos. O processo de formação de uma conclusão é invertido: ao invés de buscar informações que te permitam chegar a uma conclusão, já temos uma conclusão pré-concebida e então vamos buscar informações que sirvam de respaldo ao que concluímos. Durante esse processo, tendemos a ignorar ou não dar tanta importância a informações que apontam para uma conclusão contrária.

Ministros do euro insistem hoje em prudência orçamental após nova subida de taxas de juro | in LUSA

Santiago de Compostela, Espanha, 15 set 2023 (Lusa) – Os ministros das Finanças da zona euro vão hoje discutir o contexto macroeconómico na área da moeda única, devendo insistir nos compromissos de prudência orçamental, após uma nova subida das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE).

Realizada na cidade espanhola de Santiago de Compostela no âmbito da presidência espanhola da UE, a reunião do Eurogrupo decorre numa altura de tímido crescimento económico, de fraco consumo perante uma apertada política monetária e de ainda elevada inflação, razão pela qual “a principal mensagem será a de que a política orçamental deve continuar a ser prudente”, segundo fontes comunitárias.

“Passaram-se dois meses desde que o Eurogrupo se reuniu pela última vez e, desde então, têm surgido dados que revelam uma perda de dinamismo de crescimento e um ainda elevado nível de inflação, embora a descer, e menor consumo”, assinalaram, recordando as “incertezas substanciais” do contexto macroeconómico.

A discussão de hoje surge um dia depois de o BCE ter anunciado uma nova subida das três taxas de juro diretoras em 25 pontos base, tal como na reunião anterior, colocando a taxa dos depósitos no nível mais elevado de sempre da zona euro.

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ONU | crise na habitação mina confiança dos jovens no sistema político | Volker Türk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos | in Lusa

“Acabar com o problema dos sem-abrigo e garantir Habitação a Preços Acessíveis estão firmemente integrados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. São também um imperativo dos direitos humanos” | Crise na habitação faz com que jovens não confiem nos políticos | © Foto de Ev na Unsplash |

11 de setembro de 2023

Sessão de abertura da 54.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que decorre até 13 de outubro em Genebra, Suíça.


O alto comissário das Nações Unidas para os direitos humanos advertiu esta segunda-feira (11 de setembro de 2023) que a “aparente indiferença” dos dirigentes políticos relativamente à crise no acesso à habitação, “especialmente evidente em grande parte do mundo industrializado”, mina a confiança dos jovens nos políticos.

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9 de Setembro de 1973 | 50 anos | 25 de Abril, sempre! E para todos! | Lusa/Nuno Veiga | vcs

Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa colocam cravos na lapela na evocação dos 50 anos do Movimento dos Capitães, em Viana do Alentejo.

Desta forma, GOVERNAR em conciliação e amizade, é a melhor forma de se comemorar o 25 de Abril e de se governar o País.

Vítor Constâncio alerta para risco de estagflação na zona euro | in Lusa

O ex-vice-governador do BCE Vítor Constâncio prevê que a zona euro está próxima de uma recessão e alerta para o risco de uma estagflação, considerando que colocaria a instituição liderada por Christine Lagarde em dificuldades.

“A desaceleração nas maiores economias europeias tem vindo a acentuar-se, apontando que “no primeiro semestre, oito países tiveram crescimento negativo em relação a 2022 e nove, comparando com o primeiro trimestre”

Presidente da República defende que jovens são “realidade prioritária” | in ECO.pt

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou esta sexta-feira as medidas de apoio aos jovens, anunciadas pelo primeiro-ministro e secretário-geral do PS na Academia Socialista, realçando que são uma prioridade.

“Para jovens, o leque de medidas tem aspetos muito positivos, uns mais marcantes e mais amplos num espetro, outros num universo mais pequeno. Agora, não há dúvida que os jovens são uma realidade prioritária em termos económicos e sociais“, afirmou o Chefe de Estado, em declarações transmitidas pela RTP3.

Marcelo respondia aos jornalistas acerca das medidas que António Costa anunciou na noite de quarta-feira para a geração mais qualificada e “realizada” de sempre, com o objetivo de a “agarrar” ao país.

Entre elas constam a devolução de um ano de propinas por cada ano de trabalho em Portugal, IRS zero para os rendimentos de primeiro ano no mercado laboral, passe de transportes grátis para jovens até aos 23 anos, apoio entre 200 e 300 euros (consoante o conselho) ao alojamento escolar para estudantes deslocados e um cheque-livro para cada cidadão que reside em Portugal e faça 18 anos.

História de Joana Abrantes Gomes 

Marcelo Rebelo Sousa diz que a “russofobia” é “estúpida” | in ECO

Marcelo Rebelo de Sousa disse que nunca alimentou a “russofobia”, referindo que é um “disparate total” aquilo a que se assistiu quanto à marginalização da história e cultura russa. A intervenção, transmitida pela RTP3, foi feita na universidade de Verão do PSD em Castelo de Vide, Portalegre.

“Independentemente daquilo que se pense sobre a guerra, é um disparate total aquilo a que se assistiu”, de não se tocar mais compositores russos, não se passar mais filmes russos, de toda a história russa ser esquecida e de toda a cultura russa ser omitida, defendeu Marcelo.

“Isso é uma coisa sem senso, e quem pensa assim, quem reage assim, perde boa parte da sua razão quando defende a causa que quer defender. É uma forma estúpida de defender uma causa, que é realmente uma ofensa à inteligência e uma ofensa àquilo que deve ser a nossa visão do mundo”.

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A conspiração dos imbecis: é preciso ser um idiota perfeito para ter sucesso na vida? | por Carlo Matos Gomes

A pergunta não é nada retórica. Há muitos especialistas em liderança, psicologia ou mesmo ciência política que o abordaram nestes termos ou em termos semelhantes. É claro que a resposta dependerá, em grande medida, do que entendemos por “idiota perfeito” e até que ponto consideramos que os narcisistas, incluindo os narcisistas matizados ou “humildes”, se enquadram na definição.

A pergunta do título do jornal El País caiu-me na sopa das reportagens e das capas de jornais em que a trepidante visita de Marcelo Rebelo de Sousa à Ucrânia surge como um fait diivers entre a saga de Trump com os tribunais e prisões dos EUA, as opiniões no vácuo de várias eminências de sucesso nos meios de manipulação sobre a morte do chefe do grupo militar Wagner, a disputa entre Elon Musk e Zuckberg, agora X e Meta, o embuste da substituição dos carros de motor a combustão por baterias elétricos para melhorar o ambiente, o despacho feito pelos governos europeus de aviões F-16, os mais modernos dos aviões obsoletos, para dar lugar à compra dos F-35, o mais caro dos obsoletos (nasceu assim) modernos, a título de apoio a Zelenski, a decisão da senhora Lagarde do BCE de subir as taxas de juro para resolver a crise da habitação, ou do chanceler alemão trocar o barato gás russo pelo caro americano e estranhar a estagnação da indústria alemã, até às pequenas coisas, as novelas do treinador do Benfica com um guarda-redes e de um administrador do Atlético de Madrid, uma empresa do ramo futebolístico, com o mais caro dos seus produtos, para não referir o beijo do chefe da Federação Espanhola de futebol a uma futebolista.

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A religião do Ocidente não é a deste Papa | Carlos Matos Gomes

08-08-2023

E se algum ou alguma dos e das coristas que matraquearam vulgaridades e sopraram bolas de sabão sobre a Jornada Mundial da Juventude tivesse perguntado qual a causa pela qual os jovens participantes estariam dispostos a lutar?

Os grandes eventos devem suscitar interrogações. Conta-se que quando Moisés desceu do Sinai com a tábua dos 10 Mandamentos, anunciando que estes lhe haviam sido entregues por Deus, um dos assistentes lhe terá perguntado porque não viera Deus em pessoa transmiti-los. A história não relata o que aconteceu ao interpelante.

As religiões são sempre a transmissão de uma mensagem através de um mensageiro. Os céticos consideram que os mensageiros são os autores das mensagens. e procuram decifrar as mensagens. Os crente acreditam no que os reconforta, o mensageiro é apenas um cantor de canções de embalar. As suas palavras são meros sons que lhes ameniza as angústias. Nas religiões das sociedades mais complexas os crentes que constituem a massa não têm direito de fazer perguntas incómodas aos grandes mensageiros. Resta-lhes ouvir e acreditar no que já acreditavam. Mas há, ou haveria a possibilidade de perguntar o que pensa quem está a meu lado. Não ouvi nem vi alguém a perguntar.

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Juventude Comunista Portuguesa | JMJ | DN

A JMJ, enquanto momento de grande dimensão juvenil representa um potencial espaço de partilha, reflexão e convergência em defesa de valores como a paz, a fraternidade, o combate à pobreza, precariedade e às desigualdades, a que a JCP atribui uma importância redobrada.

O dado mais surpreendente nesta adesão – aliás publicamente salientado pelo Presidente da República – foi uma nota publicada no Twitter pela JCP, a organização de juventude dos comunistas: “A JMJ, enquanto momento de grande dimensão juvenil representa um potencial espaço de partilha, reflexão e convergência em defesa de valores como a paz, a fraternidade, o combate à pobreza, precariedade e às desigualdades, a que a JCP atribui uma importância redobrada.”

Mas o próprio PCP salientou no seu site a presença do seu secretário-geral, Paulo Raimundo, no encontro que o Papa teve, no CCB, com as autoridades nacionais, sublinhando que produziu um discurso “com significado”, nomeadamente na “condenação” das “dificuldades e da precariedade que muitos jovens enfrentam” – “preocupações” que têm “muita relevância”. A esta nota, os comunistas relacionaram ainda uma outra, com vídeo, onde João Ferreira, vereador dos comunistas em Lisboa, associou o partido ao “acolhimento da cidade de Lisboa aos muitos milhares de jovens” que vieram à JMJ, dizendo ainda que o chefe da Igreja Católica produziu “palavras com significado que sublinhamos e valorizamos”.

09/08/2023 | Diário de Notícias

Lisboa: Moedas e PS perto de acordo para habitação | João Diogo Correia, Jornalista | in Expresso

Assim é que é bonito. Convergência entre Partidos Políticos. Debate honesto. Pensar nos Portugueses.

Partidos voltam a negociar Carta de Habitação. Luz verde está próxima e ninguém quer ficar mal na fotografia

Menos de um mês depois de ter sido chumbada com os votos contra de toda a oposição – à exceção do PCP, que se absteve -, a Carta Municipal de Habitação (CMH) em Lisboa de PSD e CDS está a ser consensualizada entre a equipa de Carlos Moedas e o PS para receber luz verde.

O Expresso sabe que, logo após o chumbo, a equipa da Habitação na capital reuniu com os vários partidos para perceber como voltar a levar a proposta a votos, mas agora com a certeza de um resultado diferente. E as negociações entre Filipa Roseta, vereadora da habitação, e o PS estão “muito bem encaminhadas”, conta uma fonte ao jornal. Outra fonte, do executivo de Moedas, diz ao Expresso que “Lisboa já podia e devia ter a Carta aprovada, não fosse a infeliz manobra política do PS”. De um lado e do outro, dá-se como quase certo que o plano vai mesmo ser aprovado. Faltam só os detalhes.

Para o PSD, o pacto é visto como um recuo do PS. Ou, como diz a mesma fonte social-democrata, “um tiro no pé” que os socialistas “querem agora corrigir” e que ficou claro depois de um presidente de Junta do PS, Miguel Coelho, se ter demitido da comissão de habitação na Assembleia Municipal em desacordo com o chumbo da Carta.

UCRÂNIA | Emb. Seixas da Costa, in Observador, 15 de Junho de 2022

«A Ucrânia está ainda muito longe de poder vir a ser um membro da UE e, mais do que isso, não é ainda claro que tenha condições para o poder vir a ser um dia. É impopular dizer isto? Talvez, mas eu digo.» – Emb. Seixas da Costa, in Observador, 15 de Junho de 2022.

Há uns tempos, no início deste conflito, chamámos a atenção para a pobreza e atraso extremos da Ucrânia – o país mais pobre da Europa – e para o facto de os indicadores económicos e de desenvolvimento social do país só encontrarem termo de comparação em países africanos. O estranho, ou nem tanto, é que na Ucrânia – outrora o centro da indústria aeroespacial, das tecnologias de computação, da investigação médica de ponta, da indústria de construção naval e metalurgia da era soviética – o tempo tenha parado em 1991 e que aquele país imenso que foi até 1980 a 5ª economia europeia em termos brutos, estar hoje 40 anos atrasado em relação à Europa ocidental. Desde a independência, o país perdeu 6 milhões de habitantes para a emigração, metade dos quais procuraram refúgio na Rússia.

Para lá das três dezenas de capítulos e das 88.000 páginas de cerradas exigências para o cumprimento das condições, o país é o inferno do trabalho infantil, da indústria da pedofilia, das barrigas de aluguer, do tráfico de carne branca, da desistência escolar e das 200.000 crianças deficientes reduzidas a esconsos pútridos ali chamados orfanatos; o Estado mais negligente da Europa, o mais pobre e violento apontado até 2020 por todos os relatórios da UNICEF, da Human Rights Watch, da Organização Internacional do Trabalho e outros centos de agências internacionais e ONG’s.

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A QUESTÃO DOS REFUGIADOS DA UCRÂNIA | Vizinhos da Ucrânia pressionam Zelensky para buscar a paz enquanto milhões de deslocados fluem para a Europa | by Seymour Hersh

No sábado passado, o Washington Post publicou uma exposição de documentos secretos da inteligência americana mostrando que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, trabalhando nas costas da Casa Branca de Biden, pressionou fortemente no início deste ano por uma série ampliada de ataques com mísseis dentro da Rússia. Os documentos faziam parte de um grande esconderijo de materiais classificados publicados online por um homem alistado da Força Aérea agora sob custódia. Um alto funcionário do governo Biden, solicitado pelo Post para comentar a inteligência recém-revelada, disse que Zelensky nunca violou sua promessa de nunca usar armas americanas para atacar dentro da Rússia. Na visão da Casa Branca, Zelensky não pode errar.

O desejo de Zelensky de levar a guerra para a Rússia pode não ser claro para o presidente e assessores de política externa na Casa Branca, mas é para aqueles na comunidade de inteligência americana que acharam difícil fazer com que sua inteligência e suas avaliações fossem ouvidas em o Salão Oval. Enquanto isso, a matança na cidade de Bakhmut continua. É semelhante em idiotice, se não em número, ao massacre em Verdun e no Somme durante a Primeira Guerra Mundial. poderia servir como um prelúdio para algo permanente. A conversa agora é apenas sobre as possibilidades de uma ofensiva no final da primavera ou no verão por qualquer uma das partes.

Mas algo mais está cozinhando, como alguns na comunidade de inteligência americana sabem e relataram em segredo, por instigação de funcionários do governo em vários níveis na Polônia, Hungria, Lituânia, Estônia, Tchecoslováquia e Letônia. Esses países são todos aliados da Ucrânia e inimigos declarados de Vladimir Putin.

Este grupo é liderado pela Polônia, cuja liderança não teme mais o exército russo porque seu desempenho na Ucrânia deixou em frangalhos o brilho de seu sucesso em Stalingrado durante a Segunda Guerra Mundial. Tem instado discretamente Zelensky a encontrar uma maneira de acabar com a guerra – até mesmo renunciando, se necessário – e permitir que o processo de reconstrução de sua nação comece. Zelensky não se mexe, de acordo com interceptações e outros dados conhecidos dentro da Agência Central de Inteligência, mas começa a perder o apoio privado de seus vizinhos…

Col. Macgregor: Ukraine Is Being OBLITERATED

Timestamp: 0:44 Has Bakhmut fallen? 2:50 Bakhmut is the keystone of this war 5:40 General Milley goofs and says Ukraine cannot win this war 8:20 DC will provoke China to engage in war and rumors of war 12:20 The US could not bring the NAVY against the Chinese Navy because of new strike capabilities 15:30 China only has one goal in this war 16:40 Pentagon orders B52 and aircraft carrier towards North Korea 16:50 North Korea is used by the Russians to distract US military 21:20 China now searching boats 24:00 China could be shut down quickly but they are infiltrating America through VISAS 28:00 Why Finland really joined NATO

“ESTAMOS APENAS MENTINDO”

INDIGNA-SE EX. ASSESSOR DA CASA BRANCA

“Não sei se a Ucrânia ainda existirá como um estado-nação até o final de 2023”, disse McGregor.

Douglas McGregor, coronel aposentado do Exército dos EUA e ex-assessor da Casa Branca, expressou incerteza sobre a existência de um país chamado Ucrânia no canal de Stephen Gardner no YouTube.

Ao mesmo tempo, notou a inevitabilidade de tal cenário, embora meios neoliberais como The New York Times, The Washington Post e The Wall Street Journal continuem a exagerar a fantástica tese sobre a vitória da Ucrânia.

“As condições dentro da Ucrânia são terríveis”. | Ela tem perdas terríveis. | Estamos apenas mentindo. | indigna-se o ex-assessor da Casa Branca.”

Did Einstein believe in God? | MARCELO GLEISER | com tradução para português e francês

Here’s what Einstein meant when he spoke of cosmic dice and the “secrets of the Ancient One”.

MARCELO GLEISER

  • To celebrate Einstein’s birthday this past Sunday, we examine his take on religion and spirituality.
  • Einstein’s disapproval of quantum physics revealed his discontent with a world without causal harmony at its deepest levels: The famous “God does not play dice.”
  • He embraced a “Spinozan God,” a deity that was one with nature, within all that is, from cosmic dust to humans. Science, to Einstein, was a conduit to reveal at least part of this mysterious connection, whose deeper secrets were to remain elusive.

Given that March 14th is Einstein’s birthday and, in an uncanny coincidence, also Pi Day, I think it’s appropriate that we celebrate it here at 13.8 by revisiting his relationship with religion and spirituality. Much has been written about Einstein and God. Was the great scientist religious? What did he believe in? What was God to Einstein? In what is perhaps his most famous remark involving God, Einstein expressed his dissatisfaction with the randomness in quantum physics: he “God doesn’t play dice” quote. The actual phrasing, from a letter Einstein wrote to his friend and colleague Max Born, dated December 4, 1926, is very revealing of his worldview:

Quantum mechanics is very worthy of regard. But an inner voice tells me that this is not the true Jacob. The theory yields much, but it hardly brings us close to the secrets of the Ancient One. In any case, I am convinced that He does not play dice.

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Dez anos com o Papa Francisco | Anselmo Borges | DN/Opinião

oi a 13 de Março de 2013 — faz agora 10 anos –, que foi eleito. E percebeu-se logo naquela tarde que vinha como cristão: simples, sem aparato, inclinou-se perante a multidão, e ficou gravada na memória de todos aquela sua saudação: “buena sera” (boa tarde), que o tinham ido “buscar ao fim do mundo para bispo de Roma” (ele não usará o título de Papa), e, antes de dar a bênção, pediu que fossem os fiéis a pedir a bênção de Deus para ele primeiro.

O nome escolhido era revelador: Francisco, lembrando Francisco de Assis a quem pareceu uma vez ter ouvido dos lábios de Cristo crucificado o pedido: “Francisco, repara a minha Igreja, que ameaça ruina.” Sim, o Papa Francisco chegou e, por palavras e obras, é o que tem feito: não foi viver para o Palácio Apostólico, utiliza um carro modesto, está com todos, começando pelos mais pobres, acolhendo prostitutas, sorrindo e abraçando, brincando com crianças que lhe roubam o solidéu…

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O OCIDENTE TENTOU ISOLAR A RÚSSIA – MAS NÃO FUNCIONOU | Por Anton Troianovski, Lauren Leatherby, Weiyi Cai e Josh Holder | New York Times

Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia, o Ocidente formou o que parecia ser uma coligação global esmagadora: 141 países apoiaram uma moção das Nações Unidas exigindo que a Rússia se retirasse incondicionalmente.

Em contraste, a Rússia parecia isolada. A Coreia do Norte foi um dos quatro únicos países que apoiaram a Rússia e rejeitaram a medida.

Mas o Ocidente nunca conquistou tanto o mundo quanto parecia inicialmente. Outros 47 países se abstiveram ou perderam a votação, incluindo Índia e China. Muitas dessas nações “neutras” desde então forneceram apoio económico ou diplomático crucial à Rússia.

E mesmo algumas das nações que inicialmente concordaram em denunciar a Rússia veem a guerra como um problema que não é seu – e desde então começaram a orientar-se para uma posição mais neutra.

Um ano depois, está ficando mais claro: embora a coligação central do Ocidente permaneça notavelmente sólida, ela nunca convenceu o resto do mundo a isolar a Rússia.

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10 “estratégias de manipulação” através dos média | NOAM CHOMSKY

NOAM CHOMSKY: “A MAIORIA DAS PESSOAS NÃO SE DÃO CONTA DO QUE ESTÁ ACONTECENDO DE FATO E SEQUER SABEM QUE SÃO IGNORANTES A ESSE RESPEITO”

Em sua obra necessária e contundente, o filósofo estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através dos média:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRACÇÃO

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distracção que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distracções e de informações insignificantes. A estratégia da distracção é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neuro-biologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranquilas’)”.

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES

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Rússia sairá da guerra como vencedor militar e político | in mpr21

A Ucrânia perdeu a guerra. É algo óbvio desde o início, mas é bom que cada vez mais se rendam ao inevitável. Agora o jornal britânico The Guardian admite que o exército russo está preparado para uma ofensiva iminente em maior medida do que o ucraniano para a defesa. A moral das tropas ucranianas, assegura o jornal, está no chão e a taxa de suicídios é muito elevada (1).

O jornal alemão Die Welt também atira a toalha: “Até que ponto é realista uma vitória ucraniana? É quase impossível que a Ucrânia saia vitoriosa desta guerra”, reconhece o jornal (2). Para Zelensky, a vitória significa a reconquista de todos os territórios ocupados, incluindo a Crimeia. Mas nas circunstâncias atuais “isso é impossível. A Rússia ocupa atualmente cerca de 18% do território ucraniano. É mais provável que este valor aumente do que diminua no futuro”, conclui Die Welt.

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Silêncio! Silêncio! Silêncio! | Leonardo Haberkorn, jornalista e académico uruguaio

O jornalista e académico uruguaio Leonardo Haberkorn, desistiu de continuar a dar aulas do curso de “Comunicação” na Universidade ORT de Montevideu, através desta carta que comoveu o mundo da Educação:

“Depois de muitos anos como professor universitário, hoje dei aula na faculdade pela última vez. Estou cansado de lutar contra telemóveis, WhatsApp e Facebook. Eles venceram-me. Eu desisto. Eu atiro a toalha ao chão. Cansei-me de falar de assuntos pelos quais eu sou apaixonado, para rapazes e raparigas que não conseguem tirar os olhos de um telemóvel que não pára de receber selfies.

É verdade que nem todos são assim, mas há cada vez mais a ficar assim. Até há três ou quatro anos, o apelo para deixar o telemóvel de lado por 90 minutos – nem que fosse só para não ser desrespeitoso – ainda teve algum efeito. Já não o está a ter. Pode ser que seja eu que me tenha desgastado demais neste combate, ou que esteja a fazer algo de errado.

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DESABAFOS | Tiago Salazar

A montra das redes sociais permite à grande mole, que não tem acesso à escrita e vox pública (jornais, revistas, livros…), a divulgação das suas dores, revoltas, triunfos, egos, alergias e alegrias. Escrever é uma forma de terapia como dar peidos ao vento, dançar ou dar murros e pontapés num saco ou colchão. Não requer nenhuma espécie de dom ou vocação. Quem relê o que escreve (sem plágio, imitação ou recurso ao pensamento alheio), mesmo de forma atabalhoada, deve rever-se.

É aqui que está a honestidade intelectual. O facto de ter livros publicados e de me conotarem com um escritor (amador), só me obriga a uma maior responsabilidade. Parto do princípio de que vou ser lido com mais atenção (ou maior exigência). A escrita sai como me chegam os pensamentos (e as emoções que nascem dos pensamentos ou os antecedem). Para vir aqui partilhar escritos como este tenho um fundamento: uma vontade de mobilizar o(s) leitor(es) a reler, a guardar, a partilhar, a debater o tema de fundo. Para hoje, o tema de fundo é a mania dos portugueses de viverem acima das possibilidades.

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Não à guerra NATO/EUROPA Ocidental contra a RÚSSIA

Emmanuel Macron e António Costa deveriam apoiar a declaração de Scholz. Recusa absoluta de guerra entre NATO e RÚSSIA.

Os países Europeus devem suspender o envio de armas. E afirmá-lo claramente a Joe Biden/USA

Os USA e seu CMI que façam a guerra sozinhos. Têm poder suficiente para isso. Não podem servir-se da EUROPA para o fazer.

Arte de Amedeo Bocchi, “Melancolia” 1932

Rússia lamenta “hipocrisia” da UE após críticas a Lavrov | in SIC Notícias

História de Lusa

Em causa estão as críticas do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, ao ministro das Relações Externas da Rússia.

O Ministério das Relações Externas da Rússia lamentou este sábado a “hipocrisia” da União Europeia, após críticas a Lavrov por declarações “antissemitas”.

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, criticou o ministro das Relações Externas da Rússia, Sergey Lavrov, que afirmou que a União Europeia formou uma “coligação” ocidental para “resolver a questão russa“, de maneira semelhante à “solução final” de Adolf Hitler para exterminar os judeus.

Borrell disse que estas afirmações somam-se “aos comentários antissemitas proferidos pelo ministro Lavrov“.

Em resposta, a Rússia acusou este sábado Borrell de liderar um exercício de “hipocrisia“, recordando as declarações do chefe da diplomacia da UE, que dividiu o mundo entre “um jardim de flores“, habitado por 1.000 milhões de europeus, e “uma selva que avança sobre este“, referindo-se a Moscovo.

Estas declarações foram realizadas por Borrell em 2022 e mereceram a crítica de países como os Emirados Árabes Unidos.

Scholz e Macron pedem um fortalecimento da “soberania” da União Europeia | História de Lusa | in ECO.pt

O Presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, apelaram hoje ao fortalecimento da “soberania” da União Europeia e da sua capacidade para moldar a ordem internacional, posição defendida na véspera de um Conselho de Ministros franco-alemão.

A UE enfrenta um desafio essencial de “garantir que a Europa se torne ainda mais soberana e tenha capacidades geopolíticas para moldar a ordem internacional”, referiram os dois governantes no diário Frankfurter Allgemeine Zeitung, antes do 60.º aniversário do Tratado do Eliseu, que será celebrado no domingo com um programa que inclui um conselho de ministros conjunto.

Para Macron e Scholz, a Europa deve investir mais nas suas Forças Armadas e na sua indústria de armamento. “As melhores capacidades europeias e um pilar europeu mais forte dentro da NATO também nos tornam um parceiro mais forte no Atlântico e nos Estados Unidos – mais bem equipados, mais eficientes e mais poderosos”, apontaram.

O tratado com o nome do palácio presidencial francês foi assinado em 22 de janeiro de 1963, em Paris, pelos então chefe de Estado da França, Charles de Gaulle (1890-1970), e de Governo da Alemanha Ocidental, o chanceler Konrad Adenauer (1876-1967). O acordo, considerado como um exemplo de reconciliação entre antigos inimigos, estabeleceu mecanismos de consulta e cooperação em política externa, integração económica e militar, e intercâmbio de formação de estudantes.

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Era tão bom governar sem povo | por Francisco Louçã in Jornal Expresso, 20-01-2023

Dois do poemas mais conhecidos de Bertolt Brecht, que de algum modo resumem as agruras da sua vida, foram dedicados a governantes em momentos cruciais da história. Um deles, da década de 1930, parodia os discursos do governo nazi, abrindo com os seguintes versos: “Todos os dias os ministros dizem ao povo/ Como é difícil governar. Sem os ministros/ O trigo cresceria para baixo em vez de crescer para cima”, e sabem como continua. O outro foi escrito duas décadas depois, a propósito da repressão do governo estalinista contra a revolta popular que começou em Berlim-Leste, concluindo que “O povo perdeu a confiança do governo/ E só à custa de esforços redobrados/ Poderá recuperá-la. Mas não seria/ Mais simples para o governo/ Dissolver o povo/ E eleger outro?”. Nos dois casos e em circunstâncias diferentes, os poemas respondem a tiranias. No entanto, há nesta poesia um outro traço comum, para além da sátira do discurso justificativo da prepotência, que é a desconstrução da distância. Em política, e muito atento, Brecht obrava de modo contrário ao que propunha em teatro: no primeiro caso queria denunciar e destruir a opressão baseada na distância do poder, no outro queria criar distância para evitar a identificação alienada dos espetadores com quem representava uma peça que não constituía a realidade. A realidade é suja, o teatro queria ser épico; uma engana, o outro mostra.

O processo de ocultação e de justificação narcísica pelos governantes, em todo o caso, não é uma particularidade da tirania que Brecht combatia nos dois casos. Sob formas variadas, é a própria essência da ocupação do espaço público pelo discurso do poder, ou do seu investimento na criação de um senso comum conformista. A política económica portuguesa e europeia é um exemplo transparente desse modo de dominar.

Masoquismo

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A guerra que a Rússia perdeu em … março de 2022 | por Daniel Vaz de Carvalho | in resistir.info

1 – A guerra psicológica

Em março de 2022, os “comentadores” de serviço explicavam que a Rússia havia perdido a guerra – iniciada um mês antes, além disso tinha ficado sem munições, os soldados sem vontade de lutar, até de falta de alimentos os militares russos padeciam. Estas afirmações foram repetidas mês após mês.

Quem parasse um minuto para pensar, chegaria à conclusão que aparentemente a Rússia era indestrutível e as suas munições inesgotáveis, tal como a vontade de combater dos seus soldados. A semelhança entre os “comentadores” de serviço e papagaios falantes é mera coincidência. Podemos daqui excluir alguns analistas militares que de uma forma geral procuram interpretar o que se passa no terreno.

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Lavrov: Ocidente “proibiu” Zelenskyy de chegar a acordo com a Rússia | História de Nara Madeira in Euronews

O ministro dos negócios estrangeiros da Rússia atacou o apoio do Ocidente a Kiev numa conferência de imprensa, em Moscovo.

Sergey Lavrov afirmou que o seu país foi “forçado” a invadir a Ucrânia devido àquilo a que chamou de “guerra híbrida” do Ocidente contra a Rússia.

“O que está a acontecer agora na Ucrânia é o resultado de muitos anos de preparação pelos Estados Unidos e dos seus aliados para iniciar uma guerra híbrida global contra a federação russa”.

Sergey Lavrov, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia

Lavrov acrescentava que “ninguém esconde isto”, acrescentando que, “recentemente”, o Presidente croata, Zoran Milanović, afirmou que se trata de “uma guerra da NATO contra a Rússia”, o que o chefe da Diplomacia russa considerava “uma declaração simples e honesta”.

O governante parecia também descartar conversações de paz, dizendo que o Ocidente impediu Kiev de negociar.

“O Ocidente decide em nome da Ucrânia. Foram eles que proibiram Zelenskyy de chegar a um acordo com a Rússia, no final de março do ano passado, quando tal acordo estava pronto. Por isso, o Ocidente decide, e decide pela Ucrânia, sem a Ucrânia”.

Discurso defendido, há muito tempo, pelo presidente russo, Vladimir Putin. O crescente apoio do Ocidente à Ucrânia está a resultar numa retórica do Kremlin cada vez mais dura. A invasão russa da Ucrânia, e de acordo com as Nações Unidas, já matou mais de 7000 civis, os EUA falam em 40 mil.

2022 à la minute  –  On my own | Carlos Matos Gomes

Gosto mais da frase em inglês — on my own — do que em português: só comigo.

A minha intenção ao escrever este texto sobre o ano de 2022 é a mesma dos solitários que fazem desenhos na areia: entreterem-se enquanto falam consigo próprios. Depois, quem passa olha, se lhe apetecer acrescenta, apaga, ou distorce. E segue o seu caminho. A nova maré levará a obra. O desenhador irá olhar o vazio para lá do horizonte.

Bom ano de 2023.

Personalidades portuguesas:

– Marta Temido, a sua equipa e o SNS. A frágil ministra, juntamente com o seu sereno secretário de Estado, enfrentaram o mais poderoso e desapiedado gangue do planeta: o dos industriais e comerciantes da saúde. Os Serviços Nacionais de Saúde são uma ofensa inadmissível para os mercadores dos medicamentos, dos hospitais e clinicas, dos laboratórios e fábricas de equipamentos. Marta Temido e o seu secretário, mais da Diretora Geral da Saúde enfrentaram-nos. Se tivessem a mais pequena sombra no seu currículo, nas suas vidas privadas estariam entregues aos bichos, aos liberais! E nós, os cidadãos, com eles.

– Os “uberistas”, sejam os condutores de automóveis sejam os distribuidores de comida às costas que respondem às app e aos Tm. São os novos escravos, sem esquecer os importados para os trabalhos agrícolas. Eles antecipam o futuro das sociedades ditas desenvolvidas, e neoliberais, a par dos “colaboradores” em teletrabalho e dos robôs.

Personalidades Internacionais:

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A superação da dissidência, a desobediência e o regresso dos velhos totalitarismos | por Carlos Matos Gomes

A Liberdade é para mim o valor supremo. É a Liberdade que me permite ser eu. Mas apenas posso sobreviver em sociedade, o que impõe limites à minha liberdade. Vivo e vivi a lutar por me libertar, sabendo que estarei sempre preso, mas bato-me para esticar ao máximo a corda que me limita. Cheguei à conclusão (já não era sem tempo) que passei a existência como um prisioneiro que pensou constantemente em planos de fuga, e se relacionou com os outros presos e os guardas de modo a garantir a maior liberdade possível. Descobri à minha custa o segredo de conseguir equilibrar forças numa sociedade violenta. Nada de novo. Desde a antiguidade que primeira tarefa dos chefes é assegurar a obediência dos seus subordinados. Tentei e tento superar os riscos da dissidência, da desobediência. Nunca recebi um louvor por comportamento exemplar. Não me orgulho, mas sinto-me bem por ter superado a minha dissidência e, antes do tudo o mais, aprendi a distinguir os profetas da submissão por debaixo do tropel dos gritos e dos arrepelos dos cabelos. Os movimentos de extrema-direita que estão a sair da terra como os cogumelos do estrume gritam muito, mas nada mais pretendem que um regime de submissos. A insubmissão é hoje a defesa contra a berraria dos serventuários dos poderosos.

Max Weber, o sociólogo alemão, afirmou que a finalidade do poder é “a imposição da vontade de uma pessoa ou instituição sobre os indivíduos, mesmo contra resistências”. O poder é independente da aceitação dos sujeitos, mas aprendi que a utilização da força é o mais oneroso e traiçoeiro dos meios de obter um domínio e o menos fiável. Recrutar vendedores de felicidade e ilusionistas é muito mais eficaz.

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Günther Anders | ′′ A obsolescência do homem ′′ 1956

′′Para sufocar antecipadamente qualquer revolta, não deve ser feito de forma violenta. Métodos arcaicos como os de Hitler estão claramente ultrapassados. Basta criar um condicionamento coletivo tão poderoso que a própria ideia de revolta já nem virá à mente dos homens. O ideal seria formatar os indivíduos desde o nascimento limitando suas habilidades biológicas inatas…

Em seguida, o acondicionamento continuará reduzindo drasticamente o nível e a qualidade da educação, reduzindo-a para uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto tem apenas um horizonte de pensamento limitado e quanto mais seu pensamento está limitado a preocupações materiais, medíocres, menos ele pode se revoltar. É necessário que o acesso ao conhecimento se torne cada vez mais difícil e elitista…. que o fosso se cave entre o povo e a ciência, que a informação dirigida ao público em geral seja anestesiada de conteúdo subversivo.

Especialmente sem filosofia. Mais uma vez, há que usar persuasão e não violência direta: transmitir-se-á maciçamente, através da televisão, entretenimento imbecil, bajulando sempre o emocional, o instintivo. Vamos ocupar as mentes com o que é fútil e lúdico. É bom com conversa fiada e música incessante, evitar que a mente se interrogue, pense, reflita.

Vamos colocar a sexualidade na primeira fila dos interesses humanos. Como anestesia social, não há nada melhor. Geralmente, vamos banir a seriedade da existência, virar escárnio tudo o que tem um valor elevado, manter uma constante apologia à leveza; de modo que a euforia da publicidade, do consumo se tornem o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade.

Assim, o condicionamento produzirá tal integração, que o único medo (que será necessário manter) será o de ser excluído do sistema e, portanto, de não poder mais acessar as condições materiais necessárias para a felicidade.

O homem em massa, assim produzido, deve ser tratado como o que é: um produto, um bezerro, e deve ser vigiado como deve ser um rebanho. Tudo o que permite adormecer sua lucidez, sua mente crítica é socialmente boa, o que arriscaria despertá-la deve ser combatido, ridicularizado, sufocado…

Qualquer doutrina que ponha em causa o sistema deve ser designada como subversiva e terrorista e, em seguida, aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal ′′

O deserto está repleto de coisas | João Gomes

Queria falar-vos de esperança, deixando que apenas palavras doces e ternas surgissem no amargor da realidade diária do presente. Nós, humanos, precisamos tanto de palavras positivas, como de pão para a boca, para a digestão de ideias felizes. Mas apetece-me calar a minha voz, emudecer, fazer o meu destino mais próximo dos silêncios, deixar essa esperança em mim aparecer, sem me sentir desumano, demente. Os olhos vêem os gestos que me apetece oferecer, mas os rostos escondem-se no trapo colorido e o gesto esmorece. As minhas mãos já só praticam tarefas simples e sem bravura. Nos dias que nascem frios, as noites morrem ainda mais frias.

Pergunto a mim próprio se sou uma pessoa feliz e o que me falta para, verdadeiramente, o ser. Descubro que nada me falta e apenas falta a forma de me compreender. Um deserto não é, verdadeiramente, um vazio. O deserto está repleto de coisas. Só precisamos de as saber encontrar e usufruir daquilo que até um deserto pode oferecer. Antes mesmo de nele temermos morrer e a esperança é uma palavra que nunca se completa, se não for atravessada como um deserto que enfrentamos, buscando o que pode conter. E basta encontrar nele uma flor, uma simples e terna flor, para valer a pena a aventura da travessia ou ver a esperança acontecer.

João Gomes

(2021)

A corrupção dos valores começa na nossa casa | por Carlos Matos Gomes

Miguel Sousa Tavares publicou um excelente texto sobre a corrupção no Parlamento Europeu, neste caso envolvendo a eurodeputada grega Eva Kaili, a propósito de subornos feitos pelo Qatar. Este meu texto é uma adaptação do texto de Simon Tisdall, do The Guardian, que reforça a ideia de estarmos a assistir à corrupção por dentro dos regimes de democraca representativa e de Estado de Direito.

O texto de Simon Tisdall começa com uma provocação:

Boas notícias para os autocratas do mundo — a mesquinhez (corrupção e cupidez) da UE é um grande golpe contra a democracia. Artigo de Simon Tisdall (The Guardian)

O escândalo do Qatargate (que envolve a eurodeputada grega Eva Kaili) mostra como a corrupção interna e o tráfico de influência e podem corroer a confiança pública. A democracia é uma planta vulnerável, facilmente negligenciada e enfraquecida por parasitas. Ela enfrentou ataques abertos, às vezes letais, em 2022, de autocratas em lugares tão distantes quanto Estados Unidos, Brasil, China, Rússia, Irão e a Turquia. No entanto, quando a democracia é silenciosamente corrompida e subvertida por dentro — esse é o verdadeiro assassino. O caso da eurodeputada grega está nesta categoria, de inimigo interno, de cancro insidioso. Se provada, a corrupção no Parlamento Europeu constituirá uma enorme traição à confiança pública.

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Deana Barroqueiro | a ignorância arrogante e o circo da fama.

Nos tempos que correm, começo a ter dificuldade em distinguir certos “activistas de grandes causas”, como a crise ambiental, a salvação do planeta, o racismo, a escravatura – em particular os dos movimentos criados nas redes sociais –, de simples vândalos, incultos e arruaceiros.

Destruir estátuas, que há séculos existem nas cidades e são testemunhos (bons e maus, mas testemunhos) da história colectiva de um povo, vandalizar obras de arte expostas em museus para usufruto de todos, alguma das quais são património da Humanidade, fazer censura e coarctar a liberdade de expressão, porque qualquer palavra que se use pode ofender alguém ou algum grupo. E há milhares e milhares de grupos de indivíduos “com grandes causas”, nas quais embarcam, muitas vezes por falta de estudo ou de reflexão, sem saberem o que elas representam no seu contexto ou porque acreditam nas mais bizarras e estapafúrdias teorias da conspiração.

Que contributo traz à defesa das alterações climáticas a destruição de uma pintura com décadas ou séculos de existência? Ou de uma estátua? Estas acções que me parecem feitas apenas para os “heróis” aparecerem nas televisões e terem os seus minutos de “fama”, com o nobre e altíssimo protesto de atirar o conteúdo de latas de sopa sobre os quadros dos grandes mestres (que eles não devem ter sequer capacidade ou sensibilidade para lhes apreciarem a beleza), irá seguramente ser continuada em mais países por outros primatas imitadores que pululam nas redes sociais.

Outra grande causa destes novos paladinos, pelo menos aqui, em Portugal, é a escravatura, não a moderna dos trabalhadores imigrantes e das mulheres e crianças para escravas sexuais – que existe a seu lado e de que estes justiceiros não tomam nota, mesmo quando vem plasmada nos jornais –, mas do tráfico de escravos de há 500 anos, uma valência económica universal nessa era (no Oriente e nos países muçulmanos existia desde tempos imemoriais; nas potências europeias que tinham impérios, como a Inglaterra, Holanda e a Bélgica, prolongou-se até ao século XX, muito depois de Portugal ter posto fim a esse comércio, em 1761).

Ora, se há países que têm de pedir desculpa pelo tráfico de escravos feito há séculos, terão de ser, antes de quaisquer outros, os países africanos cujos sobas e reis arrebanhavam os seus conterrâneos e vinham vendê-los nas feitorias, primeiro aos muçulmanos e depois aos portugueses e aos holandeses e outras potências escravagistas.

Graças a esta ignorância crassa e a um enviesado sentido do “politicamente correcto”, ficámos sem um Museu dos Descobrimentos ou da Expansão,que incluiria a escravatura, mas um museu nacional e abrangente, que o país merece e necessita (até para ensinar a que não sabe), por ser um período em que Portugal estava na dianteira da maioria dos países, quer nas ciências (como Medicina, Navegação, Geografia, Botânica, Astronomia, etc.), quer nas artes ou na literatura, em que ligou o oceano Atlântico ao Índico (um feito maior do que o de Fernão de Magalhães), contribuindo como nenhum outro para o Conhecimento do Mundo, desfazendo mitos e ignorância.

Devemos ser o único país do mundo, em que os seus naturais, em vez de mostrarem o que de melhor ele tem ou fez, não só procuram mostrar apenas o que é negativo, como mancham e aviltam tudo o que se fez de bom em 880 anos de História, uma História riquíssima de que nos devíamos orgulhar.

Eu jamais deixarei de dizer o que penso e não peço desculpa por qualquer tema, palavra ou ideia que esteja nos meus livros, que tratam precisamente destas épocas, por mais ofensivas que sejam para os defensores do “politicamente correcto”. Tenho uma vida longa que testemunha a minha luta contra as injustiças, o racismo, a misoginia, a ignorância. Não tenho pachorra para a ignorância arrogante e o circo da fama.

Retirado do Facebook | Mural de Deana Barroqueiro

ORDEM DOS ENGENHEIROS | A REGIÃO SUL INFORMA | Lisboa 4 de Novembro de 2022

COMUNICADO

O Conselho Diretivo da Região Sul iniciou as suas funções a 1 de abril p.p., na sequência das eleições ocorridas a 12 de fevereiro, tendo 4 dos seus membros decidido apresentar a renúncia ao mandato, o que, nos termos do Estatuto da Ordem dos Engenheiros e do Regulamento de Eleições e Referendos, determina a ausência de quórum e a consequente obrigação de serem marcadas eleições extraordinárias para o Conselho Diretivo.

O Conselho Diretivo Nacional deliberou fixar o dia 2 de fevereiro de 2023 para a realização de Eleições Extraordinárias para o Conselho Diretivo da Região Sul, a eleger até ao final do presente mandato, nos termos de Edital hoje publicado.

Lisboa, 4 de novembro de 2022

Luís Machado

Presidente Conselho Diretivo da Região Sul

Sondagem CNN Portugal | O “Estado da Opinião” dos portugueses mostra um país baralhado sobre a TAP e muito decidido sobre a localização do novo aeroporto.

O trabalho de campo decorreu entre 5 e 7 de janeiro de 2022.

Os portugueses querem manter a TAP, desde que o Estado não tenha de pagar. Uma sondagem da Aximage para a CNN Portugal conclui que 44% dos inquiridos discordam de ajudas financeiras à transportadora aérea, por oposição a 32% que aceitam a reestruturação da TAP e a consequente fatura.

Para 57% dos inquiridos não restam dúvidas de que a TAP é importante para o país, devendo-se manter a companhia aérea. Já 22% viveriam bem sem a ter.

Na discussão sobre o novo aeroporto em Lisboa, tema que atravessou governos, os portugueses tomam partido:

  • 69% acham que não é uma prioridade.

E se não acompanham o entusiasmo pela existência de um novo aeroporto, menos ainda sobre a sua localização.

Há um dado a reter nesta sondagem:

  • 41% dos portugueses preferem manter Humberto Delgado como aeroporto principal e Montijo como complementar, mas 29% nem tem opinião sobre o assunto.

https://cnnportugal.iol.pt/aeroporto/sondagem-cnn-portugal-57-dos-portugueses-consideram-que-a-tap-e-importante-para-o-pais-desde-que-nao-tenham-de-a-pagar/20270130/61df969b0cf21a10a419477e

ANTÓNIO COSTA | por Francisco Seixas da Costa

Faço parte das pessoas – e somos bastantes, a maioria, como se tem visto – que vivem muito confortáveis com o facto de António Costa estar hoje a liderar o governo. Não vislumbro, no “mercado” político doméstico, ninguém que junte em si mais qualidades para gerir o nosso país.

Não esqueço, e agradecerei sempre, a serenidade firme com que nos conduziu durante a pandemia. O peso que tem vindo a ganhar no plano europeu – um prestígio cujos efeitos desejo que se esgotem exclusivamente no plano nacional – é a prova provada do seu êxito.

Até na gestão do “tandem” que tem feito com o presidente da República, dossiê bastante mais complexo do que parece, António Costa tem revelado uma sábia habilidade. E faço parte de quantos valorizam bastante este último conceito.

Chegado a este ponto, os leitores devem estar à espera daquela frase com que os ingleses relativizam o que acabam de afirmar: “Having said that…” Ela aqui vai: não aprecio, mesmo nada, o tom que, crescentemente, António Costa tem vindo a adotar nas suas intervenções parlamentares.

Era expectável que, com o reforço de dois partidos da direita radical nas últimas eleições, o parlamento entrasse em crescente crispação. Com ambos a apelar ao pior dos sentimentos dos portugueses – um pelo populismo mais baixo, outro pela arrogância a-social -, posso perceber que António Costa se sinta frequentemente irritado e propenso a uma reação vocal mais robusta. Mas é aqui que reside o seu erro.

O primeiro-ministro de Portugal deve demonstrar, em todas as ocasiões, que se recusa a descer ao patamar dos preconceitos, rasteiros ou sobranceiros, com que aqueles grupos de representação ideológica extrema ali sustentam as suas intervenções. Fazê-lo é entrar numa chicana que só confere visibilidade e relevância a quem procura ganhar protagonismo à sua custa.

Tratá-los com educada frieza de Estado, oferecendo-lhes os mínimos de tratamento democrático, deveria ser a posologia a adotar. É que, contrariamente ao que as Seleções do Reader’s Digest defendem, rir, mesmo que deles, nem sempre é o melhor remédio.

Esta é a minha opinião. E, pelo que vou ouvindo, não estou sozinho, mesmo em quantos, como eu, continuam a apreciar muito António Costa.

Retirado do Facebook | Mural de Francisco Seixas da Costa

É bonito » Medida Humanista de Alcance Extraordinário | Governo vai “aprovar legislação que protege famílias com crédito à habitação”.

A garantia foi dada pelo primeiro-ministro. Outros deixariam o neo-liberalismo actuar contra as famílias.

O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que já foram investidos 5,6 mil milhões de euros em apoio às famílias e controlo dos custos da energia, estando para breve legislação para proteção face à alta dos créditos à habitação.

Estas posições sobre a atual conjuntura económica e financeira do país foram transmitidas por António Costa na abertura do debate parlamentar na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2023.

“Já investimos 5,6 mil milhões de euros entre medidas de apoio ao rendimento das famílias e medidas de controlo do custo da energia. Por isso, atualizamos o indexante de apoio sociais, o salário mínimo nacional acima da inflação. Por isso, prosseguimos o aumento do complemento solidário para idosos para convergir com o limiar de pobreza”, declarou.

Perante os deputados, o líder do executivo referiu que o seu Governo respondeu à atual trajetória de aumento da inflação com o congelamento do preço dos transportes públicos e limitou em 2% o aumento das rendas de casa.

“Vamos aprovar legislação que protege as famílias com crédito à habitação. Sim, cuidamos de responder às necessidades do presente, do mesmo passo que mantemos, com toda a determinação, o rumo que traçámos para a legislatura”, sustentou.

Em relação à presente proposta orçamental, António Costa disse que as verbas para o Serviço Nacional de Saúde serão reforçadas em 7,8%.

“Vamos instalar os primeiros 108 dos 365 centros tecnológicos especializados que vão modernizar o ensino profissional até 2025; aumentamos o apoio sustentado às artes em 114%; o investimento da lei de programação nas forças de serviços de segurança cresce 33%; a PJ tem o maior reforço de sempre em meios humanos e capacidade pericial para dar combate à criminalidade económica e financeira, em especial à corrupção”, apontou.

Também de acordo com o primeiro-ministro, o orçamento da Defesa é “robustecido, fortalecendo as Forças Armadas e honrando os nossos compromissos internacionais, num contexto marcado pela guerra da Rússia contra a Ucrânia”.

Depois, referiu-se ao acordo de médio prazo, assinado em sede de concertação social pelo seu executivo com os parceiros sociais, salientando que assume como meta para 2026 acelerar para 2% o crescimento da produtividade.

“Esta é uma condição necessária para garantirmos melhores empregos, com melhores salários. Para produzirmos mais e com mais valor acrescentado, estabelecemos como prioridades o investimento nas qualificações e na inovação”, sustentou.

“O financiamento às empresas aumenta 90% do Portugal 2020 para o conjunto das verbas que lhes são destinadas no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência e no Portugal 2030, para apoiar a sua modernização e internacionalização, para as apoiar na dupla transição energética e digital. E no acordo firmado com os parceiros sociais reforçámos as medidas de redução seletiva do IRC, que no seu conjunto representam uma descida de impostos sobre as empresas superior à descida transversal de 2 pontos percentuais na taxa de IRC”, assinalou.

Na presente proposta de Orçamento, segundo o líder do executivo, são “melhorados os incentivos fiscais à inovação, ao investimento, à localização no interior e à capitalização do nosso tecido empresarial; é reduzida a carga fiscal das pequenas e médias empresas (PME); e reforçam-se os incentivos aos ganhos de escala, alargando a taxa reduzida das PME a todas as empresas até 500 trabalhadores e assegurando que as empresas que resultem da fusão de PME mantêm a taxa reduzida de IRC”.

“Estes são os incentivos certos para as empresas melhorarem a sua produtividade”, vincou António Costa, referindo-se indiretamente às diferenças entre a via fiscal do Governo e a dos partidos à direita do PS.

“Mas é essencial acompanhar o esforço das empresas com o reforço do investimento público, para melhorar a competitividade e, assim, elevar o peso das exportações no PIB para 53% até 2030”, acrescentou.

SIC Notícias, Lusa 26-10-2022

“UCRÂNIA – É IMPERIOSO SAIR DA CAIXA” | por Francisco Seixas da Costa

Os trinta democratas liberais no Congresso dos EUA leram Francisco Seixas da Costa


É nos Estados Unidos que reside a chave de um eventual novo tempo neste processo, pelo que compete aos europeus lembrar-lhes que é só deste lado do Atlântico que, por agora, continua a guerra.

A História mostra que, para pôr termo a um conflito, ou se derrota totalmente o inimigo (e a Rússia não é derrotável, enquanto potência, como sabe quem sabe destas coisas) ou se fala com ele para ir aferindo das hipóteses de um acordo. Pensar que o tempo corre sempre a nosso favor é uma ingenuidade perigosa.”


Fez ontem cinco meses, publiquei este artigo no “Expresso”. Algumas coisas estão datadas e ocorreu a alteração de certas circunstâncias, mas, mesmo assim, hoje apetece-me relembrá-lo, porque o essencial não mudou e continuo a pensar exatamente o mesmo: :

”Esta guerra já não é apenas entre a Rússia e a Ucrânia. É cada vez maior o envolvimento, através de ajuda militar e de sanções, de muitos países que passaram a ser parte, embora por ora não beligerante, no conflito. Em moldes todavia nunca comparáveis ao sofrimento da população da Ucrânia, as respetivas sociedades estão a começar a sentir as consequências do prolongamento da guerra.

Parece não ter sentido que os países envolvidos no apoio à Ucrânia fiquem a aguardar o resultado, cada vez mais duvidoso, de um processo negocial, aparentemente suspenso, entre Kiev e Moscovo. Há dimensões do conflito, como fica evidente na questão das armas nucleares, que vão muito para além da situação concreta da Ucrânia, embora com ela interligada.

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GRUPO DE DEMOCRATAS DO CONGRESSO INSTA BIDEN A NEGOCIAR FIM DA GUERRA NA UCRÂNIA | in Reuters

FRASE EM DESTAQUE, AH POIS!

“redobrando os esforços para buscar uma estrutura realista para um cessar-fogo”

Trinta democratas liberais no Congresso dos EUA pediram ao presidente Joe Biden na segunda-feira que mude sua estratégia para a guerra Rússia-Ucrânia, buscando um acordo negociado junto com sua atual provisão de apoio militar e económico a Kyiv.

“Dada a destruição criada por esta guerra para a Ucrânia e o mundo, bem como o risco de escalada catastrófica, também acreditamos que é do interesse da Ucrânia, dos Estados Unidos e do mundo evitar um conflito prolongado”, disseram os 30 membros democratas da Câmara dos Deputados numa carta dirigida a Joe Biden.

“Por esta razão, nós pedimos que você junte ao apoio militar e apoio económico que os Estados Unidos forneceram à Ucrânia um impulso diplomático proativo, redobrando os esforços para buscar uma estrutura realista para um cessar-fogo”, disse a carta dos democratas.

Alguns republicanos também já alertaram que pode haver um controle mais rígido do financiamento para a Ucrânia se o seu partido ganhar o controle do Congresso.

A carta foi liderada pela deputada Pramila Jayapal, que preside ao Congressional Progressive Caucus.

https://www.reuters.com/world/us-liberal-democrats-urge-biden-seek-negotiated-ukraine-settlement-2022-10-24/?fbclid=IwAR33JYENWy8I15-vMyxKvH84nJy7n4wV7F5Rad7B-xLu2wNJ3Os7k4Zd5Hw

O The Guardian é uma excelente abertura para o mundo | por Carlos Matos Gomes

Um artigo de hoje, meio escondido pelas peripécias de Boris Johnson, refere os negócios dos oligarcas americanos escondidos na guerra na Ucrânia.

A propaganda que justificava a guerra do Ocidente contra A Rússia como uma ação não só legítima, como virtuosa e em defesa dos mais nobres princípios morais, da defesa do Bem contra o Mal está a esboroar-se a olhos vistos e a deixar a nu os grandes negócios e os interesses da oligarquia americana, e as suas lutas internas.

Elon Musk, o oligarca dono da rede de 3000 satélites da sua empresa Starlink que asseguram as comunicações de banda larga para uso civil e militar deu um pontapé na apregoada defesa dos princípios ocidentais, a cargo do arcanjo Zelenski e reclamou o seu pagamento.

Parece que a administração americana se adiantou e começou a pagar por conta dos biliões que já gastou na guerra indireta com a Rússia. As rotativas de imprimir dólares funcionam e nos EUA tudo é pago, não há auxílios desinteressados.

O alarme soou quando Musk se intrometeu na estratégia de poder de outras fações da oligarquia e se propôs comprar a rede Twiter, com capitais das monarquias petroleiras do Golfo.

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BERLUSCONI ACUSA ZELENSKY DE PROVOCAR A INVASÃO RUSSA | in The Guardian

Silvio Berlusconi afirmou que o presidente Volodymyr Zelenskiy “provocou” a invasão da Ucrânia pela Rússia, desencadeando uma nova disputa política e ameaçando a estabilidade do novo governo da Itália poucos dias antes deste assumir o poder.

Berlusconi, três vezes ex-primeiro-ministro e líder do partido Forza Italia – um parceiro menor de uma coligação de extrema-direita que venceu as eleições gerais de setembro – está no centro da turbulência política após uma série de gravações de áudio vazadas nas quais ele diz que ele se reconectou com Vladimir Putin e culpa Zelenskiy por ter provocado a invasão de Moscovo.

No último clipe publicado pela agência La Presse na quarta-feira, Berlusconi pode ser ouvido defendendo seu “velho amigo” Putin e dizendo que Zelenskiy provocou a invasão de Moscovo ao “triplicar os ataques” contra os separatistas apoiados pela Rússia no Donbass.

Estou cansado de lutar contra Telemóveis, WhatsApp e Facebook | Leonardo Haberkorn

O jornalista e académico uruguaio Leonardo Haberkorn, desistiu de continuar a dar aulas do curso de “Comunicação” na Universidade ORT de Montevideu, através desta carta que comoveu o mundo da Educação:

Depois de muitos anos como professor universitário, hoje dei aula na faculdade pela última vez. Estou cansado de lutar contra telemóveis, WhatsApp e Facebook. Eles venceram-me. Eu desisto. Eu atiro a toalha ao chão. Cansei-me de falar de assuntos pelos quais eu sou apaixonado, para rapazes e raparigas que não conseguem tirar os olhos de um telemóvel que não pára de receber selfies.

É verdade que nem todos são assim, mas há cada vez mais a ficar assim. Até há três ou quatro anos, o apelo para deixar o telemóvel de lado por 90 minutos – nem que fosse só para não ser desrespeitoso – ainda teve algum efeito. Já não o está a ter. Pode ser que seja eu que me tenha desgastado demais neste combate, ou que esteja a fazer algo de errado.

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SEIS PAÍSES DA UE JÁ RESTABELECERAM COMÉRCIO COM RÚSSIA AOS NÍVEIS DE FEVEREIRO | RIA Novosti

MOSCOVO, 16 de outubro – RIA Novosti.

Seis países da UE em junho restauraram simultaneamente as exportações e importações com a Rússia para pelo menos o nível de fevereiro, de acordo com análise de dados dos serviços nacionais de estatística realizada pela RIA Novosti.

Assim, as exportações de sete países europeus para a Rússia no início do verão superaram os valores de fevereiro: são eles: Letónia (em 67%), Eslovénia (37%), Croácia (28%), Bulgária (25%), Estónia (19%), Chipre (12%) e Luxemburgo (7%).

Ao mesmo tempo, as importações de mercadorias da Rússia superaram os níveis de final do inverno passado em dez estados: Eslovénia (4,4 vezes), Croácia (2,7 vezes), República Checa (duas vezes), Malta (88%), Espanha (46%), Bélgica (39%), Luxemburgo (22%), Chipre (13%), Estónia (11%) e Bulgária (10%).

Em geral, no primeiro semestre do ano, as exportações de bens da UE para a Rússia diminuíram 31% – para 28,4 bilhões de euros, de 41,1 bilhões um ano antes. Já as importações cresceram 83% para 121,7 bilhões de euros, contra 66,4 bilhões antes.

Retirado do Facebook | Mural de Carlos Fino


Carlos Fino

Alguns questionam aqui a autenticidade desta informação, já que a fonte é uma agência estatal russa.

A esses, digo: Como jornalista, habituei-me a consultar sempre diversas fontes, sejam privadas ou estatais, seja de que países forem. É essa diversidade de fontes que muitas vezes nos fornece pistas que de outra forma nos poderiam escapar. Neste, como noutros casos, a veracidade ou inverdade dos dados será demonstrada mais à frente.

De qualquer forma, se fosse mentira o que diz a RIA-Novosti, os países indicados já teriam desmentido – o que não aconteceu.

Aguardemos. Mas anátemas à priori, não. Já bastou o tempo da outra senhora em que havia um programa na velha Emissora Nacional intitulado – “A verdade é só uma – Rádio Moscovo não fala verdade!”

As palas são boas para as bestas.

HUNGRIA ABRE CONSULTA PÚBLICA NACIONAL SOBRE SANÇÕES CONTRA A RÚSSIA DECRETADAS POR BRUXELAS

1. Bruxelas decidiu introduzir sanções petrolíferas, embora após a eclosão da guerra ainda houvesse um acordo de que as sanções contra a Rússia não se estenderiam à energia. No entanto, Bruxelas decidiu em junho proibir a importação de petróleo e derivados da Rússia. A Hungria lutou por uma isenção porque levaria vários anos e centenas de bilhões de forints para substituir o petróleo bruto russo. No caso da Hungria, um embargo de petróleo levaria a sérios problemas de abastecimento e representaria um enorme fardo para a economia. A primeira pergunta da consulta nacional é: Você concorda com as sanções petrolíferas de Bruxelas?

2. Os líderes de Bruxelas também querem estender as sanções às entregas de gás. A economia europeia é significativamente dependente do gás russo (no caso da Hungria, o grau de dependência é de 85%). A flutuação das sanções de gás trouxe aumentos de preços de energia mais altos do que o facto de que a guerra eclodiu. As consequências já são graves. As contas de serviços públicos subiram para níveis recordes em toda a Europa. A Rússia ameaça cortar o fornecimento de gás em resposta às sanções. Isto põe em perigo o aquecimento dos apartamentos e o funcionamento da economia europeia. A segunda pergunta, portanto, é a seguinte: Você concorda com a sanção aos embarques de gás?

3. Bruxelas também proibiu a importação de combustíveis sólidos (como carvão) da Rússia. A proibição também se aplica ao aço e à madeira, e eles querem estendê-la também a outras matérias-primas. A medida resultou em grandes aumentos de preços, aumentando ainda mais a carga sobre as famílias. Como resultado da crise energética, a Europa precisa de uma quantidade maior de combustível sólido do que antes e não pode cobrir suas necessidades com sua própria produção. A terceira pergunta: Você concorda com a sanção sobre matérias-primas?

4. O Parlamento Europeu e vários estados membros querem estender as sanções também aos elementos de aquecimento nuclear. As centrais nucleares desempenham um papel incontornável no abastecimento de eletricidade na Europa. Uma parte significativa deles trabalha com elementos de aquecimento russos, que não podem ser substituídos a curto prazo devido às condições técnicas. Portanto, se as sanções fossem estendidas aos elementos de aquecimento nuclear, isso ameaçaria o fornecimento estável de energia e aumentaria os preços. A quarta pergunta é, portanto, a seguinte: Você concorda com a sanção sobre elementos de combustível nuclear?

5. A Central Nuclear de Paks é a garantia de eletricidade mais barata na Hungria. Está sendo expandido com a ajuda de empresas russas. Muitas pessoas querem estender as sanções nucleares à expansão da Usina Nuclear de Paks. De acordo com o Parlamento Europeu e alguns partidos da oposição, a cooperação para o desenvolvimento com empresas russas deve ser encerrada. Suspender a expansão pode levar a novos aumentos de preços e interrupções no fornecimento. A quinta pergunta da consulta nacional: Você concorda que o investimento do Paks também deve ser coberto pelas medidas sancionatórias?

6. As sanções também prejudicam o turismo europeu, que de qualquer forma não está em uma situação fácil no período pós-pandemia. Devido às restrições de entrada, o número de turistas da Rússia caiu significativamente. A medida também afeta a Hungria, especialmente considerando que o número de pessoas que chegam do exterior ainda está abaixo do nível pré-epidémico. É um setor que dá trabalho a centenas de milhares de pessoas em nosso país. Por isso a sexta pergunta: Você concorda com as sanções que restringem o turismo?

7. As sanções também têm um sério impacto na oferta de alimentos. O aumento dos preços do gás aumenta muito os custos da produção agrícola, e as sanções também se estendem a determinados componentes do fertilizante. O aumento dos preços dos alimentos nos países em desenvolvimento aumenta o risco de fome. Isso levará a ondas ainda maiores de migração e aumentará a pressão nas fronteiras da Europa. A pergunta final da consulta: Você concorda com as sanções que fazem subir os preços dos alimentos?

(Fonte: Site oficial do governo húngaro – kormany.hu)

Retirado do Facebook | Mural de Carlos Fino | 16-10-2022

Vu de l’étranger. La grève des raffineries s’est transformée en crise : “Macron a réagi trop tard” | in COURRIER INTERNATIONAL

Workers on strike gather in front of the French oil giant TotalEnergies refinery in Donges near Saint-Nazaire, France October 12, 2022. REUTERS/Stephane Mahe

D’un conflit sur les salaires, la grève dans les raffineries s’est muée en problème politique d’envergure nationale. La lenteur du gouvernement à réagir et le symbole que représente TotalEnergies ont attisé les colères, observe la presse étrangère.

https://www.courrierinternational.com/article/vu-de-l-etranger-la-greve-des-raffineries-s-est-transformee-en-crise-macron-a-reagi-trop-tard?xtor=EREC-20-20221014-0-nl_quotidienne

Espuma dos dias — “A UE caminha sonâmbula para a anarquia”. Por Thomas Fazi

Enviado pelo blogue A Viagem dos Argonautas

Todos os olhos podem estar postos nos resultados das eleições italianas desta manhã, mas a Europa tem problemas muito maiores nas suas mãos do que a perspetiva de um governo de direita. O Inverno está a chegar, e as consequências catastróficas da crise energética europeia autoimposta já estão a ser sentidas em todo o continente.

À medida que os políticos continuam a elaborar planos irrealistas de racionamento energético, a realidade é que o aumento dos preços da energia e a queda da procura já fizeram com que dezenas de fábricas numa gama diversificada de indústrias intensivas em energia – vidro, aço, alumínio, zinco, fertilizantes, químicos – cortassem na produção ou encerrassem mesmo, provocando o despedimento de milhares de trabalhadores. Até mesmo o New York Times pró-guerra foi recentemente forçado a reconhecer o impacto “paralisante” que as sanções de Bruxelas estão a ter sobre a indústria e a classe trabalhadora na Europa. “Os elevados preços da energia estão a atacar a indústria europeia, forçando as fábricas a cortar rapidamente a produção e a colocar dezenas de milhares de trabalhadores em licença”, relatou o New York Times.

Os cortes na produção de zinco, alumínio e silício (que representam uns espantosos 50% da produção) já deixaram os consumidores das indústrias siderúrgica, automóvel e da construção europeia a enfrentar graves carências, que estão a ser compensadas por remessas da China e de outros países. Entretanto, as fábricas de aço em Espanha, Itália, França, Alemanha e outros países – mais de duas dúzias no total – estão a começar a abrandar ou a parar completamente a sua produção.

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Crise financeira: até o FMI teme o pior | Yanis Varoufakis, in Outras Palavras, 07/10/2022

Subitamente — e contra todos os prognósticos — o FMI, o xerife da ordem económica capitalista condenou o novo favor do governo inglês aos super-ricos. Turbulências sugerem: um novo repique da crise global aberta em 2008 pode estar próximo.

Em 30 de setembro, o Fundo Monetário Internacional assustou os mercados e surpreendeu os comentaristas ao repreender o governo conservador do Reino Unido por irresponsabilidade fiscal. O choque foi evidente. A crítica do FMI ao governo de uma grande economia ocidental é como um zelador repreendendo o proprietário por colocar em risco o valor avaliado do prédio. Essa sensação de inversão da ordem usual das coisas foi ainda mais nítida porque, não esqueçamos, foram os conservadores britânicos, sob a rígida liderança de Margaret Thatcher, que ditaram a regra sobre a probidade fiscal como alicerce do neoliberalismo. O FMI passou mais de quatro décadas impondo essa ortodoxia a governos em todo o mundo.

Como numa tentativa de amplificar a agitação que certamente causaria, o comunicado do FMI chegou a censurar o governo britânico por introduzir grandes cortes de impostos (agora parcialmente cancelados após a intervenção do Fundo), porque eles iriam principalmente “beneficiar os que ganham mais” e “provavelmente aumentar a desigualdade”. Os conservadores leais à sitiada nova primeira-ministra da Grã-Bretanha, Liz Truss, os republicanos mais vigorosos dos EUA, analistas econômicos internacionais e até mesmo alguns de meus camaradas de esquerda ficaram brevemente unidos por uma perplexidade comum: desde quando o FMI se opõe a mais desigualdade? Seria difícil identificar um único “programa de ajuste estrutural” do FMI que não aumentou a desigualdade. Se duvidar, pergunte à Argentina, Coreia do Sul, Irlanda ou Grécia (onde fui ministro das Finanças e tive que negociar com o FMI) sobre as restrições associadas a seus empréstimos. Os burocratas intransigentes do Fundo teriam passado por um momento como o da “estrada de Damasco”?

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Pepe Escobar | Quem lucra com Pipeline Terror? | in https://thecradle.co/Article/Columns/16307

A Guerra dos Corredores Econômicos entrou em território incandescente e inexplorado: Terror do Oleoduto.

Uma sofisticada operação militar – que exigiu um planejamento exaustivo, possivelmente envolvendo vários atores – explodiu quatro seções separadas dos gasodutos Nord Stream (NS) e Nord Stream 2 (NS2) esta semana nas águas rasas dos estreitos dinamarqueses, no Mar Báltico, perto da ilha de Bornholm.

Sismólogos suecos estimaram que o poder das explosões pode ter atingido o equivalente a até 700 kg de TNT. Tanto ns quanto NS2, perto das fortes correntes ao redor de Borholm, são colocados no fundo do mar a uma profundidade de 60 metros.

Os tubos são construídos com concreto reforçado em aço, capazes de suportar o impacto das âncoras do porta-aviões, e são basicamente indestrutíveis sem graves cargas explosivas. A operação – causando dois vazamentos perto da Suécia e dois perto da Dinamarca – teria que ser realizada por drones subaquáticos modificados.

Todo crime implica motivo. O governo russo queria – pelo menos até a sabotagem – vender petróleo e gás natural para a UE. A noção de que a inteligência russa destruiria os oleodutos da Gazprom é além de ridícula. Tudo o que tinham que fazer era desligar as válvulas. O NS2 nem sequer estava operacional, baseado em uma decisão política de Berlim. O fluxo de gás na SNS foi dificultado pelas sanções ocidentais. Além disso, tal ato implicaria que Moscou perderia uma importante vantagem estratégica sobre a UE.

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O lugar da mulher na Igreja | Frederico Lourenço

As mulheres são as mães da Humanidade. Até os membros da Igreja Católica o “esquecem”. Todos, menos Jesus Cristo. O único que as respeitou e verdadeiramente amou. | [vítor coelho da silva]

Quando eu era jovem assistente na Faculdade de Letras de Lisboa, atrevi-me a perguntar a um catedrático de História (senhor de fama já lendária) porque é que tínhamos tantas colegas professoras na área da Literatura e tão poucas (ainda que distintíssimas) na área da História. A resposta que ele me deu há trinta anos parece hoje impensável: «a História chama menos as senhoras porque requer muito estudo».

A misoginia da atitude é arrepiante, mas (como todos sabemos) não é surpreendente. Mais tarde, já como professor em Coimbra, foi-me dito que havia dois professores catedráticos (também de geração salazarenta) que nunca tratavam a sua colega catedrática Maria Helena da Rocha Pereira por «Senhora Doutora» (como é normal entre colegas em Coimbra), mas sim por «Dona Maria Helena», embora eles entre si se tratassem por «Senhor Doutor» e ela própria os tratasse com essa deferência académica.

Se isto retrata a universidade portuguesa no século XX, estamos a ver bem o ambiente em que se teria desenrolado a discussão sobre se uma mulher tem capacidade para desempenhar as funções que, na Igreja Católica, são assumidas por padres, bispos, cardeais e papas.

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AI PORTUGAL, PORTUGAL I De que é que estamos à espera? por Tiago Salazar

AI PORTUGAL, PORTUGAL I De que é que estamos à espera? Por ora, da enxurrada de turistas, que encham os hotéis, os Airbnbs, os restaurantes, bares, clubes, tabernáculos, botequins, feirinhas, toda a sorte de veículos de animação turística de lés a lés, que larguem o pilim e não se chorem dos preços upa upa, pois isto não é Marrocos. Tudo se vende, em última instância, como num bordel.

Lava-se dinheiro. Compra-se a Imprensa e a visibilidade nas redes sociais. Vende-se a quem der mais. Vendem-se histórias de façanhas, de heróis, de lendas e narrativas. Amália, Eusébio, Pessoa, Camões, Saramago… de pins a livros. Quem não se ajeita na mercância do Comércio e das malhas tecidas pelo defunto Império, vende o cu por 7 tostões, vende o corpinho, como se vendeu o cinema Império, o Condes, o Monumental… Comprem, comprem… atraem-se os turistas e os investidores como abelhas a favos, com a lengalenga do sol, do país seguro, do inefável fado de terra santa. O Santander agradece.

E assim vamos caminhando, endividados, agarrados a empréstimos, ao correr da bola nos relvados, esperando ter um púbere Ronaldo a germinar no salão nobre da casa arrendada a um agiota e especulador que um dia garanta o sustento e orgulho das Donas Dolores. O crescimento económico reverte para as grandes empresas e seus associados, o crime compensa. Os preços sobem e o povo, triste, deixa andar. Come menos ou vai para a fila do Sidónio, deixa andar até lhe vir o cancro.

Olha o mar, o Oceano, pensa em emigrar, mas já não tem forças. E também, para onde há de ir? Os filhos que tentem a sorte. Nós por cá ficamos, submissos aos tostões do turista inculto, desinteressado e emproado, que compra suvenirs na loja do chinês made in China, que se está cagando para as belas e duras frases de Sophia, a verve visionária de Natália, quer é gastar pouco e que o sol lhe bata levemente na moleirinha.

Retirado do Facebook | Mural de Tiago Salazar

TEXTOS HISTÓRICOS | NATO, DA DEFESA À AMEAÇA | por Mário Soares

“A NATO, criada como organização defensiva, no início da «guerra fria», está a tornar-se, por pressão dos neo-cons americanos, uma ameaça à paz. Cuidado União Europeia!” | Out 06, 2008

Observadores da política internacional reconhecem que o mundo está inquietante. O Afeganistão, em que a administração Bush envolveu a NATO – o que considerei um «precedente perigoso» –, está porventura pior do que antes. As forças armadas eram, então, compostas por americanos e ingleses. Hoje, a participação alargou-se, incluindo até um contingente português. No entanto, a situação militar, expulsos os talibans, não é melhor: os talibans comandam uma guerrilha terrível; a Al Qaeda – e Bin Laden – não só sobreviveu como está mais forte, algures no seu santuário.

O Paquistão, depois da renúncia do Presidente Musharraf, está em risco de mergulhar no caos. E o pior é que dispõe, esse sim, da bomba atómica…

Para o Ocidente, a situação no Afeganistão é mais grave do que a no Iraque. Apesar de o Iraque estar praticamente destruído, dividido, a braços com uma guerrilha infindável, entre sunitas, xiitas e curdos, fustigado pelo terrorismo da Al Qaeda ou associados e tenha deixado de ser, por longos anos – o que é péssimo – um Estado laico e tampão relativamente ao Irão.

No Iraque estão hoje quase só militares americanos e mercenários, numa situação que lembra o Vietname. Mais tarde ou mais cedo, serão obrigados a retirar as suas tropas. Enquanto o desastre do Afeganistão/Paquistão está a corroer e a desacreditar a NATO – o que do meu ponto de vista não tem grande importância, visto que hoje é uma organização que não faz sentido – e afectará gravemente os europeus, se os seus dirigentes não tiverem a coragem e a lucidez de retirarem de lá as suas tropas, quanto antes…

A NATO, QUE SE TORNOU um verdadeiro braço armado dos Estados Unidos, está a fazer também estragos noutras regiões do mundo. Refiro-me ao Cáucaso, às zonas do Cáspio e do mar Negro e aos países limítrofes da Rússia Ocidental.

Estes quiseram logo entrar para a NATO, com a ilusão de que teriam mais garantias de segurança, sob o chapéu americano, do que na União Europeia… E a NATO, cercando a Rússia e instalando na Polónia e na República Checa bases de mísseis, começa a ser uma ameaça para a Rússia, que a pode tornar agressiva. Um perigo!

O vice-presidente Dick Cheney, em fim do mandato, fez uma recente visita, altamente desestabilizadora, para dar, em nome da NATO, apoio à Geórgia. Mas, felizmente, ficou tudo em retórica inconsequente. Após a provocação do Presidente da Geórgia – e da guerra –, os russos reagiram e os europeus procuraram pacificar a situação. Ainda bem. Se a guerra não acabasse, os europeus seriam os primeiros a ser atingidos, com o corte do petróleo e do gás; e pior: entrariam numa fase com grandes riscos para a paz na Região. Putine não é Hitler e não ressuscitemos a «guerra fria»…

CHENEY FOI À UCRÂNIA, onde tentou também dividir os dirigentes políticos, estimulando a primeira-ministra, Iúlia Timoshenko, anti-russa, contra o Presidente, Victor Yushchenko, mais apaziguador.

Tudo em nome da NATO. Isto é: a NATO, criada como organização defensiva, no início da «guerra fria», está a tornar-se, por pressão dos neo-cons americanos, uma ameaça à paz. Cuidado União Europeia!

Moratinos, o ministro espanhol dos Estrangeiros, bem advertiu, numa entrevista ao El País: «A Rússia actual não é a soviética, mas também não é a de Ieltsin. Devemos evitar que nos imponha uma agenda do tempo da guerra fria.» E eu acrescento: não ameaçar a Rússia, negociar, com firmeza, com ela.

Enquanto isto, a ONU esteve estranhamente ausente e silenciosa. Que diferença entre este secretário-geral, Ban Ki-moon, um homem, até agora, apagado e quase invisível, mais burocrata do que político, e o seu antecessor, o saudoso, prudente e corajoso Kofi Annan… A ONU vai ter de se reestruturar e democratizar, após as eleições americanas, para desempenhar o seu tão decisivo papel na construção de uma nova ordem internacional e da paz, neste nosso novo século tão conturbado.

Retirado do Facebook | Mural de Carlos Fino

VER ( PÁGINA SEGUINTE), CRÓNICA DE JOÃO GOMES COLOCADO EM COMENTÁRIO NESTE TEXTO DO FACEBOOK

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Um raro exemplo de cooperação entre EUA e Rússia | in SIC Notícias

[ Adenda pessoal ao título ; provavelmente não haverá guerra nuclear – Joe Biden/CIA/FBI/CMI são uns “brincalhões/cínicos” – está visto – provocam esta guerra sem sentido usando os ucranianos como bolas de ping-pong/carne para canhão e, depois, organizam passeios ao espaço com a “inimiga” Rússia! | uma peça de humor negro e maquiavélica (vcs) ]

Numa altura em que as relações entre Washington e Moscovo estão tremidas devido à guerra na Ucrânia.

Um foguetão Soyouz descolou esta quarta-feira rumo à Estação Espacial Internacional (ISS) a partir do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, com um norte-americano e dois russos a bordo, em plena tensão ligada à ofensiva na Ucrânia.

A estabilidade é boa (…), a equipa sente-se bem“, declarou um comentador da NASA após a descolagem, transmitida em direto simultaneamente nos sites das agências espaciais norte-americana e russa.

O foguetão russo descolou à hora prevista (12:54, hora de Portugal), das estepes do Cazaquistão. A missão do americano Frank Rubio, da NASA, e dos russos Sergueï Prokopiev e Dmitri Peteline, da agência espacial russa Roscosmos, é um raro exemplo de cooperação entre Moscovo e Washington, quando as suas relações estão ao nível mais baixo devido à guerra na Ucrânia.

Frank Rubio é o primeiro astronauta norte-americano a deslocar-se à Estação Espacial Internacional num foguetão russo desde o início da intervenção militar russa na Ucrânia. Também é o seu primeiro voo, e de Dmitri Peteline também, já para Sergueï Prokopiev será o segundo.

A equipa deverá passar seis meses a bordo da ISS, onde encontrará os cosmonautas russos Oleg Artemiev, Denis Matveïev e Sergueï Korsakov, os astronautas norte-americanos Bob Hines, Kjell Lindgren e Jessica Watkins, e a astronauta italiana Samantha Cristoforetti.

A chegada ao segmento russo do ISS está prevista após um voo de três horas do Soyouz. | 21-09-2022

A guerra dos EUA contra a Rússia usou a Ucrânia numa guerra por procuração que Zelensky aceitou anos antes da invasão russa. | António Abreu

Com as agressões que Zelenski agravou contra os povos do Donbass, estes viriam a pedir uma intervenção russa que lhes garantisse a sua segurança.

Com a importação de grandes arsenais de “países amigos” Zelenski anunciou que se destinavam a conter as ameaças russas.

Zelenski viabilizou a morte até agora de muitas dezenas de milhares ucranianos e russos, e permitiu que os EUA – uma vez mais! – não vissem soldados seus tombar (excetuam-se os oficiais de espionagem que, em bunkers de diversos centros de comando morreram como pessoal de inteligência de outros países, devido a bombardeamentos russos).

Hoje, no terreno, quem dirige os combates ucranianos são os oficiais de informações norte-americanos.

Porque tem este dedo sido apontado tantas vezes aos EUA?

Usamos o Blog de Washington, de 20 de fevereiro de 2015 para ilustrar a resposta.

Desde que os Estados Unidos foram fundados em 1776, ela esteve em guerra durante 214 dos seus 235 anos de existência. Em outras palavras, houve apenas 21 anos civis em que os EUA não travaram nenhuma guerra.

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“Russos esgotam bilhetes de avião para fugir do país, após discurso de Putin” | GRANDE DN! | por Carlos Fino

“Russos esgotam bilhetes de avião para fugir do país, após discurso de Putin” – Titula num dos seus artigos o centenário DN de hoje. Oh, DN, como te compreendo – a idade não perdoa…

Da Rússia, segundo os nossos queridos media, há sempre que esperar o pior: ou um poder militar ameaçador que pode destruir a civilização ocidental e o mundo inteiro, ou uma incompetência monumental (o outro lado da mesma moeda) ou, neste caso, uma instabilidade social assustadora, capaz de gerar milhões em fuga. Esta reação dos russos a sair em massa do país foi mais rápida que aquele internauta anónimo que antes ainda de receber o post que você vai enviar já colocou a reação dele no FB…

De fazer inveja ao Billy the Kid! (CF)

NOTA do Coordenador: gargalhei imenso !!! [vcs]

Tita Alvarez | BEM-VINDOS AO CIRCO EUROPEU!

Alemanha, França, Itália, Espanha e até a Suíça preparam-se para apagões programados. Mais tarde ou mais cedo teria de acontecer: a falta de luz nas cabecinhas das lideranças teria de extravasar para o exterior.

Entretanto, esses mesmo e outros países Europeus, falam de aumentarem despesas militares. Há muito que andam armados em parvos e portanto não me espanta que pensem que tudo será possível ao mesmo tempo: cair na produção industrial e agrícola, enquanto se cresce na produção de armas.

Enviar mais armas para a Ucrânia e ter mais armas em casa. Combater os russos e reprimir internamente as populações descontentes. Reforçar a coesão da União Europeia, enquanto se ameaçam as vozes discordantes dessa fingida União.

Tantas contradições obviamente produzirão choques e ruturas mas parece haver uma certeza no caminho de degradação, confirmada de resto pela contínua degradação das lideranças.

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O Estado da União | O Estado de Direito Já é uma questão ideológica! | por Carlos Matos Gomes

O facto de estar de pensionato, mas não por motivos de saúde ou de justiça, em quarto com televisão, permitiu-me assistir ao discurso da querida líder da União Europeia, Ursula Von der Leyen sobre o estado da União, no magnífico auditório do Parlamento Europeu, muito composto de público.

A senhora Von der Leyen vestia um espampanante conjunto de saia e casaco com as cores gloriosas do azul da União e as Estrelas amarelas dos estados europeus.

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