Obras de Rita Carvalho apresentadas em Cascais | apresentação dia 5 de outubro, 18 horas, Centro Cultural de Cascais

“Papa Francisco” e “Os Três Pastorinhos”, dois livros da autoria de Rita Carvalho, têm apresentação marcada para 5 de outubro, feriado nacional, em Cascais.
O lançamento das publicações, iniciativa que conta com o apoio da paróquia local, decorre às 18:00 no Centro Cultural de Cascais. Estarão presentes a autora, Rita Carvalho, e o editor, Américo Augusto Areal, da AAA Editores. A apresentação da obra caberá ao pároco de Cascais, padre Nuno Coelho.
Para Rita Carvalho apresentar trabalhos da sua autoria na paróquia onde cresceu e reside, e com a qual mantém uma forte ligação, tem um enorme significado: “Mas estes são livros com potencial para ir muito mais além, pois falam de um fenómeno universal: Fátima, e de uma devoção que não conhece fronteiras. Além de darem a conhecer pessoas fantásticas: os Pastorinhos e o atual Papa”.
“Papa Francisco”, em venda nos principais estabelecimentos comerciais de Fátima e  livrarias católicas do país desde inícios de agosto, e “Os Três Pastorinhos”, agora editado e em breve disponível nos mesmos lugares, são mais do que livros, já que incluem a novidade da tecnologia da realidade aumentada. A realidade aumentada permite, além da leitura, o acesso a outros conteúdos, como vídeos, slideshows e textos, por meio de uma aplicação, gratuita, parasmartphones tablets.

“São livros biográficos, escritos ao estilo jornalístico, uma vez que a minha experiência de trabalho foi como jornalista, têm uma leitura fácil de fazer e ilustrações muito cuidadas, em aguarela, da autoria de Ricardo Drumond”, sintetiza Rita Carvalho, que destaca ainda o facto de ambas as publicações incluírem referência à peregrinação do Papa Francisco a Fátima em maio último, no primeiro livro, e à canonização de Francisco e Jacinta Marto, no segundo.

“Papa Francisco” está editado em português, espanhol, inglês e italiano.
“Os Três Pastorinhos” está editado em   português, espanhol e inglês.

Porto, 26 de setembro de 2017

«IGNORÂNCIA E PEDANTERIA (por Albano Nunes) | O Partido ‘bipolar’: uma crítica de esquerda (por Elísio Estanque)

O jornal do PCP «Avante!» decidiu dar-me a “honra” de responder a um artigo que publiquei no jornal Público (31.08.2017): Aos meus amigos peço desculpa pela longa preleção e “reprimenda” que o seu autor me dedicou. Em todo o caso, deixo o referido texto na íntegra, seguido do meu artigo (o qual pode considerar-se a minha “resposta”). Sem mais. Vale a pena ler…

«IGNORÂNCIA E PEDANTERIA (por Albano Nunes)

O PCP, a sua história, o seu insubstituível papel na vida social e política nacional incomoda e faz inveja a muita gente. À direita e à «esquerda», nomeadamente a uma «esquerda» de que se reclama Elísio Estanque (EE) como mostra o seu artigo «O partido bipolar: uma crítica de esquerda» (Público de 31.08.17) curiosamente publicado na véspera da abertura da Festa do Avante!. Mas não fosse alguém confundir o seu escrito com uma vulgar diatribe e intriga anti-comunista apresenta-o como uma «crítica de esquerda» insinuando a autoridade de quem sabe do que fala para melhor fazer passar o propósito que percorre todo o seu artigo: introduzir a dúvida e a divisão em relação à direcção e à orientação do Partido, seja em torno da sua definição ideológica (a «velha cartilha marxista-leninista» relativamente à qual «muitos militantes comunistas se interrogam no seu íntimo») seja quanto à posição em relação à actual solução política (com a «incomodidade de sectores da «linha dura» com o facto de o partido se ter tornado “muleta» do Governo PS»).

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«O Nome dos Poemas» de Soledade Martinho Costa | por José do Carmo Francisco

Toda a Poesia (mistura de canção e reflexão) procura a síntese e no caso de Soledade Martinho Costa essa busca existe desde 1973 quando publicou o livro «Reduto». O projecto inicial da autora do livro era um desafio («Publicar poesia numa revista semanal») e data de 1999 quando os primeiros 20 poemas do volume foram publicados na Revista «Notícias/Magazine», do «Diário de Notícias». Os restantes 33 poemas estão inéditos. Dos iniciais 20 poemas, como sugestão de leitura, damos citação a dois deles: «João de Melo – Coloque-se a infância / No meio de uma ilha / Acorde-se a distância / No olhar. / Tome-se nas mãos / A neblina / Dê-se o coração / À voz do mar» ou «Isabel Silvestre – Água / Serias rio ou fonte / Regato que murmura / Entre dois lírios. / Ave / Um noitibó / Escondido / Entre as dobras de um lençol / Mas porque assim te queres / Terra e raiz / E tanto aquece / o matiz da tua voz / Só posso comparar-te / Ao próprio sol.»

Dos restantes 33 poemas uma nota especial para os poemas de Rodrigo Leão e de Maria Velho da Costa. O primeiro: «A música da chuva / Dos regatos /Das aves / E do vento / Do mar em fúria /Amante das maresias. / Ao homem /Coube ouvi-la / E copiá-la. / Juntou-lhe o coração / A alma / O génio / E conseguiu a fórmula / De todas as magias». A segunda: «Porque os tempos não eram / O que hoje são / Mais a voz se elevou / A inundar de luz a escuridão. / Rompeu feita coragem / Sem medo ao medo / a fustigar as normas / E o preconceito que regia a mulher e a Nação / No mesmo jeito / Três Marias souberam / Denunciar a palavra / Calada e ofendida / Como se fora um só nome / E uma só mão.»

Estamos em 2017, quase 20 anos passaram e os poemas continuam a surpreender como em 1999 conforme Sofia Barrocas escreve no prefácio: «Arriscaria mesmo dizer que daqui a vinte anos estaremos a lê-los com o mesmo espanto e prazer com que o fizemos da primeira vez.» Tal como no título do seu primeiro livro («Reduto») estes poemas de Soledade Martinho Costa resistem num reduto ao tempo que passa. À sua erosão, ao seu desgaste e ao seu esquecimento.

(Editora: Vela Branca, Prefácio: Sofia Barrocas, Revisão: L. Baptista Coelho, Capa: Victor Gabriel Gilbert, Separador interior: Peter Mork Monsted)

José do Carmo Francisco, escritor, poeta, jornalista e crítico literário

Poema | Nâzim Hikmet (Poeta turco)

 

 

 

 

 

 

 

 

A maioria das pessoas viaja na coberta dos navios
na terceira classe dos comboios
a pé pelas estradas…
A maioria das pessoas.

A maioria das pessoas começa a trabalhar aos oito anos
casa aos vinte
morre aos quarenta.
A maioria das pessoas.

Para todos há pão, salvo para a maioria das pessoas.
arroz também
açúcar também
roupas também
livros também
Há para todos, salvo para a maioria das pessoas.

Não há sombra na terra para a maioria das pessoas
não há candeeiros nas ruas
não há vidros nas janelas.
Mas a maioria das pessoas tem a esperança.
Não se pode viver sem esperança.

Nâzim Hikmet (Poeta turco)

Retirado do Facebook | Mural de José Possidónio

É urgente voltar a Marx para entender nova fase da economia, diz professor | Nick Nesbitt entrevistado por Luís Costa para a Folha de S. Paulo

Karl Marx antecipou o que ele chama de “capitalismo pós-humano”, isto é, uma dupla tendência à eliminação gradual do trabalho humano das cadeias produtivas e à precarização da força de trabalho. 

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‘Atlas do impossível’: contos surrealistas | Edmar Monteiro Filho, por Adelto Gonçalves

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            Um livro de contos, geralmente, é o resultado da reunião de textos literários dispersos e autônomos que o autor produz ao longo dos anos, quase sempre sem um fio narrativo que os una. São também textos que escapam a qualquer critério quantitativo, ou seja, não podem ser definidos com base em sua extensão. Mas, ao contrário da novela e do romance, o conto exige, antes de tudo, a atenção concentrada do leitor para produzir nele um “efeito preconcebido, único, intenso, definido”, com observou o professor, ensaísta e investigador venezuelano Carlos Pacheco (1948-2015) em Del cuento e sus alrededores. Aproximaciones a una teoria del cuento (Caracas, Monte Ávila Latinoamericana, 1997, p. 20), com base no que dizia o poeta norte-ame ricano Edgar Allan Poe (1809-1849), para quem o “conto devia ser lido de uma assentada”.

             Atlas do impossível (Guaratinguetá-SP, Editora Penalux, 2017), de Edmar Monteiro Filho, quinto livro de contos do autor, não preenche todos esses critérios. Mas, entre os 15 relatos que o compõem, há dois que provam que a extensão em número de páginas ou palavras não é mesmo critério seguro para definir um conto. Por exemplo, o texto de abertura, “Autorretrato em espelho esférico”, tem apenas 18 linhas, enquanto aquele que encerra o volume, “Galeria”, ocupa 49 páginas, dividido em dez capítulos ou trechos, aproximando-se do que se poderia chamar de novela.

            O livro, porém, vai além. São relatos caudatários do movimento surrealista da década de 1920, liderado pelo poeta e crítico francês André Breton (1896-1966), que, tanto na pintura ou na gravura como na poesia ou na prosa, procurava incorporar elementos desconexos, formas abstratas e ideias irreais, com o objetivo declarado de escapar da lógica e da razão. Em outras palavras: levar o poder da subversão à criação.

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Hablemos de la independencia de Cataluña

Puigdemon viajaba en un avión y en el asiento de al lado iba una niña. Miró a la niña y le dijo:
—- dicen que los viajes de avión se hacen más rápidos charlando, ¿ te parece que hablemos?.
La niña le miró y cerrando el libro que tenía en sus manos, le dijo – ¿de qué le gustaría hablar?—-
Puigdemon respondió — ¿ te parece que hablemos de la independencia de Cataluña?–

–bueno– respondió la niña — pero déjeme antes hacerle una pregunta : — ¿ un caballo, una vaca y un ciervo comen lo mismo, o sea hierba, no?—

Sí– contesto el President.

—- pues bien, me puede explicar porque el ciervo caga bolitas…, la vaca hace una “plasta” y el caballo una pelota como de hierba seca…?.

Puigdemon, visiblemente sorprendido por la inteligencia de la niña y tras pensar un rato, dijo:
— pues no tengo ni idea —

A lo cual la angelical niña, le dijo:
— ¿ De verdad se siente cualificado para discutir sobre la independencia de Cataluña, cuando no puede ni opinar sobre una mierda?….

Retirado do Facebook | Mural de Luís Quintino

un joyau de notre histoire | Jamel Bachi et Alexandre Noble

Aujourd’hui je vous propose un voyage, je vous invite a découvrir un Joyau, un joyau de notre histoire, l’une des plus belle femme de tout le bassin Méditerranéen, aussi somptueuse que dangereuse…Certains disent qu’elle fut la plus belle femme de Rome, et Je ne dirai pas le contraire…Mes amis je suis fier de vous offrir la légendaire ” Cléopâtre Séléné “, la Mythique Reine de ” Césarée “…

– Une exposition archéologique frappante a réuni pour la première fois la Reine légendaire de l’antiquité, ” Cléopâtre “, et ses quatre enfants dont la plus connue, ” Cléopâtre Séléné “, Reine de ” Cherchell “…

– L’exposition tourne autour de la thèse que ” Julius César “, étant séduit par l’esprit, et la beauté de cette Reine africaine, envisageait de créer un véritable culte autour de ce personnage, en la présentant comme une Déesse, tel qu'” Aphrodite “, chez les grecs, ou ” Vénus ” chez les Romains, mais cet acte portait atteinte aux valeurs républicains de Rome, et ce fut l’une des raisons de son assassinat…

– Donc le grand Empereur fut non seulement subjugué par la beauté de la Reine des sables, mais aveuglé par son charme, au point de se faire assassiné par ses pairs !!

– ” Cléopâtre Séléné “, tout comme sa mère, joua un rôle important dans cette histoire, elle avait sans doute hérité la beauté, la fierté et la détermination de cette dernière, tout comme sa mère elle a crée un empire, réunissant les meilleures traditions du bassin méditerranéen; la philosophie grecque, la tradition du commerce des phéniciens, et la riche culture Égypte africaine…

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Citando […] | Inês Salvador

Corriam nuvens no céu como se levassem a boa nova. Ou talvez fosse só a terra a andar mais depressa por ali. Entre o tudo e o nada, uma árvore de fruto era a pérola numa ostra. Não havia pérola na ostra, foram outros os tesouros que a língua encontrou. Eva não comeu a maçã. Adão comeu uma pêra. Outra e outra vez, havia uma pêra no céu onde corriam as nuvens. Ou talvez fosse só a terra a andar mais depressa rumo ao paraíso da pequena morte que se gritou a seguir.

Retirado do Facebook | Mural de Inês Salvador

FRAGMENTOS DO TRATADO SOBRE O AMOR, “LIVRO DE EROS” | Casimiro de Brito | IMAGEM DE NIKIAS SKAPINAKIS

4222
Amando-te lembro a primeira vez que senti o sangue, a primeira vez que regressei ao centro do mundo.

4223
Ela fere-me. Há facas doces.

4224
Ainda que me afunde no corpo amado e com ele me funde jamais poderei colher a sua música e a sua seiva que, oferecendo-se, se recusa. E vivo simulacros. Os dela, vénus e os meus que, tentando concentrar-se, se multiplicam. E assim renasce e volta a renascer a flor da juventude — esforço vão e inadiável para possuir o que, para sempre, se outra.

4225
Até na tua sombra te reconheço.

4226
A mulher é obscura e, subitamente, ilumina-me. Encandeia-me. E então fecho os olhos para vê-la melhor. E para me salvar.

4227
A mulher, vejo-a, encandeio-me. Ela é a mais íntima reprodução da luz.

4228
Deixei de te amar e nunca saberei porquê. Dói. O que foi delicado e luminoso obscureceu. Mas subitamente senti em ti um fantasma, e doeu. Elevou-se um grito depois do vazio — e esse vazio afunda-me mas depois fecho os olhos, caio nas manhãs antigas e deixo novamente de saber quem sou.

4229
O vestido da minha amada, tão branco, tem todas as cores de que preciso.

4230
Sinto-me um seixo nas mãos de quem amo, dentro das veias da minha amada. Um pequeno seixo que irradia uma luz que eu não conhecia. Mas que tu recebes no teu seio como se outra luz não houvesse. E talvez — outra igual — não haja.

4231
Deixa-me escrever um pouco mais, um pouco mais silenciosamente no papel do teu corpo.

Retirado do Facebook | Mural de Casimiro de Brito

Charles Baudelaire | Les Fleurs du mal -1857

Cette semaine marquait le cent cinquantième anniversaire de la disparition de Charles Baudelaire, survenue le 31 août 1867.

Redécouvrez à cette occasion l’oeuvre de ce grand poète, parue aux Éditions Gallimard :http://bit.ly/2x8tO5L

“Harmonie du soir” (Les Fleurs du mal, 1857)

Voici venir les temps où vibrant sur sa tige
Chaque fleur s’évapore ainsi qu’un encensoir ;
Les sons et les parfums tournent dans l’air du soir ;
Valse mélancolique et langoureux vertige !

Chaque fleur s’évapore ainsi qu’un encensoir ;
Le violon frémit comme un coeur qu’on afflige ;
Valse mélancolique et langoureux vertige !
Le ciel est triste et beau comme un grand reposoir.

Le violon frémit comme un coeur qu’on afflige,
Un coeur tendre, qui hait le néant vaste et noir !
Le ciel est triste et beau comme un grand reposoir ;
Le soleil s’est noyé dans son sang qui se fige.

Un coeur tendre, qui hait le néant vaste et noir,
Du passé lumineux recueille tout vestige !
Le soleil s’est noyé dans son sang qui se fige…
Ton souvenir en moi luit comme un ostensoir !