DDLX – Olhar e perceber tudo

DDLX

Este ano é o 10º aniversário da DDLX.

Na DDLX o design é encarado como forma eficaz de comunicação, e a maneira mais útil de transformar ideias em objetos de divulgação e promoção.

Trabalhando em equipa, a DDLX tem experiência em convocar pessoas de outras áreas para projetos em conjunto.

Na DDLX acredita-se que o Design de Comunicação encurta a distância que existe entre quem quer divulgar e os possíveis utilizadores da comunicação divulgada. Essa é a sua missão.

www.ddlx.pt

 

O Botequim da Liberdade

botequimEra uma mulher inigualável. Nos caprichos, nos excessos, nas iras, nas premonições, nos exibicionismos, na sedução, na coragem, na esperança. Cantava, dançava, declamava; improvisava, discursava, polemizava como poucos entre nós alguma vez o fizeram, o somaram.
(Botequim da Liberdade, de Fernando Dacosta)

Natália Correia surge aqui num retrato de corpo inteiro, com seu lado inquieto a vincar estas páginas. O Botequim foi local de gente assídua e, provavelmente, com o Procópio das últimas tertúlias de Lisboa. Local de comunhão com pessoas de espírito e ousadia porque se deve evitar a cultura desvivenciada, pois só quando se está muito na vida se pode transmiti-la aos outros.

Ler mais no Acrítico – leituras dispersas.

Ponto de Equilíbrio

O GRUPO MANTÉM A FORMAÇÃO INICIAL COM O VOCALISTA HELIO BENTES, ANDRÉ SAMPAIO NA GUITARRA SOLO E BACKING VOCALS, LUCAS KASTRUP NA BATERIA, MARCIO SAMPAIO NA GUITARRA RÍTMICA, PEDRO “PEDRADA” CAETANO NO BAIXO, TIAGO CAETANO NOS TECLADOS E BACKING VOCALS E MARCELO “GRACIA” CAMPOS NA PERCUSSÃO.

A BANDA PONTO DE EQUILÍBRIO DIALOGA COM DIVERSAS VERTENTES MUSICAIS ENTRE BRASIL, JAMAICA E AFRICA, E ENTRE O AUTÊNTICO REGGAE ROOTS E HITS RADIOFÔNICOS ATUAIS. AS LETRAS ENFATIZAM A IMPORTÂNCIA DA IGUALDADE SOCIAL, O PONTO BUSCA O EQUILÍBRIO DO HOMEM, PERANTE AO MEIO AMBIENTE ATUAL.

saiba mais aqui

 

Prémios Time Out Lisboa 2013

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Ainda não é uma tradição milenar, mas havemos de lá chegar. Este ano, pela segunda vez, a Time Out Lisboa distinguiu os melhores da cidade nas diversas áreas. Saiba quem levou para casa um corvo dourado, bem como todos os nomeados nas respectivas secções.

O vencedor do prémio o Livro do Ano: As Primeiras Coisas de Bruno Vieira Amaral.

«Com As Primeiras Coisas, Bruno Vieira Amaral faz a história do Bairro Amélia, na margem esquerda. O livro abre com um prólogo de 47 páginas e dezenas de notas de rodapé. O texto é brilhante. O autor tem voz própria e não se confunde com nenhum dos seus pares: «Quando, em finais dos anos noventa, voltei costas ao Bairro Amélia, com os seus estendais de gente mórbida, a banda sonora incessante das suas misérias, nunca pensei que a vida me devolveria ao ponto de partida.» A estrutura narrativa assenta numa sucessão de 86 “fichas” temáticas de dimensão variável, ordenadas alfabeticamente, de Aborto a Zeca. Para já, uma certeza: temos escritor.»
Eduardo Pitta, Da Literatura.

O último abraço que me dás | António Lobo Antunes in “Visão”

O lugar onde, até hoje, senti mais orgulho em ser pessoa foi o Serviço de Oncologia do Hospital de Santa Maria, onde a elegância dos doentes os transforma em reis. Numa das últimas vezes que lá fui encontrei um homem que conheço há muitos anos. Estava tão magro que demorei a perceber quem era. Disse-me

– Abrace-me porque é o último abraço que me dá

durante o abraço

– Tenho muita pena de não acabar a tese de doutoramento

e, ao afastarmo-nos, sorriu. Nunca vi um sorriso com tanta dor entre parêntesis, nunca imaginei que fosse tão bonito.

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Citando Natália Correia

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No princípio era o Éden, o reino da Preguiça, da não-produção, da não-reprodução. Ao castigar o homem expulsando-o dele, Éden, Deus condenou-o a ganhar o pão com o suor do rosto e a crescer, multiplicando-se – penas malvadas na óptica do Criador.

Os seus representantes na Terra (caso dos sacerdotes) ver-se-iam, depois, bastante atrapalhados ao terem de apresentar como entusiasmantes tais desígnios.
Inconformados com eles, os humanos mais expeditos lançaram-se, entretanto, no fabrico de máquinas e meios (informática, pílula) atenuadores das penas sofridas.
Contrariando o Pai, Jesus Cristo deu aos calões uma excelente ajuda: não arranjou emprego, não constituiu família, não fez filhos, não andou em escolas, não pagou impostos, não cumpriu tropa, não votou em políticos; em certa ocasião, avisou até que «quem deitar mão do arado não é digno de entrar no reino dos céus».

O Botequim da Liberdade, de Fernando Dacosta.

Princípio e Fim da Europa | José Mateus in “Inteligência Económica”

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A “Europa” foi uma criação francesa ou francófona (com muito apoio do americano ACUE, de Wild Bill Donovan). Vejam-se os nomes e curriculos dos “pais fundadores”: Jean Monnet , Robert Schuman e o belga Paul-Henri Spaak. Estes, com o apoio do ACUE, souberam forjar alianças com o italiano Alcide De Gasperi, o holandês Johan Willem Beyen, o alemão  Konrad Adenauer e o luxemburguês Joseph Bech.

Este “projecto Europa” é, em seguida, adoptado por duas das três grandes “internacionais” dos anos 50: a Internacional Socialista e a Internacional Democrata-Cristã. A Internacional Comunista ficou, claro, de fora e contra o projecto, como impunham as regras da “Guerra Fria”, já que essa “Europa” se fazia como parte da estratégia “to counter the Communist threat in Europe”.

Ao cair o muro de Berlim, todo o quadro da “Europa” caíu. O desaparecimento da ameaça soviética e a emergência da Alemanha (pós reunificação) arruinou e fez ruir este projecto francês de “Europa”, cujo último grande momento foi a década protagonizada por Jacques Delors.

Ler mais: http://inteligenciaeconomica.com.pt/?p=9771 … (FONTE)

Mia Couto | O Fio das Missangas

Olhos baixos, o médico escutou tudo, sem deixar de escrevinhar num papel. Aviava já a receita para poupança de tempo. Com enfado, o clínico se dirigiu ao menino:
— Dói-te alguma coisa?
—Dói-me a vida, doutor.
O doutor suspendeu a escrita. A resposta, sem dúvida, o surpreendera. Já Dona Serafina aproveitava o momento: Está a ver, doutor? Está ver? O médico voltou a erguer os olhos e a enfrentar o miúdo:
— E o que fazes quando te assaltam essas dores?
— O que melhor sei fazer, excelência.
— E o que é?
— É sonhar.

Mia Couto in O fio das missangas

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Baudelaire | Le Balcon | The Balcony

The original French

Le Balcon

Mère des souvenirs, maîtresse des maîtresses,
Ô toi, tous mes plaisirs! ô toi, tous mes devoirs!
Tu te rappelleras la beauté des caresses,
La douceur du foyer et le charme des soirs,
Mère des souvenirs, maîtresse des maîtresses!

Les soirs illuminés par l’ardeur du charbon,
Et les soirs au balcon, voilés de vapeurs roses.
Que ton sein m’était doux! que ton coeur m’était bon!
Nous avons dit souvent d’impérissables choses
Les soirs illuminés par l’ardeur du charbon.

Que les soleils sont beaux dans les chaudes soirées!
Que l’espace est profond! que le coeur est puissant!
En me penchant vers toi, reine des adorées,
Je croyais respirer le parfum de ton sang.
Que les soleils sont beaux dans les chaudes soirées!

La nuit s’épaississait ainsi qu’une cloison,
Et mes yeux dans le noir devinaient tes prunelles,
Et je buvais ton souffle, ô douceur! ô poison!
Et tes pieds s’endormaient dans mes mains fraternelles.
La nuit s’épaississait ainsi qu’une cloison.

Je sais l’art d’évoquer les minutes heureuses,
Et revis mon passé blotti dans tes genoux.
Car à quoi bon chercher tes beautés langoureuses
Ailleurs qu’en ton cher corps et qu’en ton coeur si doux?
Je sais l’art d’évoquer les minutes heureuses!

Ces serments, ces parfums, ces baisers infinis,
Renaîtront-ils d’un gouffre interdit à nos sondes,
Comme montent au ciel les soleils rajeunis
Après s’être lavés au fond des mers profondes?
— Ô serments! ô parfums! ô baisers infinis!

Translated by Rosemary Lloyd (2002)

Mother of memories, mistress of mistresses
All of my pleasures and all of my cares!
You will recall the beauty of caresses,
The sweetness of the hearth and the charm of the evening
Mother of memories, mistress of mistresses.

Those evenings lit by the glow of the coals,
Those evenings on the balcony veiled in pink mists.
How sweet your breast! How kind was your heart!
How often we said things we will never forget,
Those evenings lit by the glow of the coals.

How beautiful the sun on those warm summer evenings!
How vast then is space! How powerful the heart!
In leaning toward you, queen of the adored,
I felt I was breathing the scent of your blood.
How beautiful the sun on those warm summer evenings!

The nights would grow as thick as the partition wall
And my eyes in the dark would seek out your eyes,
And I drank in your breath, o sweetness, o poison!
And your feet fell asleep in my brotherly hands.
The nights would grow as thick as the partition wall.

I know how to call up the moments of joy,
See my past once again nestled in your knees.
Where should one look for your languorous beauty
If not in your dear body and in your sweet heart?
I know how to call up the moments of joy.

Those vows, those perfumes, those infinite kisses,
Will they rise yet again from a gulf none may measure?
As the rejuvenated sun rises again to the heavens
After being washed in the depths of the deep seas?
— O vows! O perfumes! O infinite kisses!

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BARÕES | José Pacheco Pereira in “Abrupto”

O PSD, como o PS, é hoje controlado internamente de forma muito rígida por uma nomenklatura de carreira, que encontra no acesso ao poder partidário o principal mecanismo “profissional” de promoção, assim como múltiplas oportunidades de “negócio”, a todos os níveis.

(…)

Só aí, os dois únicos homens, Rio e Costa, que acumulam o raríssimo prestígio da acção política prática, nas duas maiores câmaras do país, com o voto dos portugueses, podem lá chegar. Eles são também a última oportunidade do sistema político partidário português sobreviver.

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CPM – Casa do Povo de Minde | Fábrica de Cultura | 22 DEZ, pelas 22h

Caro Amigo,
 
O JAZZMINDE deseja-lhe um BOM NATAL e um FELIZ ANO DE 2014,
e para fechar o ano com chave de ouro, vamos oferecer-lhe um excelente DUPLO CONCERTO com o espectáculo PINK FLOYD TIME TRIBUTE e a banda de blues LI´L TWISTER.
O concerto é no dia 22 DEZ, pelas 22h, na Fábrica de Cultura em MINDE.
ESPERAMOS POR TI!!!
 
Info + Bilhetes – www.jazzminde.com
 
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Che Guevara | Guerrilheiro Heroico (1960)

Guevara participava de um memorial às vítimas de uma explosão de barco que matara 136 pessoas, quando foi fotografado por Alberto Korda, em 5 de março de 1960. Embora a autoria seja de Korda, a foto foi imortalizada pelo artista irlandês, Jim Fitzpatrick, que criou uma estampa em monotipia baseada na foto e a colocou em domínio público. Fotografia: Alberto Korda

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http://www.revistabula.com/398-as-10-fotografias-mais-famosas-da-historia/ … (FOTOS)

Fotografias mais famosas da história | Mãe migrante (1936)

Um ícone da Grande De­pressão e uma das fotos mais famosas dos Estados Unidos. Florence Owens Thompson, 32 anos, desolada por não ter comida para alimentar os filhos. Jor­nalistas americanos passaram décadas tentando localizar a mãe e seus sete filhos. No final dos anos 1970 ela foi encontrada, não prosperara muito. Vivia em um trailer. Fotografia: Dorothea Lange

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http://www.revistabula.com/398-as-10-fotografias-mais-famosas-da-historia/ … (FONTE)

O maior de todos os romancistas | Lev Tolstoi

«Guerra e Paz» narra a invasão da Rússia por Napoleão e os efeitos que o acontecimento teve na vida da aristocracia, dos militares e da população envolvida no conflito.
A maior parte dos oficiais era originária das famílias nobres e as separações e perigos da guerra tornavam mais intensas todas as relações pessoais e, em particular, as amorosas.
Os hábitos sociais, as relações sentimentais e o declínio de algumas das mais importantes famílias de Petersburgo e Moscovo são apresentados com distanciamento ou irónica ternura.
Neste romance surgiram algumas das mais perduráveis personagens da literatura, o íntegro príncipe Andrei, o insólito Pierre Bezúkhov e a fascinante Natacha Rostova, que se tornaria indispensável para qualquer um deles.
Com esta obra e a sua apresentação em mosaico de grandes painéis da vida russa onde se movimentam centenas de personagens num período de convulsões militares, Tolstoi realizou o seu desígnio de se confrontar com o Homero da “Ilíada” e da “Odisseia”.

«O maior de todos os romancistas — que outra coisa poderíamos dizer do autor de “Guerra e Paz”!» [Virginia Woolf]

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O SEU CÉREBRO É CAPAZ DE REVELAR ESTA FOTO — A CORES!

Instruções:

1) Fixe seu olhar, por 30 segundos, no ponto VERMELHO que existe no nariz da garota.

2) Depois dos 30 segundos, tire os olhos da foto e olhe para uma superfície plana e clara (uma parede nua ou o teto vazio).

3) Pisque os olhos, rapidamente (e por várias vezes), ao mesmo tempo em que olha para a parede ou tecto. Você verá a foto já revelada, a cores e em tamanho maior! (Funciona até com os daltônicos!)

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Amigo da humanidade | Rui Tavares in “Público”

Toda a gente sabe porque gosta de Mandela. Mas, mesmo que fosse possível ler os milhares de textos que sobre ele se escreveram nos últimos dias, seria difícil entender o porquê do porquê.

A minha hipótese: Mandela violava as principais regras da cultura política dominante. Por isso, mais do que admirá-lo enquanto político que conseguiu coisas boas, adorámo-lo como algo mais do que isso.

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Não matem de novo Mandela | Daniel Oliveira in “Arrastão”

A melhor forma de anular um homem, e em especial um político, é torná-lo consensual. Depois da morte física mata-se, pelo elogio desmesurado e vazio de conteúdo, a memória política. É isso e apenas isso que me irrita no kumbaia internacional em torno de Mandela, transformado numa personagem romântica de Hollywood, com a vida quase resumida ao apoio que deu à seleção nacional de Rugby e ao olhar bondoso dum velhinho simpático.

Mandela foi um revolucionário. Considerado um radical e um terrorista por grande parte do ocidente e pela generalidade da direita europeia. Isto quase até às vésperas de ser libertado – ou seja, durante quase toda a sua longa existência.

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MERCADORES DE GENTE | Cecília Prada

Alberto da Costa e Silva, diplomata,poeta e africanólogo, deve ser figura ainda lembrada em Portugal, onde foi embaixador do Brasil, e também pelos seus estudos das ex-colonias portuguêsas na África e do relacionamento entre as várias literaturas lusófonas. Um de seus mais interessantes livros é  Francisco Félix de Souza, mercador de escravos,  (2004), onde mostra um personagem altamente interessante: um mestiço baiano que tendo chegado à África sem um tostão, em pouco tempo se tornou um  dos maiores mercadores de escravos da história e um potentado africano, com o título de “chachá” ou vice-rei de Ajudá. Chegou a ser considerado, na sua época (nascido em 1754,ou em 1768, e morto em 1849), como um dos três homens mais ricos do mundo. Suas letras eram honradas em todas as praças da Europa, e até mesmo sua palavra era tida como garantia suficiente de vultosas transações. O que é mais interessante nessa figura, porém, é que, mesmo exercendo uma das mais cruéis e repugnantes profissões, conseguiu granjear, pela sua habilidade, inteligência  e carisma, a estima e o apreço tanto de brancos como de negros, sendo tido até hoje como um grande benfeitor da comunidade “brasileira” do Daomé. O vice-cônsul britânico naquele país, John Duncan, ainda que lamentando a espécie de comércio feito por Francisco Félix, dizia que ele era “o homem mais humano e generoso das costas da África”– contribuía para essa fama, certamente, o esplendor com que Francisco recebia, em sua enorme mansão, entre baixelas de ouro maciço, louças monogramadas, pratas e cristais, acepipes e vinhos caros, os oficiais de marinha de todas as nacionalidades, inclusive os ingleses que, cumprindo tratados e determinações de sua Corte, davam caça aos navios negreiros do próprio “chachá”.

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Adote um livreiro.

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Digo sempre, “vou à Bertrand”. Já ninguém usa a palavra “livraria”. A minha Bertrand fica ali, no centro comercial, mesmo ao lado do Pingo Doce, o que dá muito jeito.

Hoje, o conceito de livraria é esse: um espaço aberto para uma rua interior onde as pessoas desfilam em passo lento: o “passo de compras”. Quando entro não espero ser reconhecido por quem me atende, não espero uma sugestão ou uma troca de ideias. Isso não faz parte do modelo de negócio. Aliás, é suposto que, quem atende, interfira o menos possível na compra. A fidelização do cliente faz-se de forma asséptica, pela via do cartão de pontos. O contacto com o cliente e a divulgação são assegurados por correio eletrónico.

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Em defesa das Bibliotecas Públicas

Esta importante declaração reconhece a utilidade dos serviços essenciais prestados pelas bibliotecas públicas nas comunidades espalhadas pela UE, as quais oferecem oportunidades de aprendizagem ao longo da vida, inclusão social e digital e de procura de emprego. Salienta, sobretudo, o facto de as bibliotecas públicas não se limitarem apenas à cultura e aos livros – representam uma sólida rede pan-europeia, composta por 65 000 instituições comunitárias que trazem benefícios positivos a nível educacional, social e económico aos 100 milhões de utilizadores de bibliotecas existentes em todos os Estados-Membros da UE.

Saiba mais aqui, participe!

Contagem Descrente – John Wolf

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“O manual de instruções de uma passadeira de fitness ganha vida e questiona as intenções do utente, a ligeireza da perda de peso por oposição à profundidade da vida.

Um bombista suicida gay que decide arrasar com o quartel e o general traiçoeiro − o fundamentalismo político ou religioso cede lugar às razões de peito, de paixão e do amor. O encontro marcado de mulheres que procuram resolver diferendos antigos, mal-entendidos de café. As mulheres envolvidas na discussão chamam-se todas Sofia. São todas umas Sofias. Saíram-nos cá umas Sofias. A triste figura de um quarentão, bonacheirão que não consegue emancipar-se da mãezinha. Quando um dia ganha a coragem para o fazer, entorna ainda mais o caldo: agarra-se à saia da madrinha” – estes são alguns dos territórios por onde viajam os personagens e as narrativas irónico-filosóficas de John Wolf. O vai e vem entre a terra e os céus balança o leitor entre várias dimensões, gerando náuseas ou felicitações.

Lançamento no dia 12.

A morte de Mandela: Portugal à solta | Vasco Pulido Valente in “Público”

A morte de Mandela mostrou a indigência do jornalismo português. Com um arzinho de circunstância, a televisão e os jornais repetiram os lugares-comuns que se esperavam; e meia dúzia de personalidades contaram histórias sem significado ou relevância sobre encontros que teriam tido com Mandela.

No meio desta desgraça, muito pouca gente se salvou (José Cutileiro e Daniel de Oliveira) e a generalidade do público ficou sem saber quem fora o homem e o que fizera. Para começar, ficou sem saber que nascera na família real da nação xhosa (sobrinho do soba), que estudara numa escola metodista inglesa e na Universidade de Witwatersrand, que se formara em direito e que abrira um escritório de advogado em Joanesburgo. Parecendo que não, estas trivialidades são e continuaram sempre a ser parte do político e explicam em parte a sua carreira.

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“Comment as-tu pu partir sans moi?” | Lettre d’une veuve à son mari défunt

En 1998, un groupe d’archéologues découvrait en Corée du Sud le cercueil de Eung-Tae Lee, mâle membre de la dynastie des Goseong Yi (XVIème siècle) : une lettre écrite par sa veuve, enceinte de Won, leur futur enfant, accompagnait les restes du mari défunt. Une sublime lettre d’amour par-delà la mort, découverte 5 siècles plus tard.

1 juin 1586

Au père de Won,

Le 1er juin 1586

Tu disais toujours « Mon amour, vivons ensemble jusqu’à ce que nos cheveux deviennent gris et que nous mourrions le même jour ». Comment as-tu pu mourir sans moi ? Qui allons-nous écouter moi et notre petit garçon et comment allons-nous vivre ? Comment as-tu pu partir sans moi ?

Ler mais:

http://www.deslettres.fr/lettre-dune-veuve-a-son-mari-defunt-comment-as-tu-pu-partir-sans-moi/ (FONTE)

lettre

Mandela – O Rebelde Exemplar

Mandela

Mandela contado aos jovens, porque é importante não esquecer.

A primeira biografia completa de Nelson Mandela, especialmente pensada para jovens, escrita pelo jornalista António Mateus, o maior especialista português na vida e obra deste grande homem que inspira o mundo.

Mandela, criança e adolescente rebelde, Mandela, incansável trabalhador na luta pelo seu próprio futuro e pelo dos seus concidadãos, nas luta pelos direitos básicos, Mandela, o sedutor, o marido ausente, o pai. Mandela, o guerrilheiro, Mandela, o preso político mais famoso do mundo. Mandela, o sofredor que ninguém quebrou. Mandela, o ser humano que cresceu toda a vida em sabedoria e transmitiu ao mundo o conceito mais rico da filosofia africana: Ubuntu. Mandela, o Nobel da Paz que soube ultrapassar cor, raça, religião e diferenças culturais ou políticas para ser um exemplo para o mundo.

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um pouco de tudo | Álamo de Oliveira

não sei escrever hitchcock.    estou

em suspense    o ecrã vazio    o medo tremido.

alguém anda a despir-se no meu quarto

com a mesma lentidão com que me dispo.

o espelho é como um prato de leite

diante do cão:    não reflete    não estremece.

hitchcock volta a repetir a cena dos pássaros

montados  no cabo da electricidade.

o medo vigia a janela    sabendo que

não é possível permanecer em silêncio.

por mim    estou a chorar devagar.

não me apetece chorar depressa.

tenho todo o tempo do mundo.

Álamo Oliveira

As Primeiras Coisas – Biblioteca do Barreiro

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Memórias, embustes, traições, homicídios, sermões de pastores evangélicos, crónicas de futebol, gastronomia, um inventário de sons, uma viagem de autocarro, as manhãs de Domingo, meteorologia, o Apocalipse, a Grande Pintura de 1990, o inferno, os pretos, os ciganos, os brancos das barracas, os retornados: a Humanidade inteira arde no Bairro Amélia.

Este sábado na Biblioteca Municipal do Barreiro coma presença do autor.

leia as primeiras páginas aqui.

«Há um perigo de uma destruição identitária de Portugal» | José Gil, filósofo

«Veremos fim do programa de ajustamento mas não é uma luz ao fundo do túnel», disse, defendendo que o que o preocupa é o estado em que esta «governação» deixou o país.

«Há um perigo de uma destruição identitária de Portugal. Os portugueses estão desligados cada vez mais à comunidade, estão cada vez mais desligados do seu passado, da sua história, do seu território, porque são obrigados a isso. Estamos dormentes, temos que acordar absolutamente».

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/ultimas-noticias-tvi24-identidade-filosofia-jose-gil/1516445-4071.html … (FONTE)

 

Citando o Professor Agostinho da Silva

(…..)Há também os que adoram o povo e combatem por ele mas pouco mais o julgam do que um meio; a meta a atingir é o domínio do mesmo povo por que parecem sacrificar-se; bate-lhes no peito um coração de altos senhores; se vieram parar a este lado da batalha foi porque os acidentes os repeliram das trincheiras opostas ou aqui viram maneira mais segura de satisfazer o vão desejo de mandar; nestes não encontraremos a frase preciosa, a afectada sensibilidade, o retoque literário; preferem o estilo de barricada; mas, como nos outros, é o som do oco tambor retórico o último que se ouve.
Só um grupo reduzido defende o povo e o deseja elevar sem ter por ele nenhuma espécie de paixão; em primeiro lugar, porque logo reprimiriam dentro em si todo o movimento que percebessem nascido de impulsos sentimentais; em segundo lugar, porque tal atitude os impediria de ver as soluções claras e justas que acima de tudo procuram alcançar; e, finalmente, porque lhes é impossível permanecer em êxtase diante do que é culturalmente pobre, artisticamente grosseiro, eivado dos muitos defeitos que trazem consigo a dependência e a miséria em que sempre o têm colocado os que mais o cantam, o admiram e o protegem.
(…..)

A Filha das Flores, de Vanessa da Mata

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Vanessa da Mata estreia-se na literatura com este romance A Filha das Flores.

A sua escrita tem um lado incomum, um registo que vai muito para além do linguarejar típico brasileiro: são palavras moradoras de construções de versos e de desvios tontos que dão direções a novos significados. Tem a sonoridade de imprevisíveis metáforas que invocam a arte de poetas sensíveis, e atesta a eficácia com que domina o lado oficinal da literatura. Estamos perante uma escrita trabalhada, séria, testemunho do empenho oficinal de quem não se importa de molhar o vestido pelo avesso no suor.

leia mais no Acrítico – leituras dispersas

Citando Albert Camus

Nous sommes le résultat de vingt siècles d’imagerie chrétienne. Depuis deux mille ans, l’homme s’est vu présenter une image humiliée de lui-même. Le résultat est là. Qui peut dire en tout cas ce que nous serions si ces vingt siècles avaient vu persévérer l’idéal antique avec sa belle figure humaine ?

Albert Camus, Carnets

Genealogias da Cultura | Luís Carmelo | Lançamento dia 12 de Dezembro, 19 horas no Corte Inglês

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“Genealogias da Cultura pretende ser uma contribuição para o debate sobre o que é – e o que significa hoje – a cultura. Distanciada dos limites da história ou da antropologia, a obra centra-se sobretudo na área da significação ou, mais canonicamente, da semiótica. Partindo do princípio de que a cultura é sempre uma construção, o livro aborda diversos níveis de tematização do mundo, integrando em dez capítulos matérias tão diversas como as escatologias, as utopias, os programas modernos, a fragmentação das narrativas do nosso dia-a-dia, o culto do património, a crise, o poder das conotações ou ainda o papel da instantaneidade tecnológica na era da rede. Genealogias da Cultura procura levar a cabo um diagnóstico das várias camadas que se organizam na substância de conteúdo que todos partilhamos, numa perspectiva que não é imune à hibridez que cada vez mais se entretece entre local/territorial e global. Uma obra que tenta dinamicamente apurar aquilo que continuamos a designar por “cultura”, muitas vezes como se fosse uma coisa dada, óbvia e definitiva.”

Citando Licínia Quitério – Disco Rígido

Disco RígidoOs loucos não eram gente boa. O sangue deles era sujo. Nada de confianças. A miúda ainda não sabia o que era consanguinidade e incesto. Nem a tia lhe falaria sobre isso. No dia em que o Aldino apareceu morto de muitas facadas e o filho, ou irmão, foi preso, a miúda ficou muito triste. Dona Arminda conformava-a:
– Filha, eles são assim. Matam-se. Têm sangue sujo.
Era Verão e o cheiro a azedia envolveu toda a aldeia. Nem a saleta da Dona Arminda escapou. Foi esse o Verão em que chegou o músico.

Disco Rígido, de Licínia Quitério

Excerto do conto “Azedia”, incluído em “DISCO RÍGIDO”, livro a ser lançado no próximo Sábado, 7, na Casa de Cultura D. João V, em Mafra, pelas 15 horas. A apresentação está a cargo do Professor Doutor Vítor Pena Viçoso

António Guerreiro | “Gonçalo M. Tavares vale por uma literatura inteira”, in Diário Digital

(…)

António Guerreiro adjectivou o livro de “objecto singular com um título excepcional”.

A transversalidade da criação do escritor português levou o crítico literário a afirmar que Gonçalo M Tavares “vale por uma literatura inteira”, pois abarca todos os géneros literários, existentes ou ainda em potência.

“«Atlas do Corpo e da Imaginação» é uma obra de arte total.”

O livro concede a liberdade de ser começado por onde o leitor quiser. O objecto de reflexão é o próprio pensamento: “O que significa pensar?”

O leitor é desafiado a acompanhar o raciocínio sobre a própria linguagem. Esta obra de não-ficção torna visual o pensamento.

LER MAIS: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=671631

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Ulisses | James Joyce

«Ulisses» é um romance de referências homéricas, que recria um dia de Dublin, a quinta-feira de 16 de Junho de 1904, o mesmo em que Joyce conheceu Nora Barnacle, a jovem que viria a ser sua mulher.
Nesse único dia e na madrugada que se lhe seguiu, cruzam-se as vidas de pessoas que deambulam, conversam, tecem intrigas amorosas, viajam, sonham, bebem e filosofam, sendo a maior parte das situações construídas em torno de três personagens. A principal é Leopold Bloom, um modesto angariador de publicidade, homem traído pela mulher, Molly, e, de modo geral, o contrário do heróico Ulisses de Homero.
Joyce começou a escrever esta obra em 1914, recorrendo às três armas que dizia restarem-lhe, «o silêncio, o desterro e a subtileza».
Depois de várias dificuldades editoriais, «Ulisses» seria publicado pela Shakespeare & Company, em Paris, em 1922, no dia de aniversário de Joyce.

«Mais do que a obra de um só homem, “Ulisses” parece de muitas gerações (…). A delicada música da sua prosa é incomparável.» [J. L. Borges, «James Joyce», 1937]

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Muito cá de casa – Poesia de Miguel de Castro

De silencios

A poesia de Miguel de Castro (1925-2009) tem uma sonoridade e uma métrica como se tivesse sido escrita para ser escutada enquanto se lê. Frequentemente, os poemas deslizam a partir de uma imagem inicial, num processo quase narrativo, evoluindo ao longo da sua escrita, para nos brindar com um desfecho surpreendente.

Miguel de Castro assumia-se como o poeta do corpo, num magoado elegíaco erotismo ferido de “lembranças” (como referiu Fernando J.B. Martinho na Colóquio Letras). É sempre com elegância e paixão que trata o corpo da mulher.

No Muito cá de casa estivemos em convívio poético. Dois atores emprestaram um registo diferente à leitura destes poemas. António Galrinho privilegiou a métrica, mantendo intacta a estrutura do poema, enquanto o António Nobre seguiu a linha dos afetos, interpretando o poema e deixando o timbre da sua voz entregue às emoções. Grandes momentos.

Ontem, na Casa da Cultura de Setúbal, sentiu-se, profundamente, a poesia.

Ler a recensão a este livro no Acrítico – leituras dispersas.