To celebrate Einstein’s birthday this past Sunday, we examine his take on religion and spirituality.
Einstein’s disapproval of quantum physics revealed his discontent with a world without causal harmony at its deepest levels: The famous “God does not play dice.”
He embraced a “Spinozan God,” a deity that was one with nature, within all that is, from cosmic dust to humans. Science, to Einstein, was a conduit to reveal at least part of this mysterious connection, whose deeper secrets were to remain elusive.
Given that March 14th is Einstein’s birthday and, in an uncanny coincidence, also Pi Day, I think it’s appropriate that we celebrate it here at 13.8 by revisiting his relationship with religion and spirituality. Much has been written about Einstein and God. Was the great scientist religious? What did he believe in? What was God to Einstein? In what is perhaps his most famous remark involving God, Einstein expressed his dissatisfaction with the randomness in quantum physics: he “God doesn’t play dice” quote. The actual phrasing, from a letter Einstein wrote to his friend and colleague Max Born, dated December 4, 1926, is very revealing of his worldview:
Quantum mechanics is very worthy of regard. But an inner voice tells me that this is not the true Jacob. The theory yields much, but it hardly brings us close to the secrets of the Ancient One. In any case, I am convinced that He does not play dice.
O filósofo holandês Baruch de Espinosa parte do imanentismo e do princípio da unidade substancial para chegar a uma concepção de Deus, sendo que este então seria, por sua vez, também imanente e detentor do título de única substância. Desse modo, a intenção primordial de nossa comunicação é analisar como se dá a relação entre estes conceitos, no caso, imanentismo, Deus e substância, como se definem e se situam ao longo da Ética de Espinosa. Para isso, também analisaremos conceitos que agregam conhecimentos básicos para nosso propósito, principalmente as definições de atributo e modo, sendo estes partes fundamentais constituintes da definição de substância e consequentemente, parte vital para a realização de nossa intenção. Assim, através desse percurso, é possível chegarmos à conclusão sobre a definição do Deus espinosista, ou seja, de um Deus que é imanente e única substância existente, a partir da qual todo o mundo existe e por ela é determinado a existir.
O jornalista e académico uruguaio Leonardo Haberkorn, desistiu de continuar a dar aulas do curso de “Comunicação” na Universidade ORT de Montevideu, através desta carta que comoveu o mundo da Educação:
“Depois de muitos anos como professor universitário, hoje dei aula na faculdade pela última vez. Estou cansado de lutar contra telemóveis, WhatsApp e Facebook. Eles venceram-me. Eu desisto. Eu atiro a toalha ao chão. Cansei-me de falar de assuntos pelos quais eu sou apaixonado, para rapazes e raparigas que não conseguem tirar os olhos de um telemóvel que não pára de receber selfies.
É verdade que nem todos são assim, mas há cada vez mais a ficar assim. Até há três ou quatro anos, o apelo para deixar o telemóvel de lado por 90 minutos – nem que fosse só para não ser desrespeitoso – ainda teve algum efeito. Já não o está a ter. Pode ser que seja eu que me tenha desgastado demais neste combate, ou que esteja a fazer algo de errado.
ESPINOSA E LEIBNIZ chega na próxima semana às livrarias, editado pela Caminho. Recorde-se que o Historiador António Borges Coelho recebeu recentemente o Prémio Rodrigues Sampaio, da Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto.
Sobre o livro Os filósofos movimentam-se no mundo dos conceitos e das doutrinas. «Complexo de doutrinas universais.» É deste modo que Leibniz caracteriza a Filosofia. Olha as coisas do ângulo da Eternidade e do Todo. E dessas alturas como cantou Lucrécio, como que se apagam o tempo, a mudança, o particular. Certamente também o tempo e a mudança são categorias filosóficas mas despidas já da carga terrena dos acontecimentos, despidos da multiplicidade nunca inteiramente classificável do concreto. Desculpem-me se abro demasiadamente a porta do concreto, se não consigo, preso pelos singulares da História, passar o umbral da visão subspecie aeternitatis de que falava Espinosa (de seus nomes, Baruch, Beneditus, Bento de Espinosa, Bento de Spinosa, B. de S.), para quem «a liberdade da Filosofia […] não pode ser abolida sem se abolir ao mesmo tempo a paz do Estado e a própria Piedade».
Nos acostumamos a acreditar que pensamento e prática são compartimentos distintos da vida. Quem pensa o mundo não faz o mundo e vice-versa. Mas, houve um tempo em que os sábios, eventualmente chamados de cientistas ou artistas, circulavam por diversos campos da cultura. Matemática, física, arquitetura, pintura, escultura eram matéria-prima do pensamento e da ação. A revolução industrial veio derrubar a ideia do saber renascentista e, desde o século 19, a especialização foi ganhando força.
Mas, sempre haverá quem nos lembre que a vida é produto de um contexto, de um acúmulo de vivências e ideias. Pense num filósofo que pegou em armas contra o nazismo para depois empunhar as ferramentas da retórica contra o stalinismo, que reconhece a importância dos saberes dos povos originais sem abrir mão de pensar e repensar a educação formal.
Com mais de 90 anos, o francês Edgar Morin, nascido e criado Edgar Nahoum no início do século 20, é um dos mais respeitados pensadores do nosso tempo. Com uma gigantesca produção literária, pedagógica e filosófica. Em tempos de radicalismos, Morin é herdeiro do melhor do humanismo francês. Em entrevista ao programa Milênio, Edgar Morin fala sobre o extremismo e o significado da educação na contemporaneidade. Leia abaixo:
No dia 7 de dezembro nasce Avram Noam Chomsky, um linguista, filósofo, politólogo e ativista americano de origem judaica. É professor emérito de linguística no Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT) e uma das figuras mais destacadas da linguística do século XX, graças aos seus trabalhos em teoria linguística e ciência cognitiva.
Também é reconhecido pelo seu ativismo político, caracterizado por uma forte crítica ao capitalismo contemporâneo e à política externa dos EUA. Ele é considerado um pensamento socialista libertário. O New York Times chamou-o “o mais importante dos pensadores contemporâneos”.
Propôs a gramática generativa, disciplina que colocou a sintaxe no centro da pesquisa linguística. Com isso mudou a perspectiva, programas e métodos de pesquisa no estudo da linguagem. Sua linguística é uma teoria da aquisição individual da linguagem e tenta explicar as estruturas e princípios mais profundos da linguagem. Postulou um aspecto bem definido de inatismo na aquisição da linguagem e da autonomia da gramática (sobre os outros sistemas cognitivos), bem como a existência de um «órgão da língua» e de uma gramática universal.
Opôs-se fortemente ao empirismo filosófico e científico e ao funcionalismo em favor do racionalismo cartesiano. Todas estas ideias colidiram frontalmente com as tradicionais das ciências humanas, o que fez múltiplas adesões, críticas e polêmicas que acabaram por o tornar um dos autores mais citados. Destaca a sua contribuição para o estabelecimento das ciências cognitivas a partir da sua crítica ao comportamento de Skinner e das gramáticas de estados finitos, que pôs em causa o método baseado no comportamento do estudo da mente e a linguagem que dominou nos anos Cinquenta.
Sua abordagem naturalista no estudo da linguagem influenciou a filosofia da linguagem e da mente (veja Harman e Fodor). É o descobridor da hierarquia de Chomsky, uma classificação de linguagens formais de grande importância na teoria da computadores.
Também é conhecido pelo seu ativismo político e pelas suas críticas à política externa dos EUA e de outros países, como Israel. Chomsky, que dissocia completamente a sua atividade científica do seu ativismo político, descreve-se como simpatizante do anarcosindicalismo (é membro do sindicato IWW). Chomsky é considerado uma figura influente no seu país de origem e no mundo.
A Pléiade, a mais considerada e prestigiada colecção em França, re-edita as obras completas do nosso Bento de Espinosa. Esta reedição (a primeira edição data de 1954) não é, contudo, uma cópia da anterior. É totalmente nova e inovadora.
Espinosa é filho de portugueses que se fixaram nos Países Baixos, fugindo às odiosas e bárbaras perseguições da Inquisição aos suspeitos de judaísmo. O seu mestre foi o filósofo português Uriel da Costa, também fugido aos mesmos esbirros. A sua língua materna era o português. E, no entanto, o criador da ideia filosófica de Liberdade e um dos grandes filósofos (senão, mesmo, o maior) da história da Europa continua a não ter as suas obras completas disponíveis na sua língua materna. Uma lacuna sem perdão… E uma falha terrível e muito lamentável no “softpower” de Portugal.
Libération: Spinosa, «ami du genre humain» mutant
Le philosophe d’Amsterdam voit ses œuvres complètes publiées une deuxième fois dans la Pléiade. Soixante-huit ans après la première édition, l’auteur de «l’Ethique» apparaît encore plus radical, à la lumière des lectures et exégèses menées depuis.
Est-ce fréquent qu’une prestigieuse collection – une institution – accueille en son sein, par deux fois, les œuvres complètes d’un même auteur ? C’est le cas de Spinosa, qui fait son entrée dans la bibliothèque de la Pléiade déjà en 1954, dans la version de Roland Caillois, Madeleine Francès et Robert Misrahi, et qui s’y retrouve de nouveau aujourd’hui, dans une édition impeccable (incluant, outre tous les textes évidemment, la Correspondance et le plus rare Précis de grammaire de la langue hébraïque), publiée sous la direction de Bernard Pautrat.
Si on ne peut voir là un doublon, c’est qu’il ne s’agit pas du même Spinosa, au sens où, en soixante-dix ans, il a totalement muté sous l’effet de l’«abondance inhabituelle» de lectures et d’exégèses qui ont été faites de son œuvre. Un seul exemple, le Traité politique: il a été longtemps «négligé, voire méprisé par les éditeurs, traducteurs, et même les doctes», alors qu’est évidente sa «fécondité subversive», insupportable à ceux qui n’aiment ni la vérité ni la liberté.
D’une certaine manière, c’est un Spinosa plus «radical» qui est apparu, dont la pensée s’avère irréductible à des formules «percutantes et faciles à retenir» : «philosophe de la joie», «conatus», «persévérer dans son être», «passions tristes», etc. Une pensée construite comme l’ingénieur construit une machine complexe, qui exige qu’on ne «saute» aucun rouage, aucune transition, aucun raccord, si on veut comp …..
Ao contrário das ciências, a filosofia não é definida por um objecto nem por um método. Na verdade, revela-se parcialmente nessa diferença. Para a filosofia, o seu método, em vez de ponto de partida, é questão e resposta a que se chega em cada proposta original. E o seu objecto pode ser qualquer um, nada havendo no real reconhecível que se possa dizer à partida filosoficamente inapropriado. Desde que a fenomenologia tomou um cocktail de apricot sorvido à mesa de uma esplanada entre amigos e o tomou com um bom tema de reflexão fenomenológica, nem o mais mundano no mundo desinteressa à filosofia. Como tudo pode ser arte, tudo pode ser filosofia.
Levada a sério a radicalidade bem-querida do seu questionar, a filosofia tem necessariamente de se fazer parte questionada. Por princípio, a pergunta “o que é a filosofia?” é uma pergunta filosófica e filosoficamente incontornável. O que torna a filosofia uma noção aberta e que não se deixa enquadrar. Além disso, uma noção contingente, que depende do acontecimento intelectual de se pôr em questão. Mas, tudo isto faz parte da própria indefinição que caracteriza, de forma necessariamente contingente, a filosofia.
E, contudo, a contingência história perturba a filosofia. Por exemplo, na sua Introdução à Antifilosofia (2009), Boris Groys escreveu que a filosofia é raramente praticada neste tempo de hoje, em que prevalece um saturado mercado de verdades. Como tudo passou a poder ser arte, também tudo passou a poder ser filosofia. O que parece muito – tudo poder ser filosofia – é afinal pouco: trata-se de um tudo pouco disponível, condicionado, até à exaustão dos praticantes, pelo formato da produção e do valor de mercado. Como temos uma anti-arte temos uma anti-filosofia, e ambas deslizam para um lugar de deserto. Não será a arte que se obceca a refutar incessantemente qualquer definição dela mesma um desses exercícios alucinatórios de novidade sem o novo? Não será exactamente assim também com a filosofia, em desenfreada produção de conceitos que se esvaem na própria sofreguidão da atualidade? Já se fez arte e filosofia, mesmo na pobreza; agora, que aderem ao regime da produção de valor, arte e filosofia arriscam a pobreza.
Ou, pelo contrário, não serão a arte e a filosofia os últimos lugares de sentido em que testamos a capacidade de fazer sobrevir o estranhamento que rompe com o banal, com a simples transmissão do movimento que nada mais deixa acontecer? E não vale esta tensão, e inerente ambivalência, para desafiar hoje especialmente a filosofia e a arte?
Escrevi sobre a genialidade de Herman José e referi um extraordinário sketch em que ele desmonta a farsa dos comentadores de televisão e da manipulação que está a ser produzida sobre a guerra da Ucrânia. Esses “nacos informativos” são atentados reais à liberdade dos cidadãos, na medida em que foi instaurada a censura e sobre duas formas, uma, direta, proibindo a informação de uma das partes envolvidas, e outra, mais perversa, através da imposição do pensamento único, do silêncio, da intimidação dos que não seguem a verdade oficial.
O texto provocou, felizmente, vários comentários, alguns deles sobre a curta lista de génios que eu estabeleci para mim, acrescentando outros, casos de Almada Negreiros, Paredes, Siza Vieira, Saramago, Eça. Tenho por todos os nomeados admiração, mas Herman é, para mim, diferente, não só porque ele abriu novos caminhos, deu novas expressões à arte de representar, mas fundamentalmente porque penetrou em camadas da sociedade mais resistentes à mudança, aos de muita baixa literacia, de pouca instrução escolar, aos integristas religiosos, tanto quanto no grupo dos mais privilegiados e convencidos. Ele rompeu a muralha construída ao longo de séculos de obscurantismo religioso, cultural, de violência política, de hierarquias sociais, de ideias feitas sobre a epopeia portuguesa. Ele, sozinho e com a sua equipa, foi o Monty Python da sociedade portuguesa, sendo certo que esta não é dotada do sentido de humor e de autocrítica da inglesa e os ingleses têm uma longa tradição de produção teatral que não se resume a Shakespeare.
Herman conseguiu com o seu génio e com o seu prestígio abrir uma fenda nas muralhas do conservadorismo de antigo regime em que Portugal vivia (e em parte vive) e abrir a sociedade à liberdade de questionar os tabus. Reveja-se o Herman Enciclopédia.
Essa subversão que Herman promoveu é hoje inaceitável pelos poderes instituídos. Essa subversão é e está a ser sufocada pela mediocridade acrítica e até quase pornográfica de programas do tipo Big Brother, de telenovelas de enredo de cordel e de muita bola, de informação formatada pelas agências de comunicação e pelos lóbis dos negócios e das corporações.
Dirão os crentes e adeptos do pensamento único: existe pluralidade de informação, pois em Portugal estão no ar três estações de TV, cada uma com vários canais e todos os portugueses podem escolher. É um sofisma primário. Como dizer que uma centopeia pelo facto de ter cem patas tem uma maior opção de escolha do que uma galinha, que só tem dois. Na realidade o que se verifica é que estamos caídos na velha expressão de democracia de Henry Ford quando lançou o Ford T: os clientes são livres de escolher a cor, desde que seja preto. Os mesmos fornecedores de doutrina, como os antigos caixeiros viajantes, circulam com a mesma mercadoria entre jornais, rádios e televisões.
Um pouco de história. A SIC, a primeira estação privada, começou a emitir em 1992, pertencia e pertence ao grupo Impresa, do milionário Francisco Balsemão, proprietário do Expresso, o semanário mais influente na sociedade portuguesa. O seu primeiro diretor foi Emídio Rangel, um jornalista da liberdade e da responsabilidade. A TVI começou em 1993, propriedade da Igreja Católica através da União das Misericórdias e de outros acionistas a ela ligados.
Os grandes momentos de Herman José na televisão, de pluralidade e crítica politica e social, decorreram até ao ano de 1997, na RTP, com a «Herman Enciclopédia». Pelo meio decorreu uma polémica de tentativa de imposição de censura a propósito de episódio sobre a Última Ceia, que Joaquim Furtado repeliu.
Talvez seja coincidência, mas em 1997 a Media Capital, do milionário Pais do Amaral, torna-se acionista de referência da TVI, que passara da Igreja para um grupo colombiano e mais tarde para a Prisa, o grupo espanhol que entra no capital. A TVI passa a ser uma estação populista — isto é, defensora de um regime de lucros e poderes oligárquicos nacionais e internacionais, sob a capa de uma grande liberalidade de costumes e de cultura de massas. O típico truque de colocar uma pin-up na capa e defender os lucros dos grandes grupos e a hierarquia de classes dos tabloides ingleses. Emídio Rangel saiu da SIC em 2001, em conflito com Balsemão, que queria transformar a estação num instrumento de domínio político com audiências populares através do pograma de intimidades Big Brother, que foi transformado em santo milagreiro da TVI.
Na atualidade, no novo espetro de aparente diversidade da oferta, as televisões venderam e vendem todas o mesmo produto ideológico — de que as longas temporadas de cometário político conservador a cargo de Marcelo Rebelo de Sousa e Marques Mendes, ou de Paulo Portas e a avassaladora presença do futebol são prova. A política reduzida aos golpes baixos, ao boato e à calhandrice e muita bola!
Desta “ordem unida”, e desta barreira contra a critica e a verdadeira pluralidade, escapava o programa Contra-Informação, um formato derivado dos Spitting Image da ITV britânica e no Guignols de l’info do Canal+ francês, mas que não resistiram à uniformização e ao respeitinho que é muito bonito do cavaquismo e terminou em 2010.
Herman foi deixado à sua sorte, isto é, os poderes empurraram-no subtilmente para as margens, negando os meios para os programas que ele poderia fazer e substituindo-os por “coisas” de baixo custo e baixa qualidade, até quase desaparecer, remetido ao circuito de festas e romarias pela província. A versão neoliberal da democracia não o tolera. Ao Herman José, os patrões das televisões preferem uns animadores esforçados que esbracejam e gritam em cima de palcos improvisados acompanhados por umas moças de carnes exuberantes.
Esta escolha das Tvs e dos seus espetadores não é a bem do povo, não é dar ao povo o que o povo quer ver e ouvir (quis ver e ouvir Herman), mas é sim um revelador da decadência da nossa exigência democrática, da aceitação passiva do apodrecimento cultural em que vivemos resignadamente. Revela que estamos como o burro da frase de velha sabedoria: comemos palha, basta que no-la saibam dar. E «eles» sabem! E sabem que programas como os de Herman lhes dificultavam a tarefa.
No âmbito da literatura espinosana o presente livro é um contributo singular, abrindo caminhos até agora inexplorados, que certamente agradariam ao autor da Ética. Outra coisa não se esperaria de Roberto Ponczek, um homem de interesses variados e de múltiplas paixões. Físico por formação é também filósofo, músico e pedagogo, estabelecendo habilmente pontes nestes diversos domínios. O olhar com que contempla o real constrói sínteses e concilia divergências. É o olhar de um mestre, de alguém que entende o ensino/aprendizagem como caminho para descobertas deslumbrantes e não como atividade mecânica de quem recebe informação e é obrigado a devolvê- la. Há um enfoque pedagógico que constitui o fio de Ariadne orientador do percurso desta obra, perspectiva explicitamente assumida e anunciada no próprio título: Deus ou seja a Natureza: Spinoza e os novos paradigmas da Física. A tónica dominante é diálógica, estabelecendo-se um inter-câmbio entre a Filosofia e a Ciência, nomeadamente entre a Filosofia e a Física. Logo na introdução, Ponczek lamenta o equívoco que leva ao divórcio entre físicos e filósofos, geralmente de costas voltadas uns para os outros, dizendo os primeiros que a Filosofia é pura perda de tempo e queixando-se os segundos da linguagem hermética da Física. Na seqüência de Kuhn, que já se insurgira com o modo an-histórico (ou mesmo anti-histórico) como habitualmente se ensinam as diferentes ciências, o autor propõe uma pedagogia e uma dialéctica das mesmas que não as considera como “algo fechado, neutro, prático, linear, objectivo e desprovido de historicidade” (ver Introdução). É seu objectivo mostrar como o pensamento científico se desenvolve em espiral, inserido num contexto histórico, metafísico, ideológico e mesmo religioso e artístico, do qual seria artificial descolá-lo. Numa clara oposição ao positivismo comteano, Ponczek defende a proximidade da Ciência e da Filosofia, provando que certas questões científicas só serão compreendidas pelo recurso à metafísica.
Para Spinoza, a substância é o Ser em si, por si e para si, o Ser do qual tudo depende e que não depende de nada; o Ser que não tem causa ou que é causa de si mesmo; o Ser absoluto, o Ser absolutamente ilimitado e infinito. Não será esta também a fonte de motivação de Einstein para buscar a unidade intrínseca em todas as leis da Natureza?
To celebrate Einstein’s birthday this past Sunday (14 de mars de 1879), we examine his take on religion and spirituality.
Einstein’s disapproval of quantum physics revealed his discontent with a world without causal harmony at its deepest levels: The famous “God does not play dice.”
He embraced a “Spinozan God,” a deity that was one with nature, within all that is, from cosmic dust to humans. Science, to Einstein, was a conduit to reveal at least part of this mysterious connection, whose deeper secrets were to remain elusive.
Given that March 14th is Einstein’s birthday and, in an uncanny coincidence, also Pi Day, I think it’s appropriate that we celebrate it here at 13.8 by revisiting his relationship with religion and spirituality. Much has been written about Einstein and God. Was the great scientist religious? What did he believe in? What was God to Einstein? In what is perhaps his most famous remark involving God, Einstein expressed his dissatisfaction with the randomness in quantum physics: he “God doesn’t play dice” quote. The actual phrasing, from a letter Einstein wrote to his friend and colleague Max Born, dated December 4, 1926, is very revealing of his worldview:
Quantum mechanics is very worthy of regard. But an inner voice tells me that this is not the true Jacob. The theory yields much, but it hardly brings us close to the secrets of the Ancient One. In any case, I am convinced that He does not play dice.
O professor Daniel Gomes fala sobre o pensador Baruch Spinoza e os principais temas discutidos em sua obra: Deus, Natureza, Liberdade, Bíblia e Conatus.
Karl Marx (1818-1883), l’horizon du monde : Une vie, une œuvre (2012 / France Culture). Le 19 mai 2012, l’émission “Une vie, une oeuvre” dirigée par Matthieu Garrigou-Lagrange et diffusée tous les samedis sur les ondes de France Culture, évoquait la figure et l’oeuvre de Karl Marx.
“Marx, l’horizon du monde” : Sur les traces de l’auteur du “Capital”, juriste et philosophe, mais aussi économiste et critique de l’économie politique, sociologue du travail, militant révolutionnaire et père d’une famille bourgeoise qui échappa à la misère grâce à l’amitié d’Engels.
Par Thibault Henneton – Réalisation : Lionel Quantin. 1841, Karl Heinrich Marx [1818-1883] devient docteur en philosophie après une thèse sur Démocrite et Épicure. Le 2 septembre, Moses Hess écrit à un ami écrivain (Berthold Auerbach) : « C’est un homme qui a fait sur moi une impression extraordinaire, bien que nous ayons le même champ d’études ; tu peux t’attendre à faire la connaissance du plus grand et peut-être même du seul vrai philosophe actuellement vivant.
Bientôt, lorsqu’il se manifestera publiquement par ses ouvrages et ses cours, tous les yeux d’Allemagne seront tournés vers lui […] Le Dr Marx, c’est ainsi que s’appelle mon idole, est un tout jeune homme, âgé tout au plus de 24 ans, qui donnera le coup de grâce à la religion et à la politique médiévales. Il joint à l’esprit philosophique le plus profond et le plus sérieux l’ironie la plus mordante ; représente-toi Rousseau, Voltaire, Holbach, Lessing, Heine et Hegel, je ne dis pas rassemblés, mais confondus en une seule personne ».
En réalité le docteur Marx sera conduit bien au-delà des frontières de l’Allemagne, à Paris, Bruxelles, Londres où il passe la majeure partie de sa vie d’exilé, avant qu’un dernier voyage ne le conduise à Alger.
Non seulement juriste et philosophe, mais économiste et critique de l’économie politique, sociologue du travail, militant révolutionnaire et père d’une famille bourgeoise qui échappa à la misère grâce à l’amitié d’Engels.
Quelques mois avant que ne se noue leur amitié, Engels écrit déjà, en 1842 (dans “Le triomphe de la foi”) : « Mais qui s’avance ainsi plein de fougueuse impétuosité ? C’est un noir gaillard de Trèves, un monstre déchaîné. D’un pas bien assuré, il martèle le sol de ses talons et dresse plein de fureur les bras vers les cieux, comme s’il voulait saisir la voûte céleste pour l’abaisser vers la terre. Il frappe avec rage et sans arrêt de son poing redoutable, comme si mille démons l’empoignaient aux cheveux. »
Les philosophes des Lumières. Une video d’Histoire proposée par les éditions Gulliver Media Pédagogique. Montesquieu, Diderot, Voltaire, Rousseau sont les principaux philosophes du 18e siècle, le Siècle des Lumières.
A Itália é reconhecida pelos seus cantores, clássicos e ligeiros, tenores, sopranos, meio sopranos, baixos.
A voz dos italianos e italianas brilha no canto, nas artes mas não brilha na política. A voz dos italianos não conta para a definição da política de Itália, da definição do papel da Itália na Europa e no Mundo.
No caso da política, a bela voz dos italianos vale tanto como a péssima voz (para mim) dos checos, ou eslovenos, ou neerlandeses, ou bascos. Não vale nada.
As eleições de amanhã em Itália são a prova de que a voz dos italianos, como a dos restantes europeus não tem qualquer valor. O governo italiano anterior caiu, como caíram dezenas desde o final da Segunda Guerra, e nada se alterou. Os italianos falaram, cantaram, votaram, mas quem determinou o que a Itália ia ser, quem determinou os negócios que gerariam fortunas, foram os banqueiros de Wall Street, os mafiosos da Sicília, os camorros de Nápoles, os industriais de Milão. Os italianos cantam, mas apenas lhes batem palmas, quanto ao resto seguem-se os negócios do costume.
Segundo Le Bon na sua obra Psicologia das Massas (1895): As massas organizadas sempre desempenharam um papel considerável na vida dos povos; mas este papel jamais foi tão importante quanto hoje em dia. A ação inconsciente das massas que substitui a atividade consciente dos indivíduos é uma das principais características da era atual. (LE BON, 1895, p. 93
Com esta afirmação, pode-se verificar a importância que Le Bon deu às massas, considerando os movimentos destas como característica com relevante importância para toda revolução ou drástica mudança social dentro das civilizaçõeshumanas de toda a história.
La crise que nous vivons n’est pas simplement économiqueet financière, mais aussi philosophique et spirituelle. Elle renvoie à des interrogations universelles : Qu’est ce qui rend l’être humain heureux ? Qu’est-ce qui peut être considéré comme un progrès véritable ? Quelles sont les conditions d’une vie sociale harmonieuse ?
Contre une vision purement matérialiste de l’homme et du monde, Socrate, Jésus et Bouddha sont trois maîtres de vie. Une vie qu’ils n’enferment jamais dans une conception close et dogmatique. Leur parole a traversé les siècles sans prendre une ride, et par-delà leurs divergences, ils s’accordent sur l’essentiel : l’existence humaine est précieuse et chacun, d’où qu’il vienne, est appelé à chercher la vérité, à se connaître dans sa profondeur, à devenir libre, à vivre en paix avec lui-même et avec les autres. Un message humaniste et spirituel, qui répond sans détour à la question essentielle : pourquoi je vis ?
Dans certaines cultures et à des époques marquées par le primat du groupe sur l’individu, Socrate, Jésus et Bouddha ont apporté un souffle de liberté qui a donné naissance à un homme moderne avant l’heure : un individu autonome, responsable de ses choix, mais qui doit gagner sa liberté au prix de la recherche de la vérité. Cet essai dresse le portrait de ces trois maîtres de vie.
D’Alexandre le Grand à Marco Polo, de Schopenhaeur à Nietzsche, de Jung à Alexandra David Neel, de nombreux voyageurs, penseurs et artistes occidentaux se sont passionnés pour la sagesse du Bouddha. Cet ouvrage relate les grandes étapes de la rencontre du bouddhisme et de l’Occident. Il montre combien le bouddhisme fut et reste profondément réinterprété à partir de prismes culturels déformants. Il permet aussi de comprendre pourquoi après l’échec des idéologies religieuses, scientistes et politiques, le bouddhisme connaît une audience croissante en Occident. Beaucoup voient dans cette pensée une philosophie et une éthique pertinentes pour répondre aux besoins spirituels des individus. Privilégiant l’action sur soi à l’action sur le monde, le bouddhisme pourrait être appelé à corriger les excès d’une civilisation occidentale trop préoccupée de maîtrise technique au détriment du sens et de l’intériorité.
“Pourquoi la démocratie et les droits de l’homme sont-ils nés en Occident plutôt qu’en Inde, en Chine, ou dans l’empire ottoman ? Parce que l’Occident était chrétien et que le christianisme n’est pas seulement une religion. Certes, le message des Evangiles s’enracine dans la foi en Dieu, mais le Christ enseigne aussi une éthique à portée universelle : égale dignité de tous, justice et partage, non-violence, émancipation de l’individu à l’égard du groupe et de la femme à l’égard de l’homme, liberté de choix, séparation du politique et du religieux, fraternité humaine. Quand, au IVe siècle, le christianisme devient religion officielle de l’Empire romain, la sagesse du Christ est en grande partie obscurcie par l’institution ecclésiale. Elle renaît mille ans plus tard, lorsque les penseurs de la Renaissance et des Lumières s’appuient sur « la philosophie du Christ », selon l’expression d’Erasme, pour émanciper les sociétés européennes de l’emprise des pouvoirs religieux et fonder l’humanisme moderne. Frédéric Lenoir raconte ici le destin paradoxal du christianisme – du témoignage des apôtres à la naissance du monde moderne en passant par l’Inquisition – et nous fait relire les Evangiles d’un œil radicalement neuf. “
A mitologia grega surgiu da curiosidade que os gregos tinham de explicar a origem da vida e os problemas da existência. Assim, criaram deuses imortais à semelhança do ser humano. (deuses antropomórficos)
“Os antigos gregos viviam em uma civilização politeísta, ou seja, tinham a crença em vários deuses. Na Grécia Antiga, o deus que mais se destacava era Zeus. Considerado o mais importante dentre os deuses, ele representava a justiça, a razão e a autoridade. Além dos gregos serem politeístas, seus deuses eram antropomórficos, isto é, assumiam a forma humana e agiam à semelhança dos homens, lutavam entre si, e, como os humanos, sentiam ódio, amor, se casavam e tinham filhos.
Pressentant l’imminence d’un cataclysme planétaire, sept sages venus des quatre coins du monde se réunissent à Toulanka, monastère perdu des montagnes tibétaines, pour transmettre à Tenzin et Natina, deux jeunes adolescents, les clés de la sagesse universelle. Au-delà des divergences culturelles et historiques de leurs traditions respectives, ils s’appuient sur leur expérience personnelle et se savent inspirés par ce que les philosophes de l Antiquité appellent l Âme du monde : la force bienveillante qui maintient l’harmonie de l’univers.
Leur message répond aux questions essentielles : quel est le sens de mon existence ? Comment réussir ma vie et être heureux ? Comment harmoniser les exigences de mon corps et celles de mon esprit ? Comment apprendre à me connaître et à réaliser mon potentiel créatif ? Comment passer de la peur à l’amour et contribuer à la transformation du monde ?
Loin des croyances dogmatiques, ils ouvrent le chemin simple et concret d’un humanisme spirituel qui aide à vivre. À la suite de son Petit traité de vie intérieure, Frédéric Lenoir transmet ses connaissances philosophiques et spirituelles à travers un conte initiatique lumineux qui touche le cœur autant que l’intelligence.
“Acredito no Deus de Espinosa, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens. Todos podem atingir a religião em um último grau, raramente acessível em sua pureza total.
Dou a isto o nome de religiosidade cósmica e não posso falar dela com facilidade já que se trata de uma noção muito nova, à qual não corresponde conceito algum de um Deus antropomórfico”
– Albert Einstein
VIDA
Baruch de Espinosa nasceu em 24 de novembro de 1632 e foi considerado um dos grandes filósofos racionalistas (ao lado de Leibiniz e Descartes) de sua época. Primeiro filho de uma família português-judia, tinha a agradável aparência de um português de estatura mediana, cabelos e pele morena, rosto oval. Espinosa era chamado por seus pais pelo seu nome português: Bento, e é curioso imaginar que ele aprendeu suas primeiras palavras na mesma língua que nós.
Seus pais eram prósperos comerciantes, mas por serem judeus, mudaram-se para Amsterdam fugindo da inquisição. Quando Baruch de Espinosa nasceu em Amsterdam, seu pai já possuía dois filhos de outro casamento. Quando criança, Espinosa fez seus primeiros estudos na sinagoga à qual pertencia, era um aluno brilhante, estudou profundamente o Talmude e a Bíblia, além de aprender hebraico, mas o consideravam também muito questionador (um defeito na época). No entanto, o dedicado aluno precisou largar seus estudos para tomar conta dos negócios da família.
JOVEM ESPINOSA
Espinosa fala livremente com seus amigos sobre suas concepções religiosas, a ideia de um Deus antropomórfico, separado do mundo real, agindo como um déspota, parece absurda para ele; também não encontra nos textos sagrados muitas das histórias que lhes contam, nem Leis supostamente divinas. Como era de se esperar, suas opiniões não agradam aos líderes religiosos de sua época e após muitas ameaças, avisos e reprimendas, Espinosa foi acusado de ateísmo e excomungado em 1656. Trocou seu nome Hebraico por um latino: Bento de Espinosa e passou a viver sem contato com os judeus.
Começou seus estudos de filosofia, latim e grego com Van dem Endem, leu Descartes, Platão, Aristóteles, Epicuro, Cícero, Sêneca, os filósofos medievais entre outros, além de estudar matemática e outras ciências. Foi também quando começou a redação do seu Tratado de Correção do Intelecto. Neste período, Espinosa sofre o ataque de um judeu fanático que tenta esfaqueá-lo por envergonhar a comunidade judaica. Assustado, ele percebe que não é mais bem vindo em Amsterdam.
O filósofo procurou companhias com quem pudesse dividir suas ideias. Mudou-se para Rijinsburg, em Leyden, pequena e tranquila cidade, com uma boa universidade que Espinosa visitava com frequência. Neste período escreveu seu Breve Tratado e os trechos iniciais de seu principal livro: Ética. Para sustentar-se, começou a trabalhar como polidor de lentes de telescópios e microscópios; exerceu este ofício, que aprendera ainda na sinagoga, até o fim de sua vida.
00:00 I – Préambule sur le mot Dieu 06:52 II – Cerner le Dieu de Spinoza 22:00 II – Définitions du Dieu de Spinoza – L’immanence 29:15 II – Genre de Connaissance – la Partie et le Tout 36:04 III – La Finalité et l’Athéisme 48:27 IV – Matérialisme/Spiritualisme – Religiosité Cosmique 1:01:21 V – Rapport aux autres doctrines (Hegel, Bouddhisme, Hawkins, Enthoven, Luc Ferry) 1:14:35 VI – Conséquences Ethiques et Politiques
Revista Iniciativa Socialista (primeiro período da revista trasversales atual), número 76, verão 2005-2006, Texto inicialmente apareceu em Estudos Culturais Franceses, Edgar Morin , Universidade de Southampton, 1998, pp. 387-396. Traduzido e publicado com a permissão do autor. Françoise Bianchi é professora da Universidade de Pau e autora de Le fil des idées [Seuil, 2001], uma biografia intelectual de Edgar Morin.
A ideia de relacionar o pensamento de um escritor do século XX com a de seus ilustres antecessores dos séculos XVI e XVII pode ser surpreendente à primeira vista. A priori, tudo separa as obras de Montaigne e Spinoza da de Edgar Morin. São obras que surgiram às vezes muito diferentes para que seu confronto fosse frutífero. Na realidade, não se poderia falar de “filiação”· Incluindo. Para o resto, o que uma obra literária, uma obra filosófica e o trabalho de um sociólogo têm a ver com isso? Mas aqui não se trata disso, mas sim de aproximar os projetos de escrita e de apontar suas preocupações comuns, aqueles que norteiam o interrogatório, além das mudanças de episteme, utilizando a terminologia de Michel Foucault [1966, 1968], além, sobretudo, das classificações usuais estabelecidas pela história da literatura e da filosofia.
De Montaigne
Embora seja estranho começar com isso, quero salientar que Edgar Morin é marrano, como Montaigne. Claro, por razões históricas bem conhecidas, uma memória familiar e comunitária estava presente que no século XVI não foi invocada, exceto talvez em alguma alusão amigável e codificada, como a que Edgar Morin [entrevista pessoal, 12/6/1996] acredita presente na carta de Montaige ao seu pai na qual ele relata as palavras de La Boêtie em seu leito de morte dirigindo-se ao padre que acabou de dizer missa: “Eu ainda quero dizer estas palavras em sua presença: eu protesto que como fui batizado e vivi, então eu quero morrer sob a fé e religião que Moisés implantou pela primeira vez no Egito, que os santos padres então receberam na Judéia, e que de mãos dadas, pelo passar do tempo, foi trazido para a França” [Montaigne, 1962]. Qualquer que seja o escopo exato dessas palavras, Montaigne, o Gascon, também era um espírito universal, cuja curiosidade o fez se abrir para outras culturas, e que, o que quer que Barrès diga, não tinha medo de estabelecer contato com o que estava além das fronteiras de sua terra natal [Montaigne 2003, I-31, III-6, III-9].
Saunas e banhos turcos em países nórdicos como a Finlândia são lugares realmente públicos. Não se despir completamente é visto como puritano. (in msn.com)
“Se um certo Jean-Paul Sartre for lembrado, eu gostaria que as pessoas recordassem o meio e a situação histórica em que vivi, todas as aspirações que eu tentei atingir. É dessa maneira que eu gostaria de ser lembrado.”
Essa declaração foi feita por Sartre durante uma entrevista, cinco anos antes de morrer. Na mesma ocasião, disse que gostaria que as pessoas se lembrassem dele por seu primeiro romance, “A Náusea”, e duas de suas obras filosóficas, a “Crítica da Razão Dialética” e o ensaio sobre Jean Genet.
Commentaire. Spinoza nous disait que la joie est le sentiment d’un être de sentir son accomplissement, nous dirions, son fonctionnement et sa santé équilibrée.
La position de Spinoza nous parle beaucoup de ce qu’est la santé, dans ce qu’elle a de plus concret, à savoir son accomplissement. La maladie est-elle la manifestation d’un non accomplissement et d’un blocage ?
La vision de Dieu par Spinoza est en quelque sorte assez proche.
Finalement, santé et spiritualité sont très liées. La spiritualité n’étant pas une notion complexe, mais simplement un amour et un équilibre avec la nature.
Simone de Beauvoir (1908-1986) foi uma escritora francesa, filósofa existencialista, memorialista e feminista, considerada uma das maiores representantes do existencialismo na França. Manteve um longo e polêmico relacionamento amoroso com o filósofo Paul Sartre.
Simone Lucie Ernestine de Marie Bertrand de Beauvoir, conhecida como Simone de Beauvoir, nasceu em Paris, França, no dia 9 de janeiro de 1908. Filha de um advogado e leitor compulsivo, desde a adolescência já pensava em ser escritora.
Entre 1913 e 1925, estudou no Institute Adeline Désir, uma escola católica para meninas. Em 1925, Simone de Beauvoir ingressou no curso de matemática do Instituto Católico de Paris e no curso de literatura e línguas no Institute Saint-Marie.
Em seguida, Simone de Beauvoir estudou Filosofia na Universidade de Sorbonne, onde entrou em contato com outros jovens intelectuais como René Maheu e Jean-Paul Sartre, com quem manteve um longo e polêmico relacionamento. Em 1929 concluiu o curso de Filosofia.
Em 1931, com 23 anos, Simone de Beauvoir foi nomeada professora de Filosofia na Universidade de Marseille, onde permaneceu até 1932. Em seguida foi transferida para Ruen. Em 1943, retornou à Paris como professora de Filosofia do Lycée Molière.
Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre
Simone de Beauvoir manteve um relacionamento aberto e um compartilhamento intelectual com o também filósofo Jean-Paul Sartre por mais de 50 anos. Nunca chegaram a se casar ou a ter filhos.
French authors and philosophers Jean-Paul Sartre (1905 – 1980) and Simone de Beauvoir (1908 – 1986) in Sartre’s apartment on the Rue Bonaparte, Paris, France, circa 1964. (Photo by Gisele Freund/Photo Researchers History/Getty Images)Continuar a ler →
We have become accustomed to believing that thought and practice are separate compartments of life. Whoever thinks the world does not make the world and vice versa. But, there was a time when the sages, eventually called scientists or artists, circulated in different fields of culture. Mathematics, physics, architecture, painting, sculpture were the raw material of thought and action. The industrial revolution brought down the idea of Renaissance knowledge and, since the 19th century, specialization has been gaining strength.
Goethe permaneceu em reclusão durante meses para estudar a Ética e, a partir daí, passou por um processo de transformação.
“Na Ética de Spinoza encontrei apaziguamento para minhas paixões; pareceu-me que se abria ante meus olhos uma visão ampla e livre sobre o mundo físico e moral.
A imagem deste mundo é transitória; desejaria ocupar-me somente das coisas duradouras e conseguir a eternidade para meu espírito, de acordo com a doutrina de Spinoza”.
Johann Wolfgang von Goethe (alemão:Frankfurt am Main, 28 de agosto de 1749 — Weimar, 22 de março de 1832) foi um polímata, autor e estadista alemão do Sacro Império Romano-Germânico que também fez incursões pelo campo da ciência natural. Como escritor, Goethe foi uma das mais importantes figuras da literatura alemã e do Romantismo europeu, nos finais do século XVIII e inícios do século XIX.
O efeito halo é um termo cunhado pelo psicólogo Edward Thorndike na década de 1920. Ele se dá quando desenvolvemos uma impressão geral positiva de alguém por causa de uma de suas qualidades ou atributos.
De modo geral, esse efeito pode nos levar a colocar as pessoas em um pedestal sem perceber. Isso porque estamos construindo uma imagem de uma pessoa com base em informações limitadas.
Viés de confirmação
O viés de confirmação é a tendência de buscar e usar informações que confirmem os próprios pontos de vista de um indivíduo e as expectativas que essa pessoa tem. Em outras palavras, trata-se da tendência de selecionar informações para validar hipóteses.
No entanto, esse viés afeta nossa capacidade de pensar de forma crítica e objetiva. Por consequência, pode levar a termos interpretações tendenciosas de informações e ignorar pontos de vista opostos.
Viés de conformidade
O viés de conformidade, também conhecido como “pressão dos pares”, faz com que um indivíduo se conforme com a opinião dominante. Decorre desse medo de sermos mal percebidos se pensamos diferente dos outros e, portanto, nos torna suscetíveis à influência.
“Então, no verão de 2020, eu parei. Jurei ler as notícias apenas aos sábados de manhã. Desde então, desisti quase inteiramente.
E sinto-me melhor. Muito, muito melhor. Parece que uma guerra que costumava ser travada no meu quintal está agora a ser travada em Neptune em vez disso. Sinto-me aliviado do meu dever de acompanhar o mundo inteiro, e agora percebo que nunca tive esse dever. Meu cérebro ficou mais quieto e comecei a me ouvir pensar em vez de me ouvir preocupar. E eu parei de me imaginar sufocando as pessoas até a morte, o que foi uma grande melhoria. “
Adam Mastroianni, a amostra
E ainda: Espero que a leitura de notícias seja da mesma forma que fumar: uma coisa nojenta que os nossos avós fizeram porque não sabiam nada melhor. Talvez um dia as pessoas só tenham permissão para ler as notícias em zonas designadas, para que mais ninguém sinta o cheiro de qualquer notícia em segunda mão. Talvez adolescentes rebeldes experimentem leitura de notícias ilícitas, passando uma cópia do The Wall Street Journal para trás e para a frente debaixo das bancadas. Talvez os frequentadores de festas saiam à varanda para partilhar alguns minutos pecaminosos do “The Daily. ” Talvez os jornais tenham de carregar grandes etiquetas de aviso, como uma foto de uma mulher a arrancar o cabelo, legendada com “LER AS NOTÍCIAS FAZ-TE SENTIR MAL SEM MOTIVO. ”
E ainda: Quando as pessoas pararam de fumar, nuvens tóxicas desapareceram de espaços interiores como bares, restaurantes e escritórios. Acho que algo parecido aconteceria se as pessoas parassem de ler as notícias, exceto que os espaços interiores desintoxicados seriam as nossas próprias cabeças. As pessoas se sentiriam mais leves – as preocupações com o destino do mundo tendem a ser bastante pesadas. Talvez eles deixassem de sentir que há uma guerra que podem ganhar se simplesmente rolar o suficiente. E talvez eles começassem a olhar à sua volta para ver como eles poderiam realmente ajudar.
“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela num mundo regrado e harmonioso, não em um Deus que se preocupa com o destino e os afazeres da humanidade”.
“Não posso imaginar um Deus pessoal que influencia diretamente a ação das pessoas… Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração do Espírito Infinitamente Superior que se revela no pouco que compreendemos de nosso próprio mundo.
A profunda convicção na presença de um Poder Superior, que aparece no universo incompreensível, forma minha ideia de Deus”
O Museu da Presidência da República (MPR) tem aberta ao público, até 31 de agosto, uma notável exposição dedicada à figura singularíssima daquela que foi a primeira mulher portuguesa pioneira em várias funções, nomeadamente a de primeiro-ministra: Maria de Lourdes Pintasilgo. Mulher de um Tempo Novo. Para a levar a cabo, e sob coordenação da sua diretora, Maria Antónia Pinto de Matos, o MPR recorreu ao concurso de várias entidades da esfera social e académica, reunindo também os contributos de várias dezenas de ensaios e testemunhos, onde se incluem textos do próprio presidente Marcelo Rebelo de Sousa, de António Ramalho Eanes e de António Guterres. Um extenso e muito bem concebido Catálogo permite guardar, não apenas na memória, o espólio exposto.
Nos doze anos que medeiam entre o 25 de Abril e a entrada na CEE, o país oscilou numa arriscada situação de impasse entre vários caminhos possíveis, à semelhança do que tinha ocorrido na década após a independência do Brasil, quando Almeida Garrett publicou o livro Portugal na Balança da Europa (1830). Ao contrário das dúvidas alimentadas pelos nossos intelectuais e políticos no século XIX, depois de abril de 74, a Europa comunitária aparecia como um cada vez mais consensual e inevitável destino nacional. Lembro-me de várias vezes ter lido textos de MLP criticando a orientação cada vez mais mercantilista e financeira do rumo europeu, em detrimento das vertentes social e cívico-política que estiveram na raiz do empenhamento de tantos dos militantes da Europa nas ruínas de 1945. MLP correspondia bem ao lema da filosofia de Ernst Bloch (1885-1977) para quem a consciência humana, por ser “uma consciência antecipativa”, está sempre projetada para o devir.
A religião não era propriamente uma Revelação tranquilizadora, mas antes um imperativo de ação em conformidade com valores de justiça e fraternidade.
00:00 I – Préambule sur le mot Dieu 06:52 II – Cerner le Dieu de Spinoza 22:00 II – Définitions du Dieu de Spinoza – L’immanence 29:15 II – Genre de Connaissance – la Partie et le Tout 36:04 III – La Finalité et l’Athéisme 48:27 IV – Matérialisme/Spiritualisme – Religiosité Cosmique 1:01:21 V – Rapport aux autres doctrines (Hegel, Bouddhisme, Hawkins, Enthoven, Luc Ferry) 1:14:35 VI – Conséquences Ethiques et Politiques
“Penso que amar, de fato, não é querer possuir, mas que amar seja querer criar elos com o outro ser que não são de possessão, no mesmo sentido de possuir uma roupa ou o que comemos.” – Simone Beauvoir
A escritora e feminista francesa Simone de Beauvoir (1908-1986), consagrada por um livro fundamental para o movimento feminista, “O segundo sexo”, um marco teórico do feminismo no século XX, publicado em 1949.
Formada em filosofia pela Universidade de Sorbonne, onde conheceu outros jovens intelectuais, como Maurice Merleau-Ponty, René Maheu e Jean-Paul Sartre – com quem manteve um relacionamento por toda a vida -, De Beauvoir escreveu romances, ensaios, biografias, (e até uma autobiografia!) sobre filosofia, política e questões sociais.
Uma mulher atual, pensadora essencial de nosso tempo em suas mais diversas facetas: o existencialismo, a relação com Jean-Paul Sartre, o ativismo político, o feminismo, os romances e a análise sociológica. Beauvoir, continua sendo discutida dentro e fora do mundo acadêmico, atraindo a atenção de novas gerações de ativistas no Ocidente.
Assista aqui esta rara entrevista filmada em Paris pela Radio-Canada, que censurou sua difusão por pressão do arcebispo de Montreal, Simone de Beauvoir fala sobre existencialismo, religião, casamento, amor livre, entre outros temas.
Trois ans de travail avec une vingtaine de scientifiques et de spécialistes de haut niveau : voici révélées les preuves modernes de l’existence de Dieu.
Pendant près de quatre siècles, de Copernic à Freud en passant par Galilée et Darwin, les découvertes scientifiques se sont accumulées de façon spectaculaire, donnant l’impression qu’il était possible d’expliquer l’Univers sans avoir besoin de recourir à un dieu créateur. Et c’est ainsi qu’au début du XXe siècle, le matérialisme triomphait intellectuellement.
De façon aussi imprévue qu’étonnante, le balancier de la science est reparti dans l’autre sens, avec une force incroyable. Les découvertes de la relativité, de la mécanique quantique, de l’expansion de l’Univers, de sa mort thermique, du Big Bang, du réglage fin de l’Univers ou de la complexité du vivant, se sont succédées.
Ces connaissances nouvelles sont venues dynamiter les certitudes ancrées dans l’esprit collectif du XXe siècle, au point que l’on peut dire aujourd’hui que le matérialisme, qui n’a jamais été qu’une croyance comme une autre, est en passe de devenir une croyance irrationnelle.
Dans une langue accessible à tous, les auteurs de ce livre retracent de façon passionnante l’histoire de ces avancées et offrent un panorama rigoureux des nouvelles preuves de l’existence de Dieu. À l’orée du XXe siècle, croire en un dieu créateur semblait s’opposer à la science.
Aujourd’hui, ne serait-ce pas le contraire ? Une invitation à la réflexion et au débat.
Alan Wallace, a world-renowned author and Buddhist scholar trained by the Dalai Lama, and Sean Carroll, a world-renowned theoretical physicist and best-selling author, discuss the nature of reality from spiritual and scientific viewpoints. Their dialogue is mediated by theoretical physicist and author Marcelo Gleiser, director of Dartmouth’s Institute for Cross-Disciplinary Engagement.
Nossa consciência é um aspecto fundamental da nossa existência, diz o filósofo David Chalmers: “Não há nada que conheçamos tão profundamente…,mas ao mesmo tempo é o fenômeno mais misterioso do universo”. Ele divide algumas maneiras de pensar sobre o filme interior passando em nossas mentes.
Por que existe algo em vez de nada? Em outras palavras: por que o universo existe (e por que estamos nele)? O filósofo e escritor Jim Holt acompanha essa pergunta em direção a três possíveis respostas. Ou quatro. Ou nenhuma.
📏 Spinoza considérait que tout ce qui existe est animé par un principe : le désir. Il appelait cela le “conatus”. Or, pour Spinoza, ce ne sont pas seulement les êtres vivants qui sont animés par ce principe de désir, mais tout ce qui existe. Qu’est-ce que cela signifie ? C’est ce que nous allons tenter de découvrir dans cet épisode. Spinoza –“Ethique” : https://amzn.to/3jk7SKL | Spinoza – “Traité de la réforme de l’entendement” : https://amzn.to/2E08ntj | Spinoza – “Traité politique” : https://amzn.to/30iiTTS | Spinoza – “Traité théologico-politique” : https://amzn.to/2OFdAbM#Spinoza#Désir#Existence
00:00 I – Préambule sur le mot Dieu 06:52 II – Cerner le Dieu de Spinoza 22:00 II – Définitions du Dieu de Spinoza – L’immanence 29:15 II – Genre de Connaissance – la Partie et le Tout 36:04 III – La Finalité et l’Athéisme 48:27 IV – Matérialisme/Spiritualisme – Religiosité Cosmique 1:01:21 V – Rapport aux autres doctrines (Hegel, Bouddhisme, Hawkins, Enthoven, Luc Ferry) 1:14:35 VI – Conséquences Ethiques et Politiques
La Philosophie Théorique de Spinoza est une des tentatives les plus radicales pour constituer une ontologie pure : une seule substance absolument infinie, avec tous les attributs, les êtres n’étant que des manières d’être de cette substance.
Mais pourquoi une telle ontologie s’appelle-t-elle Éthique ? Quel rapport y a-t-il entre la grande proposition spéculative et les propositions pratiques qui ont fait le scandale du spinozisme ?
L’éthique est la science pratique des manières d’être. C’est une éthologie, non pas une morale. L’opposition de l’éthique avec la morale, le lien des propositions éthiques avec la proposition ontologique, sont l’objet de ce livre qui présente, de ce point de vue, un dictionnaire des principales notions de Spinoza.
D’où vient la place très particulière de Spinoza, la façon dont il concerne immédiatement le non-philosophe autant que le philosophe ? « Il suffit d’entrer dans ces pages vives, nerveuses, lumineuses, pour se retrouver, comme à chaque fois avec Deleuze, emporté par un tourbillon d’intelligence. Les dernières lignes évoquent, à propos de Spinoza, un vent-rafale, un vent de sorcière. »
Il se pourrait que Deleuze parle de lui-même. L’unité de ce volume multiple repose sur l’affirmation que les registres de la vie et de la pensée spinozistes ne se séparent pas.
Vivre en philosophe, polir des lentilles pour microscope, user de la méthode géométrique, c’est finalement une seule et même activité. Elle vise à augmenter la puissance d’agir, donc la joie.
Au lieu d’être seulement théoricien, architecte de système, grand maître du rationalisme, Spinoza apparaît ainsi, indissociablement, comme un penseur pratique, engagé dans une transformation permanente de soi et du monde. »
(Roger-Pol Droit, Le Monde) Cet ouvrage est paru en 1981.
Publicidade | Texto parcial / 12 páginas, retirado com a devida vénia e aplauso (vcs).
Cap. 7 | Liberdade, eternidade, amor
«Sentimos e experimentamos que somos eternos»
A QUESTÃO DA LIBERDADE ASSENTA, em Espinosa, num paradoxo aparente: atravessa toda uma obra, muito embora o faça assente numa noção de determinismo cósmico que parece reduzi-la a nada. No começo da Ética, depois de ter definido Deus como a Substância única, Espinosa afirma que ele é «a causa imanente de todas as coisas» e que «tudo foi predeterminado por Deus».
A Natureza é o desenvolvimento dessa causalidade primeira, e tudo o que existe no mundo é determinado por causas e, por seu turno, produz efeitos. Este encadeamento das causas e dos efeitos – que evoca a noção hinduísta e budista de carma, a lei causalidade universal – aplica-se a tudo, incluindo às ações humanas, cujas causas nos são o mais das vezes desconhecidas.
Precisemos todavia que esse determinismo nada tem de religioso: não é a expressão de uma fatalidaade ou de um destino. Nenhuma vontade divina superior, que poderíamos eventualmente fazer infletir através das nossas preces, constitui a sua origem. Trata-se apenas, de maneiraqiase mecânica, do desenvolvimento de uma causalidade primeira que produz determinados efeitos no conjunto do cosmos.
O viés de conformidade social, também conhecido como “pressão dos pares”, faz com que um indivíduo se conforme com a opinião dominante. Decorre desse medo de sermos mal percebidos se pensamos diferente dos outros e, portanto, nos torna suscetíveis à influência.
“Se não usarmos os palavrões, livre e inocentemente, eles tornar-se-ão em meras obscenidades. E paraobscenidade já basta a vida em si.”
Gosto muito de palavrões, como gosto de palavrinhas e de palavras em geral. Acho-os indispensáveis a quem tenha necessidade de escrever ou falar.
Mas como sou moralista tenho uma teoria, que é a seguinte: quando se usam palavrões, sem ser com o sentido concreto que têm, é como se estivéssemos a desinfectá-los, a torná-los decentes, a recuperá-los para o convívio familiar e quando um palavrão é usado literalmente é repugnante.
Dizer que “a sanita está entupida de merda.” ou “tenho uma verruga na ponta do caralho” é inadmissível. No entanto, dizer que um filme “é uma merda” ou que “comprar uma casa em Massamá não lembra ao caralho”, não mete nojo a ninguém.
Cada vez que um palavrão é utilizado fora do seu contexto concreto e significado, é como se fosse reabilitado. Dar nova vida aos palavrões, libertando-os dos constrangimentos estritamente sexuais ou orgânicos que os sufocam, é simplesmente um exercício de libertação.
Quando uma esferográfica pode ser “puta” – não escreve – desagrava-se a mulher que se prostitui. Quando um exame de Direito Administrativo é fodido, há alguém, algures, deitado numa cama, que escusa de se foder.
As sete cartas escritas em 1989 compõem o livro Cartas a Spinoza, Nise da Silveira, Francisco Alves, 1995.
Pintura de Eduardo Ruiz, Dra. Nise da Silveira
Cada Leitor, um Spinoza
CARTA I
Meu caro Spinoza,
Você é mesmo singular. Através dos séculos continua despertando admirações fervorosas, oposições, leituras diferentes de seus livros, não só no mundo dos filósofos, mas, curiosamente, atraindo pensadores das mais diversas áreas do saber, até despretensiosos leitores que insistem, embora sem formação filosófica (e este é o meu caso), no difícil e fascinante estudo da filosofia.
Mais surpreendente ainda é que, à atração intelectual, muitas vezes venham juntar-se sentimentos profundos de afeição. Assim, Einstein refere-se a você como se, entre ambos, houvesse “familiaridade cotidiana”. Dedica-lhe poemas. O poema para A Ética de Spinoza [1] transborda de afeto: “Como eu amo este homem nobre / mais do que posso dizer por palavras”.
“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela num mundo regrado e harmonioso, não em um Deus que se preocupa com o destino e os afazeres da humanidade”.
“Não posso imaginar um Deus pessoal que influencia diretamente a ação das pessoas… Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração do Espírito Infinitamente Superior que se revela no pouco que compreendemos de nosso próprio mundo. A profunda convicção na presença de um Poder Superior, que aparece no universo incompreensível, forma minha ideia de Deus”
Sobre Deus, Einstein chegou a se definir como agnóstico em carta de 1950 a Morton Berkowitz. Ele já tinha afirmado anteriormente que acreditava no “Deus de Spinoza”, em referência ao filósofo holandês Baruch Spinoza:
“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela num mundo regrado e harmonioso, não em um Deus que se preocupa com o destino e os afazeres da humanidade”, afirmou ele em um telegrama ao rabino Herbert S. Goldestein, publicado pelo jornal americano “New York Times” em 1929 (segundo o livro “The Ultimate Quotable Einstein”).
Com essa declaração, Einstein afirmava a visão que repetiu diversas vezes durante a vida: que tinha mais simpatia por um Deus presente em todos os lugares e que fosse responsável pelas leis do universo num sentido científico, que por uma entidade personificada e preocupada com problemas individuais:
“Não posso imaginar um Deus pessoal que influencia diretamente a ação das pessoas… Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração do espírito infinitamente superior que se revela no pouco que compreendemos de nosso próprio mundo. A profunda convicção na presença de um poder superior, que aparece no universo incompreensível, forma minha ideia de Deus”, disse Einstein em carta de 1927, publicada em seu obituário no “Times”, em 1955.
Selon la philosophie de Nietzsche( 1844 – 1900) , la religion est un stratagème utilisé par les analphabètes et les faibles , pour contrôler les intelligents, les intellectuels et ceux qui réussissent dans leur vie, leurs parcours académiques, qui à travers la religion, ils leur envoient un message codé selon lequel, si vous êtes une personne éduqué qui réussit dans sa vie , alors nous, nous somme spirituellement purs, nous sommes en relation avec Dieu, et nous sommes donc plus élevés aimés que vous aux yeux de Dieu. Où les perdants et les faibles entrent ici dans une bataille psychologique à briser les os , ils mènent une guerre froide dévastatrice, pour dominer les forts et les vainqueurs.
CINTIA MARTINS é atleta do Sporting. Joga futebol, é talentosa e respeitada no clube por colegas, treinadores e dirigentes. Num jogo com a FUNDAÇÃO SALESIANOS, alguém a ofendeu, gritando “Macaca vai para a tua terra”.
Soube desta tristíssima notícia através dum post de Luís Osório. Junto-me à sua indignação e acrescento alguns dados e ideias.
Não só o CHEGA é um partido que tem alimentado o discurso racista em Portugal, como, provincianamente, procura normalizar-se a sua presença na nossa democracia. Um dos problemas que urgentemente o PS, o PSD e o PCP e o CDS – partidos que fizeram o regime democrático, fundando-o com Soares, Cunhal, Sá-Carneiro e Freitas do Amaral, – têm de resolver é este:
– não pactuar de forma alguma com o CHEGA. Há um princípio bíblico de que se deveriam lembrar: não se fazem festas a cobras. É responsabilidade de Costa e Rui Rio, de Chico e de Jerónimo de Sousa denunciar André ventura e condenar veementemente os comportamentos racistas, sexistas, xenófobos e machistas que vão fracturando a sociedade portuguesa.
Baruch Spinoza naît le 24 novembre 1632 dans une famille appartenant à la communauté juive portugaised d’Amsterdam, à l’époque « ville la plus belle et singulière d’Europe »p 2. Il tient de son grand-père maternele son prénom « Baruch », Bento en portugais, qu’il latinise en Benedictus, « Benoît », et qui signifie « béni » en hébreu.
La lignée paternelle de Spinoza est vraisemblablement d’origine espagnoled, soit de la région connue en Castille-et-León comme Espinosa de los Monteros, soit de celle qu’on appelle Espinosa de Cerrato, plus au sud. Les Spinoza ont été expulsés de l’Espagne en 1492, après que Ferdinand d’Aragon et Isabelle de Castille eurent imposé aux musulmans et aux juifs de devenir chrétiens ou de quitter le royaume, en vertu du décret de l’Alhambra du 31 mars 1492, année cruciale. Les Spinoza décident de s’installer au Portugal, moyennant paiement exigé à l’arrivée par les autorités portugaises4,h mais ils sont rapidement obligés de se convertir au catholicisme pour pouvoir rester dans le pays. En effet, après le mariage de Manuel Ier du Portugal avec Isabelle d’Aragon en 1497, le monarque ordonne lui aussi l’expulsion des juifs de son pays (« le baptême ou l’exil »). Néanmoins, afin de ne pas priver le Portugal de l’apport des Juifs qui occupaient des positions importantes dans la société (médecins, banquiers, commerçants, etc.), il se ravise et ordonne un vendredi des baptêmesforcés pour le dimanche suivant : à peu près cent vingt mille Juifs sont alors convertis au catholicisme en quelques jours, avec, à présent, interdiction d’émigrer4. Ce décret ne sera assoupli qu’en 1507, après le massacre de Lisbonnei. Les Spinoza et leurs coreligionnaires ont pu vivre à peu près en paixj dans le pays jusqu’à ce que l’Inquisition s’y implante véritablement sur ordre papal, environ quarante ans plus tard5.
Le grand-père de Baruch, Pedro, alias Isaac Rodrigues d’Espinoza, né en 1543, est originaire de Lisbonne et s’est installé à Vidigueira, la ville natale de son épouse6, Mor Alvares, avec laquelle il a eu trois enfants dont Miguel Michael, le futur père du philosophe. Sans doute accompagné de sa sœur Sara7 et de sa propre famille, Pedro Isaac, « effrayé par les arrestations inquisitoriales », quitte le Portugal en 1587 pour venir à Nantesk et y rejoindre son frère Emanuel Abrahaml, le grand-oncle du futur Baruch, déjà réfugiém (la présence d’Emanuel Abrahamn y est attestée en 1593). Pedro Isaac n’y est pas resté, probablement parce que le judaïsme était officiellement interdit à Nantes et qu’il y régnait, là aussi, une certaine hostilité envers les marranes8 et des sentiments fréquemment contrastés voire agressifs envers les Portugais (ou les Juifs dits portugais)o,9. Apparemment expulsé de Nantes avec sa famille et son frère Emanuel Abraham, en même temps que tous les autres Juifs de la ville, en 1615p, Pedro Isaac gagne alors Rotterdam des Provinces-Unies dans l’actuelle Hollande méridionale, où vit déjà une partie de la diaspora juive portugaise. Il y décède en 1627q. À l’époque, les Provinces Unies font partie d’un ensemble de lieux appelés « terres de liberté » voire « terres de judaïsme », c’est-à-dire des cités où le judaïsme est soit officieusement toléré donc restreint (comme à Anvers), soit franchement accepté et où les juifs sont reconnus comme tels ; ainsi, Amsterdam, Hambourg, Venise, Livourne ou une partie de l’Empire ottoman (Smyrne, Salonique) 10, où nombre de marranes et « nouveaux chrétiens »4, ces juifs contrariés, en profitent pour se convertir à leur religion d’origine.
Le père de Baruch, Miguel alias Michael, né à Vidigueira (Alentejo) au Portugal en 1588, est un marchand réputé dans l’import-export de fruits secs et d’huile d’olive, et un membre actif de la communauté (synagogue, œuvres de bienfaisance et écoles juives) qu’il aide à se consoliderr. La mère de Baruch, Ana Debora Marques, épousée en secondes noces, vient elle aussi d’une famille juive séfarade d’origine espagnole et portugaise11 de Porto et Ponte de Limas, et meurt alors que Baruch Spinoza n’a pas six ans. À l’adolescence, il perd aussi son demi-frère aîné, Isaac, et un peu plus tard sa belle-mère Estert qui l’avait élevé. De sa fratrie nombreuse, Baruch ne gardera à l’âge adulte que sa sœur ainée Rebecau.
A Ética ou Ética demonstrada à maneira dos geômetras, geralmente referida apenas como Ética de Espinoza, é considerada a principal obra do filósofoholandês de origem portuguesaBaruch Espinoza. Foi publicada postumamente, em 1677, ano da morte do autor.
A Ética está organizada segundo um método axiomático-dedutivo inspirado na geometria euclidiana visando garantir a certeza dos resultados, embora à custa de uma leitura não especialmente fácil. A obra sendo vincadamente sistemática propõe-se tratar todos os campos de investigação da filosofia dividindo-se em cinco partes (sobre Deus, a mente, as paixões, a escravização do homem em relação a estas e a possibilidade da sua libertação delas) que correspondem a um percurso que partindo das questões mais fundamentais da metafísica, e passando pela teoria do conhecimento, chega por fim à ética com o objectivo preciso de formular uma teoria da felicidade humana.
Desde a sua publicação inicial, a Ética de Espinoza tem influenciado o pensamento e a obra de inúmeros grandes filósofos posteriores até ao presente. Inicialmente, porém, Espinoza sofreu acusações de ser ateu e outros criticismos, principalmente por suas indagações sobre a natureza de Deus. Entretanto, a Ética e as ideias de Espinoza em geral tiveram um papel importante na filosofia europeia subsequente, inspirando Hegel, Johann Fichte, Friedrich von Schelling, os empiristas John Locke e David Hume, e pensadores do século XIX e XX como Ernst Mach, William James, Bertrand Russell, entre vários outros.
Organização da obra
Na Parte I, sobre Deus, o autor demonstra que existe apenas uma substância infinita que se manifesta em infinitos atributos, que, no seu conjunto, são a própria substância; apenas dois deles, extensão e pensamento, são perceptíveis ao homem. Estes dois atributos «exprimem-se em “modos” (“afecções” da substância), distintos em número infinito, enquanto prolongamento da infinidade dos atributos, e finitos, ou seja articulados nas coisas particulares.» Os modos, materiais e ideais, são dominados por um determinismo a que não se subtrai o próprio Deus, identificado com a natureza no seu todo;
Na Parte II, sobre a mente, descreve o paralelismo entre o corpo e a mente do homem que dá origem ao nosso conhecimento sensível e mostra como, para além deste, é possível aceder ao conhecimento adequado, isto é, claro e distinto, e certamente verdadeiro;
Na Parte III, sobre os afetos, mostra como a gama completa das emoções humanas depende de um impulso fundamental para a auto-preservação, ao instinto de sobrevivência a partir do qual, correspondendo a um aumento da própria força, deriva a alegria e, correspondendo a uma diminuição, a tristeza;
A Parte IV analisa tanto como as ideias inadequadas do homem determinam a sua passividade relativamente às causas externas das quais acaba por ser um escravo, como a capacidade da razão para motivar o homem a combater as paixões e a conviver pacificamente com os outros homens;
Na Parte V demonstra que a mente humana, na medida em que atinge a concepção de ideias que não dependem do tempo, é eterna e, como tal, é uma parte da infinidade eterna do intelecto de Deus. A mente humana encontra assim, nesta comunhão intelectual com Deus, neste mútuo amor intelectual, a sua máxima felicidade/beatitude.
“A educação deve ser um despertar para a filosofia, para a literatura, para a música, para as artes. É isso que preenche a vida. Esse é o seu verdadeiro papel.”
O filósofo francês Edgar Morin fala sobre um dos temas que o tornou uma influência mundial, a educação. Morin fala sobre a necessidade de estimular o questionamento das crianças, sobre reforma no ensino e sobre a importância da reflexão filosófica não tanto para que respostas sejam encontradas, mas para fomentar a investigação e a pluralidade de possíveis caminhos. Leia abaixo:
O senhor costuma comparar o nosso planeta a uma nave espacial, em que a economia, a ciência, a tecnologia e a política seriam os motores, que atualmente estão danificados. Qual o papel da educação nessa espaçonave? Ela teria a função de trazer a compreensão e fazer as ligações necessárias para esse sistema funcionar bem. Uso o verbo no condicional porque acho que ela ainda não desempenha esse papel. O problema é que nessa nave os relacionamentos são muito ruins. Desde o convívio entre pais e filhos, cheio de brigas, até as relações internacionais basta ver o número de guerras que temos. Por isso é preciso lutar para a melhoria dessas relações.
Situada entre aproximadamente os séculos V e XV, a IDADE MÉDIA foi um tempo de alastramento do cristianismo e da vida cultural na Europa ocidental, sobretudo através do surgimento de mosteiros da Ordem dos Beneditinos. Seguidores de São Bento de Núrcia (480-547), os monges desta comunidade cristã, iniciadores do movimento monacal, foram os herdeiros da cultura latina e os depositários do essencial do saber do mundo antigo. Estão entre eles os criadores do enciclopedismo, com destaque para Santo Isidoro de Sevilha (570-636) que nos deixou “Etymologiae sive origines”, publicado oito séculos depois, em 1483. Durante este período, o estudo e o ensino transitaram dos mosteiros e conventos para as chamadas escolas catedrais, criadas por toda a Europa, estas que, por seu turno, foram os embriões das universidades nos centros urbanos mais importantes (Salermo, Bolonha, Paris, Oxford, Montpelier, Arezzo, Salamanca, Pádua, Orleães, Roma, Siena, Lisboa, entre muitas outras), privilegiando o ensino de disciplinas como teologia, gramática, retórica, dialéctica (lógica), aritmética, geometria, astronomia, direito, medicina e música.
Visto como o mais ilustre professor da Faculdade de Teologia da Universidade de Paris, o filósofo e alquimista dominicano alemão Albrecht von Bollstädt (1206-1280), o “Doctor Universalis”, é conhecido entre nós por Alberto, o Grande ou Alberto Magno e, também, por “Maître Aubert”, ou simplesmente “Maubert”. Lembrado como o maior filósofo e teólogo cristão da Idade Média, Alberto Magno foi também figura de grande prestígio no mundo da ciência do seu tempo, em domínios mais tarde incluídos na química e na mineralogia, que realizou na sua qualidade de alquimista. Após concluir os seus estudos em Pádua e em Paris, Alberto optou pela vida religiosa, ingressando na Ordem de São Domingos, em 1223, tendo chegado à dignidade de Bispo de Regensburgo (Ratisbona).
Tendo estudado o pensamento de Aristóteles e de Averróis, produziu uma das mais importantes sínteses da cultura medieval e defendeu a coexistência pacífica da ciência e da religião, tendo sido o primeiro a aplicar as ideias do fundador do Liceu de Atenas no pensamento cristão. Mas não se limitou a repetir a obra do “Estagirita” (Aristóteles nasceu em Estagira, antiga cidade da Macedónia, na Grécia). Procurou recriá-la com a sua própria experiência e as suas observações. No propósito de subordinar o aristotelismo à fé cristã, o Papa Gregório IX incumbiu Alberto Magno dessa árdua tarefa. Em resultado do seu trabalho, a física e a metafísica, a lógica, a ética, a psicologia e a política de Aristóteles passaram a fazer parte da escolástica.
L’amour peut-il naître d’une relation charnelle ? Ou au contraire, n’est-il envisageable que dans la contemplation de la beauté de l’âme ? Le débat est ouvert depuis 2500 ans… et même au-delà. N’hésitez pas à vous l’approprier car vous êtes tous concernés.