Jesus flagelado e prestes a ser crucificado, numa pintura de Caravaggio | António Galopim de Carvalho

Michelangelo Merisi (1571-1610) de seu verdadeiro nome, ficou conhecido por Caravaggio, a aldeia que o viu nascer, na região da Lombardia, província de Bérgamo.

Pioneiro e notável representante do estilo Barroco, Caravaggio foi influenciado pelo italiano, Ticiano Vecellio (c.1480-1576), o renascentista que antecipou as principais características do supradito estilo.

Parte importante da sua obra incidiu sobre temas ligados à religião católica, nem sempre em obediência aos preceitos ditados pela Igreja do seu tempo, tendo, por diversas vezes, ferido as susceptibilidades dos seus clientes. Com efeito, em cenas religiosas e na representação de personagens, em vez de usar belas, etéreas e celestiais figuras, como era tradição, Caravaggio escolheu, homens e mulheres de um povo pobre e desprezado, com mendigos, crianças de rua e prostitutas, exagerando o uso do “chiaroscuro” (claro-escuro), dando origem ao chamado “tenebrismo” uma técnica ou estilo da fase inicial da pintura barroca, cujos principais expoentes são Caravaggio e o espanhol José de Ribera (1591-1652), em que os tons escuros, por vezes negros, contrastam com os fortes pontos de luz, através de uma iluminação forçada.

A sua influência no estilo barroco foi grande, e está patente, por exemplo, no contraste entre a luz e sombra, usado pelos pintores flamengos e holandeses, Rubens (1577-1640) e Rembrandt (1606-1669) e pelos espanhóis Velásquez (1599-1660) e Murillo.(1617-1652).

“A albarda” | Autor: Pierre Subleyras (1730) | Museu Hermitage, São Petersburgo

O grande literato Jean de la Fontaine escreveu uma fábula sobre um pintor muito ciumento que suspeitava que a sua esposa lhe era infiel.

Para impedir que a sua esposa tivesse relações com outro homem na sua ausência, pintava-lhe um burro debaixo do seu umbigo, desta forma, se lhe fosse infiel, o burro seria apagado e o engano seria descoberto. Certamente, sua esposa o traiu, o que o marido não contava é que o amante também era pintor e além disso, estava tão confiante no seu talento que, a esposa e ele fizeram amor, pois tinha certeza que seria capaz de copiar perfeitamente o jumento que tinha pintado o marido.

Quando terminam, o pintor começa a pintar um burro na barriga da esposa, entusiasmado com a sua obra, pinta ao burro uma albarda (mochila que carregam as feras de carga) Quando o marido chega, descobre o engano, pois ele não tinha pintado nenhuma albarda no burro…

Moral? Talvez… Se copiarmos seremos descobertos ou talvez a vontade de superar o próximo possa nos prejudicar… Excesso de criatividade, talvez? Tire suas próprias conclusões!

Título: “A albarda”

Autor: Pierre Subleyras | Realização: 1730 | Localização: Museu Hermitage, São Petersburgo.

Alta Cultura | Retirado do Facebook | Mural de Izabel Binhares Lopes

El Greco y Picasso | un diálogo decisivo | FRANCISCO CALVO SERRALLER | El País

‘Mujer sentada en un sillón’, de Picasso (1910)

El malagueño fue una de las claves para la difusión internacional de la obra del cretense.

El último entre los grandes maestros antiguos españoles en ser reconocido, El Greco, fue también la influencia más determinante para animar el movimiento más decisivo para el desarrollo de la vanguardia del siglo XX: el cubismo; o sea: que, al final, el pintor cretense resultó ser demasiado moderno para los antiguos y, a la par, fuente de inspiración para el arte contemporáneo, aunque previamente estuviese a la sombra durante casi tres siglos. En todo caso, al mencionarlo antes en relación con el cubismo, ya se entiende que Pablo Picasso fue una de las claves para su difusión internacional. El artista malagueño tuvo oportunidad de descubrirlo casi en plena adolescencia, pues lo frecuentó en el Museo del Prado desde 1897-98, cuando cursaba estudios en la Escuela de Bellas Artes de San Fernando e, inmediatamente después, en la Barcelona modernista, donde se estaba fraguando un culto fervoroso en torno a El Greco.

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El ángel caído | Obra de Alexandre Cabanel, Francia (1847)

Estudio anatómico del mismísimo Lucifer,
que fue durante un tiempo la mano derecha
de Dios. Inteligentísimo y muy hermoso,
el ángel tenía un pequeño defecto: la soberbia.
Un día tuvo la desastrosa idea de rebelarse
contra su creador al creerse igual que él, y la
cosa no acabó nada bien.

i Cómo has caído de los cielos, Lucero, hijo de la Aurora !
i Has Sido abatido a la tierra dominador de naciones !
Tú que dijiste en tu corazón: Al cielo subiré, por encima de
las estrellas de Dios alzaré mi trono, y me sentaré en el Monte
de la Reunión en el extremo Norte. Subiré a las alturas del nublado,
y seré como el Altísimo.

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No 49.º aniversário da morte de Picasso | por Carlos Esperança

Hoje é dia de recordar Picasso.

Faleceu em 8 de abril de 1973 o maior pintor do século XX e o que mais revolucionou as artes plásticas onde competiu com outros criadores geniais, como Matisse, Duchamp ou Braque.

Picasso foi um gigante da pintura e da escultura, notável na gravura e como ceramista, e o génio criador do artista malaguenho estendeu-se à cenografia, poesia e dramaturgia. Se tivesse de o apreciar por padrões morais teria de o proscrever, e não poderia disfrutar do génio que me fascina, da atração que todas e de cada uma das fases do artista.

Há hoje uma inquietante tentativa de constrangimento social destinada a associar a arte aos defeitos dos artistas, da música à pintura, da literatura ao cinema, da ciência à filosofia, da política ao desporto, para proscrever os autores e silenciar a sua obra. É o regresso manso da censura sob a capa da moral.

Permita-se-me ler Ezra Pound, admirar Einstein e deliciar-me com os filmes de Woody Allen sem ser obrigado a escrutinar a ideologia ou/e os seus comportamentos.

Retirado do Facebook | Mural de Carlos Esperança

Desenhos da Prisão | Álvaro Cunhal

Desenhos da Prisão foram publicados pela primeira vez pelas Edições «Avante!» em 1975 no quadro das iniciativas de recolha de fundos para o Partido Comunista Português. Foram executados de 1951 a 1959 nas cadeias da Penitenciária de Lisboa, onde Álvaro Cunhal passou sete anos de rigoroso isolamento e do Forte de Peniche, de onde se evadiu em 3 de Janeiro de 1960.Há muito esgotada – foi entretanto publicada em 1989 uma II série de desenhos -, de novo se coloca à disposição do público a colecção editada em 1975.

ANÁLISE DA PINTURA GUERNICA | PABLO PICASSO | por Roseli Paulino | @arteeartistas

Considerada uma das mais importantes obras produzidas no século XX, Guernica, de Pablo Picasso, não é somente uma pintura; é um documento histórico. Em determinado momento ela fala sobre si e nesse momento podemos identificar traços de uma época distante, analisar aspectos políticos, culturais e sociais de um período conturbado.

– Qual a mensagem que o pintor quis passar??? Ele foi definitivo em seu poema onde relata os horrores que retratou nessa tela:

“Gritos das crianças, gritos das mulheres, gritos dos pássaros, gritos das flores, gritos das camas, gritos das árvores e pedras, gritos dos tijolos, dos móveis, dos carros, das cadeiras, dos cortinados, das panelas, dos gatos e do papel, gritos dos cheiros, que se propagam um após o outro, gritos do fumo, que pica nos ombros, gritos que cozem na grande cadeira, e da chuva de pássaros que inundam o ar.”

No início de 1937, em plena Guerra Civil espanhola, o mestre do cubismo Pablo Picasso, recebeu como encomenda do governo republicano de Madri um afresco destinado ao Pavilhão Espanhol na Exposição Internacional, celebrada naquele ano em Paris. Mas Picasso, em suas próprias palavras, atravessava “a pior época” de sua vida no campo pessoal e artístico. No fim de abril, quando ocorreu o bombardeio de Guernica , o artista estava sem inspiração, até ficar sabendo do ocorrido.

Toda expressão artística está profundamente ligada à História. Na tela, o artista deposita toda sua consternação. A obra, ainda atual, está presente na memória da humanidade.

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Pablo Picasso | Mulher sentada na poltrona vermelha

Pablo Picasso (25 de outubro de 1881 – 8 de abril de 1973) foi um pintor espanhol que passou grande parte de sua vida na França. Considerado um dos maiores gênios e grandes inovadores da arte no século 20, ele causou um grande impacto com o seu estilo cubista, que se tornou referência para artistas posteriores, e objeto de estudo de acadêmicos e intelectuais. Pintor desde a juventude, Picasso experimentou muitos estilos, de acordo com as várias teorias que estudou, mas é especialmente lembrado como o cofundador do cubismo.

Esta obra foi feita em 1937, no período mais prolífico do artista e é considerado um dos seus trabalhos mais importantes. Os tons de vermelho se defrontam com os de verde, o que dão ao quadro um senso de animação, típico de seus traços. Nesta época, Picasso já estava incrivelmente famoso, e o seu amor pela mulher foi representado com muita inspiração e vigor.

F. Scott Fitzgerald | Cocktail Hour 1938 | John La Gatta (1894-1977) Italian American

‘Let me tell you about the very rich. They are different from you and me. They possess and enjoy early, and it does something to them, makes them soft where we are hard, and cynical where we are trustful, in a way which, unless you were born rich, makes it very difficult to understand.’

F. Scott Fitzgerald

Cocktail Hour 1938

John La Gatta (1894-1977) Italian American

The Dream (Le Rêve), 1932 by Pablo Picasso

Le Rêve (The Dream in French) is a 1932 oil painting (130 × 97 cm) by Pablo Picasso, then 50 years old, portraying his 24-year-old mistress Marie-Thérèse Walter. It is said to have been painted in one afternoon, on January 24, 1932. It belongs to Picasso’s period of distorted depictions, with its oversimplified outlines and contrasted colors resembling early Fauvism.

The erotic content of the painting has been noted repeatedly, with critics pointing out that Picasso painted an erect penis, presumably symbolizing his own, in the upturned face of his model.

Le Rêve was purchased for $7,000 in 1941 by Victor and Sally Ganz of New York City. This purchase began their 50-year collection of works by just five artists: Picasso, Jasper Johns, Robert Rauschenberg, Frank Stella, and Eva Hesse. After the Ganzes died (Victor in 1987 and Sally in 1997), their collection, including Le Rêve, was sold at Christie’s auction house on November 11, 1997. Le Rêve sold for an unexpectedly high $48.4 million, at the time the sixth most expensive painting sold (tenth when taking inflation into account). The entire collection set a record for the sale of a private collection, bringing $206.5 million. The total amount paid by the Ganzes over their lifetime of collecting these pieces was around $2 million.

The buyer who purchased Le Rêve at Christie’s in 1997 appears to have been the Austrian-born investment fund manager Wolfgang Flöttl, who also briefly held Portrait of Dr. Gachet by Van Gogh in possession in the late 1990s. In 2001, under financial pressure, he sold Le Rêve to casino magnate Steve Wynn for an undisclosed sum, estimated to be about $60 million.

The Dream (Le Rêve), 1932 by Pablo Picasso

MIAU… | Helena Ventura Pereira

Nicolau Maria de Vasconcelos e Arronches de Meneses Nicólidas Chuchu Maria Zé Ponche. Era o nome do gato persa (julgavam eles) dos meus primos. O mais velho dera-lhe os de porte aristocrático. O mais novo não se lembrava de nenhum com pedigree e oferecia a possível colaboração.

O gato não se importava. Confortado pela vestimenta do mais puro cinza, vaidoso do amarelo esverdeado dos olhos grandes, não se sentia ofendido com a descida à ralé. Afinal eram apenas três detalhes, disfarçados pelo eco dos primeiros nomes com o remate do seu patronímico.

Não sei o que lhe achava de estranho naquela tarde… O Nicolau olhava-me fixamente como se eu fosse uma isca, arqueava o dorso inclinado para as patas da frente… E soltando das entranhas o mais profundo MIAUUU, saltava felino para o meu ombro esquerdo.

Já sei que não vão acreditar, mas desde então inclino-me para esse lado e não quero que me corrijam a postura. Já me habituei ao defeito.

Maria Helena Ventura – 22 de Abril de 2021

Pintura de GEORGY KURASOV

Retirado do Facebook | Mural de Helena Ventura Pereira

L’art athée de van Gogh | LA COMPAGNIE DES OEUVRES | in France Culture

Van Gogh, ou le peintre qui voulut soustraire son art aux modes et aux courants. Cette émission termine le portrait d’un artiste inclassable, d’un réaliste pas comme les autres qui, dans sa vie et dans sa peinture, ne connut ni Dieu, ni maître.

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