DDLX – Olhar e perceber tudo

DDLX

Este ano é o 10º aniversário da DDLX.

Na DDLX o design é encarado como forma eficaz de comunicação, e a maneira mais útil de transformar ideias em objetos de divulgação e promoção.

Trabalhando em equipa, a DDLX tem experiência em convocar pessoas de outras áreas para projetos em conjunto.

Na DDLX acredita-se que o Design de Comunicação encurta a distância que existe entre quem quer divulgar e os possíveis utilizadores da comunicação divulgada. Essa é a sua missão.

www.ddlx.pt

 

Mercedes Pessoa de Moraes | Designer

Mercedes Pessoa de Moraes was born in Oporto,Portugal, in 1982. In 2003, completes the Bachelor of Fine Arts, Painting variant in ESAD, School of Arts and Design in Caldas da Rainha. At the professional level, she worked 3 years as a Graphic Designer in Parfois, a fashion accessories brand, designing some of their campaigns, flyers, posters,newsletters.Another highlight is the collaboration with publishers in making book pagination and creating some of their illustrations. Currently she lives in Barcelona and studies at IDEP,Escuela Superior Universitaria de imagen y diseño.

FONTE:  http://mercedesmoraes.blogspot.com.es

mercedes moraes

mercedes moraes

Architecture for Dogs

Com a devida vénia ao autor.

surface & surface

‘Architecture for Dogs’ is a collaboration between some of the worlds game changing Architects and lovely looking dogs with some pretty out there results.  If you see one you’d really like for your dog you can download the blueprints and make it at home, although some look ridiculously difficult to build. Have a look at the site for videos of each design and 3d animations of the construction.

www.architecturefordogs.com

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« I like to open the doors of the human brain » – Philippe Starck

Biography by Jasper Eder

Whenever we discover an object or a place designed by Philippe Starck, we enter a world of wall-to-wall imagination, surprises and fabulous fantasy.
For more than three decades, this unique and multifarious creator, designer and architect has been a part of our daily lives by creating unconventional objects, whose purpose is to be “good” before being beautiful; iconic destinations, that take the members of his “cultural tribe” out of themselves and, most importantly, towards something better.

His father, an inventor and aeronautic engineer, gave the young Philippe Starck the desire to create and the capacity to dream.
Several years and several prototypes later, he was commissioned to work for President François Mitterrand. This was also when he began designing furniture for leading Italian and international firms.

Philippe Starck designs his hotels and restaurants in the same way a director makes a film. He develops scenarios that will lift people out of the everyday and into an imaginative and creative mental world. His hotels have become timeless icons and have added a new dimension to global cityscape.

Through Philippe Starck’s concept of “democratic design” – increase the quality objects at lower prices so that more people can enjoy the best – he

Philippe Starck

Philippe Starck

O oráculo como arte e o design como pausa – Luís Carmelo in PNETdesign

Visitei, no primeiro sábado de Junho, uma interessantíssima exposição da artista plástica Ana Bezelga (que reside e trabalha na Suécia). Desde logo pelo local: um cubo branco situado no meio de um dos maiores Shoppings da Grande Lisboa: o “Alegro” de Alfragide.

Ninguém suporia encontrar no meio desta sucessão de lojas, mesmo em frente a um microestádio para entreter as crianças durante o Mundial, uma galeria de arte onde a ironia como que suspende a disforia. Eu escrevi “disforia” e “ironia”? Sim. Dois universos que se atravessam sob o signo do seu reverso: a euforia. A euforia do olhar, a exaustão dos reflexos, a pujança quase salvífica do consumidor.

O design é a pausa que permite toda esta súbita convivência, não haja a mais pequena dúvida. Pausa no meio da voragem das formas que propagam um mesmo acontecimento, um mesmo percurso, um mesmo sabor, um mesmo caudal de apetências. É por isso que o design é tanto melhor quanto mais a sua morfologia for transparente. Que ninguém dê por ela e… já se sabe: o arquitecto e o designer sentir-se-ão como os maiores foliões deste mundo. Ao invés, a arte precisa de altar para se rever no seu frémito de sopro do mundo. Um fôlego que carece de ritual para que o mais comum dos mortais dela se aproxime. Um fôlego que também necessita de uma mediação, de um silêncio ou de um separador discreto, mas de um separador. Não a parede de pedra do museu, mas a simples asa de espírito que a sugira.

Ora, este cubo tem todos esses condimentos: trata-se de uma basílica de luz, meio invisível. Mas o mais fascinante é que a exposição relata, com a sua linguagem tão simples quanto ortodoxa (sem o recheio e o derrame dos altares prolixos), todo este jogo. Parodiando-o, enquanto clama e se enuncia com alguma gravidade formal. Não é por acaso que a brancura do espaço é secundado pelas molduras brancas expostas e pela luz tão branca quanto o livro: sim, o ‘Livro’ que anuncia, como um manuscrito também de luz, o próprio ser que está em jogo. Há cinco exemplares do livro à entrada da exposição e, por dentro, nas paredes, dezenas de molduras brancas ocupam o espaço, sendo sobre elas projectado a preto um conjunto de formas/fórmulas geométricas – a maior parte delas obliteradas. Essas formas/fórmulas surgem no livro e são acompanhadas por frases/citações que, no seu conjunto, consubstanciam um manifesto. Mas um manifesto que vive da incorporação (transformando o citacional em original) e que, sobretudo, não visa um objecto singularizado.

A euforia do Shopping vive bem a par desta pulsação que lhe devolve o jogo e silencia o devir. E o que é que se exprime nesse manifesto sem objecto, mas com um sujeito que abarca, de lés a lés, o ‘não dito’ da basílica cúbica?

A exaustão e a intermitência aparecem como motivos do “Motivo” maior – é esse, afinal, o nome da exposição de Ana Bezelga. A separação entre vida e arte impõe-se como tema, ao lado da interrogação sobre o papel dos museus, transformados numa espécie de ‘ar’, neste tempo em que o ‘de dentro’ e o ‘de fora’ se diluem cada vez mais. Também se evidenciam as funções (dos objectos, da arte, da vida real), dissociadas quase sempre dos sentidos que lhe são dados pelas muitas providências da vida. O espaço é, também, equação maior deste manifesto; desde logo, ao aferirem-se noções como a de dimensão (viverão as dimensões da tangibilidade que as agencia?), de forma (será o movimento – “sair e entrar” – a própria abertura da forma?) ou de matéria (um esteio que encarna e se desfragmenta ao mesmo tempo?). Enfim: a estética irrompendo como disposição, como sintaxe e como oficina num espaço concreto que põe em questão o estúdio (do artista) e que irrompe/se mostra em pleno processo (embora a contemporaneidade do “processo” nos indique sobretudo a palavra que traduz a angústia do fim da era dos grandes acontecimentos).

A certa altura, o Antigo Egipto surge como metáfora da ‘representação da representação’: o ‘mise en abime’ que faz de uma narrativa o local onde a luz pode aparecer em todo o lado, embora estando apenas ‘ali’. Estriando a identidade, como se esta não fosse o inexorável sinal de uma incerteza. Ditando certezas sobre os usos, quando todo o uso é um signo e tudo pode ser signo, assim o sentido e o ser se revejam nessa ininterrupta correspondência. Afirmando que a objectividade não é uma celeuma à espera de concertação. Sobrepondo a forma à capacidade de a poder observar (génese de todos os “monumentos”) ou subvalorizando a forma às suas sombras possíveis. Esse tipo de narrativa autista, pautada pelo maravilhoso dos seus impactos e certezas, adoraria que o espaço não fosse um vazio à espera de categorias que o pudessem pensar e/ou alterar. Contudo, o espaço criado por Ana Bezelga supera-se ao conotar o irrespondível, postulando-se assim muito para além das monossemias da letra.

A exposição de Ana Bezelga é silenciosamente irónica. Pela sua colocação, montagem e poder de afirmação. O que nela se exibe é tão conceptual quanto sensorialmente surpreendente. Um ‘ser ou não ser’ que se enuncia como se fosse uma perspectiva, nela podendo entrever-se a fusão de muitos opostos. O que nela se exibe é a inexistência do todo, em abono da sequência que o projecta como se fosse um repouso desejado pelos deuses. Ao olhar para o interior deste ‘cubo basílica’ feito de brancura e de luz, apercebemo-nos de que os objectos são apenas a vaidade de quem os usa. É por isso que a contingência ganha margem de manobra como olhar que a própria exposição reivindicaria: como se reflectir a realidade fosse recortar do grande fluxo apenas as pegadas errantes da gaivota. Talvez porque aquilo que é trazido (de volta) para o estúdio do artista equivalha à natureza de um lapso. Um lapso que se pretende único, no entanto, ainda que encenando – sem fim – a esfera do reprodutível.

Há um instante (o tempo ‘Aion’ sobrepõe-se aqui ao tempo ‘Chronos’) em que uma questão muito interessante que é colocada acerca da diferença entre criar e mostrar, entre aparecer e revelar-se, entre cosmogonia e escatologia. Mostrar apenas aquilo que torna possível o acto de mostrar? Impedir os efeitos? (mas como é que se entenderiam os deuses, pergunta-se?) Ao fim e ao cabo, os efeitos (a perlocução) e a essência das coisas (como diria Platão) não são opostos: são apenas modos de postular horizontes. Como duas cores numa superfície que acabam por apagar tudo o que as envolve, dando-se assim a ver. Mostrar como obsessão: a repetição como modo simples de revelação (o ‘já-aqui-sempre’ em vez do ‘fiat’ decisivo). Até porque muito provavelmente a arte do futuro corresponderá à vida sem fios, sem corpo e sem estações orbitais. Como um simples eco, essa curva de reverberação que cabe na linguagem como um jogo cabe na arquitectura para apenas dizer (e interrogar) o espaço.

Voltemos ao Shopping: de facto, o consumidor é o mais emblemático dos peregrinos: ou não fosse o peregrino – e também o artista – aquele que troca a vida pela aura. E por que não decorar a casa “burguesa” (é tão bom ser burguês!) nas lojas do Shopping? O profeta Daniel também decorou o trono do altíssimo. Bem sabia ele que o congelamento das formas nunca é momentâneo: apenas o seu nome o é. Eis a grande vantagem do ser humano: inventar linguagens, cubos, projecções, fórmulas, conceitos e Shoppings. Como quem faz do design a maior das pausas. A grande tranquilidade. O verdadeiro homem invisível. Nada sei sobre o que é o “Motivo” de Ana Bezelga – a arte é irrespondível, sublinhe-se –, mas não há indiferença possível que o possa definir. Vale a pena visitá-lo. Como se fosse o último de todos os oráculos.

NOTA: Espaço 3/Espaço ao Cubo/Motivo/Ana Bezelga/5 a 23 de Junho/Alegro Alfragide.

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O Processo é o Projecto por Márcia Novais em 16 de Outubro de 2010 in PNETdesign

Eram nove quando chegamos à Casa da Música. Ainda não estava muita gente por lá, e as que estavam eram maioritariamente funcionários ou da organização da AGI. Ficamos uns dez minutos à espera para levantarmos os bilhetes, mas ninguém estava na bilheteira; alguém nos veio dizer que só abria às 9.30 e que fôssemos tomar um café – o horário das AGI começava às 10, o que não aconteceu, contribuindo para o atraso geral durante o dia. O tema foi o Processo é o Projecto, sendo expectável que os intervenientes apresentassem o seu processo de trabalho, fosse em relação apenas a um projecto ou à sua forma de trabalhar. As conferências seriam de vinte minutos, desde a manhã até ao final da tarde. Houve duas alterações no alinhamento: o irmão de Javier Mariscal veio substituí-lo e Henrik Kubal veio por vez de Étienne Mineur.

Paula Scher fez uma breve introdução à Alliance Graphique Internacionale, contextualizando a sua origem e passado até ao presente; criada no pós-Guerra por suíços e franceses, teve até hoje cerca de seiscentos membros.

Chico e Rita foi o filme de animação que Javier Mariscal fez durante seis anos. Não sendo um projecto restritamente gráfico, os cenários estavam muito bem trabalhados, principalmente na replicação da tipografia de cada cidade. No entanto, toda a apresentação incidiu mais no processo do aspecto musical do filme, o que reduziu a sua abrangência.

Desde há muito que sigo o trabalho do colectivo A2. Henrik Kubal apresentou vários projectos, no qual se depreendeu uma certa obsessão com a perfeição, através do contínuo processo de trabalho à volta da font New Rail, que irá ser posta à venda em breve.

A intervenção de Marjan Bantjes foi extremamente sedutora para o público. Quando nos falou do seu processo de trabalho, falou-nos de tudo o que nós gostaríamos que acontecesse connosco: primeiro, dorme muito (disse isso enquanto nos mostrava imagens da sua cama, da sua poltrona, chaise-longue (…)) e que as suas melhores ideias são as quando acorda. Depois pensa sobre o trabalho e são projectadas imagens do seu alpendre ou da sua sala de estar. Depois começa a trabalhar e fica horas a olhar para o trabalho para perceber como está a correr. Depois finaliza-o, consoante o media em que está a trabalhar. Uma das conclusões que temos do seu processo de trabalho, o que já tinha levantado por Kubal, é a ideia de desistir e começar de novo e de aproveitar algo deste processo.

Process is what happens to you while you’re making other plans. Esta apropriação de Abbott Miller explica o seu método de trabalho. Através de pequenas analogias como A book is a movie you hold in your hands ou An exhibition is a room with a plot, foi apresentado o seu trabalho relativo a cada frase, tocando ali e aqui no processo.

Stefan Sagmeister está para o design como o Morrissey está para a música. Apresentou novamente The Happy Designer, que começa a ser uma revisitação constante de cada conferência. Apesar disso, ele é um entretainer. Tal como Miller, através de statements, foi mostrando projectos.

O momento em que Bruno Monguzzi se coloca no meio do palco a gritar por Sara (Fanelli) a simular carícias, é provavelmente um dos mais memoráveis de toda a AGI. No entanto, devo dizer que o mais me interessou foi a forma como ele vê que a tipografia deve ser utilizada: esta deve funcionar da mesma maneira que o locutor usa a voz e as mãos.

Michael Bierut finalizou, trocando as voltas em relação às outras apresentações. O que mostrou foi um projecto que, a nível processual, foi atribulado, começando por erros ortográficos (Have you red?), subestimação do público-alvo e ainda a percepção que as pessoas que usufruem das bibliotecas não entendem o que ele fez, dando mais valor ao trabalho comissariado de ilustração que ao rebranding das bibliotecas.

No final, a ideia transversal a todas as apresentações foi a de give up and start over. Curioso ainda, perceber que os grandes – sim, grandes, sendo a AGI um grupo de elite – também se vêem aflitos quando encaram o brief. Um dos maiores problemas das

conferências foi exactamente algumas delas não se focarem no tema; algumas foram apresentações de trabalhos, excluindo completamente a questão do processo. No entanto, a título de exemplo, a apresentação do Peter Knapp das revistas Elle dos anos 60 foi muito interessante, ou ainda, a de Ang Sang-Soo.

No todo, o balanço é positivo. Uma sala cheia para assistir a conferências sobre design indica que há um público para estas e que, provavelmente, deverão acontecer mais. Assim o espero.

Márcia Novais