Xi Jinping diz a chefes de segurança nacional para se prepararem para os “piores cenários” | TVI/História de CNN

O líder chinês, Xi Jinping, apelou aos seus principais responsáveis pela segurança nacional para que pensem nos “piores cenários” e se preparem para “mares tempestuosos”, numa altura em que o Partido Comunista, no poder, intensifica esforços para combater quaisquer ameaças internas e externas.

“A complexidade e a dificuldade das questões de segurança nacional que enfrentamos atualmente aumentaram significativamente”, afirmou Xi esta terça-feira numa reunião da Comissão de Segurança Nacional do partido, segundo informou a agência noticiosa estatal Xinhua.

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A extorsão dos países dependentes | Editor / Xin Ping – 28 Maio 2023 | Economia Liberdades Mundo País Política

Paul Singer, magnata da Elliott Capital Management, especialista em extorsão em qualquer parte do mundo

O “mistério” da pobreza recorrente dos países dependentes, ou das suas sucessivas insolvências, fica mais claro quando se entende o mecanismo de extorsão sistemática praticada contra eles pelo capital imperialista. A grande finança tem neste processo um papel determinante. Debaixo da designação respeitável de “fundos de investimento” abrigam-se verdadeiras equipas de profissionais do crime organizado (dotadas de especialistas de toda a natureza: jurídica, financeira, política…) que avaliam as presas e decidem quando e como as atacar. Merecem por isso a designação mais justa de fundos abutres.

Conhecemos o caso da falência do BES e da entrega (uma compra a preço zero) do Novo Banco ao fundo de investimento Lone Star. Neste negócio, consumado em 2018, a Lone Star apoderou-se de 75% do capital do Novo Banco, ficando o Estado com 25%.

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A paz justa na Ucrânia | Carlos Branco, Major-general e Investigador do IPRI-NOVA | in O Jornal Económico

Goste-se ou não, não é à luz do Direito Internacional, da moral ou dos sentimentos de justiça ou injustiça que o resultado do conflito vai ser determinado.

A obtenção de uma paz justa para o conflito na Ucrânia surgiu recentemente no léxico de alguns spin doctors.

A palavra “paz” transporta uma noção de compreensão, harmonia. Ornamenta a dialética. O súbito “abandono” seletivo do discurso belicista precisa, no entanto, de ser dissecado. Estes seres não passaram de falcões a pombas do dia para a noite. Não vêm propor uma solução de soma positiva. Para eles, paz justa é a paz nos termos de Kiev, i.e., a vitória de Kiev em toda a linha, em particular, a adesão da Ucrânia à NATO, e a retirada completa e total das tropas russas de todo o território ucraniano.

Por ser subjetivo, o conceito de “paz justa” é de pouca utilidade. Não nos ajuda a compreender os acontecimentos. A sua apreciação depende do lado da barricada onde se está entrincheirado, é preconceituoso.

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Bruxelas diz que Portugal mantém desequilíbrios macroeconómicos, mas pode sair dessa situação já no próximo ano | Sónia M. Lourenço in Expresso

Pacote de Primavera da Comissão Europeia mantém Portugal no grupo de países com desequilíbrios macroeconómicos, mas destaca que vulnerabilidades estão a retroceder. Do lado dos avisos, é pedida prudência orçamental e que o Governo acelere a implementação do Plano de Recuperação e Resiliência e dos fundos de coesão

Portugal pode sair da situação de desequilíbrios macroeconómicos já no próximo ano. Quem o diz é a Comissão Europeia no Pacote de Primavera, publicado esta quarta-feira. Para já, o país mantém-se no grupo dos que registam desequilíbrios macroeconómicos. Mas, a situação portuguesa pode alterar-se – para melhor – já no próximo ano. O documento destaca que entre os países com desequilíbrios macroeconómicos, “as vulnerabilidades estão a retroceder na Alemanha, em Espanha, em França, e em Portugal, de forma que a continuação destas tendências no próximo ano forneceria as bases para uma decisão de não existência de desequilíbrios”.

A confirmar-se a passagem para o grupo de países “sem desequilíbrios macroeconómicos” seria algo inédito. Desde que este instrumento de monitorização preventivo foi criado – após a crise da dívida soberana – que Portugal tem sempre estado no grupo de Estados Membros com desequilíbrios. Durante anos, esteve mesmo no grupo dos países com desequilíbrios macroeconómicos excessivos.

A situação tem-se invertido e o país está entre os que nos últimos anos diminuiu o ratio da dívida, com um alto responsável europeu a elogiar “o longo caminho percorrido por Portugal” para sair da zona vermelha.

Para ler este artigo na íntegra clique aqui

Presidente ucraniano não apareceu na reunião com Lula: “Zelensky é maior de idade, ele sabe o que faz” | in CNN Portugal

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não apareceu para o encontro bilateral com ele na cimeira do G7, em Hiroshima, no Japão. E também disse que mantém o mesmo posicionamento sobre a guerra no Leste Europeu após ouvir o ucraniano no evento. A declaração foi dada após o fim do evento, em conferência de imprensa, no domingo.

“Nós tínhamos uma entrevista bilateral com a Ucrânia às 15:00 da tarde [horário local]. Tínhamos a informação de que eles estavam atrasados e, enquanto isso, atendi o presidente do Vietname. Quando o presidente do Vietname foi embora, a Ucrânia não apareceu. Certamente, teve outro compromisso e não pôde vir aqui. Foi simplesmente isso que aconteceu”, alegou.

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At Bilderberg’s bigwig bash two things are guaranteed: Kissinger and secrecy | Guardian

The annual elite networking, diplomatic and lobbying event took place in splendid seclusion behind closed doors in Lisbon

The Portuguese sun was doing its cheery best to make this year’s Bilderberg meeting seem warm and welcoming, but nothing could take the deathly chill out of the official agenda of the secretive shindig for some of the world’s most powerful people.

Ukraine, Russia and Nato weighed heavy on the schedule, with “Fiscal Challenges” and “Transnational Threats” seeming like light relief. “Today,” said the head of Nato, Jens Stoltenberg, arriving in Lisbon to attend the talks, “our security environment is more dangerous than it has been since the cold war.”

This annual three-day conference is many things – an elite networking event, a diplomatic summit, a lobbying opportunity for transnational financial interests, an intense focus of conspiracy theory gossip – but above all, the 69th Bilderberg conference, at the glorious Pestana Palace, appeared like a council of war.

Intoxicação da opinião pública | José Pacheco Pereira | in Público

Intoxicação da opinião pública
Se pensam que o efeito negativo das mentiras de Galamba e Pinheiro são os únicos estragos causados nos portugueses, não se esqueçam do efeito arruaceiro de como alguns deputados intervêm na CPI.

Intoxicação da opinião pública
Eu tinha jurado a mim próprio não falar das audições dos últimos dias na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da TAP, tal é o grau de intoxicação da opinião pública que todos, actores, perguntadores, jornalistas e comentadores, provocam. O que escrevi recentemente sobre o modo como, no afã de derrubar o Governo, se está a estuporar a democracia era suficiente, porque nada mudou e é minha convicção que nada vai mudar. Nem penso que haja qualquer eficácia em chamar a atenção, quanto estamos longe de qualquer mecanismo normal numa democracia, como o escrutínio, ou a exigência de responsabilidades políticas para quem as tem.

Do mesmo modo, as regras do jornalismo desapareceram do espaço público, substituídas por um tratamento comicieiro e politicamente motivado e orientado, que, por falta de alternativa, deixa todos entregues à intoxicação.

É como as drogas que criam habituação.

https://www.publico.pt/2023/05/20/opiniao/opiniao/intoxicacao-opiniao-publica-2050315

https://www.facebook.com/isabel.matos.944

Russia Ukraine: Massive Russian Offensive To END The War? Colonel Douglas Macgregor

EXPECTATIVAS MILITARES INDEPENDENTES SOBRE A EVOLUÇÃO DO CONFLITO NA UCRÂNIA.

!!! A NÃO PERDER !!!

ARTIGO:

— O Wilhelm Furtwängler do pensamento militar —

Coronel Douglas MacGregor Entrevista com Godfrey Bloom .

“ A história se lembrará da sabedoria de Surovikin. E Odessa agora está no cardápio da noite. »

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O DEVE E O HAVER | por Francisco Seixas da Costa

Uma coisa devo começar por creditar, com toda a justiça, a Marcelo Rebelo de Sousa, ao longo destes mais de sete anos: um responsável apego à estabilidade e a uma certa conceção do interesse do Estado. Foi isso que, aquando da sua reeleição, me levou a votar nele.

Uma coisa de há muito coloco a seu débito: uma exagerada propensão para, em cada momento, pretender representar, a partir de Belém, o que julga ler como o sentimento, médio ou maioritário, dos portugueses, atitude que configura uma espécie de “populismo do bem”.

O presidente da República não é um barómetro ecoador da “vox populi”. É alguém que, tendo de ter isso sempre em devida conta, tem a obrigação política de ajudar a orientar os portugueses a entenderem que a política é a arte do possível, através da intermediação que o lugar que ocupa lhe permite fazer, junto do governo e das forças políticas. A sua autoridade vem daí, não do facto de ser um mero refletor das sondagens. Como alguém dizia, as sondagens não vêm na Constituição e não têm uma dignidade formal na vida da República.

Pode entender-se o sentimento de desagrado do presidente perante o facto do primeiro-ministro não ter acolhido a sua sugestão sobre o futuro de um ministro. Até se pode perceber-se que, dessa forma, tivesse a intenção de proteger historicamente a instituição Presidência, na balança institucional de poderes. Mas parece algo inconforme com o sentido de Estado a que nos tinha habituado ter-se “vingado”, da forma que o fez, tentando arrasar a credibilidade pública do governante, que vai ser o executante de políticas que ele sabe serem essenciais no quadro da ação imediata do Estado, adubando deliberadamente o ambiente negativo da comissão parlamentar de inquérito.

Retirado do Facebook | Mural Francisco Seixas da Costa

A QUESTÃO DOS REFUGIADOS DA UCRÂNIA | Vizinhos da Ucrânia pressionam Zelensky para buscar a paz enquanto milhões de deslocados fluem para a Europa | by Seymour Hersh

No sábado passado, o Washington Post publicou uma exposição de documentos secretos da inteligência americana mostrando que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, trabalhando nas costas da Casa Branca de Biden, pressionou fortemente no início deste ano por uma série ampliada de ataques com mísseis dentro da Rússia. Os documentos faziam parte de um grande esconderijo de materiais classificados publicados online por um homem alistado da Força Aérea agora sob custódia. Um alto funcionário do governo Biden, solicitado pelo Post para comentar a inteligência recém-revelada, disse que Zelensky nunca violou sua promessa de nunca usar armas americanas para atacar dentro da Rússia. Na visão da Casa Branca, Zelensky não pode errar.

O desejo de Zelensky de levar a guerra para a Rússia pode não ser claro para o presidente e assessores de política externa na Casa Branca, mas é para aqueles na comunidade de inteligência americana que acharam difícil fazer com que sua inteligência e suas avaliações fossem ouvidas em o Salão Oval. Enquanto isso, a matança na cidade de Bakhmut continua. É semelhante em idiotice, se não em número, ao massacre em Verdun e no Somme durante a Primeira Guerra Mundial. poderia servir como um prelúdio para algo permanente. A conversa agora é apenas sobre as possibilidades de uma ofensiva no final da primavera ou no verão por qualquer uma das partes.

Mas algo mais está cozinhando, como alguns na comunidade de inteligência americana sabem e relataram em segredo, por instigação de funcionários do governo em vários níveis na Polônia, Hungria, Lituânia, Estônia, Tchecoslováquia e Letônia. Esses países são todos aliados da Ucrânia e inimigos declarados de Vladimir Putin.

Este grupo é liderado pela Polônia, cuja liderança não teme mais o exército russo porque seu desempenho na Ucrânia deixou em frangalhos o brilho de seu sucesso em Stalingrado durante a Segunda Guerra Mundial. Tem instado discretamente Zelensky a encontrar uma maneira de acabar com a guerra – até mesmo renunciando, se necessário – e permitir que o processo de reconstrução de sua nação comece. Zelensky não se mexe, de acordo com interceptações e outros dados conhecidos dentro da Agência Central de Inteligência, mas começa a perder o apoio privado de seus vizinhos…

Carta de Julian Assange ao rei Carlos III

À Sua Majestade Rei Carlos III,

No momento da coroação do meu soberano, achei por bem fazer-vos um convite sincero para comemorar este importante evento visitando o vosso próprio reino dentro de um reino:  a prisão de Belmarsh de Vossa Majestade.

Sem dúvida recordareis as sábias palavras de um famoso dramaturgo:   “A qualidade da misericórdia não é imposta. Ela cai como a suave chuva do céu sobre os lugares abaixo”.

Ah, mas o que saberia aquele bardo de misericórdia diante do acerto de contas no alvorecer do vosso histórico reinado? Afinal, pode-se verdadeiramente conhecer a medida de uma sociedade pelo modo como trata os seus prisioneiros, e o vosso reino certamente esmerou-se a este respeito.

A Prisão de Belmarsh de Vossa Majestade situa-se na prestigiada morada de One Western Way, em Londres, apenas a uma curta distância do Old Royal Naval College, em Greenwich. Quão deleitoso deve ser ter um estabelecimento tão estimado a portar o vosso nome.

“Pode-se verdadeiramente conhecer uma sociedade pelo modo como trata os seus prisioneiros”.

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CLUBE DE BILDERBERG: O PODER INVISÍVEL QUE GOVERNA | por Paulo Marques

Podia ser uma brincadeira de crianças, do género: vamos brincar aos clubes secretos? Mas não é, porque, embora se trate de um clube semissecreto, é dirigido e frequentado por (uma elite de) adultos, e não se trata propriamente de uma brincadeira uma vez que dele saem importantes decisões a nível mundial, com influência nas opções políticas, sociais e culturais em Portugal, logo, com interferência nas nossas vidas.

História de Bilderberg

A ideia de Bilderberg partiu do diplomata polaco Józef Retinger. Basicamente, Retinger pretendia juntar num encontro anual (durante três dias) alguns dos mais poderosos políticos, monarcas, banqueiros, empresários, militares e académicos da Europa Ocidental e dos EUA com o propósito de combater o comunismo, reforçar as relações atlânticas (entre a Europa e a América do Norte) e unir a Europa Ocidental.

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The Natrium™ reactor and integrated energy system | Bill Gates tiene claro cuál será la energía del futuro, y no es ninguna de las que estás pensando

Bill Gates y su arriesgada apuesta por Natrium, una alternativa sostenible en el mercado energético

The Natrium™ technology pairs an advanced reactor with a molten salt system for energy storage at the gigawatt-hour scale. It is tailored to support electricity grids with a growing mix of renewables. Learn more at: https://natriumpower.com/

A lo largo de los últimos años hemos visto cómo al ser humano parece que le han entrado las prisas para reducir su huella de carbono. En esta nueva faceta, el desarrollo e instalación de fuentes de energía renovables parece que se ha convertido en el Santo Grial. En algunos países, hay horas en las que la energía proviene, en su totalidad, a través de esta vía, pero para personalidades como Bill Gates, esto cree que no es suficiente. ¿Cómo será posible la eliminación completa de los recursos fósiles para la obtención de energía eléctrica?

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OS TIRANOS DA PAZ E OS DEMOCRATAS DA GUERRA | Hugo Dionísio

As eleições na Turquia ensinam muito – ou deviam – sobre a percepção popular relativamente às coisas da guerra. Em geral, os povos, as massas trabalhadoras e as suas famílias, não querem guerra ou perigosas confrontações. Exceptuando as lutas pela libertação, os povos apenas querem continuar com as suas vidas em paz, procurando a previsibilidade, a estabilidade e a melhoria gradual das suas condições de vida.

Ora, hoje, aderir à estratégia dos EUA significa precisamente o contrário disto tudo. Como podemos constatar nós próprios, a submissão da EU e dos países que a integram, à estratégica hegemónica dos EUA, apenas nos tem trazido a imprevisibilidade, resultante das constantes sanções que têm efeito boomerang; instabilidade, quer em relação ao estado actual e às previsões futuras para a economia, quer em relação à própria ameaça de guerra, sempre no horizonte; degradação rápida das condições de vida, traduzida numa percepção geral de que tudo está a piorar, sem que se vejam luzes ao fundo do túnel. Algum povo vota para isto?

O que é que justificou tanta propaganda contra Erdogan? O que é que justificou a sua responsabilização directa pelo sismo ocorrido no sul do país? O que é que justificou uma cobertura mediática ocidental, sem precedentes, relativamente às eleições turcas? O que justifica tais ingerências nas eleições turcas, no fundo, é a mesma causa que justifica a ingerência nas demais eleições e os inúmeros golpes de estado – militares ou civis – “democraticamente” instaurados pelos EUA. Trata-se da integração do país – neste caso da Turquia – no quadro da relação de forças que se estabelece entre os EUA e o sul global, em especial, a Rússia, mas não só.

A preocupação dos EUA é tão grande que leva uma comentadora da CNN Portugal a dizer “era importante a Turquia ficar com uma democracia verdadeira”. Leia-se: democracia pró-ocidental, o que neste momento é muito perigoso e danoso para quem o faz.

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Uma obra de amor ao Rio de Janeiro | “Rio, da Glória à Piedade” reúne textos de 11 autores em homenagem à cidade | Adelto Gonçalves

I 

Carioca não é só um termo que define quem nasceu na cidade do Rio de Janeiro, pois pode ser estendido também a quem vive (ou viveu) por muitos anos naquela cidade, ou seja, é, antes de tudo, um estado de espírito. É o que se pode comprovar em Rio, da Glória à Piedade (Rio de Janeiro/Santarém-Portugal, 2023), obra que, organizada pelo arquiteto, romancista e contista Hélio Brasil (1931), reúne textos do próprio organizador e de outros dez autores que, embora alguns deles nascidos em outros Estados e um deles em Portugal, têm uma paixão única: o amor pela antiga capital da República do Brasil.   

Nascida espontaneamente de conversas entre amigos, todos ligados às letras, esta obra reúne gêneros variados, desde crônicas e poemas a textos sobre história, memórias pessoais e urbanas, escritos às instâncias do organizador, que pediu a cada amigo que comparecesse com três textos e, se possível, com alguns poemas.  

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António Damásio (s/ Espinosa) | Entrevista conduzida por Anabela Mota Ribeiro | in Diário de Notícias em 2003

«Em «O Erro de Descartes» abordei o papel da emoção e do sentimento na tomada de decisões. Em «O Sentimento de Si» descrevi o papel da emoção e do sentimento na construção do si (self). O foco deste novo livro são os sentimentos propriamente ditos, aquilo que são e aquilo que fazem».

O novo livro de que fala António Damásio no parágrafo reproduzido é «Ao encontro de Espinosa». Em cinquenta rigorosos minutos, falei com o neuro-cientista sobre o universo do livro, mais rigorosamente explicitado no subtítulo: as emoções sociais e a neurologia do sentir. Infelizmente não pude falar sobre aquilo de que começámos a falar enquanto decorria a sessão de fotografias. De cinema. Do facto de ter querido ser realizador quando era adolescente. Do jantar com Woody Allen, curioso do trabalho que Damásio desenvolve com a mulher, Hanna. De fotografia e da sua colecção primorosa. De design e dos seus objectos elegantes, serenos, depurados. Da insistência nas visitas a Shakespeare e a Orson Welles. Do professor de liceu que marcou a sua vida. Da partida para os Estados Unidos. Do trabalho que desenvolve. Dos dias que leva. Da sua comoção. De como se escreve a comoção num ecrã de computador. Da relação com a mulher, sólida, cuja presença remete para as estátuas gregas. Do que o faz ser como é.

A urgência do tempo fez que nos centrássemos no livro, sob o arco tutelar de Espinosa.

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Poemas de Amor de Florbela Espanca | Li um dia, não sei onde | Amar!

Li um dia, não sei onde

Li um dia, não sei onde,
Que em todos os namorados
Uns amam muito, e os outros
Contentam-se em ser amados.

Fico a cismar pensativa
Neste mistério encantado…
Diga prá mim: de nós dois
Quem ama e quem é amado?…

Florbela Espanca

Amar!

Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: Aqui… além…
Mais Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar! Amar! E não amar ninguém!

Recordar? Esquecer? Indiferente!…
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!

Há uma Primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar!

E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder… pra me encontrar…

Florbela Espanca

Encontro La Salle | Abrantes | 27 de Maio, 2023, Sábado

Caros AA de La Salle, Antigos Professores, Antigos Funcionários e Amigos de La Salle:

  Vimos convocar-vos e convidar-vos para o Grande Encontro de AA do Colégio La Salle de Abrantes, a realizar no dia 27 de Maio de 2023, sábado.

          O ponto de encontro será, como de costume, no Antigo Colégio La Salle de Abrantes,  pelas 11 horas, seguindo-se a celebração da Santa Missa , com as habituais intervenções.

           O Almoço/Convívio será no Restaurante  Jardim da Cascata- Alferrarede. O preço final será de 30 euros por pessoa .


            (ver menu mais abaixo).

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O dia da Europa | A Europa somos nós | Carlos Esperança

9 de Maio de 2023

Quando a Europa parece condenada a mergulhar no entardecer, esquecida do Renascimento, do Iluminismo, da Revolução Francesa e das raízes greco-romanas que lhe moldaram o carácter e a trouxeram à vanguarda da civilização, é altura de celebrarmos os princípios humanistas, democráticos e fraternos que, embora debilitados, ainda subsistem.

Instituído em 1985, o Dia da Europa celebra a proposta do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros francês Robert Schuman, que, a 9 de maio de 1950, cinco anos depois do fim da II Guerra Mundial propôs a criação de uma Comunidade do Carvão e do Aço Europeia, precursora da atual União Europeia.

Discordo dos que são contra a União Europeia, reconhecendo-lhes o direito, e também dos que dizem, Europa sim, mas não esta, como se não pudesse haver outra dentro desta, com o urgente aprofundamento da integração económica, social, política e militar, que permitisse reduzir as diferenças entre os países e dentro de cada um deles.

Se a Europa é hoje um espaço conservador e neoliberal, com sinais ainda piores no horizonte, não é culpa da UE, mas dos eleitores dos países que a integram e cujo voto merece respeito pelo melhor que nos resta, a liberdade de expressão, num mundo que parece abdicar dela e da civilização.

Depois da saída do Reino Unido, a maior potência militar e a segunda economia da UE, na angústia que os movimentos neofascistas lançam, é dever dos europeístas defender as suas convicções, certos de que a desintegração da UE é o caminho mais rápido de novas ditaduras e da irrelevância da Europa, esmagada na luta geoestratégica sino-americana, sem qualquer poder político, económico, militar ou diplomático.

Quero a Europa mais unida e integrada e, como moeda, o euro. Pode ter sido um erro aderir à moeda única, mas seria bem pior sair, era saltar de um comboio em alta velocidade.

Não deixemos que sejam os EUA a impor opções comerciais e políticas à UE, com a China, Médio Oriente ou qualquer outro espaço geopolítico ou país. Sejamos nós, europeus, a negociar o nosso destino comum e a defender a Europa de se tornar um satélite dos blocos que se digladiam.

Na mitologia, Zeus, pai dos deuses, raptou-a para a amar e fecundar. Hoje há quem pretenda fecundá-la, sem a amar, com o poder das armas e do dólar, desejoso de a violar.

O Rapto da Europa (Óleo sobre tela) – Rubens – Museu do Prado

SkyExpert faz queixa a Bruxelas contra o novo aeroporto de Lisboa | JN | por Delfim Machado

SkyExpert argumenta que novo aeroporto vai prejudicar a TAP

Maia, 12/08/2020 – TAP Air Portugal no aeroporto Francisco Sá Carneiro. (Leonel de Castro/Global Imagens)

A empresa de consultoria em transporte aéreo SkyExpert anunciou este domingo que vai apresentar uma queixa na Comissão Europeia contra o futuro aeroporto de Lisboa. A queixa será fundamentada com o impacte ambiental subestimado, a falta de um plano de investimentos em meios de transporte alternativos e a repercussão negativa que o investimento poderá ter na TAP.

https://www.jn.pt/nacional/skyexpert-faz-queixa-a-bruxelas-contra-o-novo-aeroporto-de-lisboa-16310721.html?fbclid=IwAR3zjXt4yD_JRvOLE9S4ajRY9pDDY4MxJb95NTK9ZkOMOw_lmA598IKTRcI

Foto: Leonel de Castro / Global Imagens

LER TAMBÈM:

Carta enviada por João Soares e Pedro Castro, dirigida à senhora Presidente da Comissão de Estudo da Localização do novo aeroporto de Lisboa.

Em memória da minha Mãe no dia 7 de Maio de 2023, Dia da Mãe | Estatueta de Antonieta Roque Gameiro | Poema de Carlos Drummond de Andrade

Para Sempre | Carlos Drummond de Andrade

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Uma obra com sabor de conversa descontraída | de Edmar Monteiro Filho | por Adelto Gonçalves

                                                                               I
                O conto é um autêntico paradigma da “arte do implícito”, como preconizava o saudoso professor Massaud Moisés (1928-2018) em suas memoráveis aulas na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), pois, como observa também em A criação literária. Prosa II (São Paulo, Editora Cultrix, 2005, p. 33), isto pressupõe que o “eu” do narrador esteja presente, ainda quando a narrativa está situada na terceira pessoa. Afinal, como ensinava o mestre, “o implícito consiste na recusa do realismo fotográfico, em favor de notações sutis em que a superfície das coisas, das palavras e dos acontecimentos, é a dimensão visível de uma esfera íntima, inacessível ao olhar e ao registro positivo”.
            Este introito vem a propósito do conto que abre o livro O acorde insensível de Deus (São Paulo, Editora Laranja Original, 2022), de Edmar Monteiro Filho, e dá título à obra. Trata-se de um texto extenso, de 60 páginas, que poderia ser definido também como uma novela, mas que, acima de tudo, serve para mostrar a maturidade literária a que o seu autor chegou, depois de publicar vários livros de contos e um romance, além de ganhar vários prêmios literários e alcançar o doutoramento em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 2018.

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Guerre en Ukraine vue par 2 généraux (2S) M. Henri Pinard-Legry et M.Alexandre Lalanne-Berdouticq | 21/04/2023

0:00:29 Présentation par Henri Pinard-Legry 0:01:45 Intérêts de la France 0:01:45 Intérêts nationaux des empires 0:02:49 Intérêts communs France-Russie 0:04:19 Normandie Niemen et front de l’Est 0:04:47 Traité du 7 février 1992 0:06:35 Convergences russo-françaises 0:07:50 ”La France a l’intérêt que le monde soit multipolaire” 0:08:50 Kourou 0:09:40 Problématique des russes en Afrique 0:10:36 Matières premières 0:10:46 Leadership américain 0:11:25 Suprématie américaine versus l’Europe souveraine 0:12:25 LCI 0:12:56 Traitement anti-russe par LCI 0:14:25 Guerre d’information 0:15:40 Déficit d’explication 0:16:20 Massacre de Boutcha 0:17:40 Nord Stream ( chez Pujadas) 0:19:48 Présentation par Alexandre Lalanne-Bertoudicq 0:20:18 La guerre n’a pas commencé en 2022 0:21:30 Crimée a toujours été une province russe 0:21:50 Silence des médias occidentaux 0:23:00 Kosovo bombardé sans mandat de l’ONU 0:23:40 800 avions ont bombardé la Serbie 0:24:40 Jurisprudence ”Kosovo” 0:25:57 Le front ukrainien 1600 km long 0:27:40 3/4 du monde n’est pas d’accord avec l’Occident 0:28:30 Durée du conflit 0:29:50 Le problème de la guerre est la volonté américaine 0:30:40 Les cartes du ”Grand Echiquier” de Z.Brzezinski 0:33:00 Arme nucléaire tactique 0:33:00 L’esprit du sacrifice 0:35:12 Poutine ne peut pas perdre son ”Alsace-Lorraine” 0:36:35 Frontière religieuses 0:38:55 ”L’objectif américain est de maintenir leur leadership mondial” M.H Pinard-Legry 0:40:47 Plateau du Golan 0:43:38 Fuites du Pentagone 0:46:20 Personne n’a confiance en infos américaines 0:47:57 Infos sur les brigades ukrainiennes par l’Otan 0:48:00 Pertes russes et gains territoriaux 0:49:54 Les russes liés aux chinois 0:50:24 Prôner le partenariat russe et français 0:51:28 Dernière chance de négociations en janvier 2022 0:53:30 Guerre éclair n’est pas possible en Ukraine 0:54:48 Kherson 0:55:35 Bombardement du Donbass avant le début de la guerre en Ukraine 0:56:54 Forces spéciales anglo-saxonnes et polonaises en Ukraine 0:58:14 Nombre d’obus 0:59:59 Gaz en Ukraine 1:00:15 Russes respectent les contrats 1:01:22 4 groupes américains détiennent les terres ”tchernoziom” 1:02:00 L’aspect nucléaire 1:03:04 Industrie de guerre américaine 1:03:48 Missiles hypersoniques opérationnelles russes 1:05:57 Le militaire obéit toujours au gouvernement 1:06:58 Macron fidèle à la programmation militaire 1:10:45 L’Ukraine n’est pas un intérêt vital pour la France 1:11:40 PIB défense 1:13:17 Nouveaux défis 1:14:30 Planification dans l’armée 1:16:10 Industrie aéronautique française 1:19:20 Grande tradition diplomatique 1:21:34 Rôle des élections américaines pour le conflit en Ukraine

Opera gala: great arias from Rossini, Verdi, Puccini, Donizetti, Bellini, Lehár and others

(00:00) Gioachino Rossini: Overture from L’ITALIANA IN ALGERI (08:10) Gioachino Rossini: “La calunnia è un venticello” from IL BARBIERE DI SIVIGLIA (Štefan Kocán, bass) (13:22) Giuseppe Verdi: “Sempre libera” from LA TRAVIATA (Marina Rebeka, soprano & Pavol Breslik, tenor) (17:28) Jules Massenet: “Pourquoi me réveiller” from WERTHER (Piotr Beczala, tenor) (20:32) Umberto Giordano: “Nemico della patria” from ANDREA CHÉNIER (Franz Grundheber, baritone) (26:07) Umberto Giordano: “La mamma morta” from ANDREA CHÉNIER (Angela Marambio, soprano) (33:23) Richard Wagner: “Mannenruf” from GÖTTERDÄMMERUNG (Matti Salminen, bass & Chorus of the Deutsche Oper Berlin) (44:26) Giacomo Puccini: “O mio babbino caro” from GIANNI SCHICCHI (Agnes Baltsa, mezzo-soprano) (47:09) Gioachino Rossini: “Cruda sorte“ from L’ITALIANA IN ALGERI (Agnes Baltsa, mezzo-soprano) (51:08) Gaetano Donizetti: “Una furtiva lagrima” from L’ELISIR D’AMORE (Pavol Breslik, tenor) (55:57) Giacomo Puccini: “Sì. Mi chiamano Mimì” from LA BOHÈME (Krassimira Stoyanova, soprano) (1:01:06) Vincenzo Bellini: “Ah! Non credea mirarti… Ah! Non giunge” from LA SONNAMBULA (Nino Machaidze, soprano & Chorus of the Deutsche Oper Berlin) (1:09:45) Franz Lehár: “Lippen schweigen” from DIE LUSTIGE WITWE (Pavol Breslik, tenor) (1:13:08) Franz Lehár: “Freunde, das Leben ist lebenswert” from GIUDITTA (Piotr Beczala, tenor) (1:17:07) Franz Lehár: “Dein ist mein ganzes Herz” from DAS LAND DES LÄCHELNS (Nino Machaidze, Angela Marambio, Marina Rebeka & Krassimira Stoyanova, soprano; Agnes Baltsa, mezzo-soprano; Piotr Beczala & Pavol Breslik, tenor; Franz Grundheber, baritone; Štefan Kocán & Matti Salminen, bass)

Acordar a gemer | by Manuel S. Fonseca no Jornal de Negócios

Podemos até esquecer-nos da cadeira, mas ninguém esquecerá nunca as pernas de Marlene Dietrich. Não obstante, foi a cadeira que Josef von Sternberg lhe pôs no meio das pernas, no “Anjo Azul”, que lançou a sua carreira.

Quem ia na cadeira da frente, no avião para Los Angeles, era o cineasta Peter Bogdanovich, ao lado dele o actor Ryan O’ Neal. Descobriram que na cadeira atrás ia Marlene. Puseram-se de joelhos, virados para trás, e começaram a falar com a alemã, que já ia em bem mais de 60 anos. E Bogdanovich atreve-se: “As pernas que Miss Dietrich tem!” Ela sorri: “Ó se tenho!” Dá uma palmada numa delas e provoca: “Umas coxas fantásticas.” O’ Neal arrisca: “Eu, na adolescência, sonhava com as suas pernas e acordava a gemer.” “Também eu, meu filho, também eu”, disse-lhe a nostálgica Marlene.

E o que eu queria dizer é que as pernas de Marlene foram incansáveis e insaciáveis. Não se prenderam nesses anos 30, 40 e 50 do século passado com questões de género. Deram-se à felicidade, porventura a algum desapontamento, a mulheres e homens.

Mas foram os olhos de um azul francês do actor Jean Gabin que mais e sempre a prenderam. Vivia com ele em afrontosa maridança, na casa que Gabin alugara a Greta Garbo, que vinha, descobriu Gabin, espiá-los à noite para ver se não lhe escavacam a mobília.

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