A crise da social-democracia | MANUEL LOFF in “Público”

manuel lof - 150A tão discutida crise da social-democracia (SD) – não, não estou a falar da que Passos Coelho redescobriu há dias… – observa-se hoje, a partir de Portugal, com uma experiência de governo tão original quanto a atual, de forma substancialmente diferente da visão desoladora com que ela emerge à escala internacional. Depois da sua viragem ideológica dos anos 80 no sentido de um social-liberalismo (liberal na economia e nos costumes, social na preservação de políticas de redistribuição desde que não ponham em causa a recomposição do capitalismo internacional em nome da competitividade), a SD perdeu uma grande parte da sua capacidade de representação política, sobretudo entre os que dependem de um salário e os setores sociais que, avessos a mudanças estruturais do capitalismo, não deixam de acreditar na função reguladora das políticas sociais.

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Renascer | Maria Isabel Fidalgo

O tempo nos devora
e pouco se demora
em nós a primavera
mas há sempre uma ilha
e a linfa vacilante
entre a música e a luz
no caudal ligeiro
que a corrente leva.
Bom é jorrar na margem
que se julgava estagnada
um jato de água
que devolve à paisagem
o encanto da vertigem
um alento de tempo
que ficou suspenso
no pulsar da aragem.

maria isabel fidalgo

(Running along the beach- Joaquin sorolla )

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SITUAÇÃO ACTUAL DA LIVRARIA ESPAÇO ULMEIRO | Balanço nº1:28/2/2016

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1. Foi inesperada e reconfortante a reacção ao nosso “alerta” sobre a real possibilidade de encerramento da Livraria passados quase 47 anos sobre o seu início na Av. do Uruguai, 13A, em Lisboa, (Benfica). Agradecemos a todas e a todos os que nos visitaram.
Hoje acreditamos um pouco mais na possibilidade do “milagre” do renascimento deste projecto livreiro e editorial.

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Lettre de Vladimir Nabokov à Véra | “Je t’aime, je te veux, j’ai insupportablement besoin de toi…”

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Vladimir Nabokov (1899-1977), sulfureux écrivain d’origine russe et américain d’adoption, est notamment connu pour ses romans Lolita (1955), La Méprise (1934) ou Feu Pâle (1962). Il rencontre Vera Slonim en mai 1923 et fait d’elle sa dactylo et sa traductrice avant de l’épouser en 1925. En plus de lui dédier la quasi-totalité de ses œuvres, Nabokov lui adresse également des lettres d’amour d’une rare beauté.

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Victor Hugo | J’ai donc dit qu’il fallait aimer le peuple.

Victor_Hugo - 150Victor Hugo (26 février 1802 – 22 mai 1885) est un homme aux multiples facettes : écrivain, féministe, socialiste etc. Mais l’auteur des Misérables est surtout un humaniste. Chacun de ses combats ont été avant tout motivés par le besoin de remettre l’homme au centre de la vie politique et sociale. Dans cette lettre qu’il adresse au rédacteur de La Ruche populaire et ouvrier, l’homme de Lettres clame haut et fort l’importance d’adopter un regard universel sur l’essence de l’homme, peu importe son origine sociale.

 

 

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Joana Carneiro | Maestrina portuguesa desassossega Londres

Espetáculo multimédia baseado no “Livro do Desassossego” vai mexer com a capital britânica

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O coração, se pudesse pensar, pararia.” Mais de três décadas depois de ter sido revelado ao mundo, “O livro do desassossego” chega esta quarta e quinta-feira a Londres, num espetáculo multimédia do holandês Michael Van der Aa e que será conduzido pela maestrina portuguesa Joana Carneiro.

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Correntes d’Escritas distinguido pelo Ministério da Cultura

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Póvoa de Varzim, 24.02.2016

A Sessão Oficial de Abertura do 17º Correntes d’Escritas decorreu, esta manhã, no Casino da Póvoa, com a presença do Ministro da Cultura, João Soares. Como habitualmente, foram anunciados os vencedores dos Prémios Literários 2016 e lançada a Revista Correntes d’Escritas 15, dedicada a António Lobo Antunes.

O Ministro da Cultura, assumindo-se como um “homem do livro”, revelou que foi “com enorme entusiasmo e imenso prazer” que aceitou participar no Correntes d’Escritas. Reconheceu o “trabalho notável” que é desenvolvido pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim ao longo dos últimos 17 anos, transformando o Correntes no “maior evento ibero-americano de literatura”. João Soares destacou o papel de Manuela Ribeiro, organizadora do Encontro, e por isso fez questão de lhe entregar a Medalha de Mérito do Ministério da Cultura nesta cerimónia.

João Soares transmitiu que “o Correntes d’Escritas tornou a Póvoa conhecida do Cabo Bojador até ao estreito de Magalhães, pelo menos. De facto, tornou-se um festival internacional de grande prestígio para toda a literatura ibero-americana”.

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Cristóvão Colon – Nobre Português | Fernando Branco

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Em Setembro de 1476, na costa do Algarve, ocorreu uma batalha naval entre uma frota luso-francesa e outra genovesa.

Na batalha, segundo a biografia de C. Colon, este salva-se a nado e chega à costa portuguesa, onde começa então a vida conhecida do Almirante. Na mesma batalha, o cronista real Rui de Pina, refere por outro lado, apenas o desaparecimento de um capitão naval, fidalgo português.Este facto suscitou-me alguma suspeição e levou-me a realizar uma longa investigação histórica sobre a vida daquele fidalgo luso.Neste livro, depois de se analisar as mais de cinquenta coincidências encontradas entre a vida do fidalgo e a de C. Colon, deixa-se ao leitor a decisão sobre quem foi de facto este nobre português e… sobre a hipótese de o poder confirmar.

Ver aqui:  Chiado Editora

A biblioteca de Eco e os cinco minutos de jazz | Francisco Louçã in Blog “Tudo Menos Economia”

francisco louca02 - 200As evocações homenegeatórias a Umberto Eco destacaram o filósofo que devolveu a curiosidade à filosofia, o escritor que se divertiu com os seus romances (havia nele um Salgari que nunca escondeu e que norteou a sua busca das terras incógnitas) e o homem cívico que compreendeu que a força de Berlusconi era só a nossa fraqueza, nossa, dos cidadãos desprotegidos perante o tumulto comunicacional e a perda de identidades que a pós-moderna cosmologia impõe. A vertigem do efémero era o ódio de Eco, como se pode compreendê-lo. Eco, como, entre nós, Eduardo Lourenço ou João Martins Pereira, ou Augusto Abelaira, ou Urbano Tavares Rodrigues, era o Montaigne de um tempo novo que ainda brande a modernidade contra o culto do flash, da cosmética e do pronto-a-vestir que dá conforto às transumâncias ideológicas.

Por isso mesmo, a biblioteca era a sua vida. Mas não qualquer biblioteca. Sem labirintos, como a do Nome da Rosa, embora talvez com esconderijos, porque os há sempre, uma biblioteca pessoal não deve ter mais de trinta mil livros, dizia Eco para si mesmo. É muito livro, não sei se ele os pensava poder ler todos, mais os que lá não estão e passam por nós. Na verdade, ler esses livros não é a medida de um bibliotecário, é simplesmente viver com eles, com o gosto da novidade, com o espírito do coleccionador, com o fascínio das ideias escondidas: quando lemos um bom livro nunca terminamos de o ler.

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Le mouvement illusoire de Bernie Sanders | par Chris Hedges

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Article original publié en anglais sur le site de truthdig.com, le 14 février 2016.
Christopher Lynn Hedges (né le 18 septembre 1956 à Saint-Johnsbury, au Vermont) est un journaliste et auteur américain. Récipiendaire d’un prix Pulitzer, Chris Hedges fut correspondant de guerre pour le New York Times pendant 15 ans. Reconnu pour ses articles d’analyse sociale et politique de la situation américaine, ses écrits paraissent maintenant dans la presse indépendante, dont Harper’s, The New York Review of Books, Mother Jones et The Nation. Il a également enseigné aux universités Columbia et Princeton. Il est éditorialiste du lundi pour le site Truthdig.com.

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Bernie Sanders, qui s’est attiré la sympathie de nombreux jeunes universitaires blancs, dans sa candidature à la présidence, prétend créer un mouvement et promet une révolution politique. Cette rhétorique n’est qu’une version mise à jour du « changement » promis en 2008 par la campagne de Barack Obama, et avant cela par la Coalition National Rainbow de Jesse Jackson. De telles campagnes électorales démocratiques, au mieux, élèvent la conscience politique. Mais elles n’engendrent ni mouvements ni révolutions. La campagne de Sanders ne sera pas différente.

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O RIDÍCULO MATA | José Goulão in “Mundo Cão”

jose goulaoVinte e sete chefes de governo de países da União Europeia deram a David Cameron o que ele queria. Tanto os que se dizem federalistas, como os que não sabem o que são, como os que só pensam em austeridade aceitaram levantar entraves à famosa “livre circulação” de pessoas, outorgaram o direito de veto ao santuário neoliberal da City, permitiram a institucionalização de um apartheid social para os imigrantes e aceitaram que o Reino Unido esteja isento dessa gloriosa máxima da farsa continental que obriga os Estados membros a “trabalhar por uma Europa cada vez mais estreita”.

“Vivam e deixem-me viver”, terá mendigado o primeiro-ministro britânico aos seus confrades, naquela que para o fervoroso diário federalista El País foi a cimeira “mais ignominiosa” da história da União Europeia. Do “efervescente” italiano Matteo Renzi, a Hollande, Merkel e cada um dos 27, ninguém escapa à furibunda pena do articulista, a imagem do estado de desespero em que caíram os fundamentalistas da União Europeia tal como ela é, pressentindo a degradação acelerada que tem exame decisivo no próximo 23 de Junho, a data do referendo no Reino Unido.

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O Beijo de Klimt na Síra | Tiago Aires

O Beijo de Klimt está no Velvedere na Áustria.
Não sei se alguma vez terá visitado Damasco
sem ser pela mão virtual de Tamman Azzam.
Não nego a mão do artista apenas o espaço.

O Beijo dourado nas paredes neutras do museu
atrai os olhares digitais do mundo moderno
e nada me diz do mundo que é o seu.
Neste aqui as flores parecem mais verdadeiras
no caos das pedras (que perderam morada
que parecem ter fugido ou pedido asilo
quando da destruição não se espera nada)
e o abraço mais sentido.

A tragédia de tudo isto é não passar de arte
e não veja mais do que uma morada morta
quem passar por aquela parte.

Tiago Aires

La Souveraineté du People | Guillaume Erner | Gallimard

gallimard01 - 200[Le Débat]

La souveraineté du people – Guillaume Erner. La meilleure façon de saisir une société, c’est de comprendre ses obsessions. La nôtre est obsédée par la célébrité.

Ce livre cherche à comprendre pourquoi, et comment, la notoriété est devenue un objectif suprême. À cet égard, il s’est produit plus qu’une évolution : une révolution. Comment le narcissisme a-t-il pu ainsi triompher de l’humilité? Certes, jadis, la gloire était encensée. Mais la célébrité n’est pas la gloire, les people ne sont pas des héros. Tenter de saisir cette rupture, c’est saisir la nature de notre époque.
Pourquoi les people suscitent-ils autant d’attrait? Leur présence dépasse aujourd’hui de loin la presse spécialisée. Ils ont envahi Internet, et même les journaux les plus sérieux se penchent aujourd’hui sur leur sort. Alors que les people ne sont célèbres que pour leur célébrité, l’attention dont ils bénéficient ne cesse de croître. Cet essai vise à comprendre un tel paradoxe. Pour ce faire, il convoque un univers bien éloigné de celui de Nabilla et de Justin Bieber : celui des sociologues qui, de Weber à Simmel, se sont attachés à expliquer la modernité. Car les people constituent le parfait résumé de notre époque. Comprendre le rôle qu’ils jouent auprès de nos contemporains permet de mieux comprendre notre société. Ce nouveau culte de la célébrité pour elle-même révèle la condition des anonymes, depuis l’individualisme contemporain jusqu’au consumérisme. À travers le people, c’est le peuple qui est éclairé.

Lisez les premières pages : bit.ly/211fkhR

O controlo das oposições e a instauração do Estado Novo | SALAZAR, tempos difíceis | Arnaldo Madureira

salazar - 200Com o propósito de contribuir para um melhor conhecimento da ditadura que ainda hoje continua a exercer uma forte atração sobre muitos portugueses, este estudo foca-se nos acontecimentos que decorreram entre o início de 1934 e o começo da Guerra Civil Espanhola, em Julho de 1936. Trata-se de uma análise pormenorizada de um período fundamental para a afirmação do Estado Novo, pelo controlo das oposições e pela implementação das primeiras políticas de fomento económico-sociais.

Arnaldo Madureira é economista , professor universitário e investigador do período que cobre o Estado Novo. É sócio da Sociedade de Geografia de Lisboa e da Sociedade Histórica da Independência de Portugal.

Welcome to DiEM25! | One very simple, but radical, idea – to democratise Europe

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Welcome to DiEM25!

Since our launch on 9th February in Berlin, many have joined DiEM25. Thank you for being amongst the first to do so!

Ideally, we should all get together to welcome each other to DiEM25!

Alas, Europe is too large to allow this.

Europe may be very large but it is not powerful enough to withstand the destructive forces that are tearing the EU apart.

The reason? With their incompetence and authoritarianism, the EU establishment have turned Europeans against it.

Whatever we may think of the EU, its disintegration today threatens the peoples of Europe with a (post)modern version of the 1930s.

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Prémio Autores SPA/RTP 2016

romance modigliani - 200Cristina Carvalho nomeada para o Prémio Autores 2016, na categoria de LITERATURA – Melhor Livro de Ficção Narrativa – pela sua obra “O Olhar e a Alma” publicado por Planeta.

O vencedor será conhecido no dia 22 de MARÇO no decorrer da Gala Prémio Autores SPA/RTP 2016, no Teatro Nacional D.Maria II.

A Gala será transmitida em directo pela RTP 2.

UMBERTO ECO pertence ao mundo inteiro | Cristina Carvalho

umberto eco 02 - 200Ainda há pouco mais de um mês comprei, comprei o “O Cemitério de Praga”. Aquelas primeiras páginas, a descrição de uma loja, uma espécie de antiquário propriedade de um velho judeu, a própria figura do homem, só aquelas duas páginas deixaram-me sem respiração. Li-as várias vezes, deslumbrada. O poder descritivo, o desenho do sentido de humor a cada palavra escrita, a intensidade da própria intenção, o humanismo, a universalidade, deixa-me prostrada e cansada, mas alegremente cansada e incansável, sôfrega e sedenta de mais palavras de Eco.
Nem sempre usando as mais fáceis e imediatas expressões ou as mais directas palavras ou as mais transparentes intenções, Umberto Eco conseguiu, apesar disso, apesar dessa dificuldade transpor o que é mais importante de tudo na literatura: ultrapassar e fazer respirar e fazer compreender não as suas próprias idiossincrasias mas as questões essenciais dos homens, as questões primevas da humanidade. Como está demonstrado à exaustão, só palavras não chegam. Aparentemente, talvez mesmo prolixo e com temas que talvez não interessassem ao vasto e indiferente público, a verdade é que Umberto Eco, com o seu livro “O Nome da Rosa” (publicado em 1980) chegou a todo o planeta e se houvesse mais planetas com leitores também lá chegaria. Era a História em movimento, a História cruzada num misto de romance policial, deslumbrante no seu subtil sentido de humor com milhões e milhões de exemplares lidos por ainda mais milhões de seres.

UMBERTO ECO foi escritor, filósofo, semiólogo, linguista.
Nasceu em Itália em 1932.

Morreu ontem, 19 de Fevereiro de 2016 aos 84 anos.

Cristina Carvalho

Fotografia via Flickr.

APELO AOS AMIGOS DO EPHEMERA | José Pacheco Pereira

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Neste momento, o ritmo das ofertas e das aquisições semanais subiu muito, e tem havido um crescente número de voluntários para trabalhar no ARQUIVO / BIBLIOTECA. Torna-se necessário uma espécie de entreposto em Lisboa, onde se possa recolher material, dar-lhe um primeiro tratamento e organização e ter um posto de digitalização. Por isso, precisamos da cedência de um espaço que não precisa de ser muito grande, com condições mínimas para que se possa fazer estes trabalhos, ou pro bono, o que seria ideal para não agravar as despesas, ou com uma renda nominal. De nossa parte, podíamos fazer pequenas obras de manutenção, garantir os gastos de electricidade e água e cuidar da segurança do espaço. Há por toda a cidade espaços vazios, lojas e pequenos apartamentos vagos, que podem servir para este objectivo,. A acessibilidade é também importante. O período da cedência seria de cerca de dois anos.

Obrigado.

O UNIVERSO CONCENTRACIONÁRIO | DAVID ROUSSET

2016-_-universo - 200O Universo Concentracionário (1945) é o primeiro olhar político sobre os campos de concentração e o impacto físico e mental das condições de vida neles impostas. Desmontando lucidamente o funcionamento da máquina de extermínio e de produção de terror concebida por Hitler, David Rousset centra-se nas molas psicológicas, nos métodos de repressão e nas hierarquias estabelecidas nos campos, pondo em causa, em última instância, a transitoriedade destes locais de horror, tão duradouros como os totalitarismos que eternamente se sucedem. A especificidade deste livro de referência, o seu sangue-frio e o despojamento das suas linhas precederam as obras de Primo Levi e de Robert Antelme e influenciaram determinantemente Hannah Arendt n’As Origens do Totalitarismo.

David Rousset (1912-1997), filósofo e autor francês, foi capturado pela Gestapo em 1943 e deportado para Buchenwald e Neuengamme. Libertado em 1945, redige poucos meses depois O Universo Concentracionário, o primeiro testemunho dos campos de concentração e do sistema que neles operava. No pós-guerra, teve um papel essencial na denúncia dos crimes cometidos pelo regime comunista na União Soviética, tendo sido ostracizado pela Esquerda francesa em 1949, por ter denunciado na imprensa a realidade dosgulags. Dedicou a sua vida à elaboração da mais precisa geografia do mundo concentracionário e é autor de Les Jours de notre mort (1947) e de Sur la guerre (1987), entre outras obras.

Modocromia | ‎Lançamento do Livro VOOS PICADOS do poeta Carlos Bondoso

Sábado, 19 de Março, às 16:00 | Café Vá-Vá

bondoso

Prefácio da escritora Lynda de Carvalho
(Adnilo Lotus de Carmim)
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Será servido um Porto de Honra
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CARLOS FERNANDO BONDOSO, natural de Moimenta
da Beira, viveu grande parte da sua
vida em São Tomé e Príncipe. Presentemente
encontra-se a residir na cidade do Montijo.
Tem dois livros de poesia publicados em 2012
“Sombras que Falam” e “Cor Púrpura” ambos com a chancela da Chiado Editora. Publica
no Brasil na revista literária “As Flores do Mal”
faz parte das antologias de poetas contemporâneos
“Entre o Sono e o Sonho” III e IV edições, da Chiado Editora
Antologia de contos”Beijos de Bico”, da coletânea poética ,“poesias sem gavetas I e II volumes, da Pastelaria Editora.Coletânea de poesia “Palavras de Cristal “Volume I,
da Modocromia.Coletânea de poesia erótica “EROTISMVS” impulsos e apelos,da Esfera do Caos;publica na revista literária ,“ A Chama”,folhas poéticas.
Tem centenas de poemas publicados em grupos de
poesia, no face. Fez ainda parte de uma
antologia em honra do grande escritor brasileiro
Affonso Romano de Santanna “Cumplicidade das letras”

“Na inquietude que transporto dificilmente vou
serenar pois tornei-me escravo das palavras”

Choque Climático – Gernot Wagner e Martin L. Weitzman

978-972-25-3131-3_Choque ClimaticoSe tivesse 10% de hipóteses de ter um acidente de automóvel fatal, não tomaria as precauções necessárias para que tal não acontecesse? Se as suas finanças tivessem 10% de hipóteses de sofrer uma perda severa, não reavaliaria as suas contas? Então, se sabemos que o mundo está a aquecer e que existem 10% de hipóteses de isso provocar uma catástrofe, por que motivo não são imediatamente alteradas as leis ambientais?

Partindo de material e trabalhos que não estão, habitualmente, ao alcance do grande público, Gernot Wagner e Martin Weitzman exploram, de modo claro e lúcido, as eventuais repercussões de um planeta mais quente. Aquilo que sabemos sobre o aquecimento global é já de si alarmante; aquilo que ainda não sabemos sobre os riscos extremos que corremos pode ser ainda pior.

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2º Encontro de Literatura Infanto-Juvenil da Lusofonia Fundação “O Século” | 22-27 Fevereiro 2016

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Participantes
Autores:
Adelice Souza (Brasil), Afonso Cruz, Affonso Romano de Santa’Ana (Brasil), António Mota, António Torrado, Carmelinda Gonçalves (Cabo Verde), Clóvis Levi (Brasil), Cristina Carvalho, José António Gomes, José Jorge Letria, Luísa Ducla Soares, Margarida Fonseca Santos, Maria Celestina Fernandes (Angola), Maria João Lopo de Carvalho, Marina Colasanti (Brasil), Mário de Carvalho, Olinda Beja (S. Tomé) e Sílvia Alves.

Ilustradores:
Ana Biscaia, André da Loba, Mónica Cid e Rachel Caiano.

Especialistas:
Ana Bela Mendes (Faculdade de Belas Artes), Carlos Pinheiro (RBE Cascais), Dora Batalim (Universidade Católica), Leonor Riscado (ESE Coimbra), Lúcia Barros (RBE Viana do Castelo), Luiz Gamito (Psiquiatra), José Manuel Cortês (Sub-Director Geral da DGLAB) e Manuel San Payo (Faculdade de Belas Artes).

Narradores:
Benita Prieto, Cristina Taquelim e Jorge Serafim.

Para além dos já confirmados, estão também convidados outros escritores e ilustradores de Portugal, Galiza, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé, Angola, Moçambique, Timor e Brasil, bem como especialistas em literatura infanto-juvenil, promoção do livro e da leitura, editores, bibliotecários.

http://lusofonia.oseculo.pt/participantes/

Cabeleireiro do Brasil arrasa na Inglaterra | Valdeck Almeida de Jesus

brasucas 150Edmar Mascarenhas saiu da Bahia em 2006 para uma aventura que poucos têm coragem para enfrentar e, somente em 2011, conseguiu abrir o primeiro negócio. Sem falar quase nada em inglês e sem um tostão no bolso, na bagagem somente a vontade de trabalhar e o sonho de ganhar a vida. No meio do caminho, percalços, pouca experiência em administração de negócios, muitos leões para serem abatidos. Agora em 2016, no próximo dia 17 de fevereiro, o Ed’s Hair Beauty convida aos amigos e amigas para comemorar o aniversário de cinco anos do mais badalado salão de beleza da região metropolitana de Manchester.

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É mesmo, Schäuble? | Mariana Mortágua

marianamortagua1 - 150Verão de 2007. Portugal estava a banhos e descansava sobre um crescimento económico de quase 2,5%, a que se juntava o défice abaixo das exigências de Bruxelas e uma dívida de 68% do PIB.

Do lado de lá do mar, o sentimento era outro. O Lehman Brothers mostrava os primeiros sinais de instabilidade. Ainda assim, ninguém fez grande caso, até o banco apresentar perdas de 3900 milhões, deixando os mercados em estado de sítio. O resto da história já sabemos. O fim da bolha do imobiliário norte-americana deixou o sistema europeu em apuros, secou o financiamento à atividade económica e obrigou a gigantescos resgates com dinheiro dos contribuintes. As economias periféricas, mais frágeis, foram as primeiras a cair, assim que a loucura dos especuladores chegou às dívidas públicas. Sob a pressão das agências de rating, o financiamento dos estados ficou insuportavelmente caro, precisamente no momento em que era mais necessário. E, tudo isto, sob o olhar parado e indiferente do todo-poderoso BCE.

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Para entender o mundo corporativo | Adelto Gonçalves

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À época em que era escrita apenas para a publicação em jornal diário, a crônica tinha caducidade precoce. Talvez por isso o gênero tenha sido sempre visto como pouco merecedor de tratamento crítico, o que nunca o impediu de ser cultivado no Brasil desde o século XIX por escritores eminentes como José de Alencar (1829-1877) e Machado de Assis (1839-1908), passando por sua fase de ouro com João do Rio (1881-1921) e Rubem Braga (1913-1990), que seriam seguidos por mestres do quilate de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Fernando Sabino (1923-2004), Paulo Mendes Campos (1922-1991), Henrique Pongetti (1898-1979), Luis Martins (1907-1981), Lourenço Diaféria (1933-2008), Raquel de Queiroz (1910-2003) e outros tantos.

Agora, em época de Internet, essa caducidade já não é tão precoce, mas o gênero igualmente precisa do papel impresso para ganhar perenidade e talvez a pretensa eternidade dos arquivos e bibliotecas públicas, que o preservariam do esquecimento. Além disso, a crônica, espécie de conversa à beira do fogo ou debaixo da árvore, é ainda a melhor maneira de se dizer de maneira simples verdades que ditas de forma mais pomposa ou solene talvez não conquistassem tantos corações e mentes.

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O ÚLTIMO GRANDE PENSADOR PORTUGUÊS | Agostinho da Silva

agostinho-da-silvaFaria hoje 110 anos um dos últimos grandes pensadores portugueses. Nascido no Porto em 1906, George Agostinho Baptista da Silva foi filósofo, foi poeta, foi ensaísta e pedagogo; os seus pensamentos são de tal modo marcantes que ainda hoje se mantêm bem vivos nos círculos intelectuais portugueses.

Uma mistura de panteísmo, milenarismo e ética da renúncia, com forte afirmação da Liberdade no seu máximo esplendor e da realização do Ser Humano. Com grandes preocupações – e conselhos – sobre a vida em sociedade e sobre as mudanças necessárias para uma vida, quer individual, quer coletiva, com muito mais significado e tolerância pelo próximo.

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Francisco Pinto da Cunha Leal (1888-1970)

Francisco Pinto da Cunha LealComeça a vida política como militante do partido centrista de Egas Moniz em 1917. Deputado do parlamento sidonista em 1918, chegando a exercer, durante esse período, o cargo de diretor-geral dos transportes terrestres. Alinha na conspiração republicana contra Tamagnini Barbosa em 1919. Fundador do grupo popular, com Júlio Martins, assumindo a direção do jornal O Popular. Como membro dos populares é ministro das finanças dos governos de Álvaro de Castro e Liberato Pinto, de 20 de novembro de 1920 a 22 de janeiro de 1921. Chefe do governo de 16 de dezembro de 1921 a 6 de fevereiro de 1922, acumulando a pasta do interior. Reitor da Universidade de Coimbra em 1924-1925 (demitido, por ter apoiado o 18 de abril de 1925). Vice-governador do Banco Nacional Ultramarino, a partir de 1925. Fundador da União Liberal Republicana em 1926. Em 1930, como presidente do Banco de Angola, critica os efeitos nesse território da política financeira de Salazar. Foi demitido. Será preso em julho desse ano, acusado de promover um golpe de Estado. Deportado para os Açores, evade-se e vai para o exílio, em Espanha. Regressa em 1932. Conspira com Rolão Preto em 1934. Passa a dirigir A Noite, em 1934-1935. Volta a ser preso em 1935. Candidato pela oposição em Castelo Branco, em novembro de 1949 e em 1953. Em 1961 assume-se como defensor da autodeterminação com brancos e pretos…

Retirado do Facebook | Mural de José Maltez | 2016-02-14

https://www.facebook.com/jose.adelino.maltez?fref=nf

As más ondas gravitacionais de Portugal | Ferreira Fernandes in “Diário de Notícias”

ferreira-fernandesTudo isto é estranho. Mas Schäuble ter tantos fãs em Portugal ainda é mais.

O homem do dedo em riste voltou a atacar. “Estamos atentos aos mercados financeiros e acho que Portugal não pode continuar a perturbar os mercados”, disse ontem Wolfgang Schäuble. Se o problema era o nervosismo dos mercados, o ministro alemão deve ter acalmado, deve. Ontem, o italiano La Repubblica: “Profundo Vermelho na Bolsa”; o espanhol El Mundo: “Os Mercados Duvidam da Solvência do Deutsche Bank”; o francês Le Monde: “Ações da Societé Général Mergulham”… Meu Deus, Costa, põe mão no Centeno, que a Europa não aguenta! O papel de Portugal nas finanças mundiais é tremendo. Portugal não é a minhoquice de Espanha (onde as perdas do IBEX, este ano, são só cem mil milhões de euros…), não, nós somos capazes de ondas gravitacionais negativas como só Schäuble e Einstein são capazes de prever, a cem anos ou já para a próxima crise. A Espanha só merece um raspanete: “O Eurogrupo descarta dar a Espanha a flexibilidade no défice que pede Rajoy” (ontem, El País). Ela é minorca economicamente e tem solidez política (tirando, claro, não ter governo e, a tê-lo, será com o Podemos, solução que pode estilhaçar o país, mas só na Catalunha…). Essa não assusta Schäuble. O problema, mesmo, é Portugal. Não chega o Centeno não pedir flexibilidade, prometer cumprir o défice e dizer ao Eurogrupo que tem medidas para o caso de “vir a ser necessário”… Tudo isto é estranho. Mas Schäuble ter tantos fãs em Portugal ainda é mais.

Ver original aqui:

http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/ferreira-fernandes/interior/as-mas-ondas-gravitacionais-de-portugal-5025950.html

BISCATES | A Direita Vendida | por Carlos de Matos Gomes in “A Viagem dos Argonautas”

carlosdematosgomesO Estado Novo, ou o salazarismo, era um regime nacionalista. Por ser uma ditadura, conservador, anti-comunista e anti-liberal e, acima de tudo, por ter durado muito, o salazarismo foi confundido com a Direita portuguesa. Passou a ser entendido como a essência da direita portuguesa. Para os seus adeptos e opositores, durante quarenta e alguns anos a Direita era o salazarismo e era nacionalista.

A realidade não era essa, mas a imagem projectada pela propaganda de António Ferro foi a de uma direita que tinha as glórias de Quinhentos e os Lusíadas como padrão da identidade nacional. Um grande povo de uma pequena nação. Portugal contra o Adamastor. Portugal contra o Mundo. O mapa de Henrique Galvão para a Exposição Colonial, com as colónias portuguesas a cobrirem a Europa e a legenda: Portugal não é um país pequeno, representa o pensamento da direita nacionalista portuguesa.

Essa direita foi apenas um hiato na história política da direita portuguesa, pelo menos desde o Tratado de Methuen.  A velha direita, a direita da História, a direita de sempre, a da venda e do servilismo, é a que recebe hoje os funcionários da Troika com entusiasmo e fervor.

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Poema | Maria Isabel Fidalgo

Não tens outro destino que não o mar
da lusitana terra portuguesa
teu berço de sangue e tua onda
azul de espuma à tua mesa.
Não tens outro remo outro navio
outro porto outra casa outra corrente
que a raiz de avós e o sangue antigo
a correr-te na veia efervescente.
Não tens outra manhã aberta sobre o peito
quando a semente é vera.mente mater
quando o céu cobre o ardor do corpo
e as mãos afagam o pulsar do coração
não tens outro destino não:
que o mar é uma canção de moinhos sobre as dunas
afagando a água onde regressas.

maria isabel fidalgo

mif 01

Bernie Sanders on Basic Income

BERNIE

On the Record: Bernie Sanders on Basic Income

There’s an increasing number of people asking Bernie Sanders if he supports the idea of universal basic income. You may be surprised to learn that he has in fact directly responded to these questions on multiple occasions, once even to a question posed to him myself.

This first exchange took place during his Reddit AMA on December 16, 2013:

Scott Santens: First of all, thank you for taking the time to do this IAMA, Senator Sanders.

Back in May of this year, you asked the question of us, “What Can We Learn From Denmark?”, and in that piece you mentioned their basic income guarantee. I’m sure you are also familiar, (though many reading this might not be), that we did actually pass a basic income guarantee of our own that passed the House but died in the Senate in 1970, back when we as a country thought poverty was systemic and not the fault of individuals.

Now in 2013, especially within the past few months since Switzerland made headlines with their gathering the necessary signatures required to vote on the implementation there of their own monthly income for all Swiss citizens regardless of employment, there have been a flurry of articles, from both the rightand the left, discussing the implementation of a truly unconditional basic income (UBI) here in the U.S. as well.

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Retrato de Mónica | Sophia de Mello Breyner Andresen

monica - 200Mónica é uma pessoa tão extraordinária que consegue simultaneamente: ser boa mãe de família, ser chiquíssima, ser dirigente da «Liga Internacional das Mulheres Inúteis», ajudar o marido nos negócios, fazer ginástica todas as manhãs, ser pontual, ter imensos amigos, dar muitos jantares, ir a muitos jantares, não fumar, não envelhecer, gostar de toda a gente, gostar dela, dizer bem de toda a gente, toda a gente dizer bem dela, coleccionar colheres do séc. XVII, jogar golfe, deitar-se tarde, levantar-se cedo, comer iogurte, fazer ioga, gostar de pintura abstracta, ser sócia de todas as sociedades musicais, estar sempre divertida, ser um belo exemplo de virtudes, ter muito sucesso e ser muito séria. Na vida, conheci muitas pessoas parecidas com Mónica. Mas são só a sua caricatura. Esquecem-se sempre ou do ioga ou da pintura abstracta.Por trás de tudo isto há um trabalho severo e sem tréguas e uma disciplina rigorosa e constante. Pode-se dizer que Mónica trabalha de sol a sol.De facto, para conquistar todo o sucesso e todos os gloriosos bens que possui, Mónica teve que renunciar a três coisas: à poesia, ao amor e à santidade.

«Contos Exemplares» – Sophia de Mello Breyner Andressen

Claudio Magris confirmado para o Literatura em Viagem – 2016‏

LEV - 250O LeV — Literatura em Viagem regressa em maio de 2016. Entre os dias 13 e 15 desse mês, Matosinhos volta a receber mais de uma dezena de autores, cientes da missão espinhosa que é salvar o mundo, contando-o.
Nesta décima edição do LeV, destaque para a presença do escritor, ensaísta e cronista Claudio Magris, o primeiro de uma mão-cheia de nomes internacionais que iremos anunciar, e um dos intelectuais europeus mais influentes da actualidade, numa altura em que a Europa atravessa uma das maiores crises de identidade das últimas décadas. Em Matosinhos, Claudio Magris, na companhia de autores que iremos anunciar ao longo das próximas semanas, irá reflectir sobre o mundo em que vivemos, e em que condições é que a Literatura poderá contribuir para salvá-lo. Como está a ideia de Ocidente? O que pode a ficção em face do real? O autor de Danúbio, rio que é metáfora de um continente, virá lançar as perguntas certas. As respostas ficam à responsabilidade de cada um.
Em maio a Biblioteca Municipal Florbela Espanca volta a servir de base às mais diversas viagens e interpretações literárias, a partir de debates, conversas e entrevistas com uma série de autores que marcam a escrita contemporânea.

O LeV — Literatura em Viagem é uma organização da Câmara Municipal de Matosinhos.

Ombres portées | Leur représentation dans l’art occidental | E. H. Gombrich

ombres 200Art et Artistes – Gallimard

Ombres portées. Leur représentation dans l’art occidental – E. H. Gombrich. Alors que les ombres portées sont, en général, utilisées pour attirer l’attention du spectateur, l’historien de l’art souligne et analyse ici leur relative rareté dans l’art occidental.

Traduit de l’anglais par Jeanne Bouniort. Préface de Neil Mac Gregor, introduction de Nicholas Penny. Première parution en 1996.

Il s’agit de regarder autour de soi pour remarquer les ombres projetées par les objets sur les surfaces environnantes, aussi bien en plein jour qu’à la lumière artificielle. Les artistes se servent des ombres portées pour attirer l’attention sur l’éclairage du tableau et pour donner plus de solidité aux objets qui interceptent la lumière. Ces ombres peuvent révéler la présence de quelqu’un ou de quelque chose en dehors de l’espace du tableau. Pourtant, comme le souligne E. H. Gombrich, elles n’apparaissent que çà et là dans l’art occidental, qui a plutôt tendance à les oublier ou à les éliminer.

Social democracia sempre | por Francisco Louçã | in Público (Tudo Menos Economia)

francisco louca02 - 200direita portuguesa é um fado triste, para mais cantado com voz vinda do além (ou de fora).

Passos Coelho chama-lhe “social-democracia sempre” na sua esforçada recandidatura à continuidade em que promete renovação. Ora, o nome da candidatura, esta “social democracia sempre”, é uma floresta de enganos. O PSD, está bom de ver, não é um partido social-democrata, é de há muito um partido liberal pragmático que dá muito mais importância à venda da EDP ao capital internacional, mesmo que seja ao Partido Comunista Chinês, e ao corte das pensões, que festeja, do que a qualquer política distributiva, que abomina. Social-democracia não existe em Portugal, talvez excepto num partido meritório que vale 0,7%.

Chamar à aventura de austeridade e de liberalização, que a direita protagonizou, uma “social-democracia sempre” é por isso uma graça. Em homenagem do vício à virtude, Passos Coelho devia chamar-lhe somente pelas iniciais, SDS, pois com o nome PàF a artimanha resultou e é bem melhor que ninguém se lembre de perguntar pela tal da social-democracia.

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Bibliothèques numériques : faut-il tourner la page ?

BIBLIOTECA-VATICANO - 200Le terme même de bibliothèque on le trouve pour la première fois, en Grèce, au IVe siècle avant Jésus-Christ. Le terme de numérisation, en tout cas dans le grand public, on l’enregistre pour la première fois dans une vallée de Californie, il y a à peu près 25 ou 30 ans. Il se trouve qu’en ce début du 21e siècle l’improbable est en train de se produire : les bibliothèques du monde entier se numérisent, une page se tourne pour les bibliothèques. Une page ou plutôt, des milliers ou des millions. Un exemple : la bibliothèque de France, en 2010, a mis à disposition du public via sa bibliothèque en ligne Gallica 2, près de 400 000 documents imprimés, cela représente un peu plus de 45 millions de pages. Cela dit, numérisation oui, mais pourquoi, pour qui, pour quoi faire, pour relever quel défi ? Géopolitis décrypte ce moment, transmission du savoir, entre connaissances du passé et technologies de l’avenir.

http://enseigner.tv5monde.com/fle/bibliotheques-numeriques-faut-il-tourner-la-page

VALÉRIO ROMÃO | DEZ RAZÕES PARA ASPIRAR A SER GATO

ser-gato-capaJPEG - 250Capa e ilustração de Alex Gozblau

O novo livro de Valério Romão é um conjunto de dez contos. Histórias de personagens que de boa vontade trocariam as suas vidas com a de um gato, à excepção de um menino que daria tudo para não ter que ser o gato da Alice na festa da 4ª classe.

Neste livro é melhor ser gato que ser pobre (Razão 1); melhor do que ser gato-sapato num emprego abaixo de cão (Razão 2); antes gato que rato de biblioteca num curso para o desemprego (Razão 3); porque os gatos podem ter todos os defeitos, mas não são ga-a-a-a-gos (Razão 4); antes gato do que viver preso aos fios de uma existência entrevada (Razão 5); porque os gatos não pedem nem fazem juras de amor eterno (Razão 6); porque os gatos não têm problemas de visão (Razão 7);  só quando se é ainda muito criança é que não se percebe a vantagem de ser gato – “eu não quero ser gato, não quero, não quero! “(Razão 8); porque ninguém leva a mal que um gato tenha uma vida assim-assim (Razão 9) “porque os gatos não são felizes, são melhores”, como se diz na Razão 10.

YVETTE K. CENTENO | Aniversário

Yvette - 200Figura maior da cultura portuguesa, Yvette Centeno.
Poeta, ficcionista, dramaturga, ensaísta e tradutora, é, desde 1986, professora catedrática na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde lecciona desde 1974. Licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras de Lisboa (1963) com uma tese sobre Robert Musil e o Homem sem Qualidades, doutorou-se em Literatura Alemã, em 1979, com uma dissertação sobre A Alquimia e o Fausto de Goethe e um trabalho complementar sobre Thomas Vaughan, Um Filósofo Hermético do Século XVII.

Desde cedo se interessou pela simbologia, tendo orientado um seminário sobre Filosofia Hermética na obra de Fernando Pessoa, de 1976 a 1978, e tendo criado, em 1980, o Gabinete de Estudos de Simbologia, de que é directora. Mais recentemente, criou um núcleo de estudos dedicado ao Teatro e à Sociedade. Dirige a ACARTE, desde 1994, órgão ligado à Fundação Gulbenkian, que promove manifestações culturais em Lisboa em teatro, dança, literatura e música. No âmbito dos mestrados que organizou em Estudos Alemães e Estudos Literários Comparados, dirige um Seminário regular sobre Fernando Pessoa. Assegura também regularmente seminários de Literatura, História das Ideias e História da Cultura Alemã, constando do seu currículo numerosos seminários e conferências em universidades estrangeiras, com destaque para Paris, Bordéus, Berlim, Colónia, Madrid, Barcelona, Granada, Londres, Oxford e, mais recentemente, os Estados Unidos da América (Universidades de Harvard, Brown, Southern Massachussets e Tulane/New Orleans).

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As Mães | Eugénio de Andrade

mulher com cântaro - de álvaro cunhalQuando voltar ao Alentejo as cigarras já terão morrido. Passaram o verão todo a transformar a luz em canto – não sei de destino mais glorioso. Quem lá encontraremos, pela certa, são aquelas mulheres envolvidas na sombra dos seus lutos, como se a terra lhes tivesse morrido e para todo o sempre se quedassem órfãs. Não as veremos apenas em Barrancos ou em Castro Laboreiro, elas estão em toda a parte onde nasça o sol: em Cória ou Catania, em Mistras ou Santa Clara del Cobre, em Varchats ou Beni Mellal, porque elas são as Mães. O olhar esperto ou sonolento, o corpo feito um espeto ou mal podendo com as carnes, elas são as Mães. A tua; a minha, se não tivera morrido tão cedo, sem tempo para que o rosto viesse a ser lavrado pelo vento. Provavelmente estão aí desde a primeira estrela.

E como duram! Feitas de urze ressequida, parecem imortais. Se o não forem, são pelo menos incorruptíveis, como se participassem da natureza do fogo. Com mãos friáveis teceram a rede dos nossos sonhos, alimentaram-nos com a luz coada pela obscuridade dos seus lenços. Às vezes encostam-se à cal dos muros a ver passar os dias, roendo uma côdea ou fazendo uns carapins para o último dos netos, as entranhas abertas nas palavras que vão trocando entre si; outras vezes caminham por quelhas e quelhas de pedra solta, batem a um postigo, pedem lume, umas pedrinhas de sal, agradecem pela alma de quem lá têm, voltam ao calor animal da casa, aquecem um migalho de café, regam as sardinheiras, depois de varrerem o terreiro. Elas são as Mães, essas mulheres que Goethe pensa estarem fora do tempo e do espaço, anteriores ao Céu e ao Inferno, assim velhas, assim terrosas, os olhos perdidos e vazios, ou vivos como brasas assopradas.

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Ó minha pátria amada, onde nós chegámos | José Pacheco Pereira | in Revista Sábado 2016-02-05

jpachecopereira1. 
Isto de escrever numa situação volátil é sempre complicado. Mas embora possa haver uma ou outra novidade, no fundo, “onde nós chegámos”, já estamos lá. No fundo, na fossa, num buraco, num sítio que o pudor impede de classificar com as palavras duras que se exige. Onde nós chegámos… à situação de uma nação que pouco mais é do que uma província longínqua de um centro europeu constituído por um conjunto de países, a começar pela Alemanha, mas não só, que entende que o seu interesse nacional e a sua “posição na Europa” implica colocar na ordem os países cujos governos e cujos povos pareçam recalcitrantes face ao seu poder. É por isso que o que aconteceu na Grécia devia ter sido um forte sobressalto, mas uma mistura de cobardia e de nonchalance ajudou a aceitar-se aquilo que é uma versão moderna da política de canhoneira, ou de uma Europa moldada aos princípios soviéticos da “soberania limitada”.

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Fonte Luminosa | Lisboa

A fonte foi construída para celebrar o abastecimento regular de água à zona oriental da cidade. Apesar de concebida originalmente em 1938, foi inaugurada apenas em 30 de Maio de 1948.

O projecto é dos irmãos Carlos Rebello de Andrade e Guilherme Rebello de Andrade e enquadra-se no estilo conservador, frequentemente apelidado Português Suave, dominante na década de 1940 ; as esculturas são da autoria de Maximiano Alves (Cariátides) e de Diogo de Macedo (Tejo e Tágides); os baixos-relevos (painéis laterais) de Jorge Barradas.

fonte luminosa - lisboa b

 

Charles Baudelaire | Citação

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É preciso estar sempre embriagado. Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos.
E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão: ‘É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira.

Francisco José Viegas | Jaime Ramos

jaime-2_80025 anos depois, o detetive mais famoso da cidade do Porto cede às novas tecnologias

Apareceu pela primeira vez nas páginas de um livro em 1991. Numa altura em que se assinalam 25 anos de carreira literária do inspetor Jaime Ramos, o mais conhecido dos anti-heróis criados por Francisco José Viegas, temos o prazer de anunciar a chegada deste homem cético, pessimista, conservador, ao maravilhoso mundo da World Wide Web.

Em jaimeramos.booktailors.com conheça as personagens essenciais, as vidas, os lugares e as receitas, as afinidades eletivas, as palavras-chave que acompanham Jaime Ramos ao longo de 8 romances e de uma coleção de histórias acabada de lançar, A Poeira que Cai sobre a Terra e outras histórias de Jaime Ramos, numa carreira já longa de investigações, desencantos, charutos e melancolias.

Nesta página única, dedicada a uma personagem e a todo o seu universo literário, pode também ouvir as palavras de Francisco José Viegas acerca do próprio Jaime Ramos e dos que lhe são mais próximos, sendo também possível encontrar pequenas sinopses audiovisuais de cada um dos romances protagonizados por este portuense que só lê no inverno.

A Guerra Colonial, a infância vivida no Douro, o Bonaparte e a Foz do Porto. As receitas de arroz. As coisas de todos os dias que fornecem as melhores pistas para a busca (vã) de uma solução para o mistério da literatura.

http://jaimeramos.booktailors.com

Casimiro de Brito | Acolho-me ao teu seio

seio

Acolho-me ao teu seio. Ofereces-te
como se fosses uma festa. Um átrio. Um palco.
Um campo de batalha. E eu entro
no teu mar vivo: um altar.
Na tua lama ardente: um paraíso.
E tu sorris. E tu cantas para mais ninguém
ouvir. E tu choras, vejo as tuas lágrimas
correrem onde sou mais nu.
E num dado momento a morte vem
e toma posse de nós. E já pareces
em repouso. Eu também.

Retirado do Facebook, mural de Casimiro de Brito.

“Bem-vindo” em japonês

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Muitos parabéns à Escola de Calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa, representada numa exposição a decorrer no Japão com o seu trabalho em calçada artística portuguesa. A oportunidade surgiu durante a visita às instalações da Escola de Midori Nakamura, japonesa a viver em Lisboa e a trabalhar na área do azulejo. O trabalho foi desenvolvido pelo formando Vítor Graça e inicialmente o pedido consistia em fornecer documentação escrita e fotografias de calçada. Porém, assumiu os contornos de um trabalho inédito e único até à data.

Viva Lisboa!

Retirado do Facebook, mural do Dr. Fernando Medina, Presidente da Câmara Municipal de Lisboa

FIFA Nostra, de Luís Aguilar

Fifa NostraEm vésperas de eleições da FIFA, agendadas para o dia 26 de fevereiro e altura em que se vai ficar a conhecer o sucessor de Joseph Blatter, chega às livrarias portuguesas FIFA Nostra, o novo livro do jornalista Luís Aguilar.

Este livro, que está disponível nas livrarias a partir de 19 de fevereiro, faz uma viagem impressionante pelo submundo da corrupção e dos milhões que fizeram estalar o escândalo na FIFA. «O princípio do fim acontece às seis da manhã de 27 de maio. Este é o dia em que a FIFA começa a mudar. Este é o dia em que alguns dirigentes do organismo são acordados pela polícia», recorda Luís Aguilar no seu livro, no qual traça um perfil dos dirigentes, ex-dirigentes e parceiros da FIFA acusados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos de conspiração e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares.

Mas FIFA Nostra vai mais além. Descortina as manobras de bastidores no seio daquela organização, que o próprio Blatter apelidou de «família do futebol», levando às comparações com a máfia italiana com ramificações mundiais conhecida como Cosa Nostra. O antigo assessor de Blatter, Guido Tognoni, chegou a afirmar que «a FIFA trabalha como uma pequena máfia em que todos os problemas são resolvidos dentro da família».

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«SEXALESCENTES»

actriz

Se estivermos atentos, podemos notar que está a surgir uma nova faixa social, a das pessoas que estão em torno dos sessenta/setenta anos de idade, os sexalescentes – é a geração que rejeita a palavra “sexagenário”, porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer.

Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica – parecida com a que, em meados do século XX, se deu com a consciência da idade da adolescência, que deu identidade a uma massa jovens oprimidos em corpos desenvolvidos, que até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.

Este novo grupo humano, que hoje ronda os sessenta/setenta, teve uma vida razoavelmente satisfatória.

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Francisco Louçã | A quadratura do círculo venceu?

francisco louca

Triunfo de António Costa, depois de últimas horas de negociações difíceis, dizem agora alguns jornais (mesmo naqueles onde se escrevia que o Orçamento era uma geringonça e que a Comissão ia varrer esta tropa fandanga à bordoada, como ela sem dúvida merece, acrescentavam). Os corajosos porradistas foram-se desvanecendo à medida que os porta-vozes de Bruxelas iam amenizando o tom, e acabaram mesmo a comunicar altivamente que, “a bem da Pátria”, preferem ficar calados. Bruxelas reserva entretanto – e majestaticamente – a decisão de aceitar o Orçamento que só por regra de abuso institucional é sujeito à sua consideração. Até os juros desceram. Tudo termina como tinha que terminar.

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Yanis Varoufakis | Portugal “é uma bolha” que pode rebentar em breve

Varoufakis

Mais de seis meses depois de abandonar por iniciativa própria a liderança das Finanças gregas, Yanis Varoufakis continua a disparar na direção das principais autoridades políticas e económicas da Europa.

Numa entrevista ao site Business Insider, o economista acusou novamente os líderes europeus de apostar numa estratégia errada para resolver a crise económica e financeira, com efeitos devastadores na Grécia: “Se querem saber como o ano vai acabar, olhem para os últimos cinco anos: o desempenho económico vai continuar a cair”.

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A Terra | Um Geoide

A Terra, antes chamada de redonda, hoje em dia é classificada como geoide. Ela nos parece redondinha quando a gente coloca os fluidos como oceano, nuvens e atmosfera.Uma imagem da terra geoide sem esses fluidos nos facilita o entendimento do tectonismo de placas.

O geoide é uma superfície equipotencial, isto é, onde o campo gravitacional é constante. Neste gif, as cores representam uma medida da variação da posição dessa superfície, que é influenciada pelos processos de convecção do manto.

terra

Álvaro Cunhal Vol 4 , O Secretário-Geral | José Pacheco Pereira

acunhalÁlvaro Cunhal tinha saído algemado da casa clandestina do Luso em 1949. Agora, em 3 de Janeiro de 1960, estava livre mas continuava perseguido e entra de novo na clandestinidade. Tinham-se passado quase onze anos de prisão, uma das penas políticas mais longas do século XX português. Tem quarenta e seis anos, a sua vida pessoal mudaria significativamente a muito curto prazo e a sua acção política torná-lo-á de novo o dirigente máximo do PCP. Depois de uma atribulada estadia no interior de Portugal, sai para a URSS e depois para França, de onde só regressa em 1974. Na década de sessenta, terá uma afirmação indiscutível, como um dos grandes dirigentes comunistas mundiais, internacionalmente reconhecido.O seu pensamento e a sua acção nestes anos moldaram a história de Portugal e das colónias portuguesas até aos dias de hoje.

À superfície das coisas o pó, de João Jacinto

DDLX Joao JacintoO artista vai mostrar o seu mais recente trabalho na Galeria da Casa da Cultura | Setúbal, é nome grande da arte contemporânea.

A exposição abre na próxima sexta-feira, dia 5 de fevereiro, às 22 horas, contando com a presença do artista, e fica  até 3 de Março.

O título da exposição — À superfície das coisas o pó — é retirado de um poema de Fernando Luís Sampaio.

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AVA GARDNER

Ava Lavinia Gardner (Smithfield, 24 de dezembro de 1922  — Londres, 25 de janeiro de 1990) foi uma atriz norte-americana do cinema clássico de Hollywood. Indicada ao Prêmio Oscar, é considerada uma das atrizes mais belas da história do cinema e uma das grandes estrelas do século XX. É um dos mitos da sétima arte e está entre as 50 maiores lendas do cinema da lista do AFI. Conhecida por sua exuberante e fotogênica beleza, é lembrada como “o animal mais belo do mundo.”

desconhecida

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2.º Livro da BUSILIS | Haikuases | de Pedro Teixeira Neves

ptnPedro Teixeira Neves  não é mestre em nada, muito menos na arte do Haiku. O autor tenta simplesmente brincar com as palavras e as emoções. A língua portuguesa vai-lhe servindo o propósito, temendo contudo não desmerecê-la. Publica agora este conjunto de “Haikuases”, apenas no formato dos três versos imediatamente devedores da fórmula poética japonesa. Quanto ao mais, no caso ao menos, é poesia, leitores e leitoras; que ela possa ser um sinal ou um arrepio já o poeta se daria por contente.

Pedro Teixeira Neves nasceu em Lisboa, em 1969. Formado em RelaçõesInternacionais, fez jornalismo desde 1994 até 2014. E foi publicando: romance, contos, poesia, literatura infantil. Assina também, aqui e ali,alguns trabalhos de fotografia. O resto será silêncio, mas também o que está para vir e ficar.

De umas coisas nascem outras | João Pedro Mésseder e Rachel Caiano

jpm

“De umas coisas nascem outras. A Lua afinal é um botão, a chama é uma bandeira e a pantufa, mesmo nova, tem sempre ar de coisa velha. Este livro, que pode ser lido começando por qualquer página, fala destes e doutros assuntos. Ah, é verdade, e há prosa que parece poesia, poesia que parece prosa… Tudo continua a ser outra coisa.”
De Umas Coisas Nascem Outras, de João Pedro Mésseder (texto) e Rachel Caiano (ilustrações) nas livrarias a 16 de fevereiro.

LA GRANDE MOSQUÉE D’ALGER

La Grande Mosquée d’Alger, dont le coût est évalué à 1 milliard d’euros, sera livrée fin 2016,  selon le ministre de l’Habitat et de l’Urbanisme, Abdelmadjid Tebboune, qui s’est rendu sur site samedi 30 janvier.

La Grande Mosquée d’Alger pourra accueillir 120.000 fidèles et sera dotée d’un minaret de 300 m de hauteur. Le projet grandiose comprend plusieurs bâtiments indépendants, disposés sur un terrain d’environ 20 hectares avec une surface brute de plus de 400.000 m2, à Mohammadia à l’est de la capitale, en face de la baie d’Alger.

La grande mosquée d’Alger sera également composée d’ une salle de conférences, d’un musée d’art et d’histoire islamiques, d’un centre de recherches sur l’histoire de l’Algérie, de locaux commerciaux, d’un restaurant, de bibliothèques et d’un parking de 6.000 places.

http://rmbuzz.com/2016/02/alger-la-3eme-plus-grande-mosquee-du-monde-livree-fin-2016-2/

EXPULSIONS | Brutalité et complexité dans l’économie globale

expulsions[NRF Essais] « Expulsions. Brutalité et complexité dans l’économie globale » – Saskia Sassen. Saisies, exclusions, expulsions, gaz à effet de serre, nappes phréatiques asséchées… : la violence désormais ordinaire du capitalisme à son stade global.

Traduit de l’anglais (États-Unis) par Pierre Guglielmina.

Expulsions? Entre autres exemples, ce sont neuf millions de familles américaines chassées de leur foyer par la saisie de leur maison suite à la transformation de leur crédit d’accession à la propriété en produits financiers à haut risque ; ces millions d’Européens ou d’Américains du Sud exclus de leur travail suite aux plans d’austérité imposés par des institutions internationales ; ces millions d’éleveurs ou de cultivateurs expulsés de leurs terres parce que leur État les a vendues à un autre afin que celui-ci puisse développer les productions nécessaires à l’alimentation de ses classes moyennes ; ce sont ces gaz à effet de serre que les puissances industrielles et productivistes libèrent à chaque instant ou bien encore ces nappes phréatiques asséchées par les procédés ravageurs d’extraction du gaz de schiste.
Nombre de spécialistes, aveuglés par la complexité, verront dans cette énumération des mots en laisse. Faisant fi des frontières comme de nos catégories impuissantes désormais à penser le monde que nous faisons (Nord contre Sud ; riches contre pauvres ; mauvais usage de la technologie ou pathologies dérivées de la financiarisation affolée de l’économie, etc.), Saskia Sassen montre que derrière cette apparente diversité s’opère une terrible convergence : la violence désormais ordinaire du capitalisme à son stade global s’explique par un modèle, un concept – celui d’expulsion.
C’est ainsi qu’il convient de nommer la logique qui préside à l’économie globalisée.

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