Angela Merkel sem arrependimentos: “Putin quer dividir a União Europeia”

Na primeira entrevista desde que deixou o cargo de chanceler da Alemanha, Angela Merkel diz ter feito todos os possíveis para evitar o conflito na Ucrânia. Mas já sabia que o Presidente russo “queria destruir a Europa”.

A ex-chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu esta terça-feira (07.06) que já se questionou se poderia ter sido feito mais para evitar a invasão russa da Ucrânia que começou a 24 de fevereiro.

Ainda assim, quando faz uma retrospetiva dos 16 anos de governação, Angela Merkel fala com “tranquilidade” por saber que fez o possível para evitar a situação atual e sublinhou que tem total confiança na gestão do seu sucessor, Olaf Scholz.

“Penso que esta situação já é uma grande tragédia. Poderia ter sido evitada, e é por isso que continuo a fazer-me estas perguntas, mas não consigo imaginar não ter confiança no atual governo federal”, afirmou.

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Catarina Martins: “A União Europeia e Portugal continuam a proteger” a oligarquia russa | in msn.com

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, criticou a União Europeia e Portugal por continuarem “a proteger” oligarquia russa, um dia depois de Portugal ter expulsado dez diplomatas russos.

“A União Europeia e Portugal continuam a proteger todos os regimes que permitem esconder estas fortunas em offshores e outros. Portanto, há aqui um problema de sanções é que as sanções são afirmadas de voz grossa, mas depois na prática a oligarquia russa continua a ver intocado o seu poder e a sua fortuna à conta de offshores”, sublinhou Catarina Martins na sede do Bloco de Esquerda.

Segundo a líder do BE, o partido está preocupado “que em Portugal o Governo português não seja capaz de dizer quais são os interesses e os bens de oligarcas russos que ficam retidos”. “Todos os relatórios apontam que Portugal tenha também os interesses económicos desses oligarcas”, frisou.

Alargamento da União Europeia – Já! | Carlos de Matos Gomes

O conflito da Ucrânia levantou questões reveladoras da frágil camada de verniz racional que cobre o núcleo de interesses dos Estados e dos nossos amados líderes.  A racionalidade é apenas uma versão do interesse. No fundo, os dirigentes políticos andam atrás da turba e a turba age à voz. Corremos à frente dos nossos tambores e cornetas.

O oferecimento dos dirigentes da Ucrânia parra entrarem como membros da União Europeia e a resposta dos dirigentes da União é exemplar do ponto de barganha em que os Estados se movem.  Há uns meses a UE discutia as violações aos princípios do Estado de Direito pela Hungria e a Polónia. Agora, perante a Ucrânia são exemplos de comportamento democrático!

A Ucrânia aproveita a invasão Russa para fazer um ultimato moral: ou entramos para a União Europeia e para a NATO ou a União Europeia é cúmplice dos resultados do nosso interesse em pertencer a essas duas alianças que nos garantem negócios em segurança.

É uma atitude inteligente e reveladora de bom domínio das emoções alheias por parte do regime ucraniano.  Ninguém na Europa da boa vida gosta de ver edifícios esventrados, multidões em fuga. Há que aproveitar enquanto as emoções estão a quente. Zelensky aproveitou.

Mas a adesão da Ucrânia à NATO e à União Europeia coloca a questão: porque não admitir, então, a Turquia na UE?  O regime político da Ucrânia é mais “democrático” que o da Turquia? É que a Nato é, desde que Portugal se fez democrático, uma aliança de democracias… em tese, claro. A relação entre negócios e política na Turquia de Erdogan mais transparente que a dos oligarcas ucranianos com o regime chefiado por Zelensky?

Dir-me-ão, a Turquia é muçulmana, com uma religião de Estado determinante da política. Nesse aspeto é muito diferente do Estado teocrático da Polónia? E, já agora o Reino Unido também é uma teocracia… simpática, mas é… e saiu da UE, mas pertenceu ao clube vários anos…

Eu sempre fui contra a entrada da Turquia na União Europeia, mas perante esta febre de competidores para mostrarem que são cada um mais ucranianos que os outros, entendo que a Turquia deve ser admitida. E já agora e porque não a Bielorrússia? O Lukashenco é mais independente da Rússia do que o Zelensky dos Estados Unidos?

Juntemos num pacote, que fica mais económico, o Zelensky, o Erdogan e o Lukashenco. Haja algum coerência e não se levem as propostas muita sério até elas  servirem para promover algum negócio.

Os cidadãos europeus merecem quem os dirige com tão elevados princípios.

Retirado do Facebook | Mural de Carlos Matos Gomes

A EUROPA EM NEGAÇÃO – UMA CEGUEIRA VOLUNTÁRIA | por Viriato Soromenho Marques

Uma união em negação

por Viriato Soromenho Marques

DN/Opinião

Apolítica europeia parece cada vez mais embarcada na construção de efeitos especiais, apresentados como se fossem realidades objetivas, sendo isso servido por uma enfática apologia de “valores europeus” que, depois de retirada a espuma retórica, se verifica não passar de um exercício narcisista de autocomprazimento.

A conduta política europeia constitui uma penosa recusa de enfrentar os riscos do futuro. Não se percebe como poderá surgir a lucidez e a coragem para os diagnosticar e combater, ou para os assumir como uma consequência inevitável da deliberada manutenção da UE nesta instável encruzilhada.

Estagnámos entre o completar das reformas indispensáveis para democratizar e salvar a UE ou o assumir resignado do falhanço da integração europeia, com o turbulento e devastador regresso à balança do poder dos Estados nacionais.

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O RIDÍCULO MATA | José Goulão in “Mundo Cão”

jose goulaoVinte e sete chefes de governo de países da União Europeia deram a David Cameron o que ele queria. Tanto os que se dizem federalistas, como os que não sabem o que são, como os que só pensam em austeridade aceitaram levantar entraves à famosa “livre circulação” de pessoas, outorgaram o direito de veto ao santuário neoliberal da City, permitiram a institucionalização de um apartheid social para os imigrantes e aceitaram que o Reino Unido esteja isento dessa gloriosa máxima da farsa continental que obriga os Estados membros a “trabalhar por uma Europa cada vez mais estreita”.

“Vivam e deixem-me viver”, terá mendigado o primeiro-ministro britânico aos seus confrades, naquela que para o fervoroso diário federalista El País foi a cimeira “mais ignominiosa” da história da União Europeia. Do “efervescente” italiano Matteo Renzi, a Hollande, Merkel e cada um dos 27, ninguém escapa à furibunda pena do articulista, a imagem do estado de desespero em que caíram os fundamentalistas da União Europeia tal como ela é, pressentindo a degradação acelerada que tem exame decisivo no próximo 23 de Junho, a data do referendo no Reino Unido.

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