Os 100 Melhores Poemas Internacionais do Século XX | in PALAVRAS RABISCADAS

 A Terra Desolada (The Waste Land), de T.S. Eliot (1888-1965) – Nascido nos EUA, Eliot se sentia culturalmente ligado à Europa, tendo morado em Londres a maior parte da vida. Além de poeta, foi ensaísta e dramaturgo, tendo recebido o Nobel em 1948. No ano de 1922 publicou este poema-marco da literatura do século, em que constrói uma cerrada rede de referências à tradição literária européia na descrição de um continente devastado por um processo de desagregação que vinha desde o Renascimento.”Poesia”, trad. de Ivati Junqueira, Nova Fronteira.

 Tabacaria, de Fernando Pessoa (1888-1935), sob o heterônimo de Álvaro de Campos – O poeta português é autor da mais original criação poética deste século, a heteronímia, ou seja, a criação de múltiplas personalidades poéticas com vida pessoal e espiritual própria. Campos é, segundo Pessoa, um engenheiro formado em Glasgow (Inglaterra). Vivendo integralmente os conflitos da modernidade, é o mais inquieto e exaltado dos heterônimos.”Obra Poética”, Nova Aguilar; “Ficções do Interlúdio”, Companhia das Letras. (Poema postado no comentário de nº 19 desta página, pelo leitor Ulisses Ferreira)

 O Cemitério Marinho (Le Cimetiêre Marin), de Paul Valéry (1871-1945) – Valéry foi grande ensaísta e se via sobretudo como um homem devotado à inteligência. Daí viria sua relação tensa com a poesia que o tomaria um “poeta-não poeta”, na expressão de Augusto de Campos. “Cemitério Marinho” é a prova cabal do acerto de um de seus aforismos, que diz que poema é aquilo que não pode ser resumido.”O Cemitério Marinho”, trad. de Jorge Wanderley, Max Limonad.

 Velejando para Bizâncio (Sailing to Byzantium), de William Butler Yeats (1865-1939) – O poeta e autor teatral irlandês recebeu o Nobel de 1923. Da plena maturidade são seus poemas mais citados, como este “Velejando para Bizâncio”, no qual a velhice e a morte, confrontadas com a permanência da arte, se vêem transfiguradas num espaço mítico além da vida.”W.B. Yeats – Poemas”, trad. de Paulo Vizioli, Companhia das letras.

5º Hugh Selwin Mauberley, de Erza Pound (1885-1972) – Este poema escrito em 1920 é o trabalho longo de leitura mais fluente do autor, já que é em grande parte escrito em forma mais tradicional e tem um eixo narrativo claro, o dos descaminhos do poeta americano E.P. e de seu duplo britânico, Mauberley, ameaçados de esterilidade artística. ”Poesia”, trad. de Augusto de Campos, Hucitec.

6º Pranto por Ignacio Sánchez Mejías (Llanto por Ignacio Sánchez Mejías), de Federico García Lorca (1899-1936) -Lorca foi tanto o poeta popular do “Romanceiro Gitano” (1928) quanto àquele que se horrorizou, fascinado, diante da metrópole, em ”O Poeta em Nova York”, publicado postumamente em 1940. Foi assassinado aos 38 anos pelos franquistas no início da Guerra Civil Espanhola.”Obra Poética”, trad. de William Agel de Mello, Martins Fontes.

 Elegias de Duíno (Duineser Elegien), de Rainer Maria Rilke (1875-1926) – Nascido em Praga, levou uma vida aristocrática, patrocinado pela nobreza européia. As ”Elegias de Duíno” emprestam seu nome do castelo próximo a Trieste onde começaram a ser compostas nos anos de 1910-1912. Só foram concluídas mais de dez anos depois.”Elegias de Duíno”, trad. de José Paulo Paes, Companhia das Letras.

8º À Espera dos Bárbaros, de Konstantinos Kaváfis (1863-1933) – O mais importante poeta grego deste século nasceu em Alexandria, no Egito, e morou na Inglaterra. Em “A Espera dos Bárbaros”, poema ao mesmo tempo político e ontológico, aparece a duração de um espaço em que nada se faz porque os bárbaros atacarão.”Poemas”, trad. de José Paulo Paes, Nova Fronteira. (Poema postado no comentário de nº 06 desta página)

 9º Zona (Zone), de Guillaume Apollinaire (1880-1918) – Poeta francês e patriota, apesar de nascido em Roma, teve uma biografia acidentada, que inclui participação voluntária como soldado na Primeira Guerra. Em “Zona” (1913), Apollinaire elimina a pontuação e cria um ritmo nervoso; abole o que faz um canto de louvor à modernidade.”Alcools”, Gallimard, 34 francos.

10º Mensagem, de Fernando Pessoa (1888-1935) – Pessoa ele mesmo nasceu em Lisboa e passou seus anos de formação na África do Sul. Dos vários livros projetados e até efetivamente escritos por ele, ”Mensagem” (1934) foi o único publicado em vida.”Obra Poética”, Nova Aguilar. ”Mensagem”, Companhia das Letras.

11º A Canção de Amor de J. Alfred Prufrock (The Love Song of J. Alfred Prufrock), de T.S Eliot (1888-1965) – Publicado pela primeira vez em 1915 numa revista literária de Chicago, abriria o primeiro livro de Eliot, de 1917.”Poesia”, trad. De Ivan Junqueira, Nova Fronteira.

12º Quatro Quartetos, de T.S. Eliot – “Poesia”, trad. de Ivan Junqueira, Nova Fronteira.

 13º Cantos, de Ezra Pound – “Cantos&ampp;p;ammp;quuot;, trad. de José Lino Grünewald, Nova Fronteira .

14º Em Meu Ofício ou Arte Taciturna, de Dylan Thomas (1914-1955) – Nasceu no País de Gales, trabalhou como repórter. Sua poesia, às vezes de tom religioso, revisita temas como a infância e a morte. “Poemas Reunidos” (1934-1953), trad. de Ivan Junqueira, José Olympio.

15º O Cão sem Plumas, de João Cabral de Melo Neto (1920-1999) – Quando escreveu este poema, no final da década de 40, Cabral julgou que seria o último. O fluxo das memórias e o do rio Capibaribe se fundem nele para fazer um retrato tenso e novo do Recife. – “O Cão sem Plumas”, Nova Fronteira.

Ver os restantes aqui: https://mscamp.wordpress.com/paginas-escritas/os-cem-melhores-poemas-internacionais-do-seculo-xx/

A CANÇÂO DE AMOR DE J. ALFRED PRUFROCK | T. S. Eliot

Sigamos então, tu e eu,
Enquanto o poente no céu se estende
Como um paciente anestesiado sobre a mesa;
Sigamos por certas ruas quase ermas,
Através dos sussurrantes refúgios
De noites indormidas em hotéis baratos,
Ao lado de botequins onde a serragem
Às conchas das ostras se entrelaça:
Ruas que se alongam como um tedioso argumento
Cujo insidioso intento
É atrair-te a uma angustiante questão . . .
Oh, não perguntes: “Qual?”
Sigamos a cumprir nossa visita.

No saguão as mulheres vêm e vão
A falar de Miguel Ângelo.

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The Waste Land | BY T. S. ELIOT …… A TERRA DESOLADA 1922 (tradução: Ivan Junqueira)

FOR EZRA POUND
IL MIGLIOR FABBRO

I. The Burial of the Dead

April is the cruellest month, breeding
Lilacs out of the dead land, mixing
Memory and desire, stirring
Dull roots with spring rain.
Winter kept us warm, covering
Earth in forgetful snow, feeding
A little life with dried tubers.
Summer surprised us, coming over the Starnbergersee
With a shower of rain; we stopped in the colonnade,
And went on in sunlight, into the Hofgarten,
And drank coffee, and talked for an hour.
Bin gar keine Russin, stamm’ aus Litauen, echt deutsch.
And when we were children, staying at the arch-duke’s,
My cousin’s, he took me out on a sled,
And I was frightened. He said, Marie,
Marie, hold on tight. And down we went.
In the mountains, there you feel free.
I read, much of the night, and go south in the winter.

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A Extraordinária Aventura vivida por Vladimir Maiakóvski. No Verão, na Datcha.

A tarde ardia em cem sóis
O verão rolava em julho.
O calor se enrolava
no ar e nos lençóis
da datcha onde eu estava,
Na colina de Púchkino, corcunda,
o monte Akula,
e ao pé do monte
a aldeia enruga
a casca dos telhados.
E atrás da aldeia,
um buraco
e no buraco, todo dia,
o mesmo ato:
o sol descia
lento e exato
E de manhã
outra vez
por toda a parte
lá estava o sol
escarlate.
Dia após dia
isto
começou a irritar-me
terrivelmente.
Um dia me enfureço a tal ponto
que, de pavor, tudo empalidece.
E grito ao sol, de pronto:
¿Desce!
Chega de vadiar nessa fornalha!

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AFINAL EXISTE O REINO DO ALGARVE | Joaquim Baptista

Porque razão o Algarve foi um Reino até 1910?

Até 1910, o chefe de Estado em Portugal ostentava o título de Rei de Portugal e dos Algarves, D’Áquem e D’Álem Mar em África, etc. Nesse mesmo ano, após o golpe de Estado republicano, foi abolido o Reino de Portugal, mas curiosamente, por lapso, não aboliram o Reino do Algarve, pelo que, presumivelmente, ainda estaria na ordem constitucional actual.
Sendo o Algarve uma província assumidamente portuguesa pelo menos desde o reinado de D. Afonso III, porque motivo nunca foi incluído formalmente no Reino de Portugal?

O Al-Gharb dos muçulmanos não era só o Algarve com as fronteiras de hoje. O Al-Gharb de Al-Andalus ia desde Coimbra (Kulūmriyya) até às fronteiras do Algarve dos dias de hoje. Já naquela altura o Algarve era um reino, aliás Silves (Xelb) era a capital desse reino e o Algarve islâmico da época atingiu um elevado esplendor cultural e económico que já vinha a crescer desde a época romana.
A grande conquista cristã que a história de Portugal nos conta quebra com a realidade do que era o Algarve da altura, e com o que realmente aconteceu. Durante mais de cinco séculos (c. 711-1249), sobre o domínio dos povos islâmicos, árabes e beberes, também o cristianismo existia entre a população do Algarve. Durante séculos viveram moçárabes e cristãos sob governos muçulmanos.

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Les éclipses du clitoris | France Culture

Un manuel de SVT vient d’ajouter une description fidèle de l’organe de plaisir féminin. Longtemps resté dans l’ombre de la science et de la société, le clitoris a subi les assauts répétés de l’Eglise et du freudisme, voyant dans ce monticule du plaisir une menace pour la domination masculine.

L’éducation sexuelle a connu une véritable révolution à la rentrée dernière, avec la représentation dans un manuel de SVT du clitoris de manière anatomiquement correcte, et non plus comme une vague protubérance minuscule aux portes de l’appareil reproducteur féminin.

Il faut dire que cet appendice érectile, riche de plus de 7500 terminaisons nerveuses -soit bien plus que le pénis- est resté largement à la marge des représentations et des enseignements, perçu comme un organe superflu, n’ayant pas de fonction pratique dans la mécanique reproductrice. Le clitoris, qui s’étend tout de même sur près de 11 cm, souffre donc d’une invisibilité qui ne doit rien aux hasards de la chair. C’est ce que la philosophe Nancy Tuana appelle l’épistémologie de l’ignorance, soit l’étude des stratégies d’oubli, programmées à des fins de pouvoir.

On retrouve ainsi, dès le milieu du 16e siècle, des représentations complètes et détaillées du clitoris. La Renaissance triomphante ouvre les portes de l’organe du plaisir féminin, après la relative ignorance lors des périodes antiques et du Moyen-Âge.

Un usage encouragé l’Eglise

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DE PÉ | Paulo Fonseca

AInda daí.
Anda
cuidar do sonho
e dele fazer embondeiro….
Anda…
vamos
nas ondas do mar,
na terna picada da vida….
Emoções em primeiro.
Anda daí….
Vamos a toque de abraços,
vamos… de carreiro em carreiro….
Vamos…
de liana em liana,
voando
com a vida na mão
fechada na alma…
Vamos….
Não saram as crostas nas costas,
não selam as gretas nos pés,
não dormem as chagas do mal….
Ainda assim, vamos….
Fervem os sangues, intrépidos…
Cantam os hinos da vida…
Pulsam carrilhões de desejo….
Vamos,
anda daí….
vamos detonar o enxofre…
vamos plantar o jardim….
de flores….
de louvores
e de outros carinhos….
Vamos,
fazer dos carreiros,
caminhos….
Vamos….
navegar….
e cantar
os Amores….

Paulo Fonseca

Retirado do Facebook | Mural de Paulo Fonseca

Houve mesmo descobertas… e ainda há! | DAVID MARÇAL e CARLOS FIOLHAIS

As descobertas geográficas luso-espanholas abriram caminho para a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII. 27 de Junho de 2018

Lemos os artigos que se opõem à intenção do município de Lisboa de criar um museu evocativo dos descobrimentos ou descobertas portuguesas e ficámos perplexos. Parece que não existiram descobertas! Mas existiram: antes de a América ter sido descoberta ninguém na Europa sabia que ela lá estava. E sim, essa como outras descobertas semelhantes partem do ponto de vista dos europeus, porque o ponto de vista não pode deixar de ser nosso. As descobertas geográficas luso-espanholas, que conduziram a descobertas de novas espécies, de populações e culturas diferentes, abriram caminho para a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII: se era possível que existissem novas terras e novas gentes que antes não conhecíamos, então também era possível, em geral, formular conhecimento novo. E esta ideia, que hoje parece óbvia – sim, é claro que há coisas que não sabemos e que podemos vir a saber –, não era nada óbvia no século XV.

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O duro fardo de ser português | Manuel Carvalho in Jornal “Público”

Chamem-lhe descobertas, expansão, viagem, encontro ou o que quer que seja, mas não queiram que se passe da glorificação acrítica para a anulação preconceituosa de um período crucial para a definição do que somos. 27 de Junho de 2018

Retire-se a esfera armilar da bandeira, suprima-se o estudo de Os Lusíadas, dinamite-se a Torre de Belém e o Padrão dos Descobrimentos, arrase-se Goa, Ouro Preto e Moçambique, apaguem-se os nomes dos navegadores da toponímia das cidades, proíbam-se as Décadas da Ásia de João de Barros, mudem-se os versos do hino que exaltam o “esplendor de Portugal”, enterre-se a lusofonia e meta-se Portugal num divã a sublimar os traumas do seu passado. O debate em torno do museu dos Descobrimentos proposto por Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa, para promover a “reflexão sobre aquele período histórico nas suas múltiplas abordagens, de natureza económica, científica, cultural nos seus aspectos mais e menos positivos” está em vias de criar um complexo de culpa tão intenso e profundo que exige a reinvenção do país. Já não está em causa o debate saudável promovido por académicos em torno do significado dos “descobrimentos”; agora a coisa fia mais fino e só se supera com uma revolução cultural que destrua uma das mais consensuais bases da identidade nacional.

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ATELIER ARTEMISIA | de Faiza Bayou

Concernant le nom de l’atelier “Artémisia”, c’est en hommage à l’artiste peintre italienne Artemisia Gentileschi

Un des problèmes avec les peintres de talent qui ont connu des vies tragiques est que la tendance naturelle, évidente est trop souvent d’expliquer leur peinture par leur vie.

Première femme peintre à part entière, Artemisia Gentileschi est une figure romanesque. Elle a su conquérir une liberté qui lui a permis de mener une véritable carrière d’artiste.

https://atelier-artemisia.puzl.com

Qui sommes nous?

Enseignante pour adultes.

Faiza Bayou fondatrice de l’atelier Artémisia .

Étude aux beaux-arts d’Alger de 1982 à 1987. Enseignante d’arts plastiques aux lycées , collèges et écoles privées de 1999 à 2009.

Faiza Bayou née le 24 septembre 1963 à Alger Algérie. Artiste peintre, graphiste publicitaire et enseignante des arts plastiques.

1982-1987: Étude aux beaux-arts d’Alger.

Expositions

 2006: Exposition 26 Novembre au salon contemporain en suisse à Expolac palace Hilton.

2007: Participation à Alger capitale de la culture arabe, Œuvres en couverture de livres littéraires

2008: Exposition de peinture “Mosaïque”.

2009: Exposition au Salon d’automne à la galerie Baya au Palais de la culture d’Alger.

2010 : Exposition collective  avec le « collectif des anciens des beaux arts » à la bibliothèque de la rue hoche.

2010: participation à Royal art collection à Londres pour un projet d’exposition à Dubaï.

2010 : Participation à une exposition collective sur le livre de la mort organisée par Sonja Benskin Mesher à Wales Londres.

2010 : Participation à une exposition collective à “Mobius Surrealestate” à Boston.

2010 : Participation à Art-Mail en hommage à “Judith  Hoffberg” en Californie.

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AINDA A DEGRADAÇÃO DO NOSSO ENSINO | António Galopim de Carvalho

Na minha capacidade de análise, que vale o que vale, o problema da degradação dos nossos ensinos básico e secundário reside, sobretudo, na classe política, onde, a par de gente capaz e honesta, se instalaram arranjistas e corruptos, como em todo o lado.

Mas tendo em conta que a chamada Esquerda só esteve no poder dois anos e dois meses, com os governos provisórios, e que tendo sido o Centro e a Direita a governarem-nos há mais de quarenta e dois anos, há que imputar a estes, os do chamado “arco do poder”, o grosso da responsabilidade de uma tal degradação.

Como já escrevi, à semelhança do que se passou com a Primeira República, a classe política, no seu todo, a quem os Capitães de Abril, há 44 anos, generosa, honradamente e de “mão beijada” entregaram os nossos destinos, mais interessada nas lutas pelo poder, esqueceu-se completamente de facultar aos cidadãos cultura civilizacional e humanística. Entre os sectores da vida nacional que nada beneficiaram com esta abertura à democracia está a educação. E, aqui, a ESCOLA FALHOU COMPLETAMENTE.

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Petrarca pelas mãos de Vasco Graça Moura | As mais belas rimas que deram origem à arte do soneto

Rimas, de Francesco Petrarca, com tradução de Vasco Graça Moura, editado pela Quetzal.

A sensibilidade ocidental assenta as suas raízes nestes versos do poeta transalpino maravilhosamente traduzidos por Vasco Graça Moura, agora publicados pela Quetzal. Rimas, de Francesco Petrarca (1304-1374), humanista e filósofo, uma das referências fundamentais da literatura ocidental, considerado o Poeta dos Poetas e pai do soneto, dedica a maior parte dos poemas reunidos em Rimas ao amor e a Laura, uma «musa impossível». Uma obra notável com uma tradução fantástica de Vasco Graça Moura, que está disponível a 22 de junho.

Agostinho da Silva, um pensador lusófono | Adelto Gonçalves

                                                         I

        O filósofo, poeta e ensaísta Agostinho da Silva (1906-1994) sempre teve múltiplos interesses, mas concentrou-se em áreas como literatura portuguesa e brasileira e as questões portuguesas, deixando obras, artigos e ensaios que o colocam hoje como um dos maiores – senão, o maior – pensadores luso-brasileiros do século XX. Em Ensaios sobre Cultura e Literatura Portuguesa e Brasileira, volume I (Lisboa, Editora Âncora, 2000), que tem merecido reedições, o leitor encontrará textos pedagógicos e filosóficos, especialmente aqueles que apareceram a partir da década de 1950, embora possam ser encontrados alguns de décadas anteriores, mas que são suficientes para dar uma ideia geral do pensamento agostiniano.

Um dos textos que se destaca entre os 28 artigos, prefácios de livros e ensaios aqui reunidos é aquele que carrega o título “Ensaio para uma teoria do Brasil”, publicado originalmente na revista Espiral, nºs. 11-12, de 1966, em que o autor diz que “a grande base do retardamento do Brasil como civilização nova vai estar no ciclo do açúcar e, mais que tudo, no ciclo do ouro, que provoca o quase despovoamento de Portugal em homens, fixa no Brasil uma tão elevada percentagem de europeus que o equilíbrio anterior se rompe e se perde aquele hibridismo de cultura que se apresentava como tão promissor”.

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O descobrimento de Portugal | Fernanda Câncio | in Diário de Notícias

25 Junho 2018

O debate sobre o nome do museu “Das Descobertas” descobre-nos um país obstinado no negacionismo.

Em memória dos milhares de judeus vítimas da intolerância e do fanatismo religioso assassinados no massacre iniciado a 19 de abril de 1506 neste largo”. A frase lê-se numa estrela de David recortada em pedra, monumento inaugurado a 23 de abril de 2008, no Largo de São Domingos, Lisboa. O erigir deste memorial era uma antiga aspiração da Comunidade Israelita Lisboeta, cuja presidente, Esther Mucznik, dois anos antes, no mesmo largo e na celebração do quinto centenário do pogrom que matou entre dois mil e quatro mil “cristãos novos”, lamentava a inexistência, na cidade, de “um único marco público relacionado com a perseguição dos judeus”. Políticos identificáveis, nesse assinalar de um acontecimento terrível de que a maioria dos portugueses nunca teria ouvido falar, só três deputados do BE, incluindo Francisco Louçã, que disse ao DN ter ido “fazer um encontro com a história” e o ex Provedor e ex ministro da Justiça, Menéres Pimentel. Também referida nas notícias foi a comparência do então diretor do Público, hoje “publisher” do Observador, José Manuel Fernandes, e da filósofa Maria Filomena Molder, que, questionada pelo DN sobre a razão pela qual estaria ali tão pouca gente, falou da “supressão da memória como um problema muito português.”

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Sarau da Onça recebe cem poetas das quebradas para lançar livro | Livro “Poéticas periféricas: novas vozes da poesia soteropolitana” | Valdeck Almeida de Jesus (organizador)

Sugestão de Pauta: Livro “Poéticas periféricas: novas vozes da poesia soteropolitana”, que reúne 100 (cem) poetas de saraus e slams de poesia de Salvador.
O lançamento será no Sarau da Onça, dia 07 de julho de 2018 (sábado), a partir das 18hs.

Vai ter sarau, venda de artesanato, brincos, turbantes, livretos e apresentação musical

A obra “Poéticas periféricas: novas vozes da poesia soteropolitana” reúne textos de poetas e poetisas da periferia de Salvador-BA e será lançada no dia 07 de julho de 2018 (sábado), a partir das 18hs, no Sarau da Onça, no Anfiteatro Abdias Nascimento, à Rua Albino Fernandes, 50-C, Novo Horizonte/Sussuarana, em Salvador-BA.

Texto de orelha por Maíra Azevedo (Tia Má, jornalista, atriz e digital influencer), apresentações de Geilson dos Reis (Pedagogo e Professor) e Dhay Borges (Coletivo de Entidades Negras – CEN), capa do poeta Marcos Paulo da Silva, contracapa de Allison Chaplin. Financiamento através da 1ª Chamada do edital Calendário das Artes 2017, da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Estado (SecultBA).

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Carpe Diem | Walt Whitman

Aproveita o dia,
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas.
Não atraiçoes tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.
Não permitas que a vida se passe sem teres vivido…

DiEM25 | Uma ideia cuja altura chegou

Durante mais de dois anos o DiEM25 tem estado a sensibilizar para a desintegração da União Europeia e desenvolver políticas para estabilizar e recontruir o projecto europeu. No último Outono, ativámos a nossa ‘ala eleitoral’ in para podermos levar o nosso projeto político nas urnas. Há duas semanas atrás os membros alemães do DiEM25 fundaram um partido em linha com os nossos princípios. Na última semana em Paris, a Primavera Europeia – a coaligação transnacional liderado pelo DiEM25 — teve a sua reunião mais importante até hoje: acordamos a nossa agenda política que levaremos para o Parlamento Europeu em 2019 – as alterações climáticas, as migrações e os refugiados, a evasão fiscal e a dívida pública e privada.

O objetivo deste programa é dar uma alternativa ao status quo de Bruxelas e aos movimentos xenófobos. A Primavera Europeia está a liderar a mudançapara construir uma nova Europa democrática, com uma lista transnacional, um spitzenkandidat, e um programa político.

Nas semanas e meses vindouros, vamos perguntar a ti — a todos os membros da Primavera Europeia e aos membros das organizações da Primavera Europeia — para propor emendas ao nosso programa político, comentar nos nossos avanços e votar nos nossos candidatos europeus. É um processo de consulta e decisão de cidadãos para decisão das políticas que vamos trazer para Bruxelas e para as pessoas que lutam por elas!

Seja uma luta pelo Parlamento Europeu, eleições legislativas ou eleições municipais, chegou a altura para trazer a visão do DiEM25 para o debate político.

Se nos juntarmos, temos uma hipótese de abalar o status quo – de Lisboa a Varsóvia, de Copenhaga a Atenas.

Vítor, para lançar a primeira campanha política transnacional precisamos que participes nos nossos processos de democracia interna assim como ajudar a espalhar a mensagem para amigos e família. Se puderes também podes ajudar de outras maneiras:

  • Junta-te à nossa força de voluntários
  • Faz uma doação to ao nosso movimento, por mais pequena que seja, porque são essenciais

Diz-se que nada é mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou. Chegou a altura do DiEM25!

Carpe DiEM25!

Luis Martín

>>Coordenador de Comunicações do DiEM25

Os Amigos | Al Berto

Os Amigos

no regresso encontrei aqueles
que haviam estendido o sedento corpo
sobre infindáveis areias

tinham os gestos lentos das feras amansadas
e o mar iluminava-lhes as máscaras
esculpidas pelo dedo errante da noite

prendiam sóis nos cabelos entrançados
lentamente
moldavam o rosto lívido como um osso
mas estavam vivos quando lhes toquei
depois
a solidão transformou-os de novo em dor
e nenhum quis pernoitar na respiração
do lume

ofereci-lhes mel e ensinei-os a escutar
a flor que murcha no estremecer da luz
levei-os comigo
até onde o perfume insensato de um poema
os transmudou em remota e resignada ausência

Al Berto, in ‘Sete Poemas do Regresso de Lázaro’

arte ЖИВОПИС

Retirado do Facebook | Mural de Al Berto

O meu coração só tem uma cor | Joana Marques

 Nas livrarias no dia 22, cheio de humor inteligente, com um prefácio de Pinto da Costa, e uma estrutura organizada em 92 textos correspondentes aos 92 minutos de um jogo à Porto ou de um jogo de boa memória para os portistas. As magníficas ilustrações do interior são do Pedro Vieira.

Parábola | A Verdade e a Mentira

Diz uma parábola judaica que certo dia a mentira e a verdade se encontraram.

A mentira disse para a verdade:
– Bom dia, dona Verdade.
E a verdade foi conferir se realmente era um bom dia. Olhou para o alto, não viu nuvens de chuva, vários pássaros cantavam e vendo que realmente era um bom dia, respondeu para a mentira:
– Bom dia, dona mentira.
– Está muito calor hoje, disse a mentira.
E a verdade vendo que a mentira falava a verdade, relaxou.
A mentira então convidou a verdade para se banhar no rio. Despiu-se de suas vestes, pulou na água e disse:
-Venha dona Verdade, a água está uma delícia.
E assim que a verdade sem duvidar da mentira tirou suas vestes e mergulhou, a mentira saiu da água e vestiu-se com as roupas da verdade e foi embora.
A verdade por sua vez recusou-se a vestir-se com as vestes da mentira e por não ter do que se envergonhar, saiu nua a caminhar na rua.
E aos olhos de outras pessoas era mais fácil aceitar a mentira vestida de verdade, do que a verdade nua e crua.

Retirado do Facebook | Mural de Marialva Almeida

José Goulão | “O LADO OCULTO” A 7 DE SETEMBRO

Car@s amig@s 

Informo que o primeiro número da newsletter de informação internacional “O Lado Oculto – Antídoto para a propaganda global” será enviado no dia 7 de Setembro aos assinantes. Duas semanas antes, a 24 de Agosto, os candidatos a assinantes que estão a manifestar esse interesse através do meu mail josemanuelgoulao@gmail.com receberão o número zero, uma amostra do que a publicação virá a ser e que incluirá o boletim de registo e assinatura, bem como as condições de pagamento. Só então serão formalizados os vínculos dos aderentes.

As assinaturas estão disponíveis nas seguintes modalidades: anual (52 números), 15 euros, 29 cêntimos/número; semestral (26 números), 10 euros, 38 cêntimos/número; seis números, 3 euros, 50 cêntimos/número.

Haverá ainda a possíbilidade de os assinantes contribuírem com um valor adicional, acto de solidariedade para com um projecto que parte apenas com o mínimo de subsistência assegurado.

“O Lado Oculto” é um projecto independente, sem qualquer apoio de entidades públicas, privadas, sociais ou mecenas, e viverá apenas dos seus assinantes. O objectivo único dos responsáveis pelo projecto, cinco jornalistas europeus seniores entre os quais me incluo, é o de combater a informação dominante, transformada em propaganda de um sistema único que nos manipula, engana e oprime. Desde já todos nós manifestamos profunda gratidão pela grande adesão que sentimos após o anúncio desta publicação a que dedicaremos o máximo das nossas energias, experiência e saber, sustentado numa rede de contactos que, sem hesitação, qualificamos como notável, abrangente e profunda.

Manteremos o contacto e continuamos a aceitar as vossas manifestações de interesse em aderir a este projecto.

José Goulão

Retirado do Facebook | Mural de José Goulão

3/8 | Breve História da Europa. Do Século XX aos nossos dias | Carlos Matos Gomes in “Medium”

Os impérios coloniais constituem um elemento central da História da Europa e atingiram o seu apogeu entre o final do século XIX, com a Conferência de Berlim, e o período entre as duas guerras mundiais. A causa da I Grande Guerra foi a luta pelo acesso às matérias-primas nas colónias e a derrota da Europa na II Guerra Mundial representou o fim dos impérios coloniais.

Os europeus, os movimentos sociais europeus, foram a carne para canhão neste processo.

III — Os impérios coloniais no centro da História da Europa no Século XX

O primeiro capítulo da Breve História da Europa, de Raquel Varela, tem por título: “ A GUERRA DAS GUERRAS, A REVOLUÇÃO DAS REVOLUÇÕES, 1917. Excelente título. A história da Europa do Século XX começa nos impérios coloniais e no fenómeno que dele decorreu, o colonialismo. Quase poderíamos afirmar que a História da Europa acaba com eles, mas não há um fim da História.

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2/8 | Breve História da Europa. Do Século XX aos nossos dias | Carlos Matos Gomes in “Medium”

O Estado é um protagonista da História, mas habitualmente muito esquecido enquanto tal… O Estado tem má “imprensa”, nem caso, pouca consideração como elemento determinante da História.

II — O Estado

É forçoso atentar na importância do Estado na vitória do capitalismo e na História da Europa até derrota desta na II GM: os dois Estados que mais profundamente se industrializaram foram aqueles onde os aparelhos de controlo social eram mais fortes, mais eficazes, com melhores exércitos e polícias, a Inglaterra e a Alemanha. Serão estes estados fortes a dirigir a História da Europa e, logo, das suas dinâmicas sociais. Serão eles, na realidade, os contendores das duas grandes guerras que começam por ser europeias e se transformam em mundiais.

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DESCOBRIMENTOS | Francisco Seixas da Costa in blog “duas ou três coisas”

Anda por aí um debate sobre o nome a dar ao museu que se pretende fazer em Lisboa sobre as viagens de Quinhentos. Perante a sugestão de que se chamasse “das descobertas” ou “dos descobrimentos”, logo surgiu uma opção “de recuo”, a propor o nome de “a viagem”. Acho mal.

As viagens tituladas pela coroa portuguesa, desde o ataque a Ceuta, foram quase sempre operações de conquista (com exceção das desertas ilhas atlânticas), com toda a violência que isso à época implicava. Afonso de Albuquerque foi um guerreiro sanguinário e os outros capitães das frotas e das naus não devem ter sido muito mais meigos. Pode imaginar-se o modo como foram tratados os árabes, os negros ou os indianos e outros orientais que lhes apareceram pela frente, nessas expedições para encher alforges e porões, tendo como alibi ideológico a expansão da cruz. A captura e uso de escravos, com a desenfreada exploração laboral e sexual, fez parte integrante da empresa ultramarina e Portugal foi dos Estados europeus que prolongou essa selvática prática até mais tarde. O nosso atraso histórico é, aliás, recorrente: um século depois, quando já quase toda a Europa tinha descolonizado, por cá ainda se falava do “Ultramar” e do “Portugal do Minho a Timor”.

O Estado Novo, prosseguindo, aliás, uma velha narrativa colonialista republicana, pretendeu dar a essa aventura além-Europa uma aura de santidade civilizacional. Usou “Os Lusíadas” como bíblia apologética e capturou oportunisticamente em favor de um patriotismo de regime essa parte da nossa História, consagrando-a de forma caricatural, em textos e momentos hagiográficos, de que a Exposição do Mundo Português (que já ecoava modelos alheios) foi o mais curioso exemplo. A minha geração deve ter sido a última que foi atulhada por uma historiografia gongórica, de que muita da estatuária que por aí anda é aliás tributária.

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O Regresso à aldeia de La Salle | Rodolfo Miguez Garcia

A crónica seguinte tenta repor a verdade histórica sobre a aldeia de La Salle, onde irredutíveis Lusitanos resistiram à invasão e ocupação Romana, durante muitas Luas e Sóis, e por quem sois.

Consultados papiros de linho no arquivo histórico de Barce Linhus e as notas do arquivo musical de Valha Dó Li, é agora possível repor a história com factos tão verdadeiros, que parecem mentira. Facto indesmentível é que a aldeia não suportou o cerco eternamente, mas também não abdicou do seu desígnio. Ora leiam:
Corria o ano de LXXIV do império Romano de Facius II. A aldeia Lusitana de La Salle em Abra Antes, permanecia inexpugnável, e os seus ocupantes dedicavam-se exclusivamente às tarefas diárias de adquirir conhecimentos, habilidades e valores morais, para levar e ensinar a outros povos.

Chefes, druidas e jovens alimentavam-se da poção mágica de transmitir e receber ensinamentos, fundamental mente pelo método convencional, complementado por vezes com uma “carolada”, método Paciente, ou com “chapadita” método Joaquim Xá Pad. Ensaiou-se com êxito nessa altura um sistema inovador de transmissão de conhecimento, através do lobo frontal do cérebro. A matéria era introduzida na mioleira, dos mais distraídos com um giz manejado com perícia pelo druida João, carinhosamente conhecido por João o “DucK”. Quando o método não produzia resultado imediato, voava o apagador do quadro negro, o que, como resultados colaterais, provocava também, embora rara mente, algumas nódoas cinzentas.
As notas e nódoas eram assim positivas e a fama espalhou-se por todas as províncias, acorrendo à aldeia cem temas de jovens de todo o reino desejosos de adquirir e defender os valores humanistas de La Salle.

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Inauguração da Praça S. João Baptista de La Salle em Abrantes | 17 de Junho de 2018

VENHAM, TRAGAM FAMÍLIA E AMIGOS.Podem ter “derrubado” o edifício do nosso La Salle, mas não derrubam o nosso espírito Lassalista. É por isso que no próximo dia 17 vamos dizer que o La Salle está vivo. Vivo nos seus alunos, professores, colaboradores e amigos da cidade de Abrantes. Inauguraremos a praça S. João Baptista de La Salle, patrono universal dos professores.

É uma justa aspiração, agora satisfeita pela CMA, e que passa a ser a referência Lassalista que o edifício perdeu, após a transformação. O programa está publicitado na página La Salle do Facebook. Venham tragam família e amigos.

Passem a palavra e divulguem, já somos uma centena ou mais. Inscrições para 969 005 225 ou carlosoliveiraborrego@hotmail.com.

Rodolfo Miguez Garcia

Barcelona Gipsy Klezmer Orchestra | Djelem Djelem

Barcelona Gipsy Klezmer Orchestra was a project founded by clarinetist Robindro Nikolic and accordionist Mattia Schirosa. The project existed from year 2012 – 2015 creating great success while performing in Barcelona and most European countries. The last concert of Barcelona Gipsy Klezmer Orchestra was performed at Vienna KLEZMORE festival on the 8th of November 2015.

Barcelona Gipsy Klezmer Orchestra were

Sandra Sangiao (Vocals – Catalunya)

Robindro Nikolic (Clarinet – Serbia/India)

Mattia Schirosa (Accordeon – Italy)

Julien Chanal (Guitar – France)

Ivan Kovacevic (Double Bass – Serbia)

Stelios Togias (Percussion – Greece)

Vroni Schnattinger (Violin – Germany)

This song is a tribute to one of the greatest Romani songs, sung by some of the greatest singers of all times. In some way ,  it is our inspiration for entering into the mystical world of the gipsies.

Lyrics are written by Žarko Jovanović in Romani language, in the year 1949, but the melody already existed among Romani people of Serbia, Bulgaria and Romania. Some say that the original melody was of a love song and that it was known during the twenties of the last century and that Žarko Jovanović adopted it and wrote lyrics of his own dedicated to Roma people. It tells about the atrocities they suffered during World War II, and about the rise of Roma people that is about to come. It was adopted as the Romani national anthem at the first world congress of Roma people in 1971 in London.

leonard cohen dance me to the end of love

Dance me to your beauty with a burning violin

Dance me through the panic til Im gathered safely in

Lift me like an olive branch and be my homeward dove

Dance me to the end of love

Dance me to the end of love

 

Oh let me see your beauty when the witnesses are gone

Let me feel you moving like they do in babylon

Show me slowly what I only know the limits of

Dance me to the end of love

Dance me to the end of love

Me to the wedding now, dance me on and on

Dance me very tenderly and dance me very long

Were both of us beneath our love, were both of us above

Dance me to the end of love

Dance me to the end of love

 

Dance me to the children who are asking to be born

Dance me through the curtains that our kisses have outworn

Raise a tent of shelter now, though every thread is torn

Dance me to the end of love

 

Dance me to your beauty with a burning violin

Dance me through the panic till Im gathered safely in

Touch me with your naked hand or touch me with your glove

Dance me to the end of love

Dance me to the end of love

Dance me to the end of love

Bebe – Cocaine | Siempre Me Quedará

Siempre Me Quedará

Cómo decir que me parte en mil
Las esquinitas de mis huesos?
Que han caído los esquemas de mi vida?
Ahora que todo era perfecto
Y algo más que eso
Me sorbiste el seso
Y me deciende el peso
De este cuerpecito mío
Que se ha convertío en río
De este cuerpecito mío
Que se ha convertío en río

Me cuesta abrir los ojos
Y lo hago poco a poco
No sea que aún te encuentre cerca
Me guardo tu recuerdo
Como el mejor secreto
Que dulce fué tenerte dentro

Hay un trozo de luz
En esta oscuridad
Para prestarme calma
El tiempo todo calma
La tempestad y la calma
El tiempo todo calma
La tempestad y la calma

Siempre me quedará
La voz suave del mar
Volver a respirar
La lluvia que caerá
Sobre este cuerpo y mojará
La flor que crece en mi
Y volver a reír
Y cada día un instante volver a pensar en ti

En la voz suave del mar
En volver a respirar
La lluvia que caerá
Sobre este cuerpo y mojará
La flor que crece en mi
Y volver a reír
Y cada día un instante volver a pensar en ti

Cómo decir que me parte en mil
Las esquinitas de mis huesos?
Que han caído los esquemas de mi vida?
Ahora que todo era perfecto
Y algo más que eso
Me sorbiste el seso
Y me decían del peso
De este cuerpecito mío
Que se ha convertío en río
De este cuerpecito mío
Que se ha convertío en río

Siempre me quedará
La voz suave del mar
Volver a respirar
La lluvia que caerá
Sobre este cuerpo y mojará
La flor que crece en mi
Y volver a reír
Y cada día un instante volver a pensar en ti

En la voz suave del mar
En volver a respirar
La lluvia que caerá
Sobre este cuerpo y mojará
La flor que crece en mi
Y volver a reír
Y cada día un instante volver a pensar en ti

Marguerite Yourcenar | Fernando Pessoa | Cecília Meireles | Florbela Espanca | Octavio Paz e Stanley Kubrick | selecção de mlailin (Marcia Lailin Mesquita)

O que nos tranquiliza no sono é a certeza de que dele retornamos.
E ele nos cura temporariamente da fadiga pelo mais radical dos processos, isto é, arranjando para que cessemos de existir durante algumas horas.

Marguerite Yourcenar

Que é feito de tudo?
Que fiz eu de mim?
Deixa-me dormir,

Dormir a sorrir 
E seja isto o fim.

Fernando Pessoa

Ó meu Deus,
se esta é a distância
que separa a mocidade
da infância,
se são teus
estes modos de verdade,
que outros hei de querer meus?

Ó meu Deus,
se este é o caminho
que traça a tua bondade,
devagarinho
farei seus
meu amor, minha saudade,
e em tudo serei adeus.

Cecília Meireles

Gosto da noite imensa,
triste, preta, como esta estranha borboleta
Que eu sinto sempre a voltejar em mim!…

Florbela Espanca

IRMANDADE

Sou homem: duro pouco
e é enorme a noite.
Mas olho para cima:
as estrelas escrevem.
Sem entender compreendo:
Também sou escritura
e neste mesmo instante
alguém me soletra.

Octavio Paz e Stanley Kubrick em 2001 uma Odisseia no espaço

Não te Amo | Almeida Garrett

Não te amo, quero-te: o amar vem d’alma. 
E eu n’alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.

Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!

Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.

Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?

E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.

E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror…
Mas amar!… não te amo, não.

Almeida Garrett, in ‘Folhas Caídas’

Frases e expressões do povo no Brasil | Marcia Lailin Mesquita

NAS COXAS
As primeiras telhas dos telhados nas Casas aqui no Brasil eram feitas de Argila, que eram moldadas nas coxas dos escravos que vieram da Africa. Como os escravos variavam de tamanho e porte físico, as telhas ficavam todas desiguais devido as diferentes tipos de coxas.
Daí a expressão fazendo nas coxas, ou seja, de qualquer jeito.

VOTO DE MINERVA.
Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube a deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.

CASA DA MÃE JOANA
Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a
menoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.

CONTO DO VIGÁRIO
Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte:
Colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro. Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.

FICAR A VER NAVIOS
Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado.
Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei.
Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

NÃO ENTENDO PATAVINAS
Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova, sendo assim, não entender patavina significa não entender nada.

DOURAR A PILULA
Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas em papel dourado, para melhorar o aspecto do remedinho amargo.
A expressão dourar apílula,significa melhorar a aparência de algo.

SEM EIRA NEM BEIRA
Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter “eira nem beira” significa que a pessoa é pobre, está sem grana.

O CANTO DO CISNE
Dizia-se que o cisne emitia um belíssimo canto pouco antes de morrer. A expressão canto do cisne representa as últimas realizações de alguém.

  O facebook também é cultura 

Marcia Lailin Mesquita 

As descobertas e as invenções — não se pode descobrir o que existe! | Carlos Matos Gomes in “Medium”

A discussão sobre o nome a dar a um futuro museu das descobertas tem-me proporcionado descobertas espantosas. O argumento mais espantoso que ouvi é o de que não se pode descobrir o que já existe!

É um argumento do mesmo tipo dos que explicam não poder a Terra ser redonda pela impossibilidade de os habitantes dos antípodas viverem de cabeça para baixo! É um argumento de pés no lugar da cabeça. Na realidade só é possível descobrir o que existe. Descobrir o que não existe não é descobrir, é inventar, ou criar. O átomo foi descoberto porque existe. As minas de ferro são descobertas porque existem concentrações de rochas ferrosas. O que não existia e teve de ser inventado foi a bomba atómica, ou as utilizações do ferro como utensílios, armas, estruturas, ou o aço.

A descoberta da impossibilidade de descobrir o que existe ocorre a propósito da recusa em aceitar que os portugueses descobriram novas terras e novas gentes.

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1/8 | Breve História da Europa. Do Século XX aos nossos dias | Carlos Matos Gomes in “Medium”

Raquel Varela escreveu a «Breve História da Europa, da Grande Guerra aos Nossos Dias» (Bertrand, Lisboa, 2018). Tive o prazer de apresentar o livro em Lisboa. Raquel Varela é uma jovem e talentosa historiadora social. Aborda a História pelas dinâmicas sociais. Eu sou um velho militar reformado e a leitura da obra da Raquel Varela incentivou-me a alinhar velhas e novas ideias a partir das dinâmicas que conduzem ao poder, à sua conquista e à sua manutenção. Serão 8 textos que colocarei aqui diariamente. Não uma crítica, nem uma análise da História. Empirismo assumido. Acientificidade. Apenas ideias soltas suscitadas por uma obra, essa sim fundamentada.

O esqueleto da obra é um roteiro de pontos a visitar que a autora nos propõe. Eu vou segui-lo com a minha visão e com as minhas interpretações. Vou aproveitar a riquíssima informação para partilhar interrogações.

O motor da História

Até que ponto são as “massas” (abrangente rótulo atribuído aos que ao longo dos séculos foram designados como o povo, os servos, os camponeses, os proletários, os que vivem do seu trabalho, os que se vendem ou se oferecem) o sujeito da História? Até que ponto são as massas o determinante da História?

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Uma vida consagrada ao ensino das Letras | Massaud Moisés | por Adelto Gonçalves

I

Duvidar de Aristóteles (384 a.C.-322 a.C) é sempre necessário, ainda que seja, para mais tarde, concordar com ele. Essa frase ouvi em 1994 do professor Massaud Moisés (1928-2018), quando, ao lhe fazer um relatório verbal de minhas pesquisas nos arquivos de Portugal sobre a vida e a obra de Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810), mostrei-lhe a fotocópia de um documento que consta do Arquivo Histórico Ultramarino, de Lisboa, que provava que o lisboeta Alexandre Roberto Mascarenhas morrera em 1793, no mesmo ano do casamento de sua filha com o poeta.

Portanto, ao casar com Juliana de Sousa Mascarenhas, uma jovem analfabeta de 19 anos de idade, Gonzaga não teria tido a oportunidade de ajudar o sogro a aumentar sua fortuna, como afiançara o professor e filólogo português M. Rodrigues Lapa (1897-1989), para quem o poeta casara “com a herdeira da casa mais opulenta de Moçambique em negócios de escravatura” e ainda consagrara “as horas vagas ao comércio de escravos”.

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ANA BEATRIZ MENEZES NA DANISH NATIONAL SYMPHONY ORCHESTRA, NA DINAMARCA

Autor: Da Capo
 05 jun 2018

A jovem trompista Ana Beatriz Menezes ganhou o lugar de Trompa co-principal na Danish National Symphony Orchestra, na Dinamarca.

Ana Beatriz Menezes iniciou os seus estudos musicais aos quatro anos de idade no Conservatório de Música Jaime Chavinha em Minde, onde nasceu em Abril de 1992.

Começou por frequentar as classes de violino e piano e aos oito anos estreou-se na Banda da Sociedade Musical Mindense na sua terra-natal, onde conheceu a trompa. Tendo reconhecido alguns anos mais tarde que este se tinha tornado no seu instrumento preferido, ingressou na classe de trompa do mesmo conservatório, com aspirações de se tornar trompista profissional.

Terminou em Julho de 2013 a Licenciatura em Música pela Escola Superior de Música de Lisboa, na classe dos professores Jonatan Luxton e Paulo Guerreiro. Quatro anos mais tarde obteve o Mestrado em Ensino da Música pela mesma escola, sob orientação do professor Paulo Guerreiro.

Frequenta actualmente o Mestrado em Performance Especializada em Orquestra pela Zürcher Hochschule der Künste em Zurique, na classe dos professores Nigel Downing e Radovan Vlatkovic, formação esta que lhe confere também uma especialização em Trompa Natural com o professor Glen Borling e lhe permite colaborar com a Philharmonia Zürich como voluntária, sob orientação do professor László Slavik.

Em Agosto de 2011 obteve o 1º Prémio no Concurso da International Summer Academy, em Torres Vedras, e em 2013 o 1º Prémio no Concurso Internacional de Jovens Intérpretes de Chieri (Itália). Em Agosto de 2014 foi galardoada com o Paul Mansur Award, o Jon Hawkins Award (ambas bolsas de estudo) e também com o 1º Prémio no IHS Premier Soloist Competition, inseridos no 46º Simpósio da International Horn Society em Londres. Em Março de 2015 obteve o 1º Prémio no Concurso Internacional Terras de La-Salette em Oliveira-de-Azeméis, na categoria Trompa Nível Sénior.

Em Julho de 2017 ganhou o 2º Premio no Concurso Prémio Jovens Músicos em Lisboa (Portugal), na categoria Trompa Nível Superior. Em Abril do presente ano obteve o 2º Prémio no Concurso de Música de Câmara “Kiwanis” em Zurique.

Ana Beatriz Menezes tem vindo a colaborar frequentemente com orquestras profissionais em Portugal e no estrangeiro ao longo da sua carreira, em que tocou não só trompa moderna mas também trompa natural e tuba wagneriana, de entre as quais a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra de Música Barroca Divino Sospiro, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Philharmonia Zürich (Zurique, Suíça), a Luzerner Sinfonieorchester (Lucerna, Suíça) e a Danish National Symphony Orchestra (Copenhaga, Dinamarca), onde irá começar a trabalhar a partir de Agosto deste ano.

http://www.dacapo.pt/a-tempo/-Ana-Beatriz-Menezes-na-Danish-National-Symphony-Orchestra-na-Dinamarca

António dos Santos Ramalho Eanes | primeiro Presidente da República democraticamente eleito após o 25 de Abril | por Gaspar Macedo

Caro General Ramalho Eanes, ultimamente o Portugal que serviu enquanto Presidente da República tem-se chocado com o aproveitamento que muitos membros da nossa classe política interpretam. Somos o país que consegue sentir o choque do ridículo mas que normaliza tais comportamento porque, como sabemos, “todos os políticos são iguais”.

Ficamos surpreendidos quando soubemos que em média, entre 2006 e 2013, os nossos governantes gastaram 295 euros por refeição. Ficamos admirados com a notícia de José Conde Rodrigues , ex-secretário de Estado da Justiça, que gastou 13.657 euros dos fundos públicos na compra de 729 livros para beneficio próprio.
Ficamos pasmados com o caso da ex-ministra da Saúde Ana Jorge, ao ter usado um cartão de crédito em nome do Estado (para despesas urgentes de trabalho) em lojas de roupa, ourivesarias ou no El Corte Inglés.
Ficamos boquiabertos com o ex-ministro da economia, Manuel Pinho, que recebeu 1 milhão de euros na sua Offshore depois de beneficiar a EDP em vários contratos de parceria.
Ficamos espantados, mais recentemente, com o ministro-adjunto deste executivo que embora advogado de elite disse desconhecer a lei que o impedia de acumular cargos públicos com outros cargos em empresas privadas.

Enquanto grande parte da nação ajoelha-se boquiaberta e volta a esquecer estes abusos, como se um anulasse o anterior, não consigo esquecer o Presidente da República que num período de grandes dificuldades financeiras, consta que vendeu a sua própria casa de férias para pagar os custos que a presidência não conseguia suportar. Não consigo deixar de relembrar o individuo que tinha apenas dois fatos e que recebia as visitas ao Palácio de Belém com um chá depois da hora de jantar, para evitar custos desnecessários. Esse foi o senhor.

Em julho de 2017 o país ficou a conhecer o caso dos três secretários de Estado que beneficiaram de viagens pagas pela empresa Galp, antes de ser aprovado um benefício fiscal em dezenas de milhões de euros à mesma empresa. José Sócrates defendeu que as críticas se tratavam de “um excesso de patriotismo”, considerando que as suspeitas sobre os governantes eram “estapafúrdias” e António Costa não hesitou em reforçar a “relevante e dedicada colaboração dos três Secretários de Estado nas funções desempenhadas no XXI Governo Constitucional”.

Em abril de 2018 chegou a público os milhares de euros de que vários deputados beneficiaram ao receber em duplicado o valor das viagens que faziam em “nome do interesse nacional”. Carlos César, líder parlamentar do partido socialista e parte desse grupo, logo declarou não se sentir culpado por não ter feito “nada de errado”, sendo que o “atual modelo vigora há décadas e foi utilizado por altos cargos do Estado”. Eduardo Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da Republica, declarou a inocência dos parlamentares que nas suas palavras não tinham “cometido nenhuma e ilegalidade.

Não esqueço o homem que RECUSOU receber 1 milhão de euros do erário publico, com o acumular de dezenas de anos sem receber a subvenção que tinha direito, após o parecer do Provedor de Justiça em 2008 ter defendido que todos os Presidentes deviam ser tratados de igual forma

Deparamo-nos com um ex-primeiro ministro que fez da acção política o benefício dos seus interesses pessoais, onde até históricos como Arons de Carvalho defendeu não achar “reprovável uma pessoa viver com dinheiro emprestado”
Vivemos na realidade de vários governantes e parlamentares que acumulam os vencimentos com ajudas de custo e subvenções vitalícias, de dezenas de nomes da política que acabaram nas administrações de grandes Bancos e Grupos Económicos, uma Assembleia da Republica onde se misturam os escritórios de advogados e as grandes empresas com as leis que se aprovam e propostas, como a do grupo parlamentar do partido socialista a janeiro deste ano, para tornar o lobby, a representação dos interesses de particulares nos corredores do poder, numa profissão reconhecida pela lei.

Aqueles que fazem da desaprovação o consentimento, esquecem-se que Portugal já teve como líder máximo um individuo que promulgou a lei que o impediria de acumular o salário presidencial com as restantes pensões a que teria direito, abrindo mão da pensão choruda de General. Só serviu os interesses de quem o elegeu e não de quem o tentou financiar.

Por isso, tenho orgulho em afirmar que por muito chocante que possa parecer, António dos Santos Ramalho Eanes, o primeiro Presidente da República democraticamente eleito após o 25 de abril, é o anormal no meio de um panorama político podre que para muitos é a norma controladora.

Sei que o senhor não é perfeito e podemos até ter as nossas divergências ideológicas, mas pelo menos tenho a certeza de que nunca fez parte do grupo que se aproveita do poder para se apoderar dos recursos que pertencem apenas aos portugueses. É para mim uma honra recordar uma Nação inteira que se deprime com os muitos que a serve, de que nem “todos os políticos são iguais” e de que enquanto houver quem no senhor se inspire haverá sempre esperança. Ao contrário do alguns dirão, recordá-lo não é “estar preso ao passado” senão querer um futuro onde o mais simples português não tenha de voltar a justificar a miséria do país com os políticos que são “sempre iguais” e que insistem em “não mudar”.

Por muito mau que o presente possa parecer eu não o esqueço, senhor presidente.

Tenho dito.

Gaspar Macedo

Retirado do Facebook | Mural de Gaspar Macedo

“Gente Séria” | de Hugo Mezena | por António Ganhão no Acrítico

Memórias da infância vividas num mundo rural há muito perdido num tempo em que os miúdos iam à catequese e acreditavam no poder da confissão. O registo mental dos pecados, convenientemente reduzido a escrito a fim de facilitar a confissão e atestar a sua sinceridade facilitando o perdão.

A ruralidade portuguesa revisitada numa primeira obra, o condão de intuir esse mundo estranho e remoto, a começar pelo nome da aldeia, com a sua ponte sobre o riacho e a violência rude que resulta do desconhecimento da civilidade urbana, mas sábia em conhecimento concreto das coisas da terra, da vida e da morte. Uma ruralidade tão dada a crenças. O invocar de um tempo em que as passagens de nível ceifavam vidas. O culto sagrado da morte, momento a que ninguém falta, nenhum familiar, por mais distante, por mais ausente que fosse, todos reunidos para prestar homenagem ao falecido. Era o luxo a que tinha direito. A compensação por ter morrido. Imagem perfeita da hipocrisia familiar.

O homem do campo, trabalhador primitivo da matéria em bruto, deus sem rosto, criador do universo, separando as trevas da luz e a terra da água, abrindo um rego. E o homem fica satisfeito com o seu trabalho. Não se pode atingir maior pureza. E esse homem deu lugar a outro homem, e depois a outro até os problemas com o rego da água começarem disseminando a morte.

A prosa de Hugo Mezena é seca, limpa e direta como refere Yvette Centeno na contracapa, uma narrativa colada à realidade sem perder a capacidade de respirar. Uma atenção sóbria aos pormenores, como as espinhas na boca zangada do senhor Júlio que desaparecem, mastigadas no meio dos insultos. Momentos que a memória distante insiste em reter. Capítulos curtos, pequenos apontamentos, definem o ritmo do romance no qual a vida parece fluir com alguma lentidão e a enumeração dos pecados acentua a banalidade a que estamos presos. Assegurados os recursos de escrita, Hugo Mezena afirma-se como um autor a seguir.

Quando saiu do seminário, o padre Cláudio dava muita importância aos gestos: o de consagrar o pão e o vinho, o de benzer. Eram gestos que se dirigiam à alma das pessoas. Que tinham a capacidade de lá entrar e pôr as coisas em ordem.

António Ganhão, Acrítico

GENTE SÉRIA é hoje (16 abril) livro do dia, na TSF. A escolha é de Carlos Vaz Marques.

https://www.tsf.pt/i/9261959.html

Erudição e sensualidade na poesia de Ana Margarida Chora | por Adelto Gonçalves

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O professor Massaud Moisés (1928-2018), em Dicionário de Termos Literários (São Paulo, Cultrix, 2004), diz que “a poesia corresponderia à expressão do “eu” por intermédio de metáforas, ou vocábulos polivalentes: o “eu” do poeta, matriz do seu comportamento como artista da palavra, volta-se para si próprio, adota não só a categoria “sujeito” que lhe é inerente, mas também a de “objeto; portanto, introverte-se, auto-analisa-se, faz-se espetáculo e espectador ao mesmo tempo, como se perante um espelho” (pag. 360).

Pena que o professor, que foi orientador deste articulista em seu doutoramento em Letras, tenha resolvido subir para o andar de cima, antes de ter tido acesso a este Insónia Lúbrica – resposta a uma noite inacabada (Setúbal, Centro de Estudos Bocageanos, 2017), terceiro livro de poesia da poeta portuguesa Ana Margarida Chora, em que a autora se expressa não apenas através de um “eu” feminino, mas também de um “tu” masculino. De fato, os poemas deste livro ajustam-se à medida ao que o crítico afirma em sua defesa teórica do que significa a poesia, ao observar que o “eu” vai ao encontro de si próprio ao buscar o “não-eu”, projetando-se para fora, fazendo uma “projeção”, inclusive no sentido freudiano.

No caso de Ana Margarida Chora, porém, como bem constatou a autora do prefácio, a professora Natália Maria Lopes Nunes, o sujeito poético constitui “uma figura ancestral que cruza todas as épocas, na busca de um interlocutor distante e, por vezes, ausente”. Diz mais: “(…) através do imaginário do “eu”, reflete-se um “tu”, a dualidade do ser, mulher/homem, feminino/masculino, procurando no amor uma harmonia cósmica que nem sempre é atingida através da fusão e da intimidade, criando, por vezes, uma certa ambiguidade de sentido”.

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As balas | Fernando Assis Pacheco

São de ferro. Ou de aço?
Diz-se que fazem à entrada
um pequeno orifício,
seguido de uma grande
devastação de carnes
sangrentas. Por isso matam.
Li tudo sobre a morte.
Escrevi sobre a minha
e depois embebedei-me.
A bala vem pelo ar
(ruído onomatopaico) e
crava-se, cava, ceva-se
nessas carnes. Era a minha.
Tive uma bala marcada:
à última hora telefonei
a desistir. ‘da-se!
Pior para o Soares que entra
nestes versos já morto.
São de ferro. A tua era,
ó Soares, ou de aço,
e «agora choro contigo»
ausente uma vila
branca do Alentejo: tu.

Diz-se que fazem assim
um pequeníssimo estúpido
orifício (não quis ver)
como um botão mas
destroem tudo, devastam
tecidos, vísceras nobres,
e então trazem até nós
a morte sanguinolenta.
Se ainda as fabricam
como no meu tempo, creio
que matam num, ah pois,
infinitésimo de segundo.
É brutal. Eu ouvi-as:
perde-se a tesão por um século.

Fernando Assis Pacheco
in A Musa Irregular, Assírio & Alvim

AUTO-RETRATO | Maria Teresa Horta

Eu sou outra em mim mesma
e sou aquela
Sou esta
dançando sobre as lágrimas
Sou o gozo
no gosto de ser espelho
e me faz multiplicar em todo o lado
Eu sou múltipla
veneno em minha veia
Estrangeira
rasgando o seu passado
Sou cruel
dúplice e sedenta
mil vezes morri no desamparo
Eu sou esta que nego
e a outra onde me afirmo
faço nela e naquela o meu retrato
E se na história desta me confirmo
na vida da outra não me traio
Feita de ambas à beira do abismo
sou a mesma mulher nascida em Maio”
Maria Teresa HortaPoesia Reunida, Lisboa, Publicações Dom Quixote,

Daniel Ribeiro | (Mas, quem disse que um dia houve uma Revolução em Portugal?)

Há uma notícia muito estranha (ou inquietante) no Expresso de hoje. Uma pessoa vai receber 167 mil euros de reforma/mês, além de mais uns milhares/mês com outras benesses. Conheço montes de portugueses, só na minha aldeia, a receberem menos de 300 euros/mês. É um banqueiro da nossa banca arruinada pelos negócios dos banqueiros e financiada, à força, pelos portugueses! INACREDITÁVEL? De facto, há algo de louco (e pouca vergonha) no país do eldorado à beira mar plantado! (Mas, quem disse que um dia houve uma Revolução em Portugal?)

Daniel Ribeiro

Retirado do Facebook | Mural de Daniel Ribeiro

A FLOR | ALMADA NEGREIROS

Pede-se a uma criança. Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção, outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase nâo resistiu.
Outras eram tâo delicadas que apenas o peso do lápis já era demais.

Depois a criança vem mostrar estas linhas às pessoas:
Uma flor !

As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor.
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!

Almada Negreiros

A lição de Saramago sobre a eutanásia | por Francisco Louçã in Jornal “Expresso”

José Saramago, entrevistado em televisão por Ana Sousa Dias como só ela sabia fazer, contava a história de um velho camponês que, à beira da morte, pediu aos familiares que o ajudassem a antecipar o fim porque não suportava mais o sofrimento irremediável. Ele sabia o que queria e eles, os familiares, ajudaram-no por amizade, explicava Saramago, porque respeitaram a sua decisão, mesmo se a choravam. Acrescenta Saramago: é isso que explica a escolha de Ramon Sampedro, o marinheiro tetraplégico que, em Espanha, lutou pelo direito a terminar a sua vida. As suas “Cartas do Inferno” mostravam como, não se podendo mover, achava que estava condenado a uma sobrevivência degradante e por isso pedia ajuda para morrer. Mais Saramago: “ninguém tem o direito de dizer a uma pessoa, você vai ficar aí, ligado a esses tubos e, por isso, devemos aceitar-lhe a morte se é isso que a pessoa quer”. “Não matamos”, continua, mas respeitamos quem nos diz “por favor ajudem-me”.

Saramago fala de bondade e de um direito que entende irrecusável. Percebo que a sua visão não seja aceite pelo Cardeal, por Cavaco Silva, por Assunção Cristas, por Jerónimo de Sousa, uns porque acreditam que a vida é um dom divino e outro porque pensa que a medicina vai a caminho de garantir a perpetuidade. São consciências e portanto respeitáveis. Ninguém deve questionar os seus motivos. Mas é bastante esta razão íntima que os leva a recusarem o pedido de alguém que não quer prolongar uma vida condenada e em sofrimento? Não deveria ela valer para si mesmos e não ser imposta a outros? Saramago respondia que cada pessoa sabe de si e esse é o princípio único da liberdade. A lição de Saramago é esta: respeita a liberdade das outras pessoas.

Tudo o resto, o ajuste de contas dentro do PSD contra Rui Rio e Balsemão, as homilias inflamadas em igrejas, as manifestações do PNR, a política que promete a vida eterna, isso não vale nada. Nada disso vale hoje, não existirá amanhã. Mas a lição de Saramago ficará sempre.

(no Expresso)

Retirado do Facebook | Mural de Francisco Louçã

Quand les Musulmans fondèrent Madrid | Fernando Valdés Fernández

La capitale espagnole a été fondée par les musulmans et portait à l’origine un nom arabe. Plusieurs indices permettent de décrypter le passé islamique de la ville, comme l’architecture où le système d’acheminement de l’eau.

Peu de gens savent que la capitale espagnole est la seule ville de sa catégorie à avoir été fondée par les Arabes. Madrid commença par s’appeler Maˆyrit, en arabe, et ses origines furent pendant longtemps discutées. Jusqu’aux années 1930, nous manquions de précisions sur ses origines. En effet, depuis le XVe siècle au moins, les chroniqueurs castillans et espagnols n’acceptaient pas de bon gré que cette ville doive son existence à des musulmans infidèles. Ils déployèrent toute sorte d’arguments pour démontrer son origine romaine et chrétienne.

Romains vs musulmans

Cependant, ce phénomène de recherche de racines romaines, ou plutôt romano-chrétiennes, n’était pas propre à Madrid. La Renaissance et le goût pour les racines classiques de la culture occidentale affecta les autres villes et provoqua en Espagne une tentative généralisée de trouver des origines classiques à de nombreuses localités. Cette tendance générale s’accompagnait de propos politiques. La riche historiographie locale espagnole, dont une grande partie est due aux clercs, qui possédaient la plus vaste culture, atteste de cela. Et Madrid ne fut pas une exception, surtout à partir du moment où le roi Philippe II (1527- 1598) l’éleva de sa condition de ville de deuxième catégorie, dans le royaume de Castille, pour en faire le centre politique de son vaste domaine qui, à ce moment-là, s’étendait sur cinq continents.

L’acharnement fut vain. L’édition de la Chronique arabe d’Al Himayi, qui recueillait les témoignages d’auteurs andalous antérieurs, démontra que la ville devait sa fondation a l’émir omeyyade de Cordoue, Muhammad Ier Ibn Abd Al Rahman (852-886), et que cela avait eu lieu pendant le troisième tiers du IXe siècle. La date exacte est inconnue. A ce moment et depuis un certain nombre d’années, la dynastie omeyyade d’Occident menait à bien une politique de création de points fortifiés dans des lieux stratégiques, spécialement là où se croisaient des rivières. Dans le cas de Madrid, il s’agit de la rivière Manzanares, qui était à l’époque un peu plus importante que le triste ruisseau d’aujourd’hui.

La suite de l’article dans Zamane N°20

Par Fernando Valdés Fernández

Retirado do Facebook | Mural de Alexandre Noble

“A Chegada das Trevas” | Catherine Nixey in Jornal “Expresso”

O livro “A Chegada das Trevas”, agora publicado, começa com um relato da bárbara destruição de Palmira, em tudo semelhante à que foi feita pelos fundamentalistas do Daesh em 2015. Só que o livro da investigadora e jornalista Catherine Nixey descreve a conquista da cidade síria por guerreiros cristãos há 1700 anos. Essa página negra dos primeiros séculos do cristianismo inclui a queima de livros, perseguição de filósofos e destruição de templos. Um livro polémico em defesa da cultura grega e romana.

ENTREVISTA MANUELA GOUCHA SOARES

É jornalista de profissão mas a sua formação universitária é na área de Clássicas. Há quantos anos começou a reunir material para este livro?

Sou filha de um ex-monge e de uma ex-freira, o que faz com que em certo sentido esteja a preparar-me para escrever este livro desde que nasci. Cresci numa família católica, e a minha mãe ensinou-me que as obras [património] do mundo grego e romano chegaram até nós porque foram preservadas por monges católicos. Quando fui para a Universidade, escolhi a área de Estudos Clássicos; ao ler uma cópia de [um livro] Aristóteles na biblioteca da universidade, comecei a pensar que a mescla entre esses dois mundos não poderia ter sido tão perfeita [e pacífica], como aquela que minha mãe me transmitira. No fundo estou a trabalhar nesta pesquisa desde os tempos da universidade − e tenho 37 anos.

Ficou desapontada com essa descoberta?

Comecei a ler [mais], e descobri que os cristãos tinham destruído obras da filosofia [que chamaram] “pagã”, proibindo assim a leitura de muitas obras e atacando a aprendizagem sobre esse mundo “pagão”, que passou a ser considerado maligno e pecaminoso.

Também aprendi que, longe de proteger o mundo clássico, muitos cristãos desprezaram o ensino clássico. Nos séculos que se seguiram à cristianização, assistiu-se à destruição de cerca de 90% das obras da chamada literatura “pagã”.

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A ARQUITETURA E A ENGENHARIA SÍSMICA | 7 de junho | Auditório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil | Lisboa

A necessidade de integrar medidas de melhoria da resistência sísmica dos edifícios, nomeadamente nas operações de reabilitação, contextualizadas na prática corrente da Arquitetura e da Engenharia, é uma realidade e uma necessidade reconhecida pelas mais variadas entidades competentes e pelo público em geral, no contexto atual da construção em Portugal.

O presente Seminário que se realizará no dia 7 de junho no LNEC, com a organização conjunta da Ordem dos Arquitetos, Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica e Ordem dos Engenheiros, terá um enfoque especial nas questões técnicas em causa, desde a avaliação sísmica do edificado, aos casos práticos de aplicação de medidas de melhoria da resistência sísmica em edifícios novos ou para reabilitar. Procura-se desta forma promover o debate em torno das eventuais dificuldades de implementação no terreno de medidas de melhoria da resistência sísmica.

Reconhece-se ainda como fator fundamental para se atingir com sucesso soluções de referência neste campo, o desenvolvimento de um trabalho colaborativo desde a fase inicial do projeto entre o arquiteto e o engenheiro de estruturas, considerando ainda a articulação com as demais especialidades integrantes da intervenção.

Espera-se desta forma envolver todos os profissionais com interesse nesta temática, bem como os decisores, os gestores e os proprietários, na crescente sensibilização pela integração da sísmica como tema prioritário da atualidade da construção em Portugal.