DE PÉ | Paulo Fonseca

AInda daí.
Anda
cuidar do sonho
e dele fazer embondeiro….
Anda…
vamos
nas ondas do mar,
na terna picada da vida….
Emoções em primeiro.
Anda daí….
Vamos a toque de abraços,
vamos… de carreiro em carreiro….
Vamos…
de liana em liana,
voando
com a vida na mão
fechada na alma…
Vamos….
Não saram as crostas nas costas,
não selam as gretas nos pés,
não dormem as chagas do mal….
Ainda assim, vamos….
Fervem os sangues, intrépidos…
Cantam os hinos da vida…
Pulsam carrilhões de desejo….
Vamos,
anda daí….
vamos detonar o enxofre…
vamos plantar o jardim….
de flores….
de louvores
e de outros carinhos….
Vamos,
fazer dos carreiros,
caminhos….
Vamos….
navegar….
e cantar
os Amores….

Paulo Fonseca

Retirado do Facebook | Mural de Paulo Fonseca

Houve mesmo descobertas… e ainda há! | DAVID MARÇAL e CARLOS FIOLHAIS

As descobertas geográficas luso-espanholas abriram caminho para a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII. 27 de Junho de 2018

Lemos os artigos que se opõem à intenção do município de Lisboa de criar um museu evocativo dos descobrimentos ou descobertas portuguesas e ficámos perplexos. Parece que não existiram descobertas! Mas existiram: antes de a América ter sido descoberta ninguém na Europa sabia que ela lá estava. E sim, essa como outras descobertas semelhantes partem do ponto de vista dos europeus, porque o ponto de vista não pode deixar de ser nosso. As descobertas geográficas luso-espanholas, que conduziram a descobertas de novas espécies, de populações e culturas diferentes, abriram caminho para a Revolução Científica dos séculos XVI e XVII: se era possível que existissem novas terras e novas gentes que antes não conhecíamos, então também era possível, em geral, formular conhecimento novo. E esta ideia, que hoje parece óbvia – sim, é claro que há coisas que não sabemos e que podemos vir a saber –, não era nada óbvia no século XV.

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