O grande manipulador.

FD_Set_02Fernando Dacosta esteve no Muito Cá de Casa, em Setúbal, para nos falar do Estado Novo e das suas manhas, dos seus personagens e das suas máscaras.

Salazar, que se confundia com o Estado Novo que ajudou a formatar, foi um grande conhecedor da natureza humana e manipulador de vontades, sonhos e aspirações. Percebeu como ninguém a forma de se perpetuar no poder, para o que contou com o parelho repressivo do Estado e não só.

O país vivia entregue a dois ditadores: fora de S. Bento mandava Salazar, portas adentro mandava a D. Maria. Impiedosa, impunha o seu poder com igual terror sobre os que a rodeavam. Fernando Dacosta, jornalista da imprensa internacional, cai-lhe nas boas graças. Torna-se assíduo de S. Bento e através das suas conversas com a D. Maria, lá vai escutando algumas reações a Salazar.

Homem austero e rural, Salazar não tinha fé alguma na natureza humana. Confidencia: a diferença entre um rico e um pobre, é que o pobre não tem posses para exercer a sua maldade.

O Estado Novo, os seus momentos mais tensos e o homem que se “perpetuou” no poder (a própria queda da cadeira), estiveram a debate. Como manda a tradição: entre a verdade e a lenda publique-se a lenda.

O Muito cá de Casa é uma iniciativa da DDLX e da Câmara Municipal de Setúbal – Divisão de Cultura, livraria Culsete, Ler de Carreirinha e BlogOperatório.

Citando Edite Estrela

votoO que eu espero da Comissão Nacional do PS de que sou membro? Que decida convocar um Congresso extraordinário o mais depressa possível. Os dirigentes socialistas não se podem deixar enredar em questões processuais , dando a ideia de que se refugiam nos e Estatutos para evitar o debate de ideias e o veredicto dos militantes. Os congressos extraordinários estão previstos precisamente para situações extraordinárias. É inegável que a disponibilidade de um dirigente como António Costa criou uma situação excepcional que só pode ser resolvida dando voz aos militantes. É óbvio que adiar a decisão é prejudicial para o PS e para o país. O assunto deve ser resolvido rapidamente. Quanto mais se arrastar, pior, mais desgastante será, mais sequelas vai deixar. O problema não é estatutário, é político. O PS não é um partido conformado. O PS sempre esteve à altura das suas responsabilidades e, estou certa, também desta vez vai estar. No PS ninguém pode ter medo do debate de ideias. No PS ninguém pode ter medo do veredicto dos militantes. O debate de ideias não enfraquece os partidos, pelo contrário, reforça-os. Recordo que, depois da disputa interna entre José Sócrates, Manuel Alegre e João Soares, o PS conquistou a sua primeira e única maioria absoluta em eleições legislativas. Sem dramatismos e com serenidade, vamos promover o debate e travá-lo com elevação. É isso que os portugueses esperam.

Edite Estrela

Entre o abismo e o milagre | VIRIATO SOROMENHO MARQUES in Diário de Notícias

Viriato Soromenho MarquesA expressão “terramoto” usada pelo primeiro-ministro francês Manuel Valls para classificar a vitória esmagadora da Frente Nacional de Marine le Pen em França não é uma metáfora. Apenas uma descrição realista. Atravessando o canal da Mancha em TGV, quem desembarcar na estação de Waterloo encontrará uma Grã-Bretanha onde o arqui-inimigo da União Europeia, Nigel Farage, líder do UKIP, encostou à rede os donos do sistema bipartidário que reina há muitas gerações na Velha Albion. Estas eleições europeias iniciaram uma reativação da crise europeia, com duas diferenças. Em primeiro lugar, a crise que até agora estava localizada essencialmente na periferia europeia (de Portugal até à Grécia) passou para o núcleo duro carolíngio do projeto europeu, para os países centrais da Declaração Schuman. Em segundo lugar, a crise que era capturada por um discurso dominantemente económico e financeiro vai agora traduzir-se numa linguagem política sobre o poder, os direitos, as instituições. Até que ponto é que o governo da chanceler Merkel percebe a mensagem que lhe está a ser enviada pelos novos e bizarros bárbaros do Ocidente? Será que ela perceberá que se persistir na atual “Europa alemã”, baseada na austeridade, irá acelerar a destruição da própria ideia da unidade europeia, por muitos e dolorosos anos? Não basta dizer que importa criar emprego. É preciso rasgar o império do Tratado Orçamental, com o seu calendário de destruição económica e sofrimento social, sob pena de enlouquecer os europeus com o velho vírus da doença autoimune que, se não for combatido, acabará por incendiar a Europa.

http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=3940131&seccao=Viriato+Soromenho+Marques&tag=Opini%EF%BF%BDo+-+Em+Foco#.U4cQ7zA3Cxc.facebook (FONTE)

ARRUMAR AS BOTAS | Eduardo Pitta in Blog Da Literatura

Holy War

Quando, no lapso de oito meses, o maior partido da oposição perde 800 mil votos, isso significa que a sua liderança não convence um caracol. Argumentar com a fuga de votos para Marinho Pinto, que representou o MPT, e para Rui Tavares, que fundou o LIVRE, diz muito de quem manda no Rato. Então se foi assim, significa que 306 mil votantes PS  —  os 235 mil que elegeram dois deputados do MPT, mais os 71 mil do LIVRE  —  não se revêm na política da actual direcção do partido. E ainda sobra meio milhão de votos. Não estamos a falar de um deslizeconjuntural, mas de uma derrocada fragorosa. Não perceber isto é não perceber nada.

Imagem: Holy War de Deimantas Narkevicius.

http://daliteratura.com … (FONTE)

 

 

As responsabilidades de Rui Rio e António Costa | José Pacheco Pereira in Jornal Público

Tirando Rio e Costa, não há nos partidos quem possa dar corpo a uma alternativa que dê esperança ao país.

antoniocosta3 rui rio 02

 

 

 

 

 

A profundidade do pântano da vida política portuguesa adensa-se todos os dias. Quando Guterres falou de pântano, estava apenas a temer a “coisa” e a ver se não entrava nela. Pode-se considerar que já lá tinha os pés, mas uma parte considerável do corpo ainda se encontrava fora, embora a responsabilidade de Guterres em perder a última oportunidade de sair sem dor do “monstro” seja enorme. Mas se o plano inclinado continuava, a alternância política como mecanismo renovador e dador de esperança ainda existia.

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Debate “Estado Social – De Todos para Todos”

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No próximo sábado, 31 de maio, André Barata, e Renato Carmo estarão presentes num debate na 84ª Feira do Livro de Lisboa subordinado ao tema “Estado Social – De Todos para Todos”, com base no livro homónimo organizado por estes dois membros do Grupo de Contacto do LIVRE.

São também convidados do debate: o historiador Rui Tavares, também do Grupo de Contacto do LIVRE, o deputado João Galamba e psicóloga Joana Amaral Dias.

O debate inicia-se às 15h00 na Praça Laranja.

O livro “Estado Social – De Todos para Todos” (Tinta da China), foi recentemente lançado e resulta de reflexões resultantes da Conferência Vencer a Crise com o Estado Social e com a Democracia, organizada pelo Congresso Democrático das Alternativas a 11 de maio de 2013 no Fórum Lisboa.

Citando Aquilino Ribeiro

aquilino ribeiro

No segundo andar, sobre a rua, moram os Legrand, que têm nurse inglesa.
Deve orçar esta entre os catorze e dezasseis anos e, na sua formosura picante, é assim como belas e disparates coisas, tulipas leite, luar, vinho velho, sonho, amalgamadas numa só. O H. B. entra no prédio e, sentindo-a a subir a escada, estuga o passo; ela por sua vez parece que afrouxa o seu. A altura do primeiro encontram-se, fitam-se. Enleio, dengue, sorriso da girl; desejo, rasgo, dominação dele. Ela tira da boca o bombom que estava a chupar e oferece-lho. Assim não estava bem; torna-o a meter na boca e ali, na concha de vermeil, lho dá com impudente afoiteza. Entente anglo-lusa, da que honra o Criador!

É a Guerra, Aquilino Ribeiro, Bertrand.

A Cantar e a Contar | O Mito de Orfeu‏ | RUI VIEIRA NERY

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O MITO de ORFEU.

Com RUI VIEIRA NERY

Com a participação de ALDINA DUARTE, a realizar na próxima quinta-feira, 29 de Maio, 2014, às 18:30H

Centro Cultural de Belém, Lisboa

Nada mais apropriado para o fecho do Ciclo A CANTAR e a CONTAR, 2014, do que a conferência do Professor RUI VIEIRA NERY dedicada ao MITO de ORFEU. A Música sara as feridas da alma – e do corpo – e a história do apaixonado sedutor que, com a sua lira, aquietava e enfeitiçava o Cosmos – a terra, os céus, os oceanos, o mundo subterrâneo, os mortais e os imortais, os seres humanos, as plantas e os animais, enquanto mantinha , inalterável , o seu amor por Eurídice – tem atravessado os tempos como uma poderosa alegoria. Orfeu, o músico por excelência, foi também o homem que quebrou o tabu e ousou olhar o Invisível.

Entrada livre. Sala Luís de Freitas Branco

A Cantar e a Contar

A partir de uma ideia de ALDINA DUARTE, este ciclo, centrado na figura da cantora e intitulado genericamente A CANTAR e a CONTAR, regressou em 2014 com mais convidados e mais quatro sessões. Com a moderação de Helena Vasconcelos e a partir da relação de excelência entre os grandes textos da Literatura, a Música e o Canto, cada sessão desenvolver-se-á a partir da visão muito particular das personalidades convidadas as quais, pela sua sabedoria, sensibilidade e inteligência ajudarão a iluminar e engrandecer estes encontros, tendo por base os temas propostos.

ILUSÕES E OUTRAS FICÇÕES – Setúbal

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Fernando Dacosta não se cansa de vasculhar o tempo de Salazar e a convivência do ditador com o poder. Escreveu vários livros sobre o assunto. Na próxima sexta-feira teremos a oportunidade de falar com o escritor sobre os seus livros e muito mais. O mote é o Estado Novo, e a conversa vai ser de arromba. É que o convidado tem mesmo muito para dizer. Convidados. Apareçam.
José Teófilo Duarte (blogOperatório)

O Muito cá de Casa é uma iniciativa da DDLX e da Câmara Municipal de Setúbal – Divisão de Cultura, e conta com a colaboração da Culsete, Ler de Carreirinha e BlogOperatório.

Lanzarote em Lisboa

LanzaroteAjanelaDeSaramagoLisboa

Livro e exposição Lanzarote – A Janela de Saramago apresentados esta sexta-feira.

A 30 de maio, às 18:30, na sede do Camões-IP (Av. Liberdade, 270), será apresentado o livro Lanzarote – A Janela de Saramago, de João Francisco Vilhena e José Saramago, e inaugurada a exposição de fotografia com o mesmo nome. Esta sessão contará com a presença de Pedro San Ginés Gutiérrez, Presidente do Cabildo de Lanzarote, Catarina Vaz Pinto, Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa, Ana Paula Laborinho, Presidente do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, e de Pilar del Río, Presidente da Fundação José Saramago.

«Um súbito pensamento: será Lanzarote, nesta altura da vida, a Azinhaga recuperada?», questionava José Saramago nos seus Cadernos de Lanzarote. Em 1992, o escritor decidia mudar-se com Pilar del Río para essa ilha das Canárias, um local rodeado por vulcões onde encontrou a tranquilidade que procurava e onde ergueu a sua Casa e a sua Biblioteca. Há quinze anos, após o anúncio a atribuição do Prémio Nobel, recebeu o fotógrafo João Francisco Vilhena para um passeio de que resultariam fotografias surpreendentes, expostas em dezembro desse ano em Estocolmo, e agora reunidas no livro Lanzarote – A Janela de Saramago, que a Porto Editora publicou há poucos dias. Neste livro, as fotografias jogam em harmonia com os textos de José Saramago, presentes nos Cadernos de Lanzarote, sobre a terra, a paisagem, a vida: reflexões do Nobel português sobre os temas que o marcavam. Uma combinação que resulta num livro único.

Aires Mateus vence projecto para Mesquita em Bordéus in Jornal Público

Bordéus
Esquecer as conotações visuais de uma mesquita e traduzir no espaço a religiosidade muçulmana é o que propõe o atelier de arquitectura Aires Mateus que ganhou o projecto para o Centro Muçulmano de Bordéus, em França.

A ambição de construir um espaço contínuo e em que a ideia de unidade entre a religião e o quotidiano são centrais fez do projecto do arquitecto Manuel Aires Mateus o escolhido pela Fédération Musulmane de la Gironde.

A obra com o valor de 24 milhões e meio de euros e com quase 12 mil metros quadrados centra-se no culto e na cultura muçulmana, em que o lado religioso de cada indivíduo se estende à sua vida quotidiana. Foi esta ideia de continuidade e unidade da vida religiosa com a vida social que o atelier procurou neste projecto que vai ser erguido de raíz junto ao rio Garona, na zona nova de Bordéus, em França.

“Para este projecto procurámos um espaço absoluto, uma topografia contínua, uma arquitectura onde tudo está ligado: os diferentes usos [do edifício], os percursos que os relacionam, a luz filtrada que os caracteriza. Um todo sem partes”, lê-se na nota explicativa que acompanha o projecto.

Para a concretização física deste conceito, há um andar térreo de ligação à cidade com lojas e cafetarias – o lado social – e um outro superior onde estão as funções culturais – salas de aula. Entre estes dois, há um espaço aberto, revestido a vidro dedicado ao culto: duas salas, uma com 350 lugares para uso diário, e outra com 4 mil, para uso semanal. “Esse espaço é o grande vazio, em continuidade com o mundo, em que a luz exterior que se prolonga é um espaço para a religião sem fronteiras”, explica Aires Mateus ao PÚBLICO, acrescentando que o “culto é este lugar que está entre o céu e a terra, que o une e que nos interessa”.

O piso térreo quer ser ainda um lugar de ligação da comunidade muçulmana com a comunidade de Bordéus: este espaço é perfurado para que se possa circular por ele sem se seja um objecto fechado, perturbador da circulação na cidade.

“É mais estimulante por ser um espaço religioso, em que o que interessa é a espiritualidade e transcendência”, disse o arquitecto Manuel Aires de Mateus a propósito do primeiro projecto do atelier Aires Mateus para um espaço religioso. Apesar desta novidade, como nos anteriores trabalhos deste atelier, a centralidade do projecto volta a estar numa ideia de espaço.

http://www.publico.pt/cultura/noticia/aires-mateus-vence-projecto-para-mesquita-em-bordeus-1637557 … (FONTE)

Tomas Vasques | NOTAS SOLTAS (III)

TVO PS não capitalizou o descontentamento que afundou a Direita Unida, o que significa que, em tese, ficou em aberto quem ganhará as eleições legislativas do ano que vem. E tão grave quanto isso, o PS, mesmo em caso de vitória, ter de constituir governo com o PSD. Muita gente atribui este facto a António José Seguro, à pessoa mais do que à política de oposição por ele prosseguida. É um facto que Seguro não caiu no goto de ninguém e, aparentemente, parece ser uma menos-valia para os socialistas. No entanto, nunca saberemos se outro secretário-geral dos socialistas (quem?) obteria resultado diferente. Vale a pena lembrar, a tempo, ao PS, que se chegar ao governo para fazer “mais do mesmo”, arrisca-se a levar os socialistas no futuro aos 13% dos socialistas franceses ou aos 7% dos socialistas gregos.

Boaventura Sousa Santos | “Estar na Europa nestas condições é uma prisão”

SARA DIAS OLIVEIRA 26/05/2014 – 07:30 in Jornal Público
Boaventura-Sousa-SantosBoaventura de Sousa Santos, director do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, constata que a Europa da coesão social acabou e que a troika despromoveu Portugal, acentuando-lhe o estatuto de país semi-periférico.
O sociólogo de Coimbra avisa que, dentro de cinco anos, poderemos ter uma sociedade irreconhecível. E acusa o Governo de apresentar opções políticas como fatalidades.

Três anos de austeridade, de cortes. Como será o país no pós-troika?
Portugal carrega a condição de semi-periférico no contexto europeu há vários séculos. O pós-troika vem mostrar que esta condição vai durar muito mais tempo e que o objectivo que se pretendeu com a integração na União Europeia – tentar ver se Portugal saía desse estatuto – não foi possível. E a tentativa foi tão mal gerida que ficámos pior. Não ganhámos nada em termos da nossa posição no sistema mundial, não ganhámos nada com a integração na União Europeia e ficámos pior, porque perdemos os instrumentos que poderiam, de alguma maneira, provocar uma retoma significativa da nossa economia e da nossa sociedade. Portugal não é ainda um país subdesenvolvido, mas tem mais características de subdesenvolvido do que antes. Tínhamos passado a ser um país de imigrantes, voltámos a ser um país de emigrantes. Tínhamos direitos sociais no domínio do trabalho, velhice, educação e saúde, que têm sido precarizados de modo a que Portugal se pareça, cada vez mais, com um país subdesenvolvido ou do terceiro mundo. Este conceito de “pós-troika” precisava de uma análise semântica. O pós-troika foi criado por uma certa ideia nacionalista que existe no Governo, que foi amplificada simbolicamente como retoma da soberania nacional. Assim, quem não quer o pós-troika? Todos querem. O que não estão a ver é que a troika vai ficar, deixou tudo planeado.

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Thomas Piketty | anda por aí um novo Marx | Jornal Público

SÉRGIO ANÍBAL
Anunciado por uns como o “novo Marx”, mas acusado por outros de ter renegado o trabalho do autor de O Capital, Thomas Piketty agitou o debate político e económico nos Estados Unidos e na Europa com um alerta: a actual sociedade capitalista está cada vez mais parecida com o mundo desigual do século XIX descrito por Jane Austen e Honoré de Balzac.

. Darcy não é de muitas falas e faz tudo para manter uma figura misteriosa, mas há algo sobre ele que toda a gente sabe: o seu rendimento anual é desde a morte do seu pai e continuará a ser até à sua própria morte de mais de 10 mil libras. É esse rendimento garantido, uma verba astronómica inalcançável pela grande maioria, que lhe permite uma vida inteira sem trabalhar e que o torna uma oportunidade única de ascensão social que nenhuma jovem pretendente de mente sã deve rejeitar. Mr. Darcy é uma personagem criada por Jane Austen em 1813 e representa a classe alta da sociedade britânica do início do século XIX, onde o mérito e o esforço de cada um estavam longe de ser vistos como passaportes para o sucesso financeiro.

Mr. Gates não é uma personagem de um livro. Criou a Microsoft em 1977 e acabou por se tornar o homem mais rico do mundo. Nos últimos anos, parece estar a fazer tudo o que pode para ficar com menos dinheiro. Deixou de trabalhar, vendeu quase toda a sua participação na Microsoft e entregou 29 mil milhões de dólares à sua fundação. Mas, mesmo assim, a fortuna não o deixa. Está avaliada actualmente em 79 mil milhões de dólares, um valor que é 16 mil milhões mais elevado do que era há dois anos.

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24 Maio 2014 | Bula ‘Manifestis Probatum’ fez 835 Anos

Roma atrasou o reconhecimento da existência soberana de Portugal durante décadas (36 anos, exactamente) mas acabou por ter de a reconhecer! Fê-lo com a bula ‘Manifestis Probatum’, emitida a 23 de Maio de 1179 pelo Papa Alexandre III, que reconhece Afonso Henriques como “Ilustre Rei dos Portugueses” e seu “excelso domínio, o reino de Portugal”… E reconhece a validade ao Tratado de Zamora de 5 Outubro 1143 em que Afonso VII de Leão e Castela reconhece Portugal como reino independente e Afonso Henriques como seu “rex”… Quase no fim da sua vida, Afonso Henriques obtinha mais uma vitória, agora sobre a má vontade do Vaticano e seus papas pró-castelhanos, e ganhava uma guerra que vinha desde 1139, quando os seus guerreiros o haviam proclamado Rei de Portugal nos campos de Ourique.
bula

Festival Literário de Chambéry

affiche_ED27A Cristina Drios está de malas aviadas para participar na 27.ª edição do Festival do Primeiro Romance de Chambéry, depois de o romance «Os Olhos de Tirésias» ter sido o vencedor da selecção portuguesa, feita pelos grupos de leitores das Bibliotecas Municipais de Oeiras. É com muito orgulho e emoção que os restantes marujos do Colectivo NAU dizem “bon voyage, Cristina!” E ficamos todos à espera do relato dessa merecida e certamente inesquecível experiência.

Saiba mais sobre o Cole©tivo NAU.

A Cristina Drios nasceu em Lisboa, em Maio de 1969, e vive em Lisboa.

perfil_cristina-drios2E entre Lisboa e Lisboa, a Índia do seu primeiro livro (de contos), a Birmânia, o Japão, o Camboja, o Senegal, Marrocos, Chile, a Guatemala, a Nicarágua e mais as serras para os lados da Lousã.

Fez liceu francês, licenciada em direito, exerce há vários anos na área da Propriedade Intelectual.

Fotógrafa amadora, viajante e leitora compulsiva, diz do tédio ser a mais incurável das doenças, e não sei se acredito no tédio dos seus dias, apenas na inevitável rotina.

Mais aqui no Das Culturas.

Rui Tavares | Chegámos ao início da aventura

livreOntem, ao discursar na sede de campanha do LIVRE, improvisando perante tanta gente que ainda há poucos meses não imaginava que iria fazer um partido junta, saiu-me uma frase em que não tinha pensado antes, mas que está na essência do nosso projeto político: “peço-vos que nunca digamos uma palavra em que não acreditemos”.

O projeto do LIVRE está em trazer conteúdo à política e significado a algumas palavras que foram esvaziadas pela política sem conteúdo. Há palavras que só ganham vida se estivermos dispostos a agir por elas. E, nos últimos anos, demasiadas palavras foram esvaziadas. Não basta falar de democracia, é preciso praticá-la — e por isso fizemos primárias abertas. Não basta falar de mudança, é preciso ser a mudança — e por isso usamos a democracia deliberativa como método. Não basta falar de Europa — é preciso explicar o que fazer com ela, e por isso temos o programa mais completo e bem fundamentado destas eleições.

O objetivo é ter uma política que deixe de tratar os cidadãos como se eles tivessem uma mera câmara de eco no lugar da cabeça. E aventura só agora começou. Há tantas palavras a preencher de significado nos dias de hoje. Há quem fale de patriotismo, sem estar disposto a modificar a sua tática partidária quando o país está em risco. Há quem fale de europeísmo, quando viu a pior crise abater-se sobre a Europa e não levantou a sua voz contra a política de vistas curtas que nos dominou. Há quem fale de esquerda, e recuse admitir que a esquerda será sempre uma aliança de diferentes — de todos os que não são ricos nem poderosos — cujo objetivo é mudar o mundo presente, e não digladiar-se em disputas bizantinas sobre quem é mais puro no reino dos céus.

Nós não podemos continuar a esperar que o significado desça sobre estas palavras como quem reza pela chuva. Temos de ser nós a fazer algo por estas palavras: solidariedade, justiça, progresso, futuro, liberdade. Temos uma responsabilidade perante elas, que é uma responsabilidade perante nós mesmos e os nossos concidadãos. Queremos viver numa política em que haja correspondência entre o que se diz e o que se faz. E, por uma vez, basta querer para se começar a fazer.

Nestas semanas explicámos o “porquê” do LIVRE — porque era necessário um partido mais aberto, mais democrático, mais libertário, com uma voz autónoma para a ecologia, no meio da esquerda portuguesa. Para logo depois explicar o “para quê”: para que serve votar no LIVRE, eleger deputados e deputadas que implementarão o nosso programa legislativa, e fazer do LIVRE uma surpresa que tenha impacto na formação de governo em Portugal.

E ontem juntámos ao “porquê” e ao “para quê”, mais duas palavras: o “contra” e o “como”.

O “contra” é uma palavra muito importante. Não se pode viver sem recusar, não se pode ser pessoa sem poder dizer não, sem desobedecer. Mas cada “contra” encerra em si uma responsabilidade política: a do “como”. Não se pode estar contra sem ao menos tentar procurar um “como”: como sair da situação em que nós encontramos, como combater o que nos aflige, como reformular as regras do jogo, como ser a mudança que queremos fazer.

Tenho muito orgulho de estar num partido que a cada momento leva a sério essas palavras: porquê, para quê, contra, como. Temos brio em explicar claramente o que queremos fazer com cada uma delas.

Agora chegámos ao início da aventura. Vamos pela primeira vez apresentar-nos ao voto dos nossos concidadãos, com um sorriso estampado na cara. Nós não acreditamos só na democracia; gostamos dela. Vamos contentes ao encontro dela. Estamos contentes porque fizemos uma campanha digna, porque falámos do futuro e da Europa (e de Portugal nela), porque não nos deixámos desviar do nosso caminho, porque não fizemos um único ataque pessoal, não caímos numa única controvérsia artificial ou inflacionada, não perdemos um segundo com aquilo que não interessava. Ao invés de jogar para a agenda mediática das próximas 24 horas, pensámos e falámos sempre dos próximos 5 anos.

E agora falta uma hora para fechar a campanha. É a hora dos últimos telefonemas, dos últimos panfletos, dos últimos argumentos. Estamos bem perto de conseguir mudar a política portuguesa. Falem com toda a gente que puderem nestes minutos. Expliquem o que é este partido, o que ele pode fazer, como ele pode melhorar a democracia, como os seus deputados e deputadas no PE legislarão para mudar a Europa. Persuadam muitos, convençam todos os que puderem.

Só vos peço uma coisa: que nunca digam uma palavra em que não acreditem.

Rui Tavares

Como o Capital Financeiro conquistou o Mundo | José Nascimento Rodrigues

capa190-bBREVE HISTÓRIA DE CINCO REVOLUÇÕES FINANCEIRAS
Do “papel-voador” na China aos algoritmos que dominaram Wall Street

A emergência do capital e do capitalismo é comummente associada ao processo de acumulação primitiva ligado à Revolução Industrial, no Reino Unido. Mas, na realidade, é muito mais antiga. A China e o império muçulmano foram o berço de inovações de mercado e financeiras que se estenderam por séculos. A cronologia que se publica percorre mais de um milénio de história desde a criação por mercadores chineses do “papel-voador”, no final do distante Império Tang, aos algoritmos financeiros que conquistaram Wall Street em pleno século XXI e fazem tremer o sistema financeiro surpreendido com derrocadas-relâmpago. Inclui-se uma passagem obrigatória pelo papel globalizador da Expansão portuguesa nos séculos XV e XVI, que atrairia a alta finança europeia para o Atlântico e transformaria o “português de ouro” manuelino em divisa internacional.

Este livro tem dois objectivos: Por um lado, projectar um filme rápido sobre a história mais do que milenar do nascimento e expansão do capital financeiro, através das revoluções que liderou desde o final do século VIII. A sua história está cheia de inovações surpreendentes. Não se trata de uma história breve do dinheiro, nem dos bancos, nem da política monetária soberana. Mas dos principais capítulos da projecção estratégica deste segmento do capitalismo.

Por outro lado, ressaltar que a financeirização é a maior mu­dança estrutural no capitalismo nos últimos dois séculos. Com­preender esse fenómeno é hoje crucial.

Imposto sobre fortunas é preferível à austeridade | Thomas Piketty in Expresso

o-governo-e-a-lavagem-de-dinheiro-5(…) A melhor opção, diz o fundador da École d’Économie de Paris, é um imposto extraordinário progressivo sobre o valor líquido das fortunas acima de €1 milhão, com uma taxa de 1% entre 1 e 5 milhões e de 2% acima de 5 milhões, aplicado ao longo de um período de tempo como medida fiscal de emergência. (…)

A taxa anual progressiva sobre as fortunas (avaliadas em termos líquidos, insiste o autor para não assustar as classes médias) acima de €1 milhão, poderia abranger, no caso da União Europeia (UE), uma minoria de 2,5% da população adulta e permitir uma arrecadação fiscal anual na ordem de €300 mil milhões, equivalente atualmente a 2% do PIB. Essa taxa deve aplicar-se a todo o tipo de ativos detidos por esses escalões de contribuintes.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/imposto-sobre-fortunas-e-preferivel-a-austeridade=f871714

Edward Snowden – Sem Esconderijo

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O dia-a-dia de Edward Snowden após as revelações bombásticas que o obrigaram a esconder-se das autoridades norte-americanas.

Uma semana após a publicação internacional, chega a Portugal Sem Esconderijo, um novo olhar sobre o escândalo de vigilância da NSA, do repórter que trouxe a história a público.

O jornalista de investigação do The Guardian e autor best-seller Glenn Greenwald fornece um olhar aprofundado sobre o escândalo NSA, que provocou um debate nos EUA sobre a segurança e a privacidade das informações nacionais. Com novas revelações contidas nos documentos confiados a Glenn Greenwald pelo próprio Edward Snowden, este livro explora a extraordinária cooperação entre a indústria privada e a NSA, e as inumeráveis consequências do programa de vigilância do Governo norte-americano, tanto a nível nacional como mundial.

Leia aqui uma entrevista com o autor.
Leia aqui a recensão.

As Leis da Fronteira

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As Leis da Fronteira confirma Javier Cercas como uma das figuras indispensáveis da narrativa contemporânea.

No próximo dia 23 de maio chega às livrarias nacionais o mais recente livro de Javier Cercas, um dos mais conceituados autores espanhóis da atualidade. As Leis da Fronteira é uma impetuosa história de amor e desamor, de enganos e violência, de lealdades e traições, de enigmas por resolver e de vinganças inesperadas.

No verão de 1978, com Espanha a sair ainda do franquismo e sem ter entrado definitivamente na democracia, quando as fronteiras sociais e morais parecem mais porosas do que nunca, um adolescente chamado Ignacio Cañas conhece por acaso Zarco e Tere, dois delinquentes da sua idade, e esse encontro mudará para sempre a sua vida. Trinta anos mais tarde, um escritor recebe o encargo de escrever um livro sobre Zarco, transformado nessa altura num mito da delinquência juvenil da Transição. O que acaba por encontrar não é a verdade concreta de Zarco, mas uma verdade imprevista e universal, que nos diz respeito a todos.

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Austeridade, Democracia e Autoritarismo

Austeridade, Democracia e Autoritarismo - capa final pantones

Entre a austeridade e o autoritarismo que papel fica reservado à democracia na busca de soluções para a saída da crise?

A presente obra de André Freire tem como temas principais as crises financeira, económica e político-democrática que Portugal tem vindo a experimentar (e a sofrer) ao longo dos últimos anos. Lateralmente, encontram-se nela também não poucos elementos para uma análise das reformas político-institucionais de que o país carece para ultrapassar os bloqueios do seu sistema político e para viabilizar ou facilitar a sua governabilidade, bem como para uma possível interpretação da chamada «crise das esquerdas».

O lançamento do livro terá lugar no Auditório da Câmara Municipal de Lisboa, Praça do Município, no próximo dia 3 pelas 18:30. A apresentação estará a cargos dos historiadores Irene Pimentel e Pacheco Pereira.

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HELMUT NEWTON FOUNDATION | SEX AND LANDSCAPES | Opening 4 June 2014, 8 pm

In June 2014 the Helmut Newton Foundation celebrates its tenth year anniversary. The museum first opened its doors with the exhibitions “Us and Them” and “Sex and Landscapes”, which were selected by Helmut Newton shortly before his death. Now, ten years later, foundation president June Newton (a.k.a. Alice Springs) has chosen the same combination.

“Us and Them” is a joint exhibition and book project by Helmut and June Newton. A photographic journal of their life together, the project includes self-portraits, at times intimate, reciprocal portraits, as well as photographs of actors, artists, and other prominent figures of the times. Taken during the 1980s and 1990s at separate sittings, the photographs of the international jet set by Helmut Newton and Alice Springs are presented side-by-side in pairs.

The exhibition “Sex and Landscapes” brings together large-format landscapes and nude photographs taken in black-and-white and color between 1974 and 2001. Overclouded seascapes and breaking waves outside Monte Carlo or neo-baroque Madonna figurines in small Italian towns mingle with nudes in glamorous and provocative scenes of erotic obsession, played out by a female cast.
HELMUT NEWTON FOUNDATION
Museum of Photography
Jebensstrasse 2 / 10623 Berlin
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Tuesday, Wednesday, Friday 10 a.m. – 6 p.m.
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Saturday, Sunday 11 a.m. – 6 p.m.

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GUIDED TOURS
every Sunday 4 p.m.
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Ricardo Araújo Pereira apoia Livre para viabilizar “combinações à esquerda”

euro-stars-papoila-770x598Já era tempo de os portugueses poderem candidatar-se a eleições sem estarem reféns de uma direcção partidária. Esta é uma das ideias que Ricardo Araújo Pereira vai usar para justificar o apoio que decidiu dar ao partido Livre e à reeleição de Rui Tavares como deputado europeu.

A dirigente do Livre Marta Loja Neves confirmou ao PÚBLICO que o humorista gravou um tempo de antena que irá para o ar na SIC na próxima terça-feira. Durante cerca de dois minutos, Ricardo Araújo Pereira, que não tem filiação partidária, justifica a opção com a crença de que o Livre “viabiliza novas combinações à esquerda”. Uma esquerda, diz, “que não abdique dos seus princípios, mas que não atire a governação para os braços da direita.”

http://www.publico.pt/politica/noticia/ricardo-araujo-pereira-apoia-livre-para-viabilizar-combinacoes-a-esquerda-1636414 … (FONTE)

O Pecado de Porto Negro, de Norbeto Morais

O Pecado de Porto NegroEm Porto Negro, capital da ilha de São Cristóvão, toda a gente conhece Santiago Cardamomo, o bom malandro que trabalha na estiva, tem meio mundo de amigos e adora mulheres, de preferência feias, raramente passando uma noite sozinho. O seu sucesso junto do sexo oposto enche, aliás, de inveja aqueles a quem a sorte nunca bateu à porta, sobretudo o enfezado Rolindo Face, que há muito alimenta esperanças no amor de Ducélia Trajero –a filha que o patrão açougueiro guarda como um tesouro. Mas eis que, no dia em que ensaiava pedir a sua mão, assiste sem querer a um pecado impossível de perdoar que acabará por alterar a vida de um sem-número de porto-negrinos, entre os quais a da própria mãe; a de um foragido da justiça que vive um amor escondido para se esquecer do passado; a de Cuménia Salles, a dona do Chalé l’Amour, a mais afamada casa de meninas da cidade; ou a de Chalila Boé, um mulato adamado que, nas desertas horas da madrugada, se perde pelo porto à procura do amor.

Retrato de Rapaz, de Mário Cláudio

Retrato de RapazFarto do descaminho de Giacomo, o pai vem deixá-lo ao estúdio de banho tomado, mas ainda com andrajos e piolhos, para que o artista que exuma cadáveres e constrói máquinas voadoras o endireite e faça dele seu criado. A beleza do rapaz impressiona Leonardo, que logo pensa nele para um anjo, concluindo porém que lhe assentam melhor corninhos de diabrete, e assim o rebaptizando como Salai. Serão, de resto, os pecadilhos do rapaz que o farão cair nas boas graças do amo e o elevarão à categoria de aprendiz sem engenho mas com descaramento para emitir opiniões, borrar a pintura, traficar pigmentos e até surripiar desenhos. E, num jogo de pequenas traições mútuas, vai-se criando entre Salai e o pintor uma cumplicidade que os aproximará como se fossem pai e filho.

Retrato de Rapaz é uma novela fulgurante sobre a relação entre mestre e discípulo, nem sempre isenta de drama e decepção, e sobre a criatividade de um artista genial em tudo, mesmo na gestão dos seus afectos.

Proposta para a resolução da dívida

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É tempo de organizar uma conferência com os governos e os novos Parlamento e Comissão para resolver os problemas do excesso de dívida, crescimento económico anémico e falta de robustez institucional do euro

A crise da zona euro apanhou a União Europeia mal equipada, desprevenida e desorientada. A arquitetura da moeda única estava incompleta e era incoerente, as contas de alguns estados-membro foram falsificadas com a cumplicidade de grandes bancos internacionais e a aquiescência dos seus parceiros europeus, Bancos faliram, contribuintes foram chamados a segurar os bancos, as dívidas soberanas explodiram e, sobretudo, perante a passi idade dos “líderes” europeus e a resistência do governo da Alemanha, explodiram os seus juros. A reação, quando chegou, passou pela criação semi-improvisada de novos mecanismos — o Fundo Europeu de Estabilização Financeira — e organismos — a troika — que não estavam previstos pelos Tratados ou violavam os seus artigos.

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Citando Donald Ray Pollock

78487_pollock_donald_rayApesar de nunca ter falado no assunto, também tinha pensado muito na empregada do White Cow. Até passara por lá uma vez e pedira um batido de leite, só para ver como ela era. Preferia que Lee nunca lhe tivesse dito nada. O que mais a perturbava era a rapariga ser tão parecida com ela antes de Carl ter entrado na sua vida: nervosa, tímida e desejosa de agradar. Depois, há umas noites quando estava a servir um copo a um homem que a fodera de graça, não conseguiu deixar de reparar que ele agora nem sequer olhava para ela. Quando o viu sair do bar algum tempo depois com uma lambisgoia com uma grande dentuça e um casaco de pele falso, lembrou-se de que Carl andava à procura de uma substituta para ela. Custava-lhe pensar que tinha desistido dela, mas por que é que ele havia de ser diferente de todos os outros sacanas que tinha conhecido? Esperava estar enganada, mas talvez não fosse má ideia de todo andar com uma arma.

Sempre o Diabo, de Donald Ray Pollock, Quetzal.

Leia a recensão no Acrítico – leituras dispersas.

10 anos de Naifa

A Naifa celebrou os seus 10 anos de existência com um concerto no Tivoli. Eduardo Pitta esteve presente, estas são as suas palavras:

A Naifa fez 10 anos. Como o tempo passa. Ontem, no concerto do Tivoli que celebrou a data, uma sala cheia vibrou com dezoito canções, uma delas «Rapaz a Arder», a partir do meu poema. Mas foi com duas canções míticas de Ary dos Santos, «Tourada» e «Desfolhada», que a sala (cheia de caras conhecidas) veio abaixo. Parabéns à Mitó Mendes, ao Luís Varatojo, à Sandra Baptista e ao Samuel Palitos.
(Eduardo Pitta, no facebook)

Quatro Cantos do Mundo

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QUATRO CANTOS DO MUNDO é o mais recente livro de Cristina Carvalho, a sair brevemente.

Uma homenagem a quatro dos principais e históricos cientistas e exploradores deste planeta Terra:

Roald Amundsen – A história “Vidas Brancas”

Jacques-Yves Cousteau – A história “Viajando sob o Azul Intenso das Águas”

David Livingstone – A história “A Noite é o Lugar mais Tranquilo do Mundo”

David Attenbourough – A história “Casa Verde”

Publicado por Planeta Manuscrito com ilustrações de Manuel San-Payo.

Contos Vagabundos

A Porto Editora publica Contos Vagabundos, de Mário de Carvalho, uma compilação de contos de diversas origens, perspetivas e estilos, onde o realismo do dia a dia se cruza com o mundo da fantasia e do absurdo, pleno de ironia e sátira.

Esta nova edição inclui uma parte dos contos anteriormente publicados no Nas palavras de Urbano Tavares Rodrigues, «Mário de Carvalho escreve um português de matriz clássica, em que por vezes o vernáculo está ao serviço da ironia ou mesmo de efeitos desabaladamente cómicos. Tal sucede em muitos destes contos, que são ou pequenas maravilhas de non sens ou alucinantes relatos de hiper-realismo alentejano».

Este livro está inserido no Plano Nacional de Leitura para o Ensino Secundário, como sugestão de leitura.

777 Frases de Fernando Pessoa

77 frasesComo Viver (ou não) em 777 Frases de Fernando Pessoa, Fernando Pessoa / Richard Zenith (organização)

Não ensines nada, pois ainda tens tudo que aprender.

Quando puderes dizer o teu grande amor, deixa o teu grande amor de ser grande.

O coração, se pudesse pensar, pararia.

Um livro de autoajuda de um dos maiores autores de Língua Portuguesa de todos os tempos. Disposto em 7 secções temáticas, precedidas por 7 frases preparatórias e sucedidas por uma conclusão em 7 frases, este é um extraordinário conjunto de reflexões e conselhos úteis para lidarmos com o misterioso e nem sempre cómodo facto de existirmos.

Todos os grandes temas tratados em pequenos trechos de uma imensa genialidade. Para ler de rajada, ou como um oráculo ou um Livro de Horas.

Escolha, organização e notas de um dos mais notáveis pessoanos do nosso tempo, galardoado em 2013 com o Prémio Pessoa.

 

Através da Chuva, de Miguel Gullander

Através da ChuvaTendo perdido a maior parte do seu tempo de vida encarcerado num estranho coma, o senhor Svart desperta em Estocolmo com um único objectivo: ver uma palanca negra gigante no coração de Angola. Por coincidência, uma ONG contrata-o como consultor de um projecto de desenvolvimento rural. Encontrar a palanca negra gigante é uma das propostas. Partindo para África, o criptozoólogo sueco confronta-se com o seu passado não resolvido e a suspeita de que as coordenadas da realidade estão alteradas. Amores abandonados, convicções traídas e um arqui-inimigo dos tempos revolucionários reaparecem-lhe durante a viagem. Na sufocante circularidade da sua busca e fuga, o senhor Svart descobre que talvez ainda não tenha despertado do pesadelo.

Carte postale de Salvador Dali à Picasso |

dali

[octobre 1949]

Très cher Picasso,

Ge travaille chaque matin depuis la leve du soleill
et je la satisfaction de pouvoir vous assure
que je suis entrain de peindre des
veritables chefd’euvre dans le genre de
ceux que l’on faisait aux epoques de Rafael.

Merci, merci avec votre geni iberique
integral et categorique vous havais tue
Buguereau et aussi et surtout l’art moderne
tout entier ! maintenant on peut de
nouveau peindre originallement

Bon jour ! vous embrasse
et viendre vous montrai encore une fois mais tableux
vous serai fou de joie votre

Salvador Dali

http://www.deslettres.fr … (FONTE)

Ajudas a Portugal e Grécia foram resgates aos bancos alemães | ISABEL ARRIAGA E CUNHA (Bruxelas) a Philippe Legrain in Jornal Público

839165Philippe Legrain, foi conselheiro económico independente de Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia, entre Fevereiro de 2011 e Fevereiro deste ano, o que lhe permitiu acompanhar por dentro o essencial da gestão da crise do euro. A sua opinião, muito crítica, do que foi feito pelos líderes do euro, está expressa no livro que acabou de publicar “European Spring: Why our Economies and Politics are in a mess”.

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Citando Paulo Dentinho | Sobre o Festival da Canção

A música é um adereço para expor o grotesco ou será o contrário? O vencedor(a) do festival da Eurovisão venceu porque tem uma bela voz e uma bela canção ou porque é uma coisa extravagante? A Miley Cyrus canta bem, mas porque precisa de simular um broche a uma pila enorme num concerto? Ou porque necessitará a Rihanna de roçar a peida nas paredes como se estivesse com cio? Coitado do Brahms e do Schubert! No tempo deles não havia disto.

Lisboa convida – Restaurante Fidalgo

O sítio Lisboa Convida Brasil, guia das melhores compras em Lisboa, recomenda o restaurante Fidalgo.

De portas abertas desde 1971, este restaurante pequeno e familiar é um valor seguríssimo para quem procura boa comida portuguesa. Pratos tradicionais bem confeccionados e bom ambiente numa sala recentemente renovada. O Sr. Eugénio é a alma da casa e acolhe os clientes com brio e profissionalismo. Frequentado por jornalistas, intelectuais e artistas que não saem sem deixar um rabisco na toalha de mesa.

Este restaurante fica situado no Bairro Alto, não muito longe da saída do Metro do Chiado e da Praça de Camões.

Saiba mais aqui.

“Obrigado, sr. Putin!”, por General Loureiro dos Santos

capa-gen-loureiro-dos-santos-9870(…) Registe-se contudo que este caso foi uma acção levada a efeito por Putin para ganhar vantagem, aproveitando uma situação de vulnerabilidade criada por erros ocidentais e aproveitando a oportunidade que lhe foi dada pela iniciativa da Alemanha, que também por motivos de interesse geopolítico idêntico mas de sentido inverso aos de Moscovo, financiara a revolta de Kiev para apear o Presidente da República da Ucrânia afeto à Rússia, visando assim garantir o controlo do espaço geopolítico ucraniano que os alemães também procuravam alcançar. (…)

Ler mais:

http://idportuguesa.pt/?p=7698 … (FONTE)

Lettre de Robert Schuman à Konrad Adenauer

Robert_Schuman-1929-640x600L’Europe ne se fera pas d’un coup ni dans une construction d’ensemble. Elle se fera si des réalisations concrètes créent d’abord une solidarité de fait.

Deux jours avant son discours historique du 9 mai 1950 lançant une solidarité économique et industrielle entre les Etats européens, autour de la production de charbon et d’acier, Robert Schuman cherche encore à convaincre le Chancelier allemand, Konrad Adenauer, de l’importance d’une telle résolution. Lettre capitale dans les coulisses de la construction de la Communauté Européenne, alternative géniale et historique à la guerre qui décime, chaque siècle, le Vieux Continent.

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Apresentação de “A Ironia do Projeto Europeu”, de Rui Tavares

livre_logo_29 de Maio às 21h30
Na sexta-feira, 9 de maio, a editora Tinta da China promove a apresentação do livro “A Ironia do Projeto Europeu“, da autoria de Rui Tavares.

A apresentação estará a cargo de Clara Ferreira Alves e Viriato Soromenho Marques e terá lugar na sede de campanha do LIVRE, no espaço Frágil (Rua da Atalaia, 126, ao Bairro Alto, Lisboa).

Saudações LIVREs

Cole©tivo Nau – novos autores unidos

Teorema_9789724746289_os_olhos_de_tiresias-miniA paixão pela literatura a unir oito novos autores portugueses. São o Cole©tivo NAU – Novos Autores Unidos.

o Cole©tivo NAU tem por objetivo principal defender a valorização dos novos autores portugueses e a promoção geral da literatura escrita em língua portuguesa. Este projeto assume-se como parceiro de livreiros, editoras, blogues literários, comunidades de leitores, e demais entidades e indivíduos que apreciem e apoiem os novos autores portugueses.

O Cole©tivo NAU terá uma tripulação máxima de 12 marujos; cada autor ocupará o cargo de timoneiro durante um mês, período em que a sua obra será destacada pelo Cole©tivo.
Quando um marujo do Cole©tivo NAU publicar o seu quarto romance transitará automaticamente para um posto honorário, cedendo a sua vaga efetiva a um novo autor.

Cristina Drios apresenta o seu Os Olhos de Tirésias como primeiro timoneiro deste projeto.

Conheça o projeto aqui.

Quando fores mãe, vais ver

Quando fores maeNo primeiro domingo de maio celebra-se o Dia da Mãe e, como nascemos sem o respetivo manual de instruções, aqui deixo uma sugestão para este dia. Uma leitura indispensável a todas as mães e a todos os filhos. Quando fores mãe, vais ver é um livro de Ana Saragoça, editado pela Planeta.

O Das Culturas falou com a autora.

– Como surgiu a ideia deste livro?
A ‘mãe’ da ideia foi a Ana Maria Pereirinha, editora da Planeta Manuscrito, que pretendia um livro bem humorado sobre as ‘mães à portuguesa’ e os ditos comuns a grande parte delas. Depois de ter visto A Mãe da Noiva, uma micropeça que escrevi para o Teatro Rápido, achou que eu era a pessoa certa para elaborar o conceito. Como alentejana e filha de alentejana, pareceu-me bem enriquecê-lo com um capítulo de ditos usados na minha família há gerações.

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É a Guerra


guerraÉ a Guerra
, Aquilino Ribeiro

Prefácio de Mário Cláudio

No ano em que se assinala o centenário do início da Primeira Guerra Mundial, a Bertrand Editora reedita É a Guerra, o diário de Aquilino Ribeiro, composto na fase inicial do conflito, em Paris, onde o autor então residia.

Um retrato pessoal e íntimo de Aquilino Ribeiro sobre um dos mais importantes acontecimentos da História mundial recente, com a qual a Bertrand dá continuidade à publicação das obras do grande escritor português. O livro integra também um conjunto de edições através do qual a Bertrand revisita a Primeira Guerra Mundial e o contexto em que a mesma se desenrolou.

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O que faremos se o sistema já não conseguir criar trabalho? | ALEXANDRA PRADO COELHO in Jornal Público 21/04/2013

No capitalismo, é a relação com o trabalho que nos define, diz o filósofo Anselm Jappe, em Lisboa a convite do Teatro Maria Matos. Mas o sistema é um “castelo de cartas que começa a perder peças”. E é tempo de repensar o conceito de trabalho

O capitalismo distorceu a ideia de trabalho, desligando-a das necessidades reais da sociedade. Trabalhamos a um ritmo cada vez mais acelerado apenas para alimentar a lógica do sistema. Mas este parece ter entrado numa rota de autodestruição porque, com a exclusão de cada vez mais gente do mercado de trabalho, há também cada vez mais gente excluída do consumo, afirma o filósofo Anselm Jappe, nascido em 1962 na Alemanha e que hoje vive entre França e Itália.

Jappe – que tem três livros editados em Portugal pela Antígona, entre os quais As Aventuras da Mercadoria (2006) – faz uma conferência, na próxima terça-feira, dia 23, no Teatro Maria Matos, no âmbito do ciclo Transição. Na conferência (em português), com curadoria de António Guerreiro, Jappe vai explicar por que devemos repensar o conceito de trabalho.

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