Plano de reestruturação. “Se falharem as negociações em Bruxelas, a TAP é liquidada” | Ministro Pedro Nuno Santos | Texto de André Freire

Muitos parabéns ao senhor ministro das infra-estruturas, Pedro Nuno Santos, pela excelente entrevista que deu ontem, 11-12-2020, na SICN, 23-24h, no horário habitual do Expresso da Meia Noite. Primeiro, pela forma vigorosa e contundente como desmascarou e contrariou um estilo de “entrevista jornalística” hoje muito em voga, não apenas na SICN (estes são apenas campeões, mas é geral), em que os jornalistas se comportam como opinadores num debate (no caso o diretor de expresso, João Vieira Pereira, e José Gomes Ferreira), emitindo opiniões (geralmente eivadas de uma vertigem populista, anti estado e anti político, de forte recorte neoliberal, defendendo tudo e o seu contrário) e impedindo amiúde o entrevistado de falar, para emitirem as suas opiniões…. Segundo, porque o plano de restruturação da TAP é muitíssimo duro e difícil, sobretudo para um governo de centro-esquerda e um ministro da ala esquerda do governo, e o Pedro defendeu-o com muita coragem, clareza e frontalidade! Terceiro pela preparação técnica que demonstrou à exaustão e pela forma como evidenciou também à exaustão a importância estratégica da TAP para o país! Quarto, pela defesa clara e inequívoca como defendeu o papel do Estado na companhia, contra o canto de sereia da vertigem neoliberal de privatizar tudo o que mexe, negando porém a rotunda falsidade de que o Estado queria o controlo total da TAP e fez sair os privados: estes é que, perante as dificuldades, “não quiseram colocar mais um tostão na TAP” e preferiram vender a sua posição ao Estado!

André Freire

Retirado do Facebook | Mural de André Freire

ENTREVISTA | VIDEO DA SIC NOTÍCIAS

https://sicnoticias.pt/economia/2020-12-12-Plano-de-reestruturacao.-Se-falharem-as-negociacoes-em-Bruxelas-a-TAP-e-liquidada

SETE RAZÕES PARA NÃO VOTAR FERNANDO MEDINA NAS AUTÁRQUICAS EM LISBOA (II): UMA REPOSTA AOS CRÍTICOS | André Freire

Pelo menos nas redes sociais, este artigo, «Sete razões para não votar Fernando Medina nas autárquicas em Lisboa», gerou uma grande celeuma. Alguns críticos reagiram com elevação e pertinente sentido crítico, outros nem tanto, reagiram mais com profundo sectarismo. Não vou aqui debruçar-me sobre todas as críticas e muito menos responder a todas elas. Esta é, pois, uma resposta às críticas de que me recordo, que reputo mais pertinentes e feitas com maior elevação e menor sectarismo. E tal como nas razões para não votar em Medina, também na resposta aos críticos me fixo no número mágico de sete respostas. Claro que houve também muitos elogios, por exemplo aqui, mas desses não me ocupo aqui.

Um primeiro lote de questões críticas dizia respeito à eventual instrumentalização do artigo e dos argumentos pela direita. É uma crítica pertinente, pois pode acontecer e terá até já acontecido…, mas tal não pode ser razão para calarmos a nossa voz perante o que está mal, do nosso ponto de vista, genuíno e consciente.

Uma segunda linha de críticas tinha a ver com eu parecer desejar que a oposição (de direita) estivesse forte, e quiçá ganhasse. Quem ler o ponto sete verá que não é isso, mas de qualquer modo a valoração (que efetivamente faço) de uma oposição forte e com capacidade de escrutínio, seja ela de direita ou de esquerda, é algo que creio que deve ser feito por todos os democratas, pois uma oposição forte é uma condição sine qua non do bom governo.

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Para lá da Geringonça | André Freire

ANDRÉ FREIRE

Professor Associado com Agregação em Ciência Política. Foi diretor da Licenciatura em Ciência Política do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa (2009-2015). É desde 2015 diretor do Doutoramento em Ciência Política do ISCTE-IUL. Investigador Sénior do CIES-IUL. Autor de numerosas publicações em livros e revistas académicas. Perito e consultor convidado de várias instituições nacionais e internacionais.

Sete razões para não votar Fernando Medina nas autárquicas de Lisboa (I) | André Freire in jornal Público

É preciso que o PS perca a maioria absoluta e tenha de negociar com forças com efetivo e conhecido peso político-eleitoral.

Há um principio básico em democracia, a prestação de contas. O caso do PS/Medina, em Lisboa, aponta em sentido oposto. Ao fim de 10 anos no poder, 2007-2017, estão a fazer todas e mais alguma obra(s) no final do terceiro mandato, como se tivessem chegado anteontem, e tornando a vida dos eleitores num inferno, e uma série de coisas que deveriam ter feito até aqui… prometem-nos agora para o futuro… precisarão de mais 10 anos? Claro que é improvável que percam as eleições em Lisboa, desde logo porque a comunicação social anda praticamente “com ele(s) ao colo”. Depois porque as forças partidárias à direita estão de cabeça perdida, e nem fazem oposição que se veja, nem apresentam alternativas sérias e construtivas. Mas seria desejável que recebessem pelo menos um bom castigo eleitoral que os levasse a perder a sobranceria da maioria absoluta atual, tendo de negociar um acordo político com outro(s) partido(s). Pela minha parte, passo a apresentar sete razões para isso.

1. Um eleitoralismo nunca visto e a vida dos lisboetas num inferno

A cidade de Lisboa está um inferno dadas as mil e uma obras praticamente iniciadas todas no último ano de mandato, ao fim de dez anos. Vejamos: têm sido as inúmeras obras no eixo central (Avenidas da República e Fontes Pereira de Melo, Praça do Saldanha e Picoas); há o programa “pavimentar Lisboa”, que pretende recuperar os pavimentos para peões e automóveis em 150 ruas; tem sido o programa “uma praça em cada bairro” que obrigará a 31 intervenções em múltiplas zonas; etc., etc. Mostrar trabalho feito em anos de eleições é algo positivo em democracia, algum eleitoralismo é até quiçá positivo, sempre existiu e existirá, mas este nível desmesurado de eleitoralismo, que tem tornado a vida dos lisboetas e seus visitantes muitíssimo desagradável, nunca se tinha presenciado, e é claramente pernicioso. Para um partido que está há dez anos no poder fazer tantas obras no décimo ano de mandato, várias questões se colocam. Será mau planeamento? Será má gestão? Estarão a extravasar o mandato político de 2013? Qualquer resposta positiva é um problema, teme-se que sejam todas.

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Para lá da «Geringonça» | André Freire | Lançamento terça-feira, dia 07/03, às 18h30m

Lançamento do livro Freire, André (2017), Para lá da «Geringonça»: O Governo de Esquerdas em Portugal e na Europa, Lisboa, Contraponto. Prefácio do primeiro-ministro, António Costa.
Por Ana Catarina Mendes, Secretária-geral Adjunta do PS e Vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS, & Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do BE (*).
Terça-feira, dia 07/03, às 18h30m, na livraria Bertrand do shopping Picoas Plaza.

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A Reforma do Parlamento Português, de António José Seguro

PrintO livro de António José Seguro aborda, de forma pioneira e com minúcia de dados, um tema fundamental no funcionamento das democracias de hoje, e da portuguesa especialmente – o do controlo do Governo perante o Parlamento e, consequentemente, o do poder relativo de que as maiorias e minorias (ou da maioria e da oposição) dispõem no hemiciclo.

No presente quadro parlamentar saído das últimas eleições legislativas e, ao mesmo tempo, assinalando os 40 anos da Assembleia da República, este livro de António José Seguro é mais atual do que nunca.

Lançamento no dia 10 de março, às 18h30, no Auditório 2 da Universidade Autónoma de Lisboa. O livro será apresentado por Viriato Soromenho-Marques. A sessão conta com intervenções de André Freire e Manuel Meirinho Martins.

«Muito bem ancorado teoricamente, o trabalho de António José Seguro permite demonstrar que a tese sobre o declínio dos parlamentos […] é no mínimo parcial.»
André Freire, Professor Associado com Agregação em Ciência Política do ISCTE-IUL

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Austeridade, Democracia e Autoritarismo

Austeridade, Democracia e Autoritarismo - capa final pantones

Entre a austeridade e o autoritarismo que papel fica reservado à democracia na busca de soluções para a saída da crise?

A presente obra de André Freire tem como temas principais as crises financeira, económica e político-democrática que Portugal tem vindo a experimentar (e a sofrer) ao longo dos últimos anos. Lateralmente, encontram-se nela também não poucos elementos para uma análise das reformas político-institucionais de que o país carece para ultrapassar os bloqueios do seu sistema político e para viabilizar ou facilitar a sua governabilidade, bem como para uma possível interpretação da chamada «crise das esquerdas».

O lançamento do livro terá lugar no Auditório da Câmara Municipal de Lisboa, Praça do Município, no próximo dia 3 pelas 18:30. A apresentação estará a cargos dos historiadores Irene Pimentel e Pacheco Pereira.

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Défice Democrático em colóquio.

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A Associação cívico-política + D = Democracia em Movimento e o Dr. Nelson Carvalho vão levar a cabo, numa iniciativa conjunta, um colóquio com o mote: “Défice democrático – representação, participação, reforma do sistema político?”.
Serão oradores o Dr. André Freire, o Dr. José Gusmão, a Dra. Luísa Mesquita e o Dr. Pedro Mourão.
Estão todos convidados a estarem presentes neste que é um espaço de debate aberto.
Vai ser no dia 30 de novembro (sábado), entre as 15.30 e as 18.30 na sala da Assembleia Municipal, na Ex-Escola Prática de Cavalaria, em Santarém.

O estacionamento é gratuito.