O Dia Dos Milagres, de Francisco Moita Flores

O Dia dos MilagresO Dia dos Milagres é uma viagem apaixonante aos últimos dias do regime filipino que haveria de baquear no golpe de Estado que iniciaria a dinastia de Bragança. O autor centra a acção em Vila Viçosa, onde viviam os Duques de Bragança, e conduz-nos pelos dias de ansiedade, dias terríveis, vividos entre crenças e superstições, marcados por revoltas e sofrimento, num Portugal pobre e cansado, traumatizado pela tragédia de Alcácer Quibir, de onde espera que chegue o Rei Sebastião.

Moita Flores cruza os vários ambientes da época. Desde o fatalismo supersticioso, à preparação cautelosa da conspiração que iria mudar o curso da História de Portugal. João de Bragança e Luísa de Gusmão são os protagonistas, a que associa figuras populares como o Laparduço, mercador de ervas milagrosas, e Efigénia Pé de Galinha, bruxa afamada.

fonte: Nota de Imprensa da editora.

Inscrições abertas para campo de férias artístico em Minde | Festival Materiais Diversos

logo_md_alta_cor-250pxNovo espaço de laboratório culmina com apresentação na 7ª edição do fMD

Estão abertas as inscrições para o Ninhou Arts Summer Camp, uma escola de Verão de artes performativas, de criação e formação. Trata-se de um novo projecto da associação Materiais Diversos que decorrerá anualmente, em Setembro, antecedendo o Festival Materiais Diversos (fMD) e culminará com uma apresentação pública no decorrer do evento, a 12 de Setembro.

Na 1ª edição deste laboratório, que tem lugar entre 3 e 13 de Setembro de 2015, Miguel Pereira é o criador convidado, acompanhado por Teresa Silva (coreógrafa e bailarina) e Paula Caspão (dramaturgista e investigadora).

Miguel Pereira é um criador português da área da dança, que reúne uma vasta experiência em formação e coaching em diversos contextos, nomeadamente enquanto colaborador regular do Fórum Dança e do Trinity Laban Conservatoire of Music and Dance. Valorizando processos fortemente ancorados no trabalho de pesquisa e criação que culminarão numa apresentação pública, este ano seguimos Miguel Pereira num laboratório atento às fronteiras entre o real e o ficcional, o natural e o artificial, tirando partido das características singulares da Vila de Minde. Nesta linha, serão ainda equacionados e integrados no processo os diversos modos de relação com a figura do espectador, construindo e desconstruindo o protocolo teatral.

Por ocorrer parcialmente em paralelo com o fMD, o Ninhou Arts Summer Camp dará ainda aos participantes a oportunidade de assistir gratuitamente e discutir espectáculos e de experienciar a dinâmica fMD juntamente com artistas e públicos. Será privilegiada uma total integração entre prática e teoria e um questionamento sobre as motivações destes jovens para criar “aqui e agora”.

Este ano, o fMD, festival internacional de artes performativas (dança, teatro e música), realiza-se de 10 a 19 de Setembro, entre Torres Novas e Minde (Alcanena), com uma vibrante oferta cultural que conjuga as dimensões local, nacional e internacional.

Mais informações e inscrições em:
http://www.materiaisdiversos.com/index.php/ninhou_arts_summer_camp

O Olhar dos Inocentes, de Camilla Läckberg

O Olhar dos InocentesNuma idílica ilha frente a Fjällbacka houve em tempos um colégio, propriedade de uma família que, no Domingo de Páscoa de 1974, desapareceu deixando para trás uma bebé de meses. Na altura, o mistério deixou a Polícia perplexa: o que poderia levar os pais a abandonarem uma bebé? Teriam sido raptados? Assassinados?

Apesar dos esforços das autoridades locais, não foi encontrado rasto da família nem qualquer explicação plausível para o sucedido. A bebé, Ebba, foi entregue a uma família que a acolheu e educou e a investigação foi arquivada. Agora, muitos anos depois, Ebba regressa à ilha com o marido. Acabaram de perder o seu único filho e tentam começar uma nova vida restaurando o velho colégio abandonado. Porém, com a chegada de Ebba à ilha, regressam também os estranhos acontecimentos.

fonte: Nota de Imprensa da editora.

O Amante Ingénuo e Sentimental, de John le Carré

O Amante Ingénuo e SentimentalAldo Cassidy é o amante ingénuo e sentimental. Homem bem-sucedido e judicioso, é arrancado às pacatas certezas da sua vida por um repentino encontro com um casal com quem estabelece uma estranha ligação: Shamus, um artista desbragado e estroina, que dissipa dias e noites em farras intermináveis; e Helen, a sua bela mulher, manifestamente sedutora.

Precipitado num turbilhão de imprudência e espontaneidade, Cassidy torna-se um homem desorientado e confrangido ao ver-se dilacerado entre dois polos de uma natureza mais complexa do que alguma vez imaginara.

Quem terminará com quem é um dos mistérios deste livro em que John le Carré, abordando um tema completamente diferente daqueles pelos quais ficou conhecido, confirma o seu lugar como um dos maiores ficcionistas do nosso tempo.

fonte: Nota de Imprensa da editora

O Minotauro Global | YANIS VAROUFAKIS

YanisNeste livro memorável e provocador, Yanis Varoufakis, ministro das Finanças grego, desconstrói o mito de que o financiamento, a regulação pouco eficaz dos bancos, a ganância e a globalização foram as principais causas da crise global que se abateu nos últimos anos. Em vez disso, Varoufakis afirma que as causas têm origem na crise de 1929, passando pela década de 1970: o período em que nasceu o «Minotauro Global». Assim como os gregos mantiveram um ciclo contínuo de tributos à besta de Creta, também a Europa e o resto do mundo começaram a enviar incríveis quantidades de capital para a América e Wall Street. Assim, o Minotauro Global tornou-se o «motor» que puxou a economia mundial desde o começo da década de 1980 até ao colapso financeiro de 2008. A profunda crise europeia que hoje sentimos é apenas um dos sintomas inevitáveis relacionados com o enfraquecimento do Minotauro, de um «sistema» global que se encontra tão insustentável como desequilibrado. Indo para além disto, Varoufakis expõe as opções disponíveis para que consigamos dar um pouco de racionalidade numa ordem económica global altamente irracional. Um testemunho essencial dos acontecimentos socioecónomicos e histórias secretas que alteraram o mundo.

Esta Distante Proximidade, de Rebecca Solnit

PrintEsta Distante Proximidade, nomeado para o National Book Award, é como uma boneca russa – cada história contém histórias e os capítulos espelham-se uns aos outros. Uma narrativa riquíssima, luxuriante de incidentes e surpresas.
O que ela fez com os alperces, com a memória da mãe em desagregação, com um convite para a Islândia, e com uma doença é a matéria-prima bruta deste livro. Mas Rebecca Solnit vai muito além da sua própria vida, entrando em histórias que ouviu e leu, levando-nos para dentro da vida de outras pessoas: um canibal do Ártico, o jovem Che Guevara entre os leprosos, uma artista islandesa e o seu labirinto, um músico de blues que se cura da bebida com as histórias que conta a si mesmo. Assim, somos transportados através do frio e do calor, da generosidade e da imaginação, da distância e da empatia.

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«Primeiras Vontades – Da liberdade política para tempos árduos» | André Barata

foto andré barataComo queremos continuar a História?

Os ensaios do livro “Primeiras vontades – Da liberdade política para tempos árduos”, de André Barata, procuram defender «escolhas humanas que deem um futuro à História, através do pensamento sobre a liberdade política de Jean-Jacques Rousseau, Isaiah Berlin, Hannah Arendt, Jacques Rancière, Jean-Paul Sartre e Slavoj Žižek», explica o autor.

E também, acrescenta, «escolhas por uma continuação da ideia de tolerância, pelo prosseguimento de uma narrativa moderna, por apressada que tenha sido, para Portugal, e pela defesa de um conceito de espaço público, todas elas escolhas que são continuidades de uma modernidade a retomar».

«Em tempos em que se atropelam declarações de últimas vontades, há que escolher como se os tempos fossem imaginativos e nos movessem vontades de tempos novos. Estas são as primeiras vontades para uma vida humana digna.»

Como queremos continuar a História?
Excerto do prefácio

1.

Vivemos tempos árduos. Depois de todos os óbitos anunciados, da literatura e seus autores, de deus até; depois de todos os fins, da arte, da política, mesmo da história, restaria, talvez, antes do pó da terra, a resignação de umas vontades últimas, a capitular sobre o humano que fomos, às vezes até com grandeza.

Mas, será mesmo o fim dos tempos o que nos aguarda?

Desde que a crise se instalou no opulento Ocidente, em várias escalas da coexistência humana, vive-se sem projeto de comunidade. Administramo-nos e somos administrados pela racionalidade da eficácia, diminuídos à condição de meios a proporcionar o fim da eficiência. Um esquema societário da subtração hegemoniza-se sob o fundamento duplo de que, na ordem dos factos, o mundo não basta para todos e de que, na ordem dos valores, não devemos dar por garantido nenhum direito adquirido quanto à existência digna no mundo.

André Barata

Esta subtração é ainda a indicação precisa da ruína da condição de uma pós-modernidade que, ao engendrar o relativismo cultural, pelo menos tinha o mérito de subscrever um entendimento generoso e multiplicador da existência. Mas não, a mudança das condições que a sustentavam foi também a ocasião para um acerto de contas com os modos de vida pós-modernos. Numa rotação excessiva, esses mesmos modos de vida, com o seu ideário relativista, rapidamente passaram a responsáveis pelas dificuldades do Ocidente. Os tempos endureceram e, sem relatividade ou perspetiva, entre aqueles que teriam culpas no cartório estariam os pós-modernos. A História recente emudeceu-os.

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Mística Fatal, de Louise Penny

Mística FatalCC de Poitiers tinha um ego do tamanho do mundo e não descansou enquanto não viu o seu livro de autoajuda publicado com o seu rosto na capa. Era autoritária, detestada por todos, mas decerto nunca pensou vir a morrer eletrocutada numa pista de Curling numa aldeia nos confins do Canadá.

Armand Gamache, o inspetor-chefe da Sûreté do Quebeque, também jamais imaginou regressar tão cedo a Three Pines, muito menos na quadra natalícia, tempo de paz e fraternidade a contrastar com o estranho crime. Chamado a liderar a investigação, cedo descobre que CC de Poitiers não era sequer amada pelos familiares mais próximos e coleccionava inimigos.

Mas Gamache também tem os seus próprios inimigos e não tarda a perceber que não pode confiar em ninguém.

Enquanto um vento agreste sopra em Three Pines, trazendo consigo um manto de neve, há uma verdade mais arrepiante que se insinua…

AGATHA AWARD PARA O MELHOR ROMANCE POLICIAL DO ANO

fonte: Nota de Imprensa da editora

Um Estado Selvagem, de Roxane Gay

Um Estado SelvagemMireille Duval Jameson é a caprichosa filha de um dos homens mais ricos do Haiti. Vive comodamente nos Estados Unidos com o marido e o filho. É privilegiada, amada, altiva. Um estado de graça que terá um fim abrupto.

De férias no Haiti, é raptada por um grupo cujo líder abomina tudo o que a família Duval representa. Num país onde a miséria grassa e os raptos são frequentes, Mireille espera, imperturbável, que o pai pague o resgate. Mas o pai dela tem convicções fortes, que não incluem ceder à chantagem de criminosos oriundos de um mundo que despreza. Na luta de poder que se segue, o corpo de Mireille servirá de escudo e de moeda de troca. Ela terá de se refugiar em si mesma e na esperança de um desenlace rápido. Mas à medida que os dias passam, torna-se cada vez mais claro que o resgate não será pago…

fonte: Nota de Imprensa da editora

As Palavras Interditas | Eugénio de Andrade

eugenio de andrade

Os navios existem, e existe o teu rosto
encostado ao rosto dos navios.
Sem nenhum destino flutuam nas cidades,
partem no vento, regressam nos rios.

Na areia branca, onde o tempo começa,
uma criança passa de costas para o mar.
Anoitece. Não há dúvida, anoitece.
É preciso partir, é preciso ficar.

 

Os hospitais cobrem-se de cinza.
Ondas de sombra quebram nas esquinas.
Amo-te… E entram pela janela
as primeiras luzes das colinas.

As palavras que te envio são interditas
até, meu amor, pelo halo das searas;
se alguma regressasse, nem já reconhecia
o teu nome nas suas curvas claras.

Dói-me esta água, este ar que se respira,
dói-me esta solidão de pedra escura,
estas mãos nocturnas onde aperto
os meus dias quebrados na cintura.

E a noite cresce apaixonadamente.
Nas suas margens nuas, desoladas,
cada homem tem apenas para dar
um horizonte de cidades bombardeadas.

Eugénio de Andrade, in “Poesia e Prosa”

Truques para o Minecraft, Megan Miller

Truques de MinecraftNo Minecraft, o risco de um ataque está sempre presente, e portanto todos os jogadores têm de saber como construir armas, montar armadilhas e fugir de qualquer perigo.
Com este novo guia não oficial, aprenderás a defender as tuas propriedades, a afugentar os mobs hostis e enfrentar outros monstros, como zombies, aranhas ou esqueletos.
Repleto de conselhos de especialistas, todo o tipo de truques práticos e mais de uma centena de écrans do jogo reproduzidos, Truques para Minecraft – Edição Combate mostra-te como os jogadores mais treinados se defendem dos ataques de diversos inimigos.
Este guia, escrito por um guru do Minecraft, explica todos os truques e técnicas que os jogadores devem conhecer para descobrir todas as possibilidades que oferece o videojogo.

O OLHAR E A ALMA, de Cristina Carvalho

O-Olhar-e-a-Alma-CCUm olhar perspicaz e intenso, que acompanha a escrita de uma narradora poderosa e, também ela, apaixonada pelo extraordinário da vida.

Baseado na vida de Amedeo Modigliani, o mítico pintor italiano cuja obra é considerada uma das mais importantes do século XX e a vida apesar de inspirar um fenómeno de culto, não é, afinal, tão conhecida quanto se pensa, Cristina Carvalho regressa ao terreno da ficção biográfica com um romance que põe em cena o pintor, contando-nos ele próprio a sua vida sempre difícil, muitas vezes miserável, conduzida pela paixão à arte, amparada por mulheres apaixonadas e alguns raros homens que lhe reconheceram o talento.

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A Estrada dos Silêncios, de Carlos Vale Ferraz

A Estrada dos SilênciosA jovem juíza Joana Secalha fora colocada na pacata comarca de Abrantes para se redimir de um passado pouco recomendável. Não podia cometer erros e deslocou-se, ao Monte Cimeiro, para ouvir as razões pelas quais o velho Francisco Afonso não aceitara a ordem de expropriação dos terrenos, por onde passaria a moderna estrada europeia e os benefícios do progresso. Francisco Afonso respondeu-lhe com a sabedoria dos velhos: «A ideia de que o progresso é bom assenta no mesmo erro de que Deus nos salva com milagres. Milagre e progresso seriam evitar o mal!» Ela falou do futuro. Ele do passado: «O futuro é para a senhora doutora, para os engenheiros, para os generais à frente das tropas, para os missionários, para os inconscientes que se lançaram ao mar! Eu sou aquele que ficou nas praias, resmungando.»

Francisco Afonso contou à juíza o segredo do passado das suas famílias, há duzentos anos debaixo das terras por onde passaria a estrada que o exporia e cujo avanço ela teria de decidir…

O Meu Mundo Não é Deste Reino, João de Melo

O Meu Mundo Não é Deste ReinoEsta narrativa de João de Melo é uma crónica dos prodígios que fazem a história de uma comunidade rural perdida algures nos Açores. Narrativa mítica, sem cronologia, que começa in illo tempore e prossegue seguindo o fio das ocorrências fantásticas (a chuva dos noventa e nove dias, o dia em que os animais choraram, o dia em que se viu a outra face do Sol, a morte e ressurreição de João-Lázaro) e das vidas de personagens excessivos e arquetípicos (um padre venal, um regedor hercúleo e despótico, um curandeiro e um santo) que povoam um lugar perdido nas brumas do tempo, no outro lado da ilha, progressivamente devolvido à comunicação com o mundo.

8.ª Edição – Reescrita pelo Autor

O Caçador do Verão, de Hugo Gonçalves

O Caçador do VerãoQuando José é convocado pelo velho patriarca da família, com quem não fala há anos, a sua perplexidade é enorme e, por isso, inescapável a recordação do verão de 1982, em que o avô o foi buscar a uma aldeia algarvia onde a mãe o deixara com uma estranha, decidido a tornar-se o pai que ele nunca tivera. Foi nesse verão que a perigosa quadrilha de Mancha Negra fugiu da cadeia, provocando uma caça ao homem sem precedentes que deixou o País em sobressalto; que José mergulhou da rocha mais alta e que foi atingido por um raio, julgando assim ganhar os superpoderes necessários para descobrir o paradeiro dos bandidos e resolver o mistério do desaparecimento da mãe; e que, na companhia de um rafeiro chamado Rocky e de três amigos extraordinários, viu nascer dentro de si uma força e uma ferida que, mais tarde, o levariam a tentar corrigir os males do mundo pelas próprias mãos.

Um romance fascinante sobre a importância da família e da infância nas nossas vidas, que recupera um tempo em que Portugal se aproximava velozmente da Europa, com tudo o que isso tinha de grato e fatídico.

Só Se Morre Uma Vez – Diário 2, Rita Ferro

Só Se Morre Uma Vez - Diário 2Que pensa uma mulher de sessenta anos enquanto os homens se matam uns aos outros? Que a preocupa além da crise e das guerras? Que utilidade lhe encontram, quanto vale para certas pessoas? Que amores ainda a podem surpreender? Que esperanças, que forças lhe restarão antes de se render à idade?

Numa época em que a beleza e a juventude se apresentam como divindades e o dinheiro se revela – dir-se-ia – como a única religião verdadeiramente ecuménica do Mundo, é com a singularidade do indivíduo à margem destes padrões que a grande humanidade se identifica. Talvez por isso, Rita Ferro teime em deixar o testemunho do seu tempo, lugar e circunstância, partilhando com os leitores o seu Diário 2, interlocutor das suas memórias, perplexidades e reflexões na passagem para os sessenta.

Odes (I, 11.8) do poeta romano Horácio (65 – 8 AC)

horacio - poetaTu ne quaesieris, scire nefas, quem mihi, quem tibi
finem di dederint, Leuconoe, nec Babylonios
temptaris numeros. ut melius, quidquid erit, pati.
seu pluris hiemes seu tribuit Iuppiter ultimam,
quae nunc oppositis debilitat pumicibus mare
Tyrrhenum: sapias, vina liques et spatio brevi
spem longam reseces. dum loquimur, fugerit invida
aetas: carpe diem quam minimum credula postero.
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Tu não indagues (é ímpio saber) qual o fim que a mim e a ti os deuses
tenham dado, Leuconoé, nem recorras aos números babilônicos. Tão
melhor é suportar o que será! Quer Júpiter te haja concedido muitos
invernos, quer seja o último o que agora debilita o mar Tirreno nas
rochas contrapostas, que sejas sábia, coes os vinhos e, no espaço
breve, cortes a longa esperança. Enquanto estamos falando, terá
fugido o tempo invejoso; colhe o dia, quanto menos confia no de
amanhã.

A Noção de Poema seguido de Crítica Doméstica dos Paralelepípedos

A Noção de Poema seguido de Crítica Doméstica dos ParalelepípedosNo 50º Aniversário da Dom Quixote, reúnem-se num único volume os dois primeiros livros de poesia de Nuno Júdice, ambos publicados na colecção Cadernos de PoesiaA Noção de Poema em Março de 1972 e Crítica Doméstica dos Paralelepípedos em Junho de 1973.

Nestes dois livros, o então jovem poeta, na altura estudante de Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa, afirmou-se como uma voz singular de grande qualidade, como que antevendo o sucesso que tem sido a sua carreira literária.

Nas livrarias a 9 de Junho

O Outro Lado do Paraíso, de Paul Theroux

planoK_Arte_viagemEllis Hock nunca acreditou que voltaria a África, à isolada aldeia em que fora tão feliz. Enquanto gere o seu antiquado negócio de pronto-a-vestir masculino, Ellis Hock sonha ainda com o seu paraíso africano, e os quatro anos que passou no Malawi com o Corpo de Paz, interrompido quando foi obrigado a regressar para tomar conta do negócio de família.

No entanto, quando a mulher o deixa, privando-o da casa de família e da filha, e exigindo partilhas, Ellis Hock percebe que não tem lugar para onde possa ir, a não ser a remota região de Lower River, onde poderá reencontrar momentos felizes.

Ao chegar à poeirenta aldeia, Hock descobre-a profundamente transformada: a escola que ele próprio construíra é agora uma ruína; a igreja e a clínica desapareceram; e a pobreza e apatia instalaram-se nas pessoas, que se lembram dele – do estrangeiro que tinha medo de cobras – e lhe dão as boas-vindas. Mas esta nova vida de Ellis Hock, este retorno, será uma evasão ou antes uma armadilha?

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As Novelas Extravagantes, de Mário de Carvalho

Novelas_Extravagantes_MdCOs livros Quatrocentos Mil Sestércios seguido de O Conde Jano, vencedor do Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco em 1992, e Apuros de Um Pessimista em Fuga, de Mário de Carvalho, estão agora reunidos em Novelas Extravagantes, que a Porto Editora publica a 4 de junho.

São três histórias, protagonizadas por três homens, em tempo e lugares distintos, que caminham para diferentes (e emocionantes) destinos: Quatrocentos Mil Sestércios é uma novela passada na Lusitânia, no tempo da Roma Imperial, onde um filho de centurião se envolve em peripécias várias por causa de uma pequena fortuna, O Conde Jano dá-nos a conhecer uma reinterpretação de um velho rimance popular dos cancioneiros e, em Apuros de Um Pessimista em Fuga, somos transportados para o passado menos longínquo, no fim do Estado Novo.

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