Tertúlias de Lisboa | Livraria Ler Devagar | Sábado, 11 Janeiro, 17 h | João Queiroz e Francisco Monteiro | Tema: O Discurso Moderno na Arte

Francisco Monteiro é pianista, compositor, investigador e professor. Fez primeiras audições absolutas de compositores nacionais e estrangeiros. O seu trabalho está centrado na música do século XX, em particular a Música Erudita Portuguesa, e dedica-se à recuperação e tratamento de partituras de Jorge Peixinho.
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João Queiroz é artista plástico, professor na Faculdade de Belas Artes de Lisboa. Está representado nas coleções de arte da Caixa Geral de Depósitos, Fundação de Serralves, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Coleção António Cachola, entre outras. Segundo o Júri do prémio AICA/SEC/MILLENNIUM BCP 2011, a sua obra «explora a relação do sujeito com as coisas, com os sentidos e os gestos, afirmando o desenho e a pintura como modos únicos e insubstituíveis de experienciar, ver e pensar».

Tertúlias de Lisboa | Adiamento da 1ª sessão

1ª Sessão Adiada 

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A primeira sessão das Tertúlias de Lisboa, prevista para dia 12, fica adiada para data a confirmar. Por impedimento de agenda de um dos nossos convidados somos forçados a este adiamento.

Pelo facto pedimos as nossas desculpas. Mantém-se o restante calendário:

2ª sessão: 9 Nov. 2013 | André Barata e Miguel Real. Tema: A arte de sonhar, a utopia e o Quinto Império.

3ª sessão: 14 Dez. 2013 | Afonso Cruz e Tiago Cabrita. Tema: A Literatura e a Música.

LIVRARIA LER DEVAGAR | LX FACTORY 

TERTÚLIAS DE LISBOA | LIVRARIA LER DEVAGAR | LX FACTORY | LISBOA

TERTÚLIAS DE LISBOA

1ª sessão: 12 Out. 2013 | José Manuel Anes e Sheikh David Munir.

Tema: A dimensão literária de Deus em Saramago.

2ª sessão: 9 Nov. 2013 | André Barata e Miguel Real.

Tema: A arte de sonhar, a utopia e o Quinto Império.

LIVRARIA LER DEVAGAR | LX FACTORY | LISBOA | 17 HORAS

(segundos sábados de cada mês)

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TERTÚLIAS DE LISBOA | 2ª sessão 9 NOV. 2013 | Livraria Ler Devagar

A arte de sonhar, a utopia  e o Quinto Império | André Barata e Miguel Real

Andre-Miguel

André Barata (Faro, 1972) é professor da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior desde 2002. Fez toda a sua formação, em filosofia, pela Faculdade de Letras de Lisboa, onde se doutorou em 2004, depois de uma licenciatura e de um mestrado, acompanhados sempre por muito empenho no movimento associativo. Desde 1995, fez crítica de ensaio nos suplementos literários do Público – Leituras, Mil Folhas, Ípsilon.

Trabalhou com os filósofos Fernando Gil e João Paisana, tendo dirigido a revista Análise (2005/6) e integrado a direcção fundadora da revista de fenomenologia Phainomenon. Também fez parte da direcção da Sociedade Portuguesa de Filosofia.

Participou da fundação do curso de Ciência Política e Relações Internacionais da UBI, de que foi director desde finais de 2009. Em 2011, foi professor visitante na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

O seu gosto filosófico é dominantemente existencialista, com muitos trabalhos publicados sobre o pensamento de Sartre e as temáticas da consciência, da liberdade e das relações interpessoais. Nesse quadro, tem colaborado com as sociedades de formação de psicoterapeutas existenciais, tanto em Portugal como no Brasil.

Além de uma trintena de artigos e capítulos de livros, é autor de quatro livros:

Metáforas da Consciência. Porto, Campo das letras, 2000.
Sentidos de Liberdade. Covilhã, Ta Pragmata, 2007.
Círculos – Experiências Descritivas, Caminho, 2007 (Em co-autoria com Rita Taborda Duarte).
Mente e Consciência. Lisboa, Centro de Filosofia da Univ. Lisboa, 2009.

Miguel Real

Sintrense, Miguel Real, professor do ensino secundário e investigador no CLEPUL – Centro de Literatura de Expressão Portuguesa da Faculdade de Letras de Lisboa, publicou os romances A Voz da Terra (2005), O Último Negreiro (2006), O Último Minuto na Vida de S.(2007), O Sal da Terra (2008), A Ministra (2009) eMemórias Secretas da Rainha D. Amélia (D. Quixote), e os ensaios O Marquês de Pombal e a Cultura Portuguesa (2005), O Último Eça (2006), Agostinho da Silva e a Cultura Portuguesa (2007), Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa (2008) e Padre António Vieira e a Cultura Portuguesa (2008) na editora Quidinovi, bem como os ensaios A Morte de Portugal (2007, Campo das Letras), Matias Aires. As Máscaras da Vaidade(2008, Setecaminhos) e José Enes, Filosofia, Açores e Poesia (2009). Publicou também, em 2003, o romanceMemórias de Branca Dias, sobre a primeira mulher a praticar cultos judaicos no Brasil, a primeira “mestra de meninas” (professora) e a primeira senhora de engenho do Pernambuco (Temas e Debates), levada à cena pelo Cendrev, de Évora, em 2008, com representação de Rosário Gonzaga e encenação de Filomena Oliveira.
No teatro, sempre em co-autoria com Filomena Oliveira, para além da dramaturgia de Memorial do Convento, de Saramago, encenado por Joaquim Benite, e de nova dramaturgia para cinco actores, em cena no Convento de Mafra, escreveu as peças Os Patriotas, sobre a Geração de 70 (Europress), O Umbigo de Régio e Liberdade, Liberdade, esta última sobre os presos políticos durante o regime do Estado Novo, e 1755 O Grande Terramoto (Europress), levado à cena no Teatro da Trindade, Lisboa, entre Abril e Julho de 2006. A peça, Vieira – O Céu na Terra, representada nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, no Verão de 2008, teve encenação de Filomena Oliveira e produção do Teatro Nacional D. Maria II.
Recebeu os Prémios Revelação Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio de romance Ler/Círculo de Leitores, o Prémio de Romance Fernando Namora, o Prémio Jacinto do Prado Coelho e, com Filomena Oliveira, o Grande Prémio de Teatro da Sociedade Portuguesa de Autores 2008 com a peça Uma Família Portuguesa, representada no teatro Aberto, em Lisboa, em 2010, com encenação de Cristina Carvalhal.

O bom e o mau ladrão

publico_fotoO Evangelho segundo Jesus Cristo, de 1991, abre com a descrição da cena do Calvário. O autor observa um quadro.

O primeiro personagem é o bom ladrão, de caracóis louros (como os anjos), semblante arrependido e sofrido. Saramago reconhece-lhe “uma dor que não remite”. Mais “retíssimo” será o mau ladrão, esse a quem o autor reconhece um “sofrimento agónico” e, portanto, mais puro, isento da trapaça de “fingir acreditar, a coberto de leis divinas e humanas, que um minuto de arrependimento basta para resgatar uma vida inteira de maldade”. A escrita de Saramago reveste-se deste olhar lúcido, um olhar que percorre, que perscruta o interior da alma humana e por vezes se detém num pensamento, para de seguida retomar o seu caminho. Parágrafos extensos que se demoram, presos à ideia que vão expondo, como se fossem adivinhando o fascínio que despertam no leitor.

Como narrador, Saramago aproxima-se da postura deste mau ladrão, sendo que, entre o bom e mau, “não há nenhuma diferença… pois o Bem e o Mal não existem em si mesmos, cada um deles é somente a ausência do outro.”

“Deus na obra de Saramago” é o primeiro tema para as Tertúlias de Lisboa.

A dimensão literária de Deus em Saramago

Anes_Munir

As Tertúlias de Lisboa têm a honra e o privilégio de receber, no dia 12 de Outubro na Ler Devagar, o Sheikh David Munir e o professor José Manuel Anes para a sua sessão inaugural.

Os nossos dois convidados são crentes, ambos acreditam no Deus de Abraão, aquele que se deu a revelar nos primeiros cinco livros, fundadores das grandes religiões do Livro Sagrado. Saramago era ateu.

No entanto, a presença de Deus na obra de Saramago é inegável. Um Deus pessoal, dotado de características físicas e humores humanos. Um Deus a quem Saramago retirou a mão esquerda (no Memorial do Convento), ou emergiu numa crise existencial, como em Caím. Não sendo possível olharmos Deus no seu esplendor e glória, Saramago deu-lhe um rosto, criou-lhe uma dimensão literária e humana, segundo a tradição iconográfica católica. Podemos então dizer que Saramago era ateu de um Deus católico?

Esta dimensão literária de Deus é perfeitamente alheia ao Islão, cuja representação do sagrado ou do Profeta estão proibidas. A obra de Saramago gerou polémica entre a comunidade católica e passou incólume na comunidade islâmica.

Deus na obra de Saramago é o ponto de partida para a nossa primeira tertúlia. Seguramente, o cálice transbordará.

Acompanhe tudo aqui

 

A dimensão de Deus

Diálogo entre Deus e Caim. Deus interpela Caim:

“Que sabes tu do coração de job, Nada, mas sei tudo do meu e alguma coisa do teu, respondeu caim, Não creio, os deuses são como poços sem fundo, se te debruçares neles nem mesmo a tua imagem conseguirás ver, Com o tempo todos os poços acabam por secar, a tua hora também há-de chegar. O senhor não respondeu, mas olhou fixamente caim e disse, O teu sinal na testa está maior, parece um sol negro a levantar-se do horizonte dos olhos, Bravo, exclamou caim batendo as palmas, não sabia que fosses dado à poesia, É o que eu digo, não sabes nada de mim. Com esta magoada declaração deus afastou-se e, mais discretamente que à chegada, sumiu-se noutra dimensão.”

Caim, de José Saramago

As diversas dimensões onde Deus se some são um mistério para os homens.

Mais aqui, em breve.

Na Livraria Ler Devagar – Tertúlias de Lisboa – nos segundos sábados de cada mês

Uma iniciativa dos sítios Tertúlia de eBooks e PNET-Literatura em parceria com a Livraria Ler Devagar.

A iniciativa das Tertúlias de Lisboa visa criar um espaço de debate dedicado à cultura. Pretende-se promover encontros entre escritores e outros agentes culturais, criando uma dinâmica que, a partir da literatura, abra um espaço de debate inovador e plural, onde exista a convergência das mais diversas valências culturais. Uma proposta eclética assente na inquestionável qualidade dos seus convidados e no desassossego dos temas propostos.

As sessões têm lugar no segundo Sábado de cada mês, pelas 17 horas, na Livraria Ler Devagar, na Lx-Factory em Lisboa, com convidados e um moderador. Após uma introdução e exposição inicial dos convidados, o espaço de debate é aberto à sala, existindo um tempo limite para cada intervenção.

As intervenções iniciais dos convidados serão recolhidas em vídeo, sendo que, a partir desse momento, apenas serão recolhidas imagens, sem som, da sala e dos participantes. Este procedimento visa promover as condições para um debate aberto, plural e participado. No final de cada sessão, será recolhido em vídeo o testemunho de cada convidado e de alguns elementos da assistência.

Estes testemunhos estarão disponíveis online a partir da página no Facebook das Tertúlias de Lisboa.

A iniciativa dos debates pertence aos organizadores sendo acolhidas as sugestões que pretendam fazer chegar para: tertuliasdelisboa@gmail.comtertc3balialogo Ler Devagar

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