D. JOÃO V: DO CONVENTO PARA O BORDEL, por Paulo Marques in Facebook

«Acerca do senhor de Mafra escreveria Voltaire: “quando ele desejava uma festa, organizava uma procissão, quando desejava um novo edifício, construía um convento, quando desejava uma amante, procurava uma freira.

E Voltaire não exagerava. O libidinoso rei teve várias freiras como amantes durante o seu longo reinado, de que terá tido dezenas de filhos, incluindo dois dos três Meninos de Palhavã: o futuro inquisidor-geral, D. José, e o futuro arcebispo de Braga, D. Gaspar. Em 1780, um velho padre italiano recordava D. João V passando “horas de retiro luxurioso numa câmara ornada de espelhos e carpetes, num palácio encantado que comunicava com a clausura de Odivelas”.

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Camões por Frederico Lourenço. Verdades biográficas e verdades poéticas

05/05/2024 | Em 2024, decorre a primeira edição do FeLiCidade Festival. Tive a honra de receber o convite para participar na Abertura do Evento dando a primeira de uma série de aulas que irão decorrer ao longo de todo o Festival. O tema por mim escolhido foi Camões, não sõ por se tratar de uma imensa e avassaladora paixão minha no mundo da Literatura, mas também para homenagear este Poeta maior da nossa língua no seu quinto centenário, assinalado entre 2024 e 2025. Aqui, debruço-me sobre o tema da “verdade” na obra de Camões. Como ler e entender Camões? O que é verdade biográfica, factual; e o que é verdade poética? E como se estudou Camões no passado?

25 de Novembro de 1975: historiadores recusam “golpe do PCP” e criticam “ignorância” do PS, in Jornal Público

3 de Maio de 2024 | 25 de Novembro: historiadores recusam “golpe do PCP” e criticam “ignorância” do PS | Irene Pimentel considera “absurdo” o Governo criar uma comissão para os 50 anos do 25 de Novembro e Pacheco Pereira acusa os dirigentes do PS de “ignorância” sobre a data. Ana Bacelar Begonha, in Público.

25 de Novembro: historiadores recusam “golpe do PCP” e criticam “ignorância” do PS
A data continua envolta num “grande mistério”, mas parece ser consensual que o 25 de Novembro de 1975 não foi um “golpe” por parte do PCP e que os comunistas não tiveram uma “movimentação significativa” nesse processo.

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A extinção da Inquisição em Portugal, in RTP

https://ensina.rtp.pt

O tribunal do Santo Ofício, conhecido como tribunal da Inquisição, funcionou em portugal durante quase 300 anos até ser extinto por ordem das cortes em 1821. A última pessoa executada num auto-de-fé foi um padre jesuíta, Gabriel Malagrida, ainda no século XVIII.

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Deixem a direita ensinar-nos o que foi o 25 de Abril | in “República dos Pijamas”, 2-5-2024

Com os 50 anos da Revolução dos Cravos, é crucial disputar verdadeiro significado desta. Enquanto entre a esquerda existem dúvidas sobre a componente social de Abril, a direita radical não as tem.

O ano de 2016 mostrou que os oito anos de governos de António Costa ficaram aquém do que poderiam ter sido.

Embora as desilusões com Costa possam parecer um mero palpite lançado nesta newsletter, não estamos sozinhos, e é à direita que encontramos suporte. Esta ajuda-nos a interpretar não só as reformas perdidas de Costa, como também o grande período de reformas estruturais à esquerda – a Revolução de Abril.

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A Inconfidência revisitada de Kenneth Maxwell, por Adelto Gonçalves

Nova obra do historiador britânico Kenneth Maxwell analisa a trajetória do Brasil no século XXI e reconstitui a história da conjuração mineira de 1789.

                                                             I
               Uma revisão, praticamente, completa da chamada Inconfidência Mineira – até porque, em História, nunca se pode definir um estudo como completo porque sempre haverá a possibilidade de se localizar documentos esquecidos ou perdidos – é o que o leitor vai encontrar no longo ensaio “Imagined Republics: the United States of America, France, and Brazil (1776-1792)”, que constitui a segunda parte de Brazil in a Changing World Order – Essays by Kenneth Maxwell (Robbin Laird, editor, Second Line of Defense, 2024), obra que acaba de sair à luz na Inglaterra e que, por sua importância capital, está a exigir a sua publicação o mais rápido possível por uma editora brasileira.

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Ramalho Eanes diz que PCP “preparava-se para estabelecer regime totalitário” antes do 25 de Novembro | ZAP // Lusa

Durante o Período Revolucionário em Curso (PREC), após o 25 de Abril, o PCP “preparava-se para estabelecer um regime totalitário em Portugal”, refere o antigo Presidente da República Ramalho Eanes que também considera que a a descolonização foi “trágica”.

As declarações de Ramalho Eanes surgiram durante uma aula-debate sobre o 25 de Abril com alunos de escolas secundárias e universidades, no antigo picadeiro real, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa. A iniciativa contou também com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A propósito dos antecedentes do 25 de Novembro de 1975, o general e primeiro Presidente eleito em democracia, começou por referir que não queria “tecer considerações nenhumas sobre o PCP”.

Ramalho Eanes também sublinhou que teve “óptimas relações com Álvaro Cunhal”, um homem que “muito estimava” e “muito considerava”.

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OTELO | o fantasma da Revolução, por Carlos Matos Gomes, 25 Abril 2024

A ação que celebramos, o 25 de Abril de 1974, foi planeada e comandada por um fantasma. Um fantasma com o nome dissolvido num ácido de conveniências.

Os fantasmas são por definição aparições de inconvenientes. Terei lido num texto de Miguel de Unamuno, o filósofo espanhol, que Dom Quixote, a personagem de Cervantes prenunciou o destino final, solitário e triste, de todos os cavaleiros andantes, fantasmas, digo eu, que citaria também uma declaração de Simón Bolívar, em que o revolucionário das Américas, admitia que Jesus Cristo, Dom Quixote e ele próprio eram (tinham sido) os maiores ingénuos da História.

Otelo pode com propriedade ser incluído nesta lista.

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25 de Abril: uma revolução “asseada”, “cavalheiresca” e “mais de festa do que de fúria” (como a imprensa estrangeira rotulou a Revolução) | in Jornal Expresso 25 Abril 2024

O golpe militar em Portugal apanhou o mundo de surpresa. “Na América Latina, os militares implantavam ditaduras de direita, autoritárias e repressivas. Mas em Portugal, acontecia um golpe de militares a favor da democratização do país”, comenta ao Expresso o historiador britânico Kenneth Maxwell, que explicou a revolução portuguesa na revista “The New York Review of Books”. E recorda: “No início, foi difícil as pessoas compreenderem…”

Quando, em abril de 1974, soaram pelo mundo os ecos de golpe militar em Portugal, não ficou claro de imediato de que tendência política seria. A América Latina levava mais de dez anos de interferências militares na vida política que tinham contribuído para depor pela força governos democraticamente eleitos e colocar no poder regimes autoritários de direita.

O caso mais recente estava ainda fresco na memória. Sete meses antes, a 11 de setembro de 1973, um golpe de Estado sangrento no Chile, liderado pelo chefe das Forças Armadas, Augusto Pinochet, em articulação com os Estados Unidos, derrubara o Presidente socialista Salvador Allende.

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CELESTE CAEIRO e os CRAVOS de ABRIL, in DN

“O soldado pediu-me um cigarro. Eu não fumava, nunca fumei. Por segundos, fiquei a pensar como poderia compensar aquele rapaz, ali, em cima daquele carro, a lutar por nós. Estava ali a dar-me uma coisa boa e eu sem nada para lhe dar. Sem pensar, tirei um cravo do ramo que levava e ofereci-lho.

Nunca me passou pela cabeça que por causa disso o 25 de Abril viesse a ser conhecido mundialmente como a Revolução dos Cravos.

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50 anos do 25 de abril | Manuel Alegre

Eu vi Abril por fora e Abril por dentro

vi o Abril que foi e o Abril de agora

eu vi Abril em festa e Abril lamento

Abril como quem ri como quem chora.

Eu vi chorar Abril e Abril partir

vi o Abril de sim e Abril de não

Abril que já não é Abril por vir

e como tudo o mais contradição.

Vi o Abril que ganha e Abril que perde

Abril que foi Abril e o que não foi

eu vi Abril de ser e de não ser.

Abril de Abril vestido (Abril tão verde)

Abril de Abril despido (Abril que dói)

Abril já feito. E ainda por fazer.

Manuel Alegre

(Nascimento Águeda, 12 de maio de 1936) é um escritor e político português

José Afonso. Uma faceta pouco conhecida, por Júlio Pereira

Por alturas desta foto os “media” já não davam grande importância à carreira de José Afonso. Os fins dos anos 70 apontavam de uma maneira evidente – nomeadamente através da Rádio – para uma proliferação da música pop que hoje ainda se mostra evidente numa expressão feia mas que todos percebemos: “mainstream”.

Convém relembrar que em 1978 o LP “Com as minhas tamanquinhas” foi considerado por um jornal como o pior disco do ano (!)

Só assim se entende que de 1979 até ao ano em que José Afonso não pôde mais cantar que no País poucos soubessem que durante esse tempo José Afonso tivesse sido o nosso verdadeiro embaixador cultural em vários sítios do mundo.

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O primeiro homem negro admitido na Universidade de Oklahoma, em 1948.

George McLauren, o primeiro homem negro admitido na universidade de Oklahoma em 1948, foi obrigado a sentar-se num canto da sala, longe dos seus companheiros brancos. Mas seu nome permanece até hoje na lista de honra, como um dos três melhores alunos da faculdade.

Essas são as palavras dele: “Alguns colegas me olhavam como se eu fosse um animal, ninguém me dava uma palavra, os professores pareciam que não estavam nem aí para mim, nem tiravam minhas dúvidas. Mas eu me dediquei tanto, que depois eles começaram a me procurar para lhes dar explicações e esclarecer suas perguntas”.

“A única arma capaz de transformar o mundo é a educação”.

Retirado do Facebook | Mural de “Mundo Extraordinário”

Os moabitas | in Facebook, Estudos Históricos

Os moabitas foram um antigo povo semítico que habitou a região histórica de Moabe, localizada nas terras a leste do rio Jordão, na área que hoje faz parte do moderno país da Jordânia. Este povo desempenhou um papel significativo na história do Antigo Oriente Próximo e deixou um legado duradouro que influenciou a região por séculos.

A história dos moabitas remonta aos tempos antigos, com suas origens muitas vezes obscurecidas pela escassez de fontes escritas contemporâneas. No entanto, registros e inscrições antigas sugerem que os moabitas eram descendentes de um antigo grupo de povos semíticos que migraram para a região durante o segundo milênio a.C.

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O nome Portugal apareceu entre os anos 930 a 950 da Era Cristã | por Nuno Gomes, in Facebook

O nome Portugal apareceu entre os anos 930 a 950 da Era Cristã, sendo no final do século X que começou a ser usado com mais frequência. O Rei Fernando I de Leão e Castela, chamado o Magno, denominou oficialmente o território de Portugal, quando, em 1067, o deu ao seu filho D. Garcia, ( Garcia II da Galiza ) que se intitulou rei do mesmo nome. No século V, durante o reinado dos Suevos, Idácio de Chaves já escrevia sobre um local chamado Portucale, para onde fugiu Requiário. Cale, a actual Vila Nova de Gaia, já era conhecida por Portucale no tempo dos godos. Num diploma de 841, surge por incidente, a primeira menção da província portugalense. Afonso II das Astúrias, ampliando a jurisdição espiritual do bispo de Lugo, diz:

Totius galleciae, seu Portugalensi Provintiae summun suscipiat Praesulatum. (Que ele tome o governo supremo de toda a província da Galiza e de Portugal.)

A etimologia do nome Portugal é incerta. Uma possibilidade é Portus Cale. Outra é Portogatelo, nome dado por um chefe oriundo da Grécia chamado Catelo, ao desembarcar e se estabelecer junto do actual Porto.  A primeira vez que o nome de Portugal aparece como elemento de raiz heráldica, é numa carta de doação da Igreja de São Bartolomeu de Campelo por D. Afonso Henriques em 1129.

PORQUÊ ALFACINHAS? | Guilherme d’Oliveira Martins | Centro Nacional de Cultura

«Para começar apresento a ilustração de Luís Diferr sobre Lisboa antes do Terramoto…

E faço eco de uma persistente pergunta – por que razão são os lisboetas designados, desde tempos imemoriais, por alfacinhas? 

Almeida Garrett imortalizou o epíteto nas «Viagens na Minha Terra», mas não explicou: «Pois ficareis alfacinhas para sempre, cuidando que todas as praças deste mundo são como a do Terreiro do Paço».

Pois bem, alfacinha vem mesmo de alface (latim, lactuca saliva, do árabe al-khass) e o diminutivo é um sinal não apenas de afeto, mas também de uma certa depreciação… É que provavelmente foram os moçárabes dos arrabaldes, a quem os lisboetas chamavam saloios (da palavra çaloio, que era o tributo pago pelos padeiros mouros de Lisboa), que devolveram o cumprimento, comparando os lisboetas a grilos pelo gosto das alfaces que cultivavam, comiam e encomendavam aos almocreves que pagavam os seus tributos nas portas de Benfica para entrarem na cidade.

Correu a ideia de que no cerco de Lisboa de 1384 (de 4 meses e 27 dias) Lisboa se teria aguentado a comer alfaces. Não é verdade. O cerco foi levantado com o alarme de peste…

Em suma, «alfacinha» é um mimo dos moçárabes saloios, talvez cansados de exigências e sobrancerias…

Lisboetas, alfacinhas para sempre…»

Guilherme d’Oliveira Martins, Diário de Agosto, Centro Nacional de Cultura, 1/08/2017

Sousa e Castro acusa Spínola de ser o responsável pelo PREC . 13 Abril 2024, in LUSA/RTP

“Não foi só condução, foi pela basculação, isto é, por um balanceamento dramático do país para a esquerda e para a extrema-esquerda”, disse Rodrigo Sousa e Castro a propósito do general Spínola, que tomou posse como Presidente da República em 15 de maio de 1974.

Rodrigo Sousa e Castro, antigo militar que fez parte, em 1973, da Comissão Coordenadora do Movimento dos Capitães, na clandestinidade, falava à agência Lusa à margem do lançamento do livro “Capitães de Abril — a Conspiração e o Golpe”, ocorrido hoje na Gare Marítima de Alcântara, em Lisboa.

António de Spínola “é o responsável por não ter havido uma transição mais moderada, mais serena e que podia ter desembocado num modelo mais social-democrata, portanto liberal, democrata, com eleições livres”, frisou.

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ASTECAS | in Facebook/Estudos Históricos

A civilização asteca, também conhecida como mexica, foi uma das mais poderosas e avançadas civilizações pré-colombianas que se desenvolveram na região do atual México central. Os astecas estabeleceram um império vasto e complexo, que dominou grande parte da Mesoamérica entre os séculos XIV e XVI.

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Joaninha é conhecida como “Milagre de Deus” entre os povos europeus | História Cultura e Curiosidade no Mundo/Facebook

Este apelido vem de uma lenda que remonta ao século X.

Um homem que afirma sua inocência é condenado à morte por um assassinato cometido em Paris.

De acordo com a disposição da administração pública, a cabeça do homem será decepada pelo carrasco.

Pouco antes da execução, uma joaninha aparece e pousa no pescoço do homem.

O carrasco tenta afastá-lo, mas o inseto volta diversas vezes ao mesmo lugar.

Então, Rei II. Robert (972-1031) aceita isso como uma intervenção divina e perdoa o homem.

Poucos dias depois, quando o verdadeiro assassino foi encontrado, a história se espalhou rapidamente e desde então a joaninha é considerada um amuleto da sorte que “não deve ser esmagado”.

Porto Editora | Lançamento de Geração D

CONVITE

A Porto Editora, o Âmbito Cultural do El Corte Inglés e o autor convidam-no/a para o lançamento do livro Geração D , de Carlos de Matos Gomes , que se realiza a 11 de abril (quinta-feira), pelas 18:30, na Sala de Âmbito Cultural (piso 6) do El Corte Inglés de Lisboa.

O autor estará à conversa com José Fanha.

Camões e Jau | Frederico Lourenço

Uma das razões pelas quais a vida de Camões continua a ser um objecto de permanente fascínio é o facto de sobre ela sabermos quase nada.

Além da realidade material do livro «Os Lusíadas» publicado em 1572, são poucas as provas documentais que atestam acontecimentos na vida de Camões (note-se que, na sequência do Concílio de Trento, a obrigatoriedade dos registos de baptismo só entrou em vigor no reinado do cardeal D. Henrique). O que temos então de concreto? Há o documento do perdão concedido por D. João III (7 de Março de 1553), depois de Camões ter sido preso por causa da briga em que se envolveu perto do Rossio (em Lisboa), documento esse que também refere a partida iminente de Luís para a Índia. E há vários documentos relacionados com a pensão («tença») que lhe foi concedida por D. Sebastião. 

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GALILEU GALILEI ( E o poema que António Gedeão lhe dedicou )

No dia 15 de Fevereiro de 1564, nasceu em Pisa, GALILEU GALILEI ,físico e astrónomo italiano.

Desde muito cedo, revelou grande aptidão para a Matemática. Foi professor de várias Universidades. Chegaram a vir estudantes de vários países da Europa só para assistir às suas aulas.

A todos falava do universo e explicava que nele nada permanece imóvel. Citava Pitágoras e a sua teoria que a Terra não era o centro do universo.

No dia em que GALILEU utilizou pela primeira vez o telescópio, que ele próprio construíra, levou-o para o cimo do campanário de São Marcos, em Veneza, e ficou deslumbrado. A lua já não estava longe, nem as estrelas. E foi nessa noite que nasceu a astronomia como ciência.

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No cinquentenário do 25 de Abril: Uma Revolução a sério | por Vital Moreira, 25 de março de 2024, in causa-nossa.blogspot.com

1. Sendo uma das mais profundas revoluções da história política nacional, quanto à rutura com o regime precedente – só equiparável à Revolução liberal de 1820, que, porém, foi vencida pela contrarrevolução antivintista logo em 1823 -, a Revolução de 25 de Abril de 1974, iniciada por uma sublevação militar, logo transformada em intensa revolução popular, foi também a mais bem-sucedida na transformação do País, indo além do seu programa originário.

No campo político: fim do regime autoritário e do seu aparelho repressivo e termo da guerra colonial, recuperação das liberdades pessoais, civis e políticas, instauração de um regime democrático baseado na democracia representativa e na democracia participativa, sólidas instituições do Estado de direito, descentralização territorial nos municípios e nas regiões autónomas;

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Uma perspetiva pessoal sobre a nossa perigosa amnésia | Viriato Soromenho-Marques, in DN

Os leitores que têm a gentileza de visitar as minhas crónicas sabem que nestes mais de dois anos de guerra na Ucrânia, envolvendo quatro potências nucleares, tenho alertado, com veemente urgência, para o risco crescente de sermos engolidos num abismo da destruição bélica. Os motivos para isso parecem-me residir na mistura de soberba e amnésia por parte do Ocidente, isto é, dos EUA e da multidão de Estados europeus que se apresentaram ao seu serviço. Soberba, por terem pensado que a Rússia poderia ser tratada como uma potência de segunda categoria. Amnésia, porque na sua conduta, dão sinais de terem esquecido as lições que impediram a Guerra Fria de ter conduzido à III Guerra Mundial.

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A Cidade Misteriosa Argelina localizada em Tassili Nager | in “Fenêtre sur l’Algérie

Tem 15.000 afrescos e inscrições que datam de 20.000 anos, o que significa que é a civilização mais antiga do mundo que existia antes mesmo de os humanos existirem.

Esta parte do deserto é a mesma área que o estado da Jordânia e é a maior cidade caverna do mundo.

É também mais antiga do que as pirâmides egípcias.

Mufdi Zakaria falou sobre esta cidade durante sua visita à Grã-Bretanha, e mais especificamente ao Museu Britânico, onde ele encontrou no museu informações surpreendentes sobre esta cidade dizendo que Sifar é uma cidade habitada por demônios e ninguém a visitou em profundidade, e que todos os desenhos, fotos e estudos que você vê são apenas uma pequena parte dela.

Ninguém descobriu por dentro!

A única reportagem em vídeo foi filmada pela France 2 a partir de um avião invadido, mas não filmou tudo.

O único que entrou foi o maior mágico da história da humanidade {Aleister Crowley} e toda a equipe que entrou com ele morreu, exceto ele!

Anos mais tarde, ele morreu, e ele também deixou um documento em que ele desenhou linhas e desenhos que eram incompreensíveis, e que nenhum dos mágicos foi capaz de interpretar. (O documento está em um museu na Grã-Bretanha.)

INVENÇÃO | o primeiro carro a gasolina

Retirado do Facebook | Mural de Giih de Figueiredo, 29-03-2024

Bertha Benz e seu marido Karl Benz tinham inventado o primeiro carro a gasolina, mas ninguém sabia como usá-lo, então ficou sem uso. Todo mundo chamava Benz de louco pela criação de seu ridículo triciclo; e para terminar o trabalho, ele bebia álcool para acompanhar sua depressão.

Karl vivia com sua esposa Bertha e seus cinco filhos na cidade de Mannheim, e nesse dia Bertha deveria visitar seus pais, quase 100 km a sul de Pforzheim.

Para confortar o marido e garantir que seu trabalho não fosse em vão, Bertha se armou de coragem pegou o triciclo para ir visitá-los.

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COMEMORAR ABRIL | por José Mouta Liz

O apagamento da autoria e desempenho de Otelo Saraiva de Carvalho no 25 de Abril, omitindo e revertendo o passado, como tentativa de o eliminar da História, está a atingir proporções inauditas!

O odioso regime stalinista, tem sido fonte de inspiração para os sucessivos governos, instituições e media pós 25 de Novembro, na arte do expurgo e da falsificação da História, apagando a figura de Otelo das ‘’fotografias’’ em que o seu papel foi determinante. Trabalho desenvolvido por figurantes de pé de página, ignorantes e reaccionários, alguns fascistas, têm dado o seu contributo para a mistificação da História portuguesa contemporânea.

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Salgueiro Maia recebe a título póstumo o prémio “Memória e Identidade” | DN/Lusa

CASTELO DE VIDE – 26 março 2024 às 16h44 | Tenente-coronel que foi um dos principais rostos do 25 de Abril vai ser homenageado em Castelo de Vide, vila onde nasceu e onde está sepultado.

O tenente-coronel Salgueiro Maia vai ser homenageado a título póstumo na quinta-feira dia 28/3, em Castelo de Vide, vila onde nasceu e onde está sepultado, foi esta terça-feira divulgado pela Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico (APMCH), promotora da homenagem.

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O mito de Orfeu | por Maria Helena Manaia

“Notável tocador de cítara e de lira, Orfeu emocionava os corações mais insensíveis que se detinham contemplativos e sonhadores a ouvir o seu canto e a sua música. Quando  Eurydice, a quem amava perdidamente, morreu picada por uma serpente, desceu aos infernos acompanhado da sua lira, para resgatá-la das trevas, depois de se ter abandonado a um silencioso e profundo desgosto. Graças à sua arte, comoveu os deuses da obscuridade, conseguindo permissão para trazê-la de volta à luz e à vida, com a condição de não se voltar e de não a olhar, nem lhe falar, antes de estarem ambos de novo no mundo dos vivos. Mas, à saída do inferno, vencido pela tentação, Orfeu não pôde impedir-se olhar para trás para se certificar de que Euryidce o seguia, perdendo-a, assim, para sempre”.

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Os Portugueses Vivem em Permanente Representação | Eduardo Lourenço, in ‘Labirinto da Saudade’ – Repensar Portugal (1978)

Os Portugueses vivem em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo. A reserva e a modéstia que parecem constituir a nossa segunda natureza escondem na maioria de nós uma vontade de exibição que toca as raias da paranóia, exibição trágica, não aquela desinibida, que é característica de sociedades em que o abismo entre o que se é e o que se deve parecer não atinge o grau patológico que existe entre nós. 

Os Portugueses não convivem entre si, como uma lenda tenaz o proclama, espiam-se, controlam-se uns aos outros; não dialogam, disputam-se, e a convivência é uma osmose do mesmo ao mesmo, sem enriquecimento mútuo, que nunca um português confessará que aprendeu alguma coisa de um outro, a menos que seja pai ou mãe.

Retirado do Facebook | Mural de Maria Teresa Carrapato | 14-03-2024

Instituto Superior Técnico | A.S. Curvelo-Garcia

Uma magnífica Escola de Ciência, que hoje quero fraternalmente saudar

Tive a sorte de ter feito a minha formação técnica e científica numa reputadíssima Escola de Engenharia, a nível internacional: o Instituto Superior Técnico (da Universidade de Lisboa), hoje a maior escola portuguesa de Engenharia, Arquitetura, Ciência e Tecnologia, sendo considerada uma das mais reputadas instituições de Engenharia da Europa. 

Foi fundada em 1911 pelo Engenheiro Alfredo Bensaúde, com a criação dos primeiros cursos de Engenharia (Minas, Civil, Mecânica, Eletrotécnica e Químico-Industrial). 

A partir de 2013, integra a maior universidade portuguesa (Universidade de Lisboa), tendo, até então e desde 1930, integrado a Universidade Técnica de Lisboa. 

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Le Siège de Paris par les Vikings au IXe siècle : Analyse des Causes, Déroulement et Conséquences

Le IXe siècle fut marqué par une série de raids vikings en Francie, suscités en partie par la mort de l’Empereur Romain Germanique Charlemagne en 814. Ces raids, initialement entravés par la puissance de Charlemagne, gagnèrent en intensité après sa disparition. Parmi les attaques les plus notables figurent les sièges de Paris en 845 et 885-886. Ce texte se penchera sur le premier de ces sièges, dirigé par le chef viking Reginherus, analysant les facteurs déclenchants, le déroulement des événements, et les conséquences historiques.

Contexte Historique :

Les Guerres Saxonnes menées par Charlemagne dans la première moitié du IXe siècle ont ébranlé la région, conduisant à une alliance entre les Saxons et les Danois. La mort de Charlemagne en 814 a ouvert la voie à des incursions vikings, les premières frappant la Francie en 820. Les conflits internes entre les fils de Charlemagne ont affaibli la défense contre ces raids.

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Crematório Frio – Memória do Território de Auschwitz de József Debreczeni | Com prefácio de Irene Flunser Pimentel e chancela Temas e Debates

«Acredito que algures na Europa Oriental, junto a uma floresta verdejante, ao longo de um talude ferroviário, ocorreu uma extraordinária metamorfose. Foi aí que as pessoas deste comboio infernal fortemente trancado foram transformadas em animais. Do mesmo modo que todas as outras – as centenas de milhares de pessoas que a loucura arrancara a quinze países e levara para fábricas de morte e câmaras de gás.»

Quando teve conhecimento de que a Hungria iniciara negociações na Itália e na Turquia com os Aliados ocidentais para assinar uma paz separada, Hitler tomou a decisão de ocupar o país até então seu aliado. A 19 de março de 1944, o SS-Obersturmbannführer Adolf Eichmann e o seu Sondereinsatzkommando chegavam a Budapeste para organizar o terrível plano de deportação do último grande grupo de judeus sobreviventes da Europa. O primeiro transporte com destino a Auschwitz-Birkenau partiu a 29 de abril de Kistarcsa, perto de Budapeste, com 1800 homens e mulheres; o segundo saiu a 30 de abril do campo de trabalho de Topolya, na Jugoslávia ocupada pela Hungria, com cerca de duas mil pessoas.

Entre elas, encontrava-se o poeta, jornalista e autor deste livro, József Debreczeni.

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ELEIÇÕES | Joseph Praetorius, 08-03-2024 

É imperioso que as próximas eleições sejam olhadas no significado de legítima defesa, que o voto comporta aqui.  

Os imbecis das diversas direitas, em competição, não escondem as suas nostalgias pelos tempos das crianças descalças na cidade, sob ameaça de multa por andarem descalças. Lembro-me de ainda as ver na minha adolescência e não sou tão velho como isso. 

Não me sinto de esquerda, nem aliás se sabe o que isso seja nos tempos que correm. Mas nestas estruturas de direita não caibo, nem posso caber. 

Os insultos soezes ao 25 de Abril, que vamos ouvindo, não expressam apenas  o ressentimento, nunca resolvido, dos que foram forçados a partir de África para Lisboa, em risco de vida e com a espoliação de todos os seus bens. Esses vieram assim, porque os USA assim quiseram, para reforçarem o eleitorado de direita em Portugal, como reforçaram e continuam a reforçar. Graças ao ressentimento. 

Mas este não pode ser perspectiva aceitável para a determinação dos legítimos interesses do maior número, embora, na medida do possível, deva ser eficazmente eliminado e não faltam modos de o fazer.

Estes insultos vêm de quem quer cortar reformas definitivamente, como já tentaram. Cortar salários, como já fizeram. Vender o que resta das empresas públicas a pesadíssimos parasitas, como já fizeram também, reduzir o país à pobreza, como já disseram em voz alta, discutir (e restringir) o que os pobres comem, com discussão (sempre em voz alta) dos bifes que se não poderiam comer todos os dias, como o fez a desgraçada Jonet que é desta mentalidade bom exemplo e faz fichas de quem se socorra da organização sob sua direcção. Lembro-me de intervenção da criatura, em tom acusatório – “querem dar tudo aos filhos”, veja-se lá bem o disparate do filho do trabalhador indiferenciado ir a um concerto…

Mas, coisa mais aterradora de todas, querem privar de medicação subvencionada os maiores de 65 anos, como o disse a execranda Ferreira Leite (sem o mandar dizer por ninguém). E não convém, ainda, esquecer a exemplaridade da execranda lei Cristas – à qual ninguém reagiu em tempo útil – cujas virtualidades de devastação social são um bom exemplo do que voltou a estar em causa (e nem Salazar teria concedido). 

A população comum, com mais ou menos de 65 anos, está em situação de ataque iminente e estas eleições são o ludíbrio que permitiria aos atacantes arguir o consentimento da vítima.

Sei que um socialismo do nepotismo não é um bom antecedente. 

Mas há uma diferença entre querer empregar e privilegiar os filhos deslealmente e à nossa custa e querer negar o nosso direito à vida, à assistência clínica, à retribuição digna, à reforma aceitável, à habitação compatível com a dignidade mínima e até à alimentação. 

Nem é de esquecer que a ICAR local se lhes junta, como Manuel Clemente o fez. Esta  padralhada juntar-se-lhes-há sempre. 

É precisa outra igreja. Como é precisa outra Escola. E outra imprensa. E é precisa a transfiguração do Estado, claro que sim. Sendo seguro que só de nós todos poderá vir tal coisa, que foi inútil confiar (ao longo de 50 anos) ao execrando leque partidário que outra vez se nos apresenta. 

Mas é preciso discernir entre males. E decidir pelo menor deles, enquanto não estivermos em condições de reagir. 

E ainda não chegou o momento de o podermos fazer.  Infelizmente.

NOTA : Mural de Joseph Praetorius, 08-03-2024, in Facebook

O filme “Morte em Veneza” | por Victor Oliveira Mateus

O filme “Morte em Veneza”, que fez a minha geração embandeirar em arco, e que hoje é varrido para debaixo do tapete com aquele pudor hipócrita que a ignorância sempre traz. Esse filme é um magistral levantamento da dualidade ético-epistemológica que sempre tem lavrado na cultura ocidental.

W. K. C. Guthrie, na sua magistral História da Filosofia Grega em 6 volumes, não se coíbe em afirmar que o Pensamento Ocidental, ao longo dos séculos, não tem sido mais do que um confronto entre Platão e Aristóteles. Ou seja: entre o primado da Alma, do racional, com a subsequente subalternização dos sentidos ou, até mesmo, a sua recusa, e o encumear dos sentidos, com a respetiva secundarização do intelecto.

Este é o tema central do filme de Visconti, bem como do conto homónimo de Thomas Mann. Logo no início da película assistimos à estreia de uma Sinfonia de Aschenbach, que é, depois, incrivelmente pateada. No diálogo que se segue, um dos grandes amigos do maestro grita-lhe dizendo que o insucesso que ele acabara de experimentar era mais do que merecido, já que ele criara uma sinfonia puramente racional (geométrica?), de onde os sentidos tinham sido abolidos, isto é, Aschenbach desenvolvera a tese pitagórica (convém não esquecer que Kepler e Einstein não andaram muito longe de correspondências análogas!) da correspondência entre os números e as nota musicais, urge também referir, aliás, que em Platão o conhecimento matemático funcionava como uma mera propedêutica ao saber filosófico.

Esta relação matemática/ filosofia vigora ainda hoje em algumas Escolas filosóficas! O amigo de Aschenbach salta, então, para o piano e ataca uns acordes, continuando a gritar que a obra de arte, a Beleza, não pode ignorar os sentidos, as emoções.

Esta situação dilemática atravessou, e atravessa, toda a nossa cultura: na literatura podemos encontrá-la em Stefan Zweig (Confusão dos sentimentos), Hermann Hesse (Narciso e Goldmund), Julien Green (Terre Lointaine), etc. No entanto, este tema não aparece só na literatura assumidamente homoerótica ou, como é o caso no conto de Mann, naquela outra em que a heterossexualidade de uma personagem sofre um qualquer abanão (Veja-se o filme “Oito mulheres” de Ozon), podemos encontrar esta temática, por exemplo, no cinema: em “Para além das Nuvens” de Antonioni, vemos que Kim Rossi Stuart sofrendo de uma paixão avassaladora por Chiara Caselli, depois de muito peregrinar e quando se encontrou, finalmente, a sós com ela num quarto, não deixou que a sua mão tocasse o corpo nu da amada (que o conspurcasse?): a mão aproxima-se e, a uns 3/4 centímetros da pele daquela porque tanto ansiara, a dita mão recolhe-se, e Rossi Stuart abandona o quarto abruptamente, fugindo rua afora.

Esta recusa do corpo é exatamente a mesma que esteve na base da surpresa de Alcibíades, que, segundo os historiadores, era extremamente belo e nada – mulher ou homem – lhe escapava, mas que “agora” não entendia como é que aquele velho feio e imundo (Sócrates) tinha dormido a seu lado e nem sequer lhe tocara (Cf. final do “Banquete”).

Esta linha de raciocínio e comportamental podemos encontrá-la ainda hoje, passando por obras como, por exemplo, “Estudios sobre el amor” de Ortega y Gasset. Se por um lado temos todos estes quadros mentais, por outro acena-nos Aristóteles com o seu privilegiar dos sentidos, embora depois, reconheçamos, os ideais de Felicidade e de AMIZADE (tão necessária àquela!) já não tenham nada a ver com o sensorial.

Esta tentativa de vivenciar o aristotelismo no quotidiano foi sempre marcada por um certo insucesso, e nem a afirmação de Averróis de que a alma era mortal e que, de facto, havia um intelecto, mas que este era uno e partilhado por toda a espécie… nem sequer esse averroísmo latino conseguiu singrar, que o digam Sigério de Brabante exilado na corte papal e depois estranhamente assassinado, bem como um Boécio incansavelmente perseguido.

Aristóteles – e o averroísmo latino – passaram a vigorar, sim, mas através da leitura de Tomás de Aquino. Os sentidos contavam, mas vigiados pela razão!

Claro que encontramos grandes exceções: Sade, Condillac… e contemporaneamente Miller, Genet e Tony Duvert, mas tudo isso não passa de exceção (Duvert, que tem um livro em português traduzido pela Luiza Neto Jorge, não encontra hoje, em França, quem o publique!).

É com este dilema que Aschenbach, e após a morte da filha, parte para Veneza, para o Lido. Aí, nessa solidão procurada, o Destino coloca-o à prova! O tal corpo belo, que Platão, no Fedro, afirma só servir de ponto de partida e deve ser imediatamente afastado, o tal corpo belo atenaza-lhe diariamente “o coração”. Coração esse que o matará!

Repare-se em toda a simbologia! É confrangedora a cena em que Aschenbach, no barbeiro, tenta o “alindar do corpo”. Não restam dúvidas que a atração do maestro é correspondida, mas não restam também dúvidas que ela, para permanecer, deve ser irrealizável e com a distância de permeio.: o Absoluto, onde o amor (incorpóreo) fusional se pode concretizar só é passível de ser encontrado no para-lá-do-aqui, por isso no final do filme Tadzio levanta o braço e aponta o horizonte.

Será interessante incorporar aqui algumas leituras como, por exemplo, os místicos do século XVI: quem ler “Os caminhos da Perfeição” de Teresa d’Ávila e “A subida ao Carmelo” de S. João da Cruz verá que não se está assim tão longe de Mann, de Visconti e do “Morte em Veneza”.

Notas

a) quando refiro obras que privilegiam os sentidos não refiro certos pseudo-decadentismos que andam por aí, pois as caricaturas não são a minha especialidade, isto caso eu tenha alguma;

b) não referi propositadamente o “Teorema” de Pasolini, e outros trabalhos dele, pois em breve sairá um artigo meu sobre o tema nesse autor;

c) convém não esquecer também, no filme, as interpretações de Silvana Mangano e de Marisa Berenson

d) quanto a Tony Duvert, a primeiro livro que li dele, era eu menino e moço, e andava com a cunhada do Ricardo Pais pela feira do livro de Madrid, quando comprei o “Diario de un inocente”: ia tendo um enfarte.

A Fascinante História da Civilização de Kush

Explore conosco o rico legado da antiga civilização de Kush (também conhecida como Cuche), que floresceu na região sul do Egito, na Núbia, hoje parte do Sudão.

Explore conosco o rico legado da antiga civilização de Kush (também conhecida como Cuche), que floresceu na região sul do Egito, na Núbia, hoje parte do Sudão.

Iniciando como uma colônia egípcia, Kush logo conquistou sua independência, expandindo seu domínio sobre o Egito e grande parte do vale do rio Nilo

Esta civilização mesclou a cultura egípcia com influências de outros povos africanos.

Os cuchitas, povo de Kush, predominantemente agricultores, também incluíam artesãos e mercadores em sua sociedade.

Embora se destacassem em comércio, às vezes recorriam à prática da escravidão capturando pessoas de outros povos.

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ORIGEM DOS PERSAS | DuBabulu News

Os persas foram um dos povos mais importantes da Antiguidade, que formaram um grande império a partir do século VI a.C. Eles habitavam o planalto iraniano, onde hoje fica a República Islâmica do Irã, e tinham uma origem comum com outros povos de língua indo-europeia, chamados de arianos.

Os persas eram formados por várias tribos, mas uma delas se destacou pela sua liderança e dinastia: os aquemênidas. O fundador desse clã foi Aquemênus, que viveu por volta do século VIII a.C. e deu origem a uma linhagem de reis que governaram a Pérsia até o século IV a.C.

O primeiro grande rei aquemênida foi Ciro II, conhecido como Ciro, o Grande. Ele foi o responsável por iniciar a expansão do império persa, ao se rebelar contra o domínio dos medos, que eram seus vizinhos e parentes. Ciro conquistou a Média, a Lídia, a Babilônia, a Síria, a Palestina e parte da Ásia Menor, respeitando as culturas e religiões dos povos submetidos.

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AS GLÓRIAS QUE VÊM TARDE JÁ CHEGAM FRIAS, por PAULO MARQUES in Facebook

Veja-se o que aconteceu a Luís de Camões (1524 – 1580), que se situa hoje entre os grandes poetas líricos de todos os tempos. Grande entre os grandes. Apesar da tença anual de quinze mil réis (que se calcula que equivalessem hoje a cerca de duzentos euros), por três anos, que lhe foi concedida por Dom Sebastião, após a publicação de “Os Lusíadas”, nos últimos anos de vida confrontou-se com gravíssimas dificuldades materiais. Valeu-lhe o auxílio de Jau, o seu escravo negro, que pedia esmola pelas ruas de Lisboa, de modo que o amo não vivesse na mais indigna miséria. Só lhe colocaram a coroa de louros quando menos necessitava dela…

P.S. Ironicamente, depois de morto, com o passar dos anos, Camões tornou-se uma glória nacional e “Os Lusíadas” foi considerada a obra máxima da cultura portuguesa. O que levaria Almada Negreiros, em “A Cena do Ódio”, a emitir este comentário fulminante: «a pátria onde Camões morreu de fome/ e onde todos enchem a barriga de Camões.»

13 de abril: Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima convidam para XIX Jornada de Espiritualidade Reparadora | «A Eucaristia na Vida e Obra do Padre Formigão: Lugar de Beleza e Comunhão»

A Congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima convida para a XIX Jornada de Espiritualidade Reparadora, a 13 de abril, na Casa de Nossa Senhora do Carmo, no Santuário de Fátima.

Com entradas livres e início às 10h00, a 19ª Jornada terá como tema «A Eucaristia na Vida e Obra do Padre Formigão: Lugar de Beleza e Comunhão».

O sacerdote jesuíta Dário Pedroso apresentará a primeira conferência, sobre o tema «Padre Manuel Nunes Formigão e o Tesouro da Eucaristia».

De seguida, o teólogo e investigador Pedro Valinho Gomes apresentará a conferência «A Presença Sacramental. Notas para uma Ética Eucarística, em diálogo com o Padre Formigão».

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Banking dynasty member Lord Jacob Rothschild dies aged 87 | by Sarah Hooper Feb 26, 2024, in metro.co.uk

Lord Jacob Rothschild, one of the richest men in the banking world, has died at the age of 87, his family has announced.

The British banking giant started his career in the family bank, NM Rothschild & Sons, in 1963, before accruing a fortune of around £825 million in his career spanning decades.

Lord Rothschild’s family give away a reported £66 million to Jewish causes, education and art.

In a statement, the family said: ‘Our father Jacob was a towering presence in many people’s lives, a superbly accomplished financier, a champion of the arts and culture, a devoted public servant, a passionate supporter of charitable causes in Israel and Jewish culture, a keen environmentalist and much-loved friend, father and grandfather.

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«Do 25 de Abril de 1974 ao 25 de Novembro de 1975»: Irene Flunser Pimentel analisa autonomia do campo político português no período entre os dois “25”

«Devido a um acidente e a doença, António de Oliveira Salazar foi substituído, na presidência do Conselho de Ministros, por Marcello Caetano, por decisão do presidente da República, almirante Américo Tomás, em 27 de setembro de 1968. Após convocar uma reunião do Conselho de Estado, o presidente anunciou que, “atormentado” por “sentimentos afetivos de gratidão”, decidira exonerar Salazar e nomear Marcello Caetano. Salazar manteve no papel todos os poderes e honras, com direito de permanecer na própria casa oficial do presidente do Conselho, constando que ninguém se atreveu a dizer-lhe que já não dirigia o país.»

Assim principia, em setembro de 1968, e a poucos anos do golpe de Estado que nos abriria as portas para a democracia e possibilitaria a criação do Estado social, a liberdade de associação, pensamento, ação e mobilidade social, Do 25 de Abril de 1974 ao 25 de Novembro de 1975 – Episódios menos conhecidos – documento de leitura obrigatória em que Irene Flunser Pimentel revisita as principais instituições de poder erguidas quer entre os militares, quer entre os principais partidos políticos portugueses, durante o processo que se desenvolveu entre os anos finais da ditadura e o 25 de Novembro de 1975.

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Dito e escrito em 12.05.2016, por José Pacheco Pereira, in Abrupto | Nota: subscreveria com convicção este texto – Vítor Coelho da Silva, em 18-02-2024

SURPRESA!

Desenganem-se que sou muito mais liberal do que socialista, mas sou sujeito a esse interessante anátema de que agora tudo o que não pertence a essa direita radical é socialista, pelo menos, quando não é esquerdista, radical, comunista, etc. Aliás, sobre o que disse no artigo que publiquei e que suscitou a fúria destes “liberais” (“Para a nossa direita radical o Papa é do MRPP”), nada é dito e percebe-se porquê: é que eles pensam mesmo que o Papa é do MRPP com aquelas histórias da “economia que mata…”

Sabem qual é a surpresa? É que no essencial continuo a pensar o mesmo e não me converti ao socialismo, a não ser à parte de socialismo que existe na social-democracia. 

http://abrupto.blogspot.com/2016/05/surpresa-desenganem-se-que-sou-muito.html

17 DE FEVEREIRO DE 1806: NAPOLEÃO ORDENA A CONSTRUÇÃO DO ARCO DO TRIUNFO

No dia seguinte à vitória em Austerlitz, Napoleão proclamou aos seus soldados: “Levar-vos-ei de volta a França. Você só voltará para suas casas sob arcos triunfales.”

Em 18 de fevereiro de 1806, Napoleão tomou a decisão oficial de erguer um arco triunfal para a glória da Grande Armée, seguindo o exemplo da Roma antiga, que também havia passado da República para o Império. Vários locais foram então propostos, a Bastilha foi preferida por um tempo, mas Napoleão optou pela Place de l’Étoile.

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A MULHER ATENIENSE | In Presente de Grego

A discussão do papel da mulher na sociedade não é atual. 

É antiga e presente no pensamento ocidental desde a Antiguidade. 

Na Grécia, Sócrates, Tucídides e Plutarco nos ajudam a elaborar um breve quadro que compõe o significado da mulher em Atenas.

1. Dentro de casa: 

Sua autoridade doméstica era plena. 

Era a principal responsável pela distribuição das tarefas aos escravos, zelava pela educação da prole, cuidava do preparo e conservação dos alimentos, estava atenta ao vestuário e à saúde dos membros da família. 

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CONSTANTINO E A ASCENSÃO DO CRISTIANISMO | In Estudos Históricos

Constantino foi um imperador romano que viveu entre os séculos III e IV d.C. Ele é considerado o primeiro imperador cristão, pois foi o responsável por legalizar e favorecer o cristianismo no Império Romano, que até então era dominado pelo paganismo e pela perseguição aos cristãos.

A conversão de Constantino ao cristianismo é um dos eventos mais importantes da história da igreja, pois marcou o início de uma nova era de expansão e influência da fé cristã na sociedade e na política. Segundo a tradição, Constantino se converteu após ter uma visão de uma cruz luminosa com as palavras “in hoc signo vinces” (por este sinal vencerás) antes da batalha da Ponte Mílvia, em 312 d.C., contra o seu rival Maxêncio. Nessa batalha, Constantino saiu vitorioso e se tornou o único governante do Império Romano do Ocidente.

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Quatro grandes líderes de Portugal. Exemplos extraordinários de como se faz grande política

Diogo Freitas do Amaral, Francisco Sá Carneiro, Mário Soares e Álvaro Cunhal

Os quatro souberam rodear-se de grandes quadros militantes, experientes, com vidas profissionais exemplares.

EMÍLIO RUI VILAR | Memórias de dois regimes

RUI VILAR | Comprei esta tarde, e acabei há pouco de ler, as “Memórias de dois regimes”, uma entrevista de mais de 400 páginas, através da qual Rui Vilar nos descreve o seu trajeto pessoal e político. Com questões colocadas por António Araújo, Pedro Magalhães e Maria Inácia Rezola, que se nota terem feito um rigoroso “trabalho de casa”, o livro constitui um interessante fresco do tempo de transição de um Estado Novo já em evidente declínio para dentro de um período revolucionário no qual Rui Vilar, com pouco mais de 30 anos, acabou por ser cooptado, quiçá inesperadamente, para lugares governativos de forte responsabilidade política e institucional. Para quem, como eu, acompanhou de perto esses tempos, se bem que situado em quadrantes à época nem sempre coincidentes com os do entrevistado, é muito curioso poder ser hoje “voyeur” retrospetivo das tensões existentes dentro do conselho de ministros, das peculiaridades do caótico processo decisório da época, anotando de caminho a perspetiva de Rui Vilar, enquanto destacado observador-participante, sobre a dialética político-militar naquela volátil conjuntura. Para além disso, o livro traz-nos apontamentos curiosos sobre o nosso panorama bancário e económico-financeiro no período pré e pós – 25 de Abril, sobre a génese e natureza da Sedes, bem como comentários interrogativos em torno da atitude de algumas conhecidas personalidades, na diacronia dos dias convulsos da Revolução. O saldo deste exercício é o retrato de um social- democrata sereno, sem angústias ideológicas, de um tecnocrata com preocupações sociais, sempre teimosamente moderado no exercício de um obsessivo bom senso, que visivelmente não se deixou empolgar pelo sentido festivo da Revolução, no seio de um Estado em acelerada reconstrução, que acabou por servir com forte sentido cívico e democrático, marcado por alguma disfarçada mas legítima ambição. Deixo ao Rui e aos três condutores deste exercício de História oral um abraço de felicitações por este valioso contributo, bem oportuno neste ano de lembrar Abril.

Retirado do Facebook | Mural de Francisco Seixas da Costa 

ORIGEM DO POVO GREGO | in Estudos Históricos

A origem dos gregos é um tema que envolve mitos e verdades, pois não há uma única resposta definitiva sobre como esse povo se formou e se desenvolveu. Os gregos antigos não se consideravam um povo unificado, mas sim um conjunto de cidades-Estados independentes, que compartilhavam uma língua, uma religião e uma cultura comuns. No entanto, eles também tinham diferenças políticas, sociais e econômicas entre si, e muitas vezes entravam em conflito pelo domínio de territórios e recursos.

Segundo a mitologia grega, os primeiros habitantes da Grécia foram os titãs, seres gigantescos que governavam o mundo antes dos deuses olímpicos. Os titãs foram derrotados por Zeus e seus irmãos, que passaram a reinar no Olimpo. Os deuses, então, criaram os homens à sua imagem e semelhança, e os ensinaram as artes, as ciências e as leis. Os gregos se consideravam descendentes dos deuses, e atribuíam a eles a origem de suas cidades, de seus heróis e de seus costumes.

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O Neandertal em Nós | Revelando o último mistério de nossa origem

Dizia-se que ele era o ‘Primeiro Europeu’, nosso irmão místico da era do gelo. Ninguém sabe exatamente por que ele desapareceu há 30.000 anos. Foi em 1856 que os primeiros ossos deste homem pré-histórico foram descobertos na Alemanha. Desde aquela época, o Neandertal está cercado de mistério. Quanto dele ainda existe dentro de nós? Por mais de 13 anos, cientistas do Instituto Max-Planck de Antropologia Evolutiva em Leipzig têm trabalhado na decifração do genoma Neandertal. Direção: Tamara Spitzing, Jörg Müllner

TIMGAD – BATNA – ARGÉLIA

A maior cidade romana construída fora da Itália. E a mais bem conservada.

No ano 100, durante o reinado do imperador romano Trajano (r. 98–117), o general Lúcio Munácio Galo fundou a colônia de Tamúgados. Seu nome completo era: Colônia Marciana Trajana Tamúgados e destinava-se a aumentar a área de domínio, influência e de negócios de Roma naquela região, além de proporcionar proteção para as rotas comerciais e aos habitantes da região contra ataques de nômades vindos do sul.[3] Ao longo dos anos desenvolveu-se e de colônia transformou-se numa típica e estruturada cidade romana, com tavernas, lojas, fórum e um grande teatro.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Tingade (ver fotos aqui)

Aqui ao lado de onde moro há um lugar, uma praça, onde as pessoas se sentam à conversa | por João Costa, in Facebook

Aqui ao lado de onde moro há um lugar, uma praça, onde as pessoas se sentam à conversa.

Falam das suas vidas. Gostam de ouvir música, as suas preferidas, as que as transportam para as memórias da sua infância. Quem não gosta dos sons com que cresceu?

Nessa praça, encontram-se afinidades e discute-se a vida na terra. Sempre foi assim Lisboa, uma terra onde se chega, com saudades da terra de onde se veio. Uma cidade que acolhe e de onde “se vai à terra” e para onde se importam memórias e hábitos. O que seria Lisboa sem os restaurantes dos courenses, a Casa do Alentejo ou os seus mercados cheios dos produtos regionais? O que seria Lisboa sem os sotaques preservados dos que há décadas chegaram do interior, do sul ou do norte?

Aqui na praça os sotaques e as línguas encontram-se e fazem-se ouvir e percebemos todos que somos mais felizes quando a língua que falamos é aquela com que as nossas mães nos tranquilizaram e adormeceram ao colo.

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A NATO E A REVOLUÇÃO DE ABRIL | Francisco Seixas da Costa | in Facebook

(Dedico este texto ao Nuno Santos Silva, valente capitão de Abril, que sei que me lê por aqui, a quem eu desafio a imaginar quem é a figura que retrato nesta história)

Com o seu papel catalizador da reação ocidental à ação russa na Ucrânia, a NATO tem andado muito na baila. A possibilidade do regresso de Trump à presidência americana está a provocar algumas interrogações sobre o futuro da aliança de que Portugal faz parte desde 1949, em especial se se olhar para aquilo que foi o seu comportamento perante a segurança europeia, durante o seu primeiro, e até agora único, mandato. Logo veremos, até porque não há nada que, pela nossa parte, possa ser ser feito no sentido de alterar o rumo que as coisas vierem a ter.

Nestes 50 anos do 25 de Abril, deixo memória de um episódio que julgo curioso, ligado à NATO, passado entre agosto e setembro de 1974. Repito: há cerca de meio século.

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MUDANÇA DE ENDEREÇO DO BLOG DASCULTURAS | NOVO = www.dasculturas.pt

Por motivo de ataque informático, perdemos o endereço anterior. Assim, o novo endereço, pelo menos durante três (3) anos, prazo que foi pago para o seu uso, será: https://www.dasculturas.pt. Ou seja, deixámos o ( .com ) e passámos para o ( .pt ), o que, em boa verdade, é muito mais patriótico.

As nossas desculpas pelos distúrbios causados e ânsias provocadas aos nossos mais de 50.000 membros registados e talvez outros tantos ainda não registados.
Um abraço cultural do Vítor Coelho da Silva

Vasco Núñez de Balboa, o primeiro europeu a ver o Oceano Pacífico

Em 15 de janeiro de 1519, Vasco Núñez de Balboa, o primeiro europeu a ver o Oceano Pacífico, foi decapitado. Marco da exploração que foi possível graças às instruções dos guias indígenas.

Em uma expedição complicada cheia de pântanos, chuvas e inimigos, eles fizeram o seu caminho para o que ele chamou de Mar do Sul (Oceano Pacífico). Fernando, o Católico, depois de ouvir as boas novas, reconheceu Núñez de Balboa como o descobridor do Mar do Sul e o governo do Panamá e Cohíba. No entanto, foi a partir deste momento que a inveja e a traição afetaram as façanhas do explorador. Pedro Arias Dávila entraria em cena e as disputas pelas terras recém-descobertas criaram uma inimizade entre os dois exploradores.

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Novo Aeroporto de Lisboa | Aeroporto Mário Soares? | Fica a sugestão | Wikipédia

Mário Alberto Nobre Lopes Soares GColTE • GCC • GColL (LisboaCamões7 de dezembro de 1924 – LisboaSão Domingos de Benfica7 de janeiro de 2017) foi um advogado e político português que ocupou os cargos de Primeiro-Ministro de Portugal de 1976 a 1978 e de 1983 a 1985 e de Presidente da República Portuguesa de 1986 até 1996.

Político de profissão e vocação, co-fundador do Partido Socialista, a 19 de abril de 1973, Mário Soares iniciou na juventude o seu percurso político, integrando grupos de oposição ao Estado Novo, primeiro como militante de base do Partido Comunista Português e membro de outras estruturas ligadas ao PCP, o MUNAF e o MUD, tendo sido cofundador do MUD Juvenil — e depois na oposição não comunista — Resistência Republicana e Socialista, que funda com dissidentes do PCP e através do qual entrará para o Diretório Democrato-Social. Pela sua atividade oposicionista foi detido 12 vezes pela PIDE — cumprindo cerca de três anos de cadeia (AljubeCaxias e Penitenciária) — e, posteriormente, deportado para São Tomé.[1] Permaneceu nessa ilha até o governo de Marcello Caetano lhe permitir o regresso a Portugal, sendo, posteriormente às eleições de 1969 — nas quais Soares foi cabeça-de-lista pela CEUD em Lisboa — forçado a abandonar o país, optando pelo exílio em França.[2]

No processo de transição democrática subsequente ao 25 de Abril de 1974 Mário Soares afirmou-se como líder partidário no campo democrático, contra o Partido Comunista, batendo-se de forma intransigente pela realização de eleições. Foi ainda Ministro de alguns dos governos provisórios — destaca-se sobretudo o facto de ter sido Ministro dos Negócios Estrangeiros, logo no I Governo Provisório, associando-se ao processo de descolonização, qualidade em que dirigiu o processo de rápida independência e autodeterminação das províncias ultramarinas, processo esse que ficou para sempre como o ponto menos consensual do seu percurso político.[3]

Vencedor das primeiras eleições legislativas realizadas em democracia, Soares foi Primeiro-Ministro dos dois primeiros governos constitucionais, o I e II governos constitucionais, este último de coligação com o CDS. A sua governação foi marcada pela instabilidade democrática — nomeadamente, pela tensão entre o Governo e o Presidente da República — Conselho da Revolução — pela crise financeira e pela necessidade de fazer face à paralisação da economia ocorrida após o 25 de Abril, que levou o Governo a negociar um grande empréstimo com os EUA. Ao mesmo tempo, foi um período em que o Governo, e Soares em particular, se empenhou em desenvolver contactos com outros líderes europeus, tendentes à adesão de Portugal às Comunidades Europeias.

Líder da oposição entre 1979 e 1983, no ano de 1982, Mário Soares conduziu o PS ao acordo com o PSD e o CDS (que então formavam um governo chefiado por Francisco Pinto Balsemão) para levar a cabo a revisão constitucional de 1982, que permitiu a extinção do Conselho da Revolução, a criação do Tribunal Constitucional e o reforço dos poderes da Assembleia da República.

Foi, de novo, Primeiro-Ministro do IX governo, do chamado Bloco Central, num período marcado por uma nova crise financeira e pela intervenção do FMI em Portugal, e pela formalização da adesão de Portugal à CEE.

Depois destas experiências governativas, Mário Soares viria a ser Presidente da República durante dois mandatos, entre 1986 e 1996 — venceu de forma tangente, e à segunda volta, as eleições presidenciais de 1986, contra Diogo Freitas do Amaral, e com larga maioria as de 1991, em que contou não só com o apoio do PS como do PSD, de Cavaco Silva. Sendo o primeiro civil a exercer o cargo de Presidente da República, deixou patente um novo estilo presidencial, promovendo a proximidade com as populações e a projeção de Portugal no estrangeiro; sendo marcado ao mesmo tempo pela tensão política com os governos de Cavaco Silva e pelo polémico caso TDM (Teledifusão de Macau).[2]

https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Soares

Uma viagem ao fim do mundo | de Paulo Roberto Pereira | por Adelto Gonçalves

Capa, lombada, quartacapa e orelhas do Livro “Atas do Quinto Seminário da Primeira Volta ao Mundo: a Estadia da Frota no Rio de Janeiro”

Ensaios mostram como a expedição de Fernão de Magalhães/Juan Sebastián Elcano foi o ponto de partida para o atual processo de globalização.
     I
            O Rio de Janeiro foi o primeiro porto visitado nas Américas pela expedição empreendida pelo navegador português Fernão de Magalhães (1480-1521) e pelo espanhol Juan Sebastián Elcano (1476-1526) em 1519-1522, que entraria para a história como a primeira viagem de circum-navegação mundial.  Para celebrar esse acontecimento de cinco séculos que trouxe uma nova visão do mundo e comprovou que a Terra é redonda, foi realizado o Seminário Internacional do 5º Centenário da Primeira Volta ao Mundo, nos dias 12 e 13 de dezembro de 2019, no auditório do Museu Histórico Nacional, n o Rio de Janeiro, com palestras de historiadores do Brasil, Espanha, Portugal, Argentina, Chile, Peru e Uruguai e o apoio do Instituto Camões, de Lisboa, e do Instituto Cervantes, de Madrid, e dos consulados desses países.

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A Inquisição na Europa e nas Américas

A Inquisição foi uma instituição criada pela Igreja Católica para perseguir ideias que pudessem perverter o cristianismo. Além de defender a fé católica, a Inquisição acabou sendo usada para perseguir inimigos políticos e engordar os cofres de reis e de religiosos. Ela não ficou só restrita à Europa, ela se espalhou junto com os espanhóis e portugueses por suas colônias e chegou até o Brasil, onde teve no Padre Antônio Vieira um forte inimigo.

Pepe Escobar: Maravilhas da Ásia Central e a Grande Parceria Eurasiática / Yuliana Titaeva

O analista geopolítico e jornalista internacional brasileiro, Pepe Escobar, fala sobre o conceito da “Grande Eurásia”: * Integração eurasiática como expressão prática da geopolítica continental; * Crescimento econômico do Uzbequistão e do Cazaquistão; * O novo “grande jogo” na Ásia Central; * O papel da Rússia no processo de “integração de integrações” e no estabelecimento de uma nova ordem mundial. Além disso, neste episódio, há muitas informações interessantes sobre o passado e o presente da VDNKh, a principal exposição da União Soviética e Rússia.

Glória e Tragédia de Gorbatchov | Diogo Freitas do Amaral

Gorbatchov não foi um pensador político original, mas antes um governante que procurou fazer— e conseguiu quase até ao fim — a primeira transição conhecida, na História, do maior Estado totalitário comunista de sempre para um Estado de Direito Democrático.

E conseguiu praticamente tudo, embora tenha sido apeado do Poder a poucos dias do triunfo final.

Democratizou a U.R.S.S., libertou a Europa de Leste e inspirou dezenas de países na África e na Ásia (entre os quais, todas as ex-colónias portuguesas que se tinham tornado independentes em 1974-75).

Para a minha Mãe que hoje faria 101 anos Tantas saudades!

Para Sempre | Carlos Drummond de Andrade

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

SNS – Serviço Nacional de Saúde | António Galopim de Carvalho

Num tempo que estamos a viver e a assistir à degradação (senão, mesmo, à tentativa de destruição) do nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS), em vésperas de comemorarmos os 50 anos de liberdade, em que populismos sem projectos consequentes se digladiam pela conquista do poder, pouco se fala de António Arnaut (1936-2018), Homem bom, que ficou na História como o “pai” desta que é, unanimemente, considerada a maior realização do 25 e Abril.

Advogado de profissão, Arnaut iniciou-se na vida política, em 1965, como militante da Acção Socialista Portuguesa, tendo sido um dos fundadores do Partido Socialista, em Bad Münstereifel, na Alemanha, em 1973, e um seu dirigente até 1983.

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Lições de 2015 | História de António Filipe | in Jornal Expresso, 04-12-2023

O que se passou entre 2015 e 2019 na vida política nacional encerra lições valiosas que não podem deixar de ser tidas em conta no momento em que o país enfrenta um novo ato eleitoral em 10 de março de 2024

Ao admitir na noite das eleições de outubro de 2015 que o PS só não formaria Governo se não quisesse, Jerónimo de Sousa abriu uma fase na vida política nacional que muitos consideravam impossível.

Relembremos a fita do tempo: a coligação PSD/CDS tinha sido a força política mais votada e Pedro Passos Coelho já tinha assumido a vitória apesar da coligação ter perdido a maioria absoluta de que dispôs entre 2011 e 2015. A formação de um novo Governo PSD/CDS teria de contar pelo menos com a abstenção do PS.

O PS, pela voz de António Costa, já tinha assumido a derrota e felicitado o vencedor. Preparava-se para ficar na oposição, sem esclarecer qual seria a sua atitude relativamente ao Governo que se viesse a formar, e o que estava no horizonte do PS era um ajuste de contas interno que levaria certamente à substituição do Secretário-geral. A ideia posteriormente construída de que António Costa já tinha congeminado antecipadamente a possibilidade de formar Governo com o apoio dos Partidos de esquerda não passa de uma fantasia que o discurso da noite de 10 de outubro de 2015 claramente desmente.

O BE tinha obtido um bom resultado, mesmo acima do que era previsível umas semanas antes, mas também já tinha assumido que o seu papel naquela legislatura seria o de oposição ao Governo que se viesse a formar.

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“A nossa história é um estendal de ocasiões perdidas”, escreveu Eduardo Lourenço a Mário Soares. | in Expresso

“A nossa história é um estendal de ocasiões perdidas ou falhadas, e esta mesma constância constitui assunto de meditação”, escreveu Eduardo Lourenço a Mário Soares em junho de 1972, em letra miúda, difícil de decifrar, numa carta que analisa “aquele estranho e admirável povo que nos coube”. O filósofo e pensador enaltecia, então, a recente publicação em França do livro “Portugal Amordaçado” (“Le Portugal Baillonné”), que classificou como o “romance político da nossa geração e de agora em diante o espelho em que cada membro dela é obrigado a rever-se para descobrir os fios da sua própria aventura nesse campo”.

O livro, que foi inicialmente publicado em França, em abril de 1972, pela editora Calmann-Lévy, abanou o Portugal marcelista e foi comentado por todos, de François Mitterrand a Francisco Sá Carneiro, que o apreciou “muitíssimo” e o definiu como “testemunho lúcido e franco sobre a situação inalterada” de um país que gritava em surdina contra a Guerra Colonial e a falta de liberdade.

Fiodor Dostoievski | Anna Dostoievskaia

Carta de 1876, de Fiodor Dostoievski (11 de Novembro de 1821 — 9 de Fevereiro de 1881) a Anna Dostoievskaia ou Anna Grigórievna Snítkina (12 de Setembro de 1846 – 9 de Junho de 1918).

”Minha Anuska, onde foste buscar a ideia de que és uma mulher como outra qualquer? Tu és uma mulher rara, e, além do mais, a melhor de todas as mulheres. Tu própria não sonhas as qualidades que tens. Não só diriges a casa e as minhas coisas, como a nós todos, caprichosos e enervantes, a começar por mim e a acabar no Aléxis. Nos meus trabalhos desces ao mais pequeno pormenor, não dormes o suficiente, ocupada com a venda dos meus livros e com a administração do jornal. Contudo, conseguimos apenas economizar alguns copeques — quanto aos rublos, onde estão eles? 

Mas a teu lado nada disso tem importância. Devias ser coroada rainha, e teres um reino para governar: juro-te que o farias melhor que ninguém. Não te falta inteligência, bom senso, sentido da ordem e, até… coração. Perguntas como posso eu amar uma mulher tão velha e feia como tu. Aí, sim, mentes. Para mim és um encanto, não tens igual, e qualquer homem de sentimentos e bom gosto to dirá, se atentar em ti. Por isso é que às vezes sinto ciúmes. Tu própria nem sabes a maravilha que são os teus olhos, o sorriso e a animação que pões na conversa. O mal é saíres poucas vezes, se não ficarias admirada com o teu êxito. Para mim é melhor assim — no entanto, Anuska, minha rainha, sacrificaria tudo, até os meus ataques de ciúmes, se quisesses sair e distraíres-te. Sim, muito gostaria que te divertisses. E se tivesse ciúmes, vingava-me querendo-te ainda mais. 

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Manuel Maria Barbosa du Bocage

Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do quintal. Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com os seus amados patos, disse-lhe:

Oh, bucéfalo anácrono! Não te interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo… mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.

E o ladrão, confuso, diz: Doutor, afinal levo ou deixo os patos?

Os Devoristas de Novembro | Carlos Matos Gomes

O que comemora quem comemora o 25 de Novembro de 1975 em 2023 e quem o comemora e com que finalidade?

O 25 de Novembro tem o «Documento dos Nove» como carta constitucional. Constituiu o máximo denominador comum das forças que se opunham a uma revolução, no sentido de rutura com a hierarquia de valores num dado modo de produção,, de distribuição de riqueza e de representação política . O seu objetivo declarado foi o estabelecimento da Ordem e Liberdade. Ordem é uma palavra agregadora de militantes conservadores, avessos a mudanças, a não ser as do tempo. Tal como Liberdade, quando, como era o caso, surge associada ao perigo da ditadura comunista. Os conceitos de Ordem e a Liberdade na Quinta da Marinha, nos arredores de Lisboa e na Foz do Douro, são muito diferentes dos conceitos de Ordem e Liberdade no bairro de Chelas e da Quinta do Conde, na região de Lisboa, ou nos bairros das Fontaínhas, ou do Aleixo, no Porto.

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O Colosso de Rodes |  Uma das  maravilhas do mundo antigo! | By Maru Rodríguez

 🌹 No coração do Mediterrâneo, entre a Grécia e a Turquia, ergue-se a ilha de Rodes, famosa na antiguidade por ter albergado uma das sete maravilhas do mundo antigo: o Colosso de Rodes.  Esta monumental estátua de bronze, dedicada ao deus grego Hélios, não só deixou uma marca indelével na história, mas também serve como um testemunho impressionante da habilidade artística e técnica da antiga civilização grega.

 🌹 A construção do Colosso de Rodes começou por volta de 292 AC.  e levou mais de 12 anos para ser concluído.  Foi erguido para comemorar o sucesso da defesa da ilha contra um cerco militar inimigo.  A estátua tinha aproximadamente 33 metros (110 pés) de altura e ficava no porto da cidade de Rodes, permitindo a entrada e saída de navios entre as pernas estendidas.

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The Beatles | Now And Then | The Last Beatles Song (Short Film) | 02-12-2023

Now and Then’s eventful journey to fruition took place over five decades and is the product of conversations and collaborations between the four Beatles that go on to this day. The long mythologised John Lennon demo was first worked on in February 1995 by Paul, George and Ringo as part of The Beatles Anthology project but it remained unfinished, partly because of the impossible technological challenges involved in working with the vocal John had recorded on tape in the 1970s. For years it looked like the song could never be completed. But in 2022 there was a stroke of serendipity. A software system developed by Peter Jackson and his team, used throughout the production of the documentary series Get Back, finally opened the way for the uncoupling of John’s vocal from his piano part. As a result, the original recording could be brought to life and worked on anew with contributions from all four Beatles. This remarkable story of musical archaeology reflects The Beatles’ endless creative curiosity and shared fascination with technology. It marks the completion of the last recording that John, Paul and George and Ringo will get to make together and celebrates the legacy of the foremost and most influential band in popular music history.

O Senhor Primeiro Ministro António Costa recebe petição para instalar escultura a evocar Mário Soares nos jardins de São Bento | in LUSA

Lisboa, 01 nov 2023 (Lusa) – Dezenas de personalidades de diferentes áreas políticas assinam uma petição a solicitar ao primeiro-ministro, António Costa, a instalação em 2024 de uma escultura a evocar Mário Soares nos jardins do Palacete de São Bento, em Lisboa.

Esta petição, que a agência Lusa divulga, foi dinamizada pelo histórico socialista António Campos e pelo atual secretário-geral da UCCLA (União de Cidades Capitais de Língua Portuguesa), Vítor Ramalho.

É assinada, entre outros, por membros do Conselho de Estado como Manuel Alegre e o cientista António Damásio, bem como pelo fundador do CDS e atual presidente da Câmara de Sintra, Basílio Horta, e pelo antigo ministro social-democrata Ângelo Correia.

Destaque, ainda, para a presença na lista de subscritores de Mota Amaral, fundador do PSD, antigo presidente do Governo Regional dos Açores e da Assembleia da República, assim como do antigo ministro, dirigente e autarca do PSD António Capucho e do padre Vítor Melícias.

Na petição, sugere-se que a escultura evocativa de Mário Soares, a instalar nos jardins do Palacete de São Bento, seja da autoria de Leonel Moura.

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Fotografias raras mostram como era a Palestina antes do nascimento de Israel | in Público

Ana Marques Maia 17 de Outubro de 2023

As fotografias históricas que compõem esta fotogaleria levantam o véu sobre a história do território antes da ratificação da “solução de dois estados” da ONU.

“Uma terra sem povo para um povo sem uma terra.” O slogan foi repetido à exaustão, ao longo do século XX, pelo movimento sionista e pelos apoiantes do sionismo para mobilizar a imigração judaica para a Palestina. As fotografias do arquivo do Library of Congress Eric and Edith Matson, tiradas entre 1898 e 1946 e fornecidas ao P3 pelo Palestine Photo Project, contam, no entanto, uma história diferente. A Palestina era, no século XIX e XX, antes do nascimento do Estado de Israel, em 1948, um território habitado por centenas de milhares de pessoas e vivia, segundo a Enciclopédia Britannica, “um renascimento árabe”. 

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O pai político do 25 de Novembro foi Mário Soares | por António Campos, in Facebook

A ignorância política da Ana Gomes.

O pai político do 25 de Novembro foi Mário Soares.

Em Março de 1975 Mário Soares demite-se de Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo presidido por Vasco Gonçalves. Em junho numa das maiores manifestações após o 25 de Abril, na Fonte Luminosa, Mário Soares denunciou o ataque político á Liberdade conquistada no 25 de Abril pelo PCP.

No verão 24 jornalistas são demitidos do Diário de Notícias pelo Saramago com quem tive uma violenta discussão.

No Verão surge o grupo dos nove no exército comandados pelo Melo Antunes, em dissidência com os ataques às liberdades conquistadas no 25 de Abril.

Em meados de Novembro há o cerco à Assembleia da República.

Passados poucos dias é nomeado Vasco Lourenço para o comando da região militar de Lisboa.

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IRENE LISBOA | in Facebook

Mulher inteligente, de extrema sensibilidade, entusiasta do trabalho educativo, autora de vasta obra que se reparte entre a ficção intimista e autobiográfica, a crónica, o conto (para crianças e adultos), a poesia, a tradução, a pedagogia e a crítica literária, Irene Lisboa não teve porém uma vida pessoal e, até de certa forma, uma atividade literária que possamos considerar bafejada pela sorte. E é pena, porque Irene Lisboa foi não só uma escritora de grandessíssimo valor e uma pedagoga com um trabalho inovador, como uma pessoa generosa e amável que merecia ter conquistado um pouco de felicidade. 

Talvez a sua modéstia, o facto de ter sido pouco ambiciosa, porventura a recusa por parte do público de uma literatura feminina sentimentalista, o ter adotado um tipo de escrita realista e intimista (tão nua e crua que incomodava) a contracorrente do que ao longo da sua vida se foi editando, não se tendo sujeitado ao gosto comum do seu tempo, tivessem concorrido para que sofresse o insucesso, por assim dizer, comercial. 

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5 de Outubro | Dia da Proclamação da República em Portugal em 1910

1143 — Realiza-se em Zamora (Leão) a conferência de mesmo nome, pela qual é reconhecida pelo rei Afonso VII de Leão e Castela a independência de Portugal.

Aguarela de Alfredo Roque Gameiro, pintor Minderico, natural de Minde, Concelho de Alcanena, Portugal

NOTAS SOLTAS DE UM DOMINGO DE OUTUBRO Fernando Couto e Santos | Facebook 01/10/2023

1-A Livraria Leya na Buchholz – que reabriu após obras de remodelação – promoveu esta semana uma série de conferências e outras iniciativas para assinalar os oitenta anos da famosa Livraria lisboeta. Sejamos claros: apesar dos esforços louváveis do grupo Leya que reergueu em 2010 a Livraria das cinzas da antiga Buchholz que havia encerrado em 2009, a vida nem sempre é um eterno recomeço e com o encerramento da velha Buchholz perdeu-se toda uma filosofia de livraria que durante décadas foi um símbolo de um certo cosmopolitismo literário que Lisboa em boa verdade não tinha ou tinha tão – só à guisa de ilhas muito dispersas – quiçá pequenas aldeias gaulesas -aqui ou acolá.

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Dostoiévski | 11 de novembro de 1821 a 9 de fevereiro de 1881

Nietzsche: O único psicólogo com quem aprendi alguma coisa foi Dostoiévski.

Freud: Se não fosse Dostoiévski, a psicanálise teria que esperar um pouco.

Einstein: Dostoiévski me deu mais do que qualquer outro cientista, até mesmo Gauss.

Albert Camus: Pela primeira vez depois de ler Crime e Castigo, senti uma certa dúvida sobre a minha capacidade. Considerei seriamente a possibilidade de desistir deste trabalho.

Cemal Süreya: Li Dostoiévski e não tive paz desde aquele dia.

Stefan Zweig: Dostoiévski é o psicólogo dos psicólogos.” “Dostoiévski penetrou mais profundamente no mundo subterrâneo do inconsciente do que médicos, advogados, peritos criminais e psicopatas”, diz e acrescenta. O limite final de toda a humanidade não é ninguém senão Dostoiévski.

Murathan Mungan: Dostoiévski nos ensinou a misericórdia muito melhor do que nossas mães e pais.

Um jovem pede a Oğuz Atay que lhe recomende um livro.

A resposta de Oğuz Atay é clara: “Primeiro leia Dostoiévski, termine. Depois venha…

Nem Descobrimentos nem Expansão | Pedro Lains | in Diário de Notícias | 29 Abril 2018

29 Abril 2018 | MUSEU DA HISTÓRIA DE PORTUGAL 

Nem Descobrimentos nem Expansão: aquilo que é preciso é um Museu da História de Portugal. E um museu em que primeiro se pensem os conteúdos e só depois o edifício.

Muitos países tiveram passados grandiosos. Apenas alguns exemplos próximos de nós servem. A Dinamarca já foi um império, a Turquia, o centro do Império Otomano e, claro, a Grã-Bretanha, que já foi o maior império que o mundo alguma vez conheceu. Portugal teve três impérios, cuja história é muito importante e o público sabe isso, porque sente o seu reflexo. Mas é preciso ir mais longe.

Quem estuda um aspecto específico da história da Expansão cedo reconhece que o mundo lá fora dá atenção a dois ou três aspectos e a pouco mais. Certo que Vasco da Gama e António Vieira são figuras de craveira mundial. Mas já muito poucos saberão quem foi Pedro Nunes ou o nónio. Dizer isto é reconhecer que o país é grande, mas à sua dimensão.

Então, será preciso um museu para mostrar quem foi Pedro Nunes? A pergunta pode ser respondida com uma outra: precisamos de um museu do Império Otomano ou da Expansão dinamarquesa? Precisamos de um museu do Império Britânico?

Pedir um museu da Expansão é pormo-nos exactamente ao nível dos que no passado tanto vangloriaram os Descobrimentos.

Os governos da monarquia liberal do século XIX, da República e do Estado Novo usaram os impérios como forma de se justificar perante os cidadãos. Seguramente foi o Estado Novo que mais o fez, com a Exposição do Mundo Português, em 1940, ou as comemorações henriquinas, em 1960. Queremos continuar nessa senda? A discussão do nome de um museu sobre este tema esconde esta questão. Faz o mesmo apenas mudando o nome.

O país precisa de um museu da História de Portugal. Um museu da presença no território que hoje é Portugal dos povos antigos, do Império Romano, das gentes muçulmanas, da reconquista cristã, da formação do Estado medieval e, claro, dos Descobrimentos e da Expansão. Precisa de um museu que mostre e explique a união dinástica com Espanha, a Restauração, o absolutismo, o liberalismo, a República, o Estado Novo, a democracia e o que somos hoje.

Um museu que mostre as origens diversas de um país diverso num mundo diverso, de Viriato a Marco Paulo. Um museu de um período específico da história do país, escolhido por razões enraizadas num passado menos aberto, empobrece o país – e o próprio período que deveria enaltecer. E não seria alargando o âmbito do tema que o projecto melhoraria, pois do que não precisamos mesmo é de ver a história do país – e do mundo – através do binóculo da Expansão.

A teoria desta coisa tem uma tradução prática. Nunca haverá peças suficientes para um museu dos Descobrimentos ou da Expansão. Não há um número suficiente de objectos por aí espalhados à espera de serem reunidos. Não é uma triste realidade, é a realidade. Não há vestígios de uma única nau; o número de instrumentos de navegação é escasso; não há um espólio de Bartolomeu Dias, de Vasco da Gama ou de Pedro Nunes. Há cartas, documentos, pinturas e outras coisas, que faria sentido reunir. E há objectos que podem representar os mundos a que os navegadores e os comerciantes chegaram. Mas tudo isso não encherá um museu. Um museu da Expansão seria sempre um museu com mais ideias do que objectos, em que a ausência de materiais seria compensada por ideias, textos, conceitos. O mesmo não se aplica ao todo milenar que é a história de Portugal.

Todas as boas ideias já foram inventadas. Uma nação que já foi grande territorialmente, que já foi uma grande potência europeia, e que hoje é grande por aquilo que sabe fazer, a Dinamarca, tem o seu Museu de História Nacional. Exemplar, aliás. Com um museu da História de Portugal podíamos compreender os vários tempos históricos das pessoas e dos povos que viveram neste canto de Europa, e colocar os Descobrimentos e a Expansão no contexto nacional e internacional apropriado. Mas primeiro os conteúdos e depois o edifício, já que o país – sobretudo, Lisboa – já tem um número suficiente de obras de regime vazias, algumas feitas de propósito para serem “museus”.

Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

Pedro Lains in Diário de Notícias


SUGESTÃO

PARQUE TEMÁTICO | História de Portugal de 1143 a 2023, com Figuras de Cera e Efeitos Especiais

Este Museu incluiria os Descobrimentos e a Revolução do 25 de Abril.

Imaginemos, por exemplo, a Partida de Vasco da Gama com a sua armada saindo do cais de Belém a caminho da India. Que cena poderemos imaginar recorrendo à tecnologia de efeitos especiais!

Vítor Coelho da Silva, 26-09-2023

https://dasculturas.com/category/museu-dos-descobrimentos/

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A QUEDA DAS MÁSCARAS | Hugo Dionísio 

Ele entrou, em passo inseguro de quem está marcado pelo peso da História…. Poderia ser confundido com Biden, na forma como se arrastou pela sala e pela forma como dormiu na sessão. Mas estava no Canadá! Contudo, tal como fariam com Biden, a sala de pé, em uníssono, aplaudiu o subitamente célebre “convidado”. 

Cada um dos 338 presentes, na Câmara baixa (Casa dos Comuns) do Parlamento, vigorosamente aplaudiu, assumindo a responsabilidade pelo peso histórico que a situação, em si, exigia. O momento era irrepetível, especial, único na sua essência. Afinal, desde há mais de 78 anos, que uma figura com a identidade política em questão, era recebida em apoteose, num qualquer Parlamento. O aplauso eufórico a um combatente da 2ª grande guerra, com 98 anos, era em si uma oportunidade única. Já não restam muitos, e da qualidade do homenageado, ainda menos. Nunca se sabe se mais alguma vez, aqueles 338 “diligentes” parlamentares, voltarão a ter tal oportunidade.

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𝐋𝐢𝐬𝐞 𝐌𝐞𝐢𝐭𝐧𝐞𝐫: 𝐀 𝐌𝐮𝐥𝐡𝐞𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐃𝐢𝐯𝐢𝐝𝐢𝐮 𝐨 Á𝐭𝐨𝐦𝐨 | Texto e pesquisa por Fagner Oliveira

Era uma época em que o mundo estava borbulhando mudanças, à beira de um abismo que separava o conhecimento humano do desconhecido. Estamos nos anos 1930, uma era de descobertas científicas e crescente tensão global. Em meio a esse cenário incerto, uma mulher brilhante e dedicada estava prestes a fazer uma das maiores contribuições para a ciência do século XX. Seu nome? Lise Meitner.

Lise Meitner nasceu em Viena, Áustria, em 1878, em uma época em que as mulheres tinham acesso limitado à educação superior e eram excluídas da maioria das instituições científicas. Mas Lise era uma mente indomável, cheia de curiosidade e determinação. Ela enfrentou todas as barreiras impostas às mulheres na ciência e, com resiliência e paixão, abriu caminho até se tornar uma das maiores físicas nucleares de todos os tempos.

Meitner era conhecida por sua colaboração próxima com Otto Hahn, um químico alemão, ao longo de muitos anos. Juntos, eles investigaram os segredos do núcleo atômico, mergulhando profundamente no átomo e explorando o que havia ali. Suas pesquisas os levaram a algo que ninguém poderia ter previsto: a fissão nuclear.

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LUA | 20 de julho de 1969 | Retirado do Facebook, autoria José Valente.

Ao que parece, a Lua em que os americanos alunaram nos anos 60 do século passado, não é a mesma Lua onde alunou o veículo indiano. Vamos ouvir falar muito sobre este estranho caso.

“Dados estranhos do Chandrayaan-3. As perguntas aos EUA sobre a aterragem lunar tornaram-se mais numerosas,

Uma fotografia da superfície lunar tirada pela nave indiana Chandrayaan-3, que pousou com sucesso no final de agosto, durou alguns minutos na conta da ISRO antes de ser rapidamente apagada.

Mas há muito mais questões sobre os EUA e a sua missão Apollo à Lua em 1969-1972, e nem sequer por essa razão.

Sim, toda a gente esperava ver que a bandeira americana não estava lá. Até agora, não ficámos convencidos. Mas há dois outros factos indiscutíveis que vieram do veículo lunar indiano.

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O PARAFUSO DE ARQUIMEDES | Gabriel Cury Perrone 

Apesar de ser atribuida a Arquimedes, os primeiros registros de máquinas com este tipo de sistema de transporte são do Egito Antigo e datam de três séculos antes de Cristo. Foi Diodoro da Sicília, historiador grego que viveu entre 90 a.C. e 30 a.C., que atribuiu a invenção desta máquina a Arquimedes, pois foi este que introduziu esta técnologia na Grécia após uma visita ao Egito.

Há pesquisadores que sugerem que bombas de parafuso similares seriam utilizadas para irrigar os Jardins Suspensos da Babilônia, representados nesta obra criada por Martin Heemskerck no século XVI, uma das sete maravilhas do mundo antigo que teria existido no século VI a.C.. Esta afirmação se apoia em uma interpretação de uma inscrição cuneiforme assíria, corroborada pelo historiador grego Estrabão, que descreveu os Jardins sendo irrigados por grandes parafusos.

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