Major-General Carlos Branco, via Paulo Silva, in Facebook

Os dirigentes europeus, de um e do outro lado da cortina de ferro, apostaram na dissuasão, porque sabiam que uma guerra quente entre os dois blocos levaria ao extermínio. Falava-se então na Destruição Mútua Assegurada (MAD, Mutual Assured Destruction), um conceito que parece ter sido esquecido pelos atuais líderes do Velho Continente. Pelo menos, é isso que podemos deduzir do discurso desta nova geração de dirigentes que não viveu o flagelo da guerra.

Foi graças à dissuasão e à MAD, que os dois arqui-inimigos coexistiram pacificamente durante mais de quatro décadas. As grandes potências – EUA e URSS – optaram por se confrontar noutras latitudes, noutros teatros de operações, através de guerras por procuração, afastadas dos seus territórios. Os afegãos, os vietnamitas e outros povos de África saberão certamente do que falo.

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A LIÇÃO DO LOBO | por Khoudir Hamitouche, in Facebook

Quando um lobo está perdendo a luta contra outro lobo e percebe que ele não tem mais chance de ganhar, o lobo perdedor oferece pacificamente a jugular ao seu oponente, como se dissesse “eu perdi, vamos acabar com isso”.

Mas, nesse momento, o inacreditável acontece: o lobo vitorioso, inexplicavelmente, fica paralisado.

Uma força milenar impede-o de matar aquele que tem a humildade de admitir a derrota.

Um mecanismo primário, inscrito no DNA ou além, é acionado no lobo vitorioso e lembra-lhe que a espécie é mais importante do que o prazer de eliminar o adversário.

Que mecanismo instintivo maravilhoso!

Ninguém chamaria o lobo rendido de covarde, nem aquele que paralisa com misericórdia, apenas o milagre acontece.

Nem vencedor, nem ganhador.

Os dois lobos partem e a roda da vida continua.

Se ao menos os humanos aprendessem a lição dos lobos em vez de continuarem a massacrar uns aos outros por orgulho e desejo de poder!

Encontramos todas as respostas observando a linguagem da natureza.

SPINOZA, LEITOR DE MAQUIAVEL | por Marcos Bazmandegan, in Facebook

Em termos políticos e não só, Spinoza foi um leitor atento de Maquiavel e Hobbes. Contudo, era para Maquiavel que a sua admiração se voltava. Chamando-o de “agudíssimo” e “prudentíssimo” em seu Tratado Político, última obra da sua vida que não pôde completar. A visão política de Maquiavel não se fundava numa visão utópica da natureza humana, mas na realidade do que ela é, com as suas paixões e ambições, forças e fraquezas. Uma política realista deveria ser feita em função dessa perspetiva de humanidade e não daquelas idealizadas por Platão, Aristóteles e pelos moralistas posteriores.

De certo modo, Spinoza transferiu essa mesma noção, não só para a sua política, mas também para a sua metafísica. Ou melhor, construiu uma metafísica que fundamentasse essa visão política totalmente realista e atenta ao ser humano real e não imaginário. 

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O pai político do 25 de Novembro foi Mário Soares | por António Campos, in Facebook

A ignorância política da Ana Gomes.

O pai político do 25 de Novembro foi Mário Soares.

Em Março de 1975 Mário Soares demite-se de Ministro dos Negócios Estrangeiros do governo presidido por Vasco Gonçalves. Em junho numa das maiores manifestações após o 25 de Abril, na Fonte Luminosa, Mário Soares denunciou o ataque político á Liberdade conquistada no 25 de Abril pelo PCP.

No verão 24 jornalistas são demitidos do Diário de Notícias pelo Saramago com quem tive uma violenta discussão.

No Verão surge o grupo dos nove no exército comandados pelo Melo Antunes, em dissidência com os ataques às liberdades conquistadas no 25 de Abril.

Em meados de Novembro há o cerco à Assembleia da República.

Passados poucos dias é nomeado Vasco Lourenço para o comando da região militar de Lisboa.

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