
Marilyn Monroe

The Tabernacle Choir at Temple Square | Soprano Erin Morley; Mezzo-soprano Sasha Cooke; Tenor Paul Appleby; Baixo Joseph Barron.
Hendrik Johannes Cruijff, mais conhecido como Johan Cruijff, Johan Cruyff, ou simplesmente Cruijff (Amsterdã, 25 de abril de 1947 — Barcelona, 24 de março de 2016) foi um futebolista e técnico neerlandês que atuava como meia e atacante.
É considerado pela IFFHS como melhor futebolista europeu do século XX e um dos maiores jogadores da história do futebol. (International Federation of Football History & Statistics – IFFHS).
Tido como um jogador revolucionário, tático, ofensivo, coletivo, vistoso e eficiente, é considerado um dos propulsores do “futebol moderno” inspirou muitos jogadores e treinadores a partir de suas extraordinárias atuações no Ajax e, principalmente, na Seleção dos Países Baixos, durante a Copa do Mundo de 1974.
Il était là Sous la trochée de la lanterne
Cette rue lugubre et apatride
Devenue le fumoir de la morose baderne
La gorge nouée
Un amalgame d’angoisses et de regrets macramés
Un regard mouillé
Lorsqu’il repense à son desiderata assassiné
Ses cernes couleurs de lilas
Apportent un peu de vie
À la vie qui n’est plus là
Une vie partie en fumée
Tout le monde le désertera
De toutes les cigarettes qu’il a allumées
Il pense que la dernière le consolera
É curioso, desde que se sente que a prioridade está nas negociações de paz na Ucrânia (ainda com curtas chamadas de primeira página) a guerra passou para páginas menores dos media e nas têvês, o futebol reganhou o espaço dominante (nem se fala já da estátua da sra de Fátima…).
No entanto no recuo de Zelinsky está o jogo da perda de autonomia da Ucrânia que passa a ser um Protetorado de 9 países, 5 dos quais do Conselho de Segurança da ONU (Rússia incluída), para aceitar não entrar na Nato que na verdade entra pela porta das traseiras com a entrega de armas e gerar a exclusão aérea.
Mais ainda lá se vão a prazo de 15 anos Donetz e Lugansk como já foi a Crimeia enquanto que a guerra continua em Mariupol (desnazificar a Ucrânia enfim).
Como não se sabem os reais objetivos militares da invasão russa, o certo é que Stoltenberg e Biden em particular, deveriam apresentar a demissão dos seus cargos, pois a sua aposta guerreira foi à vida tendo significado somente o desastre ucraniano em vidas e edificado enquanto que a Nato pouco valor mostrou ter (se formou o exército ucraniano o resultado não foi brilhante por muito que se queira dizer o contrário pois a Ucrânia tem uma forte e antiga presença militar no mundo sob formação soviética).
Continuar a lerJoe Biden e seus parceiros da NATO subestimaram o suposto “inimigo”, ou seja, quiseram responder à insistência recente e última de Vladimir Putin de que não admitiria mais países vizinhos com armas nucleares apontadas ao seu País, a Rússia, com uma apressada decisão de integração da Ucrânia na Organização.
No entender de muitos, Vladimir Putin apercebeu-se de que ficaria encurralado, pois que o artº 5 da NATO diz que é uma Organização Militar de Defesa, que responderá se qualquer País da Aliança for atacado.
Situação que, inevitavelmente, levaria à Guerra Nuclear e extinção da Humanidade.
Daí ter decidido avançar para a denominada “Intervenção Militar Especial”, antes da integração da Ucrânia, para evitar o automatismo de uma resposta global da NATO.
De notar que, foi sempre admitido e aceite pelas Duas Potências Nucleares nos acordos sobre armamento que subscreveram, que a única forma de evitar uma guerra atómica seria que o equilíbrio armamentício deveria respeitar a “lei/regra” da Destruição Mútua Assegurada.
Ou seja, em linguagem simples, ambas as Potências Nucleares sempre aceitaram que a única maneira de evitar carregar no Botão, seria a absoluta consciência de que inevitavelmente seria o fim de toda Humanidade.
A evolução havida hoje na reunião de Istambul sob o Patrocínio de Recep Tayyip Erdoğan, é um passo gigantesco para a obtenção da Paz. Oxalá se consubstancie num cessar fogo a curto prazo e num acordo sólido e equilibrado, em que todos saiam vencedores, com vista a uma vizinhança e coabitação pacíficas para sempre, entre a Ucrânia e a Rússia e entre As Europas do Leste e Oeste.
EUROPA DO ATLÂNTICO AOS URAIS | CHARLES DE GAULLE
Vítor Manuel Coelho da Silva,
29/03/2022
O vice-ministro da Defesa da Rússia, Alexander Fomin, disse que a Rússia decidiu “reduzir fundamentalmente a actividade militar na direcção de Kiev e Chernihiv de forma a “aumentar a confiança mútua para futuras negociações e para a assinatura de um acordo de paz com a Ucrânia”.
Os responsáveis ucranianos presentes no encontro admitem adoptar um estatuto de neutralidade em troca de garantias de segurança, ficando de fora de qualquer tipo de aliança militar, como é o caso da NATO, e que não irá albergar bases militares no país.
Os ucranianos pretendem um período de consulta de 15 anos sobre o estatuto do território anexado da Crimeia. “Se conseguirmos consolidar essas disposições-chave, o que para nós é fundamental, então a Ucrânia estará em condições de afirmar um estatuto de neutralidade”, disse Oleksander Chaly.
Para os responsáveis ucranianos, as condições hoje acordadas permitem já pensar num encontro entre Zelensky e Vladimir Putin.
Escreve para Joffre Antonio Justino
Opção/proposta/decisão muito inteligente ; à Rússia interessam vizinhos desenvolvidos, pois será bom para ambos (vcs)
© Reuters – A informação foi avançada no mesmo dia em que as delegações de Moscovo e Kyiv estão reunidas, em Istambul.
Fontes citadas pelo The Financial Times terão dito que a Rússia está disposta a deixar a Ucrânia aderir à União Europeia, caso o país abandone quaisquer eventuais intenções de aderir à NATO.
Apelos quanto a uma eventual “desnazificação” da Ucrânia, que envolveria uma mudança de regime no país, terão também sido deixados de parte enquanto medida a negociar com Kyiv durante as conversações de paz.
Continuar a lerAnne Ghesquière reçoit dans Métamorphose Bruno Giuliani, docteur en philosophie et maitre en biochimie.
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Continuar a lerPublicidade | Texto parcial / 12 páginas, retirado com a devida vénia e aplauso (vcs).
Cap. 7 | Liberdade, eternidade, amor
«Sentimos e experimentamos que somos eternos»
A QUESTÃO DA LIBERDADE ASSENTA, em Espinosa, num paradoxo aparente: atravessa toda uma obra, muito embora o faça assente numa noção de determinismo cósmico que parece reduzi-la a nada. No começo da Ética, depois de ter definido Deus como a Substância única, Espinosa afirma que ele é «a causa imanente de todas as coisas» e que «tudo foi predeterminado por Deus».
A Natureza é o desenvolvimento dessa causalidade primeira, e tudo o que existe no mundo é determinado por causas e, por seu turno, produz efeitos. Este encadeamento das causas e dos efeitos – que evoca a noção hinduísta e budista de carma, a lei causalidade universal – aplica-se a tudo, incluindo às ações humanas, cujas causas nos são o mais das vezes desconhecidas.
Precisemos todavia que esse determinismo nada tem de religioso: não é a expressão de uma fatalidaade ou de um destino. Nenhuma vontade divina superior, que poderíamos eventualmente fazer infletir através das nossas preces, constitui a sua origem. Trata-se apenas, de maneiraqiase mecânica, do desenvolvimento de uma causalidade primeira que produz determinados efeitos no conjunto do cosmos.
Continuar a lerO presidente russo, Vladimir Putin, trouxe a Europa de volta a um lugar que pensávamos ter sido remetido a um passado irrepetível. Encontramo-nos diante de um líder irracional cuja política externa vem degenerando desde o dia, em 2001, em que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, o olhou nos olhos e disse que havia encontrado um homem em quem podia confiar.
O risco de uma terceira guerra mundial deixou de estar no âmbito do impossível. A Rússia está agora a realizar ataques a poucos quilómetros das fronteiras da NATO e, dada a imprevisibilidade de Putin, não podemos descartar a possibilidade de um confronto direto entre a Rússia e a Aliança. Isso levantaria a possibilidade quase inimaginável de um conflito nuclear, que os nossos líderes têm o dever de evitar.
Continuar a lerPoderá haver outras explicações para a expressão “carapau de corrida” mas esta que li e vou contar tem bastante lógica.
Tradicionalmente nas lotas o peixe é vendido pelo sistema de leilões invertidos em que o leiloeiro começa por um preço elevado e vai, numa toada rápida, descendo o preço até um comprador dizer “Chui” que é o sinal que a dada caixa foi arrematada.
Outra caixa se seguirá e o processo é repetido. Nas lotas o primeiro peixe a ser leiloado é o de maior qualidade sendo, por isso, vendido a preço mais elevado.
Mas há sempre varinas que tentam comprar ao menor preço e se deixam ficar para os últimos leilões. Comprar ao menor preço nas lotas é praticamente sinónimo de arrematar o peixe de menor qualidade.
Estas varinas que se deixaram ficar para o fim tentam recuperar o tempo perdido correndo para as vilas e cidades para vender o seu peixe, o seu carapau, tentando vendê-lo ao preço do de maior qualidade.
Nem todas as freguesas se deixam enganar. As mais conhecedoras identificam logo o peixe de menor qualidade chamando-lhe que é peixe de corrida ou melhor que é “carapau de corrida”.
Nem sempre a destreza e esperteza das varinas compensa.
O termo, no entanto, passou para outros domínios. Hoje chamar alguém de “carapau de corrida” refere-se a alguém que se julga mais esperto do que os outros, pessoa convencida. Também se usa o termo “armar-se em carapau de corrida” para se referir a alguém que tenta impressionar os outros com manifestações de exibicionismo.
Do Facebook Vitor Manuel
Lista de títulos provisória – contamos publicar 3 por semana, com a devida explicação de cada expressão.
Maria vai com as outras (nº1)
Nem sempre galinha nem sempre rainha (nº2)
A árvore das patacas (nº3)
Ir para o Maneta (nº4)
Meter a mão no fogo (nº5)
Continuar a lerUm nome é uma eternidade mesmo no silêncio,
quando as aves não regressam à árvore e a noite se fecha.
Digo o teu nome, uma sílaba, e uma cascata de luz consubstancia a verdade.
Sal de lume, se te chamo, mais alto que os voos, o teu nome.
Maria Isabel Fidalgo, in “Não esqueças o meu nome”, Poética Edições.
Em sua videocoluna para a DW, Pepe Mujica fala sobre a guerra na Ucrânia e acusa o Ocidente de colonialismo intelectual devido à repercussão desigual do conflito em solo europeu em detrimento de guerras em regiões periféricas. “O que acontece na Europa é muito mais humano do que o que acontece em outros lugares. Por isso segue existindo um colonialismo intelectual que nos subordina.” Mujica aponta para o impacto global causado pela guerra na Ucrânia e como países que estão muito distantes e não têm ingerência nenhuma sobre o conflito devem sofrer baques econômicos e falências. “A Europa, o mundo, os EUA, não pensaram nas medidas que tomam, nas consequências que têm para muitas pessoas”, disse Mujica. “Quando poderão a Europa e o mundo olhar para o mundo inteiro pelo qual são responsáveis?”
Em sua videocoluna para a DW, Pepe Mujica fala sobre a guerra ser a forma de solucionar conflitos: “Seguiremos na pré-história, com a única diferença de que a barbárie dos homens primitivos parece brincadeira de criança comparada a atual.”
Why Cold War Again? Stephen F. Cohen, Professor Emeritus, Russian Studies and Politics, New York University and Princeton University; Contributing Editor, The Nation
Commonwealth Club of California
Enquanto a maior ditadura do mundo, com 140 milhões de habitantes, ganha a guerra na Ucrânia, limitando-se a assistir, a Europa recebe o imperador Biden, que combaterá ao lado de Zelensky até ao último europeu, promovendo a venda de armas do complexo militar-industrial dos EUA e valorizando o gás de xisto e os cereais dos EUA.
Nem sequer os jornalistas lhe censuram a falta de autoridade moral para usar linguagem de almocreve e acicatar a guerra na Europa, destruindo as instituições que genuinamente se batem pela paz, nomeadamente a ONU e o Vaticano, provocando a desorientação dos países e a desordem das consciências, e deixando a fatura para os europeus.
O pensamento único vai regressando à Europa, colocada em estado de estupor, perante a violência da guerra ucraniana, sem estratégia própria, a navegar ao sabor dos interesses geoestratégicos alheios. Putin, que apoiou a extrema-direita europeia, conseguiu destruir a Ucrânia e Rússia, a última à espera de se tornar uma nova Jugoslávia onde o fascismo islâmico se prepara para a desintegrar e criar novos estados fantoches apoiados pelos responsáveis da sua desintegração.
Dizer que nenhuma potência gosta de que lhe ponham mísseis na fronteira, devia ser um truísmo tautologicamente demonstrado, e passou a ser a arma ao serviço do pensamento único, sob meaça de ser um argumento a favor do czar Putin.
A Paz é um mero pretexto retórico para a eliminação do adversário escolhido pela Nato, e o presidente da Ucrânia foi promovido a herói das democracias liberais, mesmo depois de ter proibido os partidos da oposição.
O histerismo com que se veiculam as posições de Zelensky chega ao despautério de exaltar a sua censura ao governo de Portugal por não ser tão belicista quanto desejava, à Nato por ter medo da Rússia e à Europa por não dar pretexto ao holocausto nuclear envolvendo-se diretamente na guerra que procura estender ao Mundo.
A Europa, herdeira do Renascimento, do Iluminismo e da Revolução Francesa, arrisca a desintegração. Os nacionalismos já a corroem, o belicismo dos que não aceitam pagar a fatura da sua imprudência ameaça as instituições democráticas, a extrema-direita anda aí nas ruas, de Lisboa a Kiev, e a Polónia e a Hungria, que tinham suspensos os fundos por desrespeitarem os direitos humanos, já integram o paradigma das futuras democracias, que constroem muros para impedir a entrada de refugiados de tez escura, mas abrem as portas a caucasianos.
Quando aceitamos censura à informação e nos resignamos às verdades únicas, é a ruína dos valores que promovemos, a democracia que pomos em jogo e o futuro coletivo que hipotecamos.
Ninguém se preocupa já com alterações climáticas, com a fome que aumenta em África por cada dia que se prolonga a guerra na Europa, com os refugiados da Síria e do Iémen, com os regimes teocráticos que se multiplicam, com a Turquia na sua deriva islâmica e antidemocrática a forçar a integração na UE, enfim, com a subversão dos valores que nos moldaram e tínhamos por irreversíveis.
O mundo não é a preto e branco e os que resistem são difamados.
Podem calar-nos, mas não nos renderemos.
Carlos Esperança | 27/03/2022
Retirado do Facebook | Mural de Carlos Esperança
Eu considero Macron o mais esclarecido dirigente da União Europeia. Ficou com as “cartas” de Merkel.
Neste caso e após as diatribes de Biden, o presidente francês não podia dizer mais do que disse, lamentar. O lamento traduz várias impotências: a impossibilidade de assumir a servidão europeia e a de ofender o imperador com a verdade.
Resta ler as entrelinhas. Macron sabe, mas não pode afirmar que Biden e os EUA queiram um cessar fogo na Ucrânia.
A ação dos EUA e da família Biden desde 2008 foi e é no sentido de atrair a Rússia e provocar a rutura com a União Europeia. Biden sabe exatamente o que quer e não é um cessar fogo que pretende, mas uma ocorrência que coloque a União Europeia perante uma situação catastrófica que a obrigue a servir os objetivos futuros dos EUA!
Quando a rutura entre a UE e a Rússia estiver consumada, feitos os negócios da energia e do «rearmamento da Europa», os EUA tratarão de passar as responsabilidades e os custos para os europeus e concentrar-se-ão na China e no Pacífico.
Até lá é altura de impropérios.
Retirado do facebook | Mural de Carlos Matos Gomes
Amigos meus a maioria das lusas Esquerdas a maioria no campo da família PS e BE defendem a toda a força que sou putinista ( enfim pior que russofilo pior que sovietista) e tudo porque me preocupo em perceber este cenário de “estupida guerra” russo-ucraniana e tirar ilações sobre a mesma
Na realidade há que ver a realidade como ela é e não com rosáceos óculos de ideologias manipuladas como os papparazianos nos impingem nos media ditos “ocidentais”
Vivemos até 24 de fevereiro uma globalização selvática e não democrática mas que permitiu abrir mentes ao outro via o turismo que nos ligou num processo que integrou biliões de Pessoas algo nunca visto
Não sou putinista nem russofilo mas também não sou ucranianista e garantidamente não tenho qualquer simpatia por Biden Stoltenberg Leyden ou Scholtz mas o mesmo já não digo de Macron e dos que se esforçam por travar a expansão da guerra
Entretanto tenho acompanhado a lenta evolução para a redução do papel do Império único ( à Roma) estadunidense e do dólar que se pode dizer ter surgido em força com o nascimento do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics que pretende a multipolarização financeira global
Continuar a lerAgora, que o imperador regressou à capital após a visita aos confins do império, onde as legiões lutam para progredir em direção aos territórios dos bárbaros, acolhido em triunfo e despedido com promessas de servidão e lealdade pelos cônsules locais, recordei o “Discurso da Servidão Voluntária”, escrito em 1600 por La Boétie, companheiro e amigo do filósofo Montaigne. Este, um homem de Estado, de obediências, de ordem, monárquico, adepto de um chefe absoluto, considerou o livro do jovem amigo difícil prefaciar. Hoje em dia é ainda tristemente atual a dificuldade da sua análise. Pelo que vi, vimos, nas cerimónias de receção da Europa ao imperador, o ser humano (pelo menos os dirigentes europeus) aceita como boa medida para viver com alguma comodidade amarrar-se a si mesmo para melhor obedecer a um senhor. Como dizia Manuel J. Gomes, tradutor de La Boétie: Se em 1600 era tarefa difícil escrever um prefácio a La Boétie, hoje não é mais fácil. Hoje como nos tempos de La Boétie e Montaigne, a alienação é demasiado doce e a liberdade demasiado amarga, porque está demasiado próxima da solidão.
La Boétie escreveu, parece-me que com razão e premonição, que a Liberdade é coisa que os homens não desejam; e isso por nenhuma outra razão (julgo eu) senão a de que lhes basta desejá-la para a possuírem; como se recusassem conquistá-la por ela ser tão simples de obter.
E, de seguida, La Boétie avança uma diatribe contra os povos que assim se submetem: Gentes miserandas, povos insensatos, nações apegadas ao mal e cegas para o bem! A vida que levais é tal que (podeis afirmá-lo) nada tendes de vosso. Mas parece que vos sentis felizes por serdes senhores apenas de metade dos vossos haveres, das vossas famílias e das vossas vidas; e todo esse estrago, essa desgraça, essa ruína provêm afinal não dos seus inimigos, mas de um só inimigo, daquele mesmo cuja grandeza lhe é dada só por vós, por amor de quem marchais corajosamente para a guerra, por cuja grandeza não recusais entregar à morte as vossas próprias pessoas.
Esse que tanto vos humilha tem só dois olhos e duas mãos, tem um só corpo e nada possui que o mais ínfimo entre os ínfimos habitantes das vossas cidades não possua também; uma só coisa ele tem mais do que vós e é o poder de vos destruir, poder que vós lhe concedestes!
E La Boétie faz as perguntas que ainda hoje são atuais e que nós, os europeus, devíamos fazer aos nossos tristes (mas sorridentes) representantes, se confiássemos que não fossem cobardes, a propósito da servidão voluntária ao imperador que os veio inspecionar:
Onde iria ele buscar os olhos com que vos espia se vós não lhos désseis? Onde teria ele mãos para vos bater se não tivesse as vossas? Os pés com que ele esmaga as vossas cidades de quem são senão vossos? Que poder tem ele sobre vós que de vós não venha? Como ousaria ele perseguir-vos sem a vossa própria conivência? Que poderia ele fazer se vós não fôsseis encobridores daquele que vos rouba, cúmplices do assassino que vos mata e traidores de vós mesmos?
Não nos queixemos pois da nossa futura pobreza, nem do desprezo a que os europeus e a Europa serão votados. Escolhemos a servidão.
Retirado do Facebook | Mural de Carlos Matos Gomes
Não é uma frase habitual no léxico das relações entre Estados, nos nossos dias feitos de conciliação e cedências. É um passo em frente do Presidente Biden. É linguagem de guerra fria. É a pedra que, lançada, não pode mais ser retirada.
E afinal, para entender a guerra na Ucrânia, é fundamental (tentar) entender o “man” que não pode continuar no poder. É preciso escutar o próprio Vladimir Putin.
• No último dia de 1999, Boris Ieltsin apresentou de surpresa a demissão de Presidente da Federação Russa. No discurso derradeiro pediu perdão por “não terem conseguido “saltar do cinzento, estagnado e totalitário passado, para um futuro brilhante e civilizado”. Com baixa popularidade, numa Rússia tomada por oligarcas cuja fonte de riqueza assentava na extração da riqueza do Estado (ie, dos russos) e não em negócios legítimos, Ieltsin desistiu. E deu lugar a uma nova geração de líderes “capazes de fazer mais e melhor”. No seu lugar, ficou o primeiro-ministro desde agosto desse ano, antigo oficial do KGB, Vladimir Vladimirovich Putin.
Continuar a lerTHEMA – La grande soirée documentaire d’ARTE
Passou ontem, dia 26/03/2022 na CNN
Kamel Daoud était l’invité des rencontres littéraires organisées par la librairie Guerfi.
Redha Guerfi MERCI beaucoup pour tout ce que tu fais pour promouvoir la culture.
MERCI également à toute l’équipe de la librairie, des jeunes actifs, brillants et investis: Guerfi Mouiz, Hou Da Oun , Salsabil, Farès, Sami, Assil et Mallek…
Kamel Daoud est l’un des écrivains algériens les plus connus aujourd’hui, il est “L’intellectuel qui secoue le monde” comme l’a titré Le Point en 2017.
C’est un chroniqueur- écrivain qui n’a pas cessé d’attiser tantôt l’adulation et l’admiration, tantôt la détestation et la haine. Mais ce qui est sûr c’est qu’il ne laisse personne indifférent…
Kamel Daoud est né en 1970 à Mesra, un petit village dans la wilaya de Mostaganem, où il a eu une enfance simple, stable et heureuse. Très jeune il fait de la lecture son passe temps favoris et son refuge, c’est ainsi qu’il apprend le français. A cette langue, il voue une passion “dévorante”, et de cette passion, naîtront, des années plus tard, Mille et un Merveilleux textes…
Continuar a lerOrigem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Solomon Eliot Asch (Varsóvia, 14 de setembro de 1907 — Haverford, 20 de fevereiro de 1996) foi um psicólogo gestaltista polaco–estadunidense e pioneiro em psicologia social.
Ele criou trabalhos seminais em formação de impressões, sugestões de prestígio, conformidade e muitos outros tópicos em psicologia social. Seu trabalho segue um tema comum da psicologia da Gestalt, segundo o qual o todo não é apenas maior que a soma de suas partes, mas a natureza do todo altera fundamentalmente as partes.
Asch afirmou: “A maioria dos atos sociais deve ser entendida em seu contexto e perder o significado se isolada. Nenhum erro em pensar sobre fatos sociais é mais sério do que a falha em ver seu lugar e função” (Asch, 1952, p. 61).[4]
Ele é mais conhecido por seus experimentos de conformidade, nos quais demonstrou a influência da pressão do grupo nas opiniões. Uma pesquisa da Review of General Psychology, publicada em 2002, classificou Asch como o 41º psicólogo mais citado do século XX.[5]
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O viés de conformidade social, também conhecido como “pressão dos pares”, faz com que um indivíduo se conforme com a opinião dominante. Decorre desse medo de sermos mal percebidos se pensamos diferente dos outros e, portanto, nos torna suscetíveis à influência.
Os secretários gerais da NATO são amanuenses bem pagos, políticos em estado de pousio que fazem e dizem o que lhes mandam, como os amanuenses que liam as ordens de serviço nos antigos quartéis. Mas há limites para tudo.
Este amanuense norueguês devia saber o mínimo dos mínimos: uma guerra nuclear não se ganha (Einstein: Não sei como vai ser a III Guerra Mundial, mas a IV vai ser com paus e pedras)
Ora esta insana criatura diz (por conta de quem?) que a Rússia não ganhará uma guerra nuclear, isto quando a doutrina da Organização de que é o amanuense assenta no princípio da destruição mútua e assegurada! (o homem fez provas de admissão? Leu o livro de capas azúis que é distribuído aos funcionários da NATO?)
Acresce que a causus belli da invasão da Rússia é exatamente a de a Rússia, caso os Estados Unidos e o seu anexo NATO instalassem armas nucleares na Ucrânia, ter dificuldade em ripostar contra os EUA e aliados e assegurar a destruição do adversário!
Um tipo como este norueguês não serve nem para porteiro de um bar no Cais do Sodré! Mas garante-nos, perante o abanar de orelhas dos lideres europeus, que a Europa está unida à volta da NATO!
Deve ser por estes animais falarem que Marcelo Rebelo de Sousa vai a Fátima e até eu oiço o papa Francisco.
Retirado do Facebook | Mural de Carlos Matos Gomes
Nikkei Asia | Mar. 24 2022 |
Russia’s February 24 invasion of Ukraine has sent shockwaves around the world – and some of the biggest are in Asia. The conflict and the western-led sanctions imposed in response have the potential to disrupt supply chains in sectors from food to semiconductors.
Asian governments and companies also face big decisions about whether to condemn President Vladimir Putin’s administration in Moscow – and whether to support economic countermeasures against it.
Please join an expert group of panelists for this Nikkei Asia webinar on how the region is dealing with the fallout from the war in Europe.
Taught by Professor Vejas Gabriel Liulevicius, an award-winning professor at the University of Tennessee, Knoxville, these 24 insightful lectures offer a sweeping 1,000-year history of Eastern Europe with a particular focus on the region’s modern history. You’ll observe waves of migration and invasion, watch empires rise and fall, witness wars and their deadly consequences—and come away with a comprehensive knowledge of one of the world’s most fascinating places.
Biden acredita que sabe ‘o que vai parar’ Putin
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse, durante uma coletiva de imprensa na sede da Otan em Bruxelas, na Bélgica, que “sanções nunca detêm”, após participar de reuniões de emergência de alto risco com líderes mundiais.
“Senhor, a dissuasão não funcionou. O que o faz pensar que Vladimir Putin mudará de rumo com base na ação que você tomou hoje?” o presidente dos EUA foi perguntado por um repórter.
“Eu não disse isso”, disse Biden. “As sanções nunca impedem. Você continua falando sobre isso. As sanções nunca impedem.”
O presidente continuou: “A manutenção das sanções, o aumento da dor e a demonstração de por que pedi esta reunião da OTAN hoje é para ter certeza de que depois de um mês, vamos sustentar o que estamos fazendo, não apenas no próximo mês ou no mês seguinte, mas pelo resto deste ano inteiro. Isso é o que o impedirá.”
Auteur : Pierre-Alain Depauw | Editeur : Walt | Mardi, 22 Mars 2022
Jacques Baud est un analyste stratégique suisse, spécialiste du renseignement et du terrorisme.
Après avoir été Colonel d’état-major général danos l’armée suisse et officier des Services de Renseignements Suisses (SRS), il est devenu consultant auprès d’entreprises privées. Il vient de publier une analyse sur la situation militaire en Ukraine qui vaut le détour et dont nous vous proposons de larges extraits ci-dessous.
PREMIÈRE PARTIE : EN ROUTE VERS LA GUERRE
Pendant des années, du Mali à l’Afghanistan, j’ai travaillé pour la paix et ai risqué ma vie pour elle. Il ne s’agit donc pas de justifier la guerre, mais de comprendre ce qui nous y a conduit. Je constate que les « experts » qui se relaient sur les plateaux de télévision analysent la situation à partir d’informations douteuses, le plus souvent des hypothèses érigées en faits, et dès lors on ne parvient plus à comprendre ce qui se passe. C’est comme ça que l’on crée des paniques.
Le problème n’est pas tant de savoir qui a raison dans ce conflit, mais de s’interroger sur la manière dont nos dirigeants prennent leurs décisions.
Essayons d’examiner les racines du conflit. Cela commence par ceux qui durant les huit dernières années nous parlaient de « séparatistes » ou des « indépendantistes » du Donbass. C’est faux. Les référendums menés par les deux républiques auto-proclamées de Donetsk et de Lougansk en mai 2014, n’étaient pas des référendums d’« indépendance », comme l’ont affirmé certains journalistes peu scrupuleux, mais de référendums d’« auto-détermination » ou d’« autonomie ». Le qualificatif « pro-russes » suggère que la Russie était partie au conflit, ce qui n’était pas le cas, et le terme « russophones » aurait été plus honnête. D’ailleurs, ces référendums ont été conduits contre l’avis de Vladimir Poutine.
Continuar a lerA URSS invadiu o Afeganistão, a Chechénia, a Geórgia. A URSS interveio em Angola, Congo, Etiópia, Somália e outros países africanos. OS EUA invadiram o Afeganistão., o Iraque, o Vietnam, o Cambodja, Laos, Granada, o Panamá. Intervieram na Guatemala, Salvador, Nicarágua e outros países da América Central e do Sul. Intervieram também na Somália e no Koweit. A China interveio na Coreia do Norte. A Argentina ocupou as Maldivas. A GB expulsou os argentinos. A Indonésia invadiu Timor. Os ingleses e franceses, invadiram o Egito. A Rússia interveio na Síria. Os Curdos são perseguidos pelos Turcos e Iranianos. Os Palestinos foram expulsos dos seus territórios. A Síria invadiu o Líbano. Israel invadiu o Líbano, ocupou o Sinai. A Arábia Saudita invadiu o Iémen. O Iraque invadiu o Irão. O Iraque ocupou o Koweit. A Sérvia interveio na Croácia e Bósnia.
Os genocídios que se verificaram no Ruanda, Burundi, Bósnia, Sudão são o prolongamento do que sucedeu na Europa de leste, por iniciativa de Hitler e Estaline.
Esta listagem é uma pequena síntese dos conflitos mais recentes. Houve muitos outros, nomeadamente inúmeros conflitos coloniais.
Continuar a lerBruxelas, 24 mar 2022 (Lusa) – O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou hoje aos países membros da NATO para que prestem “assistência militar sem restrições” ao seu país, lamentando não ter recebido os meios que pediu, designadamente caças e tanques, para enfrentar o exército russo.
“Para salvar o povo e as nossas cidades, a Ucrânia necessita de assistência militar sem restrições. Tal como a Rússia utiliza, sem restrições, todo o seu arsenal contra nós”, disse Zelensky, numa mensagem vídeo publicada na sua conta na plataforma Telegram, dirigida aos chefes de Estado e de Governo da Aliança Atlântica, hoje reunidos numa cimeira extraordinária em Bruxelas.
O Presidente ucraniano insistiu que “o exército ucraniano tem resistido durante um mês em condições desiguais” e lembra que “há um mês” que tem vindo a alertar para isso, sem efeitos práticos.
Continuar a lerO jornalista Leonardo Attuch entrevista o analista geopolítico Pepe Escobar sobre a nova ordem internacional e os movimentos da Rússia na Ucrânia.
0:00 Boas vindas
1:30 Pepe fala sobre o fato de ter sido censurado pelo Twitter
CONTINUA
Continuar a lerAugusto Santos Silva reuniu-se hoje como o seu homólogo argelino, Ramtane Lamamra, para fazer um ponto de situação das relações económicas e comerciais, das relações político diplomáticas bilaterais e da cooperação na área da energia.
Estes temas pode também abordar numa reunião, de mais de uma hora, com o Presidente da República da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, na perspetiva da próxima cimeira entre os dois países, que o chefe da diplomacia portuguesa adiantou que “espera que se realize este ano de 2022”, depois de adiamentos devido à pandemia.
“É importante ter em conta que a Argélia é um grande produtor de gás e que a diversificação das fontes de abastecimento de gás é essencial para a Europa diminuir a sua dependência energética face a Rússia”, salientou o ministro em declarações à Lusa.
Em termos bilaterais, Santos Silva frisou a importância de cultivar relações que depois facilitem a vida às empresas.
Continuar a lerO Presidente Nicolás Maduro voltou a insistir que a Venezuela venceu o bloqueio imposto pelos Estados Unidos e que o seu Governo merece o Prémio Nobel da Economia pelo modo como enfrentou as sanções internacionais. “Face às sanções, o que fizemos foi erguer-nos, pôr os nossos cérebros de pé, procurar os melhores conselheiros do mundo em economia, em moeda, em finanças, em políticas fiscais e produtivas”, disse.
O Presidente da Venezuela falava à televisão estatal venezuelana, durante a Expo-feira Caprina e Ovina Miranda 2022, no leste de Caracas. “E hoje podemos dizer que merecemos o Prémio Nobel da Economia porque avançámos sozinhos, com a agenda Económica Bolivariana”, sublinhou o governante.
Continuar a lerAlors que les yeux de la planète sont fixés sur l’Ukraine, l’autre bout de l’échiquier eurasien réunit petit à petit tous les ingrédients d’un futur conflit jumeau. N’acceptant visiblement pas le reflux impérial, la thalassocratie américaine semble en effet décidée à allumer des feux sur tout le pourtour du continent-monde.
Mais avant d’y venir, quelques rappels sont nécessaires. Nous avons expliqué à de multiples reprises que les tensions en Extrême-Orient, coréennes par exemple, n’étaient elles-mêmes qu’un épisode d’un bras de fer bien plus vaste :
C’est de haute géostratégie dont ils s’agit. Nous sommes évidemment en plein Grand jeu, qui voit la tentative de containment du Heartland eurasien par la puissance maritime américaine (…) La guerre froide entre les deux Corées ou entre Pékin et Taïwan sont du pain béni pour Washington, prétexte au maintien des bases américaines dans la région.
Continuar a lerNos acostumamos a acreditar que pensamento e prática são compartimentos distintos da vida. Quem pensa o mundo não faz o mundo e vice-versa. Mas, houve um tempo em que os sábios, eventualmente chamados de cientistas ou artistas, circulavam por diversos campos da cultura. Matemática, física, arquitetura, pintura, escultura eram matéria-prima do pensamento e da ação. A revolução industrial veio derrubar a ideia do saber renascentista e, desde o século 19, a especialização foi ganhando força.
Mas, sempre haverá quem nos lembre que a vida é produto de um contexto, de um acúmulo de vivências e ideias. Pense num filósofo que pegou em armas contra o nazismo para depois empunhar as ferramentas da retórica contra o stalinismo, que reconhece a importância dos saberes dos povos originais sem abrir mão de pensar e repensar a educação formal.
Com mais de 90 anos, o francês Edgar Morin, nascido e criado Edgar Nahoum no início do século 20, é um dos mais respeitados pensadores do nosso tempo. Com uma gigantesca produção literária, pedagógica e filosófica. Em tempos de radicalismos, Morin é herdeiro do melhor do humanismo francês. Em entrevista ao programa Milênio, Edgar Morin fala sobre o extremismo e o significado da educação na contemporaneidade. Leia abaixo:
Continuar a lerO Teatro romano de Palmira (em árabe: المسرح الروماني بتدمر) é um teatro romano na antiga cidade de Palmira, no Deserto Sírio. O edifício, nunca completamente concluído, foi construído no século II d.C. As ruínas foram restauradas no século XX antes da Guerra Civil Síria (iniciada em 2011) era o local onde se realizavam os espetáculos do Festival de Palmira de Cultura e Artes.
Internacionalista por El Colegio de México y maestro en Estudios de Rusia y Eurasia por la Universidad Europea de San Petersburgo. Colaborador frecuente en Istor (CIDE), Nexos, la Revista de la Universidad de México y Este País. Es autor de la Historia mínima de Rusia (México, El Colegio de México, 2017).
Não custa nada aprender, basta um pouco de paciência e vontade, além de curiosidade. Este texto foi traduzido do espanhol e terá por isso algumas imprecisões meramente gramaticais. (Rodrigo Sousa e Castro).
Rainer Matos-Franco
O que hoje é conhecido como “Ucrânia” reúne territórios muito diversos – em termos políticos, econômicos, sociais, culturais, religiosos e linguísticos – que formaram uma única entidade política até 1954, quando Nikita Khrushchev cedeu a maioria étnica República Autônoma da Crimeia Russa, a República Socialista Soviética da Ucrânia.
Mesmo nos últimos anos temos visto rearranjos territoriais mesmo naquele país, como a anexação da própria Crimeia à Rússia em março de 2014. A última região que foi incorporada à Ucrânia antes de 1954 foi o que é amplamente conhecido como Galícia em 1939, com a União Soviética invasão da Polônia pelo leste para “proteger” as minorias rutenas do avanço alemão do oeste.
Ao contrário da Ucrânia soviética entre 1917 e 1939, onde o conteúdo nacional foi impulsionado de cima com a política de nacionalidades ou Korenizatsiia – promovendo a cultura e a língua ucraniana para conter o nacionalismo –(Martin, 2001), as minorias políticas ucranianas na Polônia do entreguerras, que eram maioria em províncias como Volínia, se radicalizaram ao longo dos anos. Além da tentativa caótica e complicada de estabelecer uma Ucrânia independente durante a Guerra Civil Russa (1917-1921), o movimento nacionalista radical ucraniano nasceu na Polônia anos depois e logo optou pelo radicalismo. Desde 1929, foi fundada em Viena a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN), um típico movimento fascista que buscava libertar-se do jugo polonês e, em segundo lugar, estabelecer laços com a nação ucraniana ampliada na Ucrânia soviética.
Continuar a lerLançado em Portugal em 2003, o livro ganhou a sua edição brasileira em 2021 pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo
I
Pelo que me lembro, na minha chamada memória recorrente desde priscas eras de atiçado buscador e ledor voraz, Bocage era e ficava entre um Pedro Malasartes (figura tradicional nos contos populares da Península Ibérica, tido como burlão invencível, astucioso, cínico, inesgotável de expedientes, de enganos, sem escrúpulos e sem remorsos) e um Casanova (Giacomo Girolamo Casanova, escritor e aventureiro italiano, tendo interrompido as carreiras profissionais que iniciou — a militar e a eclesiástica — e que passou a levar uma vida aventurada), em terras de Camões, Eça de Queiroz e Fernando Pessoa, muito antes ainda de José Saramago, portanto. Tinha-o como um boêmio aprontador em terras lusas de Cabral e de Pero Vaz Caminha.
Lendo agora Bocage, o perfil perdido, que virou clássico da obra-pesquisa-documentário do mestre e doutor Adelto Gonçalves, depois de levar tempo para lê-lo, tal o peso do livraço e a densidade do historial enquanto pesquisa e documentário também, posso dizer que tive uma universidade de mais de ano inteiro sobre o poeta. Afinal, um curso e tanto, um livro precioso, com aulas magnas desse que já é escritor esmerado de tantos outros portentosos livros, que tive o prazer de ler, curtir e gostar, e até me mesmo fazer aqui e ali breves resenhas.
Continuar a ler“No creo en brujas, pero que las hay, las hay”
O interesse Russo, estadunidense, Uesino/Alemanha/ França nunca foi tema escondido e merece uma reflexão atenta por aqueles que como eu estão cansados de ver os jogos palacianos nas grandes e médias potências terminarem em cenário de guerra planeta fora imposto por essas grandes e médias potências
Hoje vivemos mais uma entre tantas guerras localizadas havendo no caso desta guerra ucraniana a particularidade de ser “uma guerra entre brancos” ( em Angola há um antigo dichote “são brancos que se entendam” ) e ser uma guerra na parcela europeia da Eurasia
Sendo eu um cidadão que nos seus 71 anos viveu de 1961 a 2002 em ambiente de guerra e nela envolvido ou contra ela ( 1961/74) ou a apoiar os povos sofredores que procuram uma pacífica Independência ( 1975/2002) tenho de assumir uma significativa repulsa que sempre tive para com as guerras aprendido da pior forma numa viagem feita à Baixa do Cassange em Angola local onde o exército colonial português abriu a porta à guerra pela independência em vez de a abrir às negociações para uma Independência
Continuar a lerChor der Wiener Staatsoper/Wiener Philharmoniker/Herbert von Karajan
“Esquerda e Direita são as cores com que nós pintamos a casa da Democracia liberal” (JMTavares no público de 22.03.2022)
Que lindo!
Que romântica Esquerda/Direita/Esquerda/Direita… em linda e colorida marcha entre jardins com flores céus azuis com brancas nuvens !
Eis o bucólico mundo sonhado dos que à Direita amansam a Esquerda enquanto ela está no poder ( quando é ela Direita no poder adeus romantismo!) a ver se ela não mexe no essencial que é a) a mentalidade submissa liberal das Pessoas, b) a propriedade que a que conta é privada e de poucas mãos sem pinturas ( negociações salariais com greves etc) sem janelas ( cooperativas educação pública e cooperativa saúde pública e cooperativa habitação pública e cooperativa economia pública e cooperativa finança pública e mutualista segurança social pública e mutualista ) pois ai se se mexeu é p’ra mudar logo logo!
O problema é que a cantiga do malandro dos JMTavares está a funcionar neste canto do planeta dito ocidental (sabe-se lá face a quê!) e assim se vê tantos juntos tão juntinhos porque dois proto fascios se esgatanham e uns tantos liberais apoiam um (o fraquinho coitado o só a segunda potência da URSS o que esteve com um filho seu no poder soviético – Krutchev – o que teve na mão o definir o culto proletário do inculto – Jdanov – o que criou a central estruturante dos comunistas – Jdanov- ambos enfim ucranianos de dentro do PCUS !) contra o outro o russo de Leninegrado que odeia Lenin e as suas invenções autonomistas quando o justo justo é o czarismo centralista!
Continuar a lerEm 1815, no Congresso de Viena, os vencedores da guerra contra o Império napoleónico tiveram o cuidado de não humilhar a França, de fazer de conta que a Revolução e Napoleão eram os únicos culpados dos 25 anos de guerra na Europa, que esses anos de guerra e sofrimento não tinham nada a ver com o povo francês e que a restauração dos Bourbon curava as feridas passadas.
Cem anos depois, os vencedores da Grande Guerra fizeram do Tratado de Versalhes uma paz punitiva para a Alemanha e para o povo alemão, pondo a primeira pedra para o que seria a vertiginosa ascensão de Adolf Hitler.
Em 1945, as políticas seguidas com a Alemanha e o Japão vencidos foram diferentes. A Alemanha ficou dividida, mas como a Guerra Fria começou logo a seguir, soviéticos e ocidentais, depois dos primeiros tempos de brutal ocupação, tiveram o cuidado de tratar bem os “seus” alemães.
A vitória do Ocidente na Guerra Fria resultou da aliança de uma tríade – Reagan, Thatcher, João Paulo II – que, alimentando a resistência polaca, rearmando militarmente e usando o bluff da SDI-Guerra das Estrelas, forçou Gorbachev a “reformar” o sistema, retirando-lhe aquilo que o sustentava – o medo.
Assim, as Repúblicas Soviéticas, usando as suas constituições “independentes”, abandonaram uma estrutura que era mantida pela hegemonia do Partido Comunista e pelo sistema securitário. Porém, uma das preocupações nas negociações finais entre americanos e soviéticos foi a salvaguarda de um certo espaço livre entre as fronteiras da NATO e da Rússia.
O Presidente George H. Bush e os seus colaboradores, especialmente o Conselheiro Nacional de Segurança, general Brent Scowcroft, homens de formação realista, avessos a paixões ideológicas e conhecedores da História e da mentalidade russas, prepararam com toda a cautela o soft landing da URSS, percebendo que um Estado com semelhante poder militar e nuclear tinha de ser respeitado e bem tratado para não dar origem a fenómenos de ressentimento nacional de tipo hitleriano.
Continuar a ler“A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar.” Sun Tzu
0. Introdução em Ambiente de Vitória é Certa
Tenho à minha frente num cafe de um lisboeta centro comercial uma senhora certamente afim à minha idade cabelo cinzento branco mãos de trabalho saia bem comprida verde escura e por ela o quase certo marido, cigana!
Podiam ser afros, asiáticos, nos mais variados tons de pele e só lustram um velho império agora de braços caídos feito pequeno país europeu e tudo porque Portugal continua a carpir uma derrota militar a da guerra colonial o que o impede de ser feliz por ter “ dado novos mundos ao mundo”
Na verdade um velho coronel do exército português expulso antes do 25 de abril contava-me anos 90 que vindo pela primeira vez da Índia a Portugal miúdo ainda quando perguntou ao pai porque não via templos indus em Lisboa além de um estaladão levou a seguinte resposta : porque Lisboa é a capital do Império … talvez por tal estaladão convivi com este coronel já Grão Mestre do GOL até ele ter cedido aos mplistas do GOL que me levaram a afastar desta Grande Loja
De facto a capital do Império luso dos anos salazarentismo é uma capital submissa ao vaticanismo totalitário pelo que nada de exageros multiculturais nada de templos que não sejam vaticanistas e aliás por cá viam-se bem poucos dos das elites não pseudo arianas do Império. Portugal era um país de cara-pálidas na sua maioria pé descalço analfabeto triste cinzento e a sua elite vestia fato escuro camisa branca gravata escura como referiu Simone Beauvoir depois da sua primeira lusa estadia.
Nesse tempo o ditador Salazar que chamarei salazarento sonhava com uma redentora 3.a guerra mundial que derrotasse o comunismo e com tal derrota finalmente se reconhecesse direito à existência do Império português que curiosamente ele impedia de crescer e unificar com as suas políticas à Ato Colonial.
Continuar a ler“Após a videochamada entre os principais líderes chineses e norte-americanos, o lado norte-americano e a mídia ocidental estão tentando divulgar uma narrativa de que Washington está alertando Pequim que qualquer tentativa de “fornecer apoio militar” a Moscovo traria consequências.
No entanto, especialistas chineses disseram que uma abordagem tão ridícula é uma coerção arrogante e inútil que está fadada ao fracasso, e a China tem forte confiança em sua política externa na questão da Ucrânia e não será coagida por ninguém.
A posição da China sobre a questão da Ucrânia é objetiva e justa, e o tempo provará que está do lado certo da história, disse no sábado o conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores Wang Yi, informou a agência de notícias Xinhua no domingo.
Wang fez as declarações ao informar jornalistas sobre a troca de pontos de vista entre os chefes da China e dos EUA sobre a questão da Ucrânia durante uma videochamada que ocorreu na sexta-feira.
A China continuará a fazer seu julgamento de forma independente e objetiva e justa com base nos méritos do assunto, disse Wang, observando que a China nunca aceitará qualquer coerção e pressão externa, e a China se opõe a todas as acusações e suspeitas infundadas contra a China.
Continuar a lerApós o ataque russo à Ucrânia, o governo esloveno imediatamente proclamou a sua prontidão para receber milhares de refugiados ucranianos. Como cidadão esloveno, senti-me não só orgulhoso como também envergonhado.
Afinal, quando o Afeganistão caiu para os talibãs há seis meses, esse mesmo governo recusou-se a aceitar refugiados afegãos, argumentando que eles deveriam ficar no seu país e lutar.
E há alguns meses, quando milhares de refugiados – principalmente curdos iraquianos – tentaram entrar na Polónia vindos da Bielorrússia, o governo esloveno, alegando que a Europa estava sob ataque, ofereceu ajuda militar para apoiar o vil esforço da Polónia para os manter afastados.
Em toda a região, surgiram duas espécies de refugiados. Um tweet do governo esloveno em 25 de fevereiro esclareceu a distinção: “Os refugiados da Ucrânia vêm de um ambiente que é no seu sentido cultural, religioso e histórico algo totalmente diferente do ambiente de onde os refugiados do Afeganistão estão a sair”. Após um clamor, o tweet foi rapidamente apagado, mas a verdade obscena foi divulgada: a Europa deve defender-se da não-Europa.
Continuar a lerExcerpt from “Into the Night/Durch die Nacht/Au Coeur de la Nuit” produced by ARTE.
“Moon Over Bourbon Street” by Sting
STING – Moon Over Bourbon Street
Vincenzo Bellini: “Norma”, “Casta Diva”, Asmik Grigorian, soprano, National Philharmonic Orchestra of Russia, Gintaras Rinkyavichus, conductor. Moscow, 14 January 2020.
Ontem, o governo ucraniano decidiu proibir 11 (onze) partidos de esquerda da vida política no país.
Lembrei-me de republicar um texto que aqui coloquei há cerca de sete anos, em abril de 2015. O mundo, afinal, muda pouco:
“A decisão ontem anunciada pelas autoridades de Kiev de proibir os símbolos comunistas no país (presumo que com a exceção prática das províncias do Leste) é, com toda a certeza, o primeiro passo para a interdição do próprio Partido Comunista do país. Não me parece que isso seja um bom sinal para a Ucrânia.
Nada, aliás, que seja estranho na antiga União Soviética. Vai para mais de uma década, visitei um determinado país da Ásia Central, integrado numa delegação de cinco embaixadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), idos de Viena. Entre os diversos encontros que nos foram proporcionados na capital do país figurava uma mesa-redonda com representantes dos partidos políticos locais.
Continuar a lerA convite de Mário Tomé, meu amigo de há longa data, fui convidado para fazer uma apresentação por Zoom sobre a situação internacional resultante da invasão a Ucrânia a uma audiência constituída por militantes do BE que apresentaram teses à IV Conferência Nacional do BE.
Declaração de interesses: não tenho e nunca tive qualquer ligação política ao BE, como de resto a nenhum partido político. Estou em desacordo com muitas das suas posições em termos nacionais e internacionais. Fui convidado a expressar as minhas ideias no dia 19 de Março de 2022, fi-lo com toda a liberdade e respondi o melhor que sabia às questões que me colocaram. Decidi publicar uma síntese do que ali disse e para facilitar a leitura dividi-a em dois textos, um sobre as causas da guerra e outro sobre as consequências.
CAUSAS DA GUERRA (I)
Falemos da realidade. A invasão russa não é mais brutal do que tantas outras, das de Napoleão às de Hitler, para citar duas mais próximas e conhecidas na Europa. Não existe nenhuma prova de expansionismo russo: a Ucrânia foi russa durante séculos e pertenceu à União Soviética. A Rússia enquanto entidade central desmantelou a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e qualquer dirigente político, incluindo Putin, reconhece que o passado não volta e não é possível reconstruí-lo, nem ressuscitá-lo.
Quanto à questão militar, qualquer cadete de uma Academia Militar é capaz de elaborar um estudo de situação que conclua pela incapacidade da Rússia realizar uma invasão para ocupar o Ocidente: nunca o fez, não tem meios para o fazer (basta ver as dificuldades em invadir e ocupar a Ucrânia) e não tem qualquer interesse em fazê-lo, pois não necessita de matérias-primas, nem de território, dois elementos de que dispõe em abundância.
Continuar a lerEsta invasão e esta guerra destruíram o precário e periclitante equilíbrio de forças em que o mundo tinha vivido desde o fim da Guerra Fria e da implosão da URSS. Esta é a sua primeira consequência.
As discussões sobre uma (mais uma)”nova ordem mundial” destes últimos anos costumavam girar à volta de duas visões alternativas: Para uns deveria assentar num acordo entre as 3 principais potências (EUA, Rússia e China) capaz de impulsionar a cooperação multilateral. Para outros, aquela ordem deveria resultar do estabelecimento de esferas de influência que, uma vez respeitadas, constituiriam a forma mais segura e eficaz de estabelecer a paz no mundo, ou uma situação de conflito adormecido.
Esta invasão revelou a escolha das oligarquias das 3 superpotências e do anexo que é a União Europeia.
Continuar a ler1. Há-de haver Paz
”Há convergência nas posições dos dois lados sobre questões importantes e críticas. Vemos, em particular, que eles quase concordam nos primeiros quatro pontos. Algumas questões precisam de ser decididas ao nível da liderança”, disse Çavusoglu, numa entrevista ao jornal turco Hurriyet, citada pela agência espanhola EFE.”
“(Pandora Papers Reveal – Offshore Holdings of Ukrainian President Aljazeera his Inner Circle – procurem no Google)”
Temos entretanto 53% dos sondados, numa, mais uma, sondagem, agora sobre esta guerra, a apoiarem (conforme a sondagem) “muito grande” a Nato a UE e o Governo 29% a apoiarem “muito” e temos 18% dos sondados a dizerem ou “não ou enfim vai-se ver”; quanto ao selfies e a Costa o empate nos 74/73 % mantém esta ideia de um país a dois, no Centro Direita/Centro Esquerda, numa herança bem salazarenta diga-se, do piscar popular de olho ao poderoso, para não se ter chatices!
A verdade é que há, como não se via desde o 25 de abril, uma política informativa de monocordismo aterrador, e é essa a razão pela qual e na linha que estou, da urgentemente necessária contracorrente, manter sempre que puder a notícia de quem é o sr. Zelinsky – um oligarca corrupto só que ucraniano e não russo que manda ou mandava a sua fortuna para offshores conhecidos segundo os Pandora Papers.!
Enfim …
Continuar a lerEm entrevista ao Setenta e Quatro, o militar na reserva volta a defender as posições que têm levado os seus críticos a acusá-lo de ser propagandista e de fazer o jogo de Vladimir Putin. O major-general nega as acusações feitas, e explica as suas posições.
ENTREVISTA | 17 MARÇO 2022
Sabendo que será alvo de bojardas pelo que defende, o major-general Raul Cunha não se remete ao silêncio perante as críticas públicas de que tem sido alvo. Sentado num sofá em sua casa, argumenta que o presidente ucraniano se devia render para evitar mais perdas de vidas, responsabiliza a NATO pela guerra na Ucrânia, rejeita que Vladimir Putin queira alargar um império russo e defende que a realidade não é a preto e branco.
“Esta malta gosta pouco de ouvir opiniões contrárias. Aqui é um bocado assim. O pensamento único está a imperar neste momento. É uma coisa assustadora. É preciso um gajo ter cuidado com o que diz”, diz o militar na reserva em entrevista ao Setenta e Quatro. Mas, na verdade, o major-general não pareceu ter esse cuidado: “Se ser putinista for gostar do homem, não sou. Se ser putinista é compreender a motivação dele, então sou”.
Continuar a lerPablo Ruíz Picasso | (1881-1973) Málaga, Andalucía | Les quatre visages, 1940
Ao cuidado de: Joe Biden, Vladimir Putin, Zelensky, Stoltenberg e Ursula von der Leyen!, Chefes dos Países da NATO e Deputados do Parlamento Europeu + China + António Guterres e ONU.
O assunto é sério. Alguns argumentos são risíveis. Prontus!
Como argumento final para explicar a opção militante por um dos contendores do conflito que tem a Ucrânia como palco tenho ouvido com estupefação a frase arrasadora: Há um invasor e um invadido, um agressor e um agredido. Prontus!
Lembrei-me de um exemplo dado por um analista da narrativa que chamava a atenção para a necessidade (elementar) de contextualizar os acontecimentos e que se interrogava sobre o que compreenderíamos da sensatez e da inteligência de alguém que limitasse a descrição do futebol, um fenómeno social complexo, a um parágrafo: Vinte e dois indivíduos, divididos em dois grupos a pontapear e a cabecear uma bola para a meter numa caixa com um fundo de rede?
Continuar a lerEstas “guerras económico-financeiras” não serão nada fáceis de conduzir neste contexto de economia de mercado de lógica capitalista privatista mas desta feita o erro virou clamoroso!
Na realidade comecemos pela “visão do mercado” i.e. No caso marketing onde funcionam os textos como os que abaixo replico que se censurados no “lado de cá” alimentam os consumidores do “lado de lá” e vice versa sendo verdade que onde há ouro e diamantes não é o “lado de cá” mas sim o “lado de la” e desaparecida a economia-dólar renasce a economia-ouro onde a Federação Russa tira larga vantagem ( e claro a RPChina) por muitos Amsterdam’s existam no “lado de cá”.
Como não o esqueçamos neste tempo de IA e NT ainda existe a variável energia onde o “lado de lá” bate aos pontos as de natureza escuras economias do “lado de cá” mas deixemos de lado esta realidade por ora mas sendo certo que esta crise transportará para Sul o poder havido até hoje no Norte pois o Sol está mesmo a Sul !
Isto quer dizer somente que vale esperar uma larga injeção de ouro e diamantes no mercado dos “dois lados” por parte da Rússia que reduzirá enormemente o papel do mercado-dólar e o impato das estupidas sanções que na verdade esquecem que a Rússia ( e a RPChina) não são nem Cuba nem a Venezuela e o otimismo esfuziante pro guerra do “lado de cá” chega a ser ridiculo!
Continuar a lerEnquanto se espera pelo fim da guerra e por um acordo de paz! Ao lado de uma condenação firme da invasão da Ucrânia e de uma recusa dos argumentos “sim, mas…” que tentam devolver uma responsabilidade parcial da invasão à Nato e aos EUA – na verdade têm alguma responsabilidade no incêndiar, para simplificar, mas isso, se permite elucidar um contexto ou enquadrar uma história, não pode servir para justificar – António Barreto escreve sobre os “excessos”. Transcrevo esse importante parágrafo:
“Como não podia deixar de ser, em tempos de crise como esta, não faltam os excessos. Do lado ocidental da Europa e do Atlântico, também já começaram a ouvir-se vozes detestáveis e a ver gestos insuportáveis. Proibir Dostoiévsky, Tólstoi, Pushkin, Gogol e Turguêneiev é absolutamente estúpido. Censurar Tchaikovski, Shostakovitch e Prokofiev é ignorante. Proibir as agências de informação e os canais de televisão russos, mesmo os que dependem do Governo (todos…), é evidentemente inadmissível. Sanear diretores de orquestra, cantores, instrumentistas, solistas e coristas [talvez queira dizer coralistas] russos é abdicar dos nossos valores e colocar o ocidente no mesmo plano que o Governo russo. Proibir os russos de passear só por serem russos é tão reaccionário e tão antidemocrático quanto fazem os russos dentro do seu país e se preparam para fazer na Ucrânia.” O que diz está correto, a meu ver.
Mas considerar tudo isto “excessos“ talvez seja insuficiente. Quando afirma, e bem, que proibir, censurar e sanear é “abdicar dos nossos valores e colocar o ocidente no mesmo plano que o Governo russo” uma tal evidência obriga-nos a ir mais longe. O facto de todas estas práticas resultarem de ações de decisores culturais e universidades, revela que “os nossos valores” proclamados não estão tão profundamente inseridos, arreigados, interiorizados, nas sociedades ocidentais como seria suposto. É um sinal preocupante do falhanço desses valores justamente onde eles deviam existir com maior firmeza e convicção.
Retirado do facebook | Mural de António Pinho Vargas
Há muitos anos, numa biblioteca da Berlim ainda dividida, perdi a pouca inocência que ainda me restava acerca da eventual superior capacidade que os intelectuais teriam – em comparação com a maioria esmagadora das pessoas que não são pagas para pensar criticamente – de, perante uma situação extrema, manter a capacidade de análise para a qual foram educados e treinados.
Consultando revistas filosóficas, alemãs e francesas, publicadas na I Guerra Mundial, surpreendi algumas antigas e futuras vedetas filosóficas, das duas margens do Reno, a juntarem as suas penas agressivas ao esforço bélico dos seus exércitos, chegando mesmo a dar crédito à propaganda mais descarada que, como estamos outra vez a recordar com a guerra na Ucrânia, consegue ser uma arma de destruição maciça, nesse campo de batalha onde se ganha e perde a adesão dos espíritos.
A invasão russa da Ucrânia provocou uma tempestade emocional nalguns dos nossos comentadores da imprensa e do audiovisual, que está a atingir os limites da decência.
Continuar a lerEsta guerra na Ucrânia é como todas a outras. É um facto político recorrente. Pode ser analisado recorrendo a métodos racionais ou emocionais. Para os militares esta guerra é analisada recorrendo à racionalidade. Qual é o objetivo da guerra: «Destruir o inimigo ou retirar-lhe a vontade de combater» (Clausewitz — A Guerra). Quando uma parte destrói o inimigo a guerra termina com uma rendição; quando uma parte entende que é mais ruinoso jogar no tudo ou nada, que perdeu o ânimo para combater a guerra termina por negociação.
Os militares reconhecem a ineficácia de insultar os contendores, exceto para os implicados no fragor do combate e da batalha, como escape das ansiedades. Os militares também sabem que a análise de uma guerra não depende da bondade e ou maldade dos propósitos dos contendores, mas do seu potencial, o que inclui equipamento, treino, comando e combatividade. Os militares sabem que o resultado das guerras entre Atenas e Esparta, das invasões romanas, napoleónicas e nazis, a batalha de Trafalgar, ou de Lepanto, a ocupação das Américas e de África não foi determinado pela moral, nem pelos princípios da guerra justa, já de si um conceito bastante difuso, que hoje surge associado a um outro que é o do Direito Internacional, aplicado segundo as conveniências e os preconceitos, de forma amoral, porque hipócrita.
Continuar a lerÀ luz da polemologia, a teoria dos conflitos, a intervenção militar da Rússia na Ucrânia configura, sem dúvida, uma guerra de agressão preventiva e, como tal, ilegítima. É um “privilégio” que está reservado ao forte contra o fraco, em particular às grandes potências que, por via do injusto e antidemocrático poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, disfrutam de um estatuto de impunidade. Não se deve confundir com a guerra preemptiva, ou por antecipação. Como muito bem diz Joseph S. Nye Jr, «Existe uma diferença entre as guerras por antecipação e as guerras preventivas. Um ataque por antecipação ocorre quando a guerra está iminente. Uma guerra preventiva ocorre quando os políticos acreditam meramente que é melhor a guerra agora do que mais tarde.» (Compreender os conflitos internacionais – uma introdução à teoria e à história, Gradiva, Lisboa, 2002, p. 188). A guerra preventiva é, conforme a doutrina emanada pela ONU, uma agressão, ao contrário da guerra preemptiva considerada de legítima defesa. «O direito internacional sempre proibiu sem ambiguidade os ataques preventivos. A justificação atual dos ataques e das guerras preventivas conduzidas em nome da segurança sabota os fundamentos da soberania e torna as fronteiras nacionais cada vez mais obsoletas.» (Michael Hardt et Antonio Negri, ‘Multitude – guerre et démocratie à l’âge de l’empire’, La Découverte, Paris, 2004, p. 37)
Continuar a lerNascida em Los Angeles, 1 de junho de 1926 — Brentwood, 4 de agosto de 1962) foi uma atriz, modelo e cantora norte-americana. Como estrela de cinema de Hollywood, é um dos maiores símbolos sexuais do século XX, imortalizada pelos cabelos loiros e as suas formas voluptuosas. Inicialmente, ficou famosa por interpretar personagens cômicos, tornando-se sucesso no cinema. Apesar de sua carreira ter durado apenas uma década, seus filmes arrecadaram mais de duzentos milhões de dólares até sua morte inesperada em 1962. Mais de cinquenta anos após sua morte, continua sendo considerada um dos maiores ícones da cultura popular.
A photo of the Pillars of Creation details the clouds of molecular hydrogen through nuclear fusion reactions and dust in the Eagle Nebula in the constellation Serpens. Its structure is due to a shock front generated by a supernova. As astronomer Nicolas Flagey suggested, this could indicate that the violent blast wave would have destroyed the entire Pillars of Creation dust cloud millennia ago. The distance they have traveled to be able to capture it by the HUBBLE telescopes is 6,000 light years from Earth.
The gaseous pillars are so large that their bulges are larger than the entire solar system and their state is evaporating due to the flow of ultraviolet radiation, their structure is made up of three towers, where only the one on the left measures four light years long, inside which the hundreds of stars that are hidden by the dust that form the NGC 6611 cluster are born.
Zelenskii percebeu muito bem que no ocidente se comunica no Facebook, no YouTube e se governa por tweets desde Trump.
Tudo no modo de expressão ou na estética do video-clip. Frases curtas, fáceis de reproduzir e memorizar. Palavras de ordem como soundbytes.
No cenário real da terrivel guerra na Ucrânia, a “estética” que adoptou permite que venha à memória todo o cinema-catástrofe de Hollywood.
Diz-se que há uma enorme quantidade de pessoas na Ucrânia a trabalhar na produção de videos e na sua disseminação nas redes.
Comparada com esta sofisticação, a comunicação de Putin ou Xi Jinping parece pré-moderna. Putin usa parcialmente idênticos quase-tweets, alguns slogans tão fáceis de enunciar como fáceis de desprezar nos media ocidentais. No entanto a encenação kitsch das cenas do Kremlin foi patente. A grande distância entre o czar e os seus súbditos parece inspirada mais pela mesa de jantar do palácio de Citizen Kane de Orson Welles do que por Ivan, o terrível de Eisenstein.
Do lado americano – o vulto escondido por trás do arbusto, como disse o outro – há igualmente uma redução do discurso político aos tweets.
A frase “we’ll defend every inch of our alliance” dita por Biden, repetida por Kamala Harris, por Blinken e pelo secretário geral da NATO inúmeras vezes tornou-se insuportável pela sua rígida fixidez e pela articulação mal disfarçada entre todos.
Continuar a lerNo telefonema, Vladimir Putin expôs as suas exigências pera retirar as tropas russas da Ucrânia. As imposições enquadram-se em duas categorias.
A BBC ouviu Ibrahim Kalin, principal conselheiro e porta-voz do presidente Erdogan. Segundo o assessor, as primeiras quatros exigências não são demasiado difíceis de satisfazer para a Ucrânia. A principal é que a Ucrânia deve ser neutra e não aderir à NATO, algo que o presidente Zelensky já admitiu.
Kiev terá também de passar por um processo de desarmamento para garantir que não será uma ameaça a Moscovo e a língua russa beneficiará de proteção na Ucrânia, tudo isto enquadrado por aquilo que Putin classifica como a desnazificação.
Continuar a lerCom as tropas russas atoladas na luta contra a desafiadora, mas derrotada Ucrânia, tanto Moscou quanto Kiev dizem que a perspectiva de um acordo negociado está crescendo. No entanto, com o Kremlin buscando o fim da Ucrânia como uma nação soberana, e a Ucrânia ainda reivindicando terras perdidas para forças pró-Rússia quase uma década atrás, pode realmente haver um meio-termo?
A resposta curta é: é possível.
Abundam as suspeitas sobre as intenções do presidente russo, Vladimir Putin, com temores consideráveis de que uma abertura diplomática russa seja um ardil para ganhar tempo para reunir reforços para um ataque de segunda fase. Putin certamente não está falando como um homem de paz. Esta semana, ele chamou os russos que se opuseram à invasão de “traidores” e “escória”, enquanto procurava retratar a guerra como nada menos que uma luta pela sobrevivência da Rússia.
Continuar a lerO impacto do sentir
Cientista António Damásio argumenta, em novo livro, que os sentimentos têm papel essencial no progresso — ou no atraso — civilizatório
– entrevista realizada por Filipe Vilicic | revista Veja*
O neurocientista português António Damásio consagrou-se, em seus 74 anos (2018), como um dos intelectuais que mais compreendem o funcionamento do nosso cérebro. Ao lado da mulher e colega de profissão, a também portuguesa Hanna, de 75 anos, ele chefia o centro de pesquisas de sua área na Universidade do Sul da Califórnia. Em seu primeiro best-seller, O Erro de Descartes (1994), Damásio explorou a ideia de como o conjunto de mente e corpo nos define. Em seu novo livro, A Estranha Ordem das Coisas, lançado em junho no Brasil pela Companhia das Letras, acrescenta outro elemento essencial a essa fórmula: os sentimentos. Na entrevista a VEJA, por telefone, o acadêmico explicou como a raiva, a alegria e outras expressões humanas foram e são motores do processo civilizatório, mesmo que, por vezes, emoções coletivas possam levar a retrocessos. Radicado nos Estados Unidos desde os anos 1970, ele falou em português — mas, em alguns termos técnicos, resvalou no inglês. A seguir, sua entrevista.
Continuar a ler«A confraria transeuropeia de polícias de opinião deu finalmente corpo à assustadora profecia de George Orwell e criou o Ministério da Verdade». A violenta barragem há várias semanas em curso subiu exponencialmente de tom. Tom que, além de Orwell, evoca os tempos da Inquisição: qualquer heresia (ou qualquer recusa em condenar a heresia) conduzirá à fogueira. O que está em causa diz respeito a cada um de nós, e exige uma lúcida, determinada e combativa acção de resistência.
Passam por estes dias 19 anos sobre a segunda invasão do Iraque pelos Estados Unidos e outras potências da NATO, mantendo-se ainda a ocupação militar estrangeira do país. Uma guerra limpa, admirável sobretudo quando é apreciada de uma varanda de hotel de Bagdade, lançada por gente com plena sanidade mental, sustentada por razões de uma verdade inquestionável, sem crianças mortas, sem civis bombardeados, sem destruição da maior parte das infraestruturas do país, sem tortura nem chacinas, sem roubos de recursos naturais, sem jornalistas bombardeados de helicópteros como se fossem alvos de um jogo de computador, com espectaculares, cirúrgicos e inofensivos fogos-de-artifício lançados por máquinas de autêntica ficção científica. Um deleite para orgulhosos chefes políticos, inebriados jornalistas esgotando os arsenais de adjectivos e embasbacados telespectadores agarrados aos ecrãs, sorvendo a mais recente superprodução de Hollywood. Solidários com as vítimas? Uns esparsos milhares.
Que diferença dos tempos de hoje!
Continuar a ler“A luta para que o céu se tornasse mensurável foi ganha através da dúvida. Mas a luta da dona de casa pelo leite é todos os dias perdida pela credulidade”
Bertholt Brecht, Galileu Galilei
“Quando os pobres sabem que é preciso trabalhar ou morrer de fome, trabalham. Se os jovens sabem que não terão socorro na velhice, eles economizam”
William Nassau, economista e político inglês, 1790-1864.
1 – “Os anos de ouro”
A mitificação do capitalismo começa por uma visão idílica, mitificada, dos “anos de ouro do capitalismo” apregoando o seu “extraordinário sucesso” e a estagnação e fracasso do socialismo. Por um lado, fecham os olhos às devastações e todas as espécies de horrores cometidos pelo imperialismo, pelo neocolonialismo e pelas ditaduras, para impor o capitalismo.
Por outro, a realidade socialista é totalmente deturpada, num acervo de mentiras e omissões. Apenas como exemplo, entre 1950 e 1972 a produção industrial dos países socialistas cresceu 8,4 vezes a dos países capitalistas desenvolvidos, 3,1. Em 1940 era na URSS 5,8 vezes a de 1928. [1]
Continuar a ler“Trinta anos após o fim da Guerra Fria, estamos enfrentando um esforço determinado para redefinir a ordem multilateral.
É um ato de desafio. É um manifesto revisionismo, o manifesto para rever a ordem mundial”
Josep Borell, Alto Representante da UE
“Nós não aceitamos ser dominados pela NATO”
S. Lavrov, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia
1 – Os contextos
Com o fim da URSS, os EUA declararam-se vencedores da Guerra Fria. Detêm mais de 750 bases militares em 80 países diferentes, o dólar reserva monetária global. Desde então acharam poder definir as regras de governo de todos os países e sancioná-los, agredi-los ou mesmo invadi-los se as violassem. Criaram-se assim duas suposições que se mostraram fatalmente erradas: que o monopólio dos EUA sobre o uso da força duraria para sempre e que os EUA poderiam continuar a impor uma ordem mundial “baseada em regras”, as suas.
Estas ilusões terminaram com a intervenção da Rússia na Síria. Os EUA enfrentam uma nova era em que não podem mais mudar os regimes pela força das armas ou sanções, depois dos danos causados pelos conflitos EUA/NATO no Afeganistão, Iraque, Síria, Iémen, Líbia, Jugoslávia, etc, ou as sanções a Cuba, Coreia do Norte, Venezuela, Rússia, China, etc.
O estatuto a que os EUA se promoveram não comporta nem admite potências como a Rússia e a China. O ressurgimento da Rússia não estava nos planos imperialistas. A Rússia foi buscar ao seu passado soviético na cultura, ciência, avanços militares, a força para se libertar do estatuto de colónia que lhe queriam impor e ser desmembrada.
Continuar a lerLeiam e assustem-se !!! (vcs)
Porque isto é claramente um momento de transição. Ninguém é capaz de dizer o que tudo isto realmente significa para uma outra geração. Por outro lado, como antropólogo, não posso ajudar mas vejo este confuso jogo de símbolos como importante em si e por si mesmo, capaz mesmo de desempenhar um papel crucial na manutenção das formas de poder que afirma representar. Em parte, estes sistemas funcionam porque ninguém sabe como eles realmente funcionam.
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