Assim vai a Europa… | Alguns comentários sobre a situação presente | por Carlos Esperança

Enquanto a maior ditadura do mundo, com 140 milhões de habitantes, ganha a guerra na Ucrânia, limitando-se a assistir, a Europa recebe o imperador Biden, que combaterá ao lado de Zelensky até ao último europeu, promovendo a venda de armas do complexo militar-industrial dos EUA e valorizando o gás de xisto e os cereais dos EUA.

Nem sequer os jornalistas lhe censuram a falta de autoridade moral para usar linguagem de almocreve e acicatar a guerra na Europa, destruindo as instituições que genuinamente se batem pela paz, nomeadamente a ONU e o Vaticano, provocando a desorientação dos países e a desordem das consciências, e deixando a fatura para os europeus.

O pensamento único vai regressando à Europa, colocada em estado de estupor, perante a violência da guerra ucraniana, sem estratégia própria, a navegar ao sabor dos interesses geoestratégicos alheios. Putin, que apoiou a extrema-direita europeia, conseguiu destruir a Ucrânia e Rússia, a última à espera de se tornar uma nova Jugoslávia onde o fascismo islâmico se prepara para a desintegrar e criar novos estados fantoches apoiados pelos responsáveis da sua desintegração.

Dizer que nenhuma potência gosta de que lhe ponham mísseis na fronteira, devia ser um truísmo tautologicamente demonstrado, e passou a ser a arma ao serviço do pensamento único, sob meaça de ser um argumento a favor do czar Putin.

A Paz é um mero pretexto retórico para a eliminação do adversário escolhido pela Nato, e o presidente da Ucrânia foi promovido a herói das democracias liberais, mesmo depois de ter proibido os partidos da oposição.

O histerismo com que se veiculam as posições de Zelensky chega ao despautério de exaltar a sua censura ao governo de Portugal por não ser tão belicista quanto desejava, à Nato por ter medo da Rússia e à Europa por não dar pretexto ao holocausto nuclear envolvendo-se diretamente na guerra que procura estender ao Mundo.

A Europa, herdeira do Renascimento, do Iluminismo e da Revolução Francesa, arrisca a desintegração. Os nacionalismos já a corroem, o belicismo dos que não aceitam pagar a fatura da sua imprudência ameaça as instituições democráticas, a extrema-direita anda aí nas ruas, de Lisboa a Kiev, e a Polónia e a Hungria, que tinham suspensos os fundos por desrespeitarem os direitos humanos, já integram o paradigma das futuras democracias, que constroem muros para impedir a entrada de refugiados de tez escura, mas abrem as portas a caucasianos.

Quando aceitamos censura à informação e nos resignamos às verdades únicas, é a ruína dos valores que promovemos, a democracia que pomos em jogo e o futuro coletivo que hipotecamos.

Ninguém se preocupa já com alterações climáticas, com a fome que aumenta em África por cada dia que se prolonga a guerra na Europa, com os refugiados da Síria e do Iémen, com os regimes teocráticos que se multiplicam, com a Turquia na sua deriva islâmica e antidemocrática a forçar a integração na UE, enfim, com a subversão dos valores que nos moldaram e tínhamos por irreversíveis.

O mundo não é a preto e branco e os que resistem são difamados.

Podem calar-nos, mas não nos renderemos.

Carlos Esperança | 27/03/2022

Retirado do Facebook | Mural de Carlos Esperança

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