NÃO HÁ ALTERNATIVA ÀS IMEDIATAS NEGOCIAÇÕES DE PAZ | José-António Pimenta de França (jornalista)

O primeiro dever de um governante é procurar a felicidade e o bem-estar do seu povo. A sua primeira preocupação deverá ser afastar o seu país dos horrores da guerra.

Independentemente da perversidade de Putin, Zelensky está a conduzir o seu povo para um massacre. O seu primeiro dever teria que ser assegurar as melhores relações de vizinhança com a Rússia, manter a liberdade e garantir o progresso do seu povo.

No final dos anos 30, depois de meses de guerra entre a Finlândia e a URSS (o Império Soviético de Stalin) estes dois países encontraram, através de negociações, um modus vivendi, um estatuto de neutralidade que a poupou aos horrores da II Guerra Mundial e lhe permitiu progresso e bem estar durante toda a Guerra Fria, que se prolonga até hoje.

Em Outubro de 1962, estivemos à beira da III Guerra Mundial porque a URSS decidiu instalar mísseis com ogivas nucleares em Cuba, o que levou os EUA a reagir energicamente para afastar esse perigo das suas cidades.

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O Jogo de poker | Joffre Justino

Reflexões em volta de 2 escritos de Kristin Kane e de Rui Miguel Godinho.

Não devem existir muitas escolas que tenham convidado em Portugal a embaixada dos EUA a homenagearem Martin Luther King mas a escola profissional que dirigi e onde fui diretor pedagógico fê-lo e recebeu muito bem quem lá esteve da embaixada nessa homenagem

Começo por aqui para que fique claro que tenho muito gosto em ter sido considerado freedom fighter pelos EUA (não não recebi um tostão só chatices e dois anos e tal proibido de trabalhar de ser remunerado de ser sócio de empresas e cooperativa e associações que fundara pela ONU pela UE e pelo Estado português eis o meu prêmio pelo meu combate anti soviético e anti russo e Ucraniano dada a sua ocupação militar de Angola, a par dos EUA, de 1975 até 2002) apesar de tudo porque era a Democracia e a Liberdade que estavam em jogo e por elas vale a pena lutar !

Gosto de Abraham Lincoln que homenageei escolhendo o para ter sido o meu nome maçónico no GOL até porque era correspondente de Karl Marx como gosto e votaria Obama e Sanders se fosse estadunidense como gosto de Malcom X e do seu combate pelos Direitos dos Negros estadunidenses.

Não sou comunista nunca fui sovietista tendo sido maoista e faço parte dos da geração que considerou a URSS social-imperialista e saudei a coragem de Gorbachev na sua tentativa de democratizar a URSS, ataquei Yeltsin pela sua submissão ao neoliberalismo estadunidense que quase destruiu a Rússia e fez dela um país onde se morreu à fome depois de ter chegado a ser episodicamente a primeira potência mundial.

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A Ucrânia e seus algozes / Opinião | Roberto Amaral, líder histórico dos socialistas brasileiros

A geopolítica não é monocromática, e a peça que se escreve no teatro da guerra em curso (um território que compreende a Ucrânia, mas que se expande por metade do mundo) tem mais bandido do que mocinho, e uma só vítima: as populações civis, mortas ou desterradas.

Por um imperativo moral, os socialistas não tergiversam na denúncia da invasão da Ucrânia, ao tempo em que se recusam a sancionar a política de guerra do Pentágono, nossa adversária tática e estratégica desde o fim da segunda guerra mundial.

 A defesa da paz, tema caro ao humanismo socialista, implica a ativa condenação da guerra, necessidade do desenvolvimento capitalista, com a qual a Europa flagelou o mundo no s​éculo passado.

O pacifismo socialista, porém, considera as condições históricas, como demonstram o esforço dos trabalhadores russos no afã de consolidar a revolução de 1917 e derrotar 14 exércitos invasores, e o empenho da jovem URSS na guerra contra a ameaça nazifascista, e seu posterior engajamento nas lutas de libertação nacional e descolonização em todos os continentes, no curso do último século. Os socialistas, ao lado dos trabalhadores brasileiros defenderam o envio de tropas para os campos de batalha da Itália: a História dizia que a prioridade era derrotar o nazifascismo.

Os socialistas brasileiros sempre defenderam a autodeterminação dos povos e hoje, mais do que nunca, desconhecem justificativa para rever essas posições que, aliás, vêm norteando a política brasileira desde Rio Branco, enriquecida a partir das experiências de política externa independente formuladas por Afonso Arinos e San Tiago Dantas nos anos 60 do século passado, revista e enriquecida pela política “ativa e altiva” de Celso Amorim, Samuel Pinheiro Guimarães e Marco Aurélio Garcia. Uma só vez, na República, o país desonrou essa história de altivez, quando, sob ditadura militar, misturou-se aos marines dos EUA que em 1965 invadiram a República Dominicana para depor o governo constitucional e democrático de Juan Bosch.

A soberania política e a integridade territorial de todos os países devem ser mutuamente respeitadas, e é evidente que uma soberania está sendo violada quando parte do território de uma nação livre e independente é invadida por tropas estrangeiras, como ocorre com a base de Guantánamo, em Cuba, ocupada pelos EUA.

Claro, também, que a integridade nacional é golpeada quando o território de um país soberano se vê cercado por instalações militares de potências declaradamente inimigas.

Em 1962, ao descobrir que a URSS havia instalado armas estratégicas no território cubano, os EUA decretaram o bloqueio naval da ilha, e colocaram o mundo à beira da hecatombe nuclear, afinal afastada pela negociação de um acordo que, assegurando os EUA que não invadiriam Cuba, criava condições para a URSS retirar seus mísseis. Como foi a norte-americana naquele então, é legítima a preocupação da Rússia de hoje com o que significaria, para sua segurança, o ingresso da Ucrânia na OTAN.

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