O mundo já não será o que era | José Goulão

A partir de agora o mundo nunca mais voltará a ser o que foi desde o início da década de noventa do século passado, quando os Estados Unidos assumiram isoladamente o comando planetário.

De tanto esticar, a corda rebentou. Ao cabo de um longo processo de acosso e humilhação, a Rússia decidiu extirpar militarmente o tumor russófobo ucraniano, circunstância que está a deixar os dirigentes ocidentais e a propaganda social em estado de choque mas sem a decência de assumirem as responsabilidades que têm na situação. Durante oito anos, sem dar mostras de quaisquer escrúpulos, os Estados Unidos, a NATO e a União Europeia apoiaram o regime ucraniano sustentado por esquadrões da morte nazis saudosos de Hitler e aproveitaram essa cobertura para tentar criar uma imensa base militar que, uma vez incorporada na NATO, estrangularia militarmente a Rússia.

A intervenção desencadeada por Moscovo contra as estruturas militares e repressivas do regime ucraniano, tendo em vista igualmente criar condições que interrompam o massacre contínuo das discriminadas populações de origem russa, pretende liquidar essa estratégia atlantista. Principalmente cortando pela raiz a manobra para a integração de Kiev na Aliança Atlântica e deixando também definido o padrão de comportamento do Kremlin caso a NATO insista na integração da Geórgia. Sem esquecer as recentíssimas advertências à Suécia e à Finlândia.

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A Informação e a Guerra na Ucrânia | por Vasco Lourenço, Presidente da Associação 25 de Abril

«A guerra na Ucrânia, resultado da agressão da Rússia a esse país – não entro aqui em considerações, sobre as razões e justificações que levaram a um conflito que, como todos os demais deve ser evitado, mas que é mais frequente do que às vezes se pretende fazer crer – tem dado lugar a inevitáveis reacções das várias partes envolvidas.

Em Portugal, os meios de comunicação social, nomeadamente os audiovisuais TV e Rádio, entraram numa calorosa e animada discussão sobre a guerra. 

Mais do que informação, lançam para a via pública catadupas de “informação”, mais próprias de acção psicológica, seja sobre o inimigo, seja sobre as nossas tropas, do que aquilo que os cidadãos esperariam de órgãos de comunicação social. Assim se transformando, também eles, em autênticos combatentes.

Como temos visto, porque a “outra parte” se tem encarregado de o desmascarar, de um e outro lugar, isto é, de uma e outra parte, o recurso à criação e utilização de notícias falsas (hoje conhecidas por fake news) atingiu tal intensidade que torna difícil a um cidadão ficar devidamente elucidado. O que, pelo que se tem visto, pouco interessa à maioria das pessoas. Lamentavelmente, nesta como em muitas  outras situações, cada um acredita no que quer acreditar. E quando a “informação ” recebida vai ao encontro disso …

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Pour Moscou, une “question de vie ou de mort” | in Courrier International | par Hu Xijin

Hu Xijin, ancien rédacteur en chef du journal nationaliste chinois Huanqiu Shibao, évalue sur son blog les différentes issues possibles de la guerre en Ukraine. Selon lui, quelle que soit la suite des événements, ce conflit aura un impact sur la Chine.

Alors que la situation en Ukraine reste très incertaine, on me demande souvent quelles en seront les conséquences sur le monde et sur la Chine. Certes, la guerre en elle-même va avoir un impact énorme. Mais c’est surtout de son issue que découlera véritablement le nouveau paysage mondial.

Cette guerre est en fait une violente riposte de la Russie à l’Otan. Cette dernière, en s’élargissant vers l’est, a comprimé l’espace de sécurité russe. Les objectifs de Poutine devraient donc être limités. Si la puissance nationale russe permet à ce dernier de “s’opposer” partiellement aux États-Unis et à l’Occident, une confrontation totale serait forcément au-dessus de ses forces.

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