O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de ” foda-se! ” que ela fala.
Existe algo mais libertário do que o conceito do ” foda-se! “? O ” foda-se! “ aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor, reorganiza as coisas, me liberta. ” Não quer sair comigo? Então foda-se! “. Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então “ foda-se!
” O direito ao ” foda-se! “ deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que ingará plenamente um dia. ” Pra caralho “, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que ” pra caralho “? “ Pra caralho “ tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho . O Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende?
Um jovem guerreiro, indignado e com muita raiva, chega junto de seu avô contando que sofreu uma injustiça de um amigo.
—
O avô ouve-o e responde:
– Deixa-me contar-te uma história…
Eu também já algumas vezes, senti grande ódio daqueles que me fizeram sofrer, sem qualquer arrependimento daquilo que me fizeram.
Todavia, o ódio corrói mas não fere o inimigo. É o mesmo que tomar veneno, desejando que o inimigo morra…
Na verdade, dentro de cada um de nós vivem dois lobos..Um deles é bom e não magoa. Vive em harmonia com todos à sua volta e não se ofende quando não se teve intenção de ofender. Ele só lutará quando for certo fazer isso, e da maneira correta.
Mas com o outro lobo, já não é assim! …
Ele vive cheio de raiva! As mais pequenas coisas lançam-no num ataque de ira!
Ele briga com todos o tempo todo, sem qualquer motivo. Ele não consegue pensar, porque a sua raiva e o seu ódio são enormes…
Algumas vezes é difícil conviver com estes dois lobos, pois ambos tentam dominar o nosso espírito….
O jovem olhou intensamente nos olhos do seu avô e perguntou:
NOAM CHOMSKY: “A MAIORIA DAS PESSOAS NÃO SE DÃO CONTA DO QUE ESTÁ ACONTECENDO DE FATO E SEQUER SABEM QUE SÃO IGNORANTES A ESSE RESPEITO”
Em sua obra necessária e contundente, o filósofo estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “10 estratégias de manipulação” através dos média:
1- A ESTRATÉGIA DA DISTRACÇÃO
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distracção que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e económicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distracções e de informações insignificantes. A estratégia da distracção é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neuro-biologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto ‘Armas silenciosas para guerras tranquilas’)”.
Dado o sucesso lúdico do último assunto – o pénis – por justiça antónima trago hoje à liça o cunos, também conhecido por cona, ou ainda fenda, vulva ou greta, que tem o seu garbo. Há um autor inultrapassável que discreteou com elegância e humor de uma estirpe clássica sobre vários tipos de conas imaginárias, de sua graça Juan Manuel de Prada. Perante ele me vergo apondo somente uma breve reflexão sobre a íntima unidade da mulher.
A meio das suas reflexões inauditas (por exemplo, o capítulo sobre as conas das mulheres sonâmbulas) entendeu Juan (justamente) descrever a cona da sua namorada. Não o farei exaustivamente, como o fez o autor basco, por respeito à sua dona, dizendo apenas que quem vê caras poderá ver conas, se tiver olho para isso. É como o tamanho e espessura do polegar masculino, que dita a envergadura e formato do dito.
Interessam-me as redundâncias das conas e as suas infinitas possibilidades. A cona, a quem os exegetas das mulheres chamam o mais belo dos moluscos, sendo o clitóris o berbigão, é um mundo aquático. Talvez aqui resida a sua maior dádiva, permitindo, como a natação, inúmeras variantes encorpadas. Entre o boiar e a mariposa, o mergulho encarpado e a remada de bruços, há todo um manancial de formas de a abordar.
O pénis e a cona juntos, na justa e devida medida do encaixe habilitado, são como a harmonia dos corpos celestes. Não se pode ser demasiado macho a abordar uma cona, tal como não deve uma mulher (resumindo este micro ensaio ao campo heterossexual) tratar o pénis com ímpetos de lenhadora. Para asseverar da importância da cona no território da felicidade conta-se a história de um anão adulto que gritou alto a palavra CONA no meio de uma tribuna de crianças a quem pediam um vocábulo sinónimo de alegria, celebrando assim o seu entusiasmo pela felicidade de estar vivo, apesar da sua baixa condição. O anão tinha-se escapado para o meio do coro infantil durante uma visita presidencial e face à interrogação requerida ditou o que lhe ia na alma. Como um amante feliz.
Gosto mais da frase em inglês — on my own — do que em português: só comigo.
A minha intenção ao escrever este texto sobre o ano de 2022 é a mesma dos solitários que fazem desenhos na areia: entreterem-se enquanto falam consigo próprios. Depois, quem passa olha, se lhe apetecer acrescenta, apaga, ou distorce. E segue o seu caminho. A nova maré levará a obra. O desenhador irá olhar o vazio para lá do horizonte.
Bom ano de 2023.
Personalidades portuguesas:
– Marta Temido, a sua equipa e o SNS. A frágil ministra, juntamente com o seu sereno secretário de Estado, enfrentaram o mais poderoso e desapiedado gangue do planeta: o dos industriais e comerciantes da saúde. Os Serviços Nacionais de Saúde são uma ofensa inadmissível para os mercadores dos medicamentos, dos hospitais e clinicas, dos laboratórios e fábricas de equipamentos. Marta Temido e o seu secretário, mais da Diretora Geral da Saúde enfrentaram-nos. Se tivessem a mais pequena sombra no seu currículo, nas suas vidas privadas estariam entregues aos bichos, aos liberais! E nós, os cidadãos, com eles.
– Os “uberistas”, sejam os condutores de automóveis sejam os distribuidores de comida às costas que respondem às app e aos Tm. São os novos escravos, sem esquecer os importados para os trabalhos agrícolas. Eles antecipam o futuro das sociedades ditas desenvolvidas, e neoliberais, a par dos “colaboradores” em teletrabalho e dos robôs.
′′Para sufocar antecipadamente qualquer revolta, não deve ser feito de forma violenta. Métodos arcaicos como os de Hitler estão claramente ultrapassados. Basta criar um condicionamento coletivo tão poderoso que a própria ideia de revolta já nem virá à mente dos homens. O ideal seria formatar os indivíduos desde o nascimento limitando suas habilidades biológicas inatas…
Em seguida, o acondicionamento continuará reduzindo drasticamente o nível e a qualidade da educação, reduzindo-a para uma forma de inserção profissional. Um indivíduo inculto tem apenas um horizonte de pensamento limitado e quanto mais seu pensamento está limitado a preocupações materiais, medíocres, menos ele pode se revoltar. É necessário que o acesso ao conhecimento se torne cada vez mais difícil e elitista…. que o fosso se cave entre o povo e a ciência, que a informação dirigida ao público em geral seja anestesiada de conteúdo subversivo.
Especialmente sem filosofia. Mais uma vez, há que usar persuasão e não violência direta: transmitir-se-á maciçamente, através da televisão, entretenimento imbecil, bajulando sempre o emocional, o instintivo. Vamos ocupar as mentes com o que é fútil e lúdico. É bom com conversa fiada e música incessante, evitar que a mente se interrogue, pense, reflita.
Vamos colocar a sexualidade na primeira fila dos interesses humanos. Como anestesia social, não há nada melhor. Geralmente, vamos banir a seriedade da existência, virar escárnio tudo o que tem um valor elevado, manter uma constante apologia à leveza; de modo que a euforia da publicidade, do consumo se tornem o padrão da felicidade humana e o modelo da liberdade.
Assim, o condicionamento produzirá tal integração, que o único medo (que será necessário manter) será o de ser excluído do sistema e, portanto, de não poder mais acessar as condições materiais necessárias para a felicidade.
O homem em massa, assim produzido, deve ser tratado como o que é: um produto, um bezerro, e deve ser vigiado como deve ser um rebanho. Tudo o que permite adormecer sua lucidez, sua mente crítica é socialmente boa, o que arriscaria despertá-la deve ser combatido, ridicularizado, sufocado…
Qualquer doutrina que ponha em causa o sistema deve ser designada como subversiva e terrorista e, em seguida, aqueles que a apoiam devem ser tratados como tal ′′
Eu tenho um sonho “é um discurso público que foi entregue pelo ativista dos direitos civis americano Martin Luther King Jr. durante a Marcha sobre Washington por Empregos e Liberdade em 28 de agosto de 1963, na qual ele pediu direitos civis e econômicos e um fim para Nos EUA, entregues a mais de 250 mil defensores dos direitos civis dos degraus do Lincoln Memorial, em Washington, DC, o discurso foi um momento decisivo do movimento pelos direitos civis e um dos discursos mais emblemáticos da história norte-americana.
“Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais bela rapariga do teu tempo — e eu acredito. Não sabes ler. Tens as mãos grossas e deformadas, os pés encortiçados. Carregaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água.
Viste nascer o sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete universal. Criaste pessoas e gado, meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio ameaçava gelá-los. Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas questões de família, um crime de morte. Trave da tua casa, lume da tua lareira — sete vezes engravidaste, sete vezes deste à luz.
Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de literatura, nem de filosofia, nem de religião. Herdaste umas centenas de palavras práticas, um vocabulário elementar. Com isto viveste e vais vivendo. És sensível às catástrofes e também aos casos de rua, aos casamentos de princesas e ao roubo dos coelhos da vizinha. Tens grandes ódios por motivos de que já perdeste lembrança, grandes dedicações que assentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietname é apenas um som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio. Da fome sabes alguma coisa: já viste uma bandeira negra içada na torre da igreja.(Contaste-mo tu, ou terei sonhado que o contavas?)
Transportas contigo o teu pequeno casulo de interesses. E, no entanto, tens os olhos claros e és alegre. O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vi rir ninguém. Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas não entendo. Vieste a este mundo e não curaste de saber o que é o mundo. Chegas ao fim da vida, e o mundo ainda é, para ti, o que era quando nasceste: uma interrogação, um mistério inacessível, uma coisa que não faz parte da tua herança: quinhentas palavras, um quintal a que em cinco minutos se dá a volta, uma casa de telha-vã e chão de barro. Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enrugada e pelos teus cabelos brancos, partidos pelo peso dos carregos — e continuo a não entender. Foste bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te roubaram o mundo? Quem to roubou? Mas disto talvez entenda eu, e dir-te-ia o como, o porquê e o quando se soubesse escolher das minhas inumeráveis palavras as que tu pudesses compreender. Já não vale a pena. O mundo continuará sem ti — e sem mim. Não teremos dito um ao outro o que mais importava. Não teremos, realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não são as tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não acusas — e isso ainda é pior. Mas porquê, avó, por que te sentas tu na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos teus noventa anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida:
«O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer!»
É isto que eu não entendo — mas a culpa não é tua.”
Face aos desenvolvimentos hoje verificados na guerra na Ucrânia, impõem-se desde já os seguintes esclarecimentos:
A tratarem-se de mísseis S-300 e há fotos dos destroços que o demonstram (salvo posteriores cosméticas), só haverá 3 hipóteses:
(1) Os ucranianos estavam a proceder a uma intercepção e o míssil não atingiu o alvo e o auto-destruidor não funcionou – e isso acontece com os antigos S-300;
(2) O míssil estava inicialmente em mau estado (o que não espanta, pois os sistemas ucranianos são antigos e a sua manutenção muito deficiente) e voou para onde a estava apontado, ou seja, neste caso para a Polónia, ou,
(3) Os ucranianos desenroscaram “um certo parafuzinho” e dispararam contra a Polónia deliberadamente de forma a provocar um incidente internacional que levasse à entrada da OTAN no conflito (aproveitando o momento do bombardeamento russo).
Na minha óptica a hipótese (1) é a mais provável e obviamente os ucranianos aproveitam a onda para tentar pela enésima vez a intervenção da OTAN, dizendo que se trata de um míssil russo e, pior ainda, os polacos também estão a cavalgar estes eventos para arranjarem companhia na sua tão desejada entrada no conflito (até para sacarem algum território). O azar desta malta é que os destroços do míssil permitiram de imediato a sua identificação… agora só mesmo falseando as provas,,,!
NOTA: o míssil S-300 é um míssil anti-aéreo accionado a partir de terra. No entanto pode ser utilizado contra alvos terrestres, mas o seu alcance é de 120 km, o que inviabiliza de todo a possibilidade de terem sido forças russas a lançá-lo.
“Quando a guerra acabar, a gente vai casar e da terra vão nascer flores lindas como você, e o seu ventre vai carregar a menina mais linda do universo.”
Carta encontrada no bolso de um dos soldados mortos na Segunda Guerra Mundial, 1939.
Enquanto a guerra na Ucrânia continua, não temos estado apenas nas ruas a exigir o fim deste derrame de sangue. No espírito da democracia, e das políticas realistas – mas também radicais – que guiam o DiEM25, perguntámos aos nossos membros: qual deve ser a nossa proposta para a paz na Ucrânia?
Agora, depois de muita discussão interna e de uma votação de todos os membros, temos uma resposta. O nosso plano de paz com cinco pontos exige:
Um cessar-fogo imediato, seguido de uma retirada das tropas russas de acordo com as linhas fronteiriças anteriores à guerra;
A criação de uma zona totalmente desmilitarizada, que se estenda por 200 km de cada lado dessas linhas fronteiriças;
Um protocolo de não-agressão, baseado no reconhecimento de que a Ucrânia é um país soberano e neutro, que não permite armas nucleares no seu território;
Uma estrutura de governação para as áreas do leste e sul da Ucrânia com base no Acordo de Belfast na Irlanda do Norte; *ver URL da wikipedia
Todas as partes concordam em remeter as disputas pendentes a negociações mediadas pela ONU.
Agora vem a parte difícil: a construção de um movimento e a organização da sociedade civil por toda a Europa, para tornar esta paz numa realidade.
O DiEM25 e os nossos partidos políticos estão prontos para fazer justamente isso. Este sábado vai nascer mais um partido nacional cujos estatutos e programa político foram também aprovados transnacionalmente pelos nossos membros em toda a Europa: O MERA25 Itália.
A garantia foi dada pelo primeiro-ministro.Outros deixariam o neo-liberalismo actuar contra as famílias.
O primeiro-ministro afirmou esta quarta-feira que já foram investidos 5,6 mil milhões de euros em apoio às famílias e controlo dos custos da energia, estando para breve legislação para proteção face à alta dos créditos à habitação.
Estas posições sobre a atual conjuntura económica e financeira do país foram transmitidas por António Costa na abertura do debate parlamentar na generalidade da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2023.
“Já investimos 5,6 mil milhões de euros entre medidas de apoio ao rendimento das famílias e medidas de controlo do custo da energia. Por isso, atualizamos o indexante de apoio sociais, o salário mínimo nacional acima da inflação. Por isso, prosseguimos o aumento do complemento solidário para idosos para convergir com o limiar de pobreza”, declarou.
Perante os deputados, o líder do executivo referiu que o seu Governo respondeu à atual trajetória de aumento da inflação com o congelamento do preço dos transportes públicos e limitou em 2% o aumento das rendas de casa.
“Vamos aprovar legislação que protege as famílias com crédito à habitação. Sim, cuidamos de responder às necessidades do presente, do mesmo passo que mantemos, com toda a determinação, o rumo que traçámos para a legislatura”, sustentou.
Em relação à presente proposta orçamental, António Costa disse que as verbas para o Serviço Nacional de Saúde serão reforçadas em 7,8%.
“Vamos instalar os primeiros 108 dos 365 centros tecnológicos especializados que vão modernizar o ensino profissional até 2025; aumentamos o apoio sustentado às artes em 114%; o investimento da lei de programação nas forças de serviços de segurança cresce 33%; a PJ tem o maior reforço de sempre em meios humanos e capacidade pericial para dar combate à criminalidade económica e financeira, em especial à corrupção”, apontou.
Também de acordo com o primeiro-ministro, o orçamento da Defesa é “robustecido, fortalecendo as Forças Armadas e honrando os nossos compromissos internacionais, num contexto marcado pela guerra da Rússia contra a Ucrânia”.
Depois, referiu-se ao acordo de médio prazo, assinado em sede de concertação social pelo seu executivo com os parceiros sociais, salientando que assume como meta para 2026 acelerar para 2% o crescimento da produtividade.
“Esta é uma condição necessária para garantirmos melhores empregos, com melhores salários. Para produzirmos mais e com mais valor acrescentado, estabelecemos como prioridades o investimento nas qualificações e na inovação”, sustentou.
“O financiamento às empresas aumenta 90% do Portugal 2020 para o conjunto das verbas que lhes são destinadas no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência e no Portugal 2030, para apoiar a sua modernização e internacionalização, para as apoiar na dupla transição energética e digital. E no acordo firmado com os parceiros sociais reforçámos as medidas de redução seletiva do IRC, que no seu conjunto representam uma descida de impostos sobre as empresas superior à descida transversal de 2 pontos percentuais na taxa de IRC”, assinalou.
Na presente proposta de Orçamento, segundo o líder do executivo, são “melhorados os incentivos fiscais à inovação, ao investimento, à localização no interior e à capitalização do nosso tecido empresarial; é reduzida a carga fiscal das pequenas e médias empresas (PME); e reforçam-se os incentivos aos ganhos de escala, alargando a taxa reduzida das PME a todas as empresas até 500 trabalhadores e assegurando que as empresas que resultem da fusão de PME mantêm a taxa reduzida de IRC”.
“Estes são os incentivos certos para as empresas melhorarem a sua produtividade”, vincou António Costa, referindo-se indiretamente às diferenças entre a via fiscal do Governo e a dos partidos à direita do PS.
“Mas é essencial acompanhar o esforço das empresas com o reforço do investimento público, para melhorar a competitividade e, assim, elevar o peso das exportações no PIB para 53% até 2030”, acrescentou.
“redobrando os esforços para buscar uma estrutura realista para um cessar-fogo”
Trinta democratas liberais no Congresso dos EUA pediram ao presidente Joe Biden na segunda-feira que mude sua estratégia para a guerra Rússia-Ucrânia, buscando um acordo negociado junto com sua atual provisão de apoio militar e económico a Kyiv.
“Dada a destruição criada por esta guerra para a Ucrânia e o mundo, bem como o risco de escalada catastrófica, também acreditamos que é do interesse da Ucrânia, dos Estados Unidos e do mundo evitar um conflito prolongado”, disseram os 30 membros democratas da Câmara dos Deputados numa carta dirigida a Joe Biden.
“Por esta razão, nós pedimos que você junte ao apoio militar e apoio económico que os Estados Unidos forneceram à Ucrânia um impulso diplomático proativo, redobrando os esforços para buscar uma estrutura realista para um cessar-fogo”, disse a carta dos democratas.
Alguns republicanos também já alertaram que pode haver um controle mais rígido do financiamento para a Ucrânia se o seu partido ganhar o controle do Congresso.
A carta foi liderada pela deputada Pramila Jayapal, que preside ao Congressional Progressive Caucus.
Falar-se-á muito de Adriano Moreira, e é justo. Ele é uma das grandes personagens da história de Portugal do século XX e um dos grandes pensadores portugueses, além de ter sido político e interventor social. Uma personalidade marcante. Ouvi-o a primeira vez em 1964, havia deixado de ser Ministro do Ultramar e proferiu uma conferência para os cadetes da Academia Militar, que me marcou por ser uma “análise” e não apenas uma opinião, ou um sermão. Eu deixara de acreditar em sermões e em opiniões. Ou me convenciam com argumentos racionais, ou eu procurava-os. Deixara de ser religioso no sentido de acreditar em deuses e salvadores, até mesmo em heróis.
Hoje a homenagem que entendo prestar a Adriano Moreira é transcrever um seu pensamento expresso no livro Ciência Política, da Almedina, de 1993, que se adapta à situação atual, claramente a da violação do principio da existência de uma hierarquia nos Estados, como AM, definiu: Superpotências, grandes, médias e pequenas potências consoante o seu poder e o seu grau de dependência. De espaços de influência, reunidos em “Grandes Espaços” e, por fim o conceito de interdependência, ou de soberania limitada, ou partilhada.
” O conceito e a realidade do Estado soberano que dominou a vida internacional até ao fim da II Guerra Mundial tem vindo a ser substituído pelas interdependências e dependência mundiais que se vão consolidando e onde o mundialismo se firma como “modelo observante da realidade observada”.
Aos olhos do Estado, o cenário passou a ser considerado segundo a perspectiva de “aldeia global” entendida como mundialização dos comportamentos ecológicos, económicos, políticos naquilo que alguns quiseram chamar “fim da História” e que generalizadamente é considerada a democracia avançada, por mais incertos que sejam os pressupostos organizativos.
Além disso, a ideia de Estado-Nação, na acepção teórica de Silverman, nunca foi com frequência um paradigma da organização da vida humana. Parece-nos claro que a crise do Estado está essencialmente ligada a uma nova conjuntura que põe em causa as áreas de intervenção do “grande Leviatã” preconizado por Hobbes e que até aí, detinha total acção nos mais variados quadrantes”.
Adriano Moreira procurou um caminho de modernidade e de esperança. Viveu a sua época e ajudou-nos a viver.
Carlos Matos Gomes in Facebook 23-10-2022
Resposta de Matos Gomes a um comentário “provocador”, no seu texto colocado no Facebook :
“Apenas um pormenor, que nada altera as apreciações que cada um entenda fazer. Adriano Moreira também passou pelas masmorras do Estado Novo. Esteve uns meses preso no Aljube por ser defensor da mulher do general Godinho, implicado na abrilada de 1947.
Talvez por andar a tentar esmiuçar Aristóteles (que para cada problema tem uma série de divisões que correspondem a outras tantas perspectivas) ocorreu-me, ao ler as várias contribuições a este comentário, que há várias posições a partir das quais ver o problema:
— O do direito internacional. É verdade que sem direito internacional a civilização desaparece e, nesse sentido, a invasão da Ucrânia é reprovável. Também é verdade, como foi apontado, que apenas invocamos o direito internacional neste caso particular, já que o Ocidente o violou várias vezes;
— O da justiça/ética. Sendo verdade que os russos invadiram, fizeram-no a um país em guerra civil contra uma parte da sua população e que, não tivesse a Ucrânia sido dominada por um grupo ferozmente nacionalista e até racista (este ponto não foi referido mas é um facto conhecido) e os acordos de Minsk sido respeitados não teria havido invasão;
— O ponto de vista histórico. Historicamente as fronteiras da Ucrânia são artificiais; historicamente a Crimeia é russa e o Donbass muito perto de o ser;
— O ponto de vista estratégico, isto é, o que está realmente em causa: a hegemonia dos EUA é condenável, indefensável porque substituiu a diplomacia pela guerra (este ponto não foi mencionado, mas está tacitamente presente em dois dos intervenientes);
o facto de a Ucrânia ser uma terra de passagem que a Rússia não pode admitir que seja tomada pela NATO (o que é compreensível porque real – a palavra Ucrânia vem do russo antigo e significa «fronteira»);
o facto de a Europa, por estar na dependência militar dos EUA se estar a prestar a um papel vergonhoso (mencionado e referido a um comentário meu noutro texto) e que, do ponto de vista dos cidadãos europeus e ucranianos, pode ser considerado criminoso;
— O ponto de vista do resultado: se se continuar a escalar a guerra qual será a consequência? Mesmo sem guerra nuclear (que desde há décadas nunca esteve tão próxima) são todas más.
Estes são os pontos de vista racionais. Depois, claro, há os clubismos e a formação da opinião pública pelos media que, diga-se, se estão a comportar sem qualquer ética.
Creio que, para se ser realmente racional, têm de se considerar todos estes pontos (e haverá mais). Não é fácil, mas, se quisermos compreender, é necessário tentá-lo.
Lisboa, 22 out 2022 (Lusa) – O secretário-geral comunista rebateu a ideia de definhamento do partido e alertou que “o PCP faz falta”, sobretudo num momento de agravamento das condições de vida e de perda do poder de compra.
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“Eles não entendem. Isto é muito maior que a Ucrânia. É a Europa Oriental. É a NATO”, criticou Biden, avaliando que os republicanos “não entendem a política externa norte-americana”.
Filadélfia, Estados Unidos, 21 out 2022 (Lusa) – O Presidente norte-americano, Joe Biden, criticou na quinta-feira os republicanos por quererem reduzir o financiamento à Ucrânia em caso de vitória nas eleições intercalares de novembro.
“Eles [os republicanos] dizem que, se vencerem, provavelmente não continuarão a financiar a Ucrânia”, disse o chefe de Estado, durante um evento de arrecadação de fundos em Filadélfia, na Pensilvânia, um estado-chave para as eleições de meio de mandato.
“Eles não entendem. Isto é muito maior que a Ucrânia. É a Europa Oriental. É a NATO”, criticou Biden, avaliando que os republicanos “não entendem a política externa norte-americana”.
O jornalista e académico uruguaio Leonardo Haberkorn, desistiu de continuar a dar aulas do curso de “Comunicação” na Universidade ORT de Montevideu, através desta carta que comoveu o mundo da Educação:
Depois de muitos anos como professor universitário, hoje dei aula na faculdade pela última vez. Estou cansado de lutar contra telemóveis, WhatsApp e Facebook. Eles venceram-me. Eu desisto. Eu atiro a toalha ao chão. Cansei-me de falar de assuntos pelos quais eu sou apaixonado, para rapazes e raparigas que não conseguem tirar os olhos de um telemóvel que não pára de receber selfies.
É verdade que nem todos são assim, mas há cada vez mais a ficar assim. Até há três ou quatro anos, o apelo para deixar o telemóvel de lado por 90 minutos – nem que fosse só para não ser desrespeitoso – ainda teve algum efeito. Já não o está a ter. Pode ser que seja eu que me tenha desgastado demais neste combate, ou que esteja a fazer algo de errado.
Devemos exigir uma negociação imediata e um fim pacífico para a guerra na Ucrânia ou acabaremos na 3ª Guerra Mundial | DONALD TRUMP | ver ao minuto 6m30s
Ver notícia vinda da SUÉCIA ao minuto 18 !!!!!!!!!!!!!!!!!!
As mulheres são as mães da Humanidade. Até os membros da Igreja Católica o “esquecem”. Todos, menos Jesus Cristo. O único que as respeitou e verdadeiramente amou. | [vítor coelho da silva]
Quando eu era jovem assistente na Faculdade de Letras de Lisboa, atrevi-me a perguntar a um catedrático de História (senhor de fama já lendária) porque é que tínhamos tantas colegas professoras na área da Literatura e tão poucas (ainda que distintíssimas) na área da História. A resposta que ele me deu há trinta anos parece hoje impensável: «a História chama menos as senhoras porque requer muito estudo».
A misoginia da atitude é arrepiante, mas (como todos sabemos) não é surpreendente. Mais tarde, já como professor em Coimbra, foi-me dito que havia dois professores catedráticos (também de geração salazarenta) que nunca tratavam a sua colega catedrática Maria Helena da Rocha Pereira por «Senhora Doutora» (como é normal entre colegas em Coimbra), mas sim por «Dona Maria Helena», embora eles entre si se tratassem por «Senhor Doutor» e ela própria os tratasse com essa deferência académica.
Se isto retrata a universidade portuguesa no século XX, estamos a ver bem o ambiente em que se teria desenrolado a discussão sobre se uma mulher tem capacidade para desempenhar as funções que, na Igreja Católica, são assumidas por padres, bispos, cardeais e papas.
AI PORTUGAL, PORTUGAL I De que é que estamos à espera? Por ora, da enxurrada de turistas, que encham os hotéis, os Airbnbs, os restaurantes, bares, clubes, tabernáculos, botequins, feirinhas, toda a sorte de veículos de animação turística de lés a lés, que larguem o pilim e não se chorem dos preços upa upa, pois isto não é Marrocos. Tudo se vende, em última instância, como num bordel.
Lava-se dinheiro. Compra-se a Imprensa e a visibilidade nas redes sociais. Vende-se a quem der mais. Vendem-se histórias de façanhas, de heróis, de lendas e narrativas. Amália, Eusébio, Pessoa, Camões, Saramago… de pins a livros. Quem não se ajeita na mercância do Comércio e das malhas tecidas pelo defunto Império, vende o cu por 7 tostões, vende o corpinho, como se vendeu o cinema Império, o Condes, o Monumental… Comprem, comprem… atraem-se os turistas e os investidores como abelhas a favos, com a lengalenga do sol, do país seguro, do inefável fado de terra santa. O Santander agradece.
E assim vamos caminhando, endividados, agarrados a empréstimos, ao correr da bola nos relvados, esperando ter um púbere Ronaldo a germinar no salão nobre da casa arrendada a um agiota e especulador que um dia garanta o sustento e orgulho das Donas Dolores. O crescimento económico reverte para as grandes empresas e seus associados, o crime compensa. Os preços sobem e o povo, triste, deixa andar. Come menos ou vai para a fila do Sidónio, deixa andar até lhe vir o cancro.
Olha o mar, o Oceano, pensa em emigrar, mas já não tem forças. E também, para onde há de ir? Os filhos que tentem a sorte. Nós por cá ficamos, submissos aos tostões do turista inculto, desinteressado e emproado, que compra suvenirs na loja do chinês made in China, que se está cagando para as belas e duras frases de Sophia, a verve visionária de Natália, quer é gastar pouco e que o sol lhe bata levemente na moleirinha.
“A NATO, criada como organização defensiva, no início da «guerra fria», está a tornar-se, por pressão dos neo-cons americanos, uma ameaça à paz. Cuidado União Europeia!” | Out 06, 2008
Observadores da política internacional reconhecem que o mundo está inquietante. O Afeganistão, em que a administração Bush envolveu a NATO – o que considerei um «precedente perigoso» –, está porventura pior do que antes. As forças armadas eram, então, compostas por americanos e ingleses. Hoje, a participação alargou-se, incluindo até um contingente português. No entanto, a situação militar, expulsos os talibans, não é melhor: os talibans comandam uma guerrilha terrível; a Al Qaeda – e Bin Laden – não só sobreviveu como está mais forte, algures no seu santuário.
O Paquistão, depois da renúncia do Presidente Musharraf, está em risco de mergulhar no caos. E o pior é que dispõe, esse sim, da bomba atómica…
Para o Ocidente, a situação no Afeganistão é mais grave do que a no Iraque. Apesar de o Iraque estar praticamente destruído, dividido, a braços com uma guerrilha infindável, entre sunitas, xiitas e curdos, fustigado pelo terrorismo da Al Qaeda ou associados e tenha deixado de ser, por longos anos – o que é péssimo – um Estado laico e tampão relativamente ao Irão.
No Iraque estão hoje quase só militares americanos e mercenários, numa situação que lembra o Vietname. Mais tarde ou mais cedo, serão obrigados a retirar as suas tropas. Enquanto o desastre do Afeganistão/Paquistão está a corroer e a desacreditar a NATO – o que do meu ponto de vista não tem grande importância, visto que hoje é uma organização que não faz sentido – e afectará gravemente os europeus, se os seus dirigentes não tiverem a coragem e a lucidez de retirarem de lá as suas tropas, quanto antes…
A NATO, QUE SE TORNOU um verdadeiro braço armado dos Estados Unidos, está a fazer também estragos noutras regiões do mundo. Refiro-me ao Cáucaso, às zonas do Cáspio e do mar Negro e aos países limítrofes da Rússia Ocidental.
Estes quiseram logo entrar para a NATO, com a ilusão de que teriam mais garantias de segurança, sob o chapéu americano, do que na União Europeia… E a NATO, cercando a Rússia e instalando na Polónia e na República Checa bases de mísseis, começa a ser uma ameaça para a Rússia, que a pode tornar agressiva. Um perigo!
O vice-presidente Dick Cheney, em fim do mandato, fez uma recente visita, altamente desestabilizadora, para dar, em nome da NATO, apoio à Geórgia. Mas, felizmente, ficou tudo em retórica inconsequente. Após a provocação do Presidente da Geórgia – e da guerra –, os russos reagiram e os europeus procuraram pacificar a situação. Ainda bem. Se a guerra não acabasse, os europeus seriam os primeiros a ser atingidos, com o corte do petróleo e do gás; e pior: entrariam numa fase com grandes riscos para a paz na Região. Putine não é Hitler e não ressuscitemos a «guerra fria»…
CHENEY FOI À UCRÂNIA, onde tentou também dividir os dirigentes políticos, estimulando a primeira-ministra, Iúlia Timoshenko, anti-russa, contra o Presidente, Victor Yushchenko, mais apaziguador.
Tudo em nome da NATO. Isto é: a NATO, criada como organização defensiva, no início da «guerra fria», está a tornar-se, por pressão dos neo-cons americanos, uma ameaça à paz. Cuidado União Europeia!
Moratinos, o ministro espanhol dos Estrangeiros, bem advertiu, numa entrevista ao El País: «A Rússia actual não é a soviética, mas também não é a de Ieltsin. Devemos evitar que nos imponha uma agenda do tempo da guerra fria.» E eu acrescento: não ameaçar a Rússia, negociar, com firmeza, com ela.
Enquanto isto, a ONU esteve estranhamente ausente e silenciosa. Que diferença entre este secretário-geral, Ban Ki-moon, um homem, até agora, apagado e quase invisível, mais burocrata do que político, e o seu antecessor, o saudoso, prudente e corajoso Kofi Annan… A ONU vai ter de se reestruturar e democratizar, após as eleições americanas, para desempenhar o seu tão decisivo papel na construção de uma nova ordem internacional e da paz, neste nosso novo século tão conturbado.
A representação cubana perante esta Assembleia tem o prazer de cumprir, em primeiro lugar, com o agradável dever de saudar a incorporação de três novas nações ao importante número daqueles que aqui discutem os problemas mundiais. Saudamos, portanto, nas pessoas do seu Presidente e Primeiros Ministros, os povos da Zâmbia, Malawi e Malta e esperamos que estes países se incorporem desde o primeiro momento no grupo das nações não-alinhadas que lutam contra o imperialismo, o colonialismo e o neocolonialismo (…)
Em alguns casos, é a cegueira causada pelo ódio das classes dominantes de países latino-americanos contra nossa Revolução; em outros, mais tristes ainda, é o produto dos deslumbramentos com o brilho de Mammon².
(² Termo bíblico usado para descrever riqueza material, ganância, cobiça, ou literalmente, dinheiro.)
Os agentes de comunicação de massas impuseram uma verdade. Essa verdade tem consequências que começam a doer. Agora, os mesmos que apoiavam as sanções e os embargos perguntam aos políticos o que vão fazer. É hipocrisia em estado puro. Os assim designados jornalistas são cúmplices da situação que estamos e vamos viver.
Os jornalistas têm responsabilidades sociais. Não podem atirar a pedra e esconder a mão.
Digámos. Assim começava um dos televangelistas contratados para formatar a opinião pública para das intenções expansionistas da Rússia as suas prédicas diárias. Era necessário formar uma opinião que aderisse à narrativa de que a Ucrânia era pacífica e democrática, um Estado exemplar que, de um momento para o outro, e sem qualquer motivo, se vê invadido pelo ameaçador vizinho.
Houve alguns, poucos, que se atreveram a desmascarar esta história de cobertura de intenções. Os grandes meios de manipulação adotaram com fervor militante a tese da iníqua e criminosa invasão, que contrariava os princípios do Direito Internacional e até a doutrina da guerra justa de Santo Agostinho.
Sabe-se hoje pela voz da administração americana e do governo do Reino Unido que americanos e ingleses, com a cobertura da NATO (essa virtuosa aliança defensiva) andavam a treinar o exército ucraniano desde 2004, com maior intensidade a partir de 2014, que lhe haviam fornecido material moderno e apoio de informações (intelligence), incluindo via satélite. Um exército especialmente criado para o efeito foi instalado na zona russófila do Leste da Ucrânia, causando cerca de 14 mil mortos. O novo governo pró-americano da Ucrânia, que tinha como figura de boca de cena Zelenski, foi incentivado a provocar a Rússia com um pedido de adesão à NATO. O que tinha ficado acordado que não aconteceria e que colocaria Moscovo a 10 minutos de voo dos novos misseis táticos. Isto é, a capital da Rússia ficava dentro do teatro de combate e sem possibilidades de defesa!
Boa tarde a Carlos Fino e participantes ! Um certo “cansaço” instala-se para continuar a comentar sobre esta matéria. Será a próxima evolução do conflito da Ucrânia que “ditará” que caminho o Mundo está a seguir pois, enquanto “discutimos” a questão da “operação especial”, outros embriões conflituosos se colocam em áreas próximas, como o caso da Sérvia/Kosovo e o agora da Arménia.
Bem dizia Mário Soares, astuto dirigente europeu que, para lá dos seus “defeitos” de um “socialismo” demasiado metido na gaveta, conhecia os meandros de certas politicas internacionais, nomeadamente as americanas.
Para os russos, a questão sobre se a OTAN é ofensiva ou defensiva não será o ponto. Para entender o ponto de vista de Putin, temos de considerar duas coisas que geralmente são negligenciadas pelos comentaristas ocidentais: o alargamento da OTAN em direção ao Oriente e o abandono incremental do quadro normativo da segurança internacional pelos EUA.
Na verdade, enquanto os EUA não lançavam mísseis nas proximidades de suas fronteiras, a Rússia não se preocupava tanto com a extensão da OTAN. A própria Rússia considerou-se candidatar à adesão, o que só não ocorreu pelo “medo” americano de abrir mão dos “segredos” da organização.
Os problemas que declararam-se em 2001, quando Bush decidiu retirar-se unilateralmente do Tratado ABM e implantar mísseis antibalísticos (ABM) na Europa Oriental. O Tratado ABM destinava-se a limitar o uso de mísseis defensivos, com a justificativa de manter o efeito dissuasivo de uma destruição mútua, permitindo a proteção de órgãos decisórios por um escudo balístico (a fim de preservar uma capacidade de negociação). Assim, limitou a implantação de mísseis antibalísticos a certas zonas específicas (notadamente em torno de Washington DC e Moscovo) e proibiu-o fora dos territórios nacionais.
Desde então, os Estados Unidos têm-se progressivamente retirado de todos os acordos de controle de armas estabelecidos durante a Guerra Fria: o Tratado ABM (2002), o Tratado de Céu Aberto (2018) e o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF) (2019). Em 2019, Donald Trump justificou a sua retirada do Tratado INF por supostas violações do lado russo. Mas, como observa o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (SIPRI), os americanos nunca forneceram provas dessas violações. Na verdade, os EUA estavam simplesmente tentando sair do acordo a fim de instalar os seus sistemas de mísseis AEGIS na Polónia e Roménia. De acordo os EUA, esses sistemas são oficialmente destinados a interceptar mísseis balísticos iranianos. Mas há dois problemas que claramente colocam em dúvida a boa fé dos americanos:
. A primeira é que não há indicação de que os iranianos estejam a desenvolver tais mísseis, como Michael Ellemann da Lockheed-Martin declarou perante um comitê do Senado americano.
. A segunda é que esses sistemas usam lançadores Mk41, que podem ser usados para lançar mísseis antibalísticos ou mísseis nucleares. O sítio radzikowo, na Polónia, fica a 800 km da fronteira com a Rússia e a 1.300 km de Moscovo.
As administrações Bush e Trump disseram que os sistemas implantados na Europa eram puramente defensivos. No entanto, mesmo que teoricamente verdadeiro, é tecnicamente e estrategicamente falso. Pois a dúvida, que lhes permitiu a instalação, é a mesma dúvida que os russos poderiam legitimamente ter em caso de conflito. Esta presença nas proximidades do território nacional da Rússia pode de fato levar a um conflito nuclear. Em caso de conflito, não seria possível saber precisamente a natureza dos mísseis carregados nos sistemas – deveriam os russos esperar por explosões antes de reagir ? Na verdade, sabemos a resposta: sem tempo de aviso antecipado, os russos praticamente não teriam tempo para determinar a natureza de um míssil disparado e, portanto, seriam forçados a responder preventivamente com um ataque nuclear.
Vladimir Putin não só vê isso como um risco para a segurança da Rússia, mas também observa que os Estados Unidos estão cada vez mais desrespeitando o direito internacional para prosseguir uma política unilateral. É por isso que Vladimir Putin diz que os países europeus podem ser arrastados para um conflito nuclear sem querer. Este foi o conteúdo de seu discurso em Munique em 2007, e ele veio com o mesmo argumento no início de 2022, quando Emmanuel Macron foi a Moscovo em fevereiro.
Mário Soares não falava de “borla”. Ele sabia que, no fundo, o processo de expansão da hegemonia dos EUA em relação à Europa se destinava a pressionar a Rússia e a obrigá-la a ceder ou encontrar as respostas que defendessem o seu ponto de vista estratégico. Ora, Putin optou pela segunda delas e, quem estiver atento à “história” dos desenvolvimento bélicos americanos, só pode estar de acordo com essa posição.
Não sei quem é o Paulo Anjos. Mas sei que gostaria de ter subscrito o que escreveu. Acrescentaria talvez apenas uma frase – vivam as mulheres, vivam as mães!
Bem haja o Paulo, bem haja Marta Temido(vcs)
Gosto muito de si
Se eu lhe pudesse escrever, dir-lhe-ia que me faz lembrar a Mulher que mais admirei na vida e por quem vivo sempre profundamente apaixonado, a minha Mãe.
Não só por o seu ar frágil , nem pela cor dos seus cabelos, nem por terem olhos da mesma cor e por serem Bonitas , nao.
Mas pela paixão que entrega aos outros, pela luta incansável de querer tratar, de querer curar.
Sabe, a minha Mãe trabalhou no SNS até à morte, e dava tudo por ele , dava tudo fora dele.
Sabe , às vezes eu zangava-me com ela, porque depois de um dia de trabalho , ainda pegava na mala e ia dar uma injeção a um senhor que morava na outra avenida , ainda ia fazer o penso aquela senhora do bairro 25 de Abril , de caminho passava por um pateo do bairro da Comenda para ir algaliar o senhor que morava no pateo , todos os dias, todos os dias era assim , apenas se iam mudando os itinerários.
Acompanho a senhora de longe, sabendo que está cercada por escassos meios , mas caramba , que culpa tem a senhora por décadas de desinvestimento no seu , no meu , no nosso SNS.
Que culpa tem pelas opções de sermos o país da Europa (percapita)com mais Kms de auto estradas de construírem a maior ponte da Europa no sítio mais largo do rio, que culpa a senhora tem dos milhões e milhões gastos em desvarios de banqueiros e em bancos privados , que culpa tem de nao ter médicos , porque centenas e centenas de jovens nao tiveram média de 19 ponto qualquer coisa ,só porque num teste de física ou química tiveram apenas 17 valores e foram obrigados a seguir outras carreiras ou a ir pra outros paises , que culpa é essa que lhe põe nos braços ?
Sabe , eu tenho imenso orgulho em si, porque a senhora nao dispara sobre quem todos os dias , do alto da canalhice a enche de tiros e mina as suas horas de trabalho.
Sabe , eu sou e vou ser-lhe eternamente agradecido pelo seu esforço gigante.
Não é tanto simpatia pela Rússia – não tenho saudades. É mais dúvidas quanto ao acerto das políticas que vêm sendo seguidas contra ela.
Querer “isolar” a Rússia, que é um continente riquíssimo em todo o tipo de matérias-primas e de onde nos vinha até agora energia barata, ainda por cima com países como a China, a Índia, a África do Sul ou até o Brasil contrários a essa posição, parece-me que não faz muito sentido e vai contra os interesses dos europeus.
A política externa, ao contrário do que alguns nos querem fazer crer, não se deve orientar só por “valores” – caminho direto para o confronto -, mas antes de mais pela defesa bem ponderada de quais são ou não são os nossos reais interesses. Ignorar isso e morder a isca dos “valores”, pode levar-nos, como já está a levar, a subordinar os nossos interesses aos dos outros.
Como já se percebeu, quem ganha com a guerra da Ucrânia e com as políticas europeias que vêm sendo seguidas são os Estados Unidos e a China. Não é, certamente, como também já se viu, a Europa. Portanto…
Nos últimos três meses, o chefe de Estado ucraniano tem feito a primeira página de revistas, abrindo noticiários, inaugurando o Festival de Cannes, amando parlamentos, parabenizando e admoestando seus colegas à frente de Estados dez vezes mais poderosos do que ele com uma felicidade e um senso tático que nenhum ator de cinema ou líder político antes dele havia conhecido.
Não foi ele quem disse a um jornalista francês em 5 de março, dez dias após a invasão russa: ” Hoje, minha vida é linda. Acho que sou desejado. Eu sinto que este é o significado mais importante da minha vida: ser desejado. Sentindo que você não está normalmente respirando, andando e comendo alguma coisa. Você vive! ».
Membro do Grande Conselho do Cantão de Genebra (Democrata Cristão). Ex-editor-chefe do Tribune de Genève e fundador do Swiss Press Club. Autor do livro Rússia-Oeste. A Mil Years War (a ser publicado em 8 de setembro de 2022).
A “realeza” britânica não terá nada a ver com a dignidade do seu país? Com a vileza? Com a subserviência? São extra-terrestres? Eu conheço o argumento de que esta gente, dita real, é irreal, como os deuses gregos, não se intrometem nos assuntos dos homens a não ser para fazer filhos e causar guerras.
Mas há um mínimo de decoro que se lhes exige, além da exibição dos exóticos chapeus, as damas, e das fatiotas de domadores de circo, dos cavalheiros.
Não têm nada a dizer sobre a deportação de Assange para os Estados Unidos, o território da boa justiça?
O primeiro-ministro defendeu hoje que um alargamento da União Europeia vai exigir uma reflexão sobre a “futura arquitetura institucional e orçamental”, dizendo esperar que todos estejam conscientes desse caminho coletivo.
António Costa e o secretário de Estado dos Assuntos Europeus, Tiago Antunes, receberam hoje durante todo o dia os partidos com representação parlamentar para preparar o Conselho Europeu da próxima semana, em que se discutirão as candidaturas à adesão à União Europeia da Ucrânia, República da Moldova e Geórgia.
No final, o primeiro-ministro anunciou que Portugal irá acompanhar o parecer da Comissão Europeia para que seja concedido à Ucrânia e à Moldova o estatuto de país candidato à União Europeia, mas fez questão de deixar alguns alertas.
“Esta perspetiva de futura integração, não só da Ucrânia e Moldova, mas também dos países dos Balcãs ocidentais, exige uma reflexão sobre a futura arquitetura institucional e orçamental da União Europeia, de forma a criar boas condições para termos uma UE forte, unida, capaz de cumprir os seus objetivos e acolher novos países candidatos”, defendeu.
“Então, no verão de 2020, eu parei. Jurei ler as notícias apenas aos sábados de manhã. Desde então, desisti quase inteiramente.
E sinto-me melhor. Muito, muito melhor. Parece que uma guerra que costumava ser travada no meu quintal está agora a ser travada em Neptune em vez disso. Sinto-me aliviado do meu dever de acompanhar o mundo inteiro, e agora percebo que nunca tive esse dever. Meu cérebro ficou mais quieto e comecei a me ouvir pensar em vez de me ouvir preocupar. E eu parei de me imaginar sufocando as pessoas até a morte, o que foi uma grande melhoria. “
Adam Mastroianni, a amostra
E ainda: Espero que a leitura de notícias seja da mesma forma que fumar: uma coisa nojenta que os nossos avós fizeram porque não sabiam nada melhor. Talvez um dia as pessoas só tenham permissão para ler as notícias em zonas designadas, para que mais ninguém sinta o cheiro de qualquer notícia em segunda mão. Talvez adolescentes rebeldes experimentem leitura de notícias ilícitas, passando uma cópia do The Wall Street Journal para trás e para a frente debaixo das bancadas. Talvez os frequentadores de festas saiam à varanda para partilhar alguns minutos pecaminosos do “The Daily. ” Talvez os jornais tenham de carregar grandes etiquetas de aviso, como uma foto de uma mulher a arrancar o cabelo, legendada com “LER AS NOTÍCIAS FAZ-TE SENTIR MAL SEM MOTIVO. ”
E ainda: Quando as pessoas pararam de fumar, nuvens tóxicas desapareceram de espaços interiores como bares, restaurantes e escritórios. Acho que algo parecido aconteceria se as pessoas parassem de ler as notícias, exceto que os espaços interiores desintoxicados seriam as nossas próprias cabeças. As pessoas se sentiriam mais leves – as preocupações com o destino do mundo tendem a ser bastante pesadas. Talvez eles deixassem de sentir que há uma guerra que podem ganhar se simplesmente rolar o suficiente. E talvez eles começassem a olhar à sua volta para ver como eles poderiam realmente ajudar.
Tudo indica que a Rússia, para travar o reforço de material militar do ocidente à Ucrânia, vá aumentar os ataques de mísseis a linhas ferroviárias e às instalações, cada vez mais civis e situadas em áreas civis, que são utilizadas para esconder esse armamento. A probabilidade desses ataques, oriundos de longa distância, poderem ser menos precisos, tendo civis como “colateral casualties”, é assim cada vez maior.
Relembra-se que a Ucrânia quer aderir à NATO, mas já terá percebido que isso é difícil. Desde o primeiro momento, foi objetivo nunca escondido por Kiev tentar envolver a NATO no conflito. Isso sucedeu, como se recordará, quando pediu que a organização impusesse uma zona de exclusão aérea sobre o seu território, o que foi negado pelos EUA e por alguns aliados sensatos dentro da NATO, porque isso poderia conduzir à guerra Rússia-NATO, com todas as consequências daí decorrentes, que só alguns insconscientes desprezam.
Atenta a evolução da guerra, e não querendo estar a chamar os demónios, arrisco dizer que pode estar a aproximar-se um momento em que a Ucrânia (com os seus amigos NATO do Leste, que, como se sabe, são mais papistas do que o papa e têm, dentro da organização, uma linha discretamente favorável a um envolvimento militar mais ousado) arrisque produzir um incidente grave, para poder justificar um maior envolvimento da NATO. O pior é que pode dar-se o caso de isso também convir à Rússia, na lógica do quanto pior melhor. Nessa altura, é tempo de alguns, por cá, irem a Fátima. E por lá procurarem o segredo da conversão da Rússia…
O banqueiro afirmou que “há demasiada liquidez no sistema” monetário que deve ser reduzida e que a Fed e os bancos centrais em geral têm que a baixar para travar a especulação
O presidente executivo do maior banco dos EUA, o JP Morgan Chase, disse esta quarta-feira que os investidores devem estar preparados para “um furacão”, que se aproxima devido à política monetária restritiva e à invasão russa da Ucrânia.
“Este furacão que está aqui e agora e aproxima-se de nós (…). Não sabemos como vai ser, pelo que é melhor que nos preparemos”, disse Jamie Dimon, durante uma conferência para investidores, organizada hoje pela Alliance Bernstein Holdings.
“No JP Morgan já nos estamos a preparar e vamos ser muito conservadores com os nossos balanços financeiros”, adiantou Dimon, que situou as suas principais preocupações na inflação e nas respostas da Reserva Federal (Fed) para a combater.
A inflação no EUA, em níveis desconhecidos desde há quatro décadas, levou a Fed a decidir desde o início do ano duas subidas consecutivas da taxa de juro de referência, que já está no intervalo entre 0,75% e um por cento.
Wrap up — as reuniões (os meetings) da Europa terminam habitualmente com uma cerimónia de despedida — uns copos, umas tapas e umas palavras de circunstância — que se designa wrap up.
António Costa vai à Hannover Messe a maior feira de tecnologia industrial do mundo, em que que Portugal será, pela primeira vez, país parceiro. Não é difícil ser suficientemente realista para considerar que vai a uma wrap up pelo papel que a Alemanha desempenhou na Europa e no mundo após o final da Segunda Guerra.
A Feira de Hanôver realiza-se desde o fim da II Guerra Mundial e a sua importância acompanhou o papel da Alemanha como locomotiva europeia e grande potência industrial. Este papel deve-se a condições de organização interna da Alemanha (RFA e depois unificada), à opção pela indústria pesada e pelos produtos de alto valor acrescentado, mas também à sua localização geográfica, no centro da Europa, fazendo de placa giratória entre a Europa Ocidental e a Oriental.
A Europa do pós-guerra assentou numa parceria franco-alemã. Em que, de forma muito simples, a Alemanha fazia de formiga e a França de cigarra. Após o fim da Guerra Fria a Alemanha também tomou os novos países “democráticos” do Leste a seu cargo, em particular a Polónia. Em parte o sucesso e o vigor da Alemanha deve-se a uma relação de mútuas vantagens com a Rússia, que fornecia a energia para a Alemanha a baixo custo e também matérias-primas essenciais, materiais ferrosos e cereais. A Alemanha é (era) o maior parceiro da UE com a Rússia (o maior investidor), a Rússia fornecia 41% do gás e 34% do petróleo. O novo gasoduto Nordstream permitiria a Alemanha importar gás da Rússia sem passar pela Ucrânia, nem pela Polónia, nem pelos Estados Bálticos (curiosamente os mais agressivos contra a Rússia).
A guerra da Ucrânia destruiu esta estratégia alemã e russa de criar um novo espaço económico e político no centro da Europa, entre a China e os Estados Unidos. Só motivos exteriores muito fortes podem justificar a intervenção — a invasão — da Rússia na Ucrânia e a morte no ovo desta nova entidade. Esta guerra só aproveita aos Estados Unidos e, por tabela, à China. Cherchez la femme.
Sou ateu, disse Pasolini, mas a minha relação com as coisas está cheia de mistério e de sagrado. Nada para mim é natural, nem sequer a natureza.
Para Pier Paolo, o sagrado não é um conceito religioso, uma fuga ao presente ou uma fixação nostálgica no passado. É uma transcendência sem o divino, um mistério, uma alteridade incondicional e irredutível. Pertence ao domínio do sonho e da utopia, mas mantém uma relação intensa, simultaneamente distante e familiar, com a realidade quotidiana.
O sagrado representa para ele tudo o que foi sendo destruído por um poder que privilegia o fetichismo dos bens materiais, a uniformização dos costumes e do pensamento, a mercantilização do viver. É a diversidade, são as diferenças étnicas, os dialetos destruídos pela língua hegemónica, as tradições ancestrais, o instinto, a afirmação do corpo, a sexualidade plena. São todas as formas alternativas de liberdade. Nele reside o que em cada um de nós é inviolável, inapropriável pela realidade quotidiana.
Por ser um bom cidadão do mundo ocidental condeno a invasão russa da Ucrânia, participo em manifestações contra Putin, choro os mortos de Kiev, comovo-me com o drama dos refugiados ucranianos, sou solidário com as vítimas da brutalidade russa e recuso comprar produtos russos. E faço-o com convicção.
Mas isto não chega, isto é humanismo genérico, serve para qualquer um em qualquer parte do mundo – o humanismo ocidental é especial, o humanismo ocidental é único, o humanismo ocidental é original, o humanismo ocidental exige mais de mim…
O humanismo ocidental é seletivo: ignorou os 12 mil haitianos enviados pelos Estados Unidos para a prisão de Guantánamo e a invasão do país em 1994; ignorou a instigação e a participação da NATO nas guerras da Jugoslávia e os seus 150 mil mortos; ignorou as duas Guerras do Golfo, a mentira que desculpou uma delas e os 100 mil mortos diretos que os combates provocaram; ignorou mais 100 mil mortos que o Iraque “protegido” pela coligação internacional lá instalada provocou; ignorou a presença norte-americana durante 20 anos no Afeganistão e os 65 mil mortes que ali ocorreram; ignorou os envolvimentos, desde 2001, diretos ou indiretos, de forças ocidentais na Síria (estimam-se 400 mil mortes); ignora o que se passa na Somália e no Iémen; ignora a ocupação da Palestina por Israel e, nos últimos anos, os 21 500 mortos desse conflito.
O humanismo ocidental tem coração mole para um lado e coração de pedra para o outro. As guerras espalhadas pelo mundo com envolvimento do Ocidente somam, em 30 anos, quase um milhão de mortos, a grande maioria civis, mas o bom cidadão ocidental não chora por eles.
Bruxelas, 23 mai 2022 (Lusa) – O vice-presidente executivo da Comissão Europeia Valdis Dombrovskis defendeu hoje que, como Portugal é um “país muito endividado”, deve ter uma “política orçamental prudente”, com limite das despesas correntes, e investimentos na área da energia.
“Portugal é um país muito endividado e, por isso, a nossa recomendação é a de assegurar uma política orçamental prudente, em particular limitando o crescimento das despesas correntes financiadas a nível nacional abaixo do crescimento potencial do PIB a médio prazo”, afirmou Valdis Dombrovskis.
Em entrevista a um pequeno grupo de meios europeus em Bruxelas, incluindo a Agência Lusa, o responsável no executivo comunitário pela pasta de “Uma economia que funciona para as pessoas” acrescentou que isto é algo que a Comissão “já assinalou anteriormente”.
Dizem os sábios : todos os países têm direito a escolher as ligações/alianças/organizações a que entenderem querer pertencer. Pois bem, entretanto, um país que queira entrar na NATO ou mesmo na UE tem de ser aceite por unanimidade. Basta um membro dizer NÃO, para que esse suposto direito automático não se aplique.(Se for um vizinho, que vai ficar com armas nucleares à porta, não pode recusar). PODEM EXPLICAR DEVAGARINHO PARA EU ENTENDER BEM E CLARAMENTE? é que estou mesmo confuso – e o mundo à beira de uma guerra nuclear !!!!!!!!!!!!!!!!
Humanismo | Cosmopolitismo | Globalismo »»» custará assim tanto aderirmos a estas três premissas? Será que a Humanidade não tem, de todo, inteligência e vontade para promover a paz? PORQUÊ? (vcs)
A tentativa dos países da UE de rejeitar os produtos energéticos russos é “suicídio económico”, disse o presidente russo, Vladimir Putin, durante uma reunião sobre o desenvolvimento da indústria petrolífera. Segundo ele, Bruxelas está tomando decisões politicamente motivadas que, acima de tudo, prejudicam a própria economia da UE.
Face ao policiamento pidesco em curso, imagino que alguns achassem que eu deveria começar este texto por um qualquer “disclaimer” preventivo – falando da Ucrânia, de não ser comunista e coisas assim. Mas, deliberadamente, não o farei, porque não tenho de dar a menor satisfação a esse tipo de gente.
Direi apenas que nem sequer atribuo excessiva importância ao que algumas vozes desgarradas andam por aí agora a remoer contra a legitimidade da existência do Partido Comunista Português, na nossa cena política.
Devemos tratar isso como meros roncos de ressonância fascistóide, quer sejam ditos por portugueses ou por estrangeiros, respondendo a todos com um imenso desprezo e sem a menor consideração.
“Não é difícil chegar à conclusão, atingida desde os meus dezanove anos, de que as melhores ideias de todas são a social-democracia e o Estado-providência: não tanto no sentido ideológico, mas na prática.” (MEC)
“Se não fosse o NHS – o sistema de saúde do Reino Unido, onde nasceram, muito prematuramente, as minhas filhas – elas não teriam sobrevivido. Elas devem a vida ao NHS. E eu devo-lhe o amor e a alegria de conhecer a Sara e a Tristana, para não falar no meu neto, António, igualmente devedor, mais as netas e netos que aí vêm.
Se não fosse o SNS (Serviço Nacional de Saúde) eu teria morrido em 2005, com uma hepatite alcoólica causada unicamente por culpa minha. Seria também coxo, quando me deram uma prótese para anca. E, sobretudo, teria morrido, se o SNS não me tivesse dado o antibiótico caríssimo (Linozelid) que me salvou do MRSA assassino que me infectou durante a operação.
Se não fosse o SNS, a Maria João, o meu amor, estaria morta. Se não fossem o IPO e o Hospital de Santa Maria, pagos pelo SNS, ela não estaria viva, por duas vezes.
Sem a NHS e o SNS, eu seria um morto, sem mulher, filhas ou netos. Estaríamos todos mortos ou condenados à inexistência.
Não é difícil chegar à conclusão, atingida desde os meus dezanove anos, de que as melhores ideias de todas são a social-democracia e o Estado-providência: não tanto no sentido ideológico, mas na prática.
A nossa família e as nossas famílias só existem e podem existir se não tiverem morrido. Damos graças aos serviços nacionais de saúde – a esse empenho ideológico e caríssimo – que nos tratam como se fizéssemos parte deles.
Devemos as nossas vidas a decisões políticas tomadas por outros.”
“Apelamos enquanto seres humanos para seres humanos:
Lembrem-se da vossa humanidade e esqueçam o resto”
A Diana Andringa, em tempo infelizmente oportuno, tem vindo a lembrar o Manifesto Russell-Einstein, lançado em Londres , por Russell e Einstein, a 9 de julho de 1955, em plena Guerra Fria. Um apelo humanista ao fim da guerra, e do fabrico e uso de armas de destruição maciça, assinado por onze importantes cientistas e intelectuais . Alertavam então a comunidade internacional para os perigos da proliferação de armamento nuclear, e aos líderes das principais potencias nucleares para a urgência de soluções pacíficas para os conflitos internacionais. É hora de o relembrar…
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Albert Einstein e Bertrand Russel:
“Here, then, is the problem which we present to you, stark and dreadful and inescapable: Shall we put an end to the human race or shall mankind renounce war?”
In the tragic situation which confronts humanity, we feel that scientists should assemble in conference to appraise the perils that have arisen as a result of the development of weapons of mass destruction, and to discuss a resolution in the spirit of the appended draft. We are speaking on this occasion, not as members of this or that nation, continent, or creed, but as human beings, members of the species Man, whose continued existence is in doubt. The world is full of conflicts; and, overshadowing all minor conflicts, the titanic struggle between Communism and anti- Communism. Almost everybody who is politically conscious has strong feelings about one or more of these issues; but we want you, if you can, to set aside such feelings and consider yourselves only as members of a biological species which has had a remarkable history, and whose disappearance none of us can desire. We shall try to say no single word which should appeal to one group rather than to another. All, equally, are in peril, and, if the peril is understood, there is hope that they may collectively avert it.
O viés de conformidade social, também conhecido como “pressão dos pares”, faz com que um indivíduo se conforme com a opinião dominante. Decorre desse medo de sermos mal percebidos se pensamos diferente dos outros e, portanto, nos torna suscetíveis à influência.
O presidente dos EUA, Joe Biden, disse, durante uma coletiva de imprensa na sede da Otan em Bruxelas, na Bélgica, que “sanções nunca detêm”, após participar de reuniões de emergência de alto risco com líderes mundiais.
“Senhor, a dissuasão não funcionou. O que o faz pensar que Vladimir Putin mudará de rumo com base na ação que você tomou hoje?” o presidente dos EUA foi perguntado por um repórter.
“Eu não disse isso”, disse Biden. “As sanções nunca impedem. Você continua falando sobre isso. As sanções nunca impedem.”
O presidente continuou: “A manutenção das sanções, o aumento da dor e a demonstração de por que pedi esta reunião da OTAN hoje é para ter certeza de que depois de um mês, vamos sustentar o que estamos fazendo, não apenas no próximo mês ou no mês seguinte, mas pelo resto deste ano inteiro. Isso é o que o impedirá.”
Neste relatório pode ler-se que o risco de que os conflitos bélicos existentes se estendam ao espaço vai aumentar à medida que a Rússia e a China intensificarem o desenvolvimento de armas anti-satélite (ASAT): “À medida que Estados como China e Rússia veem cada vez mais o espaço como um domínio de combate, as discussões multilaterais de segurança espacial assumem maior importância como forma de reduzir o risco de um confronto que afetaria a capacidade de cada estado de operar com segurança no espaço”.
Excerto do documento da ATA-US Intelligence Community
Na guerra, evidentemente, a informação tem de ser controlada e substituída pela propaganda.
Uma das vertentes essenciais de qualquer guerra é o controle da sua dimensão psicológica (Alberto João Jardim que o diga, porque esteve não sei quantos anos no poder, eleito sempre democraticamente, com o que aprendeu na tropa).
A eficácia da guerra psicológica pressupõe o controle da informação.
Os mecanismos são básicos e há muito conhecidos:
a) multiplicar as representações do inimigo, como animal, para o desumanizar (o lobo, se o inimigo tiver um exército ou um porco, se inimigo for um povo desarmado, como sucedeu com as representações dos judeus no regime nacional socialista);
b) publicar muitas fotografias de crianças a sofrer por causa das bombas do inimigo;
c) publicar outras tantas fotografias dos actos heróicos do amigo, da sua generosidade no tratamento do adversário capturado e do arrependimento deste depois de descobrir a verdade, pedindo muito perdão e apelando aos seus para descobrirem, como ele, que a sua guerra é injusta. E, claro está, proclamar todos os dias em grandes manchetes que os nossos ganham as batalhas todas e o inimigo está de rastos, prestes a render-se incondicionalmente.
Nascida em Godim, Peso da Régua, a 4 de julho de 1811, no seio de uma família abastada e ligada ao culto da vinha, D. Antónia Adelaide Ferreira, mais conhecida como “Ferreirinha”, foi uma das empresárias portuguesas mais bem-sucedidas de sempre.
D. Antónia viria a enviuvar cedo, aos 33 anos, mostrando posteriormente uma vocação para ser empresária. Deste modo, viria a liderar a Casa Ferreira, fundada pelo seu avô, Bernardo Ferreira, tendo vindo a desenvolver grandes plantações de vinha, construído armazéns, empregado um grande número de pessoas como mão de obra e expandido o negócio da família, ao adquirir outras quintas, como as de Aciprestes, Porto e Mileu e inclusive fundado algumas, de que é exemplo a de Vale Meão. Desta forma, tornou-se uma figura de renome no que toca à produção e comércio de Vinho do Porto.
A “Ferreirinha” ficaria conhecida pela enorme preocupação e carinho com que tratava as famílias dos trabalhadores das suas terras e adegas, tendo também lutado incessantemente contra a falta de apoios aos produtores nacionais por parte dos sucessivos governos, que se revelavam mais interessados em adquirir vinhos espanhóis.
“Se não usarmos os palavrões, livre e inocentemente, eles tornar-se-ão em meras obscenidades. E paraobscenidade já basta a vida em si.”
Gosto muito de palavrões, como gosto de palavrinhas e de palavras em geral. Acho-os indispensáveis a quem tenha necessidade de escrever ou falar.
Mas como sou moralista tenho uma teoria, que é a seguinte: quando se usam palavrões, sem ser com o sentido concreto que têm, é como se estivéssemos a desinfectá-los, a torná-los decentes, a recuperá-los para o convívio familiar e quando um palavrão é usado literalmente é repugnante.
Dizer que “a sanita está entupida de merda.” ou “tenho uma verruga na ponta do caralho” é inadmissível. No entanto, dizer que um filme “é uma merda” ou que “comprar uma casa em Massamá não lembra ao caralho”, não mete nojo a ninguém.
Cada vez que um palavrão é utilizado fora do seu contexto concreto e significado, é como se fosse reabilitado. Dar nova vida aos palavrões, libertando-os dos constrangimentos estritamente sexuais ou orgânicos que os sufocam, é simplesmente um exercício de libertação.
Quando uma esferográfica pode ser “puta” – não escreve – desagrava-se a mulher que se prostitui. Quando um exame de Direito Administrativo é fodido, há alguém, algures, deitado numa cama, que escusa de se foder.
Cada vez mais preciso de silêncio, de tempo para o silêncio.
Preciso dele para pensar, para pensar-me, para me centrar ou para me evadir, para me reconhecer no que sou até ao ponto mais longínquo que há em mim.
Às vezes, só para chorar e deixar que essa água salvífica, finalmente vencida pela lei da gravidade, deixe que as nuvens, de novo leves e límpidas, se entreguem por inteiro à sua magna tarefa de glorificar o efémero.
Preciso dessa solidão silenciosa como de um espelho revelador, benigno como tudo o que é verdadeiro mesmo quando dói.
A solidão não me assusta, pelo contrário: acolhe-me, acolho-a, faz-me falta como uma velha amiga que me habita desde sempre.
Aflige-me quem a teme, quem foge dela como de uma maldição ou uma ameaça, quem prefere sempre trocá-la por qualquer outra coisa, qualquer outra presença, qualquer, qualquer que seja, tudo menos o vazio.
Não falo de quem sofre de solidão por abandono, sem opção nem bálsamo, aquela solidão permanente e deserta como uma sentença de morte.
Falo de quem, sem sequer ter dado por isso, se viciou em ruído e acaba tendo medo do que não tem som porque essa ausência lhe rouba uma ilusão de companhia.
Hoje tudo é muito diferente em relação ao passado, mas também muita coisa é demasiadamente igual.
No final do século XIX, princípio do século XX, o incipiente operariado português concentrava-se em poucas fábricas dignas desse nome no Norte do país, em particular no Porto, e numa multidão de pequenas oficinas em Lisboa e Setúbal e nas principais cidades do país. Eram operários e operárias, tabaqueiros, têxteis, soldadores, conserveiros, corticeiros, mineiros, padeiros, alfaiates, costureiras, cinzeladores, cortadores de carnes verdes, carpinteiros, fragateiros, estivadores, carregadores, carrejonas no Porto, carvoeiros, costureiras, douradores, etc., etc. Havia uma multidão de criados e criadas, criadas “de servir”, e muito trabalho infantil em todas as profissões, em particular nas mercearias, onde os marçanos viviam uma infância muitas vezes brutal, dormindo na loja e carregando com cargas muito pesadas. Falei em operariado, mas na verdade, muito poucos correspondem ao conceito, porque se trata mais de artífices, trabalhadores indiscriminados, e em muitos casos com profissões hierarquizadas em que os aprendizes eram sujeitos a todos os abusos. Havia depois uma aristocracia operária, essencialmente entre os que faziam tarefas qualificadas e mais bem pagas, como era o caso dos tipógrafos, que sabiam ler e por isso tinham um mundo social diferente. Antero de Quental foi tipógrafo de passagem.
Deixo o campo de lado, em que a maioria dos portugueses ainda vivia, onde havia igualmente um território obscuro e pouco conhecido que despertou com a I República, os trabalhadores rurais alentejanos. Estes viviam uma vida violenta e esquecida no meio do deserto alentejano. Nos meios rurais vários grupos de trabalhadores vegetavam na mais negra miséria e vendiam o seu trabalho sazonalmente, nas vinhas do Douro, nos campos do Alentejo e Ribatejo como maltezes e ratinhos. O que de mau se pode dizer das cidades, pode-se dizer pior do campo ou das vilas piscatórias do litoral e mineiras do interior.
A economia do mundo operário centrava-se no salário muito escasso, na renda de casa, numa vila operária ou numa “ilha” se fosse no Norte do país, onde se amontoavam em condições higiénicas e sanitárias inimagináveis. A epidemia de cólera no Porto, e a habitual ocorrência de tifo, demoraram muito anos a lembrar os governantes do problema de insalubridade da “habitação operária” e deram origem aos bairros sociais no salazarismo.
Ontem ouvi o general Arnaud na RTP1 a considerar Putin um mestre de estratégia e a explicar porquê. Existem portanto três tipos de “obcecados” por Putin e pela sua conduta politico- militar-diplomática e que passo a caracterizar;
1 – Os que admiram genuinamente Putin, gente radical de direita e extrema direita/esquerda para quem os sistemas autocráticos capitalistas são a solução para calar o Povo , espezinhar as Liberdades, como Bolsonaro, Trump, Orban , o chinoca o coreano, ;
2 – Os que desejariam que a Rússia fosse governada por um pusilânime como O Gorbachev ou por um bêbado como Yeltsin, que abrisse as pernas ao capitalismo predador ocidental, para que se apossasse das imensas riquezas russas o que teria acontecido sem o Putin ou um seu equivalente;
3 – Os que tal como os generais portugueses p.ex. o citado e o gen. Carlos Branco p. ex. procuram serenamente as causas, as motivações e as intenções do politico e não avacalham a discussão com sectarismos ideológicos que nada acrescentam à compreensão da crise. Procuro situar-me aqui;
4 – E por ultimo a legião de ignorantes, com uma amostra significativa nas redes sociais, que vêm a disputa de Poder à escala Global, Regional ou Local, com o sectarismo clubista e que disparam às cegas da bancada onde acriticamente se sentam.
Quando se extinguirá esta sociedade corrompida por todas as devassidões, devassidões de espírito, de corpo e de alma? Quando morrer esse vampiro mentiroso e hipócrita a que se chama civilização, haverá sem dúvida alegria sobre a terra; abandonar-se-á o manto real, o ceptro, os diamantes, o palácio em ruínas, a cidade a desmoronar-se, para se ir ao encontro da égua e da loba.
Depois de ter passado a vida nos palácios e gasto os pés nas lajes das grandes cidades, o homem irá morrer nos bosques. A terra estará ressequida pelos incêncios que a devastaram e coberta pela poeira dos combates; o sopro da desolação que passou sobre os homens terá passado sobre ela e só dará frutos amargos e rosas com espinhos, e as raças extinguir-se-ão no berço, como as plantas fustigadas pelos ventos, que morrem antes de ter florido.
Porque tudo tem de acabar e a terra, de tanto ser pisada, tem de gastar-se; porque a imensidão deve acabar por cansar-se desse grão de poeira que faz tanto alarido e perturba a majestade do nada. De tanto passar de mãos e de corromper, o outro esgotar-se-á; este vapor de sangue abrandará, o palácio desmoronar-se-á sob o peso das riquezas que oculta, a orgia cessará e nós despertaremos.
Para começar, gosto das mulheres. Acho que elas são mais fortes, mais sensíveis e que têm mais bom senso que os homens. Nem todas as mulheres do mundo são assim, mas digamos que é mais fácil encontrar qualidades humanas nelas do que no género masculino. Todos os poderes políticos, económicos, militares são assunto de homens. Durante séculos, a mulher teve de pedir autorização ao seu marido ou ao seu pai para fazer fosse o que fosse. Como é que pudemos viver assim tanto tempo condenando metade da humanidade à subordinação e à humilhação?
CHARLES BAUDELAIRE utilizou expressões – “goût de la vengeance” (gosto da vingança) e “du plaisir naturel de la demolition” (do prazer natural da destruição), para classificar as atitudes das multidões.
Na noite das eleições “ao lado de António Costa sentava-se Pedro Nuno Santos, o seu maior adversário interno e o que mais ameaça ou difere do seu legado ideológico.
O diretor de campanha de António Costa foi Duarte Cordeiro, um dos melhores amigos de Pedro Nuno Santos.
Como secretário-geral adjunto apresenta-se José Luís Carneiro, ex-braço direito de António José Seguro.
No penúltimo comício de campanha apareceu Manuel Alegre que nos últimos anos criticou mais vezes António Costa do que elogiou.
Apesar de muito aplaudido por muitos de nós sempre que desanca na Geringonça, Sérgio Sousa Pinto nunca esteve em causa nas listas do PS.
António Costa mostrou aos portugueses que sabia unir, sabia fazer pontes quer com os seus adversários internos quer externos.”
Quem escreveu este que é um dos melhores elogios a António Costa (e ajuda a compreender a facilidade com que tantos eleitores lhe deram a maioria absoluta, ainda que tenha contado mais a excelente prestação económica dos últimos 6 anos) foi Duarte Marques.
O antigo deputado do PSD (que eu não lia há mais de 10 anos) estava a desancar em Rui Rio precisamente por ter ‘secado’ as oposições internas, numa via diametralmente oposta à de Costa.
A forma, tão de direita, tão das direitas, a antiga em ciclo decrescente e as duas extremas que estão em ciclo crescente, como se olha para as eleições como se de um jogo se tratasse, em que se vence para esmagar o inimigo, como se olha para o Parlamento como um território a capturar e como se vê o Governo como uma ferramenta legal para açaimar e desapoderar todos os que não são da tribo é um dos Grandes Males da democracia.
“Assim se vê a força do PC!”, é um estribilho conhecido de todos. A força do PC, depois das eleições de domingo, é muito inferior à força que o PC tinha no parlamento antes da respetiva dissolução, que o PC ajudou a consumar. Como resultado, cada vez menos se vê a força do PC.
Ontem, na televisão, ouvi atentamente João Oliveira, um dos quadros mais salientes na vida parlamentar dos comunistas, nos últimos 15 anos, que não foi eleito como cabeça de lista do partido pelo distrito de Évora. Se alguém me dissesse, no sábado, que os comunistas deixariam de estar representados no alentejano círculo eleitoral de Évora eu “explicaria”, com facilidade, a implausibilidade desse cenário.
Perguntado na CMTV sobre se o António Costa absoluto seria diferente do António Costa minoritário, Francisco José Viegas respondeu: «António Costa é o mesmo desde os 14 anos. Conhece todos os corredores e todas as passagens. Tem com ele uma maioria sociológica. Sociológica, não política.»
CINTIA MARTINS é atleta do Sporting. Joga futebol, é talentosa e respeitada no clube por colegas, treinadores e dirigentes. Num jogo com a FUNDAÇÃO SALESIANOS, alguém a ofendeu, gritando “Macaca vai para a tua terra”.
Soube desta tristíssima notícia através dum post de Luís Osório. Junto-me à sua indignação e acrescento alguns dados e ideias.
Não só o CHEGA é um partido que tem alimentado o discurso racista em Portugal, como, provincianamente, procura normalizar-se a sua presença na nossa democracia. Um dos problemas que urgentemente o PS, o PSD e o PCP e o CDS – partidos que fizeram o regime democrático, fundando-o com Soares, Cunhal, Sá-Carneiro e Freitas do Amaral, – têm de resolver é este:
– não pactuar de forma alguma com o CHEGA. Há um princípio bíblico de que se deveriam lembrar: não se fazem festas a cobras. É responsabilidade de Costa e Rui Rio, de Chico e de Jerónimo de Sousa denunciar André ventura e condenar veementemente os comportamentos racistas, sexistas, xenófobos e machistas que vão fracturando a sociedade portuguesa.
“A educação deve ser um despertar para a filosofia, para a literatura, para a música, para as artes. É isso que preenche a vida. Esse é o seu verdadeiro papel.”
O filósofo francês Edgar Morin fala sobre um dos temas que o tornou uma influência mundial, a educação. Morin fala sobre a necessidade de estimular o questionamento das crianças, sobre reforma no ensino e sobre a importância da reflexão filosófica não tanto para que respostas sejam encontradas, mas para fomentar a investigação e a pluralidade de possíveis caminhos. Leia abaixo:
O senhor costuma comparar o nosso planeta a uma nave espacial, em que a economia, a ciência, a tecnologia e a política seriam os motores, que atualmente estão danificados. Qual o papel da educação nessa espaçonave? Ela teria a função de trazer a compreensão e fazer as ligações necessárias para esse sistema funcionar bem. Uso o verbo no condicional porque acho que ela ainda não desempenha esse papel. O problema é que nessa nave os relacionamentos são muito ruins. Desde o convívio entre pais e filhos, cheio de brigas, até as relações internacionais basta ver o número de guerras que temos. Por isso é preciso lutar para a melhoria dessas relações.
Le chuchotement a soudainement commencé dans la salle parce qu’Einstein s’est trompé.
La bonne réponse est : 9×10=90
Tous ses élèves se moquaient de lui. Einstein a attendu que tout le monde se taise et a dit: “Même si j’ai résolu neuf problèmes correctement, personne ne m’a félicité. Mais quand j’ai fait une erreur, tout le monde a commencé à rire.”
“Cela signifie que même si une personne réussit, la communauté remarquera sa moindre erreur et elle l’aimera. Alors ne laissez pas la critique détruire vos rêves. La seule personne qui ne fait jamais d’erreurs est celle qui ne fait rien.”
“La disparition progressive des temps (subjonctif, passé simple, imparfait, formes composées du futur, participe passé…) donne lieu à une pensée au présent, limitée à l’instant, incapable de projections dans le temps.
La généralisation du tutoiement, la disparition des majuscules et de la ponctuation sont autant de coups mortels portés à la subtilité de l’expression.
Supprimer le mot «mademoiselle» est non seulement renoncer à l’esthétique d’un mot, mais également promouvoir l’idée qu’entre une petite fille et une femme il n’y a rien.
Moins de mots et moins de verbes conjugués c’est moins de capacités à exprimer les émotions et moins de possibilité d’élaborer une pensée.
Des études ont montré qu’une partie de la violence dans la sphère publique et privée provient directement de l’incapacité à mettre des mots sur les émotions.
Sans mot pour construire un raisonnement, la pensée complexe chère à Edgar Morin est entravée, rendue impossible.
Plus le langage est pauvre, moins la pensée existe.
L’histoire est riche d’exemples et les écrits sont nombreux de Georges Orwell dans 1984 à Ray Bradbury dans Fahrenheit 451 qui ont relaté comment les dictatures de toutes obédiences entravaient la pensée en réduisant et tordant le nombre et le sens des mots.
Il n’y a pas de pensée critique sans pensée. Et il n’y a pas de pensée sans mots.
“Una vez, cuando era adolescente, mi padre y yo estábamos haciendo fila para comprar entradas para el circo. Finalmente, solo había otra familia entre nosotros y el mostrador de entradas.
Esta familia me causó una gran impresión.
Había ocho niños, todos ellos menores de 12 años. De la forma en que estaban vestidos se podía decir que no tenían mucho dinero, pero su ropa era limpia, muy limpia. Los niños eran muy bien educados, todos ellos parados en la fila, de dos en dos detrás de sus padres, tomados de las manos.
Estaban emocionados por los payasos, los animales y todos los actos que verían esa noche.
Por su emoción, podías percibir que nunca antes habían estado en un circo. Sería un punto culminante en sus vidas.
El padre y la madre estaban a la cabeza de la manada de pie, orgullosos como podría ser. La madre estaba sosteniendo la mano de su marido, mirándolo como si dijera: ‘Eres mi caballero en armadurabrillante’.
El estaba sonriendo y disfrutando viendo a su familia feliz.
Vivemos num individualismo muito cru. As pessoas são levadas a acreditar que a promoção do conforto físico e das aparências é o que mais conta. Existe uma desvalorização do conforto afectivo e moral. Existe a ideia errada de que podemos ser felizes sozinhos ou, pior ainda, contra os outros.
PARA ACELERAR PRODUÇÃO DE VACINAS NO MUNDO INTEIRO
The Biden administration on Wednesday came out in support of waiving intellectual property protections for Covid-19 vaccines, a breakthrough for international efforts to suspend patent rules as the pandemic rages in India and South America.
The United States had been a major holdout at the World Trade Organization over a proposal to suspend intellectual property protections in an effort to ramp up vaccine production. But President Biden had come under increasing pressure to throw his support behind the proposal, including from many congressional Democrats.
Katherine Tai, the United States trade representative, announced the administration’s position in a statement on Wednesday afternoon.
“This is a global health crisis, and the extraordinary circumstances of the Covid-19 pandemic call for extraordinary measures,” she said. “The administration believes strongly in intellectual property protections, but in service of ending this pandemic, supports the waiver of those protections for Covid-19 vaccines.”
É um texto soberbo, conciso, oportuno. Também me parece que há muita insanidade à solta. E muito “prazer de vingança”, muita vontade de destruição. Interesses que, na sombra, a toda a hora estão prontos para acender rastilhos.
Com as multidões enfurecidas, não há tempo de qualidade para se pesarem as questões essenciais.
(…) os Estados podem criar uma contribuição temporária sobre os rendimentos mais elevados para pagar o elevado custo da crise pandémica.
Em Portugal, este tema causou polémica após ter sido sugerido pela economista Susana Peralta, mas o Governo tem recusado essa hipótese.
“Para ajudar a dar resposta às necessidades relacionadas com a pandemia, uma contribuição temporária para a recuperação da Covid-19 imposta aos rendimentos elevados é uma opção“, escreve Vítor Gaspar, ex-ministro das Finanças português e diretor do departamento dos Assuntos Orçamentais do FMI.
A receita orçamental de Vítor Gaspar para o pós-pandemia
As recomendações de Vítor Gaspar no Fiscal Monitor não se ficam pela política fiscal, traçando toda uma política orçamental para o pós-pandemia. Para o economista, os políticos têm de encontrar um equilíbrio entre apoiar a economia através da política orçamental e, ao mesmo tempo, manter a dívida num nível gerível. Dentro desta recomendação geral, Gaspar escreve que “alguns países”, onde potencialmente se pode incluir Portugal, terão de começar a “reconstruir amortecedores orçamentais” para diminuir o impacto de choques futuros.