UCRÂNIA | Emb. Seixas da Costa, in Observador, 15 de Junho de 2022

«A Ucrânia está ainda muito longe de poder vir a ser um membro da UE e, mais do que isso, não é ainda claro que tenha condições para o poder vir a ser um dia. É impopular dizer isto? Talvez, mas eu digo.» – Emb. Seixas da Costa, in Observador, 15 de Junho de 2022.

Há uns tempos, no início deste conflito, chamámos a atenção para a pobreza e atraso extremos da Ucrânia – o país mais pobre da Europa – e para o facto de os indicadores económicos e de desenvolvimento social do país só encontrarem termo de comparação em países africanos. O estranho, ou nem tanto, é que na Ucrânia – outrora o centro da indústria aeroespacial, das tecnologias de computação, da investigação médica de ponta, da indústria de construção naval e metalurgia da era soviética – o tempo tenha parado em 1991 e que aquele país imenso que foi até 1980 a 5ª economia europeia em termos brutos, estar hoje 40 anos atrasado em relação à Europa ocidental. Desde a independência, o país perdeu 6 milhões de habitantes para a emigração, metade dos quais procuraram refúgio na Rússia.

Para lá das três dezenas de capítulos e das 88.000 páginas de cerradas exigências para o cumprimento das condições, o país é o inferno do trabalho infantil, da indústria da pedofilia, das barrigas de aluguer, do tráfico de carne branca, da desistência escolar e das 200.000 crianças deficientes reduzidas a esconsos pútridos ali chamados orfanatos; o Estado mais negligente da Europa, o mais pobre e violento apontado até 2020 por todos os relatórios da UNICEF, da Human Rights Watch, da Organização Internacional do Trabalho e outros centos de agências internacionais e ONG’s.

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UCRÂNIA | Pontos de vista racionais | Professor Rodrigo de Sá-Nogueira Saraiva

Talvez por andar a tentar esmiuçar Aristóteles (que para cada problema tem uma série de divisões que correspondem a outras tantas perspectivas) ocorreu-me, ao ler as várias contribuições a este comentário, que há várias posições a partir das quais ver o problema:

— O do direito internacional. É verdade que sem direito internacional a civilização desaparece e, nesse sentido, a invasão da Ucrânia é reprovável. Também é verdade, como foi apontado, que apenas invocamos o direito internacional neste caso particular, já que o Ocidente o violou várias vezes;

— O da justiça/ética. Sendo verdade que os russos invadiram, fizeram-no a um país em guerra civil contra uma parte da sua população e que, não tivesse a Ucrânia sido dominada por um grupo ferozmente nacionalista e até racista (este ponto não foi referido mas é um facto conhecido) e os acordos de Minsk sido respeitados não teria havido invasão;

— O ponto de vista histórico. Historicamente as fronteiras da Ucrânia são artificiais; historicamente a Crimeia é russa e o Donbass muito perto de o ser;

— O ponto de vista estratégico, isto é, o que está realmente em causa: a hegemonia dos EUA é condenável, indefensável porque substituiu a diplomacia pela guerra (este ponto não foi mencionado, mas está tacitamente presente em dois dos intervenientes);

o facto de a Ucrânia ser uma terra de passagem que a Rússia não pode admitir que seja tomada pela NATO (o que é compreensível porque real – a palavra Ucrânia vem do russo antigo e significa «fronteira»);

o facto de a Europa, por estar na dependência militar dos EUA se estar a prestar a um papel vergonhoso (mencionado e referido a um comentário meu noutro texto) e que, do ponto de vista dos cidadãos europeus e ucranianos, pode ser considerado criminoso;

— O ponto de vista do resultado: se se continuar a escalar a guerra qual será a consequência? Mesmo sem guerra nuclear (que desde há décadas nunca esteve tão próxima) são todas más.

Estes são os pontos de vista racionais. Depois, claro, há os clubismos e a formação da opinião pública pelos media que, diga-se, se estão a comportar sem qualquer ética.

Creio que, para se ser realmente racional, têm de se considerar todos estes pontos (e haverá mais). Não é fácil, mas, se quisermos compreender, é necessário tentá-lo.

UCRÂNIA NUM IMPASSE, À BEIRA DE TRÊS TEMPESTADES PERFEITAS – MILITAR, ECONÓMICA E DIPLOMÁTICA | a opinião de Pierre Lellouch resumida por Alfredo Barroso

A neutralidade da Ucrânia teria evitado a guerra iniciada com uma invasão russa. Mas o presidente dos EUA, Joe Biden, e os submissos dirigentes da União Europeia e de praticamente todos os seus países membros preferiram, por razões ideológicas, deixar aberta a porta da NATO, mas sem proteger a Ucrânia. E agora alimentam mais e mais a continuação da guerra com o fornecimento de armas cada vez mais poderosas e sofisticadas.

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E A UCRÂNIA AQUI TÃO PERTO… | por Francisco Seixas da Costa

Tudo indica que a Rússia, para travar o reforço de material militar do ocidente à Ucrânia, vá aumentar os ataques de mísseis a linhas ferroviárias e às instalações, cada vez mais civis e situadas em áreas civis, que são utilizadas para esconder esse armamento. A probabilidade desses ataques, oriundos de longa distância, poderem ser menos precisos, tendo civis como “colateral casualties”, é assim cada vez maior.

Relembra-se que a Ucrânia quer aderir à NATO, mas já terá percebido que isso é difícil. Desde o primeiro momento, foi objetivo nunca escondido por Kiev tentar envolver a NATO no conflito. Isso sucedeu, como se recordará, quando pediu que a organização impusesse uma zona de exclusão aérea sobre o seu território, o que foi negado pelos EUA e por alguns aliados sensatos dentro da NATO, porque isso poderia conduzir à guerra Rússia-NATO, com todas as consequências daí decorrentes, que só alguns insconscientes desprezam.

Atenta a evolução da guerra, e não querendo estar a chamar os demónios, arrisco dizer que pode estar a aproximar-se um momento em que a Ucrânia (com os seus amigos NATO do Leste, que, como se sabe, são mais papistas do que o papa e têm, dentro da organização, uma linha discretamente favorável a um envolvimento militar mais ousado) arrisque produzir um incidente grave, para poder justificar um maior envolvimento da NATO. O pior é que pode dar-se o caso de isso também convir à Rússia, na lógica do quanto pior melhor. Nessa altura, é tempo de alguns, por cá, irem a Fátima. E por lá procurarem o segredo da conversão da Rússia…

Retirado do Facebook | Mural de Francisco Seixas da Costa

UCRÂNIA | por Andrew Latham* – The Hill

Em um ponto do romance “Sign of the Four”, o inimitável detetive de Sir Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes, explica e demonstra ao Dr. Watson seu método de observação e dedução.

Confrontado com uma circunstância aparentemente inexplicável, o Dr. Watson fica totalmente perplexo. Ele simplesmente não consegue entender como o evento em questão aconteceu, dados os fatos como ele os entende e as leis da natureza. Um pouco irritado com a perplexidade de seu companheiro, Holmes mais uma vez compartilha com ele a chave metodológica para resolver todos esses mistérios: “Quando você elimina o impossível, o que resta, por mais improvável que seja, deve ser a verdade”.

E a verdade é que, uma vez eliminados todos os cenários impossíveis, o resultado menos improvável da guerra na Ucrânia é uma vitória russa.

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O que há de novo nesta guerra? | por Carlos Matos Gomes

Todas as guerras começam onde a última acabou. Esta invasão da Ucrânia começou com a implosão da URSS e a sua redução a uma potência militarmente vencível e estrategicamente dominável pelos Estados Unidos.

Esta guerra começou quando os Estados Unidos entenderam que chegara a ocasião de fechar o cerco à Rússia e fazer da Ucrânia a sua base avançada no centro da Europa, o mesmo papel que atribuíram a Israel a Sul e aos estados bálticos a norte (agora estendido à Finlândia e à Suécia com uma rápida integração na NATO, a sua aliança militar para a Europa).

A Rússia respondeu com uma ação militar clássica e convencional de objetivos limitados. Uma invasão por 3 eixos, um dirigido do Norte à capital, Kiev, outro no Leste para integrar os territórios fronteiriços e um a Sul para dominar os mares de Azov e Negro.

Até aqui tudo como nos livros da última guerra. Como aconteceu na I Grande Guerra que se previa ser de curta duração, com introdução de um novo fator, a metralhadora, os planos deixaram de ser válidos, as tropas fixaram-se no terreno, em trincheiras. Na II Guerra Mundial o fator novo foi uma má avaliação alemã das capacidades da conjugação de blindados e aviação na planície europeia, que inclui a Ucrânia, e alterou os planos alemães de conquistar a Rússia. Também nesta presente guerra da Ucrânia surgiram fatores novos que a transformaram numa guerra de novo tipo, de resultados imprevisíveis, exceto o de que os povos sofrerão mais e empobrecerão e os ricos enriquecerão.

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O FUTURO DA UCRÂNIA | por António Ribeiro

Repudio totalmente os ataques das forças armadas russas a complexos residenciais ucranianos e a inúmeras nfraestruturas e bairros residenciais civis, sobretudo no Centro e Ocidente da Ucrânia.

Quem iniciou a invasão em nome da recuperação do Donbass e Lugansk, no Leste, etno-russofilos, não tinha que destruir a maior parte do país. Essa  estratégia de amachucar os civis para impor o medo e a submissão eu pensava estar acabada, pelo menos na Europa.

Tal não significa que a Federação Russa não tenha algumas razões legítimas para a ofensiva de 24 de Fevereiro.

A Ucrânia pode ser UE mas não pode, nem precisa, de ser NATO. A isso parece que já acedeu.

Vivemos melhor sem a Ucrânia na NATO, porque o imenso país é um vespeiro. É legitimo que não sejamos arrastados para um confronto nuclear por qualquer incidente na Ucrânia. O próprio poder de Zelenskyi é fruto de um golpe de Estado congeminado pelos neocons americanos. Não temos que tramar a Europa inteira por causa de lutas políticas e ideológicas que acontecem nos EUA.

Os americanos não podem fazer uma guerra por procuração na Europa, sendo que eles vão faturar em todas as frentes. Vendem armamento sofisticado e caro. Passam a alimentar a Europa de gás e petróleo a preços hiper-inflacionados. No final, entrarão com as suas empresas no processo de reconstrução da Ucrânia destruída. Portanto, vão ganhar bastante e sem risco.

Quem vai pagar a bilionária conta final? A Europa, pois claro, mais a Ucrânia, com os seus cereais.

Mas a Ucrânia tem de conservar Odessa, pelo menos, e bater-se pela internacionalização de Mariupol. Tem de ter acesso ao Mar de Azov e ao Mar Negro.

Quanto à Crimeia, esqueçam. Aquilo foi russo durante séculos e os habitantes falam russo

António Ribeiro | in Facebook

GUERRA NA UCRÂNIA | A POSIÇÃO DA CHINA | Fonte – Global Times

“Após a videochamada entre os principais líderes chineses e norte-americanos, o lado norte-americano e a mídia ocidental estão tentando divulgar uma narrativa de que Washington está alertando Pequim que qualquer tentativa de “fornecer apoio militar” a Moscovo traria consequências.

No entanto, especialistas chineses disseram que uma abordagem tão ridícula é uma coerção arrogante e inútil que está fadada ao fracasso, e a China tem forte confiança em sua política externa na questão da Ucrânia e não será coagida por ninguém.

A posição da China sobre a questão da Ucrânia é objetiva e justa, e o tempo provará que está do lado certo da história, disse no sábado o conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores Wang Yi, informou a agência de notícias Xinhua no domingo.

Wang fez as declarações ao informar jornalistas sobre a troca de pontos de vista entre os chefes da China e dos EUA sobre a questão da Ucrânia durante uma videochamada que ocorreu na sexta-feira.

A China continuará a fazer seu julgamento de forma independente e objetiva e justa com base nos méritos do assunto, disse Wang, observando que a China nunca aceitará qualquer coerção e pressão externa, e a China se opõe a todas as acusações e suspeitas infundadas contra a China.

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UCRÂNIA – UMA GUERRA PREVENTIVA | por GENERAL PEZARAT CORREIA

À luz da polemologia, a teoria dos conflitos, a intervenção militar da Rússia na Ucrânia configura, sem dúvida, uma guerra de agressão preventiva e, como tal, ilegítima. É um “privilégio” que está reservado ao forte contra o fraco, em particular às grandes potências que, por via do injusto e antidemocrático poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, disfrutam de um estatuto de impunidade. Não se deve confundir com a guerra preemptiva, ou por antecipação. Como muito bem diz Joseph S. Nye Jr, «Existe uma diferença entre as guerras por antecipação e as guerras preventivas. Um ataque por antecipação ocorre quando a guerra está iminente. Uma guerra preventiva ocorre quando os políticos acreditam meramente que é melhor a guerra agora do que mais tarde.» (Compreender os conflitos internacionais – uma introdução à teoria e à história, Gradiva, Lisboa, 2002, p. 188). A guerra preventiva é, conforme a doutrina emanada pela ONU, uma agressão, ao contrário da guerra preemptiva considerada de legítima defesa. «O direito internacional sempre proibiu sem ambiguidade os ataques preventivos. A justificação atual dos ataques e das guerras preventivas conduzidas em nome da segurança sabota os fundamentos da soberania e torna as fronteiras nacionais cada vez mais obsoletas.» (Michael Hardt et Antonio Negri, ‘Multitude – guerre et démocratie à l’âge de l’empire’, La Découverte, Paris, 2004, p. 37)

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GUERRA NA UCRÂNIA | É POSSÍVEL UM ACORDO? EM QUE BASES? | in Washington Post

Com as tropas russas atoladas na luta contra a desafiadora, mas derrotada Ucrânia, tanto Moscou quanto Kiev dizem que a perspectiva de um acordo negociado está crescendo. No entanto, com o Kremlin buscando o fim da Ucrânia como uma nação soberana, e a Ucrânia ainda reivindicando terras perdidas para forças pró-Rússia quase uma década atrás, pode realmente haver um meio-termo?

A resposta curta é: é possível.

Abundam as suspeitas sobre as intenções do presidente russo, Vladimir Putin, com temores consideráveis ​​de que uma abertura diplomática russa seja um ardil para ganhar tempo para reunir reforços para um ataque de segunda fase. Putin certamente não está falando como um homem de paz. Esta semana, ele chamou os russos que se opuseram à invasão de “traidores” e “escória”, enquanto procurava retratar a guerra como nada menos que uma luta pela sobrevivência da Rússia.

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ESTAMOS PRONTOS? – NÃO | por António Ribeiro

Do ponto de vista militar e dos jogos políticos e de confronto militar, os EUA e a NATO parecem-me desta feita um bocado tímidos. E o adjectivo é favor. O que deixa o tabuleiro todo para a Rússia de Putin.

Quando Lavrov diz na Turquia que a Rússia não deseja uma guerra nuclear, ele está implicitamente a ameaçar o Ocidente de que tal hipótese está em cima da mesa do Kremlin.

Quando foi da crise das ogivas nucleares soviéticas em Cuba, Kennedy impôs um bloqueio naval à ilha de Castro. Foi uma jogada de altíssimo risco, mas resultou, Os navios russos não puderam passar com o seu material nuclear a bordo. E Kennedy ganhou o jogo ao bluff comunista.

As actuais elites americanas não têm coragem para tanto. Nem no “no fly zone” sobre os céus da Ucrânia; nem sequer conseguem aceitar que os caças MIG21 polacos possam descolar dos aeroportos militares polacos para patrulharem os céus da Ucrânia.

Essa fraqueza é fatal, porque se Washington não quer ser destruída, o Kremlin tão pouco. Na prática, estamos a ser submetidos a bullying político-militar de uma potência que já não é o que era. Depois deste falhanço, ninguém mais vai confiar no chapéu de chuva americano. Porque não é credível. De facto, “América First”, com Biden ou com Trump (este que aliás tinha telhados de vidro com os russos), significa “a Europa que se lixe e que se desenrasque como puder”.

Retirado do Facebook | Mural de  António Ribeiro

UCRÂNIA | BOM-SENSO E SANGUE FRIO, PRECISAM-SE | PARA RESOLVER A CRISE NA UCRÂNIA, COMECE PELO FIM | Por Henry A. Kissinger, no Washington Post, 5 de março de 2014

A discussão pública sobre a Ucrânia tem tudo a ver com confronto. Mas sabemos para onde vamos? Na minha vida, vi quatro guerras começarem com grande entusiasmo e apoio público, todas as quais não soubemos como terminar e de três das quais nos retiramos unilateralmente. O teste da política é como ela termina, não como começa.

Com demasiada frequência, a questão ucraniana é apresentada como um confronto: se a Ucrânia se junta ao Oriente ou ao Ocidente. Mas para que a Ucrânia sobreviva e prospere, não deve ser o posto avançado de nenhum dos lados contra o outro – deve funcionar como uma ponte entre eles.

A Rússia deve aceitar que tentar forçar a Ucrânia a um status de satélite e, assim, mover as fronteiras da Rússia novamente, condenaria Moscovo a repetir sua história de ciclos auto-realizáveis ​​de pressões recíprocas com a Europa e os Estados Unidos.

O Ocidente deve entender que, para a Rússia, a Ucrânia nunca pode ser apenas um país estrangeiro. A história russa começou no que foi chamado de Kievan-Rus. A religião russa se espalhou a partir daí. A Ucrânia faz parte da Rússia há séculos, e suas histórias estavam entrelaçadas antes disso. Algumas das batalhas mais importantes pela liberdade russa, começando com a Batalha de Poltava em 1709, foram travadas em solo ucraniano. A Frota do Mar Negro – o meio da Rússia de projetar poder no Mediterrâneo – é baseada em arrendamento de longo prazo em Sebastopol, na Crimeia. Até mesmo dissidentes famosos como Aleksandr Solzhenitsyn e Joseph Brodsky insistiam que a Ucrânia era parte integrante da história russa e, de fato, da Rússia.

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O CONFLITO na UCRÂNIA – OS ERROS – O FUTURO | Miguel Mattos Chaves

AVISO: esta análise não tem “sound bites” nem “estados de alma”, nem obedece a “desejos do políticamente correcto”, pelo que poderá ser desinteressante para os espíritos que vivem da “espuma do dia” e do “sensacional”.

Comecemos então:

O Presidente de França Emannuel Macron afirmou há dias algo que me parece de elementar lucidez:

– “esta crise não é sobre a Ucrânia, mas sim sobre a NATO e sobre a segurança da Rússia”.

Tenho escrito por diversas vezes, ao longo dos anos, que alguns dirigentes de países europeus e alguns dirigentes políticos dos Estados Unidos têm cedido demasiado ao “politicamente correcto” imposto pela esquerda, quer pela comunicação social, quer pelas redes sociais.

Numa palavra, os dirigentes políticos dos países ocidentais, com muito raras excepções, não têm um pensamento estratégico, nem uma visão do médio e longo prazo em práticamente todas as matérias, neste caso, sobre o desenho da política internacional e sobre a forma de estabilização do Sistema Internacional.

Vivem apenas do dia-a-dia, vivem da “espuma dos dias”, vivem dos “sound bites”, preocupando-se apenas em como vão aparecer nas notícias do dia seguinte, nos meios de comunicação social ou nas redes sociais.

Convido-vos agora a acompanhar-me numa análise que faço sobre a questão que agora vivemos no leste da Europa.

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