Pacheco Pereira: “Não temos um verdadeiro Governo”. E repete: “Nós não temos um verdadeiro Governo” | in CNN Portugal

“Não basta dizer que nós tínhamos esta proposta no nosso programa, quer para o Governo, quer para os partidos da oposição. Porque isso significa deixar margem zero para uma palavra que, para mim, é a chave nesta legislatura, que é compromisso.” 

Pacheco Pereira, comentador da CNN Portugal, considera que “era bom que houvesse mais responsabilidade na campanha [para as europeias], quer por parte da AD, quer por parte do PS”, uma vez que o novo Executivo “teve uma entrada complicada e difícil, não tem estado de graça” e não “vai conseguir cumprir as suas promessas”.

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Alcochete vs. Santarém: o erro Vasco da Gama, Daniel Deusdado, Jornalista | in DN

A década de 90 teve uma polémica forte: onde construir a terceira ponte sobre o Tejo. Dentro do Governo de Cavaco Silva as opiniões dividiam-se: os defensores da opção Sacavém-Montijo e o grupo Chelas-Barreiro. Sabemos qual venceu e é evidente o tremendo erro que representou. Era absolutamente imperioso descongestionar a Ponte 25 de Abril, onde estava a pressão vinda do Barreiro e Almada, e instalou-se a Vasco da Gama na outra extremidade – Montijo. Foi a vitória do imobiliário em território virgem em detrimento da economia e das pessoas que já viviam no coração da Margem Sul.

30 anos depois vamos cometer exatamente o mesmo erro. Ou seja, instalar uma obra pública de 10 mil milhões de euros (fora derrapagens) em Alcochete, Benavente e na Península de Setúbal, através de uma nova cidade aeroportuária, em vez de uma alternativa mais barata e com infraestruturas já existentes. Em simultâneo, perde-se a oportunidade de criar um concorrente ao atual operador monopolista dos aeroportos nacionais.

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Conflit en Ukraine: Emmanuel Macron espère “qu’on n’aura pas à partir en guerre”, in BFMTV

Dans une vidéo publiée sur X dans laquelle il répond à des questions d’internautes, le président de la République a appelé ses alliés européens à être dissuasifs et crédibles vis-à-vis de la Russie.

Une nouvelle mise en garde à destination de Moscou. Dans une vidéo publiée samedi 11 mai dans laquelle il répond à des interrogations d’internautes, Emmanuel Macron est revenu en longueur sur la guerre entre l’Ukraine et la Russie. Et le président de la République a tenu à se montrer ferme sur le sujet: “aujourd’hui on a un immense défi”, commence-t-il.

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“A UCRÂNIA É UMA M…. CORRUPTA QUE NÃO INTERESSA NADA” | Fonte: inewsuk, Dominic Cummings, Ex-conselheiro-chefe do primeiro-ministro do Reino Unido

Dominic Cummings teme que, ao apoiar a Ucrânia, o Ocidente tenha na verdade ajudado Putin, com sanções a forçar a Rússia a aprofundar a sua aliança com a China.

“Nunca deveríamos ter entrado nessa situação estúpida”, diz ele. “Esta não é uma repetição de 1940, com Potemkin Zelenskyy como o oprimido Churchilliano”, diz ele. “Todo este estado mafioso ucraniano corrupto basicamente enganou tudo e todos nós vamos ser fodidos como consequência. Estamos ficando fodidos agora, certo?

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A BATALHA PELA VERDADE FACTUAL, Soromenho Marques – DN

Quando em 1968 as forças do Vietname do Norte e da guerrilha Vietcongue iniciaram a sua poderosa Ofensiva do Tet, contra as tropas de Saigão e dos EUA, tinha eu acabado de completar 10 anos.

Lembro-me, vivamente, de como, apesar da censura, o trabalho dos repórteres ocidentais revelava cruamente, em imagens ainda hoje icónicas (como a da execução, à queima-roupa, de um prisioneiro comunista), a brutalidade da guerra. Nos lares de meio mundo, era possível ver as baixas e o sofrimento dos militares vindos das grandes cidades e do recôndito rural dos EUA. Nessa altura, a expressão “quarto poder” não era um exagero retórico, como o Caso Watergate o voltaria a provar em 1972. Contudo, os poderes que contam – o dinheiro e o seu braço político – aprenderam a prevenir, com mais ou menos sofisticação, essa liberdade capaz de manifestar a exuberância nua dos factos.

Sem o poder da imprensa livre, a Guerra do Vietname teria continuado e Nixon completaria tranquilamente o seu mandato.

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Opinion. Il faut un ministère de l’amitié ! in Courrier International

Alors qu’elles jouent souvent un rôle capital dans nos vies, les relations amicales ne sont reconnues ni par la société, ni par l’État. Dans “Die Zeit”, la romancière allemande Paula Fürstenberg appelle à les remettre au centre de nos vies.

https://www.courrierinternational.com/weekend/2024-05-11/1/opinion-il-faut-un-ministere-de-l-amitie

A sociopatia e a compreensão das reparações coloniais | por Carlos Matos Gomes

Nem quero imaginar quanto vai pagar a Espanha ao Iraque, ou à Siria,de reparações pela Mesquita de Córdova e pelo Alhambra de Granada, obras dos árabes que vieram de Damasco e da Mesopotâmia com Abderramão, o príncipe fugitivo, e chegaram à Península Ibérica através do Norte de África!

A proposta de reparações coloniais feita pelo presidente da República causou perplexidade a quem ainda é dado a surpresas e interrogações a quem procura estabelecer relações de causa e efeito nas suas atitudes. De um modo geral serviu para alimentar os comentadores e entreter os programas das televisões após as eleições. O elenco do “circo comentarial” dividiu-se entre malabaristas do Bugalho e ilusionistas do Marcelo. O que terá levado o senhor prior Montenegro a elevar o menino de coro a cónego da sua confraria em Bruxelas e o mestre de fogos-de-artifício de Belém a sacudir a esfarrapada passadeira que se desenrolou de Lisboa ao Índico durante cinco séculos?

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OTELO | o fantasma da Revolução, por Carlos Matos Gomes, 25 Abril 2024

A ação que celebramos, o 25 de Abril de 1974, foi planeada e comandada por um fantasma. Um fantasma com o nome dissolvido num ácido de conveniências.

Os fantasmas são por definição aparições de inconvenientes. Terei lido num texto de Miguel de Unamuno, o filósofo espanhol, que Dom Quixote, a personagem de Cervantes prenunciou o destino final, solitário e triste, de todos os cavaleiros andantes, fantasmas, digo eu, que citaria também uma declaração de Simón Bolívar, em que o revolucionário das Américas, admitia que Jesus Cristo, Dom Quixote e ele próprio eram (tinham sido) os maiores ingénuos da História.

Otelo pode com propriedade ser incluído nesta lista.

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José Afonso. Uma faceta pouco conhecida, por Júlio Pereira

Por alturas desta foto os “media” já não davam grande importância à carreira de José Afonso. Os fins dos anos 70 apontavam de uma maneira evidente – nomeadamente através da Rádio – para uma proliferação da música pop que hoje ainda se mostra evidente numa expressão feia mas que todos percebemos: “mainstream”.

Convém relembrar que em 1978 o LP “Com as minhas tamanquinhas” foi considerado por um jornal como o pior disco do ano (!)

Só assim se entende que de 1979 até ao ano em que José Afonso não pôde mais cantar que no País poucos soubessem que durante esse tempo José Afonso tivesse sido o nosso verdadeiro embaixador cultural em vários sítios do mundo.

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Não dá para entender (42): Levar a sério as eleições europeias, por Vital Moreira 23.4.24, in “Causa Nossa”

Subitamente, os líderes dos dois principais partidos do regime democrático tomaram decisões bizarras sobre as respetivas candidaturas às próximas eleições do Parlamento Europeu.

Por um lado, sem precedente na história do partido e sem qualquer explicação pública convincente, o líder do PS resolveu despedir todos os nove eurodeputados socialistas em exercício – onde se contam três ex-ministros e dois ex-secretários de Estado de anteriores governos socialistas -, prescindindo da rica experiência por eles adquirida em Bruxelas e Estrasburgo, aliás geralmente bem avaliada, e das posições adquiridas na bancada socialista europeia e no PE e daquelas a que poderiam aspirar no próximo mandato. Por sua vez, também sem qualquer explicação pública, o líder do PSD decidiu prescindir do valor seguro do presidente da CM do Porto, Rui Moreira, como cabeça de lista, que era dado como certo por todas as fontes bem informadas (ver Marques Mendes no seu comentário de domingo à noite), trocando-o, à ultima da hora, por um jovem e politicamente incerto comentador político na moda, cuja registo político inclui uma candidatura a deputado nacional pelo CDS há alguns anos.

Não havendo nenhuma notícia de que qualquer deles tenha ensandecido subitamente, estas estranhas decisões só podem ser explicadas por desconhecimento sobre as exigências do mandato parlamantar europeu – que não é uma ociosa sinecura, como muita gente pensa – e por uma correspondente incapacidade para levar a sério o Parlamento Europeu e a sua importante agenda política no próximo quinquénio. Deveras preocupante, com efeito!

https://causa-nossa.blogspot.com

O Palácio de Gotham. O embuste do IRC . Daniel Deusdado in DN, 21-04-2024

1. – Onde é que estava no dia em que António Costa se demitiu? A pergunta passa a fazer parte do index sobre alguns dos grandes momentos dos primeiros 50 anos do 25 de Abril.

Nessa manhã, à medida que chegavam os alertas, num cavalgar incessante de tensão, ficava a sensação de se ter entrado numa nova vertigem do tempo – caótico e intraduzível para linguagem.

Até que.

No mundo do 5G e das app de televisão, as coisas acontecem nos telemóveis. Já lá iam as duas da tarde. Costa falou e disse. Kaput.

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A herança traída de Immanuel Kant, in DN

A 22 de abril passam 300 anos sobre o nascimento de Immanuel Kant (1724-1804). Prussiano, viveu como professor na Universidade de Königsberg, hoje a cidade russa de Kaliningrado. A sua obra pertence a uma galáxia superior do espírito. Na história da Filosofia ocidental, ele figura ao lado de uma reduzida minoria: Platão, Aristóteles, São Tomás de Aquino, Espinosa…

Desde a sua morte, milhares de estudiosos têm-se dedicado à interpretação do seu pensamento, mas é uma tarefa inacabável (e para os apressados, uma proeza impossível…). Portugal não está ausente da sua obra. Dedicou três pequenos ensaios ao terramoto de Lisboa de 1755 (publicados em 1955 pela CM de Lisboa). Nos seus estudos de Geografia menciona a orografia portuguesa, e outros territórios, na altura colonizados por Lisboa. Muitos anos antes das Invasões Francesas, Kant previu que tal iria suceder, numa impecável análise geoestratégica.

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O ministro do aeroporto ou de 100 mil casas, por Daniel Deusdado – 14 Abril 2024 – in DN

Com outra consequência: o aeroporto torna-se num violento aspirador de capacidade de endividamento do país para uma obra faraónica, que ainda por cima deixa os lisboetas com um só aeroporto, a 57km de distância, em vez de dois a custo zero : PORTELA + 1

Basta olhar-se para o malabarismo do Governo com o IRS para se perceber esta coisa simples: há pouco dinheiro. É tão simples quanto isto.

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Montenegro avisa que Portugal não ficou rico só porque tem superavit orçamental

História de Lusa, 2-4-2024 | Para o novo primeiro-ministro, esta visão coloca três problemas principais.

1 – “Em primeiro lugar, essa ideia pode ser considerada uma ofensa para milhões de portugueses que vivem em dificuldades extremas por auferirem salários ou pensões baixas, por estarem afogados em impostos, por não conseguirem aceder condignamente a uma habitação, a cuidados de saúde ou mesmo a uma educação de qualidade”, disse.

2 – Em segundo lugar, defendeu, “a teoria dos “cofres cheios” conduz à reivindicação desmedida e descontrolada de despesas insustentáveis”.

3 – “Em terceiro lugar, a ideia de que estamos a viver em abundância induz o país a pensar que não há necessidade de mudar estruturalmente a nossa economia e o Estado, porque afinal parece que está tudo bem. Esta ideia é perigosa, é errada e é mesmo irresponsável”, disse.

Contra a corrente: Benesses por atacado . por Vital Moreira, in “Causa Nossa”

1. Depois de o próprio líder socialista se ter adiantado a propor ao Governo um acordo sobre o aumento imediato das remunerações de várias categorias profissionais do Estado (professores, polícias, militares, etc.), também tenho poucas dúvidas de que o PS vai igualmente aprovar a nova baixa do IRS, embora reduzida, anunciada por Montenegro (poucos meses depois da entrada em vigor da redução do mesmos imposto decidida pelo anterior Governo socialista).

Todavia, duvido que tais medidas de aumento substancial da despesa pública e de redução da receita fiscal fossem tomadas por um Governo PS, por receio de que viessem a exigir a redução da despesa social (saúde, educação, proteção social, habitação, etc.), que sustenta o Estado social, ou a pôr em causa o saldo as contas públicas e a necessária redução do peso da dívida pública.

Também aqui, não se pode ter sol na eira e chuva no nabal.

2. É certo que que, como mostrou há dias o Conselho das Finanças Públicas, confirmando as previsões do anterior Governo, são muito positivas as perspetivas económicas e financeiras herdadas pelo novo Governo – como nenhum outro, há muitos anos -, e o aumento do rendimento disponível que aquelas medidas implicam pode mesmo estimular o crescimento económico previsto, por aumento da procura interna.

Todavia, além de se traduzirem num política pró-cíclica, que pode pressionar a inflação, trata-se de medidas politicamente irreversíveis, com impacto significativo permanente no aumento da despesa e na redução da receita pública, que dificilmente podem considerar-se prudentes num País com o elevado nível de dívida pública (e do seu custo) e de despesa social, como é o caso de Portugal.

https://wordpress.com/post/dasculturas.com/45063

Um pouco mais de azul | Ep. 6: Algibeiras

Estreou a 04/04/2024 | O que fazem um jornalista, uma poeta e um economista neste podcast?

Rita Taborda Duarte, “Não desfazendo”, decidiu enfiar na algibeira o poeta e caligrafista japonês Ryokan, que foi agora editado em português, e a reunião das “Tisanas” completas da Ana Hatherly.

Francisco Louçã, no “Tabu”, cuida de saber se o Parlamento ficou na algibeira da extrema direita.

Fernando Alves, nos “Sinais”, regressa à aldeia de Nacomba através de uma das novelas do livro “Caminhos errados”, de Aquilino Ribeiro, e espera não ter voltado de algibeiras vazias…

A burguesia portuguesa está a promover a sua eutanásia, in “República dos Pijamas”

As últimas décadas mostram a burguesia portuguesa a diluir-se entre a burguesia internacional. Fica a questão se isso poderá tornar-se numa clivagem política.

Na ressaca imediata das privatizações da governação de Pedro Passos Coelho, um autor lamentava como a abertura de parte do capital das empresas públicas portuguesas ao setor privado, iniciada nos 80, se tinha prolongado. A dinâmica iniciada então culminava na completa privatização de vários grupos de referência.

Para explicar esta “tragédia nacional”, este falava de um “fascínio pelo modelo inglês” e salientava “o processo de alienação da empresa a grupos empresariais internacionais.”

Para concluir, afirmava que “os nossos filhos mais promissores terão de emigrar, não por falta de emprego, mas por ausência de empresas onde aprendam e cresçam profissionalmente, como nós tivemos.”

O autor não era um quadro do Partido Comunista Português, nem do Bloco de Esquerda. Nem sequer vinha do espaço da esquerda. As linhas foram escritas por Luís Todo Bom, que conta no seu CV com registos como membro do Conselho Consultivo do PSD, antigo secretário de Estado da Indústria e Energia (de um governo liderado por Aníbal Cavaco Silva) e o primeiro presidente da Portugal Telecom (PT).

Todo Bom, que é sem dúvida parte da burguesia nacional, toca num ponto fulcral: o destino dos seus filhos, ou mais especificamente, o destino dos filhos na burguesia portuguesa.

ABR 09, 2024 | CLIQUE NESTE URL para ler todos o artigo

https://republicadospijamas.substack.com/p/a-burguesia-portuguesa-esta-a-promover

José Luís Carneiro defende que há espaço para negociar com o Governo, in Agência Lusa/TVI

O ex-ministro da Administração Interna José Luís Carneiro defende que há margem para diálogo sobre o Orçamento e áreas estratégicas com o governo, numa entrevista em que critica a altivez do discurso do primeiro-ministro na tomada de posse.

Em entrevista ao jornal Público, questionado sobre a possibilidade de o PS aprovar o Orçamento para 2025, José Luís Carneiro disse que há espaço de diálogo.

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O discurso da normalidade dita democrática: a contra-reforma nazi | por Carlos Matos Gomes

Há novo governo, mas as ideias e os pensamentos são velhíssimos. Do que li e ouvi de Paulo Rangel, o único ministro que tem um discurso público ideológico, o ideólogo do governo entre um grupo de comissionistas a aproveitarem uma oportunidade de negócio fácil e rápido, encontramos três ideias base que fundamentam uma ideologia e as ideias força que ele irá expor junto da “comunidade internacional” como a doutrina professada pelos portugueses, sermonando em nosso nome:

– A primeira, a Ucrânia de Zelenski, do batalhão de Azov e dos nazis que a operação dirigida por Victoria Nuland, a agente da CIA e atual subsecretária dos negócios estrangeiros dos Estados Unidos, colocou no poder com o golpe da Praça Maidan, é uma democracia e defende os nossos valores, os do humanismo Ocidental;

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Em repetição: A social-democracia tem 156 deputados »»» 67,8% da AR

Creio que os dados neste momento divulgados trazem uma enorme responsabilidade aos Partidos Social-Democrata e SocialistaTalvez seja a altura de ambos não olharem apenas para os seus umbigos, mas sim para as aspirações  do País e do Povo Português … Se ambos teoricamente se regem pela Social-Democracia, é o tempo certo para a implementarem em profundidade, com uma forte aposta no “estado social”… 

Acredito que a grande maioria do Povo Português ficaria radiante 🙂 🙂 🙂 Oh! se ficaria !!!

Uma perspetiva pessoal sobre a nossa perigosa amnésia | Viriato Soromenho-Marques, in DN

Os leitores que têm a gentileza de visitar as minhas crónicas sabem que nestes mais de dois anos de guerra na Ucrânia, envolvendo quatro potências nucleares, tenho alertado, com veemente urgência, para o risco crescente de sermos engolidos num abismo da destruição bélica. Os motivos para isso parecem-me residir na mistura de soberba e amnésia por parte do Ocidente, isto é, dos EUA e da multidão de Estados europeus que se apresentaram ao seu serviço. Soberba, por terem pensado que a Rússia poderia ser tratada como uma potência de segunda categoria. Amnésia, porque na sua conduta, dão sinais de terem esquecido as lições que impediram a Guerra Fria de ter conduzido à III Guerra Mundial.

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Montenegro forma um Governo centrado no centro, o que é bom | Paulo Querido

Sem surpresas. Luís Montenegro apresentou um governo coeso em torno dele, com sinais de tranquilidade para as corporações, para a Europa — e para o PS. Não se descortina nenhum sinal à extrema-direita.

https://vamolaver.substack.com/p/147-montenegro-forma-um-governo-centrado

COMEMORAR ABRIL | por José Mouta Liz

O apagamento da autoria e desempenho de Otelo Saraiva de Carvalho no 25 de Abril, omitindo e revertendo o passado, como tentativa de o eliminar da História, está a atingir proporções inauditas!

O odioso regime stalinista, tem sido fonte de inspiração para os sucessivos governos, instituições e media pós 25 de Novembro, na arte do expurgo e da falsificação da História, apagando a figura de Otelo das ‘’fotografias’’ em que o seu papel foi determinante. Trabalho desenvolvido por figurantes de pé de página, ignorantes e reaccionários, alguns fascistas, têm dado o seu contributo para a mistificação da História portuguesa contemporânea.

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Eleições Parlamentares | 10-03-2024

21h 03m | Creio que os dados neste momento divulgados trazem uma enorme responsabilidade aos Partidos Social-Democrata e Socialista. Talvez seja a altura de ambos não olharem apenas para os seus umbigos, mas sim para as aspirações  do País e do Povo Português … Se ambos teoricamente se regem pela Social-Democracia, é o tempo certo para a implementarem em profundidade, com uma forte aposta no “estado social”… 

Acredito que a grande maioria do Povo Português ficaria radiante 🙂 🙂 🙂 Oh! se ficaria !!!

Reflexão | A Sabedoria | Maria Helena Manaia

A sabedoria deveria conseguir despertar, pelo menos, a prudência… contudo ambas têm andado bastante adormecidas, nesta actual fase do mundo, a vários níveis.

E ainda que a sabedoria sempre tenha estado bem presente em todo o processo civilizacional… muitos dos que têm actualmente os destinos do mundo nas suas mãos, lá vão insistindo em mostrar-nos, até onde podemos chegar… sem ela. Já nem sei se, com a nossa concordância… ou indiferença.

A OCIDENTE, UMA DESOLADA PAISAGEM, por Viriato Soromenho Marques – DN

Vamos esquecer, por agora, que há uma guerra europeia que se pode tornar mundial. Por amor à disciplina do pensamento crítico, enfrentemos esta dolorosa pergunta: o que é o Ocidente e quais os seus valores atuais?

Comecemos pelos EUA, cuja perspetiva, seguindo as vozes autorizadas da Casa Branca e do Congresso, considera existir um saldo positivo desta guerra. O que está em causa não é, nem nunca foi, a vitória da Ucrânia, mas sim usar esse povo como aríete para enfraquecer a Rússia, de acordo com orientações estratégicas há muito públicas e publicadas.

Trinta anos a encostar a NATO às suas fronteiras, sobretudo na Ucrânia, levariam o Urso a acordar. Mas os EUA estavam em prontidão. As sanções, o ataque à exportação de petróleo e gás natural russos, o impedimento de mais oleodutos (sabotagem do Nordstream II), a fuga de cérebros, o fomento da instabilidade no Cáucaso, tudo isso já estava prescrito num vasto documento que mais parece uma declaração de guerra: James Dobbins et alia, Extending Russia. Competing from Advantageous Ground, Santa Monica, CA, Rand Corporation, 2019, 354 pp..

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Why Does the US Establishment Hate Russia?, by Vladimir Brovkin

05/02/2024Russian History with Dr.Brovkin – This video is about the History of US Russian relations since the end of the Cold War. Why was it that in the 1990s Russia was considered a friend and almost an ally? At what poibt did the relations turn to distrust, hostility and then intoo a proxy war? Is it all Putin’s fault? Did the expansion of NATO have anything to do with it? Why were these crucial for mankind decisions made? Dr. Brovkin is a Russian born American Historian, now retired, served as an Associate Professor of Soviet History at Harvard University, and the author of his newest book: From Vladimir Lenin to Vladiir Putin. Russia in Search of Its Identity. 1913-2023. All of his books are available on Amazon.

JEFFREY SACHS FULL INTERVIEW ABOUT GRAVE DANGER IN TODAYS CONFLICT ?

14/03/2024 | Jeffrey David Sachs (/sæks/; born November 5, 1954) is an American economist, academic and public policy analyst. He is the former director of The Earth Institute at Columbia University. He is known as one of the world’s leading experts on economic development and the fight against poverty. Detroit, Michigan, U.S.

Temos milhares de trabalhadores estrangeiros em Portugal | Beatriz Lamas Oliveira

Temos milhares de trabalhadores estrangeiros em Portugal.

Deles, sabemos muito pouco. E o que sabemos, mais coisa menos coisa, são números.

Não sabemos porque e como vieram, que ilusões tinham, quem lhes contou que Portugal era a terra do mel e que os portugueses eram o povo mais hospitaleiro do mundo.

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António Costa | Ele é um dos melhores políticos portugueses | por Zé Luís Cardoso, in Facebook

Ele é um dos melhores políticos portugueses.

Pela 1ª vez na minha vida aderi a um partido, em 2015. Eu já pensava à esquerda, sendo um social-democrata, mas foi Costa que me motivou a filiar-me.

Senti que devia sair “zona de conforto” intelectual, embora a minha militância seja um modesto contributo. Além de pagar as quotas, vou a alguns comícios e comento aqui, defendendo as minhas ideias e as propostas do PS.

No momento em que o PS perdeu as eleições e que o PM sai de cena, é justo elogiá-lo pelo trabalho dedicado e competente ao longo de 8 anos.

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Os Portugueses Vivem em Permanente Representação | Eduardo Lourenço, in ‘Labirinto da Saudade’ – Repensar Portugal (1978)

Os Portugueses vivem em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo. A reserva e a modéstia que parecem constituir a nossa segunda natureza escondem na maioria de nós uma vontade de exibição que toca as raias da paranóia, exibição trágica, não aquela desinibida, que é característica de sociedades em que o abismo entre o que se é e o que se deve parecer não atinge o grau patológico que existe entre nós. 

Os Portugueses não convivem entre si, como uma lenda tenaz o proclama, espiam-se, controlam-se uns aos outros; não dialogam, disputam-se, e a convivência é uma osmose do mesmo ao mesmo, sem enriquecimento mútuo, que nunca um português confessará que aprendeu alguma coisa de um outro, a menos que seja pai ou mãe.

Retirado do Facebook | Mural de Maria Teresa Carrapato | 14-03-2024

Partido SA | autor: Carlos Matos Gomes

Após as Eleições o que nos resta de Poder? O que torna democrática a representação política? O voto é a arma do Povo ou uma arma para legitimar o poder dos poderosos? Quem elegemos e como elegemos?

O direito ao voto pode originar uma democracia representativa, mas esta não é necessariamente uma democracia eleitoral. As campanhas eleitorais pretendem fazer crer que sim. O caso do derrube o anterior governo demonstra a diferença: os cidadãos que votaram nas anteriores eleições e elegeram os seus representantes — os deputados da Assembleia — para um mandato de quatro anos viram o seu voto ser “anulado” pela utilização de meios formalmente legítimos por parte de instituições de outra entidade, o Estado. O resultado das eleições, em particular o volume de votos atribuídos a um Partido “SAD”, para utilizar uma imagem vinda do futebol, tal como o líder do Chega, expõe a fragilidade da representação como trave mestra de um regime democrático.

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10 IDEIAS SOBRE AS LEGISLATIVAS | por Miguel Carvalho, jornalista | in Facebook

Não conheço Miguel Carvalho. Mas li e penso valer a pena reflectir sobre o que este senhor escreve. Pensar um Povo e um País talvez comece por se reflectir em voz bem “sonora”. (Vítor C. da Silva)

1 – Quem me conhece sabe que ando, no mínimo há dois anos, a dizer a frase que Pedro Nuno Santos proferiu esta noite, (exceptuando a percentagem, claro, pois não seria bruxo para adivinhar): não há tantos racistas e xenófobos em Portugal como se pretende fazer crer. Mas o que fez a esquerda para perceber a potencial base eleitoral do Chega e o seu crescimento? Zero. O Chega cresce à custa das mentiras, enganos e sonhos por cumprir que só responsabilizam PS, PSD e, em parte, o CDS. Mas também cresce porque há uma esquerda que julga que lhe basta ter uma agenda e imensas certezas sobre um povo que, como se nota, não conhece de todo. Nem escuta de verdade.

Pedro Nuno Santos e Rui Tavares parecem ter sido os únicos a perceber, ainda que tarde, que há um trabalho que a esquerda tem de fazer (além de renovar-se, claro): falar com os eleitores, ouvi-los, mostrar que as ideias, mesmo quando são muito boas, também se explicam e podem demorar a convenver quem acumula muitos desencantos, de muitos anos, por esse País fora. Há um quotidiano devastador, no País rural e suburbano, que precisa de ser vivido e percebido, e para os quais não chega uma resposta “pronto-a-vestir”. Uma esquerda que só tem agenda e acha que não deve discuti-la terra a terra serve para pouco ou nada.

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Na Europa, discute-se dinheiro para a Defesa do Continente Europeu | Clara Ferreira Alves

Na Europa, discute-se dinheiro para a Defesa do Continente Europeu baseado nesse sofisma da invasão da Europa pela Rússia, mas o que se discute é quanto dinheiro cada potência europeia espera ganhar com uma nova indústria de Defesa e com a cópia do modelo industrial militar americano que tanta prosperidade e guerras perdidas trouxe aos nossos aliados do outro lado do Atlântico.

Clara Ferreira Alves, in Jornal Expresso 08-03-2024

ELEIÇÕES | Joseph Praetorius, 08-03-2024 

É imperioso que as próximas eleições sejam olhadas no significado de legítima defesa, que o voto comporta aqui.  

Os imbecis das diversas direitas, em competição, não escondem as suas nostalgias pelos tempos das crianças descalças na cidade, sob ameaça de multa por andarem descalças. Lembro-me de ainda as ver na minha adolescência e não sou tão velho como isso. 

Não me sinto de esquerda, nem aliás se sabe o que isso seja nos tempos que correm. Mas nestas estruturas de direita não caibo, nem posso caber. 

Os insultos soezes ao 25 de Abril, que vamos ouvindo, não expressam apenas  o ressentimento, nunca resolvido, dos que foram forçados a partir de África para Lisboa, em risco de vida e com a espoliação de todos os seus bens. Esses vieram assim, porque os USA assim quiseram, para reforçarem o eleitorado de direita em Portugal, como reforçaram e continuam a reforçar. Graças ao ressentimento. 

Mas este não pode ser perspectiva aceitável para a determinação dos legítimos interesses do maior número, embora, na medida do possível, deva ser eficazmente eliminado e não faltam modos de o fazer.

Estes insultos vêm de quem quer cortar reformas definitivamente, como já tentaram. Cortar salários, como já fizeram. Vender o que resta das empresas públicas a pesadíssimos parasitas, como já fizeram também, reduzir o país à pobreza, como já disseram em voz alta, discutir (e restringir) o que os pobres comem, com discussão (sempre em voz alta) dos bifes que se não poderiam comer todos os dias, como o fez a desgraçada Jonet que é desta mentalidade bom exemplo e faz fichas de quem se socorra da organização sob sua direcção. Lembro-me de intervenção da criatura, em tom acusatório – “querem dar tudo aos filhos”, veja-se lá bem o disparate do filho do trabalhador indiferenciado ir a um concerto…

Mas, coisa mais aterradora de todas, querem privar de medicação subvencionada os maiores de 65 anos, como o disse a execranda Ferreira Leite (sem o mandar dizer por ninguém). E não convém, ainda, esquecer a exemplaridade da execranda lei Cristas – à qual ninguém reagiu em tempo útil – cujas virtualidades de devastação social são um bom exemplo do que voltou a estar em causa (e nem Salazar teria concedido). 

A população comum, com mais ou menos de 65 anos, está em situação de ataque iminente e estas eleições são o ludíbrio que permitiria aos atacantes arguir o consentimento da vítima.

Sei que um socialismo do nepotismo não é um bom antecedente. 

Mas há uma diferença entre querer empregar e privilegiar os filhos deslealmente e à nossa custa e querer negar o nosso direito à vida, à assistência clínica, à retribuição digna, à reforma aceitável, à habitação compatível com a dignidade mínima e até à alimentação. 

Nem é de esquecer que a ICAR local se lhes junta, como Manuel Clemente o fez. Esta  padralhada juntar-se-lhes-há sempre. 

É precisa outra igreja. Como é precisa outra Escola. E outra imprensa. E é precisa a transfiguração do Estado, claro que sim. Sendo seguro que só de nós todos poderá vir tal coisa, que foi inútil confiar (ao longo de 50 anos) ao execrando leque partidário que outra vez se nos apresenta. 

Mas é preciso discernir entre males. E decidir pelo menor deles, enquanto não estivermos em condições de reagir. 

E ainda não chegou o momento de o podermos fazer.  Infelizmente.

NOTA : Mural de Joseph Praetorius, 08-03-2024, in Facebook

Gouveia e Melo considera que protestos de rua dos militares “são inadmissíveis” | in SIC Notícias

Para o almirante, “as manifestações de rua [de militares], ou outro género de manifestações, criam instabilidade” e “não devem ser feitas nem permitidas, porque os militares são o último refúgio da estabilidade do país”.

Em entrevista à Renascença, o almirante Gouveia e Melo, falou sobre a possibilidade de eventuais protestos de rua por parte dos militares, caso o Governo aumente os subsídios de risco da PSP e da GNR e se esqueça das Forças Armadas.

Nestas declarações, Gouveia e Melo deixou ainda claro que se opõe a esse tipo de ações e considera que estas são “contra o próprio regime democrático”.

Sobre a justiça, ou não, da reivindicação dos militares, independente da existência de protestos, Gouveia e Melo frisou que “as reivindicações que os militares tenham, ou deixem de ter, são tratadas através do nível hierárquico, nos fóruns apropriados que a democracia tem”.

Confrontado com a pergunta se será este um sinal de radicalização, ou de populismo, no interior das Forças Armadas, o almirante preferiu não responder.

“Isso eu já não quero comentar”, referiu Gouveia e Melo acrescentando “o que quero lhe dizer é que as Forças Armadas são o último esteio da Nação. Como tal, não devem fazer nenhuma ação que comprometa não só a democracia como a estabilidade do país. E, portanto, nós – militares – não devemos ir para a rua…não faz parte da nossa missão, da nossa ética e da forma como nos devemos comportar em democracia”.

Somos um País historicamente sem qualquer cultura democrática | António Campos

Mário Soares sabia-o e conhecia a nossa longa história antidemocrática como ninguém.

A sua principal preocupação política era como consolidar a Democracia, num País sem cultura democrática.

No dia 28 de Abril de 1974 ,após a sua chegada do exílio, com Tito de Morais e Ramos da Costa, na reunião em casa de Salgado Zenha, a principal discussão política era como se iam conseguir eleições livres e democráticas.

O primeiro líder político estrangeiro a visitar Portugal, após o 25 de Abril, foi o seu amigo Mitterrand.

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CONTRA A RÚSSIA, MARCHAR, MARCHAR! | por Carlos Fino | in Facebook

À medida que nos aproximamos do segundo aniversário da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, multiplicam-se os artigos de opinião e análise tentando fazer o ponto da situação. 

Isto é perfeitamente compreensível. O que espanta, entretanto, é que, pelo menos até agora, as opiniões expressas entre nós nos media convirjam num só sentido: a necessidade de continuar a sancionar a Rússia e armar a Ucrânia com armas sempre mais poderosas e de maior alcance.

O DN, este fim de semana, é paradigmático – publica, logo no mesmo dia (!), duas colunas assim intituladas:

“A guerra da Ucrânia em 2024 – resistir e (re)construir (rapidamente) as condições para a derrota da Rússia”, da autoria do tenente-general Marco Serronha, do Europe’s War Institute;

e

“Ano Novo: Fazer sair a Rússia da Ucrânia sem mais demoras” (sic)

da autoria de Victor Ângelo, um conselheiro em segurança internacional, que sempre evoca a sua condição de ex-secretário-geral-adjunto da ONU.

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Novo Aeroporto de Lisboa | Aeroporto Mário Soares? | Fica a sugestão | Wikipédia

Mário Alberto Nobre Lopes Soares GColTE • GCC • GColL (LisboaCamões7 de dezembro de 1924 – LisboaSão Domingos de Benfica7 de janeiro de 2017) foi um advogado e político português que ocupou os cargos de Primeiro-Ministro de Portugal de 1976 a 1978 e de 1983 a 1985 e de Presidente da República Portuguesa de 1986 até 1996.

Político de profissão e vocação, co-fundador do Partido Socialista, a 19 de abril de 1973, Mário Soares iniciou na juventude o seu percurso político, integrando grupos de oposição ao Estado Novo, primeiro como militante de base do Partido Comunista Português e membro de outras estruturas ligadas ao PCP, o MUNAF e o MUD, tendo sido cofundador do MUD Juvenil — e depois na oposição não comunista — Resistência Republicana e Socialista, que funda com dissidentes do PCP e através do qual entrará para o Diretório Democrato-Social. Pela sua atividade oposicionista foi detido 12 vezes pela PIDE — cumprindo cerca de três anos de cadeia (AljubeCaxias e Penitenciária) — e, posteriormente, deportado para São Tomé.[1] Permaneceu nessa ilha até o governo de Marcello Caetano lhe permitir o regresso a Portugal, sendo, posteriormente às eleições de 1969 — nas quais Soares foi cabeça-de-lista pela CEUD em Lisboa — forçado a abandonar o país, optando pelo exílio em França.[2]

No processo de transição democrática subsequente ao 25 de Abril de 1974 Mário Soares afirmou-se como líder partidário no campo democrático, contra o Partido Comunista, batendo-se de forma intransigente pela realização de eleições. Foi ainda Ministro de alguns dos governos provisórios — destaca-se sobretudo o facto de ter sido Ministro dos Negócios Estrangeiros, logo no I Governo Provisório, associando-se ao processo de descolonização, qualidade em que dirigiu o processo de rápida independência e autodeterminação das províncias ultramarinas, processo esse que ficou para sempre como o ponto menos consensual do seu percurso político.[3]

Vencedor das primeiras eleições legislativas realizadas em democracia, Soares foi Primeiro-Ministro dos dois primeiros governos constitucionais, o I e II governos constitucionais, este último de coligação com o CDS. A sua governação foi marcada pela instabilidade democrática — nomeadamente, pela tensão entre o Governo e o Presidente da República — Conselho da Revolução — pela crise financeira e pela necessidade de fazer face à paralisação da economia ocorrida após o 25 de Abril, que levou o Governo a negociar um grande empréstimo com os EUA. Ao mesmo tempo, foi um período em que o Governo, e Soares em particular, se empenhou em desenvolver contactos com outros líderes europeus, tendentes à adesão de Portugal às Comunidades Europeias.

Líder da oposição entre 1979 e 1983, no ano de 1982, Mário Soares conduziu o PS ao acordo com o PSD e o CDS (que então formavam um governo chefiado por Francisco Pinto Balsemão) para levar a cabo a revisão constitucional de 1982, que permitiu a extinção do Conselho da Revolução, a criação do Tribunal Constitucional e o reforço dos poderes da Assembleia da República.

Foi, de novo, Primeiro-Ministro do IX governo, do chamado Bloco Central, num período marcado por uma nova crise financeira e pela intervenção do FMI em Portugal, e pela formalização da adesão de Portugal à CEE.

Depois destas experiências governativas, Mário Soares viria a ser Presidente da República durante dois mandatos, entre 1986 e 1996 — venceu de forma tangente, e à segunda volta, as eleições presidenciais de 1986, contra Diogo Freitas do Amaral, e com larga maioria as de 1991, em que contou não só com o apoio do PS como do PSD, de Cavaco Silva. Sendo o primeiro civil a exercer o cargo de Presidente da República, deixou patente um novo estilo presidencial, promovendo a proximidade com as populações e a projeção de Portugal no estrangeiro; sendo marcado ao mesmo tempo pela tensão política com os governos de Cavaco Silva e pelo polémico caso TDM (Teledifusão de Macau).[2]

https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Soares

Bernie Sanders avisa: se não apresentar “propostas radicais” para a “classe trabalhadora” Biden vai perder para um Trump “vingativo” in Jornal Expresso

“a realidade apoia Bernie Sanders”

Em 2016, Bernie Sanders reuniu um exército de jovens eletrizados com as suas promessas de maior igualdade social e tornou o “socialismo democrático” uma coisa aceitável para muitos num país com medo da esquerda. Foi ele quem convenceu Biden a colocar na agenda os pozinhos mais progressistas que acabaram por ficar como marca do primeiro mandato: mais investimento nas energias verdes e em infraestrutura pública. Sanders, com 82 anos, em entrevista ao “The Guardian”, deixa um novo aviso ao democrata para este ano de eleições: ou fala das soluções para quem está a perder poder de compra, ou perde para um Trump ainda mais sedento de poder.

Bernie Sanders é, sem necessidade de contraditório, o mais conhecido político progressista norte-americano vivo. Tentou duas vezes ganhar a nomeação democrata para a presidência, falhou por ser considerado pelo partido como demasiado à esquerda. Sempre foi o arauto das más notícias, algumas soavam mesmo apocalípticas, mas, como escreveu a revista “New Yorker” sobre o senador do estado do Vermont num perfil que publicou recentemente, “a realidade apoia Bernie Sanders”.

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BE considera que partidos têm de dizer que maiorias vão constituir | Mariana Mortágua

DN/LUSA

“Cada partido tem a responsabilidade de dizer como é que vai ser o dia a seguir às eleições”, afirmou a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) considerou este sábado que todos os partidos têm de dizer com clareza aos eleitores o que vão fazer no dia a seguir às eleições legislativas, nomeadamente que maiorias vão constituir.

“Por uma questão de transparência e de respeito para com os eleitores, cada partido tem a responsabilidade de dizer como é que vai ser o dia a seguir às eleições e que maiorias é que vão constituir-se e em torno de que medidas porque as eleições são sobre isso”, afirmou Mariana Mortágua aos jornalistas, no Porto, à margem de um protesto dos trabalhadores dos bares dos comboios.

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O melhor dirigente europeu e o pior | Carlos Matos Gomes

O melhor é espanhol

O jornal El País, um grande jornal europeu, publica na edição de 1 de Janeiro de 2024 uma entrevista do escritor Arturo Pérez-Reverte ao programa El Hormiguero (O Formigueiro) da cadeia SER, de televisão, para falar do seu último romance. Uma conjugação de acontecimentos impossível de encontrar em Portugal, um grande jornal (que não há) noticiar a ida de um escritor a uma estação de televisão (de onde a literatura está banida, assim como os escritores) e descrever o que o escritor disse sobre a política do seu país e, no caso, a opinião que tem sobre a lei de amnistia que o primeiro-ministro Pedro Sanchez promoveu para comprar os votos dos independentistas catalães que lhe permitiram formar governo.

Antes de falar de Pedro Sanchez, diz Arturo Perez-Reverte, citado pelo El País: “suponho que irei ao programa falar de livros, mas temo que não somente de livros”. Arturo Pérez-Reverte acabou falando sobre o seu livro e sobre outros temas, entre eles a lei de amnistia e a figura de Pedro Sánchez.

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O Elogio da Cobardia | Carlos Matos Gomes

Elogiar uma qualidade ou uma caraterística da sociedade através do comportamento dos seus elementos é, tem sido, uma forma de os publicistas, sob várias designações, filósofos, pensadores, conselheiros, sociólogos, historiadores, escritores de obras de vários tipos, e agora os ‘cientistas políticos’, transmitirem a sua visão do mundo que os rodeia, dos seres que dominam e que são dominados, da atitude que determina o modo como os seus correligionários e os seus adversários se comportam para atingirem os seus objetivos. Em resumo, os valores de uma dada sociedade.

Numa rápida pesquisa encontramos além do clássico «Elogio da Loucura», de Erasmo, títulos como «Elogio da Divergência», «Elogio da Superficialidade», «Elogio da Felicidade», «Elogios Fúnebres», «Elogio do Silêncio», «Elogio da Morte» e até dois títulos de autores portugueses tão distintos quanto José Vilhena com o sarcástico «Elogio da Nobreza» e o sério «Elogio da Sede» de Tolentino Mendonça. Não faltam, pois, temas, para Elogio. Deve haver nalguma biblioteca um elogio da coragem, mas julgo que não haverá, estou quase certo de que não, um «Elogio à Cobardia». Por mim não o penso fazer, embora o tenha estado a ouvir sob diversas formas nas ações de propaganda que o núcleo duro da força de vendas das empresas de propaganda e manipulação de massas tem vindo a apresentar a propósito da ação de limpeza de Israel contra os palestinianos acantonados na Faixa de Gaza e na Cisjordânia!

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Pacheco Pereira: “Vamos assistir a duas grandes traições. 2024 é dos anos mais perigosos das nossas vidas”

No último Princípio da Incerteza do ano, José Pacheco Pereira revelou aqueles que são os seus maiores receios para 2024. Um mundo que vai a eleições e que, no seu entender, será palco de “duas grandes traições.

Portugueses Vivem em Permanente Representação | Eduardo Lourenço

Os Portugueses vivem em permanente representação, tão obsessivo é neles o sentimento de fragilidade íntima inconsciente e a correspondente vontade de a compensar com o desejo de fazer boa figura, a título pessoal ou colectivo. A reserva e a modéstia que parecem constituir a nossa segunda natureza escondem na maioria de nós uma vontade de exibição que toca as raias da paranóia, exibição trágica, não aquela desinibida, que é característica de sociedades em que o abismo entre o que se é e o que se deve parecer não atinge o grau patológico que existe entre nós.

Os Portugueses não convivem entre si, como uma lenda tenaz o proclama, espiam-se, controlam-se uns aos outros; não dialogam, disputam-se, e a convivência é uma osmose do mesmo ao mesmo, sem enriquecimento mútuo, que nunca um português confessará que aprendeu alguma coisa de um outro, a menos que seja pai ou mãe…

Eduardo Lourenço, in ‘Labirinto da Saudade – Repensar Portugal (1978)’ | Foto de Alfredo Cunha

“A nossa história é um estendal de ocasiões perdidas”, escreveu Eduardo Lourenço a Mário Soares. | in Expresso

“A nossa história é um estendal de ocasiões perdidas ou falhadas, e esta mesma constância constitui assunto de meditação”, escreveu Eduardo Lourenço a Mário Soares em junho de 1972, em letra miúda, difícil de decifrar, numa carta que analisa “aquele estranho e admirável povo que nos coube”. O filósofo e pensador enaltecia, então, a recente publicação em França do livro “Portugal Amordaçado” (“Le Portugal Baillonné”), que classificou como o “romance político da nossa geração e de agora em diante o espelho em que cada membro dela é obrigado a rever-se para descobrir os fios da sua própria aventura nesse campo”.

O livro, que foi inicialmente publicado em França, em abril de 1972, pela editora Calmann-Lévy, abanou o Portugal marcelista e foi comentado por todos, de François Mitterrand a Francisco Sá Carneiro, que o apreciou “muitíssimo” e o definiu como “testemunho lúcido e franco sobre a situação inalterada” de um país que gritava em surdina contra a Guerra Colonial e a falta de liberdade.

A Imaculada Conceição, o pecado original e o sexo | Anselmo Borges | in DN, 02-12-2023

Volto ao tema, pois não sei se a maioria dos portugueses sabe a razão do feriado de 8 de Dezembro. Os católicos saberão que se trata de uma festa ligada a Nossa Senhora e, se interrogados, talvez respondessem, na quase totalidade, que tem a ver com a virgindade de Maria. Para dizer o quê, celebrando o quê? Volto ao tema, porque pode ser ou tornar-se uma festa com muitos equívocos.

Logo à partida, que pode significar Imaculada Conceição? De facto, não se refere directamente à virgindade, mas não lhe é completamente alheia. Do que se trata, na realidade, é da afirmação de que Maria, a Mãe de Jesus, foi concebida sem pecado. Mas, aqui, sem hermenêutica, isto é, sem interpretação, pode albergar-se uma série de confusões, profundamente ofensivas sobretudo para as mulheres, minando, desgraçadamente, a mensagem do Evangelho enquanto notícia boa e felicitante também para elas.

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ANÁLISE | Vamos com calma, Europa: o avanço da extrema-direita não é inevitável e tem mais fumo que fogo | Paulo Querido in “VamoLáVer”

Há quatro países governados pela extrema-direita que em breve serão três. 84% dos cidadãos comunitários não conhecem governos desses. Balanço da presença dos extremistas em governos e parlamentos.

Começo por uma primeira nota: o objetivo deste levantamento é proporcionar uma visão objetiva da realidade, o que numa época de temperaturas políticas elevadas será facilmente criticado como um “branqueamento” ou uma “desvalorização” do perigo que o crescimento da extrema-direita constitui tanto para os cidadãos dos países europeus como para a União Europeia e para a democracia. Mas não pretendo nada disso, pelo contrário. Trata-se de situar esse crescimento de forma a melhor lidar com ele.

Segunda nota. Deu muito mais trabalho do que supunha à partida a elaboração desta lista. Não tanto pela dificuldade de catalogação: é muito difícil concordarmos sobre que partidos ou governos são de extrema-direita, tendo eu optado pela filiação dos partidos na família europeia ID (Identity and Democracy) onde se juntam CH, Lega Nord, AfD e CH, entre outros e, na sua ausência ou na dúvida, pela informação disponível. Mas porque apesar das pesquisas exaustivas, não consegui encontrar nenhuma lista que servisse de ponto de partida.

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As estrelas do devorismo | Carlos Matos Gomes

As principais estrelas dos devoristas de Novembro de 75 estão reunidas num ato celebratório em Almada, no Congresso do PSD. A data escolhida é muito apropriada. Estão no tempo certo para celebrar o saque que a contrarrevolução lhes proporcionou, mas argumentam com a liberdade ameaçada e o perigo da guerra civil. Seja. Para mim é matéria dada e para eles é matéria recebida. Voltemos aos nossos bolsos, o lugar onde tradicionalmente trazemos a carteira com todos os nossos cartões, os do dinheiro e os que dizem quem somos, o do cidadãos e o do contribuinte. Para o cerimonial dos devoristas ser perfeito, em vez de um pavilhão em Almada deveriam reunir-se na antiga sede do BPN, na rua Marquês de Fronteira, a grande obra dos devoristas, que hoje são oligarcas impolutos. Mas atrás de uma grande fortuna há sempre um crime. A frase é atribuída de Balzac, e convém recordá-la, porque estes crimes não passam no Correio da Manhã.

O suplemento «Dinheiro Vivo», do Diário de Notícias de 6 de Maio de 2019 apresentava um resumo da situação que está a ser comemorada, como um passo para impor uma ideologia que promova a sua ascensão política ao centro das decisões do Estado e de, a partir dele, ao poder de saque sobre as riquezas nacionais. Os devoristas do 25 de Novembro pretendem celebrar a reconquista da banca e do poder de obrigar o Estado a pagar os riscos dos negócios especulativos, de tornar o negócio da banca sem riscos e com alta rentabilidade. A Banca, é a Banca, estúpidos que se celebra. estamos exatamente no mesmo ponto que levou o fundador da família a confessar o segredo do poder: ‘’Deixem-me emitir e controlar o dinheiro de uma nação e não me importa quem faz as suas leis’’.

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RISCOS PARA AS NOSSAS LIBERDADES | José Pacheco Pereira | 01.05.2016

Três riscos corre hoje a nossa liberdade:

  1. Primeiro, o risco de perdermos o controlo democrático sobre o nosso país. O risco de que o nosso voto valha menos ou não valha nada. O risco de ter um parlamento que não pode cumprir a sua mais nobre função: decidir sobre o orçamento dos portugueses. O risco de termos também nós, como os colonos americanos no taxation without representation, e fizeram uma revolução por causa disso. O risco de sermos governados de fora, por instituições de dúbio carácter democrático, que decidem sobre matérias de governo, em função de interesses que não são os interesses nacionais, e cujos custos o povo português paga.

2. Segundo, o risco de que o estado abuse dos seus poderes, como já o faz. Não só o estado tem hoje uma panóplia vastíssima de meios para nos controlar e vigiar, como os usa sem respeito pela autonomia, liberdade, identidade dos cidadãos.

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Um “milagre económico”: a descrição da economia portuguesa pelo Nobel da Economia Paul Krugman. | in Jornal Expresso

“Portugal é uma espécie de milagre económico”, diz ao “Jornal de Negócios” Paul Krugman, economista norte-americano que venceu o Nobel em 2008. E como chegámos a este milagre? É “misterioso”

Portugal tem-se mantido forte a nível económico nestes últimos anos, estando melhor que a maioria dos países europeus, mas isso não significa que os problemas tenham acabado ou que esteja livre de riscos. Ainda assim, Paul Krugman, economista norte-americano e prémio Nobel da Economia em 2008, disse que “Portugal é uma espécie de milagre económico”, em entrevista ao “Jornal de Negócios”, publicada esta terça-feira.

Já na comparação com 2013 – ano em que disse que Portugal era um país pobre e com problemas estruturais -, Krugman indica que são “muito menos” os problemas hoje em dia.

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Irmão de Marcelo responde a António Costa e diz que “falta de bom senso” é manter no Governo pessoas “quando já estão descredibilizadas”

Como militante do PS, António Rebelo de Sousa, assumiu por fim que apoiava José Luís Carneiro que “representa a terceira via entre o neoliberalismo conservador e o radicalismo de esquerda”.

António Rebelo de Sousa é irmão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mas também é militante socialista. Em declarações à rádio TSF, sábado à noite, no mesmo dia em que esteve reunida a comissão política do PS, António respondeu ao próprio secretário-geral do seu partido que acusou Marcelo de falta de “bom senso”.

“O que eu acho que é falta de bom senso é às vezes manterem-se certas pessoas no Governo quando elas já estão, de alguma forma, descredibilizadas junto da opinião pública e há um sentimento geral de que elas não devem continuar”, afirmou António Rebelo de Sousa, sem referir qualquer nome. No entanto, fica clara a sua discordância da conclusão do primeiro-ministro demissionário, António Costa. Disse ainda à TSF que isso é que era “falta de bom senso, sobretudo quando depois acaba por estar na origem de tudo aquilo que pode haver de pior em termos de evolução dos cenários políticos na vida política portuguesa”.

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PCP pede que se perca menos tempo “em tricas” e mais a responder aos problemas | in LUSA

Lisboa, 19 nov 2023 (Lusa) – O secretário-geral do PCP pediu hoje que se perca menos tempo “em tricas” institucionais e mais na resposta aos problemas da população, considerando “uma falácia” a ideia de que um Governo em gestão não pode agir.

Numa conferência de imprensa de apresentação das conclusões da reunião deste sábado do Comité Central do PCP, em Lisboa, Paulo Raimundo foi questionado sobre as palavras do primeiro-ministro, António Costa, que considerou que o Presidente da República teve falta de “bom senso” ao decidir dissolver o parlamento, considerando que foi uma opção “totalmente despropositada e desnecessária”.

Na resposta, o secretário-geral do PCP referiu que, apesar de o país estar numa crise política, a vida “das pessoas está em crise há muitos meses” e destacou que a decisão do Presidente da República está tomada e não suscita “nenhuma dúvida”.

“Talvez o melhor seja aproveitar este tempo que temos – ainda temos algum tempo – não para perder tempo em tricas, mas sim para perder tempo na resolução dos problemas das pessoas”, defendeu.

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José Luís Carneiro elogia “contas certas” de Fernando Medina

O candidato à liderança do PS José Luís Carneiro elogiou hoje o ministro das Finanças, Fernando Medina, pelas “contas certas” do país, salientando que as dívidas são para pagar.

José Luís Carneiro falava aos jornalistas à entrada para a Comissão Nacional do PS, no Parque das Nações, em Lisboa, ocasião em que destacou Fernando Medina, seu apoiante na corrida à liderança dos socialistas, depois de a agência de notação financeira Moody’s, na sexta-feira, ter subido o ‘rating’ de Portugal de ‘Baa2’ para ‘A3‘, com a perspetiva de positiva para estável.

“Quero felicitar o ministro das Finanças, porque a notação financeira do país é muito positiva e representa um sinal de confiança dos investidores no país.

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António Costa desmente Marcelo e deixa dois recados a Belém

Dois dias depois de o Presidente da República ter dito que António Costa lhe pediu para que se encontrasse com a Procuradora-geral da República, o primeiro-ministro demissionário veio agora desmentir Marcelo Rebelo de Sousa. E aproveitou para lançar uma farpa para Belém: “Em oito anos, nunca transmiti publicamente ou comentei publicamente aquilo que são as minhas conversas com o Presidente da República”. Aos jornalistas, durante a Comissão Nacional do PS, António Costa criticou ainda a escolha de Marcelo Rebelo de Sousa em marcar eleições legislativas, acusando o Presidente da República de falta de “bom senso”.

“O Chega não existe para governar, o Chega existe para contestar, para perturbar” (António Costa)

TROPEÇAR NA PRÓPRIA ESPADA | Viriato Soromenho Marques | in DN 18-11-23

Se no futuro alguém escrever a História de 2023, é provável que os atuais acontecimentos portugueses nem mereçam uma nota miudinha de rodapé. Pelo contrário, merece toda a atenção o apuro em que se encontram os EUA, o aliado central de Portugal e maior superpotência militar mundial.

Como sempre acontece com todas as grandes potências em declínio, ocorrem dois fenómenos simultâneos: a) existe uma crença e aposta na força militar, como se este instrumento fosse também um fim em si próprio; b) a incompreensão da supremacia da política sobre a coação das armas, acaba por desperdiçar os próprios sucessos militares, levando ao fracasso dos objetivos estratégicos visados.

Um exemplo contemporâneo da ilusão sobre as virtualidades do poderio militar, concebido como separado de uma política prudente e realista, foi a conduta alemã na II Guerra Mundial. Quanto mais sucessos as forças armadas germânicas obtinham (consideradas as tecnicamente mais competentes da II GM), mais Hitler delas exigia.

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Eles não têm perdão! | por Carlos Matos Gomes

O eles são os israelitas. Como já foram os nazis. Os israelitas, os seus chefes, tropas e indivíduos não têm perdão pelo genocídio que estão a cometer. Não é uma questão de julgamento moral, é uma conclusão racional. E não é minha, é de uma filósofa judia: Hanna Arendt.

Em «A condição humana» Arendt tece várias considerações na caraterização do perdão. Ela sustenta que o perdão, assim como a promessa, só possui realidade num contexto de pluralidade, uma vez que se baseiam em experiências que ninguém pode ter consigo mesmo e necessitam de outros. Ninguém se pode perdoar a si mesmo. Para Arendt, a descoberta do papel do perdão tal como o entendemos nas sociedades ocidentais deve-se a Jesus de Nazaré, e ela atribui mais importância ao facto dessa descoberta ter sido feita no âmbito da vida em comum das comunidades do que ao contexto religioso. A relevância atribuída por Jesus Cristo radicaria, segundo Arendt, na experiência política da vida comunitária e resultaria da necessidade e não da moral. Perdoar está associado ao facto de que na vida em comum a ofensa, ao contrário do crime e do mal voluntário, é uma ocorrência quotidiana, e para a vida social ser possível, para que a vida possa continuar e para se restabelecer a teia de relações, é necessário o perdão, desobrigando os homens daquilo que fizeram, desde que com a disposição para mudar de comportamento e recomeçar com uma nova atitude.

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EDITORIAL | Verdad y justicia en Portugal | El País

18-11-2023 | La acusación de la fiscalía que hizo dimitir a António Costa y cuya gravedad rebajó el juez debe aclararse cuanto antes.

El 7 de noviembre una operación judicial contra la corrupción provocó la caída del Gobierno socialista portugués, sustentado por una mayoría absoluta elegida hace menos de dos años. La Fiscalía —que en Portugal tiene una autonomía y unas competencias mayores que en España— ordenó 42 registros, detuvo a cinco personas e informó de que el Tribunal Supremo investigaría al primer ministro, António Costa, para esclarecer su papel en la aprobación de dos explotaciones de litio y un gigantesco centro de datos en Sines, la mayor zona portuaria del país, promovido por una empresa que había contratado como consultor a uno de sus mejores amigos. El primer ministro dimitió de inmediato y, días después, pidió perdón por haber nombrado jefe de gabinete a Vítor Escária, uno de los detenidos, que guardaba 75.800 euros en sobres en su despacho. El presidente de la República decidió convocar elecciones anticipadas el 10 de marzo.

La estabilidad política asociada desde 2015 a la figura de António Costa se hizo añicos.

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Os moderados  | os bagageiros e os vendedores de banha de cobra dos neoliberais

O moderado é o neoliberal que serve de bagageiro ao radical fascista e lhe vende a banha de cobra sem assustar a clientela.

Nos próximos tempos vamos ouvir falar muitas vezes de moderados e de radicais extremistas. Convém falarmos acerca das propriedades e dos êxitos dos moderados. Do contributo que deram à humanidade e que pretendem continuar a dar.

Vários livros ao longo dos tempos têm referido a “hora dos lobos” — Um, de Harald Jahner: A Alemanha depois da guerra. Um país em dissolução. Pessoas dispersas, desalojados, ocupantes, culpados. Pilha-se, rouba-se, inventam-se novas identidades. Outro, Alcateia, de Carlos de Oliveira.

Moderado é um título valioso nesta hora de lobos. O moderado é um género de canivete suíço da política ou um daqueles bonés americanos de basebol: one size fits all. Serve a todas as cabeças. Qual é a razão do sucesso dos moderados? O êxito dos moderados é que eles contribuem para a redução do ser humano à condição de animal doméstico, afável, obediente, crente no que lhe é fornecido como alimento espiritual pelos grandes meios de manipulação ao serviço dos poderes de facto, as grandes corporações e os seus clubes. É um ser acrítico e banal.

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Líder do Partido Socialista Europeu iliba António Costa e repreende a Justiça portuguesa | in ECO

António Costa era há muito apontado para um cargo europeu, mas essa hipótese parecia ter caído por terra quando se demitiu depois de ser visado numa investigação judicial, na sequência de um caso que envolve o seu “melhor amigo” e o chefe de gabinete. Porém, a hipótese continua em cima da mesa, pelo menos para os socialistas europeus. O secretário-geral do Partido Socialista Europeu (PSE) assegura que a reputação de Costa “permanece intacta”.

Giacomo Filibeck, secretário-geral do PSE, refere ao jornal Politico que o primeiro-ministro português tem “a reputação de um político honesto que coloca sempre acima de si a integridade das instituições”.

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Fim do apoio ocidental pode dar à Rússia oportunidade para vencer guerra – Análise | in LUSA

O Institute for the Study of War (ISW), um centro de análise com sede nos Estados Unidos, explicou que a atual “guerra posicional” na Ucrânia “não se baseia numa paridade permanente na capacidade militar entre a Rússia e a Ucrânia, que continuará indefinidamente, independentemente do apoio ocidental a Kiev”.

“Resulta, pelo contrário, de limitações autoimpostas às tecnologias que o Ocidente tem estado disposto a fornecer à Ucrânia e de restrições à base industrial de defesa russa resultantes, em grande parte, da relutância do Presidente russo, Vladimir Putin, até agora, em comprometer totalmente a Rússia nesta guerra”, explicou este instituto na sua análise enviada em comunicado.

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Operação influencer: STJ deve esclarecer situação penal de Costa depressa e antes das eleições, diz Santos Silva | in LUSA

Lisboa, 15 nov 2023 (Lusa) – O presidente da Assembleia da República considerou hoje que o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) tem de esclarecer depressa, antes das eleições, a situação penal do primeiro-ministro, frisando que o caso abriu uma crise política.

“É um caso muitíssimo grave e é muito importante que se esclareça o mais depressa possível. Creio que temos o direito de pedir ao STJ que seja lesto na realização do inquérito”, declarou Augusto Santos Silva.

Esta posição foi defendida pelo ex-ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiro em entrevista à RTP3, depois de questionado sobre o processo judicial que conduziu à demissão de António Costa das funções de primeiro-ministro.

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Perante o horror, o silêncio de Deus | por Anselmo Borges, in DN 04-11-2023

Actualmente, porque, com a televisão, temos acesso às imagens, talvez seja sobretudo perante os horrores das guerras que se pode ficar estarrecido perante o silêncio de Deus. São bombardeamentos que não deixam pedra sobre pedra, que matam indiscriminadamente homens, mulheres, crianças, e ficamos esmagados sobretudo pela dor, o clamor, as lágrimas, a desorientação das crianças inocentes. Onde está Deus?

Joseph Ratzinger, chamado aos 17 anos para o serviço militar do Reich, foi desertor e prisioneiro dos americanos. Já Papa Bento XVI, como já aqui escrevi, esteve em Auschwitz e fez um discurso dramático e deveras emocionante: “Tomar a palavra neste lugar de horror, de crimes contra Deus e contra o ser-humano sem precedentes na História, é quase impossível, e é particularmente difícil e deprimente para um cristão, para um Papa que procede da Alemanha. Num lugar como este faltam as palavras; no fundo, só há espaço para um atónito silêncio, um silêncio que é um grito interior para Deus: Por que te calaste? Por que quiseste tolerar tudo isto? Onde estava Deus nesses dias? Por que se calou?”

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Requiem for the American Dream with Noam Chomsky DOCUMENTARY Politics, Philosophy

Thank you to all of the people who made this video possible, and thank you so much for posting this video. This is the most important critical analysis of america ever made. Noam Chomsky: the definition of a wise and decent human being

Directed by: Peter D. Hutchinson, Kelly Nyks, Jared P. Scott Starring: Noam Chomsky

25/02/2023 | REQUIEM FOR THE AMERICAN DREAM is the definitive discourse with Noam Chomsky, widely regarded as the most important intellectual alive, on the defining characteristic of our time – the deliberate concentration of wealth and power in the hands of a select few. Through interviews filmed over four years, Chomsky unpacks the principles that have brought us to the crossroads of historically unprecedented inequality – tracing a half-century of policies designed to favour the most wealthy at the expense of the majority – while also looking back on his own life of activism and political participation. Profoundly personal and thought-provoking, Chomsky provides penetrating insight into what may well be the lasting legacy of our time – the death of the middle class and swan song of functioning democracy. A potent reminder that power ultimately rests in the hands of the governed, REQUIEM is required viewing for all who maintain hope in a shared stake in the future.

A glória da amizade é ser apenas presente Miguel Esteves Cardoso, in ‘Explicações de Português’

“A decadência da amizade entre nós deve-se à instrumentalização que tem vindo a sofrer. Transformou-se numa espécie de maçonaria, uma central de cunhas, palavrinhas, cumplicidades e compadrios. É por isso que as amizades se fazem e desfazem como se fossem laços políticos ou comerciais. Se alguém «falta» ou «não corresponde», se não cumpre as obrigações contratuais, é logo condenado como «mau» amigo e sumariamente proscrito. Está tudo doido. Só uma miséria destas obriga a dizer o óbvio: os amigos são as pessoas de que nós gostamos e com quem estamos de vez em quando. Podemos nem sequer darmo-nos muito, ou bem, com elas. Ou gostar mais delas do que elas de nós. Não interessa. A amizade é um gosto egoísta, ou inevitabilidade, o caminho de um coração em roda-livre.

Os amigos têm de ser inúteis. Isto é, bastarem só por existir e, maravilhosamente, sobrarem-nos na alma só por quem e como são. O porquê, o onde e o quando não interessam. A amizade não tem ponto de partida, nem percurso, nem objectivo. É impossível lembrarmo-nos de como é que nos tornámos amigos de alguém ou pensarmos no futuro que vamos ter.

A glória da amizade é ser apenas presente. É por isso que dura para sempre; porque não contém expectativas nem planos nem ansiedade”.

OS TINTUREIROS/AS | por José Gabriel

É assim: se se promove uma manifestação de milhares de pessoas por uma boa causa, tudo o que dela veremos, se tivermos sorte, serão uns segundos num recanto de um telejornal.

Se, pela mesma causa, um atrevido – ou uma atrevida – numa sessão mais ou menos solene, atirar uns borrifos de tinta a um ministro, deixando-lhe na caxemira do fatinho umas manchas, terá direito a abertura de telejornais, comentários de treta ou até com incursões psicossociológicas às profundezas da mente do/a autores, quiçá com uns pozinhos de psicanálise para totós. Mas a causa é falada, o efeito é conseguido.

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“No horizonte temos maus tempos à vista, por isso é bom o Governo comece a entesourar agora e que reduza a dívida pública” | Miguel Sousa Tavares | in CNN e TVI

Na “5º Coluna”, o espaço de comentário no Jornal Nacional da TVI, Miguel Sousa Tavares analisou as medidas previstas no Orçamento do Estado para 2024, considerando que este orçamento “tem várias coisas: umas são originais, outras são boas e outras são coisas que a ver vamos”. Por exemplo, “o fim das cativações é uma coisa original, porque durante muito tempo era o que impedia que houvesse investimento público”. Depois, diz o comentador, “é importante que pela primeira vez o Governo tenha criado um fundo de investimento estrutural, qye vai ser financiado, entre outras coisas, por receitas que virão da Brisa e por aquilo que sobra do orçamento excedentário – é importante, primeiro, porque está já a guardar dinheiro para quando acabar o dinheiro do PRR, e, segundo, porque estou de acordo com o princípio que Fernando Medina enunciou: quando há alguma folga orçamental o que devemos fazer? investir ou guardar para os tempos maus? Eu acho que no horizonte temos maus tempos à vista, por isso é bom o Governo comece a entesourar agora e que reduza a dívida pública.”

PRECISAMOS MESMO DE UM NOVO AEROPORTO? | RAZÃO E PRECONCEITO | por Viriato Soromenho Marques – DN

Como disse Einstein: “É mais fácil desintegrar um átomo que um preconceito”. Sobretudo, quando o preconceito alimenta uma restrita, mas influente, rede de interesses envolta na retórica do interesse nacional.»

«Numa notável crónica, Daniel Deusdado demonstrou de modo fundamentado e convincente a insensatez da insistência em construir na Margem Sul qualquer aeroporto complementar ao da Portela (DN, 07 03 2021). Mesmo antes da pandemia, todo este processo – que agora ainda fica mais desfocado com o ressuscitar da falsa opção entre Montijo e Alcochete – estava à partida programado para dar um resultado favorável, independentemente dos fortíssimos factores contrários: as irregularidades no processo de avaliação ambiental (tanto na vertente da protecção da biodiversidade como dos impactos das alterações climáticas); a falta de objectividade do Ministério do Ambiente; as objecções dos representantes dos pilotos sobre os enormes riscos colocados à segurança de aeronaves e passageiros; uma análise custo-benefício irrealista…

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POIS É! | Francisco Seixas da Costa

A causa ucraniana vive, desde o início do conflito, numa insuperável contradição: os democratas e amantes da liberdade que a apoiam sentem o desconforto de encontrarem, do mesmo lado da barricada, gente que, em tudo o resto, está nos antípodas das suas opções cívicas e políticas.

Retirado do Facebook | Mural de Francisco Seixas da Costa

6 Outubro 2023

Ai, a dívida | A ilusão da “folga orçamental” | por Vital Moreira, 11-09-2023

1. Pode parecer estranho regressar aqui aos alertas para o problema da dívida pública, quando o seu peso no PIB está a diminuir substancialmente e tudo indica que este ano haverá um excedente orçamental, e quando toda a gente, Governo e oposição, incluindo o PR, entende que há margem para reduzir os impostos. Penso, porém, que a “folga orçamental” é, em grande parte, ilusória e não tem fundamentos duradouros.

Por um lado, ela é produto de um excecional acréscimo das receitas públicas, mercê do processo inflacionista e da maciça transferência de fundos da UE no âmbito do PRR, que cobrem grande parte da despesa de investimento público e que estimulam o crescimento da economia. Por outro lado, o bom comportamento da economia e do emprego reduz a despesa social e aumenta a receita fiscal.

O que surpreende, nestas condições especialmente favoráveis, não é que haja “contas certas”, mas sim que elas não sejam robustamente excedentárias, levando à redução do próprio stock da dívida pública.

2. Ora, estes ventos favoráveis não vão durar sempre. 

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E o terramoto habitacional ainda vai no adro | Francisco Louçã, in Expresso

Um dos aspetos interessantes da evolução do discurso político é a franqueza com que alguns interesses sociais são hoje enunciados. É um novo padrão: em vez da universalidade, mesmo que camuflando uma divisão (“os portugueses de bem”), notam-se agora deslizes para estratégias do pionés. Veja-se o exemplo dos liberais: o seu pionés são os donos do Alojamento Local, a quem prometem mais dinheiro. O do governo é mais vasto: quer uma subida prolongada do preço da habitação, para seduzir este setor dos empresários do AL, de promotores imobiliários e de construtores de luxo e beneficiar o turismo, que entende ser o destino de Portugal. O resultado é um terramoto habitacional e o debate recente sobre uma medida – a proibição de compra de casa por não-residentes que não sejam emigrantes – faz luz sobre o assunto.

Se o mercado existisse, funcionaria?

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𝖮𝖲 𝖬𝖤𝖭𝖲𝖠𝖦𝖤𝖨𝖱𝖮𝖲 𝖣𝖠 𝖯𝖱𝖮𝖯𝖠𝖦𝖠𝖭𝖣𝖠 𝖳𝖮𝖱𝖯𝖤 | 𝙊𝙨 𝙘𝙖𝙩𝙖𝙫𝙚𝙣𝙩𝙤𝙨 𝙙𝙤 𝘾𝙤𝙢𝙚𝙣𝙩á𝙧𝙞𝙤 | 𝖯𝗈𝗋 𝖢𝖺𝗋𝗅𝗈𝗌 𝖡𝗋𝖺𝗇𝖼𝗈 (𝖬𝖺𝗃𝗈𝗋-𝖦𝖾𝗇𝖾𝗋𝖺𝗅) 

A «operação especial» levada a cabo pela Rússia na Ucrânia tem captado a atenção internacional e, em particular, a europeia. Desde a primeira hora que considero ser a solução diplomática o caminho para a paz. Contudo, uma máquina de propaganda bem oleada tem passado a ideia de que era possível uma vitória ucraniana rápida e fácil, o que não coincide com os factos. Apesar desta realidade ser cada vez mais incontornável, os mensageiros dessa propaganda, que repetiram e amplificaram a vitória ucraniana como certa dizendo tudo e o seu contrário, contribuíram para a manipulação da opinião pública que, no momento presente, é confrontada com o falhanço da estratégia de Biden e com a necessidade de uma solução política.

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“Onde vamos parar se formos financiar a habitação?” questiona a Comissão Europeia | in Lusa e RTP

A Comissária Europeia Elisa Ferreira considerou hoje difícil que sejam canalizados novos fundos no imediato para o problema da habitação, admitindo que, no futuro, possa haver fundos da coesão para esse objetivo se sujeitos a visão de longo prazo.© Fornecido por RTP.

“A habitação é um poço sem fundo. Onde vamos parar se formos financiar a habitação? Não quer dizer que não o possamos fazer, temos de trabalhar muito bem para que, sem uma lógica de fundo de reequilíbrio, não se vá gastar verbas preciosas. (…) Convém não criar um instrumento que seja água no deserto”, disse durante uma entrevista promovida pelo Clube de Jornalistas, em parceria com a agência Lusa e a Escola Superior de Comunicação Social, no âmbito dos 50 anos das comemorações do 25 de Abril e dos 40 anos do clube.

“No imediato vai ser difícil, mas quem sabe”, acrescentou, pois a Comissão Europeia não decide sozinha e discute as áreas a intervir com o Parlamento Europeu e os governos.

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Marcelo | Decisão do BCE é “dor de cabeça para governos” e “favorece radicalismos” | in DN.pt

O Presidente da República considerou que a decisão do BCE de subir novamente as taxas de juro “é uma dor de cabeça para todos os governos” e que no plano político favorece os radicalismos e populismos.

Em declarações aos jornalistas à entrada do Centro Canadiano de Arquitetura, em Montreal, durante a sua visita oficial ao Canadá, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que falta na mensagem do Banco Central Europeu (BCE) “um sinal de esperança” e qualificou a sua posição como “muito rígida”.

Segundo o chefe de Estado, “isto é penalizador para todos os governos, todos os governos”, e “o Governo português tem feito o que pode em termos de ajudas sociais neste colete de forças, mas sempre com o BCE a dizer em geral aos governos para fazerem menos de ajudas sociais”.

O Presidente da República apontou a linha seguida pelo BCE como “um colete de forças europeu” que “é uma dor de cabeça para todos os governos e para todos os cidadãos europeus”.

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Quanto vale a União Europeia? Vale mais ou menos que Israel? Ou que o Japão? Ou que a Coreia do Sul? Ou que Taiwan? | por Carlos Matos Gomes

Estas são as minhas interrogações depois de ler o que saiu na comunicação social a propósito do discurso do estado da União Europeia apresentado pela presidente da respetiva comissão!

A resposta da presidente da Comissão Europeia fintou-me. Respondeu com promessas de salvação baseada em desejos, em crenças, em fé à minha boa vontade de entender o que ia nas cabeças das altas instâncias da União. o Discurso, o que li e ouvi dele, recordou-me o texto do capataz da propriedade de aristocratas franceses, à patroa: a propriedade está a arder, mas tudo vai bem, europeus. Tout va bien, madame la marquise.

Mas, ao contrário da carta do administrador da propriedade à marquesa a comunicar o desastre, é, neste caso, a Madame da União Europeia que afirma aos súbditos que tudo vai bem, embora a propriedade esteja a arder.

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ONU | crise na habitação mina confiança dos jovens no sistema político | Volker Türk, Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos | in Lusa

“Acabar com o problema dos sem-abrigo e garantir Habitação a Preços Acessíveis estão firmemente integrados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. São também um imperativo dos direitos humanos” | Crise na habitação faz com que jovens não confiem nos políticos | © Foto de Ev na Unsplash |

11 de setembro de 2023

Sessão de abertura da 54.ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, que decorre até 13 de outubro em Genebra, Suíça.


O alto comissário das Nações Unidas para os direitos humanos advertiu esta segunda-feira (11 de setembro de 2023) que a “aparente indiferença” dos dirigentes políticos relativamente à crise no acesso à habitação, “especialmente evidente em grande parte do mundo industrializado”, mina a confiança dos jovens nos políticos.

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Carlos Moedas considera que falta a Portugal “audácia para fazer coisas” | in LUSA

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, considera que falta a Portugal “audácia para fazer coisas” e “não ter medo de fazer coisas”, referiu na Universidade de verão do Instituto +Liberdade, em Fátima.

“Aquilo que falta muito no nosso país é a audácia para fazer coisas, não ter medo de fazer coisas, de dizer coisas, não ter medo dos outros, não ter medo da hierarquia e não ter medo do sistema que está à nossa volta”, afirmou o autarca do PSD, em Fátima, no concelho de Ourém, distrito de Santarém.

Carlos Moedas exemplificou com a ideia de Lisboa ser a capital da inovação e trazer para a capital a Fábrica dos Unicórnios, “ideia que até foi ridicularizada” por alguns. “Atraímos 12 unicórnios. Tínhamos sete em Portugal. Por que é que vieram? Porque alguém, e uma equipa, tiveram a audácia de não ter medo de os ir buscar”, frisou.

O autarca defendeu que a liderança política moderna deve assentar em três pilares, aqueles que também o regem: impacto, intimidade e inspiração.

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Francisco Louçã diz que desigualdade social, guerra e clima impõem ameaça de “agressividade extrema” | Lusa/RTP

“Vivemos ameaçados por uma agressividade extrema, que é o extremismo de uma guerra, a ameaça do desastre climático, o `apartheid` social, a desigualdade social o enriquecimento de alguns para o empobrecimento de muitas pessoas, a desigualdade entre homens e mulheres”, considerou Francisco Louçã.

O bloquista falava à agência Lusa no final de uma “aula”, com base em imagens, pinturas e cartazes, em que falou do que leva “da utopia à distopia”, uma aula enquadrada no Fórum Socialismo, que decorre em Viseu, e marca a `rentrée` política do Bloco de Esquerda.

“Vivemos numa sociedade que se torna muito opressiva e muito ameaçadora. A segurança das pessoas, a tranquilidade das pessoas é violentada permanentemente pelo aumento dos juros ou pela dificuldade de alugar um quarto para os filhos, ou pelos empregos precários, ou salários baixos. A vida é um susto”, acrescentou.

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HPA – HABITAÇÃO DE PREÇOS ACESSÍVEIS | reflexão/sugestão | Resposta do PCP

Caro amigo

Registámos o conjunto de ideias e sugestões avançadas, contudo queremos sublinhar 3 aspectos:

1) Sem prejuízo do papel das Câmaras Municipais sublinhamos que de acordo com a Constituição da República Portuguesa cabe ao Estado ter o papel nuclear de assegurar o direito de todos viverem numa habitação condigna. De facto só o Estado está em condições de se assumir como grande promotor público de habitação intervindo no mercado de arrendamento com rendas compatíveis com o rendimento disponível das famílias.

2)  A emergência de por fim à lei dos despejos/Cristas e limitar o valor das rendas

3) Impor à banca que o aumento contínuo das taxas de juro (impostas pelo BCE) sejam suportadas pelos bancos que continuam a acumular lucros fabulosos

Por último queremos crer que o problema da diferença de opinião entre as diversas forças políticas reside nos interesses de classe que cada um defende, ora PS, PSD, CDS,CH e IL partilham e suportam interesses comuns ou seja os grandes e poderosos, a especulação imobiliária em confronto com a maioria que é classe trabalhadora.

Com os melhores cumprimentos,

O Gabinete Técnico do Secretariado do Comité Central

 08/09/2023

Aeroporto de Lisboa: no fio da navalha entre a ambição ou a mania das grandezas | José Furtado | Jornal O Mirante

A Comissão Técnica “Independente” (CTI) autoproclama-se ambiciosa na observação das soluções aeroportuárias. Para fazer jus à ambição, escolhe uma localização (CT Alcochete) que custa o dobro da ampliação mais cara da história da aviação.

Já é público que a CTI tem uma visão muito ambiciosa, a qual até serviu para justificar a exclusão de soluções aeroportuárias pela sua pequenez. Mas não disse ao país o tamanho comparativo do seu ego.

Para o país poder ter a noção da dimensão do ego da CTI, a comparação será com os casos mundiais extremos: a) na ampliação da plataforma aeroportuária, com Osaka-Kansai, a mais cara até hoje e b) na “cidade-aeroportuária”, com o primeiro aeroporto em carga (Hong Kong) antes da pandemia.

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1) HUB Alverca longo-curso / Portela médio-curso | ver também textos 2) e 3)

Esta é uma proposta autónoma-independente promovendo o desenvolvimento de Lisboa como HUB intercontinental de tráfego aéreo, e capaz de rapidamente resolver o presente obstáculo aeroportuário ao crescimento turístico de Portugal, sem comprometer a segurança / competitividade / sustentabilidade no horizonte da concessão aeroportuária (ano 2062).

Tem como principais objectivos: (clicar e abrir o artigo em Continuar a ler)

Colocado inicialmente em 23 de Março de 2023

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Presidente da República defende que jovens são “realidade prioritária” | in ECO.pt

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou esta sexta-feira as medidas de apoio aos jovens, anunciadas pelo primeiro-ministro e secretário-geral do PS na Academia Socialista, realçando que são uma prioridade.

“Para jovens, o leque de medidas tem aspetos muito positivos, uns mais marcantes e mais amplos num espetro, outros num universo mais pequeno. Agora, não há dúvida que os jovens são uma realidade prioritária em termos económicos e sociais“, afirmou o Chefe de Estado, em declarações transmitidas pela RTP3.

Marcelo respondia aos jornalistas acerca das medidas que António Costa anunciou na noite de quarta-feira para a geração mais qualificada e “realizada” de sempre, com o objetivo de a “agarrar” ao país.

Entre elas constam a devolução de um ano de propinas por cada ano de trabalho em Portugal, IRS zero para os rendimentos de primeiro ano no mercado laboral, passe de transportes grátis para jovens até aos 23 anos, apoio entre 200 e 300 euros (consoante o conselho) ao alojamento escolar para estudantes deslocados e um cheque-livro para cada cidadão que reside em Portugal e faça 18 anos.

História de Joana Abrantes Gomes 

Reflexão dominical | Sobre “diálogos” políticos

Verificamos que são constantes as críticas que os Partidos fazem às leis e decisões que os Governos implementam. É normal, é democrático, está previsto na Constituição a liberdade de opinar e criticar. Mas sempre que, e concretizando, os Partidos criticam e mesmo votam contra leis de quem está no Governo, deveria ser, ao menos moralmente obrigatório, apresentar medidas corretivas e/ou mesmo leis inteiramente diferentes.

E damos um exemplo recente: a atual Maioria do Parlamento votou e aprovou a chamada Lei “Mais Habitação”. Todos os Partidos votaram contra. Mas ainda hoje não nos deram a conhecer as suas propostas de decretos-lei que contrapropõem. Falam, gritam, estridentemente botam discursos com “palavras” feitas contra o que foi aprovado. Mas raramente dizem como fariam e/ou apresentam alternativas claras e completas.

Está mal, meus senhores. É anti-democrático na forma e no conteúdo e na atuação. E dão uma prova declarada de “má-fé”.

As estridências discursivas são ridículas. E hipócritas quando não são acompanhadas de imediato com soluções alternativas bem explícitas.

Ganhem maneiras, minhas senhoras e meus senhores Políticos. Sejam simplesmente democratas. E respeitem o Povo que vos elege.

Vítor Coelho da Silva | 03-09-2023

Marcelo Rebelo Sousa diz que a “russofobia” é “estúpida” | in ECO

Marcelo Rebelo de Sousa disse que nunca alimentou a “russofobia”, referindo que é um “disparate total” aquilo a que se assistiu quanto à marginalização da história e cultura russa. A intervenção, transmitida pela RTP3, foi feita na universidade de Verão do PSD em Castelo de Vide, Portalegre.

“Independentemente daquilo que se pense sobre a guerra, é um disparate total aquilo a que se assistiu”, de não se tocar mais compositores russos, não se passar mais filmes russos, de toda a história russa ser esquecida e de toda a cultura russa ser omitida, defendeu Marcelo.

“Isso é uma coisa sem senso, e quem pensa assim, quem reage assim, perde boa parte da sua razão quando defende a causa que quer defender. É uma forma estúpida de defender uma causa, que é realmente uma ofensa à inteligência e uma ofensa àquilo que deve ser a nossa visão do mundo”.

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Portugal: porquê o país do salário de mil euros?

O QUE ANDO A LER | Pedro Lima, Adjunto de Economia do Jornal Expresso.

Assume-se como “o novo livro do desassossego” e acaba de ser lançado: “Portugal: porquê o país do salário de mil euros?”, parte de um primeiro diagnóstico, feito em 2002 e organizado por Luís Valadares Tavares, Abel Mateus e Francisco Sarsfield Cabral, com o título “Reformar Portugal. 17 estratégias de mudança”. O mesmo Luís Valadares Tavares juntou-se agora a um seu ex-aluno, o também professor universitário João César das Neves, para analisar os avanços e recuos dos últimos 20 anos, sob o mote de “seis grandes ambições”: o rendimento dos trabalhadores, a desigualdade social, o planeamento das infraestruturas, a saúde, a educação e as finanças públicas.

A ideia foi identificar “seis bloqueios ao desenvolvimento”, que passam pelo Estado, pela produtividade, pela lei laboral, pela saúde, pela educação e pelo mercado de capitais, o que fazem numa conversa em que vão alternando os papéis de entrevistador e de entrevistado. É na qualidade de entrevistado que César das Neves nos recorda, logo no início, que “Portugal é um país indiscutivelmente rico” mas apesar disso “a nossa economia ainda está assolada por graves contrastes, sendo o nível de salários um dos mais gritantes”. “Assim que chegámos ao grupo de cima, apagámos a chama, danificando fortemente as nossas ambições”. Eis o ponto de partida para esta análise à economia portuguesa.

General Raul Luís Cunha | Uma Razão para o apoio dos EUA à Ucrânia

Qual é uma das razões porque os EUA estão a enviar tanto armamento para a Ucrânia?  Seguramente não se trata de caridade cristã.  O que acontece simplesmente é que três grandes multinacionais americanas compraram a Zelensky 17 milhões de hectares das férteis terras negras da Ucrânia. 

Essas multinacionais são a Cargill, a Du Pont e a Monsanto (que embora formalmente seja uma empresa germano-australiana, tem capital americano).  Cerca de cinco por cento das terras agrícolas da Ucrânia também foram compradas pela China.

Para se ter uma ideia aproximada de a quanto correspondem 17 milhões de hectares, basta pensar que toda a Itália tem 16,7 milhões de hectares de terras agrícolas.  Ou seja, aquelas três empresas americanas compraram mais terras agrícolas aráveis na Ucrânia do que as existentes na Itália.

E quem são os acionistas dessas três empresas?  Sempre os mesmos: Vanguard, Blackrock, Blackstone.  Ou seja, as mesmas 3 empresas financeiras que controlam quase todos os bancos do mundo, bem como todas as grandes empresas de armamento do globo.  Ou seja, têm sempre os sus lucros garantidos.

Por isso mesmo, já no período que antecedeu a eclosão da guerra na Ucrânia, houve um forte aumento dos preços das rações (Cargill e Du Pont) e dos fertilizantes (Monsanto-Bayer) – isto porque foram informadas sobre tudo o que se iria passar.

Os meios de comunicação social do ocidente divulgam e fazem a propaganda da guerra, obviamente – pois pertencem às mesmas Vanguard, Blackrock e Blackstone.  E Biden quer prosseguir a guerra – porque, também obviamente, foi eleito por essa mesma poderosa tríade.

Retirado do Facebook | Mural de Raul Luís Cunha

Chico Buarque define solidão

Solidão não é a falta de gente para conversar, namorar, passear ou fazer sexo… Isto é carência!

Solidão não é o sentimento que experimentamos pela ausência de entes queridos que não podem mais voltar… Isto é saudade!

Solidão não é o retiro voluntário que a gente se impõe, às vezes para realinhar os pensamentos… Isto é equilíbrio!

Solidão não é o claustro involuntário que o destino nos impõe compulsoriamente… Isto é um princípio da natureza!

Solidão não é o vazio de gente ao nosso lado… Isto e circunstância!

Solidão é muito mais do que isto…

SOLIDÃO é quando nos perdemos de nós mesmos e procuramos em vão pela nossa alma.

Francisco Buarque de Holanda (Poeta, compositor e cantor)

Juventude Comunista Portuguesa | JMJ | DN

A JMJ, enquanto momento de grande dimensão juvenil representa um potencial espaço de partilha, reflexão e convergência em defesa de valores como a paz, a fraternidade, o combate à pobreza, precariedade e às desigualdades, a que a JCP atribui uma importância redobrada.

O dado mais surpreendente nesta adesão – aliás publicamente salientado pelo Presidente da República – foi uma nota publicada no Twitter pela JCP, a organização de juventude dos comunistas: “A JMJ, enquanto momento de grande dimensão juvenil representa um potencial espaço de partilha, reflexão e convergência em defesa de valores como a paz, a fraternidade, o combate à pobreza, precariedade e às desigualdades, a que a JCP atribui uma importância redobrada.”

Mas o próprio PCP salientou no seu site a presença do seu secretário-geral, Paulo Raimundo, no encontro que o Papa teve, no CCB, com as autoridades nacionais, sublinhando que produziu um discurso “com significado”, nomeadamente na “condenação” das “dificuldades e da precariedade que muitos jovens enfrentam” – “preocupações” que têm “muita relevância”. A esta nota, os comunistas relacionaram ainda uma outra, com vídeo, onde João Ferreira, vereador dos comunistas em Lisboa, associou o partido ao “acolhimento da cidade de Lisboa aos muitos milhares de jovens” que vieram à JMJ, dizendo ainda que o chefe da Igreja Católica produziu “palavras com significado que sublinhamos e valorizamos”.

09/08/2023 | Diário de Notícias

HABITAÇÃO PARA TODOS – TEMA DE UMA VIDA | João Paciência, Arquitecto

Era um dos temas sempre sublinhados por um dos meus mestres mais queridos e combativos !

Que com a Paz, Pão, Trabalho, Saúde e Habitação, se reproduziam num refrão aparentemente esquecido, mas malgré tout, integrado na nossa Constituição !

E a Habitação aí está de novo a vir da nossa memória a tornar-se absolutamente urgente resolver !

Agora filtrada por concursos, filtrados por plataformas electrónicas, filtrada por muitos e muitos gabinetes que são obrigados a fazer projectos completos com custos e tempos e contratos leoninos, de responsabilidades e tramitação impossíveis, filtrados por leis e artigos, que assustam quem se queira atrever a tentar !

E muitos se recusam, quando era tão simples poder escolher uma ideia que explicitasse uma boa solução em planta dos fogos a construir e de uma imagem que dignificasse uma rua, uma praça, o que fosse !

Ideia que se podia pedir fosse feita numa simples semana, num simples esboço que, feita a escolha evitando a entrega direta, pudesse então dar suporte ao desenvolvimento do projeto, com ou sem a participação logo articulada com um candidato construtor, e assim avançar rápido para a sua concretização urgente !

Ressalvando-se sempre todas as obrigações legais e temporais planificadas atempadamente!

Retirado do Facebook | Mural de João Paciência , Arquitecto

Raul Luís Cunha | As posições dos comentadores militares sobre o conflito na Ucrânia

Aproveitando e copiando uma grande parte do notável texto, em resposta aos dislates do coronel DFA, pelo meu amigo MGen Carlos Branco (a quem pedi autorização para o efeito) e após introduzir as necessárias alterações para o referir à minha pessoa e acrescentar algo da minha lavra, especialmente o adjectivar que me é característico, produzi o artigo que se segue e que mais uma vez importa salientar – só foi possível graças ao extraordinário talento do meu Camarada:

“As posições dos comentadores militares sobre o conflito na Ucrânia podem ser, em termos genéricos, divididas em dois grupos, cujos fundamentos reflectem, curiosamente, as suas experiências profissionais. De um lado estão os que estiveram na guerra e, do outro, os que não estiveram (ter passado pela ex-Jugoslávia, quando já não havia guerra, ou mesmo no Afeganistão, mas sem sair do alojamento, não conta como guerra). As vivências pessoais parecem afectar o modo como se percepcionam os acontecimentos. Se é que é possível enquadrar a posição dos indefectíveis apologistas do Zelensky, ela é mais característica do segundo grupo.

É infantil reduzir o presente conflito ucraniano a uma conveniente fórmula maniqueísta e despojá-lo da complexidade que ele encerra. Os bons contra os maus; de um lado, os invadidos, do outro, os invasores. Será, talvez, uma mensagem forte para efeitos de Comunicação Estratégica, porque é simples e fácil de ser apreendida, mas não é útil para ajudar a compreender um conflito complexo.

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Aeroporto da Portela | Vítor Coelho da Silva, Engº Civil

NOTA (mais recente) – Seria de reanalisar TAMBÉM o aproveitamento de ALVERCA como complementar à Portela – (Pista actual com 2,95 Kms e espaço para nova pista no Mouchão da Póvoa) ver VISTA DE PÁSSARO

O Aeroporto da Portela/Humberto Delgado, em Lisboa, foi inaugurado a 15 de outubro de 1942 (há 80 anos), e é o maior aeroporto português e um dos maiores do sul da Europa, estando dotado de duas pistas, uma de 3805 metros e outra de 2400 metros.

O Aeroporto da Portela serve de base às duas principais companhias aéreas portuguesas, a TAP e a Portugália.

Precisa de mais uma pista (de 4 kms) – e haverá espaço para a fazer a poente – puxando pelos pergaminhos da Engenharia Portuguesa, uma das melhores do Mundo, recorrendo eventual e parcialmente  a pista em viaduto, caso necessário, como se fez no Aeroporto da Madeira.

Precisa também de mais estacionamentos para os aviões junto a esta nova pista. (CONTINUA)

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1) Habitação acessível | por Luiz Sá Pessoa, Engº Civil

Sobre esta matéria tenho a fazer os seguintes comentários:

1. Todos os portugueses querem habitações mais baratas. 

2. O Estado, pela mão do governo , controla os custos finais em mais de 80% e sem a ação deste, com competência e medidas adequadas, tudo o resto será perda de tempo. 

Embora o diagnóstico esteja feito há muito tempo, vale a pena revisitar a receita da necessária ação do governo para reduzir os custos das habitações. Terá que incidir em:

a) redução do IVA para 6% nos materiais e nos fornecimentos de serviços;

b) redução dos prazos para resposta dos serviços públicos para análise e aprovação de estudos e projectos;

c) alteração da nova lei dos solos urbanos que transformou todos os solos urbanizáveis em solos rústicos, o que diminui a oferta de terrenos para construção e faz aumentar o seu custo;

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Aeroporto | Ministro das Infraestruturas defende seriedade do estudo da Comissão Independente

RTP – LUSA | 17/07/2023

O ministro das Infraestruturas recusou hoje que exista falta de transparência no trabalho da Comissão Técnica Independente de avaliação do novo aeroporto, defendendo a seriedade do estudo e mostra-se confiante de que não haverá atrasos na entrega.

João Galamba falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa, quando foi questionado sobre o trabalho dos peritos que estão a avaliar a localização do futuro aeroporto.

O ministro das Infraestruturas negou qualquer tipo de conflito com o facto da coordenadora da Comissão Técnica Independente (CTI), Rosário Partidário, ter feito parte da equipa do LNEC que esteve no estudo que depois levou a uma das opções em 2008.

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GUERRA, DESINFORMAÇÃO E DEMOCRACIA | do Major-General Carlos Branco

A propósito do silêncio obscurantista da (des) Comunicação (anti) Social acerca da visita OFICIAL do Presidente de Cuba a Portugal, relembra-se o artigo do Major-general Carlos Branco de Fev de 2023, mais atual que nunca.
“A manipulação informativa turva a cognição e impede que se percepcione a realidade com clareza. Inibe a clarividência e impossibilita-nos irremediavelmente de compreender o outro.
O raciocínio reduz-se a um corrupio de preconceitos.”
“…. quando informação e manipulação se misturam num pântano de insalubridade é clara a conclusão: a democracia está moribunda…. “
“Para além da verdade, também a democracia está a ser vítima desta guerra. A divergência de pensamento transformou-se em delito de opinião”.

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Santos Silva avisa Governo: atenção aos jovens e às políticas públicas | in Expresso

É preciso “ultrapassar estrangulamentos”, nas “políticas orientadas para a juventude mas também no conjunto das políticas públicas”. Augusto Santos Silva alerta que “salto na generalização da educação” implica conseguir “reter talento”

Alguns dos problemas essenciais que o país enfrenta – a começar pelo “estrangulamento” no acesso ao mercado de habitação – têm a juventude no centro e é urgente atuar em várias frentes. O aviso é de Augusto Santos Silva, ex-ministro de António Costa e hoje Presidente do Parlamento, que este sábado falou para uma plateia de jovens no 38º aniversário do Conselho Nacional da Juventude.

“É muito importante que esse trabalho se faça, não só no que diz respeito às políticas especificamente orientadas para a juventude, mas também ao conjunto das políticas públicas porque alguns dos problemas essenciais que enfrentamos e que temos de resolver têm a juventude e os jovens no centro”, alertou Santos Silva, apontando “quatro questões decisivas para o futuro próximo do país”.

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Quanto à habitação … | Luís Campos

Caro Victor e Colegas:

Acompanho  regularmente o blogue  “Das Culturas”, e quero parabenizar-te pelo trabalho que vens desenvolvendo sobre o tema da habitação,  bem como o do novo aeroporto de Lisboa. Sobre este tecerei algumas considerações em breve.  Quanto à habitação, o seu  elevado  custo deve-se principalmente  ao custo dos terrenos, impostos, taxas e taxinhas, uma vez que o custo da construção está mais ou menos estável, apesar de ter aumentado nos últimos tempos devido à inflação. Na minha perspectiva, o Estado ( Governos, autarquias e outras entidades) deveria disponibilizar os terrenos  a custo zero, fazer os respectivos loteamentos, e infraestruturas. Seguidamente abrir concurso público para projetos e construção. Os fogos seriam apenas para alugar com rendas limitadas (quem não se lembra das rendas limitadas a 720 e 1110 escudos no tempo da outra senhora).

Seria dada a opção ao construtor de ficar com o rendimento das rendas pagando o respectivo imposto , ou estas reverteriam para o Estado.  Só com a intervenção do Estado será possível acabar, se não no seu todo, mas pelo menos numa grande parte, com a especulação imobiliária. Não é possível que no bairro de Alvalade, onde moro, um apartamento com 70 anos ou mais  (daqueles de renda de 720 escudos) esteja a ser comercializado a 5.000 € /m2, ou a 25€/m2 e mais, de aluguer !!!! É um absurdo !!

 Haja vontade política para o fazer. Mas …

Um abraço a todos

Luís Campos | 13/07/2023

FERNANDO SANTO | DA CRISE ÀS SOLUÇÕES | in Revista FRONTLINE

Para que o preço da habitação esteja ajustado ao rendimento das famílias, é necessário que o custo total de produção também esteja, o que não sucede por diversas razões. É portanto necessário inverter o atual sistema, reduzindo ou eliminando os custos que têm contribuído para aumentar os preços.

A produção de Mais Habitação, a que acrescento, Mais Ajustada ao rendimento das famílias, exige (i) a construção de Mais Habitação Pública, para os que não têm recursos; (ii) Mais Habitação com Rendas Acessíveis, a promover pelo Estado, autarquias e iniciativa privada, para os que precisam de apoio e (iii) Requalificação e reabilitação dos edifícios públicos devolutos que possam ser destinados a habitação. Ora, para o preço estar ajustado ao rendimento das famílias é necessário que o custo total de produção também esteja, o que não sucede por diversas razões. É portanto necessário inverter o atual sistema, reduzindo ou eliminando os custos que têm contribuído para aumentar os preços.

Não pode haver habitação acessível com custos inacessíveis. Esta é uma questão incontornável na abordagem das soluções, conforme procurarei transmitir neste texto, uma vez que a proposta de lei apresentada pelo Governo omite esta questão.

Para além do aumento da produção de habitação com custos mais baixos, importa também incrementar a oferta privada para arrendamento, atendendo à crescente mobilidade das famílias, número de divórcios e situações que justificam não comprar uma casa.

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Nem que todo o PRR fosse usado em habitação resolveria o problema | Ricardo Paes Mamede | in Idealista.pt

Para o economista Ricardo Paes Mamede, não podemos esperar que PRR resolva todos os problemas da habitação em Portugal.

Lusa, 21 Fevereiro 2023

O economista Ricardo Paes Mamede considera que, “nem que todo o dinheiro” do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) fosse alocado à habitação, isso “resolveria os problemas” existentes em Portugal, reconhecendo porém respostas no plano aos “desafios estruturais”. Em entrevista à agência Lusa, em Lisboa, o professor universitário não está preocupado com os atrasos na execução, embora frise a necessidade de acompanhamento e diz que o PRR é uma forma de a União Europeia compensar o baixo investimento público de mais de uma década.

“Nunca o PRR nesta área conseguiria — nem que todo o dinheiro do PRR fosse dedicado à habitação — resolver os problemas de habitação em Portugal, porque o dinheiro que o PRR tem [previsto] não serviria para Portugal atingir sequer um terço daquilo que é a proporção de habitação social que existe em alguns países do norte da Europa”, afirma Ricardo Paes Mamede.

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Ucrânia: PCP diz que Portugal deve obrigar intervenientes a encontrarem solução | in LUSA

Seia, Guarda, 08 jul 2023 (Lusa) – O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Paulo Raimundo, defendeu hoje que Portugal deve pressionar os intervenientes na guerra da Ucrânia a sentarem-se à mesa e a encontrarem uma solução, ao invés de continuar a instigar o conflito.

“O que nós precisamos é que o Estado português, até cumprindo a Constituição, se empenhe, com todos os meios que tiver, para obrigar os intervenientes na guerra a encontrarem uma solução”, referiu.

No final de um comício que decorreu esta tarde em São Romão, no concelho de Seia, o líder do PCP sublinhou aos jornalistas que Portugal deveria “investir tudo” na procura da paz, ao invés de instigar à guerra.

“Deveria pressionar para termos os intervenientes da guerra, a Rússia, a NATO, a União Europeia, sentados à mesa para encontrarem uma solução do conflito”, acrescentou.

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A guerra na Ucrânia e o fim do estado social europeu | Carlos Matos Gomes

Quem se submete aceita a lei do senhor. Os atuais dirigentes da União Europeia optaram por se integrarem na estratégia dos EUA e submeterem-se à sua ordem. Essa submissão não é apenas de ordem militar, é antes de tudo de ordem civilizacional.

A substituição do modelo social europeu do Estado de Bem-Estar teve inicio com Tatcher e os ingleses estiveram sempre na condução desse processo até ao Brexit e agora como os agentes dos EUA na condução das posições europeias quanto à guerra que aqueles travam com a Rússia na Ucrânia.

A destruição do estado social e sua substituição pelo individualismo neoliberal está em curso em toda a Europa com o ataque aos grandes sistemas públicos. Os primeiros alvos têm sido os serviços nacionais de saúde de cada Estado, seguir-se-ão os sistemas de previdência e segurança social e a escola pública.

Os ingleses sempre à frente. A Inglaterra assumiu a missão de fazer da Europa um Estado complementar e vassalo dos Estados Unidos. Isso significa não só a integração da Europa no sistema militar dos EUA, através da NATO, mas a importação do modelo económico e social do neoliberalismo reinante nos EUA.

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Felipe González defiende que gobierne la lista más votada para evitar el bloqueo político

El expresidente del Gobierno, Felipe González, ha irrumpido de lleno en el debate sobre los pactos electorales posicionándose a favor de seguir la fórmula de la lista más votada. El modelo que demanda Alberto Núñez Feijóo, para no tener que depender de Vox, y que rechaza Pedro Sánchez al considerar que el 23-J se vota un proyecto del PP con los de Santiago Abascal o del PSOE con la plataforma de Yolanda Díaz. Para Felipe González, sin embargo, la tendencia a romper los “pactos de centralidad” tiene como resultado que “el país se debilita, se polariza, pierde fuerza y credibilidad tanto interna como internacionalmente”. Este es el escenario en el que estamos ahora, lamenta, para pedir que “busquemos soluciones en las que la lista más votada sea aceptable cuando no haya otra opción. ¿Qué pedimos a cambio de permitir gobernar? No pedir nada. Si no pides nada, tendrán que llegar a acuerdos en cada proyecto de ley y en el presupuesto”.

Esta es la reflexión que el expresidente socialista lanza en el prólogo del monográfico de Nueva Revista, editada por UNIR en colaboración con la Fundación Felipe González, y que lleva por título Pactos. González propone la fórmula de la lista más votada como mal menor ante el hipotético bloqueo político que impide explorar otros grandes acuerdos entre PSOE y PP que tilda como “pactos de centralidad”.

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Prighozin humilha Putin? | “Não encontro qualquer sinal de fraqueza”, considera Ana Evans | in Jornal Expresso

Avanço do grupo Wagner aconteceu sem se perceber, ao certo, se alguma coisa, de facto, aconteceu. Para além disso, a rapidez e tranquilidade com que a marcha dos mercenários foi travada demonstra pacificidade e tranquilidade do Kremlin.

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«Nunca, jamais, em tempo algum» | José Pacheco Pereira | in Público

O PSD E A SUA MULETA CHEGA

Dois fragmentos da crónica de José Pacheco Pereira saída hoje no Público com o título «Nunca, jamais, em tempo algum»:

«(…) A actual direcção do PSD não quer impedir a possibilidade de um entendimento com o Chega para garantir um Governo PSD, com uma frase taxativa, e é por isso que anda com rodeios de confusão e ambiguidade. É também pelos rodeios que percebemos que essa hipótese está mais que presente na cabeça dos actuais dirigentes do PSD, que sabem que não haverá maioria absoluta e que é pouco provável que os eleitos da IL cheguem para ter uma maioria de governo. Mais sabem que, no modo como as coisas estão, os eleitos do Chega vão ser suficientes, e é por isso que se anda a enganar o povo com vacuidades ambíguas.

Tudo será feito em nome do “anti-socialismo”, princípio que, para um PSD muito radicalizado à direita, se considera permitir e valer tudo. Na verdade, permite apenas chegar ao poder, e às benesses do poder que uma parte do aparelho do PSD deseja (…). Com os militantes como massa de manobra, pouco lhes importa a perda de qualquer honra passada, ou coerência política e ideológica, pelo apoio venenoso do Chega. E o Chega sabe que pode esperar sentado que o PSD ir-lhe-á pedir qualquer esmola. E ele far-se-á caro, porque também sabe que nessa altura tem o PSD na mão. Qualquer manual de Ciência Política explica para os totós que numa aliança deste tipo, mesmo minimalista que seja, é o partido mais pequeno mas indispensável que manda, que tem o outro capturado. (…)»

A paz justa na Ucrânia | Carlos Branco, Major-general e Investigador do IPRI-NOVA | in O Jornal Económico

Goste-se ou não, não é à luz do Direito Internacional, da moral ou dos sentimentos de justiça ou injustiça que o resultado do conflito vai ser determinado.

A obtenção de uma paz justa para o conflito na Ucrânia surgiu recentemente no léxico de alguns spin doctors.

A palavra “paz” transporta uma noção de compreensão, harmonia. Ornamenta a dialética. O súbito “abandono” seletivo do discurso belicista precisa, no entanto, de ser dissecado. Estes seres não passaram de falcões a pombas do dia para a noite. Não vêm propor uma solução de soma positiva. Para eles, paz justa é a paz nos termos de Kiev, i.e., a vitória de Kiev em toda a linha, em particular, a adesão da Ucrânia à NATO, e a retirada completa e total das tropas russas de todo o território ucraniano.

Por ser subjetivo, o conceito de “paz justa” é de pouca utilidade. Não nos ajuda a compreender os acontecimentos. A sua apreciação depende do lado da barricada onde se está entrincheirado, é preconceituoso.

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Intoxicação da opinião pública | José Pacheco Pereira | in Público

Intoxicação da opinião pública
Se pensam que o efeito negativo das mentiras de Galamba e Pinheiro são os únicos estragos causados nos portugueses, não se esqueçam do efeito arruaceiro de como alguns deputados intervêm na CPI.

Intoxicação da opinião pública
Eu tinha jurado a mim próprio não falar das audições dos últimos dias na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da TAP, tal é o grau de intoxicação da opinião pública que todos, actores, perguntadores, jornalistas e comentadores, provocam. O que escrevi recentemente sobre o modo como, no afã de derrubar o Governo, se está a estuporar a democracia era suficiente, porque nada mudou e é minha convicção que nada vai mudar. Nem penso que haja qualquer eficácia em chamar a atenção, quanto estamos longe de qualquer mecanismo normal numa democracia, como o escrutínio, ou a exigência de responsabilidades políticas para quem as tem.

Do mesmo modo, as regras do jornalismo desapareceram do espaço público, substituídas por um tratamento comicieiro e politicamente motivado e orientado, que, por falta de alternativa, deixa todos entregues à intoxicação.

É como as drogas que criam habituação.

https://www.publico.pt/2023/05/20/opiniao/opiniao/intoxicacao-opiniao-publica-2050315

https://www.facebook.com/isabel.matos.944

O DEVE E O HAVER | por Francisco Seixas da Costa

Uma coisa devo começar por creditar, com toda a justiça, a Marcelo Rebelo de Sousa, ao longo destes mais de sete anos: um responsável apego à estabilidade e a uma certa conceção do interesse do Estado. Foi isso que, aquando da sua reeleição, me levou a votar nele.

Uma coisa de há muito coloco a seu débito: uma exagerada propensão para, em cada momento, pretender representar, a partir de Belém, o que julga ler como o sentimento, médio ou maioritário, dos portugueses, atitude que configura uma espécie de “populismo do bem”.

O presidente da República não é um barómetro ecoador da “vox populi”. É alguém que, tendo de ter isso sempre em devida conta, tem a obrigação política de ajudar a orientar os portugueses a entenderem que a política é a arte do possível, através da intermediação que o lugar que ocupa lhe permite fazer, junto do governo e das forças políticas. A sua autoridade vem daí, não do facto de ser um mero refletor das sondagens. Como alguém dizia, as sondagens não vêm na Constituição e não têm uma dignidade formal na vida da República.

Pode entender-se o sentimento de desagrado do presidente perante o facto do primeiro-ministro não ter acolhido a sua sugestão sobre o futuro de um ministro. Até se pode perceber-se que, dessa forma, tivesse a intenção de proteger historicamente a instituição Presidência, na balança institucional de poderes. Mas parece algo inconforme com o sentido de Estado a que nos tinha habituado ter-se “vingado”, da forma que o fez, tentando arrasar a credibilidade pública do governante, que vai ser o executante de políticas que ele sabe serem essenciais no quadro da ação imediata do Estado, adubando deliberadamente o ambiente negativo da comissão parlamentar de inquérito.

Retirado do Facebook | Mural Francisco Seixas da Costa

Guerre en Ukraine vue par 2 généraux (2S) M. Henri Pinard-Legry et M.Alexandre Lalanne-Berdouticq | 21/04/2023

0:00:29 Présentation par Henri Pinard-Legry 0:01:45 Intérêts de la France 0:01:45 Intérêts nationaux des empires 0:02:49 Intérêts communs France-Russie 0:04:19 Normandie Niemen et front de l’Est 0:04:47 Traité du 7 février 1992 0:06:35 Convergences russo-françaises 0:07:50 ”La France a l’intérêt que le monde soit multipolaire” 0:08:50 Kourou 0:09:40 Problématique des russes en Afrique 0:10:36 Matières premières 0:10:46 Leadership américain 0:11:25 Suprématie américaine versus l’Europe souveraine 0:12:25 LCI 0:12:56 Traitement anti-russe par LCI 0:14:25 Guerre d’information 0:15:40 Déficit d’explication 0:16:20 Massacre de Boutcha 0:17:40 Nord Stream ( chez Pujadas) 0:19:48 Présentation par Alexandre Lalanne-Bertoudicq 0:20:18 La guerre n’a pas commencé en 2022 0:21:30 Crimée a toujours été une province russe 0:21:50 Silence des médias occidentaux 0:23:00 Kosovo bombardé sans mandat de l’ONU 0:23:40 800 avions ont bombardé la Serbie 0:24:40 Jurisprudence ”Kosovo” 0:25:57 Le front ukrainien 1600 km long 0:27:40 3/4 du monde n’est pas d’accord avec l’Occident 0:28:30 Durée du conflit 0:29:50 Le problème de la guerre est la volonté américaine 0:30:40 Les cartes du ”Grand Echiquier” de Z.Brzezinski 0:33:00 Arme nucléaire tactique 0:33:00 L’esprit du sacrifice 0:35:12 Poutine ne peut pas perdre son ”Alsace-Lorraine” 0:36:35 Frontière religieuses 0:38:55 ”L’objectif américain est de maintenir leur leadership mondial” M.H Pinard-Legry 0:40:47 Plateau du Golan 0:43:38 Fuites du Pentagone 0:46:20 Personne n’a confiance en infos américaines 0:47:57 Infos sur les brigades ukrainiennes par l’Otan 0:48:00 Pertes russes et gains territoriaux 0:49:54 Les russes liés aux chinois 0:50:24 Prôner le partenariat russe et français 0:51:28 Dernière chance de négociations en janvier 2022 0:53:30 Guerre éclair n’est pas possible en Ukraine 0:54:48 Kherson 0:55:35 Bombardement du Donbass avant le début de la guerre en Ukraine 0:56:54 Forces spéciales anglo-saxonnes et polonaises en Ukraine 0:58:14 Nombre d’obus 0:59:59 Gaz en Ukraine 1:00:15 Russes respectent les contrats 1:01:22 4 groupes américains détiennent les terres ”tchernoziom” 1:02:00 L’aspect nucléaire 1:03:04 Industrie de guerre américaine 1:03:48 Missiles hypersoniques opérationnelles russes 1:05:57 Le militaire obéit toujours au gouvernement 1:06:58 Macron fidèle à la programmation militaire 1:10:45 L’Ukraine n’est pas un intérêt vital pour la France 1:11:40 PIB défense 1:13:17 Nouveaux défis 1:14:30 Planification dans l’armée 1:16:10 Industrie aéronautique française 1:19:20 Grande tradition diplomatique 1:21:34 Rôle des élections américaines pour le conflit en Ukraine

Viriato Soromenho Marques | O melhor da condição humana | in DN/Opinião, 22 Abril 2023 

Quando a política entra demasiado nas nossas vidas, causando guerra e sofrimento, em vez de paz e justiça, isso significa, quase sempre, que aqueles a quem foram entregues os destinos dos povos estão a trair, por motivos diversos, a confiança que lhes foi depositada.

Hoje quero sair desse pior da humanidade – a má política feita por gente que sem ela seria invisível – para dar lugar ao melhor da humanidade, aquela que se transcende pela arte, pela poesia, pelo pensamento.

Noite de estreia da peça de Florian Zeller, O Filho, no Teatro Aberto em Lisboa. Quando o pano caiu na última cena, o público permaneceu num silêncio hirto e comovido, apenas quebrado por um longo e reiterado aplauso, quando os atores se apresentaram, finalmente, perante os espectadores. Depois do imenso sucesso de A Mãe (2010) e de O Pai (2012), O Filho (2018) é claramente a obra mais trágica da trilogia de Zeller. Um enredo simples: um pai (Paulo Pires) separa-se da sua mulher (Cleia Almeida) para começar uma nova relação (Sara Matos). Um filho adolescente (Rui Pedro Silva), vivendo com a mãe, afasta-se da escola e dá sinais de desinteresse pela vida. O pai e a nova companheira recebem o filho, empenhando-se para o apoiar. Só falta o coro para declarar o império do destino… Numa entrevista, Florian Zeller explica como o pai é o agente maior desse processo. Ele está de tal modo convicto da sua culpa que descarta outros apoios, nomeadamente médicos, para o mal do filho, tomando decisões erradas. Diz Zeller: “é ao lutar [o pai] com todas as forças contra o seu destino que o cumpre inescusavelmente.” O excelente desempenho dos atores é servido por uma versão, cenografia e encenação de grande qualidade da responsabilidade de João Lourenço e Vera San Payo de Lemos.

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Carlos Matos Gomes | Penso em coisas simples | Só penso em coisas muito simples | 30/04/2023

Penso em coisas simples. Só penso em coisas muito simples. Só vejo grupos de coristas e bailarinos com muitas lantejoulas e muita disposição para se venderem à porta dos camarins – como há 50 anos no Parque Mayer. Ou em festas de arromba com champanhe, que os negócios vão de vento em popa.

Conclusões de 5 minutos de TV em 15 dias:

  1. Localização do Aeroporto de Lisboa: Qual será a localização? Aquela que os promotores oferecerem melhores comissões. A decisão será de quem melhor souber distribuir o bolo. O ministro que defendia o TGV já foi à vida. Estava a empatar o negócio. A luta é por derrubar este governo, ou recrutar um ministro manejável! É do que se trata. Os locutores e os comentadores bem tentam disfarçar… mas trata-se dos negócios dos tipos que pagam a publicidade das TV! Dos casacas!
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José Miguel Júdice: “Marcelo queria e ainda quer que António Costa nos governe até 2026”

Segundo o comentador, o primeiro-ministro “está vivo e não é de menosprezar”, tem “uma maioria absoluta e sabe que o Presidente é medroso” e não dissolverá o Parlamento para convocar novas eleições legislativas. As Causas tiveram emissão na SIC Notícias a 18 de abril.