Goste-se ou não, não é à luz do Direito Internacional, da moral ou dos sentimentos de justiça ou injustiça que o resultado do conflito vai ser determinado.
A obtenção de uma paz justa para o conflito na Ucrânia surgiu recentemente no léxico de alguns spin doctors.
A palavra “paz” transporta uma noção de compreensão, harmonia. Ornamenta a dialética. O súbito “abandono” seletivo do discurso belicista precisa, no entanto, de ser dissecado. Estes seres não passaram de falcões a pombas do dia para a noite. Não vêm propor uma solução de soma positiva. Para eles, paz justa é a paz nos termos de Kiev, i.e., a vitória de Kiev em toda a linha, em particular, a adesão da Ucrânia à NATO, e a retirada completa e total das tropas russas de todo o território ucraniano.
Por ser subjetivo, o conceito de “paz justa” é de pouca utilidade. Não nos ajuda a compreender os acontecimentos. A sua apreciação depende do lado da barricada onde se está entrincheirado, é preconceituoso.
Intoxicação da opinião pública Se pensam que o efeito negativo das mentiras de Galamba e Pinheiro são os únicos estragos causados nos portugueses, não se esqueçam do efeito arruaceiro de como alguns deputados intervêm na CPI.
Intoxicação da opinião pública Eu tinha jurado a mim próprio não falar das audições dos últimos dias na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da TAP, tal é o grau de intoxicação da opinião pública que todos, actores, perguntadores, jornalistas e comentadores, provocam. O que escrevi recentemente sobre o modo como, no afã de derrubar o Governo, se está a estuporar a democracia era suficiente, porque nada mudou e é minha convicção que nada vai mudar. Nem penso que haja qualquer eficácia em chamar a atenção, quanto estamos longe de qualquer mecanismo normal numa democracia, como o escrutínio, ou a exigência de responsabilidades políticas para quem as tem.
Do mesmo modo, as regras do jornalismo desapareceram do espaço público, substituídas por um tratamento comicieiro e politicamente motivado e orientado, que, por falta de alternativa, deixa todos entregues à intoxicação.
Uma coisa devo começar por creditar, com toda a justiça, a Marcelo Rebelo de Sousa, ao longo destes mais de sete anos: um responsável apego à estabilidade e a uma certa conceção do interesse do Estado. Foi isso que, aquando da sua reeleição, me levou a votar nele.
Uma coisa de há muito coloco a seu débito: uma exagerada propensão para, em cada momento, pretender representar, a partir de Belém, o que julga ler como o sentimento, médio ou maioritário, dos portugueses, atitude que configura uma espécie de “populismo do bem”.
O presidente da República não é um barómetro ecoador da “vox populi”. É alguém que, tendo de ter isso sempre em devida conta, tem a obrigação política de ajudar a orientar os portugueses a entenderem que a política é a arte do possível, através da intermediação que o lugar que ocupa lhe permite fazer, junto do governo e das forças políticas. A sua autoridade vem daí, não do facto de ser um mero refletor das sondagens. Como alguém dizia, as sondagens não vêm na Constituição e não têm uma dignidade formal na vida da República.
Pode entender-se o sentimento de desagrado do presidente perante o facto do primeiro-ministro não ter acolhido a sua sugestão sobre o futuro de um ministro. Até se pode perceber-se que, dessa forma, tivesse a intenção de proteger historicamente a instituição Presidência, na balança institucional de poderes. Mas parece algo inconforme com o sentido de Estado a que nos tinha habituado ter-se “vingado”, da forma que o fez, tentando arrasar a credibilidade pública do governante, que vai ser o executante de políticas que ele sabe serem essenciais no quadro da ação imediata do Estado, adubando deliberadamente o ambiente negativo da comissão parlamentar de inquérito.
0:00:29 Présentation par Henri Pinard-Legry 0:01:45 Intérêts de la France 0:01:45 Intérêts nationaux des empires 0:02:49 Intérêts communs France-Russie 0:04:19 Normandie Niemen et front de l’Est 0:04:47 Traité du 7 février 1992 0:06:35 Convergences russo-françaises 0:07:50 ”La France a l’intérêt que le monde soit multipolaire” 0:08:50 Kourou 0:09:40 Problématique des russes en Afrique 0:10:36 Matières premières 0:10:46 Leadership américain 0:11:25 Suprématie américaine versus l’Europe souveraine 0:12:25 LCI 0:12:56 Traitement anti-russe par LCI 0:14:25 Guerre d’information 0:15:40 Déficit d’explication 0:16:20 Massacre de Boutcha 0:17:40 Nord Stream ( chez Pujadas) 0:19:48 Présentation par Alexandre Lalanne-Bertoudicq 0:20:18 La guerre n’a pas commencé en 2022 0:21:30 Crimée a toujours été une province russe 0:21:50 Silence des médias occidentaux 0:23:00 Kosovo bombardé sans mandat de l’ONU 0:23:40 800 avions ont bombardé la Serbie 0:24:40 Jurisprudence ”Kosovo” 0:25:57 Le front ukrainien 1600 km long 0:27:40 3/4 du monde n’est pas d’accord avec l’Occident 0:28:30 Durée du conflit 0:29:50 Le problème de la guerre est la volonté américaine 0:30:40 Les cartes du ”Grand Echiquier” de Z.Brzezinski 0:33:00 Arme nucléaire tactique 0:33:00 L’esprit du sacrifice 0:35:12 Poutine ne peut pas perdre son ”Alsace-Lorraine” 0:36:35 Frontière religieuses 0:38:55 ”L’objectif américain est de maintenir leur leadership mondial” M.H Pinard-Legry 0:40:47 Plateau du Golan 0:43:38 Fuites du Pentagone 0:46:20 Personne n’a confiance en infos américaines 0:47:57 Infos sur les brigades ukrainiennes par l’Otan 0:48:00 Pertes russes et gains territoriaux 0:49:54 Les russes liés aux chinois 0:50:24 Prôner le partenariat russe et français 0:51:28 Dernière chance de négociations en janvier 2022 0:53:30 Guerre éclair n’est pas possible en Ukraine 0:54:48 Kherson 0:55:35 Bombardement du Donbass avant le début de la guerre en Ukraine 0:56:54 Forces spéciales anglo-saxonnes et polonaises en Ukraine 0:58:14 Nombre d’obus 0:59:59 Gaz en Ukraine 1:00:15 Russes respectent les contrats 1:01:22 4 groupes américains détiennent les terres ”tchernoziom” 1:02:00 L’aspect nucléaire 1:03:04 Industrie de guerre américaine 1:03:48 Missiles hypersoniques opérationnelles russes 1:05:57 Le militaire obéit toujours au gouvernement 1:06:58 Macron fidèle à la programmation militaire 1:10:45 L’Ukraine n’est pas un intérêt vital pour la France 1:11:40 PIB défense 1:13:17 Nouveaux défis 1:14:30 Planification dans l’armée 1:16:10 Industrie aéronautique française 1:19:20 Grande tradition diplomatique 1:21:34 Rôle des élections américaines pour le conflit en Ukraine
Quando a política entra demasiado nas nossas vidas, causando guerra e sofrimento, em vez de paz e justiça, isso significa, quase sempre, que aqueles a quem foram entregues os destinos dos povos estão a trair, por motivos diversos, a confiança que lhes foi depositada.
Hoje quero sair desse pior da humanidade – a má política feita por gente que sem ela seria invisível – para dar lugar ao melhor da humanidade, aquela que se transcende pela arte, pela poesia, pelo pensamento.
Noite de estreia da peça de Florian Zeller, O Filho, no Teatro Aberto em Lisboa. Quando o pano caiu na última cena, o público permaneceu num silêncio hirto e comovido, apenas quebrado por um longo e reiterado aplauso, quando os atores se apresentaram, finalmente, perante os espectadores. Depois do imenso sucesso de A Mãe (2010) e de O Pai (2012), O Filho (2018) é claramente a obra mais trágica da trilogia de Zeller. Um enredo simples: um pai (Paulo Pires) separa-se da sua mulher (Cleia Almeida) para começar uma nova relação (Sara Matos). Um filho adolescente (Rui Pedro Silva), vivendo com a mãe, afasta-se da escola e dá sinais de desinteresse pela vida. O pai e a nova companheira recebem o filho, empenhando-se para o apoiar. Só falta o coro para declarar o império do destino… Numa entrevista, Florian Zeller explica como o pai é o agente maior desse processo. Ele está de tal modo convicto da sua culpa que descarta outros apoios, nomeadamente médicos, para o mal do filho, tomando decisões erradas. Diz Zeller: “é ao lutar [o pai] com todas as forças contra o seu destino que o cumpre inescusavelmente.” O excelente desempenho dos atores é servido por uma versão, cenografia e encenação de grande qualidade da responsabilidade de João Lourenço e Vera San Payo de Lemos.
Penso em coisas simples. Só penso em coisas muito simples. Só vejo grupos de coristas e bailarinos com muitas lantejolas e muita disposição para se venderem à porta dos camarins – como há 50 anos no Parque Mayer. Ou em festas de arromba com champanhe, que os negócios vão de vento em popa.
Conclusões de 5 minutos de TV em 15 dias:
1.Localização do Aeroporto de Lisboa: Qual será a localização? Aquela que os promotores oferecerem melhores comissões. A decisão será de quem melhor souber distribuir o bolo. O ministro que defendia o TGV já foi à vida. Estava a empatar o negócio. A luta é por derrubar este governo, ou recrutar um ministro manejável! É do que se trata. Os locutores e os comentadores bem tentam disfarçar… mas trata-se dos negócios dos tipos que pagam a publicidade das TV! Dos casacas!
Clicar no final do artigo para ver em VISTA DE PÁSSARO (ampliável)
O Aeroporto da Portela, em Lisboa, foi inaugurado a 15 de outubro de 1942 (há 80 anos), e é o maior aeroporto português e um dos maiores do sul da Europa, estando dotado de duas pistas, uma de 3805 metros e outra de 2400 metros.
O Aeroporto da Portela serve de base às duas principais companhias aéreas portuguesas, a TAP e a Portugália.
Precisa de mais uma pista (de 4 kms) – e haverá espaço para a fazer a poente – puxando pelos pergaminhos da Engenharia Portuguesa, uma das melhores do Mundo.
Disponibilizar terrenos em volta da Portela/Humberto Delgado, a oeste da actual pista para anexar ao aeroporto, compensando os proprietários com terrenos e habitação/construção equivalente?
Segundo o comentador, o primeiro-ministro “está vivo e não é de menosprezar”, tem “uma maioria absoluta e sabe que o Presidente é medroso” e não dissolverá o Parlamento para convocar novas eleições legislativas. As Causas tiveram emissão na SIC Notícias a 18 de abril.
(Sobre mim, a minha liberdade de ler e entender as Escrituras – e de falar sobre elas – e a minha liberdade na escolha dos critérios com que estou a fazer a minha tradução da Bíblia).
Acredito que Jesus de Nazaré realmente existiu. (E digo isto apesar de já não me considerar formalmente cristão).
Acredito que Jesus interveio publicamente na Galileia e na Judeia, de uma forma que terá sido surpreendente e inovadora no contexto do judaísmo da época. Acredito que isso terá mudado a vida de muitas pessoas que ouviram o som real da voz dele; e acredito que Jesus foi crucificado em Jerusalém na década de 30 do século I.
No entanto, a metodologia histórica que escolhi seguir na minha tradução da Bíblia não me obriga a discutir se Jesus foi uma figura histórica (permitindo-me, porém, admitir que sim). O historicismo da minha metodologia incide na atitude perante os textos: obriga-me a considerar cada livro da Bíblia como entidade histórica própria, que existiu com identidade independente antes de se ter formado aquilo que veio a ser a Bíblia. Por outras palavras, não leio o Antigo Testamento pelo filtro do Novo Testamento, porque os livros do Antigo Testamento foram escritos antes de existir Novo Testamento. Não leio a Escritura judaica pelo filtro do cristianismo pela mesma razão histórica: para mim, o Antigo Testamento não é um «prelúdio» nem um «prenúncio» do Novo Testamento.
“A figura de Jesus tem sido, infelizmente, um empecilho no relacionamento entre cristãos e judeus, uma justificativa para exclusão mútua, uma fonte de atrito e ressentimento. É de fundamental importância que Jesus seja reconhecido como um elo essencial entre os dois credos. Jesus é a ponte através da qual toda a cristandade passa a ser incluída como descendente de Abraão e, portanto, co-herdeira, juntamente com os judeus, do seu grandioso legado espiritual”, escreve Henry Sobel, rabino e ex-presidente da Congregação Israelita Paulista (CIP), recentemente falecido.
O texto foi publicado originalmente em: Aquino, M. F. (Org) Jesus de Nazaré. Profeta da liberdade e da esperança. São Leopoldo: Editora Unisinos, 1999, pp. 89-104.
Eis o artigo.
Confesso que hesitei antes de aceitar o convite da EditoraUnisinos para escrever este artigo. Afinal, Jesus é a figura máxima da cristandade e tive receio de penetrar em seara alheia. Mas, pensando bem, a seara não é de todo alheia, como veremos em seguida. Mesmo assim, traço estas linhas com profunda humildade, pisando em ovos, ciente de que a relação entre Jesus e o Judaísmo é das mais delicadas.
O colapso da influência dos EUA sobre a Arábia Saudita e as novas alianças do Reino com a China e o Irã são emblemas dolorosos do fracasso abjeto da estratégia neoconservadora de manter a hegemonia global dos EUA com projeções agressivas de poder militar.
A China deslocou o Império Americano projetando habilmente, em vez disso, o poder econômico. Na última década, nosso país gastou trilhões bombardeando estradas, portos, pontes e aeroportos.
A China gastou o equivalente construindo o mesmo em todo o mundo em desenvolvimento. A guerra na Ucrânia é o colapso final do efêmero “século americano” dos neoconservadores.
Os projetos neoconservadores no Iraque e na Ucrânia custaram US$ 8,1 trilhões, esvaziaram nossa classe média, fizeram do poder militar e da autoridade moral dos EUA motivo de chacota, empurraram a China e a Rússia para uma aliança invencível, destruíram o dólar como moeda global, custaram milhões de vidas e nada fizeram para promover a democracia ou ganhar amizades ou influência.
“Quem começou a guerra?” – perguntam-me aqui com frequência, querendo com isso dizer que foi a Rússia, porque foi ela que invadiu a Ucrânia, e não o contrário, devendo portanto merecer condenação universal.
.A invasão foi russa – disso não há dúvidas. Já quanto a saber quem começou a guerra, a resposta é mais complexa – na verdade, o conflito não começou em fevereiro deste ano – se quisermos ser verdadeiros e honestos, teremos de reconhecer que começou em 2014, com o derrube de um presidente eleito – em eleições reconhecidas pela OSCE.
Foi aí que verdadeiramente tudo começou, com o recurso à violência e o envolvimento de milícias neonazis. Desde então nunca mais houve paz, porque o regime instalado em Kíev escolheu a força em vez do diálogo para lidar com as regiões russófonas e russófilas do leste que não aceitaram a mudança e a ela resistiram.
Portanto, teremos que diferenciar – quem invadiu foi a Rússia, mas quem deu início ao processo com recurso à violência, recusando sempre o diálogo, foi a Ucrânia. Além do mais, o regime ucraniano não é nem mais democrático nem menos corrupto que o regime russo.
Não há só bons de um lado e maus do outro. As responsabilidades têm que ser repartidas. Não queiram por isso transformar a questão numa cruzada, em que todos teríamos de alinhar por um dos lados, ajoelhar, beijar a cruz e partir para a guerra. Eles são todos eslavos e têm a mesma origem – são primos desavindos, que se odeiam e estão agora em disputa por território – eles que se entendam sem nos levarem para uma guerra nuclear.
Recuso, por isso, a chantagem moral permanente dos que, achando que têm toda a razão, se recusam a ver o outro. Não à guerra, não à censura e manipulação da informação, não à discriminação por motivos de nacionalidade. Negociações e Paz!
Para que o preço da habitação esteja ajustado ao rendimento das famílias, é necessário que o custo total de produção também esteja, o que não sucede por diversas razões. É portanto necessário inverter o atual sistema, reduzindo ou eliminando os custos que têm contribuído para aumentar os preços.
A produção de Mais Habitação, a que acrescento, Mais Ajustada ao rendimento das famílias, exige (i) a construção de Mais Habitação Pública, para os que não têm recursos; (ii) Mais Habitação com Rendas Acessíveis, a promover pelo Estado, autarquias e iniciativa privada, para os que precisam de apoio e (iii) Requalificação e reabilitação dos edifícios públicos devolutos que possam ser destinados a habitação. Ora, para o preço estar ajustado ao rendimento das famílias é necessário que o custo total de produção também esteja, o que não sucede por diversas razões. É portanto necessário inverter o atual sistema, reduzindo ou eliminando os custos que têm contribuído para aumentar os preços.
Não pode haver habitação acessível com custos inacessíveis. Esta é uma questão incontornável na abordagem das soluções, conforme procurarei transmitir neste texto, uma vez que a proposta de lei apresentada pelo Governo omite esta questão.
Para além do aumento da produção de habitação com custos mais baixos, importa também incrementar a oferta privada para arrendamento, atendendo à crescente mobilidade das famílias, número de divórcios e situações que justificam não comprar uma casa.
Esta é uma proposta autónoma-independente promovendo o desenvolvimento de Lisboa como HUB intercontinental de tráfego aéreo, e capaz de rapidamente resolver o presente obstáculo aeroportuário ao crescimento turístico de Portugal, sem comprometer a segurança / competitividade / sustentabilidade no horizonte da concessão aeroportuária (ano 2062).
Tem como principais objectivos:
Promover um debate construtivo com uma participação pública esclarecida numa decisão que é complexa, de importância estratégica para o país e com consequências a longo-prazo;
Alertar para as consequências (económicos, sociais e ambientais) de algumas das propostas em análise pelo Estado e concessionária;
Apresentar uma solução inovadora que achamos que deve ser estudada de forma exaustiva pelo LNEC (ao ser um organismo independente com capacidade técnica e conhecimento das restantes propostas apresentadas);
Propor uma resposta ágil a um problema já existente que afecta tanto habitantes como passageiros do aeroporto de Lisboa.
Concluindo: Se houver a convicção funda da importância da Igreja, cuja missão é levar e entregar, por palavras e obras, a mensagem de Jesus à humanidade de cada tempo, para a vida das pessoas e das sociedades, estas questões não poderão deixar de ser debatidas com “liberdade e audácia”.
O padre italiano Antonio Rosmini foi um notável filósofo e teólogo do século XIX, que, perante as transformações que então se operavam, escreveu, por amor à Igreja, em 1832, um livro famoso com o título Delle cinque plaghe della Santa Chiesa (Sobre as cinco chagas da Santa Igreja). Desgraçadamente, a obra foi condenada e colocada no Index Librorum Prohibitorum (Catálogo dos livros proibidos). Mas, lentamente, a sua memória foi reabilitada e até foi beatificado em 2007 por Bento XVI. Em síntese, quais eram essas chagas? “O distanciamento entre o clero e o povo (na vida e na liturgia — não esquecer que as celebrações litúrgicas eram em latim); a fraca formação do clero, tanto no plano cultural como espiritual; a desunião entre os bispos; a intromissão da política na nomeação dos bispos; a riqueza acumulada pela Igreja”.
Na esteira de Rosmini, o padre espanhol Luis Pose Regueiro, historiador da Igreja, acaba de publicar em Religión Digital, “as dez chagas da Igreja”. Baseado no essencial do seu texto, deixo aí uma reflexão sobre essas chagas.
1. O tradicionalismo e o individualismo. Vivemos em tempos de confusão, incerteza, perplexidade, e, neste quadro, há a tentação de “refugiar-se anacronicamente na segurança do antes” — sempre se fez assim — ou então “isolar-se” no que cada um considera o correcto e mais seguro. Ora, o que se impõe é ir ao Evangelho e procurar “um caminho o mais possível comum”, seguindo o velho princípio: “nas coisas necessárias, unidade; nas duvidosas, liberdade; em tudo, caridade.”
To celebrate Einstein’s birthday this past Sunday, we examine his take on religion and spirituality.
Einstein’s disapproval of quantum physics revealed his discontent with a world without causal harmony at its deepest levels: The famous “God does not play dice.”
He embraced a “Spinozan God,” a deity that was one with nature, within all that is, from cosmic dust to humans. Science, to Einstein, was a conduit to reveal at least part of this mysterious connection, whose deeper secrets were to remain elusive.
Given that March 14th is Einstein’s birthday and, in an uncanny coincidence, also Pi Day, I think it’s appropriate that we celebrate it here at 13.8 by revisiting his relationship with religion and spirituality. Much has been written about Einstein and God. Was the great scientist religious? What did he believe in? What was God to Einstein? In what is perhaps his most famous remark involving God, Einstein expressed his dissatisfaction with the randomness in quantum physics: he “God doesn’t play dice” quote. The actual phrasing, from a letter Einstein wrote to his friend and colleague Max Born, dated December 4, 1926, is very revealing of his worldview:
Quantum mechanics is very worthy of regard. But an inner voice tells me that this is not the true Jacob. The theory yields much, but it hardly brings us close to the secrets of the Ancient One. In any case, I am convinced that He does not play dice.
UM MUNDIALISTA PODE ESCONDER OUTRO – KISSINGER E PÚTIN
Modeste Schwarz defende aqui uma tese paradoxal: Putin é discípulo de Kissinger. Isso significa que ele não é o imperialista que muitos querem ver nele. Mas ele não seria, entretanto, esse “De Gaulle russo” que os soberanistas franceses nele querem ver. Aqui está a primeira parte de uma análise de alta qualidade filosófica, em sintonia com os debates intelectuais internacionais – e muito distante do provincianismo.
Modeste Schwarz défend ici une thèse paradoxale: Poutine est un disciple de Kissinger. Cela veut dire qu’il n’est pas l’impérialiste que beaucoup veulent voir en lui. Mais qu’il ne serait pas, pour autant, ce « de Gaulle russe » que les souverainistes français veulent voir en lui. Voici la première partie d’une analyse de haute tenue philosophique, en phase avec les débats intellectuels internationaux – et très loin du provincialisme germano-pratin.
Não se trata da Ucrânia, mas da ordem mundial”, disse Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, um mês após a invasão. “O mundo unipolar está irremediavelmente recuando para o passado … Um mundo multipolar está nascendo.” Os EUA não são mais a polícia do mundo, em outras palavras – uma mensagem que ressoa em países que há muito desconfiam do poder americano. A coalizão central do Ocidente pode permanecer sólida, mas não conseguiu conquistar muitos dos países que se recusaram a escolher lados. A missão diplomática de Moscou de construir laços e aprimorar uma narrativa na última década rendeu dividendos.
Olhe para a África. Em março do ano passado, 25 Estados africanos dos 54 se abstiveram ou não votaram em uma moção da ONU condenando a invasão, apesar da enorme pressão das potências ocidentais. Sua recusa em ficar do lado claramente da Ucrânia foi testemunho dos esforços diplomáticos contínuos da Rússia no mundo em desenvolvimento.
Há um ano, Naledi Pandor, ministra das Relações Exteriores da África do Sul, pediu à Rússia que se retirasse. Após a visita de Lavrov há algumas semanas, Pandor foi perguntada se ela havia repetido esse sentimento ao seu homólogo russo. Tinha sido “apropriado” no ano passado, disse ela, mas repeti-lo agora “me faria parecer bastante simplista e infantil”. Pandor então elogiou a “crescente relação econômica bilateral” entre Pretória e Moscou, e os dois países marcaram o aniversário da guerra com exercícios militares conjuntos.
Moscou se apresenta como um bastião da estabilidade em um mundo enlouquecido, mesmo quando procura tornar o mundo mais louco.
Oleste do Congo Democrático é palco há trinta anos de um conflito alimentado por milícias rebeldes (atuam na região mais de uma centena de grupos armados), o que já causou mais de 10 milhões de mortos, além de um sem número de atrocidades de que os cidadãos são alvo todos os dias. A ONU destacou para a região uma missão de paz com cerca de 14 mil efetivos, a qual, entretanto, se tem mostrado absolutamente ineficaz.
O Papa Francisco esteve recentemente na região e, num dos seus encontros, esteve com alguns dos sobreviventes desse trágico conflito, alguns dos quais exibindo as marcas das sevícias de que foram alvo. O líder máximo da Igreja Católica não poupou nas palavras para acusar os interesses estrangeiros que tentam dividir o referido país, a fim de continuar a explorar criminosamente as suas enormes riquezas. “Há uma noção — que sai do inconsciente de tantas culturas e pessoas — que África deve ser explorada. Isso é terrível. A exploração política deu lugar a um ‘colonialismo económico’ e igualmente escravizador”, disse ele.
“O veneno da ganância manchou os diamantes [da RDC] com sangue”, afirmou o Papa Francisco, para depois fazer um apelo que deverá calar fundo no coração e na mente de todos: — “Parem de sufocar África: não é uma mina a ser explorada, nem uma terra a ser saqueada.” O Sumo Pontífice não tem dúvidas: o que se passa na República Democrática do Congo é “um genocídio esquecido”.
(…) o que pode sugerir a existência de um acordo entre Washington e Moscovo, não só sobre a forma como devem decorrer os acontecimentos, mas também sobre o futuro do conflito. As conversações de alto nível em Ancara entre o diretor da CIA William Burns e o seu homólogo russo poderão ter servido esse propósito(…)
Comentários de altos funcionários da Administração Biden na Comunicação Social de referência sugerem-nos algumas pistas sobre o que poderá ser um possível fim da guerra na Ucrânia. Nessa linha, o Financial Times refere que o secretário de Defesa Lloyd Austin “foi bastante claro quando disse que temos uma janela de tempo reduzida para ajudar os ucranianos a preparar uma ofensiva.”
Para além da verdade, também a democracia está a ser vítima desta guerra. A divergência de pensamento transformou-se em delito de opinião.
Tornou-se banal admitir que a verdade é a primeira vítima da guerra. Na maioria dos casos, é um reconhecimento pouco útil porque não ajuda a aumentar as defesas contra a mentira. Não nos coloca de sobreaviso. Não eleva os níveis de alerta. Isso aplica-se ao processo comunicacional relacionado com o conflito na Ucrânia, que nos envolveu nos últimos meses.
Passado quase um ano de hostilidades, é tempo de confrontarmos os factos com os discursos. Este exercício deve ser feito independentemente de convicções pessoais, ou do apoio que se dê a uma ou à outra fação. O facto de a esmagadora maioria da comunicação social estar do lado da causa ucraniana, por muito justa que seja, não legitima nem justifica a promoção sistemática de propaganda.
Qualquer declaração do Governo ucraniano, assim como de algumas outras fontes, como sejam os serviços secretos ingleses, transformados neste conflito em agência noticiosa, é automaticamente considerada uma verdade absoluta inquestionável, por mais ilógica e inverosímil que seja. Fica isenta de contraditório, averiguação e certificação.
Os governos europeus são hoje instrumentos das oligarquias americanas, sem excepção que se possa apontar. Em Inglaterra, que desde o governo Tatcher é o consulado geral dos EUA na Europa, está deliberadamente instalado o caos antes da imposição (natural) de uma nova ordem para criar uma sociedade que se antevê disfuncional como a dos EUA.
Porque vamos às manifestações? A pergunta coloca duas questões, uma de ação individual e imediata: pelo sentimento de estarmos a ser mal retribuídos, mal servidos, agredidos e logo exigimos aquilo a que entendemos ter direito! Outra de ordem geral, coletiva, de médio e longo prazo, de reflexão sobre as consequências do tudo e já na nossa sociedade. Em princípio todo o assalariado tem razões para se manifestar, mas os resultados não são idênticos para todos, os elementos que obtêm maior sucesso com as reivindicações são os pertencentes às corporações que prestam serviços de maior relevo social, técnicos de setores críticos. A satisfação destas corporações causa réplicas noutras, criando uma espiral do agravamento das desigualdades e causando a médio e longo prazo o enfraquecimento do Estado, que apesar das suas debilidades perante os poderes fáticos das oligarquias financeiras, ainda é o que resta aos cidadãos como local de expressar a sua vontade.
Tomemos à letra as afirmações das três religiões do Livro. Em todas elas o Deus é o Criador e todas têm um pastor, os judeus têm Moisés que trouxe da montanha os mandamentos, os Católicos têm Cristo e os muçulmanos Maomé. Para estas religiões a humanidade é o rebanho de um Senhor. É desta interpretação da humanidade que resultam todas as formas de domínio. Só muda a tecnologia.
Ao longo dos tempos a tarefa de pastorear o rebanho foi executada por profetas com a atividade certificada, pregadores, missionários, papas, ayatolhas, rabinos e por atores que exerciam a pastorícia por conta própria, génios, feiticeiros, adivinhos, bruxos e bruxas, videntes que com maior ou menor êxito participaram na massificação e na crença de uma verdade e de um pensamento único. Estes pastores determinavam o comportamento do rebanho, as modas, o que comer e quando, nada de porco, jejum e abstinência às sextas, ou aos sábados, o comprimento das saias das mulheres, a barba dos homens, as cerimónias dos casamentos, dos funerais, os dias de trabalho, os animais sagrados e os de companhia, nada de cães, estabeleciam interditos e aconselhavam sobre saúde e higiene, lavar as mãos e o traseiro, por exemplo, regulavam os processo de exercer a justiça do Criador e de levar as almas para o paraíso, crucificar, queimar, apedrejar, até existia um manual do torturador para impor respeito ao rebanho.
Presidente da Associação Ateísta Portuguesa questiona ligação do Estado à Igreja Católica.
O presidente da Associação Ateísta Portuguesa já foi católico e ainda não conseguiu a anulação do batismo. No entanto, o que mais inquieta Carlos Esperança, de 71 anos, ex-professor primário e reformado de uma farmacêutica, são os laços entre o Estado e as religiões.
A religião continua a ser o ópio do povo?
Não diria que é propriamente o ópio do povo, mas é frequentemente um detonador de ódios. Teria dúvidas em usar essa frase de Marx, mas também não a repudio, mesmo sem subscrever o marxismo.
• 02/02/2023 • #TheJimmyDoreShowIt’s rare to hear a genuine, full-throated anti-war message on American television, much less on Fox News, but Tucker Carlson’s audience heard that message loud and clear thanks to the latest appearance by Jimmy Dore. Jimmy called out the corruption, the warmongering, the deception and the profiteering as the U.S. military industrial complex and its lackeys in government and media push for war with China. Jimmy and Americans’ Comedian Kurt Metzger discuss why Tucker is the only broadcaster open to sharing Jimmy’s anti-war message with his audience.
672 361 visualizações 23/01/2023 #DemocracyNow | Former British Labour leader Jeremy Corbyn, Pentagon Papers whistleblower Daniel Ellsberg, famed linguist and dissident Noam Chomsky and others gave testimony Friday at the Belmarsh Tribunal in Washington, D.C., calling on President Biden to drop charges against Julian Assange. The WikiLeaks founder has been languishing for close to four years in the harsh Belmarsh prison in London while appealing extradition to the United States. If convicted in the United States, Julian Assange could face up to 175 years in jail for violating the U.S. Espionage Act for publishing documents that exposed U.S. war crimes in Iraq and Afghanistan. Friday’s event was held at the National Press Club and co-chaired by Democracy Now! host Amy Goodman. We spend the hour featuring compelling excerpts from the proceedings.
• 02/02/2023 | John Joseph Mearsheimer is an American political scientist and international relations scholar, who belongs to the realist school of thought. He is the R. Wendell Harrison Distinguished Service Professor at the University of Chicago. He has been described as the most influential realist of his generation.
Pope Francis gestures to the crowd as he arrives on November 6, 2013for his general audience in St.-Peter’s square at the Vatican.PINTO/AFP/Getty Images
Parafraseando o Papa, prefiro um católico humanista a um ateu malformado. Prefiro os que defendem os direitos humanos aos que os atropelam, as religiões que defendem a paz às que praticam terrorismo, os líderes que denunciam a exploração dos países africanos, aos que procuram pela força das armas submetê-los, os que levam uma mensagem de paz aos que trazem uma encomenda de armamento.
Francisco está no Congo, onde forças do Estado Islâmico (EI) assassinam e estropiam os cristãos, católicos e protestantes. Já denunciou a apropriação dos seus recursos por países ricos e a violência sectária que atinge o País.
Francisco é um homem corajoso e bom. A crença do idealista e o materialismo do ateu não nos separam, une-nos igual desejo da paz, harmonia e justiça social. Agora que Bento 16 morreu, já debilitado de saúde, passou a ser o único Papa, o Papa a quem este ateu tem a honra de homenagear e desejar sucesso na viagem corajosa ao Congo depois de a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) ter estado à beira de um novo cisma.
A luta entre Bento XVI e Francisco foi a ponta do iceberg que emergiu após o funesto e longo pontificado de JP2, que os corifeus da direita reacionária incensaram, e da continuidade do papa B16, muito mais inteligente e arguto, que o temor da Cúria fez abdicar da tiara sem renunciar às crenças.
O cardeal guineense Robert Sarah, que JP2 nomeou arcebispo aos 34 anos, um clérigo profundamente reacionário, foi apoiado pela ala mais retrógrada dos cardeais para ser o primeiro papa negro, mas um discreto jesuíta atravessou-se nos seus desígnios.
Quem vê a Igreja católica sul-americana, com bispos progressistas, em contraste com o clero espanhol, italiano, húngaro, polaco, austríaco ou francês, percebe que não há só a luta pelo poder, mas um confronto ideológico que passa pela sociedade, onde se jogam posições geoestratégicas e a consolidação da direita neoliberal e fascistoide, que domina os EUA e grassa em numerosos países europeus.
Francisco foi a pomba caída no ninho de falcões que povoavam o Vaticano, e viram o poder esvaziado e as suas posições reacionárias postas em xeque.
A montra das redes sociais permite à grande mole, que não tem acesso à escrita e vox pública (jornais, revistas, livros…), a divulgação das suas dores, revoltas, triunfos, egos, alergias e alegrias. Escrever é uma forma de terapia como dar peidos ao vento, dançar ou dar murros e pontapés num saco ou colchão. Não requer nenhuma espécie de dom ou vocação. Quem relê o que escreve (sem plágio, imitação ou recurso ao pensamento alheio), mesmo de forma atabalhoada, deve rever-se.
É aqui que está a honestidade intelectual. O facto de ter livros publicados e de me conotarem com um escritor (amador), só me obriga a uma maior responsabilidade. Parto do princípio de que vou ser lido com mais atenção (ou maior exigência). A escrita sai como me chegam os pensamentos (e as emoções que nascem dos pensamentos ou os antecedem). Para vir aqui partilhar escritos como este tenho um fundamento: uma vontade de mobilizar o(s) leitor(es) a reler, a guardar, a partilhar, a debater o tema de fundo. Para hoje, o tema de fundo é a mania dos portugueses de viverem acima das possibilidades.
Demora muito tempo para se perceberem que as classificações, as estatísticas passadas e as previsões futuras da atividade económica das nações ao redor do mundo, projetadas por instituições ocidentais, principalmente como o FMI, o BCE e outras, estão contaminadas e, em alguns casos, são fraudulentas, para dar a impressão errada aos leitores. Isso não é diferente de como o Facebook, as pesquisa do Google, do YouTube, ou o que emite o governo dos EUA e principalmente todos os canais de média, que também projetam as notícias fortemente tendenciosas para adequar as agendas das pessoas que controlam essas instituições.
Recentemente usei algum tempo e esforço para perceber a economia da Rússia e descobrir como é que esse país, não só está a lutar contra o poder coletivo de todas as nações ocidentais mais alguns não-ocidentais (por exemplo, o Japão), sendo que a economia da Rússia é menos de um vigésimo do coletivo ocidental e a guerra moderna é altamente dependente da economia, industrial, base de recursos e detalhes científicos das partes envolvidas. No papel, o ocidente coletivo tem mais de vinte vezes a economia, e uma alta capacidade financeira, social e industrial. A Rússia tem sido frequentemente descrita de forma desprezível como um país que é pouco mais do que uma nação que tem fontes de energia, governado por um ditador déspota.
Se a previsão económica e os cálculos da base industrial estiverem corretos, então, considerando o ataque a todas as frentes, militares, económicos e tudo mais, dirigido contra a Rússia pelos EUA/OTAN, então a Rússia deveria ter sido desmembrada, cortada e devorada um mês após o início das hostilidades. Mas, pelo que parece, o ocidente coletivo está falhando redondamente. Isto é um forte indício de que a projeção ocidental da maioria dos dados, incluindo a economia, é fraudulenta e tem vindo a desinformar as pessoas sobre os factos e a enganá-las no caminho.
O Sr. Presidente da Câmara de Lisboa, o Engº Civil e Economista Carlos Moedas, é um homem experiente e inteligente. É o Presidente da maior Câmara de Portugal, tem poderes e capacidade suficientes para liderar e controlar este processo. Que, para bem do País, deverá correr bem. Estima-se que aproximadamente 1 milhão e quinhentos mil jovens de todo o mundo virão a Portugal. Vai ser uma entrada maciça de divisas, muito benéfica para a Economia do País. Mas, e sobretudo, vai dar uma visibilidade tremenda a Portugal. E deixará uma zona nobre da cidade equipada para futuros grandes espetáculos e todo o tipo de encontros populares.
Carlos Moedas não deve alimentar a avidez e segundas intenções de muitos dos jornalistas do País. Deve explicar, sim, quanto baste e avançar. Avançar liderando com firmeza toda a Organização. Em meu entender não deve cair na mesma tentação do Sr. Presidente da República alimentando, por vezes demais, a coscuvilhice jornalística e dos “profissionais” das redes sociais.
O processo é imparável. Haverá erros? Provavelmente. Tentem emendar e seguir em frente. Sempre em frente.
As auto-proclamadas “elites” de Davos têm medo. Estão assustadas. Nas reuniões desta semana do Fórum Económico Mundial, o articulador-mor Klaus Schwab – exibindo a sua marca registada de vilão estilo Bond – insistiu reiteradamente acerca de um imperativo categórico: precisamos de “Cooperação num Mundo Fragmentado“.
Se bem que o seu diagnóstico da “mais crítica fragmentação” em que o mundo está agora afundado seja previsivelmente sombrio, Herr Schwab sustenta que “o espírito de Davos é positivo” e que, no final, todos nós poderemos viver felizes numa “economia verde sustentável”.
O que Davos tem conseguido nesta semana é inundar a opinião pública com novos mantras. Há o “O Novo Sistema” que, considerando o fracasso abjeto do Great Reset (Grande Reinicialização), agora assemelha-se a uma atualização apressada do – avariado – sistema operativo atual.
Davos precisa de novo hardware, novas capacidades de programação, até mesmo de um novo vírus. Mas por enquanto tudo o que está disponível é uma “poli-crise”: ou, na linguagem de Davos, um “cluster de riscos globais relacionados com efeitos combinados”.
Amigos estrangeiros não europeus com quem jantei no início desta semana, chegados a Portugal há breves dias, mostravam-se verdadeiramente espantados com a quantidade de tempo que a guerra na Ucrânia ocupa nas nossas televisões. E porque entendem português, notaram também que a nossa comunicação social, de forma clara e sem disfarce, tomou partido nesta guerra, não escondendo estar ao lado da Ucrânia, mantendo, ao mesmo tempo, uma forte acrimónia no tocante à Rússia.
Expliquei-lhes que esse era também, à evidência, um sentimento maioritário no país. Mas também lhe disse que há por cá quem não goste da causa da Ucrânia, quem simpatize com os russos ou, muito simplesmente, esteja sempre do lado contrário àquele em que estão os americanos.
Um deles perguntou-me então se, no passado, em outros grandes conflitos internacionais, sem envolvimento direto de Portugal, o país, mediático e não só, também ficara tão fortemente inclinado para um dos lados. Disse-lhes que, ao que me recordava, nunca tal tinha acontecido em tempo de democracia (o outro não conta para o que aqui conta).
Esta parece ser, de facto, a primeira vez em que os portugueses acabam por fazer sua uma guerra de outros.
Entrevistado pela estação de rádio espanhola COPE, o treinador argentino Lionel Scaloni escolheu o melhor entre Lionel Messi e Diego Armando Maradona: “Se eu tivesse de escolher um entre estes dois seria Leo. Tenho uma ligação especial com ele. Ele é o melhor jogador de todos os tempos, embora Maradona também fosse obviamente fantástico.”
“O problema que há hoje na Europa, em Espanha e em Portugal é que estão a apagar a História dos planos curriculares dos jovens, e estes crescem sem saber História. Se não se conhece a História, não se tem ferramentas para se conhecer o presente. Somos o que somos porque fomos o que fomos no passado, e Espanha e Portugal não se explicam sem todos esses séculos de memória. Não ensinar a História aos jovens, não os levar a museus onde vejam quadros, a origem de onde tudo vem, é condená-los à orfandade, e, quando alguém é órfão, qualquer um pode dizer que é seu pai, é esse o perigo. Um órfão é muito manipulável. Estamos a criar gerações de órfãos, e isso é muito triste e muito perigoso.”
É hoje do conhecimento geral que a entrada da União Europeia na guerra na Ucrânia, a mando dos Estados Unidos, está destruindo as economias dos países europeus, principalmente dos mais desenvolvidos, com efeitos devastadores nos demais dada a íntima ligação das suas economias. É um mal que não se cura com o tempo. Pelo contrário, tornar-se-á tanto mais grave quanto mais tempo passar .
Este alinhamento da União Europeia e dos seus Estados membros com a política americana levou a que os custos da guerra não apenas em armamento, em si brutais, mas também nos auxílios da mais diversa natureza, sejam, sem retorno econômico, suportados pelos europeus. Se a isto juntarmos as consequências decorrentes da estúpida política das sanções “decretadas” pela União Europeia e respectivos Estados membros contra Russia, cujos efeitos devastadores recaem sobre os próprios Estados Europeus sancionadores, temos aquilo a que se pode chamar a mais perfeita auto-destruição de uma zona de conforto e bem estar invejável aos olhos da esmagadora maioria da população deste planeta que pelas mais variadas razões e causas não pode gozar de idêntica situação
Se a isto ainda acrescentarmos a inoperância da fúria sancionatória contra os seus destinatários bem como o seu efeito reflexo positivo para a política imperialista americana que por esta via reforça a seu poder hegemónico sobre um dos seus principais concorrentes a nível mundial e se nos lembrarmos que todas estas consequências eram previsíveis e antecipaveis, como se demonstra por uma simples consulta ao que nas redes sociais se foi escrevendo sobre o assunto antes iniciada a guerra bem como logo que se começaram a esboçar as principais linhas políticas norteadores da política europeia, a pergunta que inevitavelmente terá de ser feita é esta:
Quem autorizou os governantes europeus a actuar no sentido indicado? Como se pode legítimar uma política de tão funestas consequências para os povos europeus?
A resposta é aparentemente muito simples: mediante a criação de um clima emocional orquestrado por toda a comunicação social apoiada em falsas ou unilaterais notícias e imagens bem como pelo massacre diário de comentadores imbuídos das mais diversas fobias com vista a criação e exploração emocional de um ambiente maniqueísta como fonte legitimadora substitutiva da vontade popular
A isto se chama DEMOCRACIA , tida, neste ocidente em que a UE se integra, como conceito valorativo impositivo universal
“Pensai numa mãe solteira que vai à Igreja, à paróquia e diz ao secretário: Quero batizar o meu menino. E quem a acolhe diz-lhe: Não tu não podes porque não estás casada. Atentemos que esta mãe que teve a coragem de continuar com uma gravidez o que é que encontra? Uma porta fechada. Isto não é zelo! Afasta as pessoas do Senhor! Não abre as portas! E assim quando nós seguimos este caminho e esta atitude, não estamos fazendo o bem às pessoas, ao Povo de Deus. Jesus instituiu 7 sacramentos e nós com esta atitude instituímos o oitavo: o sacramento da alfândega pastoral. (…) Quem se aproxima da Igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé!”
António Costa Pinto um dos três investigadores do livro The Oxford Handbook Of Portuguese Politics comenta em entrevista ao TejoMag o sistema partidário em Portugal nos últimos 50 anos. Nesta edição conjunta com Pedro Magalhães e Jorge Fernandes, os três investigadores do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, integram uma coleção de análise sobre as democracias do mundo. O foco do estudo incide na “dinâmica” mais recente de mudanças de partidos e da cultura política eleitoral.
Como é que surgiu esta ideia deste livro com a Oxford University?
A Oxford University Press a maior editora científica e académica no mundo aceitou uma proposta feita pelo jovem cientista político Jorge Fernandes, por Pedro Magalhães e minha. Os três do Instituto de Ciências Sociais para integrar uma vastíssima coleção de análise sobre as democracias do mundo.
É uma obra sobre a democracia portuguesa que tem mais de 40 autores, a maior parte dos quais são cientistas políticos, economistas políticos historiadores, e faz um balanço da democracia portuguesa concentrando-se na dinâmica mais recente de mudanças de partidos, mudanças na cultura política eleitoral.
Em que é que a nossa democracia se distingue em termos de regime partidário de outras do norte da Europa?
O título da crónica merecerá a vossa atenção. Acompanhado dos seus parceiros de carcela, o pénis diz muito de um homem. O meu pai é um velho adorador dos feitos do seu falo, e assim cresci debaixo da exortação do pénis como uma apologia de Adónis. Cedo deduzi que nada mexe tanto com a confiança do que a funcionalidade exemplar de um pénis.
Pode-se vivissecar a conduta de um homem pela sua relação com o pénis. Conheci um sujeito que para aumentar a dimensão do seu membro atava uma guita envolta num tijolo e deixava-se estar nesses preparos indo a correr medir o suposto crescimento do dito após as sevícias auto-infligidas. Esse ciliciar penoso leva à corrida de poções milagrosas, para aumentar o que a natureza não forneceu, como o famoso creme de carqueja e manjerico que se diz ter contribuído para a demografia de Al-Hama ao tempo dos árabes.
Quem não enverga um pénis digno de registo socorre-se da importância do seu manejo para consolo de quem o frequenta. Agradece a condescendência perante o desempenho. São por regra tipos aplicados, que dão o litro. Conheci outro sujeito que se queixava de borregar no acto por ter um aparelho desmedido cujo real poder vistoso só acontecia diante de uma garganta funda.
Há coisas que só acontecem aos homens, como olhar de viés para os membros dos companheiros de duche ou caserna. Diz-se que a visão do próprio pénis é enviesada como tudo o que se reflecte num espelho. Podemos ajuizar da conduta de um político pelo que fará com o seu pénis. Luis Buñuel ao ver-se impotente declarou ter-se enfim libertado do tirano. Dou agora a palavra às senhoras, pois nada mais me ocorre.
Cruyff: “Pelé é o único jogador que ultrapassou os limites da lógica”.
Ferguson: “Pelé é o melhor jogador de todos os tempos”.
Di Stefano: “Pelé era melhor que Messi e Cr7″.
Franz Beckenbauer: “Pelé é o melhor jogador de todos os tempos, é o jogador mais completo que já vi”.
Menotti: “Quando falarmos de futebol a Pelé não o ponhas nunca porque Pelé é de outro planeta. É uma mistura de Cruyff, Maradona, Di Stefano e Leo Messi.”
Gatti: “A Pelé tem que separá-lo, depois pode falar dos outros”.
Basile: “Pelé foi o melhor jogador que vi jogar, não vi nada parecido”.
Rivelino: “Para o meu Pelé é de outro mundo”.
Just Fontaine: “Quando vi Pelé jogar, soube que devia pendurar as botas”.
Bobby Charlton: “Às vezes sinto que o futebol foi inventado para este jogador mágico”.
Bobby Moore: “Pelé foi o jogador mais completo que já vi. Magia no ar. Rápido e poderoso, corria mais do que qualquer outro jogador. Parecia um gigante dentro do campo. Equilíbrio perfeito e visão impossível.”
Ronaldo: “Concordo com todos que Pelé tem sido o melhor e o maior”.
Maradona: “Pelé pode ser o melhor de todos os tempos”.
Cristiano Ronaldo: “Pelé só haverá um no mundo”.
Tarciso Burnigch, zagueiro italiano que marcou Pelé na final da Copa dos anos 70. Pensei: “É feito de carne e osso, como eu.” Eu estava errado.”
Fachetti, zagueiro italiano na Copa México de 1970: “Subimos juntos, fora de tempo, a cabecear uma bola. Eu era mais alto e mais impulso. Quando desci no chão, olhei para cima, perplexo. Pelé ainda estava lá, em cima, acenando a bola. Parecia que podia ficar no ar o tempo que quisesse.”
Platini: “Está Pelé o homem e depois Pelé o jogador de futebol, e jogar como Pelé é jogar como Deus”.
“A Arte da Guerra”, o podcast sobre política internacional que semanalmente faço com o jornalista António Freitas de Sousa, para o “Jornal Económico”, leva a cabo, nesta sua última edição em 2022, um balanço do ano, que tem a invasão russa da Ucrânia como natural centro da análise.
As figuras mundiais destacadas são, como não podia deixar de ser, os líderes russo, ucraniano, chinês e americano.
Oque acho do Pedro Nuno Santos? Querem mesmo saber? Gosto do Pedro Nuno, mais jovem, determinado, sem papas na língua nem medo de fugir ao politicamente correto e às regras impostas por uma seita há décadas, uma rede de influências e favores que minou toda a classe política e não há exceções, da esquerda à direita, a anormalidade do panorama político é atroz.
Inteligente, estratega e com experiência política tem mais peso do que possa parecer. Gosto de pessoas com carácter e sem medo e Pedro Nuno Santos é isso mesmo, corajoso e destemido. Falhou, quando entrou no esquema e vícios do próprio partido, nomeadamente ao apoiar a nomeação da mulher como chefe de gabinete do secretário de Estado Duarte Cordeiro. Atenção que tal não é por não considerar Ana Catarina Gamboa como competente. A questão não é essa. A questão prende-se com a ética. Há 30 anos, quando entrei no mercado de trabalho e numa empresa que exigia ética, não era permitido que familiares trabalhassem nas mesmas áreas, por questões que me parecem lógicas. Nada tem a ver com a competência ou com a incapacidade das pessoas conseguirem separar interesses pessoais da ética profissional. Há pessoas e pessoas e ninguém é igual. Tem a ver com probabilidades e, a probabilidade dessa ética ser corrompida, é substancialmente maior quando há relações pessoais. O que temos visto, não só no Governo como no próprio PS, é um absurdo de influências e cunhas entre familiares e amigos. Eu, pessoalmente, se ocupasse algum cargo político, não quereria ninguém da minha família por perto, por uma questão, não só de imparcialidade, como para não me colocar numa situação de fragilidade perante a opinião pública que, no fundo, é o eleitorado. Faz-me confusão, toda esta anormalidade, não só na política como na comunicação social, como na sociedade em geral. Acho, inclusive, que vamos pagar toda esta anormalidade cara, aliás, já a estamos a pagar.
A Liberdade é para mim o valor supremo. É a Liberdade que me permite ser eu. Mas apenas posso sobreviver em sociedade, o que impõe limites à minha liberdade. Vivo e vivi a lutar por me libertar, sabendo que estarei sempre preso, mas bato-me para esticar ao máximo a corda que me limita. Cheguei à conclusão (já não era sem tempo) que passei a existência como um prisioneiro que pensou constantemente em planos de fuga, e se relacionou com os outros presos e os guardas de modo a garantir a maior liberdade possível. Descobri à minha custa o segredo de conseguir equilibrar forças numa sociedade violenta. Nada de novo. Desde a antiguidade que primeira tarefa dos chefes é assegurar a obediência dos seus subordinados. Tentei e tento superar os riscos da dissidência, da desobediência. Nunca recebi um louvor por comportamento exemplar. Não me orgulho, mas sinto-me bem por ter superado a minha dissidência e, antes do tudo o mais, aprendi a distinguir os profetas da submissão por debaixo do tropel dos gritos e dos arrepelos dos cabelos. Os movimentos de extrema-direita que estão a sair da terra como os cogumelos do estrume gritam muito, mas nada mais pretendem que um regime de submissos. A insubmissão é hoje a defesa contra a berraria dos serventuários dos poderosos.
Max Weber, o sociólogo alemão, afirmou que a finalidade do poder é “a imposição da vontade de uma pessoa ou instituição sobre os indivíduos, mesmo contra resistências”. O poder é independente da aceitação dos sujeitos, mas aprendi que a utilização da força é o mais oneroso e traiçoeiro dos meios de obter um domínio e o menos fiável. Recrutar vendedores de felicidade e ilusionistas é muito mais eficaz.
A verdade explosiva e a” sabedoria popular: Ninguém gosta de ser exposto como corno. À primeira todos caem… à segunda só os parvos…”
A declaração de Angela Merkel de que os acordos de Minsk entre os EUA, a UE e a Rússia a propósito de uma relação de confiança que garantisse a segurança da Rússia e a neutralidade da Ucrania foi uma vigarice para ganhar tempo e tramar a Rússia é politicamente mortal.
Mesmo com muito boa vontade, nenhum líder russo vai num futuro próximo estabelecer um acordo com qualquer destas entidades, desde logo para os seus concidadãos não o acusaram de otário, de estupido, de ingénuo, de se deixar cornear pela segunda vez.
Angela Merkel forneceu argumentos ao regime de Putin para não negociar, de ir até onde entender na neutralização da Ucrânia, de impor as suas condições sem concessões!
Nenhum líder europeu, americano ou ucraniano desmentiu Angela Merkel: todos assumiram a armadilha que tinham preparado a título de um acordo.
Todos os estados sabem que os acordos existem para serem violados, mas uma coisa é saber, outra é uma das partes vir para a praça pública ufanar-se e humilhar o traído, que foi o que Angela Merkel fez.
A partir de agora quem confiará em qualquer tratado ou acordo assinado pelos estados que estiveram em Minsk? Que político na China, na Índia, na Amérrica latina se exporá a ver-se na posição do chifrudo a quem os chico-espertos entretiveram enquanto lhe preparavam o assassinato?
A imagem dos enganos é do grande Vilhena e de um livro sobre a Vigarice e a Batota.
Que adianta ao meu íntimo mundo pessoal, e mesmo a vós, meus assíduos, se vos disser que sempre preferi o Messi ao Ronaldo, tal como o Barça ao Real Madrid. Prefiro a arte subtil e o sentido do artista que, embora sobredotado, nunca deixa de trabalhar para o colectivo que o admira. No relvado, entre colegas, e nas bancadas pasmadas, sem celebrar o golo como um vaidoso toureiro pavoneia o cravar da farpa (Messi não foi visto a fazer manguitos aos holandeses derrotados).
E depois, quase tudo em Messi me devolve a aura de Diego Armando que é inultrapassável, mas viu nele o legado alvi celeste e lhe passou o ceptro. E o rei negão que me desculpe. A Messi, bailarino de tango, só lhe falta o sentido dramático de um fadista.
O papel de Washington na Ucrânia, e seu apoio aos neonazistas do regime, tem enormes implicações para o resto do mundo.
Toleramos a ameaça de outra guerra mundial em nosso nome? Por que permitimos mentiras que justifiquem esse risco? A escala de nossa doutrinação, escreveu Harold Pinter, é um “ato de hipnose brilhante, até mesmo espirituoso e altamente bem-sucedido”, como se a verdade “nunca tivesse acontecido mesmo enquanto estava acontecendo”.
Todos os anos, o historiador americano William Blum publica seu “resumo atualizado do registro da política externa dos EUA”, que mostra que, desde 1945, os EUA tentaram derrubar mais de 50 governos, muitos deles democraticamente eleitos; interferiu grosseiramente nas eleições em 30 países; bombardeou as populações civis de 30 países; armas químicas e biológicas usadas; e tentou assassinar líderes estrangeiros.
Em muitos casos, a Grã-Bretanha tem sido um colaborador. O grau de sofrimento humano, e muito menos de criminalidade, é pouco reconhecido no Ocidente, apesar da presença das comunicações mais avançadas do mundo e, nominalmente, do jornalismo mais livre. Que as vítimas mais numerosas do terrorismo – o “nosso” terrorismo – são muçulmanos, é indizível. Esse jihadismo extremo, que levou ao 11/9, foi alimentado como uma arma da política anglo-americana (Operação Ciclone no Afeganistão) é suprimido. Em abril, o Departamento de Estado dos EUA observou que, após a campanha da Otan em 2011, “a Líbia se tornou um refúgio seguro para terroristas“.
O nome do “nosso” inimigo mudou ao longo dos anos, do comunismo para o islamismo, mas geralmente é qualquer sociedade independente do poder ocidental e ocupando um território estrategicamente útil ou rico em recursos, ou simplesmente oferecendo uma alternativa à dominação dos EUA. Os líderes dessas nações obstrutivas são geralmente violentamente deixados de lado, como os democratas Muhammad Mossedeq no Irã, Arbenz na Guatemala e Salvador Allende no Chile, ou são assassinados como Patrice Lumumba na República Democrática do Congo. Todos estão sujeitos a uma campanha de difamação da mídia ocidental – pense em Fidel Castro, Hugo Chávez, agora Vladimir Putin.
O papel de Washington na Ucrânia é diferente apenas em suas implicações para o resto de nós. Pela primeira vez desde os anos Reagan, os EUA ameaçam levar o mundo à guerra. Com a Europa Oriental e os Bálcãs agora postos militares avançados da Otan, o último “estado-tampão” que faz fronteira com a Rússia – a Ucrânia – está sendo dilacerado por forças fascistas desencadeadas pelos EUA e pela UE. Nós, no Ocidente, estamos agora apoiando neonazistas em um país onde os nazistas ucranianos apoiaram Hitler.
Como os poderosos nos manipulam. Um exemplo prático:
O que importa
A velha referência ao Titanic: O navio afunda-se, mas a orquestra continua a tocar. A Europa vive um tempo de catástrofe anunciada. Tal como nas cidades, perante evidências meteorológicas de chuvas e ventos devia estar a preparar-se, a limpar valetas, a reforçar defesas, a acumular reservas, a elaborar planos de emergência para sobreviver. Nada disso. Ler jornais ajuda a perceber o que, na verdade preocupa as pessoas.
O Reino Unido, ou Inglaterra, é considerado um espaço habitado por povos que desenvolveram obras materiais e do pensamento das mais importantes na história da humanidade, desde a Magna Carta ao escrito de Adam Smith sobra as causas da riqueza das nações, do teatro de Shakespeare à Utopia de Thomas More, da caldeira a vapor ao conceitos de imperialismos e colonialismo, o Reino Unido foi a cabeça de um dos maiores impérios do planeta, foi o centro da Europa e do Mundo, deteve a primeira moeda de troca universal, a libra, impôs o sistema de horas com o centro em Inglaterra, meridiano de Greenwich, a língua de entendimento planetário, produziu físicos como Newton, filósofos como Hobbes. São apenas exemplos do que os ingleses produziram. Os ingleses viveram momentos dramáticos, a revolução de Cromwell, a guerra das rosas, a independência dos Estados Unidos, a guerra anglo-boer, a independência da Índia, a intervenção nas duas grandes guerras do século XX, o conflito na Irlanda do Norte…
O senso comum considera o negócio da guerra o maior negócio do mundo. Não é. O maior negócio do mundo é o da Saúde. O segundo é o do “infoentertainment” (a manipulação pelo entretinimento) e a guerra é o terceiro. Esta hierarquia faz todo o sentido: todos os humanos querem ser saudáveis, viver mais e melhor; a mais eficaz (custo-eficácia) atividade para dominar uma sociedade é a manipulação da sua opinião; por fim, porque se não obedecemos a bem obedecemos a mal: a guerra.
No sistema político dominante – o do capitalismo neoliberal – é evidente que o maior negócio tem de ser dominado pelas oligarquias. Os serviços públicos e tendencialmente gratuitos de saúde são uma heresia “comunista”.
Já agora, o envolvimento da Europa (UE e Reino Unido) na guerra na Ucrânia que os Estados Unidos provocaram, teve também como finalidade destruir o modelo social europeu – assente em serviços públicos – e substituí-lo pelo capital privado, das grandes multinacionais que vigora nas Américas, onde se tens dinheiro vais para o hospital, se não tens vais para a morgue.
A Europa Ocidental, é hoje uma realidade sem futuro, por ser um tipo de sociedade desumana que é dirigida por mentirosos e psicopatas políticos-sociais criminosos ao serviço de quem os usa.
A palavra Democracia tão abusivamente utilizada, é apenas propaganda feita para iludir e enganar idiotas e propagandistas pagos pelo sistema.
Só não vê quem não quer… onde está o futuro… que não se vê… mesmo com óculos graduados?
– Basta-nos ver o que não devíamos ter de ver… os programas televisivos idiotizados, vazios de interesse cultural e social, para perceber a realidade a que chegamos.
Não se trata de um desabafo circunstancial… ou de critica política, nem de uma noite mal dormida… Não tive nenhum pesadelo… mas acordado e a pensar que tipo de sociedade é esta?
Empurram-nos para a guerra, sem ninguém se meter com nós e justificado por traições e mentiras feitas contra os povos da Europa Ocidental, através de comissários políticos que ninguém elegeu em nome do povo ordeiro… que como carneiros seguem a caminho do matadouro e enganados por tanta mentira sórdida à solta.
O confronto dos EUA com a Rússia é apenas um dos capítulos do projeto da afirmação hegemónica global de Washington, que visa, entre outros aspetos, afetar as relações da Rússia com Europa, e as veleidades europeias de autonomia estratégica, nomeadamente quebrar o comércio e o investimento bilateral com a Rússia e a China.
Isso passa, entre outros aspetos, por impedir a entrada em funcionamento do Nord Stream 2, tornar a Europa dependente do gás americano, viabilizar uma indústria com elevado break even, assim como os bancos que a financiam, bloquear a implementação dos acordos celebrados entre a Europa e a China, e inviabilizar economicamente os corredores euroasiáticos da “Uma Faixa, Uma Rota”, com passagem pela Rússia e fim na Europa, impedindo o aprofundamento das relações comerciais e investimentos mútuos europeus com a China e a Rússia.
“Colored” e “olhos em bico” foram duas expressões que aprendi em 1966, por altura do histórico Eusébio versus Coreia do Norte. Eram usadas nos jornais que me ensinaram a ler, sobretudo o Diário Popular, como compreensíveis e lógicas, carinhosas até, sem vislumbre de xenofobia ou ódio. Era o “velho normal”.
Dos coreanos, dizia-se meio a brincar, meio a sério, que eram todos iguais, que todos se chamavam Park qualquer coisa, que talvez tivessem substituído os onze da primeira parte por outros onze ao intervalo e que podia ter sido isso, não a sua qualidade atlética nem o efeito surpresa, a provocar a eliminação prematura da poderosa Itália. Quando a “equipa da Disney”, como lhe chamou Otto Glória pela comicidade dos passinhos de corrida, vencia Portugal por 3-0 aos 25 minutos de jogo, esses eram os comentários que ouvia à minha volta: “olhem como eles correm, parece que são mais que os nossos e ao intervalo ainda vão trocá-los por outros iguais, isto não devia ser permitido!”
Mas a fé em Eusébio, aquele ‘sprint’ com bola pelo lado esquerdo até ser derrubado dentro da área, a frieza a marcar os penaltis, a tranquilidade corajosa, o cavalheirismo na vitória, a liderança natural e a classe insuperável tudo dissolveram, como uma barrela ao preconceito. A maior reviravolta da história dos campeonatos do Mundo, um recorde irrepetível!
Constitucionalista associa o aumento do mandato e dos poderes do Presidente da República a constituições ditatoriais
O constitucionalista Jorge Miranda considera as proposta para aumentar o mandato e os poderes do Presidente da República das “mais perigosas” já apresentadas e associa-as a constituições ditatoriais. Confessa-se ainda “muito preocupado” com o crescimento da extrema-direita.
As declarações foram feitas numa entrevista conjunta à TSF e ao Jornal de Notícias, em que Jorge Miranda começou por classificar de “lamentável” a decisão de iniciar agora um processo de revisão constitucional, “quando são tantos os problemas que o país enfrenta”.
Relativamente às propostas apresentadas, o constitucionalista referiu-se especificamente à do PSD, que prevê aumentar para sete anos o mandato do Presidente da República (PR), manifestando-se “totalmente em desacordo”. Para Jorge Miranda, essa possibilidade, a par com um aumento do poder do PR, “pode significar pôr em causa o sistema semipresidencial ou de parlamentarismo racionalizado, que foi consagrado na revisão constitucional de 1982”. “Um mandato muito longo do PR era o que havia na Constituição de 1933 e só em constituições num sentido ditatorial é que os mandatos do PR são muito longos”, explicou.
Assinalando que atualmente o PR é eleito por cinco anos e só pode ser reeleito uma vez, Jorge Miranda defendeu a importância de dar aos cidadãos eleitores a possibilidade de emitir um juízo à forma como o PR tem exercido o poder num primeiro mandato. “É mais democrático admitir a reeleição ao fim de um tempo razoável do que prescrever sete anos sem a possibilidade de os cidadãos emitirem qualquer opinião e visão.”
O constitucionalista abordou também o aumento de poderes do PR, preconizado em vários projetos, considerando ser “extremamente perigoso”, e defendeu a atual definição de PR consagrada na Constituição, pois admite “um exercício em interdependência institucional com o parlamento e com o Governo” e “um juízo dos cidadãos eleitores ao fim de um certo número de anos”. E sublinhou: “Acho inadmissível a proposta e uma das mais perigosas que foram apresentadas.”
“A guerra parece estar a desencadear uma série de desenvolvimentos que podem ficar fora de controlo”. A probabilidade de fragmentação da economia mundial tornou-se elevada: “podemos estar a caminhar como sonâmbulos para um mundo que é mais pobre e menos seguro.” Segundo ela, a construção de barreiras económicas pelos EUA e pela UE para obterem objetivos geopolíticos podem fazer mais mal do que bem, referindo apenas o campo económico.
Major-General Carlos Branco, in Jornal Económico, 25/11/2022
1–A guerra na Ucrânia foi um pretexto para Washington materializar o seu projeto geopolítico, tão bem descrito por vários pensadores e think tanks norte-americanos.
2 – É essencial para os EUA impedir essa aproximação. Foi exatamente isso que aconteceu, no final da Guerra Fria, quando Moscovo ambicionava aproximar-se da Europa e integrar as instituições europeias, nomeadamente a Comunidade Europeia e a NATO.
Mais recentemente, temos assistido a intervenções de várias entidades apelando à obtenção de uma solução política para o conflito, todas admitindo a possibilidade da amputação territorial da Ucrânia.
Foram precisos nove meses de guerra, a destruição de 50% das infraestruturas energéticas da Ucrânia, a ruína do seu tecido industrial, uma crise sem precedentes de refugiados (cerca de oito milhões) e de deslocados internos, a redução de 33,4% do seu PIB, mais de cinco milhões de desempregados, e centenas de milhares de vidas humanas ceifadas para se começar a falar de paz. Importa perceber a origem desta mudança discursiva.
– O comediante no poder em Kiev… sentenciou que só negociaria a paz com a Rússia, depois de Putin sair de cena… com um seu substituto… e que a seu tempo há-de surgir, porque nada nem ninguém é eterno
Obviamente… que pelo tempo, a sua decisão será confirmada… o tempo não tem tempo certo… e sempre se renova… ele sabe que Putin um dia… não se sabe quando, deixará de ser o presidente da Rússia!
Até lá… bem pode esperar sentado… até que o frio congele e despedace e destrua completamente a Ucrânia!
E tudo nos parece indicar… que o comediante demagogo, que Não se pode levar a sério… apesar da sua farsa criminosa…
– E assim… cabe em primeiro lugar ao povo ucraniano por razões de sobrevivência coletiva e decência política, libertar-se do coveiro… e enterrar o passado corrente de morte em massa e de todo o tipo de desgraças associadas… e eram… e são escusadas.
– Charlin Chaplin, apesar de ter sido comediante… e o maior de sempre em toda a história da sétima arte, deixou frases muito célebres e importantes na defesa da humanidade… porém, é preciso saber ser artista… e distinguir a vida virtual, da vida real.
A frase de Chaplin, de que o Mundo é um palco onde cada um representa o melhor que pode e sabe… Não estava a querer dizer que todos somos actores e estamos sempre a representar… Mas antes, a dar como exemplo para entender a vida.
A vida do povo ucraniano, é um Drama de morte, dirigido por um cómico… numa trama tragicómica de um povo entregue à aventura louca, e a precisar desesperadamente de quem o tire de cena, alimentado pelo sadismo de uns e os holofotes da fama perversa da desumanidade, na projeção macabra da arrogância de psicopatas, alimentada pela irresponsabilidade e cinismo mercenário da mentira organizada da comunicação social ocidental e de quem a usa.
Pôr fim à farsa, pelo direito dos povos à verdade.
Libertem o povo ucraniano dos seus algozes e falsos amigos de lá e de cá…
Falar de Europa é forçosamente confrontarmo-nos com o problema dos dez últimos séculos da história do planeta: do domínio do mundo por um continente tão minúsculo. (…) Dir-se-á que a Europa foi genial, mais genial do que a humanidade não europeia, que a sua técnica foi superior às outras, que a sua agressividade foi mais eficaz, que a sua economia foi mais dinâmica… Mas estas afirmações limitam-se a formular o problema. (Formular os problemas é o que a maioria dos comentadores do espaço público tem feito, os melhores, a maioria limita-se a proferir ladainhas.)
A afirmação a itálico é de Fernand Braudel (1902–1985), um dos nomes maiores da historiografia do século xx, diretor da coletânea de textos reunido no livro «Europa», Terramar, 1996, num artigo intitulado: «A Europa conquista o planeta.» Nos círculos do pensamento único, Braudel seria hoje proscrito como um russófilo, um capacho de Putin.
Que resposta dá Fernand Braudel para o papel da Europa nos últimos dois mil anos?
“Há séculos que a Europa ultrapassou os obstáculos fantásticos da geografia e da dimensão, rompendo os seus «limites naturais». Voltada ao mar e o oceano, muito cedo se tornou num continente «sem margens»: conquistou, dominou os caminhos sem fim da água marinha. E, vista através das suas imagens essenciais de poderio, a Europa é acima de tudo, há séculos, os navios, as frotas que saem dos seus portos ou a eles regressam.
A proeza é a mesma, na verdade, do lado da densidade das terras, rumo à imensidão asiática. A Europa é, por vezes, de acordo com juízos apressados, confinada aos limites orientais da Polónia, mas isso não passa de uma opinião insustentável, isto porque, após o século XVIII, ela anexa de facto as florestas, as planícies, os pântanos, os cursos de água, as cidades, os povos da Rússia, até aos montes Urales, como diziam os velhos. […] Assim, podemos sustentar que uma certa Europa se espraia, sem perder o fôlego, através da imensidão da Sibéria, até Vladivostoque. A Rússia, Europa por si só, filha de Bizâncio e da Grécia, inventou a Sibéria, tal como o Ocidente inventou a América.
Rússia, Sibéria, América esboçam as superfícies essenciais da explosão da Europa através do mundo. São, por excelência, as zonas do seu enraizamento, da sua permanência.”
Braudel, escreveu este artigo antes da subida ao poder de Gorbachev (1985) que prenunciou a dissolução da URSS (1991) e a queda do Muro de Berlim (1989). Para ele, como para os políticos e intelectuais europeus que após a II Guerra Mundial reconstruíram a Europa e idealizaram uma Europa do Atlântico a Vladivostoque — que integrasse as planícies, os pântanos, os rios para além da Polónia, a Ucrânia, de hoje, a Rússia era Europa “ Numa dada igreja do Kremelim com quadros mais que familiares: o Juízo Final, Jonas a sair do ventre da baleia, as trombetas de Jericó…”
Aos pais fundadores da Europa do pós-Segunda Guerra, da reconstrução sempre atentamente controlada de perto pelos Estados Unidos, esses sim, uma criação da Europa e não um elemento dela, sempre foi clara natural a pertença da Rússia ao seu mundo civilizacional, à sua cultura e à sua história. Construir uma Europa com a Rússia era um objetivo estratégico do mais alto alcance, e mereceu sempre a oposição declarada dos EUA, para quem a Europa seria uma província sua, uma velha quinta de família, uma base contra a Rússia, dentro da sua estratégia de novo império em afirmação.
Os Estados Unidos foram controlando com desconfiança e sabotando sempre que puderam e através do Cavalo de Troia da Inglaterra o processo de União Europeia e de integração da Rússia nesse projeto. O ponto de rutura — escamoteado — dos EUA com este projeto ocorre com a dupla Reagan- Tatcher, com a criação do mercado global (a inclusão da China na Organização Mundial do Comércio, que substituiu o acordo geral de taxas e comércio — GATT), com a utilização da China para enfraquecer a Europa através da deslocalização da sua indústria para a Ásia, pela recusa em aceitar uma política comum de defesa europeia, de um mercado comum de energia e de comunicações.
A criação da União Europeia, em substituição da Comunidade Económica Europeia (Tratado de Maastrich — 1993), dotando a União de objetivos políticos para além de um mercado comum, violou as linhas vermelhas estabelecidas pelos ocupantes da Casa Branca de Washington para a Europa. Uma violação que se agravou com a criação do Euro (1999) e, por fim, com o Tratado de Lisboa de 2009.
É curioso notar que o Reino Unido procurará sabotar o processo de criação de uma União Europeia em todas as fases e momentos. Foi sempre essa a sua missão, ao serviço dos EUA (uma tarefa de sapador que De Gaulle percebeu desde o início, impedindo que a Inglaterra entrasse para o clube fundador). A Inglaterra, com Tatcher e depois com Tony Blair, colocará entraves a todas as medidas integradoras das políticas europeias, arrastará a Europa para as intervenções americanas no Médio Oriente, para o desmembramento da Jugoslávia, para o apoio à ocupação da Palestina e a ocupação dos campos de petróleo da Líbia. Mas, principalmente através de Blair, os ingleses promoveram a chamada política do “sapo fumador” para rebentar com a União Europeia, propondo sucessivas e rápidas integrações dos estados do Leste que haviam pertencido ao Pacto de Varsóvia e ao Comecon (caso da Hungria, da Polónia, da Checoslováquia, da Roménia, dos Estados Bálticos), violando o acordo estabelecido pelo “Ocidente” (Estados Unidos) com Gorbachev de não os incluir nem na UE, nem na NATO. O alargamento da UE de forma indiscriminada e incluindo membros sem atributos que cumprissem as regras estabelecidas para a ela pertencerem, a violação de acordos foram o “trabalho” da Inglaterra neste processo, onde se distinguiu Blair. Terminado o “trabalho” de sabotagem a Inglaterra podia voltar à servidão dos EUA, e provocou o Brexit.
Nas causas longínquas da atual guerra na Ucrânia encontramos uma violação de acordos estabelecidos pelos EUA com a Rússia, que antecedem a recusa ou a violação dos recentes acordos de Minsk por parte do atual regime da Ucrânia suportado pelos EUA. A justa guerra do Ocidente começa com duas faltas de palavra!
Também não deixa de ser revelador da estratégia dos EUA de implosão da UE, de que a guerra na Ucrânia parece ser o ato final e o toque de finados, que os presidentes da Comissão Europeia, a partir da sua constituição tenham sido duas figuras tão medíocres e submissos quanto o italiano Romano Prodi (1999–2004) e Durão Barroso (2004–2014) o rececionista da Cimeira das Lages, a vergonhosa encenação para justificar a invasão do Iraque, pago por esse papel com o lugar em Bruxelas, arranjado por Blair. Estas duas tristes personalidades substituem políticos do gabarito de Jacques Dellors, por exemplo. Para a última fase da implosão da UE foi selecionada uma belicista para fazer coro com o secretário-geral da NATO.
A Europa vista pelos olhos dos políticos europeus do pós-Segunda Guerra, pelos olhos dos historiadores europeus, dos seus pensadores continentais é a Europa de Braudel, a Europa que inclui a Rússia e Sibéria, mas também o Mediterrâneo. O «Mediterrâneo», que numa obra clássica Braudel apresentou como uma personagem da História, tal como a Europa e que é visto por ele como personagem ou protagonista, ativo e até determinante da própria História. É um Mediterrâneo do comércio, dos intercâmbios económicos, de deslocamentos demográficos de sucessivas migrações dos povos. A União Europeia seria mais do que um simples apêndice dos EUA e para isso incluiria naturalmente a Rússia. Essa Europa deveria tornar-se uma entidade autossuficiente e, mais que isso, um centro de poder decisivo no mundo. Um concorrente que os EUA não podem admitir e que castraram antes de se desenvolver.
Essa Europa, como o império romano, morreu por traições internas e às mãos dos bárbaros que lhe introduziram o Cavalo de Troia.
É triste, mas é a realidade, verificar quanto a propósito dos tempos que vivemos os que podiam utilizar os instrumentos do saber adquirido ao longo da história, dos pensadores e historiadores substituíram o pensamento por provas e teses de doutoramento, a reflexão por uma ida à televisão, a independência intelectual por um convite a uma conferência. Estão no mercado, justificam-se uns, são moralistas, dizem outros e estão do lado do Bem, os invasores subtis do Oeste contra os invasores de Leste, os Maus.
Há europeus que tinham da Europa a visão de Braudel — perderam. Há europeus que preferiram a da Casa Branca, ganharam, a sua Europa será um dos vários exemplos de sucesso deixados pelos americanos aos seus vassalos depois de os utilizarem, do Vietname ao Afeganistão, passando pelo Iraque, pela Líbia, pelas repúblicas bananeiras da América do Sul…
A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de Dezembro 1948, há quase 75 anos e no ambiente do pós-Segunda Guerra, da derrota do nazismo e do fascismo. O seu primeiro Artigo refere: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
A Declaração qualifica sempre aqueles a quem se dirige como seres. Seres humanos, no caso.
Esta designação é central e definidora do que se trata e do que se defende: Um ser!
Os autores da Declaração partiram do princípio — que lhes parecia evidente — de que os seus semelhantes espalhados pelo planeta se reconheciam como «seres», pelo que tomaram como uma estultícia, uma redundância e até uma ofensa à dignidade de cada um declarar que os humanos são, antes de tudo, seres.
A atualidade desmente esse pressuposto dos autores e dos subscritores da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Shakespeare, um dos génios da humanidade, conhecia a história dos humanos desde a antiguidade e da violência em que ela assentava. Ele conhecia e retratou a perversidade dos humanos, homens e mulheres, Hamlet e Lady Macbeth. Não acreditava na alma, nem na criação de seres humanos à imagem de um qualquer Deus. Ele duvidava que o ser humano tivesse, sequer, consciência de si. A célebre frase de Hamlet — to be or not to be — ser, ou não ser, coloca a questão de os humanos serem apenas seres vivos como os outros, sem consciência da sua singularidade, sem qualquer ligação a um passado com origem no divino, vindos do nada nas mãos de um Criador. As ações sanguinárias relatadas nas suas tragédias, as traições (Júlio César), os crimes, levaram Shakespeare a formular a dúvida sobre o ser humano ter direito a sê-lo.
O major-general Agostinho Costa esteve, este sábado, na CNN Portugal e falou sobre os acontecimentos da última semana na Ucrânia. O maior destaque foi para o incidente na Polónia que apesar de “estar ultrapassado, superado”, para o comentador “foi muito importante” porque “nos colocou muito, muito próximo de um conflito, da III Guerra Mundial, de um conflito entre a NATO e a Rússia”.
Referiu ainda que o incidente permitiu ver algum desentendimento entre Joe Biden, presidente norte-americano e Zelensky, presidente da Ucrânia. Já que este último terá ligado a Joe Biden, na terça-feira, e este “não lhe atendeu a chamada” Tal como, permitiu perceber que “há uma postura de alguns países da NATO nitidamente de confrontação, nomeadamente da Polónia e dos Países Bálticos”.
Destacou a reabertura da linha de caminho de ferro entre Kiev e Kherson que descreveu como “o cordão umbilical, que permitirá certamente chegar à cidade ajuda humanitária”. E explicou que na frente do comboio seguiam “dois vagões – só plataforma – como uma medida de segurança”. Mas o major-general Agostinho Costa lembrou as declarações feitas por Mark Milley, chefe de estado maior das forças armadas norte-americanas, em que este considerou que “as condições para a Ucrânia vencer esta guerra no plano militar, no curto prazo, são muito escassas e que a Ucrânia devia aproveitar o momento para a diplomacia”.
Garantindo que “se a Ucrânia entender continuar o combate, os Estados Unidos continuarão a apoiar”. Na opinião do comentador “esta mensagem é ‘se quiserem continuar a matar-se uns aos outros, tenham a bondade, que nós vamos fornecendo as munições. Mas tenham atenção que não está no horizonte imediato o fim desta guerra'”.
Compremos ações das suas empresas em vez de irmos votar!
Tal como o proscrito DDT que era espalhado pelos soalhos de madeira apodrecida fazia aparecer as baratas à luz do dia, a guerra na Ucrânia teve como um dos efeitos colaterais fazer surgir nos palcos do poder, sem disfarces nem homens por si os oligarcas ocidentais das tecnologias da informação, o setor decisivo na atual fase das civilizações dominantes. Os exemplos mais claros são os de Elon Musk (SpaceX, Starlink, Twiter) e de Marc Zukerberg (Facebook/Meta), que dominam as mais importantes redes de dados do planeta e vão despedir milhares de “colaboradores” para concentrarem força (capitais) nos segmentos nucleares do negócio: a investigação e desenvolvimento de novos produtos que lhes assegurem vantagens competitivas no futuro. Eles percebem que têm de estar à frente dos outros e isso implica agir num mercado global, vender um produto essencial e tornar dependentes de si todos os detentores de algum poder. Os despedimentos são uma poda regeneradora para fortalecer as “máquinas” de impor o pensamento único, de normalizar comportamentos, de apresentar a submissão como uma atitude libertadora e fruto da vontade e livre arbítrio. A campanha de manipulação sobre a guerra da Ucrânia demonstra que esta ordem pode ser imposta com o passarinho azul do Twiter e as argolas do Meta que substituiu o FB e que os fiéis ainda vão pagar para fazer parte da igreja, o que é, aliás, uma prática milenar.
Para estes oligarcas tecnológicos (de quem dependem os agora “famosos” nómadas digitais) o regime político, qualquer que seja a intervenção dos seres comuns na vida das comunidades, funciona apenas como um legitimador de negócios e como uma máscara que ilude a concentração de poder como uma calçadeira. Para os oligarcas o regime político é tão indiferente como os sapatos serem de pala ou de atacadores, desde que eles lá possam meter os pés.
Paulatinamente e ao longo do tempo, os oligarcas foram-se aproximando diretamente do poder, das suas alavancas, recrutando “colaboradores” para as suas políticas, presidentes, ministros, deputados e marionetas que evitassem sujarem as mãos de sangue, mas os tempos estão a mudar, os recursos do planeta são finitos, aproximam-se graves conflitos de luta pela sobrevivência de grandes massas de povos no Primeiro e no Segundo Mundo e eles querem garantir a sua sobrevivência. Há que dar o corpo ao manifesto, ir para ponte de comando. Quem quer vai, quem não quer manda!
Douglas Rushkoff, professor de Media Theory e Economia Digital na Universidade de Nova Iorque, considerado um dos mais importantes pensadores do mundo pelo MIT, é autor do livro «Team Human» (2019), onde descreve a experiência por que passou quando foi convidado por um seleto grupo de oligarcas (cem multimilionários americanos acionistas de bancos de investimentos) para um seminário à porta fechada sobre o futuro. Concluiu: “Os ricos estão a planear deixar-nos para trás!” (Antigamente planeavam andar à nossas costas.)
Em 1955, no bicentenário do grande terramoto de Lisboa de 1 de novembro 1755, o município da capital publicou uma antologia contendo os 3 textos de Kant (1724-1804), traduzidos por Luís Silveira, sobre essa catástrofe.
Os opúsculos de Kant – que procuravam explicar o grande sismo no quadro de leis naturais próprias autónomas, indiferentes tanto aos desígnios humanos como aos caprichos de uma qualquer divindade castigadora – são apenas uma parte dos muitos textos de grandes autores, como Voltaire e Rousseau, que foram profundamente afetados pela tragédia da mártir capital portuguesa, então uma das mais importantes cidades mundiais.
Ainda hoje abundam os ensaios que voltam à tripla catástrofe lisboeta (sismo, tsunami e incêndio) na perspetiva de avaliar o seu impacto filosófico e cultural na mudança da cosmovisão ocidental.
O que estava (e está) em causa consiste em compreender como o debate sobre o terramoto de 1755 provocou o corte abrupto com uma visão caracterizada pela confiança na bondade do mundo e no otimismo relativamente ao nosso lugar nele.
Nos tempos que correm, começo a ter dificuldade em distinguir certos “activistas de grandes causas”, como a crise ambiental, a salvação do planeta, o racismo, a escravatura – em particular os dos movimentos criados nas redes sociais –, de simples vândalos, incultos e arruaceiros.
Destruir estátuas, que há séculos existem nas cidades e são testemunhos (bons e maus, mas testemunhos) da história colectiva de um povo, vandalizar obras de arte expostas em museus para usufruto de todos, alguma das quais são património da Humanidade, fazer censura e coarctar a liberdade de expressão, porque qualquer palavra que se use pode ofender alguém ou algum grupo. E há milhares e milhares de grupos de indivíduos “com grandes causas”, nas quais embarcam, muitas vezes por falta de estudo ou de reflexão, sem saberem o que elas representam no seu contexto ou porque acreditam nas mais bizarras e estapafúrdias teorias da conspiração.
Que contributo traz à defesa das alterações climáticas a destruição de uma pintura com décadas ou séculos de existência? Ou de uma estátua? Estas acções que me parecem feitas apenas para os “heróis” aparecerem nas televisões e terem os seus minutos de “fama”, com o nobre e altíssimo protesto de atirar o conteúdo de latas de sopa sobre os quadros dos grandes mestres (que eles não devem ter sequer capacidade ou sensibilidade para lhes apreciarem a beleza), irá seguramente ser continuada em mais países por outros primatas imitadores que pululam nas redes sociais.
Outra grande causa destes novos paladinos, pelo menos aqui, em Portugal, é a escravatura, não a moderna dos trabalhadores imigrantes e das mulheres e crianças para escravas sexuais – que existe a seu lado e de que estes justiceiros não tomam nota, mesmo quando vem plasmada nos jornais –, mas do tráfico de escravos de há 500 anos, uma valência económica universal nessa era (no Oriente e nos países muçulmanos existia desde tempos imemoriais; nas potências europeias que tinham impérios, como a Inglaterra, Holanda e a Bélgica, prolongou-se até ao século XX, muito depois de Portugal ter posto fim a esse comércio, em 1761).
Ora, se há países que têm de pedir desculpa pelo tráfico de escravos feito há séculos, terão de ser, antes de quaisquer outros, os países africanos cujos sobas e reis arrebanhavam os seus conterrâneos e vinham vendê-los nas feitorias, primeiro aos muçulmanos e depois aos portugueses e aos holandeses e outras potências escravagistas.
Graças a esta ignorância crassa e a um enviesado sentido do “politicamente correcto”, ficámos sem um Museu dos Descobrimentos ou da Expansão,que incluiria a escravatura, mas um museu nacional e abrangente, que o país merece e necessita (até para ensinar a que não sabe), por ser um período em que Portugal estava na dianteira da maioria dos países, quer nas ciências (como Medicina, Navegação, Geografia, Botânica, Astronomia, etc.), quer nas artes ou na literatura, em que ligou o oceano Atlântico ao Índico (um feito maior do que o de Fernão de Magalhães), contribuindo como nenhum outro para o Conhecimento do Mundo, desfazendo mitos e ignorância.
Devemos ser o único país do mundo, em que os seus naturais, em vez de mostrarem o que de melhor ele tem ou fez, não só procuram mostrar apenas o que é negativo, como mancham e aviltam tudo o que se fez de bom em 880 anos de História, uma História riquíssima de que nos devíamos orgulhar.
Eu jamais deixarei de dizer o que penso e não peço desculpa por qualquer tema, palavra ou ideia que esteja nos meus livros, que tratam precisamente destas épocas, por mais ofensivas que sejam para os defensores do “politicamente correcto”. Tenho uma vida longa que testemunha a minha luta contra as injustiças, o racismo, a misoginia, a ignorância. Não tenho pachorra para a ignorância arrogante e o circo da fama.
Ao contrário do que afirmam os dirigentes europeus, a transição energética, tecnológica e industrial que a Europa pretende trilhar não vai conduzir à sua autonomia ou independência, mas sim aumentar as suas dependências, agora da China, em vez da Rússia.
Tanto Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, como Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, têm-se pronunciado repetidas vezes sobre a autonomia estratégica e a independência energética da União Europeia.
Temos dúvidas como conseguirá a União atingir esses objetivos tão ambiciosos, perante a série de dependências que as tensas relações entre a China e os EUA, a crise da Covid-19 e a guerra na Ucrânia trouxeram à tona de água, não só em matéria de comércio, investimento e cadeias de abastecimentos, como das matérias-primas necessárias à transição energética e tecnológica, que a União pretende implementar. Um dos aspetos que os oito meses de guerra tornaram evidente é o facto do modelo de desenvolvimento económico europeu assente em matérias-primas baratas, que lhe permitiam obter vantagens competitivas no mercado global, se encontrar esgotado.
Um relatório efetuado no âmbito da Comissão Europeia identificava 137 dependências da União. Dessas, 52% tinham origem na China, e apenas 3% na Rússia. Sem se estabelecer uma relação com a natureza do impacto de cada uma delas, a sua contabilização é um instrumento de análise insuficiente.
Preocupar-nos-emos neste texto apenas com as dependências de maior impacto na tão almejada transição energética e tecnológica. Pensamos nas novas tecnologias altamente exigentes em dados (comunicações móveis de quinta/sexta geração, inteligência artificial, quantum computing, robotização, biotecnologia, veículos sem condutor, aparelhos médicos de alta performance, a designada “internet das coisas” e as indústrias de defesa) que definirão o futuro paradigma tecnológico e industrial.
O Conselho Alemão de Relações Externas é um braço neoliberal “libertário” da NATO que exige a desindustrialização alemã e a dependência dos EUA para o seu comércio, excluindo a China, a Rússia e os seus aliados. Este promete ser o último prego no caixão económico da Alemanha.
AAlemanha tornou-se um satélite económico da Nova Guerra Fria da América com a Rússia, China e o resto da Eurásia. Foi dito à Alemanha e a outros países da NATO que impusessem a si próprios sanções comerciais e de investimento que durariam mais tempo do que a guerra por procuração de hoje na Ucrânia. O presidente dos EUA Biden e os seus porta-vozes do Departamento de Estado explicaram que a Ucrânia é apenas a arena de abertura numa dinâmica muito mais vasta que está a dividir o mundo em dois conjuntos opostos de alianças económicas. Esta fractura global promete ser uma luta de dez ou vinte anos para determinar se a economia mundial será uma economia americana unipolar, centrada no dólar, ou um mundo multipolar, com múltiplas moedas, centrado no coração da Eurásia com economias mistas públicas/privadas.
O presidente Biden caracterizou esta divisão como sendo entre democracias e autocracias. A terminologia é tipicamente orwelliana de língua dupla. Por “democracias”, ele refere-se às oligarquias financeiras ocidentais americanas e aliadas. O seu objectivo é desviar o planeamento económico das mãos dos governos eleitos para Wall Street e outros centros financeiros sob controlo dos EUA. Os diplomatas americanos utilizam o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial para exigir a privatização das infra-estruturas mundiais e a dependência da tecnologia dos EUA, petróleo e exportações de alimentos.
Por “autocracia”, Biden quer dizer países que resistem a esta tomada de controlo da financeirização e da privatização. Na prática, a retórica dos EUA acusa a China de ser autocrática na regulação da sua economia para promover o seu próprio crescimento económico e nível de vida, sobretudo mantendo as finanças e a banca como serviços públicos para promover a produção tangível e a economia de consumo. O que está basicamente em questão é se as economias serão planeadas pelos centros bancários para criar riqueza financeira – através da privatização de infra-estruturas básicas, serviços públicos e serviços sociais tais como cuidados de saúde em monopólios – ou através da elevação do nível de vida e prosperidade, mantendo a criação de bancos e dinheiro, saúde pública, educação, transportes e comunicações nas mãos do público.
A Rússia não tem e não se considera um inimigo do Ocidente.
A Rússia tentou construir relações com o Ocidente e com a NATO – para viverem juntos em paz e harmonia. A sua resposta a toda a cooperação foi simplesmente ‘não’”.
31/10/2022
Putin de facto conseguiu acertar onde estamos: à beira de uma Revolução| Pepe Escobar
Num discurso abrangente na sessão plenária da 19ª reunião anual do Clube Valdai, o presidente Putin fez não menos do que uma crítica devastadora e multifacetada à unipolaridade.
De Shakespeare ao assassinato do general Soleimani; das reflexões sobre a espiritualidade à estrutura da ONU; da Eurásia como berço da civilização humana à interligação do BRI, SCO e INSTC; dos perigos nucleares àquela península periférica da Eurásia “cega pela ideia de que os europeus são melhores que os outros”, o discurso pintou uma tela de Brueghel-esca do “marco histórico” que se nos depara, em meados da “década mais perigosa desde o fim da Segunda Guerra Mundial”.
Putin aventurou-se mesmo a dizer que, nas palavras dos clássicos, “a situação é, até certo ponto, revolucionária”, pois “as classes altas não podem, e as classes baixas já não querem viver assim”. Portanto, tudo está em jogo, pois “o futuro da nova ordem mundial está a ser moldado diante dos nossos olhos”.
Muito para além de um slogan cativante sobre o jogo que o Ocidente está a jogar, “sangrento, perigoso e sujo”, o discurso e as intervenções de Putin nas perguntas e respostas subsequentes devem ser analisados como uma visão coerente do passado, presente e futuro. Aqui oferecemos apenas alguns dos destaques:
“O mundo está a assistir à degradação das instituições mundiais, à erosão do princípio da segurança colectiva, à substituição do direito internacional por ‘regras’”.
“Mesmo no auge da Guerra Fria, ninguém negou a existência da cultura e da arte do Outro”. No Ocidente, qualquer ponto de vista alternativo é declarado subversivo”.
“Os nazis queimaram livros. Agora os pais ocidentais do ‘liberalismo’ estão a proibir Dostoevsky”.
“Há pelo menos dois ‘Ocidentes’. O primeiro é tradicional, com uma cultura rica. O segundo é agressivo e colonial”.
“A Rússia não tem e não se considera um inimigo do Ocidente.
Faço parte das pessoas – e somos bastantes, a maioria, como se tem visto – que vivem muito confortáveis com o facto de António Costa estar hoje a liderar o governo. Não vislumbro, no “mercado” político doméstico, ninguém que junte em si mais qualidades para gerir o nosso país.
Não esqueço, e agradecerei sempre, a serenidade firme com que nos conduziu durante a pandemia. O peso que tem vindo a ganhar no plano europeu – um prestígio cujos efeitos desejo que se esgotem exclusivamente no plano nacional – é a prova provada do seu êxito.
Até na gestão do “tandem” que tem feito com o presidente da República, dossiê bastante mais complexo do que parece, António Costa tem revelado uma sábia habilidade. E faço parte de quantos valorizam bastante este último conceito.
Chegado a este ponto, os leitores devem estar à espera daquela frase com que os ingleses relativizam o que acabam de afirmar: “Having said that…” Ela aqui vai: não aprecio, mesmo nada, o tom que, crescentemente, António Costa tem vindo a adotar nas suas intervenções parlamentares.
Era expectável que, com o reforço de dois partidos da direita radical nas últimas eleições, o parlamento entrasse em crescente crispação. Com ambos a apelar ao pior dos sentimentos dos portugueses – um pelo populismo mais baixo, outro pela arrogância a-social -, posso perceber que António Costa se sinta frequentemente irritado e propenso a uma reação vocal mais robusta. Mas é aqui que reside o seu erro.
O primeiro-ministro de Portugal deve demonstrar, em todas as ocasiões, que se recusa a descer ao patamar dos preconceitos, rasteiros ou sobranceiros, com que aqueles grupos de representação ideológica extrema ali sustentam as suas intervenções. Fazê-lo é entrar numa chicana que só confere visibilidade e relevância a quem procura ganhar protagonismo à sua custa.
Tratá-los com educada frieza de Estado, oferecendo-lhes os mínimos de tratamento democrático, deveria ser a posologia a adotar. É que, contrariamente ao que as Seleções do Reader’s Digest defendem, rir, mesmo que deles, nem sempre é o melhor remédio.
Esta é a minha opinião. E, pelo que vou ouvindo, não estou sozinho, mesmo em quantos, como eu, continuam a apreciar muito António Costa.
Artigo de 11 de fevereiro de 2022, duas semanas antes da invasão russa da Ucrânia
PorMike Whitney
Aí está, preto no branco: A equipa de Biden quer “levar a Rússia a uma resposta militar” a fim de sabotar o Nord Stream
Acrise ucraniana não tem nada a ver com a Ucrânia. Trata-se da Alemanha e, em particular, de um gasoduto que liga a Alemanha à Rússia chamado Nord Stream 2. Washington vê o gasoduto como uma ameaça à sua primazia na Europa e tem tentado sabotar o projecto constantemente. Mesmo assim, o Nord Stream avançou e está agora totalmente operacional e pronto a ser utilizado. Assim que os reguladores alemães fornecerem a certificação final, as entregas de gás terão início. Os proprietários e empresas alemãs terão uma fonte fiável de energia limpa e barata, enquanto a Rússia verá um impulso significativo nas suas receitas de gás. É uma situação vantajosa para ambas as partes.
O establishment da política externa dos EUA não está satisfeito com estes desenvolvimentos. Eles não querem que a Alemanha se torne mais dependente do gás russo porque o comércio constrói confiança e a confiança leva à expansão do comércio. À medida que as relações se tornam mais quentes, mais barreiras comerciais são levantadas, os regulamentos são flexibilizados, as viagens e o turismo aumentam, e uma nova arquitectura de segurança evolui. Num mundo onde a Alemanha e a Rússia são amigos e parceiros comerciais, não há necessidade de bases militares dos EUA, não há necessidade de armas e sistemas de mísseis caros fabricados pelos EUA, e não há necessidade da NATO. Também não há necessidade de transacções de energia em dólares americanos, nem de armazenar os tesouros americanos para equilibrar as contas. As transacções entre parceiros comerciais podem ser conduzidas nas suas próprias moedas, o que irá precipitar um acentuado declínio no valor do dólar e uma mudança dramática no poder económico.
Escrevi sobre a genialidade de Herman José e referi um extraordinário sketch em que ele desmonta a farsa dos comentadores de televisão e da manipulação que está a ser produzida sobre a guerra da Ucrânia. Esses “nacos informativos” são atentados reais à liberdade dos cidadãos, na medida em que foi instaurada a censura e sobre duas formas, uma, direta, proibindo a informação de uma das partes envolvidas, e outra, mais perversa, através da imposição do pensamento único, do silêncio, da intimidação dos que não seguem a verdade oficial.
O texto provocou, felizmente, vários comentários, alguns deles sobre a curta lista de génios que eu estabeleci para mim, acrescentando outros, casos de Almada Negreiros, Paredes, Siza Vieira, Saramago, Eça. Tenho por todos os nomeados admiração, mas Herman é, para mim, diferente, não só porque ele abriu novos caminhos, deu novas expressões à arte de representar, mas fundamentalmente porque penetrou em camadas da sociedade mais resistentes à mudança, aos de muita baixa literacia, de pouca instrução escolar, aos integristas religiosos, tanto quanto no grupo dos mais privilegiados e convencidos. Ele rompeu a muralha construída ao longo de séculos de obscurantismo religioso, cultural, de violência política, de hierarquias sociais, de ideias feitas sobre a epopeia portuguesa. Ele, sozinho e com a sua equipa, foi o Monty Python da sociedade portuguesa, sendo certo que esta não é dotada do sentido de humor e de autocrítica da inglesa e os ingleses têm uma longa tradição de produção teatral que não se resume a Shakespeare.
Herman conseguiu com o seu génio e com o seu prestígio abrir uma fenda nas muralhas do conservadorismo de antigo regime em que Portugal vivia (e em parte vive) e abrir a sociedade à liberdade de questionar os tabus. Reveja-se o Herman Enciclopédia.
Essa subversão que Herman promoveu é hoje inaceitável pelos poderes instituídos. Essa subversão é e está a ser sufocada pela mediocridade acrítica e até quase pornográfica de programas do tipo Big Brother, de telenovelas de enredo de cordel e de muita bola, de informação formatada pelas agências de comunicação e pelos lóbis dos negócios e das corporações.
Dirão os crentes e adeptos do pensamento único: existe pluralidade de informação, pois em Portugal estão no ar três estações de TV, cada uma com vários canais e todos os portugueses podem escolher. É um sofisma primário. Como dizer que uma centopeia pelo facto de ter cem patas tem uma maior opção de escolha do que uma galinha, que só tem dois. Na realidade o que se verifica é que estamos caídos na velha expressão de democracia de Henry Ford quando lançou o Ford T: os clientes são livres de escolher a cor, desde que seja preto. Os mesmos fornecedores de doutrina, como os antigos caixeiros viajantes, circulam com a mesma mercadoria entre jornais, rádios e televisões.
Um pouco de história. A SIC, a primeira estação privada, começou a emitir em 1992, pertencia e pertence ao grupo Impresa, do milionário Francisco Balsemão, proprietário do Expresso, o semanário mais influente na sociedade portuguesa. O seu primeiro diretor foi Emídio Rangel, um jornalista da liberdade e da responsabilidade. A TVI começou em 1993, propriedade da Igreja Católica através da União das Misericórdias e de outros acionistas a ela ligados.
Os grandes momentos de Herman José na televisão, de pluralidade e crítica politica e social, decorreram até ao ano de 1997, na RTP, com a «Herman Enciclopédia». Pelo meio decorreu uma polémica de tentativa de imposição de censura a propósito de episódio sobre a Última Ceia, que Joaquim Furtado repeliu.
Talvez seja coincidência, mas em 1997 a Media Capital, do milionário Pais do Amaral, torna-se acionista de referência da TVI, que passara da Igreja para um grupo colombiano e mais tarde para a Prisa, o grupo espanhol que entra no capital. A TVI passa a ser uma estação populista — isto é, defensora de um regime de lucros e poderes oligárquicos nacionais e internacionais, sob a capa de uma grande liberalidade de costumes e de cultura de massas. O típico truque de colocar uma pin-up na capa e defender os lucros dos grandes grupos e a hierarquia de classes dos tabloides ingleses. Emídio Rangel saiu da SIC em 2001, em conflito com Balsemão, que queria transformar a estação num instrumento de domínio político com audiências populares através do pograma de intimidades Big Brother, que foi transformado em santo milagreiro da TVI.
Na atualidade, no novo espetro de aparente diversidade da oferta, as televisões venderam e vendem todas o mesmo produto ideológico — de que as longas temporadas de cometário político conservador a cargo de Marcelo Rebelo de Sousa e Marques Mendes, ou de Paulo Portas e a avassaladora presença do futebol são prova. A política reduzida aos golpes baixos, ao boato e à calhandrice e muita bola!
Desta “ordem unida”, e desta barreira contra a critica e a verdadeira pluralidade, escapava o programa Contra-Informação, um formato derivado dos Spitting Image da ITV britânica e no Guignols de l’info do Canal+ francês, mas que não resistiram à uniformização e ao respeitinho que é muito bonito do cavaquismo e terminou em 2010.
Herman foi deixado à sua sorte, isto é, os poderes empurraram-no subtilmente para as margens, negando os meios para os programas que ele poderia fazer e substituindo-os por “coisas” de baixo custo e baixa qualidade, até quase desaparecer, remetido ao circuito de festas e romarias pela província. A versão neoliberal da democracia não o tolera. Ao Herman José, os patrões das televisões preferem uns animadores esforçados que esbracejam e gritam em cima de palcos improvisados acompanhados por umas moças de carnes exuberantes.
Esta escolha das Tvs e dos seus espetadores não é a bem do povo, não é dar ao povo o que o povo quer ver e ouvir (quis ver e ouvir Herman), mas é sim um revelador da decadência da nossa exigência democrática, da aceitação passiva do apodrecimento cultural em que vivemos resignadamente. Revela que estamos como o burro da frase de velha sabedoria: comemos palha, basta que no-la saibam dar. E «eles» sabem! E sabem que programas como os de Herman lhes dificultavam a tarefa.
Ao contrário do que afirmam os dirigentes europeus, a transição energética, tecnológica e industrial que a Europa pretende trilhar não vai conduzir à sua autonomia ou independência, mas sim aumentar as suas dependências, agora da China, em vez da Rússia.
Tanto Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, como Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, têm-se pronunciado repetidas vezes sobre a autonomia estratégica e a independência energética da União Europeia.
Temos dúvidas como conseguirá a União atingir esses objetivos tão ambiciosos, perante a série de dependências que as tensas relações entre a China e os EUA, a crise da Covid-19 e a guerra na Ucrânia trouxeram à tona de água, não só em matéria de comércio, investimento e cadeias de abastecimentos, como das matérias-primas necessárias à transição energética e tecnológica, que a União pretende implementar.
Um dos aspetos que os oito meses de guerra tornaram evidente é o facto do modelo de desenvolvimento económico europeu assente em matérias-primas baratas, que lhe permitiam obter vantagens competitivas no mercado global, se encontrar esgotado.
Um relatório efetuado no âmbito da Comissão Europeia identificava 137 dependências da União. Dessas, 52% tinham origem na China, e apenas 3% na Rússia. Sem se estabelecer uma relação com a natureza do impacto de cada uma delas, a sua contabilização é um instrumento de análise insuficiente.
Pergunta-me o agora Meta o que estou a pensar. Na hora que ganhei pensei no génio. Quantos génios produziu Portugal? Concluí que Herman José é um dos génios portugueses ao rever programas de TV que tinha deixado para melhor ocasião.
Não existe um consenso mínimo para definir o génio. Existe a ideia que cada um de nós faz do que é génio. O génio é alguém com uma aptidão fora da norma para uma qualquer atividade, conjugar notas de música, sons, cores, movimentos, dados abstratos. Alguém que vê o mundo de um ponto de vista único, que, em vez de “captar” conceitos corriqueiros troca as perguntas para encontrar respostas que são evidentes apenas depois de eles as apresentarem.
Karl Jaspers, um dos grande filósofos do século XX, realizou um estudo comparativo das trajetórias de vida e artísticas de vários artistas geniais, entre eles Strindberg e Van Gogh e descobriu em todos eles um caráter visionário acompanhado de interrogações sobre a realidade. O génio artístico seria, assim, associado a uma «tipología esquizofrénica», que faz dele um percursor de acontecimentos, alguém que desempenha o papel dos antigos oráculos, ou dos animais míticos como os corvos, as corujas. Portugal tem os seus génios, adequados à interpretação da realidade em cada tempo e circunstância.
Eu elaborei a minha lista particular: Gil Vicente, o Padre António Vieira, Fernando Pessoa, Amália Rodrigues e Herman José. Não são muitos. Não há génios na pintura – talvez Amadeo de Souza Cardozo -, nem na música, nem na arquitetura, nem na ciência – talvez Pedro Nunes.
Talvez cause surpresa a inclusão de Herman José num tão restrito número de “génios portugueses”. Julgo que Herman José, fruto, se quisermos encontrar explicações para o que é inexplicável, do cruzamento de culturas em que nasceu e viveu, da sua educação, viu desde muito cedo a sociedade portuguesa por dentro e por fora. Adquiriu uma visão 3 D. Depois foi dotado com as aptidões excecionais para expressar essas visões, inteligência, capacidade para conjugar conhecimento com realidade, dotes físicos, coordenação motora, voz, ouvido, coragem para se exibir, arrogância quanto baste para se impor e ser o centro das atenções e a estrela do espaço em que se move. E, finalmente, o instinto do matador de mediocridades. Um pícaro aristocrata como não houve em Portugal e haverá muito poucos no mundo.
Os seus programas na TV são um retrato do Portugal do seu tempo, do nosso tempo. Ele é o grande historiador contemporâneo. Os seus programas são os autos vicentinos do Portugal pós 25 de Abril. São as farsas dos autos da Índia (adultério, dissolução de costumes e falsa moral como consequência dos Descobrimentos) e de Inês Pereira (o oportunismo e a ausência de princípios: “mais quero asno que me leve que cavalo que me derrube”) que descobriram os podres do que era apresentado como uma epopeia e uma luta pelo Bem. As suas personagens são as personagens de Gil Vicente, e, nalguns casos, as de Eça de Queiroz. São as figuras refinadas do subversivo Vilhena e do pícaro Luiz Pacheco. Herman José reúne todas essas personagens e constrói com elas um painel genial, o que o tríptico de Nuno Gonçalves não consegue ser, porque a Gonçalves lhe faltava o humor, a inteligência e a perversidade de Herman.
A mais recente obra da genialidade de Herman José consistiu na transformação em esfregões de limpar o chão dos típicos comentadores arregimentados pelas TVs para fazer a propaganda da guerra na Ucrânia.
É como capachos que ele reencarna o comentador da bola José Esteves, agora de barba e cabelo branco a perorar, a babar-se e asneirar num lar da terceira idade, com um olhar desconfiado, a dar as deixas para o excelente Manuel Marques recuperar a personagem de Zé Manel, o taxista que sabe tudo e fala pelos cotovelos, agora com ar de polidor de esquinas a quem saiu a raspadinha, ou que coloca a Maria Rueff no trono da pivôa Beleza de Sousa.
Herman José conseguiu em menos de um quarto de hora esfrangalhar a manipulação que tem sido a informação das TVs sobre a guerra da Ucrânia. Tudo ficou a nu, reduzido à farsa que se esconde sob o nome de informação. E, por último, para quem não tenha querido entender o que ele disse ao apresentar aquele genial sketch explicou no programa “Primeira Pessoa”, de Fátima Campos Ferreira, que a informação é hoje um negócio e que para dar lucro e pagar os salários aos pivôs vedetas há que vender as notícias que as audiências querem. Deu como exemplo da degradação a Fox News.
Foi delicado com os seus colegas das Tvs, um ato de misericórdia.
Dizem os jornais e “media” em geral que a Rússia ocupou, ao longo da sua “intervenção militar especial” na Ucrânia, a área total de 15% de todo o País.
Consideremos que é aceite que a ocupação actual é de 15%.
Consideremos ainda que “esta área” está ocupada, toda ela, por edificações de todo o tipo, o que não corresponde à realidade. Mas vamos considerar que sim.
Assim sendo, vamos admitir que 10% de todo o edificado numa área de 15% do total do País Ucrânia foi destruído e/ou danificado.
Logo, teríamos uma destruição de 1,5% de toda a Ucrânia.
Dizer-se então, que a Ucrânia é um País que está quase completamente destruído é uma falácia.
Repare-se mesmo que a Rússia nem sequer “passeou” pelos restantes 85% do País, salvo zonas pontuais e por muito pouco tempo, como logo no início na sua Capital, Kiev.
Os especialistas credíveis consideram mesmo que as tropas russas seguriam quase à risca as Ordens Superiores recebidas, que foi a de procurarem o mais possível não destruirem edificações e muito menos atacar a população civil. O que tem lógica na perspectiva de que a intenção não era destruir, mas sim impedir que a Ucrânia aderisse à NATO e viesse a autorizar a instalação de armamento nuclear apontado à sua Capital, Moscovo e, também, de libertar o País de influências nazis que, entre outras decisões, proibiram o uso da língua russa e o seu ensino nas Escolas.
Os povos russos e ucranianos, e agora explicito aqui abertamente a minha opinião, não mereciam nem merecem esta guerra, provocada sob fortes influências externas, vindas mesmo de outro Continente que combate a longa distância, como é seu costume.
Até porque são povos irmanados há séculos, primos, irmãos e amigos uns dos outros.
Esta guerra tem de acabar já, um compromisso tem de ser encontrado, ambos os Países devem integrar plenamente um Continente que deve ser de Paz – do Atlântico aos Urais, como dizia De Gaulle.
A manipulada Comunicação Social, tem prestado um apoio assumido às “ordens de manipulação” que recebe.
It’s disgusting. Shame on you !
Shame on you too, political gentlemen !
——
Vítor Manuel Coelho da Silva, português, minderico, acérrimo defensor da Europa visionada por De Gaulle.
Do Atlântico aos Urais, e em paz com todos os outros Continentes.
Os trinta democratas liberais no Congresso dos EUA leram Francisco Seixas da Costa
É nos Estados Unidos que reside a chave de um eventual novo tempo neste processo, pelo que compete aos europeus lembrar-lhes que é só deste lado do Atlântico que, por agora, continua a guerra.
A História mostra que, para pôr termo a um conflito, ou se derrota totalmente o inimigo (e a Rússia não é derrotável, enquanto potência, como sabe quem sabe destas coisas) ou se fala com ele para ir aferindo das hipóteses de um acordo. Pensar que o tempo corre sempre a nosso favor é uma ingenuidade perigosa.”
Fez ontem cinco meses, publiquei este artigo no “Expresso”. Algumas coisas estão datadas e ocorreu a alteração de certas circunstâncias, mas, mesmo assim, hoje apetece-me relembrá-lo, porque o essencial não mudou e continuo a pensar exatamente o mesmo: :
”Esta guerra já não é apenas entre a Rússia e a Ucrânia. É cada vez maior o envolvimento, através de ajuda militar e de sanções, de muitos países que passaram a ser parte, embora por ora não beligerante, no conflito. Em moldes todavia nunca comparáveis ao sofrimento da população da Ucrânia, as respetivas sociedades estão a começar a sentir as consequências do prolongamento da guerra.
Parece não ter sentido que os países envolvidos no apoio à Ucrânia fiquem a aguardar o resultado, cada vez mais duvidoso, de um processo negocial, aparentemente suspenso, entre Kiev e Moscovo. Há dimensões do conflito, como fica evidente na questão das armas nucleares, que vão muito para além da situação concreta da Ucrânia, embora com ela interligada.
Falar-se-á muito de Adriano Moreira, e é justo. Ele é uma das grandes personagens da história de Portugal do século XX e um dos grandes pensadores portugueses, além de ter sido político e interventor social. Uma personalidade marcante. Ouvi-o a primeira vez em 1964, havia deixado de ser Ministro do Ultramar e proferiu uma conferência para os cadetes da Academia Militar, que me marcou por ser uma “análise” e não apenas uma opinião, ou um sermão. Eu deixara de acreditar em sermões e em opiniões. Ou me convenciam com argumentos racionais, ou eu procurava-os. Deixara de ser religioso no sentido de acreditar em deuses e salvadores, até mesmo em heróis.
Hoje a homenagem que entendo prestar a Adriano Moreira é transcrever um seu pensamento expresso no livro Ciência Política, da Almedina, de 1993, que se adapta à situação atual, claramente a da violação do principio da existência de uma hierarquia nos Estados, como AM, definiu: Superpotências, grandes, médias e pequenas potências consoante o seu poder e o seu grau de dependência. De espaços de influência, reunidos em “Grandes Espaços” e, por fim o conceito de interdependência, ou de soberania limitada, ou partilhada.
” O conceito e a realidade do Estado soberano que dominou a vida internacional até ao fim da II Guerra Mundial tem vindo a ser substituído pelas interdependências e dependência mundiais que se vão consolidando e onde o mundialismo se firma como “modelo observante da realidade observada”.
Aos olhos do Estado, o cenário passou a ser considerado segundo a perspectiva de “aldeia global” entendida como mundialização dos comportamentos ecológicos, económicos, políticos naquilo que alguns quiseram chamar “fim da História” e que generalizadamente é considerada a democracia avançada, por mais incertos que sejam os pressupostos organizativos.
Além disso, a ideia de Estado-Nação, na acepção teórica de Silverman, nunca foi com frequência um paradigma da organização da vida humana. Parece-nos claro que a crise do Estado está essencialmente ligada a uma nova conjuntura que põe em causa as áreas de intervenção do “grande Leviatã” preconizado por Hobbes e que até aí, detinha total acção nos mais variados quadrantes”.
Adriano Moreira procurou um caminho de modernidade e de esperança. Viveu a sua época e ajudou-nos a viver.
Carlos Matos Gomes in Facebook 23-10-2022
Resposta de Matos Gomes a um comentário “provocador”, no seu texto colocado no Facebook :
“Apenas um pormenor, que nada altera as apreciações que cada um entenda fazer. Adriano Moreira também passou pelas masmorras do Estado Novo. Esteve uns meses preso no Aljube por ser defensor da mulher do general Godinho, implicado na abrilada de 1947.
Tempos de crise global favorecem grupos globais oportunistas
Antonio Cunha Justo Para sobreviver, o homem precisa de um habitat natural, instituições e organizações sociais com ideologias ou doutrinas estáveis que lhe dêem uma coerência interior que lhe permita identidade e identificação… Impérios e civilizações emergiram de famílias, tribos, povos/nações. Considerando que os impérios costumavam ser determinados pelos interesses internos das nações, hoje estão organizados em torno de núcleos econômicos e ideológicos regionais… Enquanto as relações humanas empáticas prevaleceram nas primeiras organizações, as relações funcionais (não empáticas) dominam ao nível dos conglomerados (por exemplo, ONU, OTAN/EUA, Federação Russa, China e UE). Os superpoderes são perigosos uns para os outros, os outros são forçados a segui-los e conversar com as informações que fornecem. Estamos em um tempo que requer atenção especial a tudo, um tempo de guerras híbridas em que a propaganda e a contra-propaganda, a desinformação e a corrupção dominam, o que dificulta a avaliação da situação, pois o cidadão é, acima de tudo, resultado de informações; de informações de uma realidade puramente virtual.
To celebrate Einstein’s birthday this past Sunday (14 de mars de 1879), we examine his take on religion and spirituality.
Einstein’s disapproval of quantum physics revealed his discontent with a world without causal harmony at its deepest levels: The famous “God does not play dice.”
He embraced a “Spinozan God,” a deity that was one with nature, within all that is, from cosmic dust to humans. Science, to Einstein, was a conduit to reveal at least part of this mysterious connection, whose deeper secrets were to remain elusive.
Given that March 14th is Einstein’s birthday and, in an uncanny coincidence, also Pi Day, I think it’s appropriate that we celebrate it here at 13.8 by revisiting his relationship with religion and spirituality. Much has been written about Einstein and God. Was the great scientist religious? What did he believe in? What was God to Einstein? In what is perhaps his most famous remark involving God, Einstein expressed his dissatisfaction with the randomness in quantum physics: he “God doesn’t play dice” quote. The actual phrasing, from a letter Einstein wrote to his friend and colleague Max Born, dated December 4, 1926, is very revealing of his worldview:
Quantum mechanics is very worthy of regard. But an inner voice tells me that this is not the true Jacob. The theory yields much, but it hardly brings us close to the secrets of the Ancient One. In any case, I am convinced that He does not play dice.
Todos os olhos podem estar postos nos resultados das eleições italianas desta manhã, mas a Europa tem problemas muito maiores nas suas mãos do que a perspetiva de um governo de direita. O Inverno está a chegar, e as consequências catastróficas da crise energética europeia autoimposta já estão a ser sentidas em todo o continente.
À medida que os políticos continuam a elaborar planos irrealistas de racionamento energético, a realidade é que o aumento dos preços da energia e a queda da procura já fizeram com que dezenas de fábricas numa gama diversificada de indústrias intensivas em energia – vidro, aço, alumínio, zinco, fertilizantes, químicos – cortassem na produção ou encerrassem mesmo, provocando o despedimento de milhares de trabalhadores. Até mesmo o New York Times pró-guerra foi recentemente forçado a reconhecer o impacto “paralisante” que as sanções de Bruxelas estão a ter sobre a indústria e a classe trabalhadora na Europa. “Os elevados preços da energia estão a atacar a indústria europeia, forçando as fábricas a cortar rapidamente a produção e a colocar dezenas de milhares de trabalhadores em licença”, relatou o New York Times.
Os cortes na produção de zinco, alumínio e silício (que representam uns espantosos 50% da produção) já deixaram os consumidores das indústrias siderúrgica, automóvel e da construção europeia a enfrentar graves carências, que estão a ser compensadas por remessas da China e de outros países. Entretanto, as fábricas de aço em Espanha, Itália, França, Alemanha e outros países – mais de duas dúzias no total – estão a começar a abrandar ou a parar completamente a sua produção.
Subitamente — e contra todos os prognósticos — o FMI, o xerife da ordem económica capitalista condenou o novo favor do governo inglês aos super-ricos. Turbulências sugerem: um novo repique da crise global aberta em 2008 pode estar próximo.
Em 30 de setembro, o Fundo Monetário Internacional assustou os mercados e surpreendeu os comentaristas ao repreender o governo conservador do Reino Unido por irresponsabilidade fiscal. O choque foi evidente. A crítica do FMI ao governo de uma grande economia ocidental é como um zelador repreendendo o proprietário por colocar em risco o valor avaliado do prédio. Essa sensação de inversão da ordem usual das coisas foi ainda mais nítida porque, não esqueçamos, foram os conservadores britânicos, sob a rígida liderança de Margaret Thatcher, que ditaram a regra sobre a probidade fiscal como alicerce do neoliberalismo. O FMI passou mais de quatro décadas impondo essa ortodoxia a governos em todo o mundo.
Como numa tentativa de amplificar a agitação que certamente causaria, o comunicado do FMI chegou a censurar o governo britânico por introduzir grandes cortes de impostos (agora parcialmente cancelados após a intervenção do Fundo), porque eles iriam principalmente “beneficiar os que ganham mais” e “provavelmente aumentar a desigualdade”. Os conservadores leais à sitiada nova primeira-ministra da Grã-Bretanha, Liz Truss, os republicanos mais vigorosos dos EUA, analistas econômicos internacionais e até mesmo alguns de meus camaradas de esquerda ficaram brevemente unidos por uma perplexidade comum: desde quando o FMI se opõe a mais desigualdade? Seria difícil identificar um único “programa de ajuste estrutural” do FMI que não aumentou a desigualdade. Se duvidar, pergunte à Argentina, Coreia do Sul, Irlanda ou Grécia (onde fui ministro das Finanças e tive que negociar com o FMI) sobre as restrições associadas a seus empréstimos. Os burocratas intransigentes do Fundo teriam passado por um momento como o da “estrada de Damasco”?
Quantos cristãos saberão que, se Adão e Eva fossem figuras reais e nossos contemporâneos, precisariam, para viajar para o estrangeiro, de um passaporte iraquiano? Quantos se lembram de que Abraão, que está na base das três religiões monoteístas – judaísmo, cristianismo, islão -, possuiria igualmente nacionalidade iraquiana? Quantos se lembram de que os primeiros capítulos do Génesis, referentes ao mito da criação e da queda, se passam na Mesopotâmia, onde mergulham algumas das nossas raízes culturais? As religiões estão sempre presentes. Mas quem tem delas um conhecimento mínimo? Qual é a relação entre religião e violência, religião e política, religião e desenvolvimento económico, religião e saúde?
O grande Umberto Eco, agnóstico, lamentava-se: “Nas escolas italianas, Homero é obrigatório, César é obrigatório, Pitágoras é obrigatório, só Deus é facultativo. Se o ensino religioso se identificar com o do catecismo católico, no espírito da Constituição italiana deve ser facultativo. Só lamento que não exista um ensino da história das religiões. Um jovem termina os seus estudos e sabe quem era Poséidon e Vulcano, mas tem ideias confusas acerca do Espírito Santo, pensando que Maomé é o deus dos muçulmanos e que os quacres são personagens de Walt Disney…”
Ernst Bloch, o filósofo marxista heterodoxo e ateu religioso, com quem tive o privilégio de conversar, sublinhou que o desconhecimento da Bíblia constitui uma “situação insustentável”, pois produz “bárbaros”, que, por exemplo, perante a “Paixão segundo São Mateus”, de Bach, ficam como bois a olhar para palácios.
Noam Chomsky é um dos intelectuais mais respeitados do mundo. Este pensador americano foi considerado o mais importante da era contemporânea pelo The New York Times. Uma de suas principais contribuições é ter proposto e analisado as estratégias de manipulação de massa que existem no mundo hoje.
Noam Chomsky ficou conhecido como lingüista, mas também é filósofo e cientista político. Ao mesmo tempo, ele se tornou um dos principais ativistas das causas libertárias. Seus escritos circularam pelo mundo e não param de surpreender os leitores.
Chomsky elaborou um texto didático no qual ele sintetiza as estratégias de manipulação maciça. Suas reflexões sobre isso são profundas e complexas. No entanto, para fins didáticos, ele resumiu tudo em princípios simples e acessíveis a todos.
1. A distração das estratégias de manipulação maciça
Segundo Chomsky, a mais recorrente das estratégias de manipulação massiva é a distração. Consiste basicamente em direcionar a atenção do público para tópicos irrelevantes ou banais. Desta forma, eles mantêm as mentes das pessoas ocupadas.
Para distrair as pessoas, abarrotam-lhes de informações. Muita importância é dada, por exemplo, a eventos esportivos. Também ao show, às curiosidades, etc. Isso faz com que as pessoas percam de vista quais são seus reais problemas.
A Guerra dos Corredores Econômicos entrou em território incandescente e inexplorado: Terror do Oleoduto.
Uma sofisticada operação militar – que exigiu um planejamento exaustivo, possivelmente envolvendo vários atores – explodiu quatro seções separadas dos gasodutos Nord Stream (NS) e Nord Stream 2 (NS2) esta semana nas águas rasas dos estreitos dinamarqueses, no Mar Báltico, perto da ilha de Bornholm.
Sismólogos suecos estimaram que o poder das explosões pode ter atingido o equivalente a até 700 kg de TNT. Tanto ns quanto NS2, perto das fortes correntes ao redor de Borholm, são colocados no fundo do mar a uma profundidade de 60 metros.
Os tubos são construídos com concreto reforçado em aço, capazes de suportar o impacto das âncoras do porta-aviões, e são basicamente indestrutíveis sem graves cargas explosivas. A operação – causando dois vazamentos perto da Suécia e dois perto da Dinamarca – teria que ser realizada por drones subaquáticos modificados.
Todo crime implica motivo. O governo russo queria – pelo menos até a sabotagem – vender petróleo e gás natural para a UE. A noção de que a inteligência russa destruiria os oleodutos da Gazprom é além de ridícula. Tudo o que tinham que fazer era desligar as válvulas. O NS2 nem sequer estava operacional, baseado em uma decisão política de Berlim. O fluxo de gás na SNS foi dificultado pelas sanções ocidentais. Além disso, tal ato implicaria que Moscou perderia uma importante vantagem estratégica sobre a UE.
A sabotagem dos pipelines Nordstream 1 e 2 cortou brutalmente o cordão umbilical energético da Alemanha com a Rússia. Parece óbvio para todos de que se trata de terrorismo com origem num “ator estatal”, como disseram de imediato os responsáveis dinamarqueses e suecos. Inevitavelmente, Zelensky acusou a Rússia. Mas esse reflexo de Pavlov carece de justificação.
Seria totalmente irracional que Moscovo destruísse não apenas uma copropriedade onde investiu 475 mil milhões de rublos, mas, sobretudo, seria absurdo que anulasse o seu instrumento principal de pressão contra as sanções da UE. Sem pipelines, Moscovo e Berlim ficam em mundos paralelos.
O jornal ECO noticiava que num tweet, Radoslaw Sikorski – ex-Ministro da Defesa e ex-MNE polaco, eurodeputado do PPE, e um peso pesado na política global -, agradeceu aos EUA os danos causados aos pipelines russos. Noutro tweet, Sikorski explicava que os “danos no Nordstream reduzem o espaço de manobra de Putin. Se quiser retomar o fornecimento de gás à Europa, terá de conversar com os países que controlam os gasodutos Brotherhood [Ucrânia] e Yamal [Polónia]”.
O “agradecimento”, gravemente acusatório a Washington, vindo de um seu fã incondicional, apenas o compromete a ele. Contudo, revela também como os demónios europeus estão à solta. O ódio à Alemanha, e não apenas à Rússia, faz hoje parte integrante da política oficial em Varsóvia, como ficou demonstrado no renovado pedido a Berlim por indemnizações pelas perdas da II Guerra Mundial.
A UE, que alguns adeptos do Dr. Pangloss consideram mais forte e unida do que nunca, recebe hoje sinais de menosprezo das chancelarias por esse mundo fora. Com a CE de Von der Leyen, a “Europa Alemã”, que segundo o malogrado Ulrich Beck resultou da gestão da crise do euro por Angela Merkel, está febril. Para merecer respeito em política é preciso conhecer os seus interesses cruciais. E saber defendê-los. A resposta europeia à invasão russa da Ucrânia foi desmesurada, ignorou completamente interesses e fragilidades, curvando-se num servilismo acrítico perante Biden. A coligação de Berlim destruiu, de um golpe, os alicerces de uma UE liderada pela Alemanha: segurança de abastecimento energético; estabilidade do euro; alguma (frágil) capacidade de manobra dentro da NATO. Sem estratégia e à deriva, os próximos meses dirão até que ponto é que a estrada de autoflagelação europeia terá alguma margem de mitigação.
A política em Portugal isolou-se numa exígua redoma de minudências. Os assuntos na agenda política minguaram. Para além de aceitarmos incondicionalmente a política monetária do BCE, já desistimos também de ponderar nas políticas externa e de defesa. Estamos a caminhar para uma situação em que a possibilidade de uma guerra nuclear limitada na Europa vai em crescendo. E perante tal enormidade, escutamos o PM e o MNE a repetirem, mecanicamente, os mantras de Josep Borrell e de Jens Stoltenberg. Nem uma hesitação. Nem uma dúvida. Fica-nos como magna questão nacional, a eterna localização do novel aeroporto de Lisboa. Mesmo sem devastação bélica, a Europa empobrecida talvez acabe até por tornar excessiva a atual capacidade da Portela. As torneiras que a Espanha fechou no Douro, congelando, com aviso prévio, a Convenção de Albufeira, dão-nos uma amostra da abundante solidariedade que nos aguarda num futuro cada vez mais fustigado pela crise ambiental e climática. Portugal foge da realidade, mas esta nunca se esquecerá de nós.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou hoje os Estados Unidos e a Europa de optarem pelo “suicídio económico” com o propósito de punir Moscovo pela invasão da Ucrânia.
“Na Europa anunciam uma recessão da economia, porque a Europa e os Estados Unidos optaram pelo suicídio económico, tentando matar a Rússia”, disse o governante, durante um ato público transmitido pela televisão estatal venezuelana.
Maduro previu que “se anuncia uma grande recessão mundial”, numa altura em que a Venezuela “bate o recorde mundial de crescimento económico da economia real, não petrolífera”, que disse ser superior a 20% no atual trimestre.
“Há que estudar as repercussões da recessão mundial sobre a economia da América Latina e da Venezuela”, frisou.
“A Europa e os Estados Unidos decretaram o suicídio económico e social das suas sociedades, das suas economias, para prejudicar, para acabar com a Rússia”, disse o Presidente da Venezuela.
1) – Esconde o anti-Rússia e noutros… o anti-comunismo primário!
2) –Há-os à direita… o que é natural… porque faz frente aos que ousam atacar a Rússia e porque não deixou a história chegar ao fim…
3) –Há-os… também à esquerda… uns por a Rússia não ter um regime comunista… e a culpa disso… pensam e dizem… ser do Putin!
4) –Outros nem sabem bem, se são de esquerda ou de direita… vivem a surfar a onda… e vão como as marés… e como as marias… umas com as outras… lavar a roupa suja no rio…
É uma reação irracional gerado pelo preconceito canhestro do anti-Rússia por um lado e em consequência das sequelas adquiridas da relação cultural-antropológíca dos povos, associada ao lirismo democratista… e pela fantasia de que sendo muitos economicamente pobres… e sobretudo de espírito… e quererem parecer ricos, não se importam de largar baba… dizendo baboseiras para agradarem aos chefes e aos ricos da direita… claro que podem precisar de um favor… e precisam por isso estar pendurados nem que seja na corda bamba!
E aqueles que à esquerda… a ocidente, criticam e chamam nomes feios ao Putin… e faz coro com a direita retrógrada… nem sequer têm consciência de que se não fosse o Putin… já nem sequer podiam… nem pensar e muito menos dizer… eu sou de esquerda… porque se a história chegar ao fim… que só acontecerá se houver uma derrota do Putin.. vai ser proibido ser de esquerda!
5) – Não sou Putinista… mas admiro a sua coragem… e sei também, que não se pode ser neutro nem omisso… em questões tão importantes e decisivas para a vida com sentido e a humanidade, é preciso saber distinguir onde está o mal… maior!
6) –Ou como diria Marx… distinguir o essencial do acessório!
7) – Em política o mínimo que se pode e deve exigir… é pelo menos não ser ingénuo!