«Fora do Diálogo não há Salvação»: 25 textos de Frei Bento Domingues

Frei Bento Domingues, considerado por muitos o mais importante teólogo português, foi um dos primeiros colaboradores da revista do Centro de Reflexão Cristã (CRC), publicada pela primeira vez em maio de 1976, o mês das primeiras eleições legislativas. A ligação manteve-se por 49 anos, durante os quais Frei Bento abordou, nos vários números do «boletim», diferentes aspetos da fé cristã e do Catolicismo em Portugal, afirmando sempre a importância do diálogo, fora do qual «não há salvação».

A defesa do diálogo como elemento essencial da vocação cristã é o elemento comum a muitos dos textos escritos por Frei Bento Domingues para a revista do CRC e, em particular, aos 25 ensaios reunidos no livro Fora do Diálogo não há Salvação, que é publicado pela Temas e Debates a 23 de maio, e que testemunham também a presença atuante do teólogo na vida do CRC, que ajudou a fundar. Como referem os organizadores João Miguel Almeida, Alfredo Teixeira e Helena Topa Valentim na introdução.

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A extinção da Inquisição em Portugal, in RTP

https://ensina.rtp.pt

O tribunal do Santo Ofício, conhecido como tribunal da Inquisição, funcionou em portugal durante quase 300 anos até ser extinto por ordem das cortes em 1821. A última pessoa executada num auto-de-fé foi um padre jesuíta, Gabriel Malagrida, ainda no século XVIII.

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Centro Nacional de Cultura lança aplicação (App) Caminhos de Fátima®

A nova aplicação Caminhos de Fátima® apresenta-se como um roteiro pedestre autoguiado, permitindo que os peregrinos e visitantes nacionais e estrangeiros possam experienciar um verdadeiro itinerário cultural e espiritual, de forma autónoma, envolvente e sustentável, vivenciando a cultura e a beleza do nosso território.

https://caminhosdefatima.org

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O Santo Sudário — Um retrato da Paixão de Cristo | Tiago Ferreira da Costa

Acabamos de assistir ao impressionante filme “A Paixão de Cristo” que tem suscitado tanta polêmica. O trabalho que vou apresentar tem por finalidade mostrar como o Santo Sudário de Turim corresponde perfeitamente a tudo que Nosso Senhor sofreu, em sua flagelação, em sua Via Sacra, na sua horrível morte na Cruz. Permanece para nós a imagem rápida, sutil, mas quão bela e verdadeira, do “esvaziamento” do sudário, como o filme nos apresentou. Que seja esta imagem o ponto de partida do nosso estudo.

https://permanencia.org.br/drupal/node/5491

Spinoza : qui est Dieu? | Parole de philosophe

Nous poursuivons notre étude complète de la philosophie de Spinoza avec la question : “Qui est Dieu ?”. Dans la 1ère partie de L’Éthique, Spinoza propose une conception de Dieu radicalement différente de celle que nous en avons traditionnellement. Cette conception de Dieu, souvent réputée comme la partie plus complexe de la pensée de Spinoza, est ici expliquée simplement.

13 de abril: Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima convidam para XIX Jornada de Espiritualidade Reparadora | «A Eucaristia na Vida e Obra do Padre Formigão: Lugar de Beleza e Comunhão»

A Congregação das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima convida para a XIX Jornada de Espiritualidade Reparadora, a 13 de abril, na Casa de Nossa Senhora do Carmo, no Santuário de Fátima.

Com entradas livres e início às 10h00, a 19ª Jornada terá como tema «A Eucaristia na Vida e Obra do Padre Formigão: Lugar de Beleza e Comunhão».

O sacerdote jesuíta Dário Pedroso apresentará a primeira conferência, sobre o tema «Padre Manuel Nunes Formigão e o Tesouro da Eucaristia».

De seguida, o teólogo e investigador Pedro Valinho Gomes apresentará a conferência «A Presença Sacramental. Notas para uma Ética Eucarística, em diálogo com o Padre Formigão».

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A religião confrontada com a razão crítica | por Anselmo Borges | in DN

Com a Bula Inter Caetera, o Papa Alexandre VI (1493) concedendo aos reis de Castela os mesmos direitos atribuídos aos reis portugueses de invadir, conquistar, combater, vencer e submeter quaisquer territórios e povos inimigos de Cristo, mas com uma diferença: não autoriza explicitamente a escravizar os pagãos (índios). Imagem: D.R. / AB

Afinal, o que justamente nos indigna noutros também já esteve presente, de uma forma ou outra, entre nós. E será que a tentação não continua lá?

Vamos dar exemplos.

Não foi há 1000 anos – muitos de nós ainda se lembram perfeitamente disso – que as mulheres só podiam entrar nas igrejas com o véu e que a missa era em latim, e as pessoas ali estavam durante uma hora ou mais a ouvir e a dizer o que exprimimos no dito: “Para mim, é chinês.”

Tudo indica que, enquanto pôde, o clero controlou a vida sexual dos fiéis, a ponto de o historiador Guy Bechtel afirmar que a fractura entre a Igreja Católica e o mundo moderno se deu essencialmente na teoria do sexo e do amor: “Onde Estaline se detinha à porta da alcova, a Igreja pretendia deslizar para o meio dos lençóis”, pois o diabo estava também, e sobretudo, dentro da cama. A confissão inquisitorial centrada na actividade sexual terá sido causa determinante na descristianização da Europa. Neste sentido, o historiador católico Jean Delumeau afirmou: “As minhas investigações históricas convenceram-me de que a imagem do Deus castigador e vingativo foi um factor decisivo de uma descristianização cujas raízes são antigas e poderosas.” Os homens e as mulheres começaram a abandonar a Igreja, quando recusaram a confissão do seu território sexual, isto é, quando contestaram a invasão do segredo da intimidade, considerado um direito inalienável. Ah! E o carácter hediondo da pedofilia!…

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Jesus e o Judaísmo. Artigo de Henry Sobel – Instituto Humanitas Unisinos – IHU | 29-11-2019

“A figura de Jesus tem sido, infelizmente, um empecilho no relacionamento entre cristãos e judeus, uma justificativa para exclusão mútua, uma fonte de atrito e ressentimento. É de fundamental importância que Jesus seja reconhecido como um elo essencial entre os dois credos. Jesus é a ponte através da qual toda a cristandade passa a ser incluída como descendente de Abraão e, portanto, co-herdeira, juntamente com os judeus, do seu grandioso legado espiritual”, escreve Henry Sobel, rabino e ex-presidente da Congregação Israelita Paulista (CIP), recentemente falecido.

O texto foi publicado originalmente em: Aquino, M. F. (Org) Jesus de Nazaré. Profeta da liberdade e da esperança. São Leopoldo: Editora Unisinos, 1999, pp. 89-104.

Eis o artigo.

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RTP | Igreja insta partidos a fazerem propostas concretas para que eleitores não votem por raiva

“As eleições que se aproximam exigem propostas assertivas e conteúdos programáticos compreensíveis para que se possa, a nível nacional, discutir projetos e apresentar soluções. Só assim os cidadãos podem ser levados a optar pela adesão a projetos concretos e não a votar pela raiva ou desilusão ou, pior ainda, a não votar”, lê-se na mensagem de Ano Novo hoje divulgada pela CEP.

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O QUE ACONTECEU COM OS 12 APÓSTOLOS? | in ESTUDOS HISTÓRICOS

Os doze apóstolos de Jesus foram escolhidos por ele para serem suas testemunhas e continuarem a sua missão de pregar o evangelho a todas as nações. Após a morte e ressurreição de Jesus, eles receberam o Espírito Santo no dia de Pentecostes e começaram a anunciar a boa nova em Jerusalém e em outras regiões. No entanto, eles também enfrentaram perseguições, prisões, torturas e martírios por causa da sua fé. Segundo algumas tradições, este foi o destino de cada um deles:

1 – Pedro: Era o líder dos apóstolos e o primeiro papa da Igreja. Ele pregou em Jerusalém, na Samaria, na Antioquia e em Roma. Foi preso e crucificado de cabeça para baixo por ordem do imperador Nero, por volta do ano 64 d.C. Seu túmulo está na Basílica de São Pedro, no Vaticano[^1^][1].

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Pepe Escobar: Maravilhas da Ásia Central e a Grande Parceria Eurasiática / Yuliana Titaeva

O analista geopolítico e jornalista internacional brasileiro, Pepe Escobar, fala sobre o conceito da “Grande Eurásia”: * Integração eurasiática como expressão prática da geopolítica continental; * Crescimento econômico do Uzbequistão e do Cazaquistão; * O novo “grande jogo” na Ásia Central; * O papel da Rússia no processo de “integração de integrações” e no estabelecimento de uma nova ordem mundial. Além disso, neste episódio, há muitas informações interessantes sobre o passado e o presente da VDNKh, a principal exposição da União Soviética e Rússia.

Pepe Escobar: A igreja ortodoxa mais fabulosa da Rússia // Yuliana Titaeva. Legendas em português.

Construída em homenagem ao 75º aniversário da vitória do exército soviético sobre a Alemanha fascista, a catedral tornou-se um símbolo espiritual da Rússia, glorificando o maior triunfo da vida sobre a morte. Fatos interessantes: Os degraus da catedral são feitos a partir de armas de troféu derretidas da Wehrmacht! A arquitetura cativante da catedral é executada no estilo russo-bizantino; Dois níveis, altura de 96 metros, 5 cúpulas; 18 sinos, o peso do maior é de 18 toneladas; A área do complexo é de 11.000 metros quadrados. O templo tornou-se o mais caro da Rússia, com um orçamento total superior a 6 bilhões de rublos (mais de 66,5 milhões de dólares). Os portões monumentais principais do complexo ostentam o lema “Ninguém é esquecido, nada é esquecido”.

Elsa Morante (8 de agosto de 1912 – 25 de novembro de 1985) | Foto Marta Zgierska – Asilo

O erotismo é uma afirmação espontânea da vida e um elemento vital da substância humana.

E não pode ser tratado como um sujeito desprezível quando a integridade da pessoa humana é respeitada.

O vício de certas sociedades e religiões é que cortaram a pessoa humana em duas, declarando-a meio nobre e metade desprezível.

E tivemos de esperar até às vésperas da era atómica para que a ciência proclamasse esta realidade: que também a frustração do erotismo, tal como o sono da razão, gera monstros.

A Imaculada Conceição, o pecado original e o sexo | Anselmo Borges | in DN, 02-12-2023

Volto ao tema, pois não sei se a maioria dos portugueses sabe a razão do feriado de 8 de Dezembro. Os católicos saberão que se trata de uma festa ligada a Nossa Senhora e, se interrogados, talvez respondessem, na quase totalidade, que tem a ver com a virgindade de Maria. Para dizer o quê, celebrando o quê? Volto ao tema, porque pode ser ou tornar-se uma festa com muitos equívocos.

Logo à partida, que pode significar Imaculada Conceição? De facto, não se refere directamente à virgindade, mas não lhe é completamente alheia. Do que se trata, na realidade, é da afirmação de que Maria, a Mãe de Jesus, foi concebida sem pecado. Mas, aqui, sem hermenêutica, isto é, sem interpretação, pode albergar-se uma série de confusões, profundamente ofensivas sobretudo para as mulheres, minando, desgraçadamente, a mensagem do Evangelho enquanto notícia boa e felicitante também para elas.

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Perante o horror, o silêncio de Deus | por Anselmo Borges, in DN 04-11-2023

Actualmente, porque, com a televisão, temos acesso às imagens, talvez seja sobretudo perante os horrores das guerras que se pode ficar estarrecido perante o silêncio de Deus. São bombardeamentos que não deixam pedra sobre pedra, que matam indiscriminadamente homens, mulheres, crianças, e ficamos esmagados sobretudo pela dor, o clamor, as lágrimas, a desorientação das crianças inocentes. Onde está Deus?

Joseph Ratzinger, chamado aos 17 anos para o serviço militar do Reich, foi desertor e prisioneiro dos americanos. Já Papa Bento XVI, como já aqui escrevi, esteve em Auschwitz e fez um discurso dramático e deveras emocionante: “Tomar a palavra neste lugar de horror, de crimes contra Deus e contra o ser-humano sem precedentes na História, é quase impossível, e é particularmente difícil e deprimente para um cristão, para um Papa que procede da Alemanha. Num lugar como este faltam as palavras; no fundo, só há espaço para um atónito silêncio, um silêncio que é um grito interior para Deus: Por que te calaste? Por que quiseste tolerar tudo isto? Onde estava Deus nesses dias? Por que se calou?”

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Ars Moriendi | Carlos Matos Gomes

A justa luta dos funcionários da saúde de todas as graduações e especialidades vista à luz da história e do desejo de salvação dos homens, mulheres e crianças.

Antecipando as preocupações dos atuais profissionais da doença, e da natural preocupação dos vivos em adiar a morte e em alcançar uma boa pós-morte, a Igreja Católica publicou cerca de 1450 um tratado sobre o assunto a que deu o título de Ars Moriendi, A Arte de Morrer, ou Arte da Boa Morte, segundo as traduções, com autoria atribuía a um tal Dominicus Capranica (1400–1458), que terá reunido documentos com origem no Concílio de Constança (1414–1418) e devido à influência de Jean Gerson (1363–1429), erudito e Chanceler da Universidade de Paris.

Domenicus Capranica e Jean Gerson podem ser considerados os antecessores dos atuais promotores da Arte da Boa Morte reunidos nas declarações e proclamações das santíssimas ordens e sindicatos, que, em meu entender, muito têm contribuído para orientar as pessoas a alcançar uma “boa morte”, longe dos hospitais públicos.

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Palestrina: Tu es Petrus, Frederico Lourenço

No mesmo ano em que, em Lisboa, era publicada a primeira edição de «Os Lusíadas» (1572), era publicada em Roma a colectânea musical de outro Luís, o maior génio musical que alguma vez pisou o chão do Vaticano: Giovanni Pier Luigi da Palestrina (que por sinal nasceu, ao que parece, no mesmo ano em que nasceu Luís de Camões: 1525).

Nesta coletânea, veio a lume uma obra coral intitulada «Tu es Petrus». Descobri-a quando eu era ainda adolescente; e lembro-me de ir à antiga Valentim de Carvalho (antes do incêndio do Chiado) encomendar a partitura desta obra, de tal forma eu a amava e queria ver as notas musicais no papel.

A música desta peça – na sua absoluta simplicidade e na sua simples absoluteza – parece ter a marca de Deus, tal como o «Benedictus» da Missa Solemnis de Beethoven ou outras grandes obras da música sacra. Parece ser uma mensagem de Deus à humanidade.

Em Junho de 2010, quando eu tinha chegado ao fundo do abismo de um luto avassalador e já não aguentava mais viver, houve um fim-de-semana crítico em que eu estava sozinho em Coimbra, sem nada a que recorrer. E lembrei-me de «Tu es Petrus» de Palestrina; e fui vasculhar na confusão de CDs desorganizados em minha casa para ver se eu tinha essa obra. Tinha. Ouvi-a dezenas de vezes seguidas. E salvou-me.

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Historiador defende Fátima para Património da Humanidade | in DN.pt

A revelação surgiu através da tese que deu origem à obra lançada na quarta-feira, na base do doutoramento de Marco Daniel Duarte, atual diretor do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima e responsável também pelo Museu do Santuário.

O historiador de arte Vítor Serrão defendeu na quarta-feira à noite em Fátima, no distrito de Santarém, a candidatura do Santuário a Património da Humanidade da UNESCO, pela qualidade do conjunto monumental e artístico ali existente.

Na apresentação do livro “Fátima e a criação artística: o Santuário e a Iconografia”, da autoria de Marco Daniel Duarte, Vítor Serrão considerou o Santuário de Fátima “uma obra de arte digna de ganhar lugar de destaque no património da humanidade”, sugerindo a proposta à UNESCO.

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As Ideias Políticas e Sociais de Jesus Cristo | Diogo Freitas do Amaral | Bertrand Editora

Neste breve mas claríssimo ensaio, o autor, católico praticante de uma vida, Professor de Direito e autor de manuais sobre pensamento político do Ocidente, analisa as mensagens políticas e sociais de Jesus Cristo apresentadas nos quatro evangelhos que formam o Novo Testamento, no seu contexto histórico, e reflete sobre a sua continuada pertinência nos nossos dias.

«Não tenho credenciais para escrever sobre problemas teológicos, exegéticos ou hermenêuticos. Mas, tendo redigido, ao longo de vários anos de estudo e reflexão, uma História do Pensamento Político Ocidental, gostaria de aplicar os métodos que utilizei nesse trabalho ao estudo e comentário das ideias políticas, económicas e sociais de Jesus Cristo. (…) Penso que este breve opúsculo poderá ter uma dupla utilidade: para os cristãos, chamar de novo a sua atenção para o facto de que, como Jesus avisou, “nem todo aquele que diz ‘Senhor, Senhor’ entrará no reino do céu.

Só aí entrará quem ouve [as] minhas palavras e as põe em prática” (Mateus 7, 21 e 24); para os não cristãos, para os que seguem outras religiões e para os não crentes, sublinhar que Jesus Cristo não tinha a intenção de pregar aos convertidos, mas sim aos que se sentiam perdidos ou incompletos na sua vida (…). Mesmo que não acreditem na divindade de Jesus, sei que há muitos agnósticos e ateus que reconhecem como excepcionalmente boas as suas ideias políticas e, sobretudo, as sociais e que em larga medida as seguem.» (da Introdução)

UMA LONGA CONVERSA | António Galopim de Carvalho

CONVERSA AVULSA COM UM INTERLOCUTOR IMAGINÁRIOSOBRE A IGREJA, O ENSINO, AS UNIVERSIDADES, O FEUDALISMO, AS CIDADES E OS ARTESÃOS, AO TEMPO DO REI D. AFONSO HENRIQUES.

– O Cristianismo deve ter sido a ponte entre os invasores germânicos e do Norte da Europa e o Império Romano em desvanecimento?!

– Sim. Por outras palavras, foi o elo de ligação entre o paganismo e o mundo romano, que se expandiu pela Europa ocidental, acabando por dar grande poder à Igreja Católica e à figura do Papa.

– Igreja Católica é uma expressão que toda a gente sabe dizer, mas que nem todos sabem o verdadeiro sentido.

– A palavra igreja vem do grego ekklesia, através do latim ecclesia, que significa assembleia. Designa, pois, um edifício destinado a reunir pessoas, mas o seu âmbito alargou-se ao de uma instituição. A palavra católica chegou-nos do grego katholikós, através do latim catholicus, que quer dizer universal. Com o significado das palavras bem explicado, o discurso fica sempre mais claro.

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LE ROMAN D’UNE VIE | JÉSUS

Qui était Jésus ? Peut-on distinguer le Jésus de l’histoire du Jésus de la foi ? Les textes permettent-ils de faire son portrait ? Dans quel contexte politico-religieux a-t-il vécu ? Quel a été son enseignement ? Qu’est-ce qu’un messie ? Quelle idée se fait-il de l’amour ? Qui se cache derrière l’évangile de Jean ? Pour quelles raisons a-t-il été jugé et condamné ? Qui était vraiment Ponce Pilate ? L’histoire peut-elle venir à bout de tous les mystères ? Qu’est-ce que croire ?

Pour aller plus loin : – Jean-Christian Petitfils, Jésus, Fayard, 2011 – Frédéric Lenoir, Le Christ philosophe, Plon, 2007 – Frédéric Lenoir, Comment Jésus est devenu Dieu, Fayard, 2010 – Christiane Rancé, Jésus, Gallimard, 2008 – Jean Staune, Jésus l’enquête, Plon, 2022

BENTO DE ESPINOSA | BARUCH SPINOZA | BENEDITO ESPINOZA, filósofo português | Seleção de Vítor Coelho da Silva.

Seleção de Vítor Coelho da Silva, Spinozista convicto e grande admirador de Jesus Cristo e Albert Einstein.

CAUTE, foi a divisa que adoptou | 1632 – 1677

Baruch de Espinosa, (nato ברוך שפינוזה, em hebraico, e Bento de Espinosa, em português) mais tarde como autor e correspondente Benedictus de Spinoza (Amsterdão, 24 de novembro de 1632 — Haia, 21 de fevereiro de 1677).

Foi um filósofo de origem judaico-portuguesa, nascido nos Países Baixos, filho de refugiados na Sinagoga Portuguesa de Amsterdão que tinham fugido da inquisição lusitana. Um dos primeiros pensadores do Iluminismo[11] e da crítica bíblica moderna,[12] incluindo das modernas concepções de si mesmo e do universo, ele veio a ser considerado um dos grandes racionalistas da filosofia do século XVII. Inspirado pelas ideias inovadoras de René Descartes, Spinoza se tornou uma figura filosófica importante da Idade de Ouro Holandesa. O nome de batismo de Spinoza, que significa “Bem-aventurado”, varia entre as diferentes línguas. Em hebraico, seu nome completo é escrito ברוך שפינוזה. Na Holanda ele usou o nome português Bento.

  • J. L. BORGES – «Penso que Espinosa tem de ser sentido como um santo. Penso que todos temos de lamentar o facto de não o termos conhecido pessoalmente.
  • HENRI ATLAN – «Ao contrário do que pensámos durante muito tempo, foi afinal Espinosa quem triunfou, não apenas dos teólogos, não apenas de Descartes, mas também de Kant».
  • JOAQUIM DE CARVALHO | Coimbra. Abril de 1950, o livro ÉTICA traduzido para português.
  • BERGSON – «Pode dizer-se que todo o filósofo tem duas filosofias; a sua e a de Espinosa»
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O problema do Papa é a sua Igreja | Francisco Louçã | in Jornal Expresso

Cumprindo um festival concebido, como é tão notório, por João Paulo II, de cuja herança se quer afastar, o Papa Francisco veio aqui deixar mais uma mensagem do fim do seu pontificado. Entretanto, agitou-se o país e os sinais locais deste empreendimento têm sido comentados: o custo extravagante e especulativa, o financiamento público (que Espanha evitou), alegando-se que esta é a missão do Estado (queria ver o mesmo num festival muçulmano), a sátira de Bordalo II e a fatwa que sofreu, o frenesim político-eleitoral. Tivemos de tudo. Falta ouvir o Papa e saber o que nos diz sobre a sua Igreja. 

O  Papa mais popular

O Papa não é o mais popular pelo contraste com o seu antecessor, nem sequer só pela afabilidade que demonstra. Ele é querido por ter aberto as portas aos pobres, por ter condenado a finança “que mata”, por ter dado um passo de aproximação aos homossexuais e, sobretudo, por ter condenado a pedofilia praticada, ocultada e porventura cultivada em setores tão amplos da sua Igreja. Com argúcia política, tem vindo a nomear cardeais reformadores e alguns são personalidades culturais vibrantes. Meticulosamente, tem procurado mudar a doutrina e virá-la para o povo. Tem contra ele uma construção imponente que é o seu palácio, a Igreja Católica.

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A religião do Ocidente não é a deste Papa | Carlos Matos Gomes

08-08-2023

E se algum ou alguma dos e das coristas que matraquearam vulgaridades e sopraram bolas de sabão sobre a Jornada Mundial da Juventude tivesse perguntado qual a causa pela qual os jovens participantes estariam dispostos a lutar?

Os grandes eventos devem suscitar interrogações. Conta-se que quando Moisés desceu do Sinai com a tábua dos 10 Mandamentos, anunciando que estes lhe haviam sido entregues por Deus, um dos assistentes lhe terá perguntado porque não viera Deus em pessoa transmiti-los. A história não relata o que aconteceu ao interpelante.

As religiões são sempre a transmissão de uma mensagem através de um mensageiro. Os céticos consideram que os mensageiros são os autores das mensagens. e procuram decifrar as mensagens. Os crente acreditam no que os reconforta, o mensageiro é apenas um cantor de canções de embalar. As suas palavras são meros sons que lhes ameniza as angústias. Nas religiões das sociedades mais complexas os crentes que constituem a massa não têm direito de fazer perguntas incómodas aos grandes mensageiros. Resta-lhes ouvir e acreditar no que já acreditavam. Mas há, ou haveria a possibilidade de perguntar o que pensa quem está a meu lado. Não ouvi nem vi alguém a perguntar.

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Juventude Comunista Portuguesa | JMJ | DN

A JMJ, enquanto momento de grande dimensão juvenil representa um potencial espaço de partilha, reflexão e convergência em defesa de valores como a paz, a fraternidade, o combate à pobreza, precariedade e às desigualdades, a que a JCP atribui uma importância redobrada.

O dado mais surpreendente nesta adesão – aliás publicamente salientado pelo Presidente da República – foi uma nota publicada no Twitter pela JCP, a organização de juventude dos comunistas: “A JMJ, enquanto momento de grande dimensão juvenil representa um potencial espaço de partilha, reflexão e convergência em defesa de valores como a paz, a fraternidade, o combate à pobreza, precariedade e às desigualdades, a que a JCP atribui uma importância redobrada.”

Mas o próprio PCP salientou no seu site a presença do seu secretário-geral, Paulo Raimundo, no encontro que o Papa teve, no CCB, com as autoridades nacionais, sublinhando que produziu um discurso “com significado”, nomeadamente na “condenação” das “dificuldades e da precariedade que muitos jovens enfrentam” – “preocupações” que têm “muita relevância”. A esta nota, os comunistas relacionaram ainda uma outra, com vídeo, onde João Ferreira, vereador dos comunistas em Lisboa, associou o partido ao “acolhimento da cidade de Lisboa aos muitos milhares de jovens” que vieram à JMJ, dizendo ainda que o chefe da Igreja Católica produziu “palavras com significado que sublinhamos e valorizamos”.

09/08/2023 | Diário de Notícias

Spinoza: No era panteísta | Dios o Naturaleza | VII Filosofía moderna 07 | T07 E07

En este video presentaremos una guía a la obra fundamental de Spinoza: la ética demostrada según el orden geométrico, expondremos su frase Dios o naturaleza, mostraremos cómo no era un filósofo panteísta así como su ética y teoría de los afectos.

0:00 Introducción 9:23 Ontología 24:23 Problema mente-cuerpo 27:13 Teoría del conocimiento 31:31 Ética y teoría de los afectos 36:49 La servidumbre humana 39:17 Intuición y amor a Dios 47:14 Qué leer y créditos

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TTP – 1cap – Sobre a Profecia ou Revelação – Tratado Teológico-Político – Spinoza – Parte 3/3

Neste vídeo concluímos a leitura e análise do primeiro capítulo do Tratado Teológico-Político, sobre a Profecia ou Revelação. Espinosa acaba por nos esclarecer sobre certos hebraísmos, particularmente o de “espírito de Deus”, mostrando que ele não significa nenhuma qualidade sobrenatural nos profetas. No próximo capítulo, dedicado aos profetas, tentará perceber que tipo de certeza os profetas tinham acerca do que diziam e de que modo eles consolidavam essa certeza.

TTP – 1cap – Sobre a Profecia ou Revelação – Tratado Teológico-Político – Spinoza – Parte 2/3

Neste vídeo vamos dar continuação ao assunto da Profecia ou Revelação. Espinosa depois de apresentar as diferentes modalidades da revelação – por palavras ou imagens -, reduzindo o conteúdo da comunicação divina a esses momentos, passa a analisar outras expressões importantes para compreender a extensão dessa mesma comunicação. Assim, ele analisa a palavra רוח (ruach), espírito, e os vários sentidos que a palavra apresenta nas Escrituras, de modo a fazer ver que quando se diz que os profetas tinham o espírito de Deus, não se pode deduzir daí que tudo o que tenham dito se tenha por revelado. Para isso chama a atenção dos seus leitores, a maioria cristãos, que para se entender as Escrituras, é preciso ter um conhecimento correto da língua hebraica e dos modos de falar dos hebreus, a fim de não se tirar conclusões precipitadas de certas afirmações. Espinosa também fala de Cristo-filósofo.

TTP – 1cap – Sobre a Profecia ou Revelação – Tratado Teológico-Político – Spinoza – Parte 1/3

Neste vídeo iremos dar início ao primeiro capítulo do Tratado Teológico-Político, que trata sobre a Profecia ou Revelação. Espinosa defende o conhecimento natural como divino e inclui-o na sua definição de Revelação. Contudo ensina que, enquanto este último tanto pode ser adquirido através do nosso raciocínio ou através da fé nas palavras de outrem, o conhecimento das coisas que ultrapassam o entendimento humano, das coisas sobrenaturais, só pode ser adquirido pela fé nas palavras de outrem, os profetas. Que valor terão as palavras deles? Isso será assunto do próximo capítulo.

As vozes da Bíblia | Frederico Lourenço

Ou …

(Sobre mim, a minha liberdade de ler e entender as Escrituras – e de falar sobre elas – e a minha liberdade na escolha dos critérios com que estou a fazer a minha tradução da Bíblia).

Acredito que Jesus de Nazaré realmente existiu. (E digo isto apesar de já não me considerar formalmente cristão).

Acredito que Jesus interveio publicamente na Galileia e na Judeia, de uma forma que terá sido surpreendente e inovadora no contexto do judaísmo da época. Acredito que isso terá mudado a vida de muitas pessoas que ouviram o som real da voz dele; e acredito que Jesus foi crucificado em Jerusalém na década de 30 do século I.

No entanto, a metodologia histórica que escolhi seguir na minha tradução da Bíblia não me obriga a discutir se Jesus foi uma figura histórica (permitindo-me, porém, admitir que sim). O historicismo da minha metodologia incide na atitude perante os textos: obriga-me a considerar cada livro da Bíblia como entidade histórica própria, que existiu com identidade independente antes de se ter formado aquilo que veio a ser a Bíblia. Por outras palavras, não leio o Antigo Testamento pelo filtro do Novo Testamento, porque os livros do Antigo Testamento foram escritos antes de existir Novo Testamento. Não leio a Escritura judaica pelo filtro do cristianismo pela mesma razão histórica: para mim, o Antigo Testamento não é um «prelúdio» nem um «prenúncio» do Novo Testamento.

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Jesus e o Judaísmo | Artigo de Henry Sobel | in ihu.unisinos.br

29 Novembro 2019

“A figura de Jesus tem sido, infelizmente, um empecilho no relacionamento entre cristãos e judeus, uma justificativa para exclusão mútua, uma fonte de atrito e ressentimento. É de fundamental importância que Jesus seja reconhecido como um elo essencial entre os dois credos. Jesus é a ponte através da qual toda a cristandade passa a ser incluída como descendente de Abraão e, portanto, co-herdeira, juntamente com os judeus, do seu grandioso legado espiritual”, escreve Henry Sobel, rabino e ex-presidente da Congregação Israelita Paulista (CIP), recentemente falecido.

O texto foi publicado originalmente em: Aquino, M. F. (Org) Jesus de Nazaré. Profeta da liberdade e da esperança. São Leopoldo: Editora Unisinos, 1999, pp. 89-104.

Eis o artigo.

Confesso que hesitei antes de aceitar o convite da Editora Unisinos para escrever este artigo. Afinal, Jesus é a figura máxima da cristandade e tive receio de penetrar em seara alheia. Mas, pensando bem, a seara não é de todo alheia, como veremos em seguida. Mesmo assim, traço estas linhas com profunda humildade, pisando em ovos, ciente de que a relação entre Jesus e o Judaísmo é das mais delicadas.

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Resurrexit, sicut dixit | Cardeal Dom José Tolentino Mendonça

Há uma das antífonas mais repetidas neste tempo Pascal: Resurrexit, sicut dixit.

Ressuscitou, conforme disse, como disse.

Mas há um copista medieval que introduziu, talvez por engano ou talvez neste esforço de interpretação, introduziu uma mudança e, de facto, às vezes os erros levam-nos mais próximos da verdade. E ele escreveu: Resurrexit, sicut dilexit. Ressuscitou conforme amou, não apenas conforme disse, mas conforme amou.

Cristo ressuscitou conforme amou. E este mistério da sua Ressurreição é um mistério que nós temos que tatear dentro do amor. Só se entende dentro do amor. Porque amar é dizer ao outro: tu não morrerás.

É este amor, a consciência filial de Jesus, o amor do Pai, esta fidelidade que leva Deus a dizer a Jesus: Tu não morrerás.

E é aquilo que leva Deus a dizer a cada um de nós: tu não morrerás. É dentro do amor, é dentro do pacto que é o amor, este amor garantido pelo próprio Deus, que nós entendemos também o significado profundo da Ressurreição.

Sintamos isso, queridas irmãs e irmãos, sintamos que é isso que Jesus revela a cada um de nós. Esta voz de Deus que diz ao nosso coração: tu não morreste, tu não morrerás. Isto é, o desânimo, o cansaço, a fatalidade, a desesperança, a desistência, isso não pode triunfar no teu coração. Tu não morreste. Tu não morrerás.

Essa garantia que Deus dá. Esse levantamento. Essa recusa de um destino de morte.

Pe. José Tolentino Mendonça, Homilia do Domingo da Ressurreição do Senhor

As dez chagas da Igreja | Padre Anselmo Borges | Opinião/DN

Concluindo: Se houver a convicção funda da importância da Igreja, cuja missão é levar e entregar, por palavras e obras, a mensagem de Jesus à humanidade de cada tempo, para a vida das pessoas e das sociedades, estas questões não poderão deixar de ser debatidas com “liberdade e audácia”.

O padre italiano Antonio Rosmini foi um notável filósofo e teólogo do século XIX, que, perante as transformações que então se operavam, escreveu, por amor à Igreja, em 1832, um livro famoso com o título Delle cinque plaghe della Santa Chiesa (Sobre as cinco chagas da Santa Igreja). Desgraçadamente, a obra foi condenada e colocada no Index Librorum Prohibitorum (Catálogo dos livros proibidos). Mas, lentamente, a sua memória foi reabilitada e até foi beatificado em 2007 por Bento XVI. Em síntese, quais eram essas chagas? “O distanciamento entre o clero e o povo (na vida e na liturgia — não esquecer que as celebrações litúrgicas eram em latim); a fraca formação do clero, tanto no plano cultural como espiritual; a desunião entre os bispos; a intromissão da política na nomeação dos bispos; a riqueza acumulada pela Igreja”.

Na esteira de Rosmini, o padre espanhol Luis Pose Regueiro, historiador da Igreja, acaba de publicar em Religión Digital, “as dez chagas da Igreja”. Baseado no essencial do seu texto, deixo aí uma reflexão sobre essas chagas.

1. O tradicionalismo e o individualismo. Vivemos em tempos de confusão, incerteza, perplexidade, e, neste quadro, há a tentação de “refugiar-se anacronicamente na segurança do antes” — sempre se fez assim — ou então “isolar-se” no que cada um considera o correcto e mais seguro. Ora, o que se impõe é ir ao Evangelho e procurar “um caminho o mais possível comum”, seguindo o velho princípio: “nas coisas necessárias, unidade; nas duvidosas, liberdade; em tudo, caridade.”

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Quem foi Jesus? | Frederico Lourenço

Quem foi o homem cujo nascimento hoje celebramos? Desde o século XIX, o estudo crítico do Novo Testamento e do primeiro cristianismo tem tentado reconstituir quem terá sido o «Jesus histórico». Em que ponto estamos desta investigação?  Vou dar-vos uma proposta de biografia do Jesus real.

Jesus nasceu em Nazaré, na fase final do reinado de Herodes, o Grande (rei que morreu em 4 a.C.). Era filho de um construtor chamado José e da sua mulher, Maria.

Jesus era o mais velho de vários irmãos e irmãs. Em casa, falava-se aramaico; mas Jesus beneficiou do facto de Nazaré estar perto de cidades gregas, como Séforis, cuja distância de Nazaré corresponde à que medeia, na nossa cidade do Porto, entre o Estádio do Dragão e a rotunda da Boavista. Em toda a volta de Nazaré, falava-se grego. De Gádara, uma das dez cidades gregas da zona, era originário o maior poeta grego do século I a.C., Meleagro. A helénica Séforis tinha um teatro; e Jesus sabia o que era o conceito grego de «actor», pois usou a palavra grega «hipócrita» numa acepção sem qualquer equivalente no aramaico falado em casa ou no hebraico da Escritura.

Jesus recebeu uma educação judaica baseada nessa Escritura e foi certamente o rapaz intelectualmente sobredotado de que vemos reflexo em Lucas 2:47. As pessoas não lhe chamaram «mestre» à toa.

Nos anos 20 do século I, Jesus contactou com o movimento de João Baptista, que apelava aos israelitas que «mudassem de mentalidade» e que, por meio do baptismo no rio Jordão, obtivessem o cadastro limpo perante Deus que, oficialmente, só podia ser obtido por meio do sacrifício de animais no templo. João Baptista atraiu a má vontade da elite sacerdotal de Jerusalém; o mesmo aconteceria com Jesus.

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Did Einstein believe in God? | MARCELO GLEISER | com tradução para português e francês

Here’s what Einstein meant when he spoke of cosmic dice and the “secrets of the Ancient One”.

MARCELO GLEISER

  • To celebrate Einstein’s birthday this past Sunday, we examine his take on religion and spirituality.
  • Einstein’s disapproval of quantum physics revealed his discontent with a world without causal harmony at its deepest levels: The famous “God does not play dice.”
  • He embraced a “Spinozan God,” a deity that was one with nature, within all that is, from cosmic dust to humans. Science, to Einstein, was a conduit to reveal at least part of this mysterious connection, whose deeper secrets were to remain elusive.

Given that March 14th is Einstein’s birthday and, in an uncanny coincidence, also Pi Day, I think it’s appropriate that we celebrate it here at 13.8 by revisiting his relationship with religion and spirituality. Much has been written about Einstein and God. Was the great scientist religious? What did he believe in? What was God to Einstein? In what is perhaps his most famous remark involving God, Einstein expressed his dissatisfaction with the randomness in quantum physics: he “God doesn’t play dice” quote. The actual phrasing, from a letter Einstein wrote to his friend and colleague Max Born, dated December 4, 1926, is very revealing of his worldview:

Quantum mechanics is very worthy of regard. But an inner voice tells me that this is not the true Jacob. The theory yields much, but it hardly brings us close to the secrets of the Ancient One. In any case, I am convinced that He does not play dice.

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Crimes sexuais na Igreja Católica, uma tragédia anunciada e consolidada há séculos | por Paulo Mendes Pinto | in Público/Opinião

Paulo Mendes Pinto é o Coordenador da área de Ciência das Religiões na Un. Lusófona, onde é o responsável pelo projecto REC-XXI – Religiões, Educação e Cidadania (desde 2018), onde dirigiu o Mestrado (2007-2011) e a Licenciatura em Ciência das Religiões (2007-2017). É assessor da administração da Un. Lusófona e Director-Geral do Conselho Superior Académico do Grupo Lusófona.

Foi Embaixador do Parlamento Mundial das Religiões (2015-18) e fundador da European Academy for Religions (2017). Ver restante biografia aqui: https://cienciadasreligioes.ulusofona.pt/investigadores/paulo-mendes-pinto/


O nosso olhar tende sempre a focar-se no momento presente. É nele que temos as nossas mais diretas e imediatas questões. Contudo, quase tudo o que fazemos se relaciona com o passado, com as tradições, as heranças, a cultura. Não é que devamos relativizar, no sentido de desvalorizar, os atos com base nas justificações do passado, mas devemos tentar compreender como, por vezes, os atos do presente são legitimados e tornados, dentro das instituições, normais através de atitudes que se arrastam ao longo de séculos.

O espanto que hoje vemos nas palavras de muitos políticos e clérigos é apenas o resultado, ou de uma franca e clara ignorância, ou a máscara que importa colocar para não ver recair sobre si o mau olhar da opinião pública. Ainda ecoam na nossa memória as declarações de desvalorização de Manuel Linda, por exemplo, em 2019 (declarações à TSF a 20 de abril).

Contrariamente à postura de negação em que a Igreja Católica Portuguesa esteve, como se em Portugal nada se tivesse passado, ao contrário do que sucedera em tantos outros países, o quadro é verdadeiramente endémico e vem de uma normalidade comportamental cimentada ao longo de séculos.

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Dez anos com o Papa Francisco | Anselmo Borges | DN/Opinião

oi a 13 de Março de 2013 — faz agora 10 anos –, que foi eleito. E percebeu-se logo naquela tarde que vinha como cristão: simples, sem aparato, inclinou-se perante a multidão, e ficou gravada na memória de todos aquela sua saudação: “buena sera” (boa tarde), que o tinham ido “buscar ao fim do mundo para bispo de Roma” (ele não usará o título de Papa), e, antes de dar a bênção, pediu que fossem os fiéis a pedir a bênção de Deus para ele primeiro.

O nome escolhido era revelador: Francisco, lembrando Francisco de Assis a quem pareceu uma vez ter ouvido dos lábios de Cristo crucificado o pedido: “Francisco, repara a minha Igreja, que ameaça ruina.” Sim, o Papa Francisco chegou e, por palavras e obras, é o que tem feito: não foi viver para o Palácio Apostólico, utiliza um carro modesto, está com todos, começando pelos mais pobres, acolhendo prostitutas, sorrindo e abraçando, brincando com crianças que lhe roubam o solidéu…

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A grande luta do Papa Francisco contra a “monstruosidade” dos abusos | in DN/LUSA

O Papa Francisco disse que a igreja “não se cansará de fazer tudo o que for necessário” para levar à justiça quem quer que tenha cometido algum tipo de abuso sexual, uma das batalhas do líder da Igreja Católica.

Ocombate aos abusos sexuais na Igreja Católica foi assumido pelo Papa Francisco como uma das suas batalhas nestes 10 anos de pontificado, que o levou a convocar uma cimeira no Vaticano em fevereiro de 2019.

Perante os líderes de conferências episcopais de todo o mundo e responsáveis de institutos religiosos, Francisco apresentou passos para a luta contra os abusos a menores na Igreja católica, defendendo ter chegado a hora de “dar diretrizes uniformes para a igreja”.

Disse também que a igreja “não se cansará de fazer tudo o que for necessário” para levar à justiça quem quer que tenha cometido algum tipo de abuso sexual.

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Evangelhos Apócrifos | de Frederico Lourenço 

Editor: Quetzal Editores | Edição: outubro de 2022

SINOPSE

A par dos evangelhos canónicos, existem outros (combatidos a partir do século IV e excluídos no século XVI) que mostram a figura e as ideias de Jesus Cristo sob um prisma muito diferente.

Antes da imposição de uma doutrina única no século iv, o cristianismo caracterizou-se pela diversidade de pensamento. A par dos evangelhos tornados canónicos, circulavam também outros, atribuídos a nomes como Pedro, Tomé e Filipe, que davam a ver a figura de Jesus Cristo sob prismas diferenciados.

O Evangelho de Pedro emprega uma palavra que nunca ocorre nos evangelhos canónicos: «discípula». No único evangelho cuja autoria é atribuída a uma mulher (o Evangelho de Maria), a pessoa a quem Jesus confia a sua doutrina não é Pedro nem João, mas sim Maria Madalena.

Muitos destes textos permaneceram desconhecidos até à segunda metade do século xx e o seu conteúdo ainda suscita controvérsia. No entanto, os evangelhos apócrifos constituem um estímulo para repensarmos, hoje, o cristianismo de forma menos dogmática e com mais espírito de inclusão.

A finalidade deste livro é dar a ler o material greco-latino em edição bilingue, com um comentário crítico-histórico tão imparcial quanto possível, trazendo esses textos de regresso em toda a sua plenitude, traduzidos das suas fontes originais.

Evangelhos de Tiago, Tomé, Filipe, Maria, Pseudo-Mateus, Pedro, Nicodemos, Natividade de Maria, Relatos da Paixão de Cristo, Narrativa de José de Arimateia, Evangelho dos Egípcios, Místico de Marcos, Evangelho copta de Maria, Relatório de Pilatos, Descida de Cristo aos Infernos, Evangelho de José o Carpinteiro, etc.


Biografia de Frederico Lourenço

Ensaísta, tradutor, ficcionista e poeta, Frederico Lourenço nasceu em Lisboa, em 1963, e é atualmente professor associado com agregação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e membro do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da mesma instituição.

Foi docente, entre 1989 e 2009, da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Línguas e Literaturas Clássicas (1988) e se doutorou em Literatura Grega (1999) com uma tese sobre Eurípides, orientada por Victor Jabouille (Lisboa) e James Diggle (Cambridge). Publicou artigos sobre Filologia Grega nas mais prestigiadas revistas internacionais (Classical Quarterly e Journal of Hellenic Studies) e, além da Ilíada, traduziu também a Odisseia de Homero, tragédias de Sófocles e de Eurípides, e peças de GoetheSchiller e Arthur Schnitzler.

No domínio da ficção, é autor de Pode Um Desejo Imenso (2002). Na poesia, é autor de Santo Asinha e Outros Poemas e de Clara Suspeita de Luz. Publicou ensaios como O Livro Aberto: Leituras da BíbliaGrécia RevisitadaEstética da Dança Clássica e Novos Ensaios Helénicos e Alemães (Prémio PEN Clube de Ensaio 2008). Recebeu ainda os prémios PEN Clube Primeira Obra (2002), Prémio D. Diniz da Casa de Mateus (2003), Grande Prémio de Tradução (2003), Prémio Europa David Mourão-Ferreira (2006).
Em 2016 iniciou na Quetzal a publicação dos seis volumes da sua tradução da Bíblia (que lhe valeu o Prémio Pessoa); em 2019 publicou uma Nova Gramática do Latim; em 2020, Latim do Zero a Vergílio em 50 Lições e Poesia Grega de Hesíodo a Teócrito (edição bilingue em grego e português); e, em 2021, as Bucólicas de Vergílio (em latim e português).

Paróquia de Fátima acaba de se associar à Vigília de Oração pela Vítimas de Abusos Sexuais na Igreja, amanhã na Igreja Paroquial

Paróquia de Fátima acaba de se associar à iniciativa nacional de oração pelas vítimas de abusos sexuais na Igreja, que se realiza à mesma hora em várias cidades de Portugal Continental e Ilhas. Será amanhã, Quarta-Feira de Cinzas, dia 22, entre as 21:00 e as 22:00.

Em Fátima, a Vigília terá momentos de oração e de silêncio e decorrerá num lugar muito simbólico da Igreja em Portugal, a Igreja Paroquial, onde os Três Pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta, foram batizados.

Traga a sua vela!

Fátima, 21 de fevereiro de 2023, 23:00

Padre António Vieira – n. 6 de fevereiro de 1608 – f. 18 de junho de 1697 | Carlos Esperança

Há 415 anos nasceu em Lisboa um dos mais altos paladinos da língua portuguesa. Padre jesuíta, falecido aos 89 anos, longevidade rara na época, permitida pela bula do papa Inocêncio XI, que o subtraiu à jurisdição da Inquisição, foi o grande vulto literário do século XVII e o expoente máximo da parenética portuguesa de todos os tempos.

Vieira fez do púlpito tribuna, onde defendeu os índios e combateu a escravatura. Os seus sermões são um património imperecível da inteligência, da cultura e da ética, num português cuja perfeição realçava a consistência do pensamento e atingia a culminância da perfeição.

O idioma teve nele o seu expoente máximo, e os índios o defensor corajoso e lúcido que redimiu a cumplicidade da sua Igreja. O estilista e humanista legou-nos um monumento de inigualável valor na forma como cinzelou a frases e esculpiu a língua nos sermões e cartas com que fez refulgir o idioma materno.

Lembrar Vieira é prestar homenagem à língua que nos une, ao património literário cuja influência foi notória no maior orador parlamentar desta segunda República, António de Almeida Santos, e na beleza dos textos do nosso mais genial ficcionista, Saramago.

Na herança de Camões e do padre António Vieira descobrimos os alicerces da língua que nos une e serve de ferramenta à plêiade de escritores que continuam a enriquecer o seu património literário.

Retirado do Facebook | Mural de Carlos Esperança

Carlos Esperança: “Todas as religiões são igualmente falsas e nocivas” | 12 de Fevereiro de 2014

Presidente da Associação Ateísta Portuguesa questiona ligação do Estado à Igreja Católica.

O presidente da Associação Ateísta Portuguesa já foi católico e ainda não conseguiu a anulação do batismo. No entanto, o que mais inquieta Carlos Esperança, de 71 anos, ex-professor primário e reformado de uma farmacêutica, são os laços entre o Estado e as religiões.

A religião continua a ser o ópio do povo?   

Não diria que é propriamente o ópio do povo, mas é frequentemente um detonador de ódios. Teria dúvidas em usar essa frase de Marx, mas também não a repudio, mesmo sem subscrever o marxismo.

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Pode um ateu ser admirador do Papa Francisco? | Carlos Esperança

Pope Francis gestures to the crowd as he arrives on November 6, 2013for his general audience in St.-Peter’s square at the Vatican.PINTO/AFP/Getty Images

Parafraseando o Papa, prefiro um católico humanista a um ateu malformado. Prefiro os que defendem os direitos humanos aos que os atropelam, as religiões que defendem a paz às que praticam terrorismo, os líderes que denunciam a exploração dos países africanos, aos que procuram pela força das armas submetê-los, os que levam uma mensagem de paz aos que trazem uma encomenda de armamento.

Francisco está no Congo, onde forças do Estado Islâmico (EI) assassinam e estropiam os cristãos, católicos e protestantes. Já denunciou a apropriação dos seus recursos por países ricos e a violência sectária que atinge o País.

Francisco é um homem corajoso e bom. A crença do idealista e o materialismo do ateu não nos separam, une-nos igual desejo da paz, harmonia e justiça social. Agora que Bento 16 morreu, já debilitado de saúde, passou a ser o único Papa, o Papa a quem este ateu tem a honra de homenagear e desejar sucesso na viagem corajosa ao Congo depois de a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) ter estado à beira de um novo cisma.

A luta entre Bento XVI e Francisco foi a ponta do iceberg que emergiu após o funesto e longo pontificado de JP2, que os corifeus da direita reacionária incensaram, e da continuidade do papa B16, muito mais inteligente e arguto, que o temor da Cúria fez abdicar da tiara sem renunciar às crenças.

O cardeal guineense Robert Sarah, que JP2 nomeou arcebispo aos 34 anos, um clérigo profundamente reacionário, foi apoiado pela ala mais retrógrada dos cardeais para ser o primeiro papa negro, mas um discreto jesuíta atravessou-se nos seus desígnios.

Quem vê a Igreja católica sul-americana, com bispos progressistas, em contraste com o clero espanhol, italiano, húngaro, polaco, austríaco ou francês, percebe que não há só a luta pelo poder, mas um confronto ideológico que passa pela sociedade, onde se jogam posições geoestratégicas e a consolidação da direita neoliberal e fascistoide, que domina os EUA e grassa em numerosos países europeus.

Francisco foi a pomba caída no ninho de falcões que povoavam o Vaticano, e viram o poder esvaziado e as suas posições reacionárias postas em xeque.

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JMJ | JORNADAS MUNDIAIS DA JUVENTUDE

O Sr. Presidente da Câmara de Lisboa, o Engº Civil e Economista Carlos Moedas, é um homem experiente e inteligente. É o Presidente da maior Câmara de Portugal, tem poderes e capacidade suficientes para liderar e controlar este processo. Que, para bem do País, deverá correr bem. Estima-se que aproximadamente 1 milhão e quinhentos mil jovens de todo o mundo virão a Portugal. Vai ser uma entrada maciça de divisas, muito benéfica para a Economia do País. Mas, e sobretudo, vai dar uma visibilidade tremenda a Portugal. E deixará uma zona nobre da cidade equipada para futuros grandes espetáculos e todo o tipo de encontros populares.

Carlos Moedas não deve alimentar a avidez e segundas intenções de muitos dos jornalistas do País. Deve explicar, sim, quanto baste e avançar. Avançar liderando com firmeza toda a Organização. Em meu entender não deve cair na mesma tentação do Sr. Presidente da República alimentando, por vezes demais, a coscuvilhice jornalística e dos “profissionais” das redes sociais.

O processo é imparável. Haverá erros? Provavelmente. Tentem emendar e seguir em frente. Sempre em frente.

Eu não duvido que irá correr bem.

Vítor Coelho da Silva | 26-02-2023

Jornada Mundial da Juventude | Câmara de Lisboa

“É muito importante que todos os contribuintes e os munícipes estejam estejam informados”, diz vice-presidente, que explicou os investimentos na JMJ e divulgou 1ª imagem do altar-palco.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, explicou esta quarta-feira o plano de investimentos da autarquia para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2023) e apresentou aos jornalistas a primeira imagem do altar-palco onde o Papa Francisco vai presidir às celebrações finais do evento — uma obra que tem estado envolvida em polémica depois de ter vindo a público a informação de que vai custar 4,2 milhões de euros.  “É muito importante que todos os contribuintes e todos os munícipes estejam a acompanhar, estejam conscientes, estejam informados”, disse o autarca, que procurou esclarecer quais as responsabilidades de cada entidade envolvida na organização do evento.

“Até 2022 não havia nada escrito, nada definido sobre o que era o contributo de cada entidade. Em 2022, depois de um processo de conversações, estabelecemos as bases daquilo que nos é pedido”, acrescentou Anacoreta Correia. “Julgo que a primeira questão é percebermos qual é o papel da CML.”

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“Quem se aproxima da Igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé!” | Papa Francisco

“Pensai numa mãe solteira que vai à Igreja, à paróquia e diz ao secretário: Quero batizar o meu menino. E quem a acolhe diz-lhe: Não tu não podes porque não estás casada. Atentemos que esta mãe que teve a coragem de continuar com uma gravidez o que é que encontra? Uma porta fechada. Isto não é zelo! Afasta as pessoas do Senhor! Não abre as portas! E assim quando nós seguimos este caminho e esta atitude, não estamos fazendo o bem às pessoas, ao Povo de Deus. Jesus instituiu 7 sacramentos e nós com esta atitude instituímos o oitavo: o sacramento da alfândega pastoral. (…) Quem se aproxima da Igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé!”

(Papa Francisco)

A identidade da Europa — o Ocidente para que lado fica? | por Carlos Matos Gomes

Um artigo de Simon Jenkins no The Guardian comenta o resultado do último senso no Reino Unido: De acordo com o censo, agora somos uma terra de muitas religiões.

“Inglaterra e País de Gales não são mais cristãos! De acordo com o censo de 2021, o número dos que colocaram um X na caixa cristã do formulário caiu para menos de 48%. Um número superior de habitantes vai a uma mesquita todas as semanas em vez de ir a uma igreja paroquial. Os “sem religião” triplicaram desde o milênio, para 37%. As minorias étnicas agora compreendem 18% da população e formam maioria em cidades como Birmingham e Leicester. Isso significa que muçulmanos e hindus criaram algum terreno para a religião como tal.”

As opiniões dominantes nos meios de comunicação europeus podem condenar o racismo e a discriminação, mas isso não deve esconder as alterações resultantes da diversidade, nem as suas consequências, seja nas Ilhas Britânicas, seja na Europa continental onde a mesma alteração demográfica e cultural está a ocorrer. Paris, o Sul de França, Bruxelas, Berlim, Franckfurt, Amesterdão são hoje regiões multiétnicas, multiculturais, onde o cristianismo e a sua história, a visão do mundo que marcou a Europa desde o império romano são minoritárias e estão em competição com outras cosmogonias.

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Francisco sobre o diálogo, as mulheres, os católicos alemães… Padre Anselmo Borges | in DN

Entre 3 e 6 deste mês de Novembro, o Papa Francisco esteve no Bahrain, no Fórum a favor do Diálogo: Oriente e Ocidente pela coexistência humana. No regresso, no avião, deu, como é hábito, uma conferência de imprensa. É sempre enriquecedor dar atenção a essas conferências, até porque há temáticas múltiplas da actualidade e uma espontaneidade acrescentada. Seguem-se alguns temas.

1. Referindo o diálogo, acentuou que é uma palavra-chave: “diálogo, diálogo”. Já tinha sublinhado, aliás, que os animais é que não dialogam, os humanos têm de resolver os seus problemas através do diálogo. Condição para dialogar é que se tem de partir da identidade própria, ter identidade afirmada, não difusa. Quando alguém não tem a sua própria identidade ou ela não é firme, o diálogo torna-se difícil, até impossível. A sua viagem foi uma viagem de encontro, porque o objectivo era estar em diálogo inter-religioso com o islão e ecuménico com os ortodoxos. Ora, tanto o Grande Imã de Al-Azhar, no Cairo, Ahmed al-Tayeb, como o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, “têm uma grande identidade” e as suas ideias vão no sentido de procurar a unidade, respeitando as diferenças, evidentemente, em ordem ao entendimento e ao trabalho conjunto para o bem e a paz da Humanidade. Também se chamou a atenção para a Criação e a sua protecção: “isto é uma preocupação de todos, muçulmanos, cristãos, todos”. Os crentes das várias religiões “devemos caminhar juntos como crentes, como amigos, como irmãos.”

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As religiões na escola | Anselmo Borges, Padre e Professor de Filosofia | in DN

Quantos cristãos saberão que, se Adão e Eva fossem figuras reais e nossos contemporâneos, precisariam, para viajar para o estrangeiro, de um passaporte iraquiano? Quantos se lembram de que Abraão, que está na base das três religiões monoteístas – judaísmo, cristianismo, islão -, possuiria igualmente nacionalidade iraquiana? Quantos se lembram de que os primeiros capítulos do Génesis, referentes ao mito da criação e da queda, se passam na Mesopotâmia, onde mergulham algumas das nossas raízes culturais? As religiões estão sempre presentes. Mas quem tem delas um conhecimento mínimo? Qual é a relação entre religião e violência, religião e política, religião e desenvolvimento económico, religião e saúde?

O grande Umberto Eco, agnóstico, lamentava-se: “Nas escolas italianas, Homero é obrigatório, César é obrigatório, Pitágoras é obrigatório, só Deus é facultativo. Se o ensino religioso se identificar com o do catecismo católico, no espírito da Constituição italiana deve ser facultativo. Só lamento que não exista um ensino da história das religiões. Um jovem termina os seus estudos e sabe quem era Poséidon e Vulcano, mas tem ideias confusas acerca do Espírito Santo, pensando que Maomé é o deus dos muçulmanos e que os quacres são personagens de Walt Disney…”

Ernst Bloch, o filósofo marxista heterodoxo e ateu religioso, com quem tive o privilégio de conversar, sublinhou que o desconhecimento da Bíblia constitui uma “situação insustentável”, pois produz “bárbaros”, que, por exemplo, perante a “Paixão segundo São Mateus”, de Bach, ficam como bois a olhar para palácios.

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O lugar da mulher na Igreja | Frederico Lourenço

As mulheres são as mães da Humanidade. Até os membros da Igreja Católica o “esquecem”. Todos, menos Jesus Cristo. O único que as respeitou e verdadeiramente amou. | [vítor coelho da silva]

Quando eu era jovem assistente na Faculdade de Letras de Lisboa, atrevi-me a perguntar a um catedrático de História (senhor de fama já lendária) porque é que tínhamos tantas colegas professoras na área da Literatura e tão poucas (ainda que distintíssimas) na área da História. A resposta que ele me deu há trinta anos parece hoje impensável: «a História chama menos as senhoras porque requer muito estudo».

A misoginia da atitude é arrepiante, mas (como todos sabemos) não é surpreendente. Mais tarde, já como professor em Coimbra, foi-me dito que havia dois professores catedráticos (também de geração salazarenta) que nunca tratavam a sua colega catedrática Maria Helena da Rocha Pereira por «Senhora Doutora» (como é normal entre colegas em Coimbra), mas sim por «Dona Maria Helena», embora eles entre si se tratassem por «Senhor Doutor» e ela própria os tratasse com essa deferência académica.

Se isto retrata a universidade portuguesa no século XX, estamos a ver bem o ambiente em que se teria desenrolado a discussão sobre se uma mulher tem capacidade para desempenhar as funções que, na Igreja Católica, são assumidas por padres, bispos, cardeais e papas.

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Cardeal Tolentino Mendonça deverá ser nomeado prefeito do Vaticano para a cultura e educação | in Observador

O cardeal português foi escolhido pelo Papa Francisco para liderar o novo Dicastério para a Cultura e a Educação. Terá sob a sua jurisdição uma rede escolar e universitária com milhões de jovens.

O cardeal D. José Tolentino Mendonça deverá ser nomeado nos próximos dias como prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação na Santa Sé, noticia esta sexta-feira o jornal especializado em religião 7Margens.

Tolentino Mendonça, que atualmente é o arquivista e bibliotecário da Santa Sé, será o primeiro prefeito daquele novo dicastério, criado na sequência da reforma da Cúria Romana recentemente implementada pelo Papa Francisco, que reformulou por completo os organismos que compõem a cúpula do Vaticano.

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Socrate, Jésus, Bouddha + La rencontre du bouddhisme et de l’Occident | Frédéric Lenoir

La crise que nous vivons n’est pas simplement économiqueet financière, mais aussi philosophique et spirituelle. Elle renvoie à des interrogations universelles : Qu’est ce qui rend l’être humain heureux ? Qu’est-ce qui peut être considéré comme un progrès véritable ? Quelles sont les conditions d’une vie sociale harmonieuse ?

Contre une vision purement matérialiste de l’homme et du monde, Socrate, Jésus et Bouddha sont trois maîtres de vie. Une vie qu’ils n’enferment jamais dans une conception close et dogmatique. Leur parole a traversé les siècles sans prendre une ride, et par-delà leurs divergences, ils s’accordent sur l’essentiel : l’existence humaine est précieuse et chacun, d’où qu’il vienne, est appelé à chercher la vérité, à se connaître dans sa profondeur, à devenir libre, à vivre en paix avec lui-même et avec les autres. Un message humaniste et spirituel, qui répond sans détour à la question essentielle : pourquoi je vis ?

Dans certaines cultures et à des époques marquées par le primat du groupe sur l’individu, Socrate, Jésus et Bouddha ont apporté un souffle de liberté qui a donné naissance à un homme moderne avant l’heure : un individu autonome, responsable de ses choix, mais qui doit gagner sa liberté au prix de la recherche de la vérité. Cet essai dresse le portrait de ces trois maîtres de vie.


D’Alexandre le Grand à Marco Polo, de Schopenhaeur à Nietzsche, de Jung à Alexandra David Neel, de nombreux voyageurs, penseurs et artistes occidentaux se sont passionnés pour la sagesse du Bouddha. Cet ouvrage relate les grandes étapes de la rencontre du bouddhisme et de l’Occident. Il montre combien le bouddhisme fut et reste profondément réinterprété à partir de prismes culturels déformants. Il permet aussi de comprendre pourquoi après l’échec des idéologies religieuses, scientistes et politiques, le bouddhisme connaît une audience croissante en Occident. Beaucoup voient dans cette pensée une philosophie et une éthique pertinentes pour répondre aux besoins spirituels des individus. Privilégiant l’action sur soi à l’action sur le monde, le bouddhisme pourrait être appelé à corriger les excès d’une civilisation occidentale trop préoccupée de maîtrise technique au détriment du sens et de l’intériorité.

Le Christ philosophe | Frédéric Lenoir

Résumé

“Pourquoi la démocratie et les droits de l’homme sont-ils nés en Occident plutôt qu’en Inde, en Chine, ou dans l’empire ottoman ? Parce que l’Occident était chrétien et que le christianisme n’est pas seulement une religion. Certes, le message des Evangiles s’enracine dans la foi en Dieu, mais le Christ enseigne aussi une éthique à portée universelle : égale dignité de tous, justice et partage, non-violence, émancipation de l’individu à l’égard du groupe et de la femme à l’égard de l’homme, liberté de choix, séparation du politique et du religieux, fraternité humaine. Quand, au IVe siècle, le christianisme devient religion officielle de l’Empire romain, la sagesse du Christ est en grande partie obscurcie par l’institution ecclésiale. Elle renaît mille ans plus tard, lorsque les penseurs de la Renaissance et des Lumières s’appuient sur « la philosophie du Christ », selon l’expression d’Erasme, pour émanciper les sociétés européennes de l’emprise des pouvoirs religieux et fonder l’humanisme moderne. Frédéric Lenoir raconte ici le destin paradoxal du christianisme – du témoignage des apôtres à la naissance du monde moderne en passant par l’Inquisition – et nous fait relire les Evangiles d’un œil radicalement neuf. “

Mitologia grega | Leandro Carvalho, Mestre em História

A mitologia grega surgiu da curiosidade que os gregos tinham de explicar a origem da vida e os problemas da existência. Assim, criaram deuses imortais à semelhança do ser humano. (deuses antropomórficos)

“Os antigos gregos viviam em uma civilização politeísta, ou seja, tinham a crença em vários deuses. Na Grécia Antiga, o deus que mais se destacava era Zeus. Considerado o mais importante dentre os deuses, ele representava a justiça, a razão e a autoridade. Além dos gregos serem politeístas, seus deuses eram antropomórficos, isto é, assumiam a forma humana e agiam à semelhança dos homens, lutavam entre si, e, como os humanos, sentiam ódio, amor, se casavam e tinham filhos.

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BARUCH SPINOZA | BENTO DE ESPINOSA

“Acredito no Deus de Espinosa, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens. Todos podem atingir a religião em um último grau, raramente acessível em sua pureza total.

Dou a isto o nome de religiosidade cósmica e não posso falar dela com facilidade já que se trata de uma noção muito nova, à qual não corresponde conceito algum de um Deus antropomórfico”

– Albert Einstein

VIDA

Baruch de Espinosa nasceu em 24 de novembro de 1632 e foi considerado um dos grandes filósofos racionalistas (ao lado de Leibiniz e Descartes) de sua época. Primeiro filho de uma família português-judia, tinha a agradável aparência de um português de estatura mediana, cabelos e pele morena, rosto oval. Espinosa era chamado por seus pais pelo seu nome português: Bento, e é curioso imaginar que ele aprendeu suas primeiras palavras na mesma língua que nós.

Seus pais eram prósperos comerciantes, mas por serem judeus, mudaram-se para Amsterdam fugindo da inquisição. Quando Baruch de Espinosa nasceu em Amsterdam, seu pai já possuía dois filhos de outro casamento. Quando criança, Espinosa fez seus primeiros estudos na sinagoga à qual pertencia, era um aluno brilhante, estudou profundamente o Talmude e a Bíblia, além de aprender hebraico, mas o consideravam também muito questionador (um defeito na época). No entanto, o dedicado aluno precisou largar seus estudos para tomar conta dos negócios da família.

JOVEM ESPINOSA

Espinosa fala livremente com seus amigos sobre suas concepções religiosas, a ideia de um Deus antropomórfico, separado do mundo real, agindo como um déspota, parece absurda para ele; também não encontra nos textos sagrados muitas das histórias que lhes contam, nem Leis supostamente divinas. Como era de se esperar, suas opiniões não agradam aos líderes religiosos de sua época e após muitas ameaças, avisos e reprimendas, Espinosa foi acusado de ateísmo e excomungado em 1656. Trocou seu nome Hebraico por um latino: Bento de Espinosa e passou a viver sem contato com os judeus.

Começou seus estudos de filosofia, latim e grego com Van dem Endem, leu Descartes, Platão, Aristóteles, Epicuro, Cícero, Sêneca, os filósofos medievais entre outros, além de estudar matemática e outras ciências. Foi também quando começou a redação do seu Tratado de Correção do Intelecto. Neste período, Espinosa sofre o ataque de um judeu fanático que tenta esfaqueá-lo por envergonhar a comunidade judaica. Assustado, ele percebe que não é mais bem vindo em Amsterdam.

O filósofo procurou companhias com quem pudesse dividir suas ideias. Mudou-se para Rijinsburg, em Leyden, pequena e tranquila cidade, com uma boa universidade que Espinosa visitava com frequência. Neste período escreveu seu Breve Tratado e os trechos iniciais de seu principal livro: Ética. Para sustentar-se, começou a trabalhar como polidor de lentes de telescópios e microscópios; exerceu este ofício, que aprendera ainda na sinagoga, até o fim de sua vida.

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Le Dieu de Spinoza | Willeime – philosophe du rationalisme intégral

00:00 I – Préambule sur le mot Dieu 06:52 II – Cerner le Dieu de Spinoza 22:00 II – Définitions du Dieu de Spinoza – L’immanence 29:15 II – Genre de Connaissance – la Partie et le Tout 36:04 III – La Finalité et l’Athéisme 48:27 IV – Matérialisme/Spiritualisme – Religiosité Cosmique 1:01:21 V – Rapport aux autres doctrines (Hegel, Bouddhisme, Hawkins, Enthoven, Luc Ferry) 1:14:35 VI – Conséquences Ethiques et Politiques

Papa Francisco: “para decidir bem, é necessário saber discernir” | in Comunidade Shalom

Na última quarta-feira (31), o Papa Francisco deu início a um novo ciclo de catequeses na Sala Paulo VI. Dessa vez, o Santo Padre abordará o tema do discernimento. “O que significa discernir” foi o tema do primeiro encontro semanal com os fiéis sobre esse novo assunto.

Jesus fala sobre o discernimento

Francisco ensinou que, no Evangelho, Jesus fala do discernimento com imagens tiradas do dia a dia, como no ofício dos pescadores que selecionam os peixes bons e descartam os maus; ou ainda na atividade do comerciante que precisa identificar em meio às pérolas aqueles que têm mais valor. Ou também aquele homem que lavrando uma terra descobre um tesouro e por isso resolve vender tudo para comprar o campo.

“À luz destes exemplos, o discernimento se apresenta como um exercício de inteligência, de perícia e inclusive de vontade, para reconhecer o momento favorável: são estas as condições para fazer uma boa escolha”, disse o Papa.

O Vigário de Cristo ainda acrescendo:

“As decisões são tomadas por cada um de nós. Não há quem a tome por nós. Adultos, livres. Podemos pedir um conselho, pensar, mas a decisão é própria. Não se pode dizer: “Eu perdi isso, porque meu marido decidiu, minha esposa decidiu, meu irmão decidiu”: não! Você deve decidir, cada um de nós deve decidir. Por isso, é importante saber discernir: para decidir bem é necessário saber discernir.”

Papa Francisco explica a relação entre discernimento e afetos

Em sua fala, o Papa ainda comentou a relação entre o discernimento e os afetos.

 “O Evangelho sugere outro aspecto importante do discernimento: ele envolve os afetos. Quem encontrou o tesouro não tem dificuldade de vender tudo, tão grande é a sua alegria. O termo usado pelo evangelista Mateus indica uma alegria totalmente especial, que nenhuma realidade humana pode dar; e com efeito, repete-se em pouquíssimas outras passagens do Evangelho, todas elas relativas ao encontro com Deus. É a alegria dos Magos quando, depois de uma viagem longa e árdua, veem de novo a estrela; é a alegria das mulheres que regressam do sepulcro vazio, depois de ouvir o anúncio da ressurreição, feito pelo anjo. É a alegria de quem encontrou o Senhor.”

No juízo final, Deus fará um discernimento, o grande discernimento, em relação a nós, de acordo com o Papa. Por isso, ele ainda reiterou:

“É muito importante saber discernir: as grandes escolhas podem surgir de circunstâncias à primeira vista secundárias, mas que se revelam decisivas. Numa decisão boa, a vontade de Deus se encontra com nossa vontade; se encontra o caminho atual com o eterno. Tomar uma decisão justa, depois de um caminho de discernimento, é fazer esse encontro: o tempo com o eterno”.

O discernimento é árduo, mas indispensável para viver

“Segundo a Bíblia, não encontramos diante de nós, já embalada, a vida que devemos viver. Deus nos convida a avaliar e a escolher: Criou-nos livres e quer que exerçamos a nossa liberdade. Por isso, discernir é difícil”, sublinhou o Pontífice. Ele ainda explicou que o discernimento é aquela reflexão da mente, do coração que se deve fazer antes de tomar uma decisão.

“O discernimento é árduo, mas indispensável para viver. Requer que eu me conheça, que saiba o que é bom para mim aqui e agora. Exige sobretudo uma relação filial com Deus que nunca impõe a sua vontade, porque quer ser amado, não temido. E o amor só pode ser vivido na liberdade. Para aprender a viver é preciso aprender a amar, e por isso é necessário discernir.”

El ángel caído | Obra de Alexandre Cabanel, Francia (1847)

Estudio anatómico del mismísimo Lucifer,
que fue durante un tiempo la mano derecha
de Dios. Inteligentísimo y muy hermoso,
el ángel tenía un pequeño defecto: la soberbia.
Un día tuvo la desastrosa idea de rebelarse
contra su creador al creerse igual que él, y la
cosa no acabó nada bien.

i Cómo has caído de los cielos, Lucero, hijo de la Aurora !
i Has Sido abatido a la tierra dominador de naciones !
Tú que dijiste en tu corazón: Al cielo subiré, por encima de
las estrellas de Dios alzaré mi trono, y me sentaré en el Monte
de la Reunión en el extremo Norte. Subiré a las alturas del nublado,
y seré como el Altísimo.

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Irão e Rússia em negociações

Está em Moscovo o ministro dos Estrangeiros do Irão para negociar com a Rússia assuntos relativos ao cartel do gás natural, produto vital para as economias dos países industrializados e em cuja produção a Rússia e Irão ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugares.

O titular chama-se Reza Fatemi Amin que, traduzido para português, será algo como Reza Devoto de Fátima.

Há no xiismo um intenso fundo de piedade mariana, pelo que foi um erro clamoroso termos embarcado nos anos 80 em todas as campanhas de hostilização contra aquele país que foi sempre, juntamente com a Síria, um dos únicos Estados muçulmanos a respeitar o Cristianismo e a cultuar Jesus e Maria. O cerco ao Irão ficará nos anais da história das relações internacionais como o princípio do fim da influência ocidental na região.

JESUS CRISTO | Comparar os princípios fundamentais do Islamismo e do Cristianismo | Como os personagens da Bíblia aparecem no Corão


Jesus, Maria, Adão, Eva, Moisés, Abraão, Davi. Eles também são personagens do livro sagrado do islão.

Leia mais em: https://super.abril.com.br/cultura/como-os-personagens-da-biblia-aparecem-no-corao/


Issa (em árabe: عيسى; romaniz.: ʿĪsā) é o nome árabe de Jesus, considerado pelo Islão como um profeta.


Issa no Corão

Corão não narra a vida de Issa de uma forma cronológica, nem a história da sua vida pode ser encontrada numa só passagem; em vez disso as referências à sua pessoa têm geralmente como objetivo ilustrar um determinado ensinamento.

O Corão refere-se a Issa em quinze suras (capítulos) e em noventa e três (93) versos. Ele é designado nesta escritura de várias maneiras, como al-Masih (messias), nabi (profeta), rasul (mensageiro), Ibn Maryam (filho de Maria), min al-muiarraben (entre os que estão próximos de Deus), wadjih (digno de louvor neste mundo e no próximo), mubarak (abençoado) e Abd Allah (servo de Deus).

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«A Mãe Igreja na Serra de Aire – Uma descoberta de Alcanena a Fátima» |  Inês Santos e Rosa Neto

“A Mãe Igreja na Serra de Aire – Uma descoberta de Alcanena a Fátima” é uma edição de autor, escrita em coautoria por Inês Santos e Rosa Neto, duas catequistas do Covão do Coelho, diocese de Leiria-Fátima, concelho de Alcanena. A obra teve a sua génese nas sessões da catequese com a preparação dos jovens para a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, mas com o tempo ganhou maiores contornos.

A apresentação pública está para breve, em Minde e no Covão do Coelho, mas o livro já está à venda: online na BookMundo; diretamente às autoras*; entretanto na FNAC. Pagos os custos da impressão, todo o ganho com a venda da obra será entregue à Paróquia de Minde, para ajuda à aquisição de um sistema de som para a capela do Covão do Coelho.

O prefácio é assinado pelo padre Sebastian Joseph, sacerdote indiano da Congregação do Verbo Divino e pároco de Minde e da Serra de Santo António, para quem o livro “vai despertar muita curiosidade”. Isto porque, refere, “para os mais velhos é uma recordação daquilo que foi ou já existiu e para os mais novos um convite a manter as belas tradições, devoções e a revivê-las”.

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O PAPA É PUTINISTA? | Pedro Tadeu | Opinião/DN

No dia 25 de fevereiro, o dia seguinte ao início da invasão russa da Ucrânia, o Papa Francisco telefonou ao líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, e deslocou-se à embaixada russa na Santa Sé.

Numa entrevista, citada pela agência Ecclesia, dada ao jornal argentino La Nación, Francisco explicou-se desta maneira: “Fui sozinho, não quis que ninguém me acompanhasse. Foi uma responsabilidade pessoal, minha, uma decisão que tomei numa noite em branco, pensando na Ucrânia. É claro, para quem o quer ver, que estava a sinalizar o governo que pode pôr fim à guerra no instante seguinte”.

Num texto de balanço aos 100 dias de guerra, que a agência Ecclesia difundiu, focado na atividade do Papa decorrente do conflito, lembra-se toda uma série de outros episódios:

– A 25 de março, numa celebração que ligou o Vaticano ao Santuário de Fátima, o Papa consagrou a Ucrânia e a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, perante a “ameaça nuclear”.

– A 6 de abril, Francisco beijou um bandeira ucraniana numa homenagem às vítimas do massacre de Bucha.

– A 14 de abril, quinta-feira de Páscoa, Francisco lançou o livro Contra a guerra. A coragem de construir a paz que apela ao diálogo e ao desarmamento, como uma escolha estratégica decisiva para os destinos da humanidade.

– A 15 de abril, Sexta-feira Santa, no final da Via Sacra, o Papa apelou à reconciliação entre adversários. Antes foi confrontado com um incidente: uma leitura que deveria ter sido feita, nessa cerimónia, em conjunto por uma russa e uma ucraniana foi cancelada por pressão da Ucrânia.

– No Domingo de Páscoa, Francisco voltou à carga e evocou as vítimas ucranianas, os milhões de refugiados, as famílias divididas, os idosos abandonados.

– A 3 de maio, o Papa explicou que, antes de ir a Kiev, estava a tentar ir a Moscovo. Numa entrevista publicada nesse dia pelo jornal Corriere della Sera, Francisco criticou as razões da guerra e o “comércio” de armas, que definiu como um “escândalo” a que poucos se opõem e falou de “uma raiva facilitada” pelo “ladrar da NATO à porta da Rússia” que levou o Kremlin a “reagir mal e a desencadear o conflito”. Também manifestou algumas dúvidas sobre o fornecimento de armas à Ucrânia, alertando que esse fornecimento iria levar a Rússia a testar armas mais destrutivas.

– A 12 de maio o Papa encontrou-se com duas esposas de militares ucranianos que se encontravam barricados em Mariupol.

– A 24 de maio Francisco enviou a Moscovo uma mensagem ao patriarca da Igreja Ortodoxa para rezarem pela vida humana.

– Na semana passada, no Vaticano, o líder da Igreja Católica, um dia depois de dirigir uma cerimónia religiosa que evocou as vítimas da guerra, apelou a que não se use a distribuição de cereais como arma de guerra, que irá vitimar, sobretudo, as populações dos países mais pobres.

– Quase todos os domingos, na cerimónia que costuma fazer para a Praça de São Pedro, Francisco, recorrentemente, fala da necessidade de paz na Ucrânia e recorda várias vezes outros conflitos no mundo: Congo, Sudão do Sul, Síria, Iémen, “o maior desastre humanitário do nosso tempo”, disse, rebelando-se contra a indiferença ocidental face a essa catástrofe.

– Esta semana, numa entrevista à agência Reuters, Francisco assinalou que a possibilidade de ir a Moscovo volta a estar em cima da mesa “se o presidente russo me conceder uma pequena janela para servir a causa da paz”.

– Noutra entrevista, anterior, o Papa fora questionado sobre o facto de nunca ter condenado explicitamente Vladimir Putin ou a Rússia. Respondeu assim: “Nunca nomeei um chefe de Estado e, muito menos, um país, que está acima do seu chefe de Estado”. Isto nunca impediu, porém, Francisco de condenar várias vezes e de forma veemente a invasão à Ucrânia.

– Neste domingo, novamente na Praça de São Pedro, o líder católico disse isto: “Devemos passar das estratégias de poder político, económico e militar para um projeto de paz global. Não para um mundo dividido entre potências em conflito; sim para um mundo unido entre povos e civilizações, que se respeitam mutuamente”.

Pelos critérios que têm prevalecido na fila de políticos, jornalistas e comentadores portugueses, de direita e de esquerda, que todos os dias passam pela televisão a tentar vencer no campeonato da corrida armamentista, do belicismo pro-NATO, da russofobia, da intolerância, da teoria da conspiração, da censura às notícias de guerra, da desumanidade disfarçada de caridade pelo povo ucraniano, este Papa, apesar de criticar a invasão russa, é, como todos os que procuram abrir um caminho que leve à paz, um putinista.

É ridículo, mas é onde estamos.

Retiradoo do Facebook | Mural de Carlos Fino

 Workshops Internacionais de Turismo Religioso (IWRT) | Fátima, Portugal | LeopolDina Reis Simões

IWRT afirmam-se na décima edição como evento em crescimento

Ao final da tarde de hoje termina em Fátima a primeira parte do programa dos  Workshops Internacionais de Turismo Religioso (IWRT), este ano a celebrar o décimo aniversário e a afirmarem-se um dos eventos maiores na promoção internacional do turismo religioso.

A retomar o formato presencial após a realização online da edição de 2021, os IWRT voltaram a juntar em Fátima participantes de todo o mundo, este ano de 47 países. “Queremos que este Workshop seja referência mundial para o trade do turismo religioso, que seja um efetivo acelerador da recuperação turística pós-pandemia”, referiu Purificação Reis nasessão solene e comemorativa do X IWRT, realizada ontem no Centro Pastoral de Paulo VI, no Santuário de Fátima.

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Humor | Memórias de há 8 anos | Dona de Cabaré processa Igreja no Ceará

Em Aquiraz, região metropolitana de Fortaleza, Tarsília Bezerra iniciou a construção de um anexo do seu cabaré, a fim de desenvolver o negócio, em constante crescimento.

Em resposta, a igreja neopentecostal da localidade iniciou uma forte campanha para bloquear a expansão, com sessões de oração, no seu templo, de manhã, à tarde e à noite.

Os trabalhos de construção e reforma continuaram até uma semana antes da reabertura, quando um raio atingiu o cabaré de Tarsília, incendiando a instalação elétrica e causando um incêndio que destruiu tudo.

Tarsília processou a Igreja, o pastor e toda a congregação, com o fundamento de que a Igreja “foi a responsável pelo fim de seu prédio e do seu negócio, através de ações ou meios de intervenção divina, direta ou indireta.”

Na resposta à ação, os demandados, designadamente a Igreja, negaram com veemência toda e qualquer responsabilidade ou ligação das suas orações com o fim do cabaré.

O juiz leu a reclamação da autora e a resposta dos réus e, ao iniciar a audiência, comentou:

-“Não sei como vou decidir este caso. Pelo que li até agora, verifico o seguinte:

– há uma proprietária de bordel que acredita firmemente no poder das orações;

– e uma igreja inteira que pensa que as orações não valem nada”.

Retirado do facebook | Mural de Carlos Esperança

𝗣𝗮𝗽𝗮 𝗙𝗿𝗮𝗻𝗰𝗶𝘀𝗰𝗼 | Malou Delgado Rainho

(Eu leio italiano, mas como há quem o não faça, deixo a tradução do Google da resposta sobre a Ucrânia. Resposta integral, obviamente) | Malou Delgado Rainho

“Para responder a esta pergunta temos que nos afastar do padrão normal “Chapeuzinho Vermelho”: Chapeuzinho Vermelho era bom e o lobo era o mau. Não há bons e maus metafísicos aqui, de forma abstrata. Algo global está surgindo, com elementos muito entrelaçados. Alguns meses antes do início da guerra, conheci um chefe de Estado, um homem sábio que fala pouco, muito sábio mesmo. E depois de falar sobre as coisas que ele queria falar, ele me disse que estava muito preocupado com o andamento da OTAN. Perguntei-lhe por que, e ele respondeu: “Eles estão latindo nos portões da Rússia. E eles não entendem que os russos são imperiais e não permitem que nenhuma potência estrangeira se aproxime deles”. Ele concluiu: “A situação pode levar à guerra”. Esta era a opinião dele. A guerra começou em 24 de fevereiro. Aquele chefe de estado foi capaz de ler os sinais do que estava acontecendo.

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A heresia do papa Francisco | Carlos Matos Gomes

Estava a ler textos sobre a “guerra da comunicação” em que estamos envolvidos, felizmente sem os custos em sangue e destruição da que ocorre na realidade do campo de batalha, na Ucrânia. Parti de um filósofo cujo pensamento conhecia um pouco, Paul Virílio, francês, autor de livros sobre as tecnologias da comunicação, e deste cheguei a um outro, desconhecido, Slajov Zizek, esloveno. Paul Virílio, com formação base em arquitetura, define a sociedade da informação como perigosa, já que a informática nos leva à perda da noção da realidade ao proporcionar uma quantidade gigantesca de dados. É sobre a relação entre a realidade e a imagem que dela nos é transmitida que se travam hoje os combates da informação, desinformação, manipulação que nos são apresentados pelos meios de comunicação, que pretendem camuflar a sua qualidade de armas, atrás de um colete com a palavra PRESS, de uma direção editorial, ou de pastores com a pele de comentadores .

Para Zizek, com formação em sociologia, professor nas universidades de Lubiana e de Londres, o “real” é um termo que corresponde a um conceito enigmático, e não deve ser equiparado com a realidade, uma vez que a nossa realidade está construída simbolicamente; o real, pelo contrário, é um núcleo que não pode ser simbolizado, isto é, expresso com palavras ou com imagens. Só existe como abstrato. Para Žižek, a realidade tem a estrutura de uma ficção. Ou seja, acaba sendo apenas uma espécie de interpretação da “coisa em si”. Há quem não se limite a interpretá-la, mas a fabrique.

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DEUS sive NATURA | BENTO DE ESPINOSA

Acredito no Deus de Spinoza, que se revela num mundo regrado e harmonioso, não em um Deus que se preocupa com o destino e os afazeres da humanidade”.

“Não posso imaginar um Deus pessoal que influencia diretamente a ação das pessoas… Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração do Espírito Infinitamente Superior que se revela no pouco que compreendemos de nosso próprio mundo.

A profunda convicção na presença de um Poder Superior, que aparece no universo incompreensível, forma minha ideia de Deus”

ALBERT EINSTEIN

O futuro, segundo Maria de Lourdes Pintasilgo | Por Viriato Soromenho Marques | in DN

O Museu da Presidência da República (MPR) tem aberta ao público, até 31 de agosto, uma notável exposição dedicada à figura singularíssima daquela que foi a primeira mulher portuguesa pioneira em várias funções, nomeadamente a de primeiro-ministra: Maria de Lourdes Pintasilgo. Mulher de um Tempo Novo. Para a levar a cabo, e sob coordenação da sua diretora, Maria Antónia Pinto de Matos, o MPR recorreu ao concurso de várias entidades da esfera social e académica, reunindo também os contributos de várias dezenas de ensaios e testemunhos, onde se incluem textos do próprio presidente Marcelo Rebelo de Sousa, de António Ramalho Eanes e de António Guterres. Um extenso e muito bem concebido Catálogo permite guardar, não apenas na memória, o espólio exposto.

Nos doze anos que medeiam entre o 25 de Abril e a entrada na CEE, o país oscilou numa arriscada situação de impasse entre vários caminhos possíveis, à semelhança do que tinha ocorrido na década após a independência do Brasil, quando Almeida Garrett publicou o livro Portugal na Balança da Europa (1830). Ao contrário das dúvidas alimentadas pelos nossos intelectuais e políticos no século XIX, depois de abril de 74, a Europa comunitária aparecia como um cada vez mais consensual e inevitável destino nacional. Lembro-me de várias vezes ter lido textos de MLP criticando a orientação cada vez mais mercantilista e financeira do rumo europeu, em detrimento das vertentes social e cívico-política que estiveram na raiz do empenhamento de tantos dos militantes da Europa nas ruínas de 1945. MLP correspondia bem ao lema da filosofia de Ernst Bloch (1885-1977) para quem a consciência humana, por ser “uma consciência antecipativa”, está sempre projetada para o devir.

A religião não era propriamente uma Revelação tranquilizadora, mas antes um imperativo de ação em conformidade com valores de justiça e fraternidade.

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Le Dieu de Spinoza

00:00 I – Préambule sur le mot Dieu 06:52 II – Cerner le Dieu de Spinoza 22:00 II – Définitions du Dieu de Spinoza – L’immanence 29:15 II – Genre de Connaissance – la Partie et le Tout 36:04 III – La Finalité et l’Athéisme 48:27 IV – Matérialisme/Spiritualisme – Religiosité Cosmique 1:01:21 V – Rapport aux autres doctrines (Hegel, Bouddhisme, Hawkins, Enthoven, Luc Ferry) 1:14:35 VI – Conséquences Ethiques et Politiques

“Quem se aproxima da Igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé!” | Papa Francisco

Pensai numa mãe solteira que vai à Igreja, à paróquia e diz ao secretário: Quero batizar o meu menino. E quem a acolhe diz-lhe: Não tu não podes porque não estás casada. Atentemos que esta mãe que teve a coragem de continuar com uma gravidez o que é que encontra? Uma porta fechada. Isto não é zelo! Afasta as pessoas do Senhor! Não abre as portas! E assim quando nós seguimos este caminho e esta atitude, não estamos fazendo o bem às pessoas, ao Povo de Deus. Jesus instituiu 7 sacramentos e nós com esta atitude instituímos o oitavo: o sacramento da alfândega pastoral. (…) Quem se aproxima da Igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé!

(Papa Francisco)

Dieu existe-t-il ? – Dialogue avec Michel-Yves Bolloré

Trois ans de travail avec une vingtaine de scientifiques et de spécialistes de haut niveau : voici révélées les preuves modernes de l’existence de Dieu.

Pendant près de quatre siècles, de Copernic à Freud en passant par Galilée et Darwin, les découvertes scientifiques se sont accumulées de façon spectaculaire, donnant l’impression qu’il était possible d’expliquer l’Univers sans avoir besoin de recourir à un dieu créateur. Et c’est ainsi qu’au début du XXe siècle, le matérialisme triomphait intellectuellement.

De façon aussi imprévue qu’étonnante, le balancier de la science est reparti dans l’autre sens, avec une force incroyable. Les découvertes de la relativité, de la mécanique quantique, de l’expansion de l’Univers, de sa mort thermique, du Big Bang, du réglage fin de l’Univers ou de la complexité du vivant, se sont succédées.

Ces connaissances nouvelles sont venues dynamiter les certitudes ancrées dans l’esprit collectif du XXe siècle, au point que l’on peut dire aujourd’hui que le matérialisme, qui n’a jamais été qu’une croyance comme une autre, est en passe de devenir une croyance irrationnelle.

Dans une langue accessible à tous, les auteurs de ce livre retracent de façon passionnante l’histoire de ces avancées et offrent un panorama rigoureux des nouvelles preuves de l’existence de Dieu. À l’orée du XXe siècle, croire en un dieu créateur semblait s’opposer à la science.

Aujourd’hui, ne serait-ce pas le contraire ? Une invitation à la réflexion et au débat.

The Nature of Reality: A Dialogue Between a Buddhist Scholar and a Theoretical Physicist

Alan Wallace, a world-renowned author and Buddhist scholar trained by the Dalai Lama, and Sean Carroll, a world-renowned theoretical physicist and best-selling author, discuss the nature of reality from spiritual and scientific viewpoints. Their dialogue is mediated by theoretical physicist and author Marcelo Gleiser, director of Dartmouth’s Institute for Cross-Disciplinary Engagement.

Torquemadas do pensamento | José Goulão, 15.Mar.22

«A confraria transeuropeia de polícias de opinião deu finalmente corpo à assustadora profecia de George Orwell e criou o Ministério da Verdade». A violenta barragem há várias semanas em curso subiu exponencialmente de tom. Tom que, além de Orwell, evoca os tempos da Inquisição: qualquer heresia (ou qualquer recusa em condenar a heresia) conduzirá à fogueira. O que está em causa diz respeito a cada um de nós, e exige uma lúcida, determinada e combativa acção de resistência.

Passam por estes dias 19 anos sobre a segunda invasão do Iraque pelos Estados Unidos e outras potências da NATO, mantendo-se ainda a ocupação militar estrangeira do país. Uma guerra limpa, admirável sobretudo quando é apreciada de uma varanda de hotel de Bagdade, lançada por gente com plena sanidade mental, sustentada por razões de uma verdade inquestionável, sem crianças mortas, sem civis bombardeados, sem destruição da maior parte das infraestruturas do país, sem tortura nem chacinas, sem roubos de recursos naturais, sem jornalistas bombardeados de helicópteros como se fossem alvos de um jogo de computador, com espectaculares, cirúrgicos e inofensivos fogos-de-artifício lançados por máquinas de autêntica ficção científica. Um deleite para orgulhosos chefes políticos, inebriados jornalistas esgotando os arsenais de adjectivos e embasbacados telespectadores agarrados aos ecrãs, sorvendo a mais recente superprodução de Hollywood. Solidários com as vítimas? Uns esparsos milhares.

Que diferença dos tempos de hoje!

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Cartas a Spinoza | por Nise da Silveira, Francisco Alves | in Revista Caliban

As sete cartas escritas em 1989 compõem o livro Cartas a Spinoza, Nise da Silveira, Francisco Alves, 1995.

Pintura de Eduardo Ruiz, Dra. Nise da Silveira

Cada Leitor, um Spinoza

  • CARTA I

Meu caro Spinoza,

Você é mesmo singular. Através dos séculos continua despertando admirações fervorosas, oposições, leituras diferentes de seus livros, não só no mundo dos filósofos, mas, curiosamente, atraindo pensadores das mais diversas áreas do saber, até despretensiosos leitores que insistem, embora sem formação filosófica (e este é o meu caso), no difícil e fascinante estudo da filosofia.

Mais surpreendente ainda é que, à atração intelectual, muitas vezes venham juntar-se sentimentos profundos de afeição. Assim, Einstein refere-se a você como se, entre ambos, houvesse “familiaridade cotidiana”. Dedica-lhe poemas. O poema para A Ética de Spinoza [1] transborda de afeto: “Como eu amo este homem nobre / mais do que posso dizer por palavras”.

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A teologia de Jesus | por JOSÉ BRISSOS-LINO in Revista Visão 16.02.22 | sobre texto de Viriato Soromenho Marques

Se um dia boa parte dos teólogos e das igrejas cristãs tiverem a coragem de se centrar efectivamente no discurso e obra do Mestre de Nazaré, deixando de lado o corpo das respectivas tradições, terão um choque ao verificar quão distantes se encontram daquilo a que podemos chamar a teologia de Jesus.

Grande parte das atuais controvérsias no campo religioso cristão, mas também das tensões entre este e o mundo secular relacionam-se com aquilo que S. Paulo denomina “preceitos e doutrinas de homens”: “As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens. As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (Colossenses 2:22,23). Com efeito, o que os textos neotestamentários nos fornecem relativamente tanto à palavra como à ação do Cristo dos evangelhos, parece ir em contramão com a pregação, os preceitos e a praxis do cristianismo como o conhecemos, nas suas diferentes versões.

Em obra recentemente publicada (“A Teologia de Jesus: Tudo o que o Mestre falou”, Lisboa: Ed. Univ. Lusófonas, 2021) e que Viriato Soromenho Marques me deu a honra de prefaciar, procurei abordar a questão, com apoio de um esforçado colaborador nesta investigação (Vitor Rafael).

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Albert Einstein | “Acredito no Deus de Spinoza”

Acredito no Deus de Spinoza, que se revela num mundo regrado e harmonioso, não em um Deus que se preocupa com o destino e os afazeres da humanidade”.

“Não posso imaginar um Deus pessoal que influencia diretamente a ação das pessoas… Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração do Espírito Infinitamente Superior que se revela no pouco que compreendemos de nosso próprio mundo. A profunda convicção na presença de um Poder Superior, que aparece no universo incompreensível, forma minha ideia de Deus”

Deus de Spinoza | ALBERT EINSTEIN

Sobre Deus, Einstein chegou a se definir como agnóstico em carta de 1950 a Morton Berkowitz. Ele já tinha afirmado anteriormente que acreditava no “Deus de Spinoza”, em referência ao filósofo holandês Baruch Spinoza:

“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela num mundo regrado e harmonioso, não em um Deus que se preocupa com o destino e os afazeres da humanidade”, afirmou ele em um telegrama ao rabino Herbert S. Goldestein, publicado pelo jornal americano “New York Times” em 1929 (segundo o livro “The Ultimate Quotable Einstein”).

Com essa declaração, Einstein afirmava a visão que repetiu diversas vezes durante a vida: que tinha mais simpatia por um Deus presente em todos os lugares e que fosse responsável pelas leis do universo num sentido científico, que por uma entidade personificada e preocupada com problemas individuais:

“Não posso imaginar um Deus pessoal que influencia diretamente a ação das pessoas… Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração do espírito infinitamente superior que se revela no pouco que compreendemos de nosso próprio mundo. A profunda convicção na presença de um poder superior, que aparece no universo incompreensível, forma minha ideia de Deus”, disse Einstein em carta de 1927, publicada em seu obituário no “Times”, em 1955.

Friedrich Nietzsche, Karl Marx, et Sigmund Freud

Selon la philosophie de Nietzsche( 1844 – 1900) , la religion est un stratagème utilisé par les analphabètes et les faibles , pour contrôler les intelligents, les intellectuels et ceux qui réussissent dans leur vie, leurs parcours académiques, qui à travers la religion, ils leur envoient un message codé selon lequel, si vous êtes une personne éduqué qui réussit dans sa vie , alors nous, nous somme spirituellement purs, nous sommes en relation avec Dieu, et nous sommes donc plus élevés aimés que vous aux yeux de Dieu. Où les perdants et les faibles entrent ici dans une bataille psychologique à briser les os , ils mènent une guerre froide dévastatrice, pour dominer les forts et les vainqueurs.

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De Roma | João Soares

“Quatro homens e uma mulher, católicos, estão num café, em Roma.

Diz o primeiro homem:

O meu filho é Padre e quando ele chega a um local público tratam-no por «Padre».

Diz o segundo homem:

O meu filho é Bispo e quando ele chega a um local  público tratam-no por «Sua Graça».

Diz o terceiro homem:

O meu filho é Cardeal. Quando ele chega a um local público todos inclinam a cabeça e tratam-no por «Sua Eminência».

Diz o quarto homem, orgulhosamente:

O meu filho é o Papa. Quando ele chega a um local público tratam-no por «Sua Santidade».

Como a única mulher continua a saborear o café em silêncio, os quatro homens dirigem-se a ela com um subtil:

– Então…?

E ela, orgulhosamente, responde:

Eu tenho uma filha, alta e elegante, 85 de busto, 65 de cintura, 82 de ancas, e … quando ela chega a um local público todos exclamam: ”Meu Deus!”

Retirado do Facebook | Mural de João Soares

RAZÃO VERSUS FÉ, UMA DIALÉCTICA DA IDADE MÉDIA (1) | António Galopim de Carvalho

Situada entre aproximadamente os séculos V e XV, a IDADE MÉDIA foi um tempo de alastramento do cristianismo e da vida cultural na Europa ocidental, sobretudo através do surgimento de mosteiros da Ordem dos Beneditinos. Seguidores de São Bento de Núrcia (480-547), os monges desta comunidade cristã, iniciadores do movimento monacal, foram os herdeiros da cultura latina e os depositários do essencial do saber do mundo antigo. Estão entre eles os criadores do enciclopedismo, com destaque para Santo Isidoro de Sevilha (570-636) que nos deixou “Etymologiae sive origines”, publicado oito séculos depois, em 1483. Durante este período, o estudo e o ensino transitaram dos mosteiros e conventos para as chamadas escolas catedrais, criadas por toda a Europa, estas que, por seu turno, foram os embriões das universidades nos centros urbanos mais importantes (Salermo, Bolonha, Paris, Oxford, Montpelier, Arezzo, Salamanca, Pádua, Orleães, Roma, Siena, Lisboa, entre muitas outras), privilegiando o ensino de disciplinas como teologia, gramática, retórica, dialéctica (lógica), aritmética, geometria, astronomia, direito, medicina e música.

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