Concluindo: Se houver a convicção funda da importância da Igreja, cuja missão é levar e entregar, por palavras e obras, a mensagem de Jesus à humanidade de cada tempo, para a vida das pessoas e das sociedades, estas questões não poderão deixar de ser debatidas com “liberdade e audácia”.
O padre italiano Antonio Rosmini foi um notável filósofo e teólogo do século XIX, que, perante as transformações que então se operavam, escreveu, por amor à Igreja, em 1832, um livro famoso com o título Delle cinque plaghe della Santa Chiesa (Sobre as cinco chagas da Santa Igreja). Desgraçadamente, a obra foi condenada e colocada no Index Librorum Prohibitorum (Catálogo dos livros proibidos). Mas, lentamente, a sua memória foi reabilitada e até foi beatificado em 2007 por Bento XVI. Em síntese, quais eram essas chagas? “O distanciamento entre o clero e o povo (na vida e na liturgia — não esquecer que as celebrações litúrgicas eram em latim); a fraca formação do clero, tanto no plano cultural como espiritual; a desunião entre os bispos; a intromissão da política na nomeação dos bispos; a riqueza acumulada pela Igreja”.
Na esteira de Rosmini, o padre espanhol Luis Pose Regueiro, historiador da Igreja, acaba de publicar em Religión Digital, “as dez chagas da Igreja”. Baseado no essencial do seu texto, deixo aí uma reflexão sobre essas chagas.
1. O tradicionalismo e o individualismo. Vivemos em tempos de confusão, incerteza, perplexidade, e, neste quadro, há a tentação de “refugiar-se anacronicamente na segurança do antes” — sempre se fez assim — ou então “isolar-se” no que cada um considera o correcto e mais seguro. Ora, o que se impõe é ir ao Evangelho e procurar “um caminho o mais possível comum”, seguindo o velho princípio: “nas coisas necessárias, unidade; nas duvidosas, liberdade; em tudo, caridade.”
Quem foi o homem cujo nascimento hoje celebramos? Desde o século XIX, o estudo crítico do Novo Testamento e do primeiro cristianismo tem tentado reconstituir quem terá sido o «Jesus histórico». Em que ponto estamos desta investigação? Vou dar-vos uma proposta de biografia do Jesus real.
Jesus nasceu em Nazaré, na fase final do reinado de Herodes, o Grande (rei que morreu em 4 a.C.). Era filho de um construtor chamado José e da sua mulher, Maria. Jesus era o mais velho de vários irmãos e irmãs. Em casa, falava-se aramaico; mas Jesus beneficiou do facto de Nazaré estar perto de cidades gregas, como Séforis, cuja distância de Nazaré corresponde à que medeia, na nossa cidade do Porto, entre o Estádio do Dragão e a rotunda da Boavista. Em toda a volta de Nazaré, falava-se grego. De Gádara, uma das dez cidades gregas da zona, era originário o maior poeta grego do século I a.C., Meleagro. A helénica Séforis tinha um teatro; e Jesus sabia o que era o conceito grego de «actor», pois usou a palavra grega «hipócrita» numa acepção sem qualquer equivalente no aramaico falado em casa ou no hebraico da Escritura.
Jesus recebeu uma educação judaica baseada nessa Escritura e foi certamente o rapaz intelectualmente sobredotado de que vemos reflexo em Lucas 2:47. As pessoas não lhe chamaram «mestre» à toa.
Nos anos 20 do século I, Jesus contactou com o movimento de João Baptista, que apelava aos israelitas que «mudassem de mentalidade» e que, por meio do baptismo no rio Jordão, obtivessem o cadastro limpo perante Deus que, oficialmente, só podia ser obtido por meio do sacrifício de animais no templo. João Baptista atraiu a má vontade da elite sacerdotal de Jerusalém; o mesmo aconteceria com Jesus.
To celebrate Einstein’s birthday this past Sunday, we examine his take on religion and spirituality.
Einstein’s disapproval of quantum physics revealed his discontent with a world without causal harmony at its deepest levels: The famous “God does not play dice.”
He embraced a “Spinozan God,” a deity that was one with nature, within all that is, from cosmic dust to humans. Science, to Einstein, was a conduit to reveal at least part of this mysterious connection, whose deeper secrets were to remain elusive.
Given that March 14th is Einstein’s birthday and, in an uncanny coincidence, also Pi Day, I think it’s appropriate that we celebrate it here at 13.8 by revisiting his relationship with religion and spirituality. Much has been written about Einstein and God. Was the great scientist religious? What did he believe in? What was God to Einstein? In what is perhaps his most famous remark involving God, Einstein expressed his dissatisfaction with the randomness in quantum physics: he “God doesn’t play dice” quote. The actual phrasing, from a letter Einstein wrote to his friend and colleague Max Born, dated December 4, 1926, is very revealing of his worldview:
Quantum mechanics is very worthy of regard. But an inner voice tells me that this is not the true Jacob. The theory yields much, but it hardly brings us close to the secrets of the Ancient One. In any case, I am convinced that He does not play dice.
Paulo Mendes Pinto é o Coordenador da área de Ciência das Religiões na Un. Lusófona, onde é o responsável pelo projecto REC-XXI – Religiões, Educação e Cidadania (desde 2018), onde dirigiu o Mestrado (2007-2011) e a Licenciatura em Ciência das Religiões (2007-2017). É assessor da administração da Un. Lusófona e Director-Geral do Conselho Superior Académico do Grupo Lusófona.
O nosso olhar tende sempre a focar-se no momento presente. É nele que temos as nossas mais diretas e imediatas questões. Contudo, quase tudo o que fazemos se relaciona com o passado, com as tradições, as heranças, a cultura. Não é que devamos relativizar, no sentido de desvalorizar, os atos com base nas justificações do passado, mas devemos tentar compreender como, por vezes, os atos do presente são legitimados e tornados, dentro das instituições, normais através de atitudes que se arrastam ao longo de séculos.
O espanto que hoje vemos nas palavras de muitos políticos e clérigos é apenas o resultado, ou de uma franca e clara ignorância, ou a máscara que importa colocar para não ver recair sobre si o mau olhar da opinião pública. Ainda ecoam na nossa memória as declarações de desvalorização de Manuel Linda, por exemplo, em 2019 (declarações à TSF a 20 de abril).
Contrariamente à postura de negação em que a Igreja Católica Portuguesa esteve, como se em Portugal nada se tivesse passado, ao contrário do que sucedera em tantos outros países, o quadro é verdadeiramente endémico e vem de uma normalidade comportamental cimentada ao longo de séculos.
oi a 13 de Março de 2013 — faz agora 10 anos –, que foi eleito. E percebeu-se logo naquela tarde que vinha como cristão: simples, sem aparato, inclinou-se perante a multidão, e ficou gravada na memória de todos aquela sua saudação: “buena sera” (boa tarde), que o tinham ido “buscar ao fim do mundo para bispo de Roma” (ele não usará o título de Papa), e, antes de dar a bênção, pediu que fossem os fiéis a pedir a bênção de Deus para ele primeiro.
O nome escolhido era revelador: Francisco, lembrando Francisco de Assis a quem pareceu uma vez ter ouvido dos lábios de Cristo crucificado o pedido: “Francisco, repara a minha Igreja, que ameaça ruina.” Sim, o Papa Francisco chegou e, por palavras e obras, é o que tem feito: não foi viver para o Palácio Apostólico, utiliza um carro modesto, está com todos, começando pelos mais pobres, acolhendo prostitutas, sorrindo e abraçando, brincando com crianças que lhe roubam o solidéu…
O Papa Francisco disse que a igreja “não se cansará de fazer tudo o que for necessário” para levar à justiça quem quer que tenha cometido algum tipo de abuso sexual, uma das batalhas do líder da Igreja Católica.
Ocombate aos abusos sexuais na Igreja Católica foi assumido pelo Papa Francisco como uma das suas batalhas nestes 10 anos de pontificado, que o levou a convocar uma cimeira no Vaticano em fevereiro de 2019.
Perante os líderes de conferências episcopais de todo o mundo e responsáveis de institutos religiosos, Francisco apresentou passos para a luta contra os abusos a menores na Igreja católica, defendendo ter chegado a hora de “dar diretrizes uniformes para a igreja”.
Disse também que a igreja “não se cansará de fazer tudo o que for necessário” para levar à justiça quem quer que tenha cometido algum tipo de abuso sexual.
Editor: Quetzal Editores | Edição: outubro de 2022
SINOPSE
A par dos evangelhos canónicos, existem outros (combatidos a partir do século IV e excluídos no século XVI) que mostram a figura e as ideias de Jesus Cristo sob um prisma muito diferente.
Antes da imposição de uma doutrina única no século iv, o cristianismo caracterizou-se pela diversidade de pensamento. A par dos evangelhos tornados canónicos, circulavam também outros, atribuídos a nomes como Pedro, Tomé e Filipe, que davam a ver a figura de Jesus Cristo sob prismas diferenciados.
O Evangelho de Pedro emprega uma palavra que nunca ocorre nos evangelhos canónicos: «discípula». No único evangelho cuja autoria é atribuída a uma mulher (o Evangelho de Maria), a pessoa a quem Jesus confia a sua doutrina não é Pedro nem João, mas sim Maria Madalena.
Muitos destes textos permaneceram desconhecidos até à segunda metade do século xx e o seu conteúdo ainda suscita controvérsia. No entanto, os evangelhos apócrifos constituem um estímulo para repensarmos, hoje, o cristianismo de forma menos dogmática e com mais espírito de inclusão.
A finalidade deste livro é dar a ler o material greco-latino em edição bilingue, com um comentário crítico-histórico tão imparcial quanto possível, trazendo esses textos de regresso em toda a sua plenitude, traduzidos das suas fontes originais.
Evangelhos de Tiago, Tomé, Filipe, Maria, Pseudo-Mateus, Pedro, Nicodemos, Natividade de Maria, Relatos da Paixão de Cristo, Narrativa de José de Arimateia, Evangelho dos Egípcios, Místico de Marcos, Evangelho copta de Maria, Relatório de Pilatos, Descida de Cristo aos Infernos, Evangelho de José o Carpinteiro, etc.
Biografia de Frederico Lourenço
Ensaísta, tradutor, ficcionista e poeta, Frederico Lourenço nasceu em Lisboa, em 1963, e é atualmente professor associado com agregação da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e membro do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da mesma instituição.
Foi docente, entre 1989 e 2009, da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Línguas e Literaturas Clássicas (1988) e se doutorou em Literatura Grega (1999) com uma tese sobre Eurípides, orientada por Victor Jabouille (Lisboa) e James Diggle (Cambridge). Publicou artigos sobre Filologia Grega nas mais prestigiadas revistas internacionais (Classical Quarterly e Journal of Hellenic Studies) e, além da Ilíada, traduziu também a Odisseia de Homero, tragédias de Sófocles e de Eurípides, e peças de Goethe, Schiller e Arthur Schnitzler.
No domínio da ficção, é autor de Pode Um Desejo Imenso (2002). Na poesia, é autor de Santo Asinha e Outros Poemas e de Clara Suspeita de Luz. Publicou ensaios como O Livro Aberto: Leituras da Bíblia, Grécia Revisitada, Estética da Dança Clássica e Novos Ensaios Helénicos e Alemães (Prémio PEN Clube de Ensaio 2008). Recebeu ainda os prémios PEN Clube Primeira Obra (2002), Prémio D. Diniz da Casa de Mateus (2003), Grande Prémio de Tradução (2003), Prémio Europa David Mourão-Ferreira (2006). Em 2016 iniciou na Quetzal a publicação dos seis volumes da sua tradução da Bíblia(que lhe valeu o Prémio Pessoa); em 2019 publicou uma Nova Gramática do Latim; em 2020, Latim do Zero a Vergílio em 50 Lições e Poesia Grega de Hesíodo a Teócrito (edição bilingue em grego e português); e, em 2021, as Bucólicas de Vergílio (em latim e português).
A Paróquia de Fátima acaba de se associar à iniciativa nacional de oração pelas vítimas de abusos sexuais na Igreja, que se realiza à mesma hora em várias cidades de Portugal Continental e Ilhas. Será amanhã, Quarta-Feira de Cinzas, dia 22, entre as 21:00 e as 22:00.
Em Fátima, a Vigília terá momentos de oração e de silêncio e decorrerá num lugar muito simbólico da Igreja em Portugal, a Igreja Paroquial, onde os Três Pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta, foram batizados.
Há 415 anos nasceu em Lisboa um dos mais altos paladinos da língua portuguesa. Padre jesuíta, falecido aos 89 anos, longevidade rara na época, permitida pela bula do papa Inocêncio XI, que o subtraiu à jurisdição da Inquisição, foi o grande vulto literário do século XVII e o expoente máximo da parenética portuguesa de todos os tempos.
Vieira fez do púlpito tribuna, onde defendeu os índios e combateu a escravatura. Os seus sermões são um património imperecível da inteligência, da cultura e da ética, num português cuja perfeição realçava a consistência do pensamento e atingia a culminância da perfeição.
O idioma teve nele o seu expoente máximo, e os índios o defensor corajoso e lúcido que redimiu a cumplicidade da sua Igreja. O estilista e humanista legou-nos um monumento de inigualável valor na forma como cinzelou a frases e esculpiu a língua nos sermões e cartas com que fez refulgir o idioma materno.
Lembrar Vieira é prestar homenagem à língua que nos une, ao património literário cuja influência foi notória no maior orador parlamentar desta segunda República, António de Almeida Santos, e na beleza dos textos do nosso mais genial ficcionista, Saramago.
Na herança de Camões e do padre António Vieira descobrimos os alicerces da língua que nos une e serve de ferramenta à plêiade de escritores que continuam a enriquecer o seu património literário.
Presidente da Associação Ateísta Portuguesa questiona ligação do Estado à Igreja Católica.
O presidente da Associação Ateísta Portuguesa já foi católico e ainda não conseguiu a anulação do batismo. No entanto, o que mais inquieta Carlos Esperança, de 71 anos, ex-professor primário e reformado de uma farmacêutica, são os laços entre o Estado e as religiões.
A religião continua a ser o ópio do povo?
Não diria que é propriamente o ópio do povo, mas é frequentemente um detonador de ódios. Teria dúvidas em usar essa frase de Marx, mas também não a repudio, mesmo sem subscrever o marxismo.
Pope Francis gestures to the crowd as he arrives on November 6, 2013for his general audience in St.-Peter’s square at the Vatican.PINTO/AFP/Getty Images
Parafraseando o Papa, prefiro um católico humanista a um ateu malformado. Prefiro os que defendem os direitos humanos aos que os atropelam, as religiões que defendem a paz às que praticam terrorismo, os líderes que denunciam a exploração dos países africanos, aos que procuram pela força das armas submetê-los, os que levam uma mensagem de paz aos que trazem uma encomenda de armamento.
Francisco está no Congo, onde forças do Estado Islâmico (EI) assassinam e estropiam os cristãos, católicos e protestantes. Já denunciou a apropriação dos seus recursos por países ricos e a violência sectária que atinge o País.
Francisco é um homem corajoso e bom. A crença do idealista e o materialismo do ateu não nos separam, une-nos igual desejo da paz, harmonia e justiça social. Agora que Bento 16 morreu, já debilitado de saúde, passou a ser o único Papa, o Papa a quem este ateu tem a honra de homenagear e desejar sucesso na viagem corajosa ao Congo depois de a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) ter estado à beira de um novo cisma.
A luta entre Bento XVI e Francisco foi a ponta do iceberg que emergiu após o funesto e longo pontificado de JP2, que os corifeus da direita reacionária incensaram, e da continuidade do papa B16, muito mais inteligente e arguto, que o temor da Cúria fez abdicar da tiara sem renunciar às crenças.
O cardeal guineense Robert Sarah, que JP2 nomeou arcebispo aos 34 anos, um clérigo profundamente reacionário, foi apoiado pela ala mais retrógrada dos cardeais para ser o primeiro papa negro, mas um discreto jesuíta atravessou-se nos seus desígnios.
Quem vê a Igreja católica sul-americana, com bispos progressistas, em contraste com o clero espanhol, italiano, húngaro, polaco, austríaco ou francês, percebe que não há só a luta pelo poder, mas um confronto ideológico que passa pela sociedade, onde se jogam posições geoestratégicas e a consolidação da direita neoliberal e fascistoide, que domina os EUA e grassa em numerosos países europeus.
Francisco foi a pomba caída no ninho de falcões que povoavam o Vaticano, e viram o poder esvaziado e as suas posições reacionárias postas em xeque.
O Sr. Presidente da Câmara de Lisboa, o Engº Civil e Economista Carlos Moedas, é um homem experiente e inteligente. É o Presidente da maior Câmara de Portugal, tem poderes e capacidade suficientes para liderar e controlar este processo. Que, para bem do País, deverá correr bem. Estima-se que aproximadamente 1 milhão e quinhentos mil jovens de todo o mundo virão a Portugal. Vai ser uma entrada maciça de divisas, muito benéfica para a Economia do País. Mas, e sobretudo, vai dar uma visibilidade tremenda a Portugal. E deixará uma zona nobre da cidade equipada para futuros grandes espetáculos e todo o tipo de encontros populares.
Carlos Moedas não deve alimentar a avidez e segundas intenções de muitos dos jornalistas do País. Deve explicar, sim, quanto baste e avançar. Avançar liderando com firmeza toda a Organização. Em meu entender não deve cair na mesma tentação do Sr. Presidente da República alimentando, por vezes demais, a coscuvilhice jornalística e dos “profissionais” das redes sociais.
O processo é imparável. Haverá erros? Provavelmente. Tentem emendar e seguir em frente. Sempre em frente.
“É muito importante que todos os contribuintes e os munícipes estejam estejam informados”, diz vice-presidente, que explicou os investimentos na JMJ e divulgou 1ª imagem do altar-palco.
O vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Filipe Anacoreta Correia, explicou esta quarta-feira o plano de investimentos da autarquia para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2023) e apresentou aos jornalistas a primeira imagem do altar-palco onde o Papa Francisco vai presidir às celebrações finais do evento — uma obra que tem estado envolvida em polémica depois de ter vindo a público a informação de que vai custar 4,2 milhões de euros. “É muito importante que todos os contribuintes e todos os munícipes estejam a acompanhar, estejam conscientes, estejam informados”, disse o autarca, que procurou esclarecer quais as responsabilidades de cada entidade envolvida na organização do evento.
“Até 2022 não havia nada escrito, nada definido sobre o que era o contributo de cada entidade. Em 2022, depois de um processo de conversações, estabelecemos as bases daquilo que nos é pedido”, acrescentou Anacoreta Correia. “Julgo que a primeira questão é percebermos qual é o papel da CML.”
“Pensai numa mãe solteira que vai à Igreja, à paróquia e diz ao secretário: Quero batizar o meu menino. E quem a acolhe diz-lhe: Não tu não podes porque não estás casada. Atentemos que esta mãe que teve a coragem de continuar com uma gravidez o que é que encontra? Uma porta fechada. Isto não é zelo! Afasta as pessoas do Senhor! Não abre as portas! E assim quando nós seguimos este caminho e esta atitude, não estamos fazendo o bem às pessoas, ao Povo de Deus. Jesus instituiu 7 sacramentos e nós com esta atitude instituímos o oitavo: o sacramento da alfândega pastoral. (…) Quem se aproxima da Igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé!”
Um artigo de Simon Jenkins no The Guardian comenta o resultado do último senso no Reino Unido: De acordo com o censo, agora somos uma terra de muitas religiões.
“Inglaterra e País de Gales não são mais cristãos! De acordo com o censo de 2021, o número dos que colocaram um X na caixa cristã do formulário caiu para menos de 48%. Um número superior de habitantes vai a uma mesquita todas as semanas em vez de ir a uma igreja paroquial. Os “sem religião” triplicaram desde o milênio, para 37%. As minorias étnicas agora compreendem 18% da população e formam maioria em cidades como Birmingham e Leicester. Isso significa que muçulmanos e hindus criaram algum terreno para a religião como tal.”
As opiniões dominantes nos meios de comunicação europeus podem condenar o racismo e a discriminação, mas isso não deve esconder as alterações resultantes da diversidade, nem as suas consequências, seja nas Ilhas Britânicas, seja na Europa continental onde a mesma alteração demográfica e cultural está a ocorrer. Paris, o Sul de França, Bruxelas, Berlim, Franckfurt, Amesterdão são hoje regiões multiétnicas, multiculturais, onde o cristianismo e a sua história, a visão do mundo que marcou a Europa desde o império romano são minoritárias e estão em competição com outras cosmogonias.
Entre 3 e 6 deste mês de Novembro, o Papa Francisco esteve no Bahrain, no Fórum a favor do Diálogo: Oriente e Ocidente pela coexistência humana. No regresso, no avião, deu, como é hábito, uma conferência de imprensa. É sempre enriquecedor dar atenção a essas conferências, até porque há temáticas múltiplas da actualidade e uma espontaneidade acrescentada. Seguem-se alguns temas.
1. Referindo o diálogo, acentuou que é uma palavra-chave: “diálogo, diálogo”. Já tinha sublinhado, aliás, que os animais é que não dialogam, os humanos têm de resolver os seus problemas através do diálogo. Condição para dialogar é que se tem de partir da identidade própria, ter identidade afirmada, não difusa. Quando alguém não tem a sua própria identidade ou ela não é firme, o diálogo torna-se difícil, até impossível. A sua viagem foi uma viagem de encontro, porque o objectivo era estar em diálogo inter-religioso com o islão e ecuménico com os ortodoxos. Ora, tanto o Grande Imã de Al-Azhar, no Cairo, Ahmed al-Tayeb, como o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu, “têm uma grande identidade” e as suas ideias vão no sentido de procurar a unidade, respeitando as diferenças, evidentemente, em ordem ao entendimento e ao trabalho conjunto para o bem e a paz da Humanidade. Também se chamou a atenção para a Criação e a sua protecção: “isto é uma preocupação de todos, muçulmanos, cristãos, todos”. Os crentes das várias religiões “devemos caminhar juntos como crentes, como amigos, como irmãos.”
Quantos cristãos saberão que, se Adão e Eva fossem figuras reais e nossos contemporâneos, precisariam, para viajar para o estrangeiro, de um passaporte iraquiano? Quantos se lembram de que Abraão, que está na base das três religiões monoteístas – judaísmo, cristianismo, islão -, possuiria igualmente nacionalidade iraquiana? Quantos se lembram de que os primeiros capítulos do Génesis, referentes ao mito da criação e da queda, se passam na Mesopotâmia, onde mergulham algumas das nossas raízes culturais? As religiões estão sempre presentes. Mas quem tem delas um conhecimento mínimo? Qual é a relação entre religião e violência, religião e política, religião e desenvolvimento económico, religião e saúde?
O grande Umberto Eco, agnóstico, lamentava-se: “Nas escolas italianas, Homero é obrigatório, César é obrigatório, Pitágoras é obrigatório, só Deus é facultativo. Se o ensino religioso se identificar com o do catecismo católico, no espírito da Constituição italiana deve ser facultativo. Só lamento que não exista um ensino da história das religiões. Um jovem termina os seus estudos e sabe quem era Poséidon e Vulcano, mas tem ideias confusas acerca do Espírito Santo, pensando que Maomé é o deus dos muçulmanos e que os quacres são personagens de Walt Disney…”
Ernst Bloch, o filósofo marxista heterodoxo e ateu religioso, com quem tive o privilégio de conversar, sublinhou que o desconhecimento da Bíblia constitui uma “situação insustentável”, pois produz “bárbaros”, que, por exemplo, perante a “Paixão segundo São Mateus”, de Bach, ficam como bois a olhar para palácios.
As mulheres são as mães da Humanidade. Até os membros da Igreja Católica o “esquecem”. Todos, menos Jesus Cristo. O único que as respeitou e verdadeiramente amou. | [vítor coelho da silva]
Quando eu era jovem assistente na Faculdade de Letras de Lisboa, atrevi-me a perguntar a um catedrático de História (senhor de fama já lendária) porque é que tínhamos tantas colegas professoras na área da Literatura e tão poucas (ainda que distintíssimas) na área da História. A resposta que ele me deu há trinta anos parece hoje impensável: «a História chama menos as senhoras porque requer muito estudo».
A misoginia da atitude é arrepiante, mas (como todos sabemos) não é surpreendente. Mais tarde, já como professor em Coimbra, foi-me dito que havia dois professores catedráticos (também de geração salazarenta) que nunca tratavam a sua colega catedrática Maria Helena da Rocha Pereira por «Senhora Doutora» (como é normal entre colegas em Coimbra), mas sim por «Dona Maria Helena», embora eles entre si se tratassem por «Senhor Doutor» e ela própria os tratasse com essa deferência académica.
Se isto retrata a universidade portuguesa no século XX, estamos a ver bem o ambiente em que se teria desenrolado a discussão sobre se uma mulher tem capacidade para desempenhar as funções que, na Igreja Católica, são assumidas por padres, bispos, cardeais e papas.
O professor Daniel Gomes fala sobre o pensador Baruch Spinoza e os principais temas discutidos em sua obra: Deus, Natureza, Liberdade, Bíblia e Conatus.
O cardeal português foi escolhido pelo Papa Francisco para liderar o novo Dicastério para a Cultura e a Educação. Terá sob a sua jurisdição uma rede escolar e universitária com milhões de jovens.
Tolentino Mendonça, que atualmente é o arquivista e bibliotecário da Santa Sé, será o primeiro prefeito daquele novo dicastério, criado na sequência da reforma da Cúria Romana recentemente implementada pelo Papa Francisco, que reformulou por completo os organismos que compõem a cúpula do Vaticano.
La crise que nous vivons n’est pas simplement économiqueet financière, mais aussi philosophique et spirituelle. Elle renvoie à des interrogations universelles : Qu’est ce qui rend l’être humain heureux ? Qu’est-ce qui peut être considéré comme un progrès véritable ? Quelles sont les conditions d’une vie sociale harmonieuse ?
Contre une vision purement matérialiste de l’homme et du monde, Socrate, Jésus et Bouddha sont trois maîtres de vie. Une vie qu’ils n’enferment jamais dans une conception close et dogmatique. Leur parole a traversé les siècles sans prendre une ride, et par-delà leurs divergences, ils s’accordent sur l’essentiel : l’existence humaine est précieuse et chacun, d’où qu’il vienne, est appelé à chercher la vérité, à se connaître dans sa profondeur, à devenir libre, à vivre en paix avec lui-même et avec les autres. Un message humaniste et spirituel, qui répond sans détour à la question essentielle : pourquoi je vis ?
Dans certaines cultures et à des époques marquées par le primat du groupe sur l’individu, Socrate, Jésus et Bouddha ont apporté un souffle de liberté qui a donné naissance à un homme moderne avant l’heure : un individu autonome, responsable de ses choix, mais qui doit gagner sa liberté au prix de la recherche de la vérité. Cet essai dresse le portrait de ces trois maîtres de vie.
D’Alexandre le Grand à Marco Polo, de Schopenhaeur à Nietzsche, de Jung à Alexandra David Neel, de nombreux voyageurs, penseurs et artistes occidentaux se sont passionnés pour la sagesse du Bouddha. Cet ouvrage relate les grandes étapes de la rencontre du bouddhisme et de l’Occident. Il montre combien le bouddhisme fut et reste profondément réinterprété à partir de prismes culturels déformants. Il permet aussi de comprendre pourquoi après l’échec des idéologies religieuses, scientistes et politiques, le bouddhisme connaît une audience croissante en Occident. Beaucoup voient dans cette pensée une philosophie et une éthique pertinentes pour répondre aux besoins spirituels des individus. Privilégiant l’action sur soi à l’action sur le monde, le bouddhisme pourrait être appelé à corriger les excès d’une civilisation occidentale trop préoccupée de maîtrise technique au détriment du sens et de l’intériorité.
“Pourquoi la démocratie et les droits de l’homme sont-ils nés en Occident plutôt qu’en Inde, en Chine, ou dans l’empire ottoman ? Parce que l’Occident était chrétien et que le christianisme n’est pas seulement une religion. Certes, le message des Evangiles s’enracine dans la foi en Dieu, mais le Christ enseigne aussi une éthique à portée universelle : égale dignité de tous, justice et partage, non-violence, émancipation de l’individu à l’égard du groupe et de la femme à l’égard de l’homme, liberté de choix, séparation du politique et du religieux, fraternité humaine. Quand, au IVe siècle, le christianisme devient religion officielle de l’Empire romain, la sagesse du Christ est en grande partie obscurcie par l’institution ecclésiale. Elle renaît mille ans plus tard, lorsque les penseurs de la Renaissance et des Lumières s’appuient sur « la philosophie du Christ », selon l’expression d’Erasme, pour émanciper les sociétés européennes de l’emprise des pouvoirs religieux et fonder l’humanisme moderne. Frédéric Lenoir raconte ici le destin paradoxal du christianisme – du témoignage des apôtres à la naissance du monde moderne en passant par l’Inquisition – et nous fait relire les Evangiles d’un œil radicalement neuf. “
A mitologia grega surgiu da curiosidade que os gregos tinham de explicar a origem da vida e os problemas da existência. Assim, criaram deuses imortais à semelhança do ser humano. (deuses antropomórficos)
“Os antigos gregos viviam em uma civilização politeísta, ou seja, tinham a crença em vários deuses. Na Grécia Antiga, o deus que mais se destacava era Zeus. Considerado o mais importante dentre os deuses, ele representava a justiça, a razão e a autoridade. Além dos gregos serem politeístas, seus deuses eram antropomórficos, isto é, assumiam a forma humana e agiam à semelhança dos homens, lutavam entre si, e, como os humanos, sentiam ódio, amor, se casavam e tinham filhos.
“Acredito no Deus de Espinosa, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens. Todos podem atingir a religião em um último grau, raramente acessível em sua pureza total.
Dou a isto o nome de religiosidade cósmica e não posso falar dela com facilidade já que se trata de uma noção muito nova, à qual não corresponde conceito algum de um Deus antropomórfico”
– Albert Einstein
VIDA
Baruch de Espinosa nasceu em 24 de novembro de 1632 e foi considerado um dos grandes filósofos racionalistas (ao lado de Leibiniz e Descartes) de sua época. Primeiro filho de uma família português-judia, tinha a agradável aparência de um português de estatura mediana, cabelos e pele morena, rosto oval. Espinosa era chamado por seus pais pelo seu nome português: Bento, e é curioso imaginar que ele aprendeu suas primeiras palavras na mesma língua que nós.
Seus pais eram prósperos comerciantes, mas por serem judeus, mudaram-se para Amsterdam fugindo da inquisição. Quando Baruch de Espinosa nasceu em Amsterdam, seu pai já possuía dois filhos de outro casamento. Quando criança, Espinosa fez seus primeiros estudos na sinagoga à qual pertencia, era um aluno brilhante, estudou profundamente o Talmude e a Bíblia, além de aprender hebraico, mas o consideravam também muito questionador (um defeito na época). No entanto, o dedicado aluno precisou largar seus estudos para tomar conta dos negócios da família.
JOVEM ESPINOSA
Espinosa fala livremente com seus amigos sobre suas concepções religiosas, a ideia de um Deus antropomórfico, separado do mundo real, agindo como um déspota, parece absurda para ele; também não encontra nos textos sagrados muitas das histórias que lhes contam, nem Leis supostamente divinas. Como era de se esperar, suas opiniões não agradam aos líderes religiosos de sua época e após muitas ameaças, avisos e reprimendas, Espinosa foi acusado de ateísmo e excomungado em 1656. Trocou seu nome Hebraico por um latino: Bento de Espinosa e passou a viver sem contato com os judeus.
Começou seus estudos de filosofia, latim e grego com Van dem Endem, leu Descartes, Platão, Aristóteles, Epicuro, Cícero, Sêneca, os filósofos medievais entre outros, além de estudar matemática e outras ciências. Foi também quando começou a redação do seu Tratado de Correção do Intelecto. Neste período, Espinosa sofre o ataque de um judeu fanático que tenta esfaqueá-lo por envergonhar a comunidade judaica. Assustado, ele percebe que não é mais bem vindo em Amsterdam.
O filósofo procurou companhias com quem pudesse dividir suas ideias. Mudou-se para Rijinsburg, em Leyden, pequena e tranquila cidade, com uma boa universidade que Espinosa visitava com frequência. Neste período escreveu seu Breve Tratado e os trechos iniciais de seu principal livro: Ética. Para sustentar-se, começou a trabalhar como polidor de lentes de telescópios e microscópios; exerceu este ofício, que aprendera ainda na sinagoga, até o fim de sua vida.
00:00 I – Préambule sur le mot Dieu 06:52 II – Cerner le Dieu de Spinoza 22:00 II – Définitions du Dieu de Spinoza – L’immanence 29:15 II – Genre de Connaissance – la Partie et le Tout 36:04 III – La Finalité et l’Athéisme 48:27 IV – Matérialisme/Spiritualisme – Religiosité Cosmique 1:01:21 V – Rapport aux autres doctrines (Hegel, Bouddhisme, Hawkins, Enthoven, Luc Ferry) 1:14:35 VI – Conséquences Ethiques et Politiques
Na última quarta-feira (31), o Papa Francisco deu início a um novo ciclo de catequeses na Sala Paulo VI. Dessa vez, o Santo Padre abordará o tema do discernimento. “O que significa discernir” foi o tema do primeiro encontro semanal com os fiéis sobre esse novo assunto.
Jesus fala sobre o discernimento
Francisco ensinou que, no Evangelho, Jesus fala do discernimento com imagens tiradas do dia a dia, como no ofício dos pescadores que selecionam os peixes bons e descartam os maus; ou ainda na atividade do comerciante que precisa identificar em meio às pérolas aqueles que têm mais valor. Ou também aquele homem que lavrando uma terra descobre um tesouro e por isso resolve vender tudo para comprar o campo.
“À luz destes exemplos, o discernimento se apresenta como um exercício de inteligência, de perícia e inclusive de vontade, para reconhecer o momento favorável: são estas as condições para fazer uma boa escolha”, disse o Papa.
O Vigário de Cristo ainda acrescendo:
“As decisões são tomadas por cada um de nós. Não há quem a tome por nós. Adultos, livres. Podemos pedir um conselho, pensar, mas a decisão é própria. Não se pode dizer: “Eu perdi isso, porque meu marido decidiu, minha esposa decidiu, meu irmão decidiu”: não! Você deve decidir, cada um de nós deve decidir. Por isso, é importante saber discernir: para decidir bem é necessário saber discernir.”
Papa Francisco explica a relação entre discernimento e afetos
Em sua fala, o Papa ainda comentou a relação entre o discernimento e os afetos.
“O Evangelho sugere outro aspecto importante do discernimento: ele envolve os afetos. Quem encontrou o tesouro não tem dificuldade de vender tudo, tão grande é a sua alegria. O termo usado pelo evangelista Mateus indica uma alegria totalmente especial, que nenhuma realidade humana pode dar; e com efeito, repete-se em pouquíssimas outras passagens do Evangelho, todas elas relativas ao encontro com Deus. É a alegria dos Magos quando, depois de uma viagem longa e árdua, veem de novo a estrela; é a alegria das mulheres que regressam do sepulcro vazio, depois de ouvir o anúncio da ressurreição, feito pelo anjo. É a alegria de quem encontrou o Senhor.”
No juízo final, Deus fará um discernimento, o grande discernimento, em relação a nós, de acordo com o Papa. Por isso, ele ainda reiterou:
“É muito importante saber discernir: as grandes escolhas podem surgir de circunstâncias à primeira vista secundárias, mas que se revelam decisivas. Numa decisão boa, a vontade de Deus se encontra com nossa vontade; se encontra o caminho atual com o eterno. Tomar uma decisão justa, depois de um caminho de discernimento, é fazer esse encontro: o tempo com o eterno”.
O discernimento é árduo, mas indispensável para viver
“Segundo a Bíblia, não encontramos diante de nós, já embalada, a vida que devemos viver. Deus nos convida a avaliar e a escolher: Criou-nos livres e quer que exerçamos a nossa liberdade. Por isso, discernir é difícil”, sublinhou o Pontífice. Ele ainda explicou que o discernimento é aquela reflexão da mente, do coração que se deve fazer antes de tomar uma decisão.
“O discernimento é árduo, mas indispensável para viver. Requer que eu me conheça, que saiba o que é bom para mim aqui e agora. Exige sobretudo uma relação filial com Deus que nunca impõe a sua vontade, porque quer ser amado, não temido. E o amor só pode ser vivido na liberdade. Para aprender a viver é preciso aprender a amar, e por isso é necessário discernir.”
Estudio anatómico del mismísimo Lucifer, que fue durante un tiempo la mano derecha de Dios. Inteligentísimo y muy hermoso, el ángel tenía un pequeño defecto: la soberbia. Un día tuvo la desastrosa idea de rebelarse contra su creador al creerse igual que él, y la cosa no acabó nada bien.
i Cómo has caído de los cielos, Lucero, hijo de la Aurora ! i Has Sido abatido a la tierra dominador de naciones ! Tú que dijiste en tu corazón: Al cielo subiré, por encima de las estrellas de Dios alzaré mi trono, y me sentaré en el Monte de la Reunión en el extremo Norte. Subiré a las alturas del nublado, y seré como el Altísimo.
Está em Moscovo o ministro dos Estrangeiros do Irão para negociar com a Rússia assuntos relativos ao cartel do gás natural, produto vital para as economias dos países industrializados e em cuja produção a Rússia e Irão ocupam, respectivamente, o primeiro e o segundo lugares.
O titular chama-se Reza Fatemi Amin que, traduzido para português, será algo como Reza Devoto de Fátima.
Há no xiismo um intenso fundo de piedade mariana, pelo que foi um erro clamoroso termos embarcado nos anos 80 em todas as campanhas de hostilização contra aquele país que foi sempre, juntamente com a Síria, um dos únicos Estados muçulmanos a respeitar o Cristianismo e a cultuar Jesus e Maria. O cerco ao Irão ficará nos anais da história das relações internacionais como o princípio do fim da influência ocidental na região.
O Corão não narra a vida de Issa de uma forma cronológica, nem a história da sua vida pode ser encontrada numa só passagem; em vez disso as referências à sua pessoa têm geralmente como objetivo ilustrar um determinado ensinamento.
O Corão refere-se a Issa em quinze suras (capítulos) e em noventa e três (93) versos. Ele é designado nesta escritura de várias maneiras, como al-Masih (messias), nabi (profeta), rasul (mensageiro), Ibn Maryam (filho de Maria), min al-muiarraben (entre os que estão próximos de Deus), wadjih (digno de louvor neste mundo e no próximo), mubarak (abençoado) e Abd Allah (servo de Deus).
“A Mãe Igreja na Serra de Aire – Uma descoberta de Alcanena a Fátima” é uma edição de autor, escrita em coautoria por Inês Santos e Rosa Neto, duas catequistas do Covão do Coelho, diocese de Leiria-Fátima, concelho de Alcanena. A obra teve a sua génese nas sessões da catequese com a preparação dos jovens para a Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, mas com o tempo ganhou maiores contornos.
A apresentação pública está para breve, em Minde e no Covão do Coelho, mas o livro já está à venda: online na BookMundo; diretamente às autoras*; entretanto na FNAC. Pagos os custos da impressão, todo o ganho com a venda da obra será entregue à Paróquia de Minde, para ajuda à aquisição de um sistema de som para a capela do Covão do Coelho.
O prefácio é assinado pelo padre Sebastian Joseph, sacerdote indiano da Congregação do Verbo Divino e pároco de Minde e da Serra de Santo António, para quem o livro “vai despertar muita curiosidade”. Isto porque, refere, “para os mais velhos é uma recordação daquilo que foi ou já existiu e para os mais novos um convite a manter as belas tradições, devoções e a revivê-las”.
As obras para acolher a Jornada Mundial da Juventude (JML) em 2023 já se iniciaram e vão estar concluídas dentro dos prazos, assegurou hoje a vereadora da Câmara de Lisboa Laurinda Alves.
No dia 25 de fevereiro, o dia seguinte ao início da invasão russa da Ucrânia, o Papa Francisco telefonou ao líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, e deslocou-se à embaixada russa na Santa Sé.
Numa entrevista, citada pela agência Ecclesia, dada ao jornal argentino La Nación, Francisco explicou-se desta maneira: “Fui sozinho, não quis que ninguém me acompanhasse. Foi uma responsabilidade pessoal, minha, uma decisão que tomei numa noite em branco, pensando na Ucrânia. É claro, para quem o quer ver, que estava a sinalizar o governo que pode pôr fim à guerra no instante seguinte”.
Num texto de balanço aos 100 dias de guerra, que a agência Ecclesia difundiu, focado na atividade do Papa decorrente do conflito, lembra-se toda uma série de outros episódios:
– A 25 de março, numa celebração que ligou o Vaticano ao Santuário de Fátima, o Papa consagrou a Ucrânia e a Rússia ao Imaculado Coração de Maria, perante a “ameaça nuclear”.
– A 6 de abril, Francisco beijou um bandeira ucraniana numa homenagem às vítimas do massacre de Bucha.
– A 14 de abril, quinta-feira de Páscoa, Francisco lançou o livro Contra a guerra. A coragem de construir a paz que apela ao diálogo e ao desarmamento, como uma escolha estratégica decisiva para os destinos da humanidade.
– A 15 de abril, Sexta-feira Santa, no final da Via Sacra, o Papa apelou à reconciliação entre adversários. Antes foi confrontado com um incidente: uma leitura que deveria ter sido feita, nessa cerimónia, em conjunto por uma russa e uma ucraniana foi cancelada por pressão da Ucrânia.
– No Domingo de Páscoa, Francisco voltou à carga e evocou as vítimas ucranianas, os milhões de refugiados, as famílias divididas, os idosos abandonados.
– A 3 de maio, o Papa explicou que, antes de ir a Kiev, estava a tentar ir a Moscovo. Numa entrevista publicada nesse dia pelo jornal Corriere della Sera, Francisco criticou as razões da guerra e o “comércio” de armas, que definiu como um “escândalo” a que poucos se opõem e falou de “uma raiva facilitada” pelo “ladrar da NATO à porta da Rússia” que levou o Kremlin a “reagir mal e a desencadear o conflito”. Também manifestou algumas dúvidas sobre o fornecimento de armas à Ucrânia, alertando que esse fornecimento iria levar a Rússia a testar armas mais destrutivas.
– A 12 de maio o Papa encontrou-se com duas esposas de militares ucranianos que se encontravam barricados em Mariupol.
– A 24 de maio Francisco enviou a Moscovo uma mensagem ao patriarca da Igreja Ortodoxa para rezarem pela vida humana.
– Na semana passada, no Vaticano, o líder da Igreja Católica, um dia depois de dirigir uma cerimónia religiosa que evocou as vítimas da guerra, apelou a que não se use a distribuição de cereais como arma de guerra, que irá vitimar, sobretudo, as populações dos países mais pobres.
– Quase todos os domingos, na cerimónia que costuma fazer para a Praça de São Pedro, Francisco, recorrentemente, fala da necessidade de paz na Ucrânia e recorda várias vezes outros conflitos no mundo: Congo, Sudão do Sul, Síria, Iémen, “o maior desastre humanitário do nosso tempo”, disse, rebelando-se contra a indiferença ocidental face a essa catástrofe.
– Esta semana, numa entrevista à agência Reuters, Francisco assinalou que a possibilidade de ir a Moscovo volta a estar em cima da mesa “se o presidente russo me conceder uma pequena janela para servir a causa da paz”.
– Noutra entrevista, anterior, o Papa fora questionado sobre o facto de nunca ter condenado explicitamente Vladimir Putin ou a Rússia. Respondeu assim: “Nunca nomeei um chefe de Estado e, muito menos, um país, que está acima do seu chefe de Estado”. Isto nunca impediu, porém, Francisco de condenar várias vezes e de forma veemente a invasão à Ucrânia.
– Neste domingo, novamente na Praça de São Pedro, o líder católico disse isto: “Devemos passar das estratégias de poder político, económico e militar para um projeto de paz global. Não para um mundo dividido entre potências em conflito; sim para um mundo unido entre povos e civilizações, que se respeitam mutuamente”.
Pelos critérios que têm prevalecido na fila de políticos, jornalistas e comentadores portugueses, de direita e de esquerda, que todos os dias passam pela televisão a tentar vencer no campeonato da corrida armamentista, do belicismo pro-NATO, da russofobia, da intolerância, da teoria da conspiração, da censura às notícias de guerra, da desumanidade disfarçada de caridade pelo povo ucraniano, este Papa, apesar de criticar a invasão russa, é, como todos os que procuram abrir um caminho que leve à paz, um putinista.
IWRT afirmam-se na décima edição como evento em crescimento
Ao final da tarde de hoje termina em Fátima a primeira parte do programa dos Workshops Internacionais de Turismo Religioso (IWRT), este ano a celebrar o décimo aniversário e a afirmarem-se um dos eventos maiores na promoção internacional do turismo religioso.
A retomar o formato presencial após a realização online da edição de 2021, os IWRT voltaram a juntar em Fátima participantes de todo o mundo, este ano de 47 países. “Queremos que este Workshop seja referência mundial para o trade do turismo religioso, que seja um efetivo acelerador da recuperação turística pós-pandemia”, referiu Purificação Reis nasessão solene e comemorativa do X IWRT, realizada ontem no Centro Pastoral de Paulo VI, no Santuário de Fátima.
Em Aquiraz, região metropolitana de Fortaleza, Tarsília Bezerra iniciou a construção de um anexo do seu cabaré, a fim de desenvolver o negócio, em constante crescimento.
Em resposta, a igreja neopentecostal da localidade iniciou uma forte campanha para bloquear a expansão, com sessões de oração, no seu templo, de manhã, à tarde e à noite.
Os trabalhos de construção e reforma continuaram até uma semana antes da reabertura, quando um raio atingiu o cabaré de Tarsília, incendiando a instalação elétrica e causando um incêndio que destruiu tudo.
Tarsília processou a Igreja, o pastor e toda a congregação, com o fundamento de que a Igreja “foi a responsável pelo fim de seu prédio e do seu negócio, através de ações ou meios de intervenção divina, direta ou indireta.”
Na resposta à ação, os demandados, designadamente a Igreja, negaram com veemência toda e qualquer responsabilidade ou ligação das suas orações com o fim do cabaré.
O juiz leu a reclamação da autora e a resposta dos réus e, ao iniciar a audiência, comentou:
-“Não sei como vou decidir este caso. Pelo que li até agora, verifico o seguinte:
– há uma proprietária de bordel que acredita firmemente no poder das orações;
– e uma igreja inteira que pensa que as orações não valem nada”.
(Eu leio italiano, mas como há quem o não faça, deixo a tradução do Google da resposta sobre a Ucrânia. Resposta integral, obviamente)|Malou Delgado Rainho
“Para responder a esta pergunta temos que nos afastar do padrão normal “Chapeuzinho Vermelho”: Chapeuzinho Vermelho era bom e o lobo era o mau. Não há bons e maus metafísicos aqui, de forma abstrata. Algo global está surgindo, com elementos muito entrelaçados. Alguns meses antes do início da guerra, conheci um chefe de Estado, um homem sábio que fala pouco, muito sábio mesmo. E depois de falar sobre as coisas que ele queria falar, ele me disse que estava muito preocupado com o andamento da OTAN. Perguntei-lhe por que, e ele respondeu: “Eles estão latindo nos portões da Rússia. E eles não entendem que os russos são imperiais e não permitem que nenhuma potência estrangeira se aproxime deles”. Ele concluiu: “A situação pode levar à guerra”. Esta era a opinião dele. A guerra começou em 24 de fevereiro. Aquele chefe de estado foi capaz de ler os sinais do que estava acontecendo.
Estava a ler textos sobre a “guerra da comunicação” em que estamos envolvidos, felizmente sem os custos em sangue e destruição da que ocorre na realidade do campo de batalha, na Ucrânia. Parti de um filósofo cujo pensamento conhecia um pouco, Paul Virílio, francês, autor de livros sobre as tecnologias da comunicação, e deste cheguei a um outro, desconhecido, Slajov Zizek, esloveno. Paul Virílio, com formação base em arquitetura, define a sociedade da informação como perigosa, já que a informática nos leva à perda da noção da realidade ao proporcionar uma quantidade gigantesca de dados. É sobre a relação entre a realidade e a imagem que dela nos é transmitida que se travam hoje os combates da informação, desinformação, manipulação que nos são apresentados pelos meios de comunicação, que pretendem camuflar a sua qualidade de armas, atrás de um colete com a palavra PRESS, de uma direção editorial, ou de pastores com a pele de comentadores .
Para Zizek, com formação em sociologia, professor nas universidades de Lubiana e de Londres, o “real” é um termo que corresponde a um conceito enigmático, e não deve ser equiparado com a realidade, uma vez que a nossa realidade está construída simbolicamente; o real, pelo contrário, é um núcleo que não pode ser simbolizado, isto é, expresso com palavras ou com imagens. Só existe como abstrato. Para Žižek, a realidade tem a estrutura de uma ficção. Ou seja, acaba sendo apenas uma espécie de interpretação da “coisa em si”. Há quem não se limite a interpretá-la, mas a fabrique.
“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela num mundo regrado e harmonioso, não em um Deus que se preocupa com o destino e os afazeres da humanidade”.
“Não posso imaginar um Deus pessoal que influencia diretamente a ação das pessoas… Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração do Espírito Infinitamente Superior que se revela no pouco que compreendemos de nosso próprio mundo.
A profunda convicção na presença de um Poder Superior, que aparece no universo incompreensível, forma minha ideia de Deus”
Richard Dawkins suplica a todos os ateus para que expressem sua posição abertamente – e para que lutem contra a incursão da igreja na política e na ciência. Uma palestra feroz, engraçada e poderosa.
O Museu da Presidência da República (MPR) tem aberta ao público, até 31 de agosto, uma notável exposição dedicada à figura singularíssima daquela que foi a primeira mulher portuguesa pioneira em várias funções, nomeadamente a de primeiro-ministra: Maria de Lourdes Pintasilgo. Mulher de um Tempo Novo. Para a levar a cabo, e sob coordenação da sua diretora, Maria Antónia Pinto de Matos, o MPR recorreu ao concurso de várias entidades da esfera social e académica, reunindo também os contributos de várias dezenas de ensaios e testemunhos, onde se incluem textos do próprio presidente Marcelo Rebelo de Sousa, de António Ramalho Eanes e de António Guterres. Um extenso e muito bem concebido Catálogo permite guardar, não apenas na memória, o espólio exposto.
Nos doze anos que medeiam entre o 25 de Abril e a entrada na CEE, o país oscilou numa arriscada situação de impasse entre vários caminhos possíveis, à semelhança do que tinha ocorrido na década após a independência do Brasil, quando Almeida Garrett publicou o livro Portugal na Balança da Europa (1830). Ao contrário das dúvidas alimentadas pelos nossos intelectuais e políticos no século XIX, depois de abril de 74, a Europa comunitária aparecia como um cada vez mais consensual e inevitável destino nacional. Lembro-me de várias vezes ter lido textos de MLP criticando a orientação cada vez mais mercantilista e financeira do rumo europeu, em detrimento das vertentes social e cívico-política que estiveram na raiz do empenhamento de tantos dos militantes da Europa nas ruínas de 1945. MLP correspondia bem ao lema da filosofia de Ernst Bloch (1885-1977) para quem a consciência humana, por ser “uma consciência antecipativa”, está sempre projetada para o devir.
A religião não era propriamente uma Revelação tranquilizadora, mas antes um imperativo de ação em conformidade com valores de justiça e fraternidade.
00:00 I – Préambule sur le mot Dieu 06:52 II – Cerner le Dieu de Spinoza 22:00 II – Définitions du Dieu de Spinoza – L’immanence 29:15 II – Genre de Connaissance – la Partie et le Tout 36:04 III – La Finalité et l’Athéisme 48:27 IV – Matérialisme/Spiritualisme – Religiosité Cosmique 1:01:21 V – Rapport aux autres doctrines (Hegel, Bouddhisme, Hawkins, Enthoven, Luc Ferry) 1:14:35 VI – Conséquences Ethiques et Politiques
“Pensai numa mãe solteira que vai à Igreja, à paróquia e diz ao secretário: Quero batizar o meu menino. E quem a acolhe diz-lhe: Não tu não podes porque não estás casada. Atentemos que esta mãe que teve a coragem de continuar com uma gravidez o que é que encontra? Uma porta fechada. Isto não é zelo! Afasta as pessoas do Senhor! Não abre as portas! E assim quando nós seguimos este caminho e esta atitude, não estamos fazendo o bem às pessoas, ao Povo de Deus. Jesus instituiu 7 sacramentos e nós com esta atitude instituímos o oitavo: o sacramento da alfândega pastoral. (…) Quem se aproxima da Igreja deve encontrar portas abertas e não fiscais da fé!“
Trois ans de travail avec une vingtaine de scientifiques et de spécialistes de haut niveau : voici révélées les preuves modernes de l’existence de Dieu.
Pendant près de quatre siècles, de Copernic à Freud en passant par Galilée et Darwin, les découvertes scientifiques se sont accumulées de façon spectaculaire, donnant l’impression qu’il était possible d’expliquer l’Univers sans avoir besoin de recourir à un dieu créateur. Et c’est ainsi qu’au début du XXe siècle, le matérialisme triomphait intellectuellement.
De façon aussi imprévue qu’étonnante, le balancier de la science est reparti dans l’autre sens, avec une force incroyable. Les découvertes de la relativité, de la mécanique quantique, de l’expansion de l’Univers, de sa mort thermique, du Big Bang, du réglage fin de l’Univers ou de la complexité du vivant, se sont succédées.
Ces connaissances nouvelles sont venues dynamiter les certitudes ancrées dans l’esprit collectif du XXe siècle, au point que l’on peut dire aujourd’hui que le matérialisme, qui n’a jamais été qu’une croyance comme une autre, est en passe de devenir une croyance irrationnelle.
Dans une langue accessible à tous, les auteurs de ce livre retracent de façon passionnante l’histoire de ces avancées et offrent un panorama rigoureux des nouvelles preuves de l’existence de Dieu. À l’orée du XXe siècle, croire en un dieu créateur semblait s’opposer à la science.
Aujourd’hui, ne serait-ce pas le contraire ? Une invitation à la réflexion et au débat.
Alan Wallace, a world-renowned author and Buddhist scholar trained by the Dalai Lama, and Sean Carroll, a world-renowned theoretical physicist and best-selling author, discuss the nature of reality from spiritual and scientific viewpoints. Their dialogue is mediated by theoretical physicist and author Marcelo Gleiser, director of Dartmouth’s Institute for Cross-Disciplinary Engagement.
Nossa consciência é um aspecto fundamental da nossa existência, diz o filósofo David Chalmers: “Não há nada que conheçamos tão profundamente…,mas ao mesmo tempo é o fenômeno mais misterioso do universo”. Ele divide algumas maneiras de pensar sobre o filme interior passando em nossas mentes.
Por que existe algo em vez de nada? Em outras palavras: por que o universo existe (e por que estamos nele)? O filósofo e escritor Jim Holt acompanha essa pergunta em direção a três possíveis respostas. Ou quatro. Ou nenhuma.
«A confraria transeuropeia de polícias de opinião deu finalmente corpo à assustadora profecia de George Orwell e criou o Ministério da Verdade». A violenta barragem há várias semanas em curso subiu exponencialmente de tom. Tom que, além de Orwell, evoca os tempos da Inquisição: qualquer heresia (ou qualquer recusa em condenar a heresia) conduzirá à fogueira. O que está em causa diz respeito a cada um de nós, e exige uma lúcida, determinada e combativa acção de resistência.
Passam por estes dias 19 anos sobre a segunda invasão do Iraque pelos Estados Unidos e outras potências da NATO, mantendo-se ainda a ocupação militar estrangeira do país. Uma guerra limpa, admirável sobretudo quando é apreciada de uma varanda de hotel de Bagdade, lançada por gente com plena sanidade mental, sustentada por razões de uma verdade inquestionável, sem crianças mortas, sem civis bombardeados, sem destruição da maior parte das infraestruturas do país, sem tortura nem chacinas, sem roubos de recursos naturais, sem jornalistas bombardeados de helicópteros como se fossem alvos de um jogo de computador, com espectaculares, cirúrgicos e inofensivos fogos-de-artifício lançados por máquinas de autêntica ficção científica. Um deleite para orgulhosos chefes políticos, inebriados jornalistas esgotando os arsenais de adjectivos e embasbacados telespectadores agarrados aos ecrãs, sorvendo a mais recente superprodução de Hollywood. Solidários com as vítimas? Uns esparsos milhares.
As sete cartas escritas em 1989 compõem o livro Cartas a Spinoza, Nise da Silveira, Francisco Alves, 1995.
Pintura de Eduardo Ruiz, Dra. Nise da Silveira
Cada Leitor, um Spinoza
CARTA I
Meu caro Spinoza,
Você é mesmo singular. Através dos séculos continua despertando admirações fervorosas, oposições, leituras diferentes de seus livros, não só no mundo dos filósofos, mas, curiosamente, atraindo pensadores das mais diversas áreas do saber, até despretensiosos leitores que insistem, embora sem formação filosófica (e este é o meu caso), no difícil e fascinante estudo da filosofia.
Mais surpreendente ainda é que, à atração intelectual, muitas vezes venham juntar-se sentimentos profundos de afeição. Assim, Einstein refere-se a você como se, entre ambos, houvesse “familiaridade cotidiana”. Dedica-lhe poemas. O poema para A Ética de Spinoza [1] transborda de afeto: “Como eu amo este homem nobre / mais do que posso dizer por palavras”.
Se um dia boa parte dos teólogos e das igrejas cristãs tiverem a coragem de se centrar efectivamente nodiscurso e obra do Mestre de Nazaré, deixando de lado o corpo das respectivas tradições, terão um choque ao verificar quão distantes se encontram daquilo a que podemos chamar a teologia de Jesus.
Grande parte das atuais controvérsias no campo religioso cristão, mas também das tensões entre este e o mundo secular relacionam-se com aquilo que S. Paulo denomina “preceitos e doutrinas de homens”: “As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens. As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne” (Colossenses 2:22,23). Com efeito, o que os textos neotestamentários nos fornecem relativamente tanto à palavra como à ação do Cristo dos evangelhos, parece ir em contramão com a pregação, os preceitos e a praxis do cristianismo como o conhecemos, nas suas diferentes versões.
Em obra recentemente publicada (“A Teologia de Jesus: Tudo o que o Mestre falou”, Lisboa: Ed. Univ. Lusófonas, 2021) e que Viriato Soromenho Marques me deu a honra de prefaciar, procurei abordar a questão, com apoio de um esforçado colaborador nesta investigação (Vitor Rafael).
“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela num mundo regrado e harmonioso, não em um Deus que se preocupa com o destino e os afazeres da humanidade”.
“Não posso imaginar um Deus pessoal que influencia diretamente a ação das pessoas… Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração do Espírito Infinitamente Superior que se revela no pouco que compreendemos de nosso próprio mundo. A profunda convicção na presença de um Poder Superior, que aparece no universo incompreensível, forma minha ideia de Deus”
Sobre Deus, Einstein chegou a se definir como agnóstico em carta de 1950 a Morton Berkowitz. Ele já tinha afirmado anteriormente que acreditava no “Deus de Spinoza”, em referência ao filósofo holandês Baruch Spinoza:
“Acredito no Deus de Spinoza, que se revela num mundo regrado e harmonioso, não em um Deus que se preocupa com o destino e os afazeres da humanidade”, afirmou ele em um telegrama ao rabino Herbert S. Goldestein, publicado pelo jornal americano “New York Times” em 1929 (segundo o livro “The Ultimate Quotable Einstein”).
Com essa declaração, Einstein afirmava a visão que repetiu diversas vezes durante a vida: que tinha mais simpatia por um Deus presente em todos os lugares e que fosse responsável pelas leis do universo num sentido científico, que por uma entidade personificada e preocupada com problemas individuais:
“Não posso imaginar um Deus pessoal que influencia diretamente a ação das pessoas… Minha religiosidade consiste em uma humilde admiração do espírito infinitamente superior que se revela no pouco que compreendemos de nosso próprio mundo. A profunda convicção na presença de um poder superior, que aparece no universo incompreensível, forma minha ideia de Deus”, disse Einstein em carta de 1927, publicada em seu obituário no “Times”, em 1955.
Selon la philosophie de Nietzsche( 1844 – 1900) , la religion est un stratagème utilisé par les analphabètes et les faibles , pour contrôler les intelligents, les intellectuels et ceux qui réussissent dans leur vie, leurs parcours académiques, qui à travers la religion, ils leur envoient un message codé selon lequel, si vous êtes une personne éduqué qui réussit dans sa vie , alors nous, nous somme spirituellement purs, nous sommes en relation avec Dieu, et nous sommes donc plus élevés aimés que vous aux yeux de Dieu. Où les perdants et les faibles entrent ici dans une bataille psychologique à briser les os , ils mènent une guerre froide dévastatrice, pour dominer les forts et les vainqueurs.
Situada entre aproximadamente os séculos V e XV, a IDADE MÉDIA foi um tempo de alastramento do cristianismo e da vida cultural na Europa ocidental, sobretudo através do surgimento de mosteiros da Ordem dos Beneditinos. Seguidores de São Bento de Núrcia (480-547), os monges desta comunidade cristã, iniciadores do movimento monacal, foram os herdeiros da cultura latina e os depositários do essencial do saber do mundo antigo. Estão entre eles os criadores do enciclopedismo, com destaque para Santo Isidoro de Sevilha (570-636) que nos deixou “Etymologiae sive origines”, publicado oito séculos depois, em 1483. Durante este período, o estudo e o ensino transitaram dos mosteiros e conventos para as chamadas escolas catedrais, criadas por toda a Europa, estas que, por seu turno, foram os embriões das universidades nos centros urbanos mais importantes (Salermo, Bolonha, Paris, Oxford, Montpelier, Arezzo, Salamanca, Pádua, Orleães, Roma, Siena, Lisboa, entre muitas outras), privilegiando o ensino de disciplinas como teologia, gramática, retórica, dialéctica (lógica), aritmética, geometria, astronomia, direito, medicina e música.
Visto como o mais ilustre professor da Faculdade de Teologia da Universidade de Paris, o filósofo e alquimista dominicano alemão Albrecht von Bollstädt (1206-1280), o “Doctor Universalis”, é conhecido entre nós por Alberto, o Grande ou Alberto Magno e, também, por “Maître Aubert”, ou simplesmente “Maubert”. Lembrado como o maior filósofo e teólogo cristão da Idade Média, Alberto Magno foi também figura de grande prestígio no mundo da ciência do seu tempo, em domínios mais tarde incluídos na química e na mineralogia, que realizou na sua qualidade de alquimista. Após concluir os seus estudos em Pádua e em Paris, Alberto optou pela vida religiosa, ingressando na Ordem de São Domingos, em 1223, tendo chegado à dignidade de Bispo de Regensburgo (Ratisbona).
Tendo estudado o pensamento de Aristóteles e de Averróis, produziu uma das mais importantes sínteses da cultura medieval e defendeu a coexistência pacífica da ciência e da religião, tendo sido o primeiro a aplicar as ideias do fundador do Liceu de Atenas no pensamento cristão. Mas não se limitou a repetir a obra do “Estagirita” (Aristóteles nasceu em Estagira, antiga cidade da Macedónia, na Grécia). Procurou recriá-la com a sua própria experiência e as suas observações. No propósito de subordinar o aristotelismo à fé cristã, o Papa Gregório IX incumbiu Alberto Magno dessa árdua tarefa. Em resultado do seu trabalho, a física e a metafísica, a lógica, a ética, a psicologia e a política de Aristóteles passaram a fazer parte da escolástica.
Um Documentário sobre os Passos de Martinho Lutero para estabelecer a Reforma Protestante. Neste filme Gláucia Rosane te conduz, na Alemanha, pelas Principais Cidades que marcaram a História da Reforma. A Vida completa de Lutero: Seu Nascimento, Sua Universidade, A Igreja, Os 5 Solas, As 95 Teses, A Tradução da Bíblia, Sua Biblioteca, Katharina Von Bora, Sua Casa, Sua Morte e muito mais. Aqui estão as verdades estabelecidas a partir da Reforma e um pequeno resumo sobre a vida dos Pré-Reformistas até Lutero: Wycliffe, John Huss, Lutero, Comenius e Zinzendorf.
No Evangelho, as três tentações de Jesus estão todas relacionadas com o poder. Antes de iniciar a sua vida pública, Jesus teve de decidir se queria ser um Messias político, do poder, ou um Messias do amor, do serviço. Foi por esta segunda via que seguiu: “Eu não vim para ser servido, mas para servir”, e servir até dar a vida, dar a vida para testemunhar a verdade e o amor. A verdadeira tentação, segundo o Evangelho, é a do poder, no sentido da dominação.
Evidentemente, em qualquer sociedade o poder é inevitável, tem de haver instâncias de poder. Toda a questão consiste em saber como é que ele é exercido e com que finalidade. Quantos se lembram de que Ministro, etimologicamente, significa pura e simplesmente servente, aquele que serve? Primeiro-Ministro é o que está à frente no serviço. Por isso, Jesus disse aos discípulos, também ao Papa, bispos, cardeais, padres: “Sabeis que os chefes das nações governam-nas como seus senhores. Não seja assim entre vós; pelo contrário, quem quiser fazer-se grande entre vós seja vosso servo”.
Spinoza is one of the most controversial and debated philosophers in the last few centuries. This video attempts to give a very general overview of his perspective on God as well as some ways that it can be interpreted.
Quem foi Pedro Hispano? O português mais poderoso de sempre viveu na Idade Média e foi o Papa João XXI. Conheça a sua história e como chegou a Papa.
A 20 de setembro de 1276, Pedro Julião (ou Pedro Hispano, como também era conhecido) foi coroado com o nome de Papa João XXI, uma semana depois da sua eleição para o papado, em Viterbo. Esta votação esteve envolvida nalguma agitação, já que o seu predecessor, Adriano V, tinha falecido prematuramente, pouco mais de um mês após a sua eleição.
Numa altura em que na Europa prevaleciam os conflitos e guerras entre vários pequenos reinos e com a ameaça dos muçulmanos à porta, ser Papa significava ser a pessoa mais poderosa do mundo naquela época. Reis, nobres e povo… todos deviam obediência ao sumo pontífice. Era ele quem ditava as leis, estabelecia as regras e mediava conflitos.
A ideia de a Igreja Católica Romana, através do Papa Bonifácio IV, no século sétimo, de dedicar o Panteão dos deuses romanos a todos os santos do cristianismo, de promover um festival de santos, o que na neolinguagem poderia ser uma Rave de santidade, foi e é, porventura, bem intencionada, mas não deixa de ser desanimadora.
Olhando a história da humanidade, e não só o seu presente, desde há quinze séculos que em vez de esperança, apesar dos esforços e sacrifícios de todos os santos, mártires, virgens, doutores, o que temos é um percurso do homem lobo do homem e predador da natureza. Os santos não conseguiram que o homem ganhasse, se não bondade e virtude, pelo menos juízo.
Este dia de Todos os Santos de 2021 não é diferente dos anteriores e não será, presume-se, diferente dos do futuro. No caso, todos os grandes santos do momento estiveram reunidos na cimeira do G-20 e partiram em voo de Roma para Glasgow, a fim de tratarem das ameaças das alterações climáticas que os santos que estiveram nas anteriores celebrações causaram com a sua ganância e perversidade, explorando recursos até os humanos comuns, os que não obtiveram reconhecimento de santidade, terem decidir se querem desaparecer afogados ou gaseados.
Entretanto, os atuais santos e os seus arcanjos, os que à volta deles surgem nos ecrãs de televisão e nas páginas de jornais gordinhos, a tocar trombetas, já fizeram desaparecer das preocupações as tristes figuras que lhes poderiam entortar a auréola dourada que paira sobre as suas cabeças e borrar as asinhas que os fazem flutuar.
De repente, os santos do momento, através dos seus mágicos manipuladores da realidade, fizeram desparecer as vergonhosas imagens do Afeganistão, por exemplo. Como estarão os homens e mulheres do Afeganistão a celebrar o dia de Todos os Santos? E os migrantes do Mediterrâneo? E os sírios? E os palestinianos? E os hondurenhos e haitianos? Não há, como parece evidente, santos que lhes valham. Nem todos juntos.
Sendo os santos tão historicamente inúteis o que celebramos hoje nos vários templos e púlpitos? Que som sai dos sinos?
A História da Humanidade poderia ser contada seguindo o rol sangrento das atrocidades cometidas contra os «outros». É um ciclo ininterrupto e, hoje, com crescente refinamento na maldade: os homens, sejam alienados, incultos, insensíveis, tomados pela cobiça pessoal ou seguindo a febre das massas, enfrentam aquilo que desconhecem e temem como legitimação para as suas intolerâncias e preconceitos e, no extremo, justificação dos massacres que praticam ou toleram…
Sempre me impressionou a crueldade descrita numa pintura de Antoine Caron (1521-1599), maneirista francês ligado à Escola de Fontainebleau que viveu a sinistra noite de St Barthélemy, no seu ‘Massacre do Triunvirato’ (1566), exposto no Musée du Louvre.
Também a História da Arte poderia ser contada através da miséria das guerras e da refinada crueldade contra os indefesos: será esse, afinal, o seu maior papel ? Como perguntava em 1547 o atormentado pintor florentino Jacopo Pontormo (na célebre parangona de Benedetto Varchi sobre a superioridade das artes: seria a Pintura superior à Escultura, ou vice-versa ?), que Deus inepto é este que criou de tão vil barro estas criaturas que somos ?
Só os artistas (e só por vezes) superam essa inépcia ao tocarem as asas do sublime: na música, na poesia, na literatura, na pintura — no humanismo… Por isso também, o poeta Sidónio Muralha (1920-1982), em ‘A Viagem dos Argonautas’, escalpelizava estes «selvagens gnomos que nós fomos — e somos», que querem ir a Marte buscar a sobrevivência da espécie não cuidando antes da paz e da harmonia na Terra.
Tinha em mãos o projecto do livro UM HOMEM SÓ, título que poderia ser interpretado como “um homem sozinho”, ou “apenas um homem”.
Chegava a contemplar a segunda dimensão, depois de um longo cepticismo em relação ao que aprendera em criança, mas a figura de Jesus Cristo, como a de qualquer outro profeta, era e é demasiado importante para aqueles que acreditam na sua palavra. Não podia desrespeitá-los.
E depois, à medida que ia lendo e pesquisando documentos, ia recordando que o evangelho de Jesus Cristo não é uma religião, contém em si a significação universal mais completa, que abrange o princípio de todas as religiões.
Lembra que os homens têm a mesma origem e um destino comum, partilham um só planeta, a mesma casa. As suas vidas pessoais e colectivas só têm significado com o compartilhamento dos recursos e adopção do respeito mútuo, porque é inevitável que se cruzem em trocas de experiências e miscigenações.
Antes de todos os princípios, o da fraternidade é essencial. Era esse, essa filosofia de vida, que Jesus pregava. O outro, subentendido, é o do acesso à educação, ou abertura da mente, na altura pela escuta da palavra, para que o esclarecimento afaste os densos véus do obscurantismo.
Pelo que se tem visto, lido e ouvido ultimamente, parece que Portugal descobriu a existência, na Bíblia, de um autor polarizador e polémico: São Paulo.
Quem foi este homem? O que pensar dos textos que escreveu?
Paulo é, na verdade, o único autor do Novo Testamento a cuja identidade podemos associar uma biografia real, mas a reconstituição da sua biografia esbarra de imediato contra um célebre problema: a discrepância entre aquilo que é dito sobre Paulo nos Actos dos Apóstolos e aquilo que Paulo diz sobre si próprio nas suas cartas autênticas. Este problema influi no grau de credibilidade que podemos adscrever aos dados que nos chegaram sobre a biografia de Paulo exclusivamente via Actos dos Apóstolos. Isto porque a lógica mais básica nos exige que pelo menos equacionemos a hipótese de estarem errados os elementos biográficos sobre Paulo em Actos quando estes colidem com o que é escrito pelo próprio Paulo nas suas cartas.
Assim, para muitos estudiosos atuais, a metodologia crítica mais defensável na abordagem à biografia de Paulo implica dar primazia à credibilidade de Paulo nos pontos em que há contradição entre as cartas autênticas de Paulo e outras fontes.
O Afeganistão foi um território onde ingleses, russos e americanos nunca conseguiram impor-se à cultura local.
Só há uma explicação para isso: ao contrário de compreenderem o povo afegão, os seus costumes, as suas necessidades e os seus anseios, tentaram ocidentalizá-los, abrindo estradas, fazendo escolas e hospitais. Tudo isso constituiu um tremendo erro.
O islamismo tem de ser compreendido, estudado e interpretado segundo os princípios que o regem. A primeira grande diferença entre as culturas ocidentais, influenciadas pelas culturas greco-romana e judaica é que a religião, tal como Jesus afirmou, “é de Deus” e a política “é de César”. No islamismo, política, justiça e religião confundem-se sem dar lugar à tripartição do poder ‒ legislativo, executivo e judicial ‒ porque, soberano é Deus, que se revelou e ditou a justiça, as leis e a governação, através do seu profeta, Maomé.
As fontes da Lei são o Alcorão seguido da Suna (relato da vida e dos caminhos do profeta) e, depois, os hádices (narrativas do profeta). Tudo está contemplado nestes escritos tidos como sagrados e, mais do que isso, soberanos no sentido atribuído pelo Ocidente à palavra (depois da Revolução Francesa), ou seja, detentores de todos os poderes.
É assim, deste modo que, para um muçulmano, o Estado, a chefia do Estado e a chefia religiosa se confundem. Um condutor religioso é, também, um condutor político e jurídico.
Les Nouveaux chemins de la connaissance Émission diffusée sur France Culture le 11.04.2016. Par Géraldine Mosna-Savoye et Clément Baudet.
Intervenant : – Ariel Suhamy : philosophe, maître de conférences au Collège de France, éditeur du site “La Vie des idées”.
“Le vulgaire entend par puissance de Dieu la libre volonté de Dieu et la juridiction sur toutes les réalités qui existent”, sur le modèle de la liberté d’un roi. C’est un autre concept de Dieu que Spinoza propose dès les premières lignes de l’ ‘Éthique’. Pour nous en parler aujourd’hui, Ariel Suhamy.
La plupart des philosophes modernes voient dans la mort la source principale de l’angoisse humaine. Or, Epicure ne partageait pas ce point de vue, et pensait même qu’il n’y avait aucune raison valable de craindre la mort. Pourquoi ? Réponse dans cette vidéo.
La cathédrale du Sacré-Cœur d’Alger, construite à partir de 1956, est devenue la nouvelle cathédrale d’Alger après que la cathédrale Saint-Philippe d’Alger eut été réhabilitée à sa vocation d’origine comme mosquée après l’indépendance puisqu’une mosquée se fut effondrée sur une petite partie de la parcelle sur laquelle la cathédrale avait été édifiée. Elle eLa cathédrale du Sacré-Cœur d’Alger, construite à partir de 1956, est devenue la nouvelle cathédrale d’Alger après que la cathédrale Saint-Philippe d’Alger eut été réhabilitée à sa vocation d’origine comme mosquée après l’indépendance puisqu’une mosquée se fut effondrée sur une petite partie de la parcelle sur laquelle la cathédrale avait été édifiée. Elle est l’église cathédrale de l’archidiocèse d’Alger.
Beth Lord discusses Spinoza with Alan Saunders in an episode of the Philosopher’s Zone from a few years back. Baruch Spinoza, one of the greatest philosophers of his day, was expelled from the Amsterdam synagogue in 1656 because of his unorthodox religious views. Ever since, he has been regarded as the great atheist of the Western tradition. Yet he mentions God very often throughout his writings.
Beth Lord discute Spinoza com Alan Saunders em um episódio da Zona dos Filósofos de alguns anos atrás. Baruch Spinoza, um dos maiores filósofos de sua época, foi expulso da sinagoga de Amsterdão em 1656 por causa de suas opiniões religiosas pouco ortodoxas. Desde então, ele é considerado o grande ateu da tradição ocidental. No entanto, ele menciona Deus com muita freqüência em seus escritos.
A 27 de julho de 1656, a assembleia dos anciãos que dirige a comunidade judaica de Amsterdã promulga um herem (excomunhão, em hebraico), excluindo e banindo Espinosa, que, nessa época, tem 24 anos.
Em 1670, aos 37 anos, Espinosa publica o Tratado Teológico-Político, impresso sem o nome do autor. A obra se destina à defesa da liberdade de pensamento e de expressão. A 19 de julho de 1674, trazendo o brasão e as armas de Guilherme de Orange III, os Estados Gerais da Holanda, sob orientação e exigência do Sínodo calvinista, promulgam um édito em que declaram o livro pernicioso, venenoso e abominável para a verdadeira religião e para a paz da república, proibindo sua impressão e divulgação.
Em 1678, um ano após a morte de Espinosa, um novo édito do governo da Holanda proíbe a divulgação do conjunto de sua obra, publicada postumamente por seus amigos.
Afinal, o que dissera o jovem Espinosa – em 1656 –, o que escrevera o filósofo – em 1670 – e o que deixara escrito – em 1678 –, para que fosse expulso da comunidade judaica e condenado pelas autoridades cristãs? Por que alguns leitores, seus contemporâneos, afirmam estar diante de “nova encarnação de Satã” e que seu nome, Benedictus em latim, deveria ser mudado para Maledictus?
A filosofia espinosana é a demolição do edifício filosófico-político erguido sobre o fundamento da transcendência de Deus, da Natureza e da Razão, voltando-se também contra o voluntarismo finalista que sustenta o imaginário da contingência nas ações divinas, naturais e humanas. A filosofia de Espinosa demonstra que a imagem de Deus, como intelecto e vontade livre, e a do homem, como animal racional e dotado de livre-arbítrio, agindo segundo fins, são imagens nascidas do desconhecimento das verdadeiras causas e ações de todas as coisas. Essas noções formam um sistema de crenças e de preconceitos gerado pelo medo e pela esperança, sentimentos que dão origem à superstição, alimentando-a com a religião e conservando-a com a teologia, de um lado, e o moralismo normativo dos filósofos, de outro.
II. Deus, ou seja, a Natureza: a filosofia da imanência
Hoje 13 de maio, Quinta feira, é para os cristãos, o dia em que se comemora a ascenção de Jesus ao Céu. É também o popular Dia da Espiga.
Eis o texto do meu confrade Firmino Cacheirinha (da Confraria Gastronómica do Alentejo) sobre o este dia, que me foi enviado.
“A Festa da Ascensão, ou Quinta Feira da Ascensão, é uma festa marcadamente católica, sendo feriado municipal em muitos concelhos de Portugal. No entanto em simultâneo com ela, e provavelmente com maior adesão, celebra-se o Dia da Espiga, ou Quinta Feira da Espiga.
A Origem da Tradição
Os rituais pagãos, com especial enfoque nas culturas célticas e romanas, de celebração das primeiras colheitas, e pedido pela qualidade e quantidade destas, remontam à antiguidade.
Com a chegada do Cristianismo, tendo em conta a data das celebrações da Páscoa, em Portugal acabou por se colar à Festa da Ascensão, celebrada 39 dias depois da Páscoa. Até porque era um Feriado oficial em Portugal, até 1952.