Karl Marx (1818-1883), l’horizon du monde : Une vie, une œuvre (2012 / France Culture)

Karl Marx (1818-1883), l’horizon du monde : Une vie, une œuvre (2012 / France Culture). Le 19 mai 2012, l’émission “Une vie, une oeuvre” dirigée par Matthieu Garrigou-Lagrange et diffusée tous les samedis sur les ondes de France Culture, évoquait la figure et l’oeuvre de Karl Marx.

“Marx, l’horizon du monde” : Sur les traces de l’auteur du “Capital”, juriste et philosophe, mais aussi économiste et critique de l’économie politique, sociologue du travail, militant révolutionnaire et père d’une famille bourgeoise qui échappa à la misère grâce à l’amitié d’Engels.

Par Thibault Henneton – Réalisation : Lionel Quantin. 1841, Karl Heinrich Marx [1818-1883] devient docteur en philosophie après une thèse sur Démocrite et Épicure. Le 2 septembre, Moses Hess écrit à un ami écrivain (Berthold Auerbach) : « C’est un homme qui a fait sur moi une impression extraordinaire, bien que nous ayons le même champ d’études ; tu peux t’attendre à faire la connaissance du plus grand et peut-être même du seul vrai philosophe actuellement vivant.

Bientôt, lorsqu’il se manifestera publiquement par ses ouvrages et ses cours, tous les yeux d’Allemagne seront tournés vers lui […] Le Dr Marx, c’est ainsi que s’appelle mon idole, est un tout jeune homme, âgé tout au plus de 24 ans, qui donnera le coup de grâce à la religion et à la politique médiévales. Il joint à l’esprit philosophique le plus profond et le plus sérieux l’ironie la plus mordante ; représente-toi Rousseau, Voltaire, Holbach, Lessing, Heine et Hegel, je ne dis pas rassemblés, mais confondus en une seule personne ».

En réalité le docteur Marx sera conduit bien au-delà des frontières de l’Allemagne, à Paris, Bruxelles, Londres où il passe la majeure partie de sa vie d’exilé, avant qu’un dernier voyage ne le conduise à Alger.

Non seulement juriste et philosophe, mais économiste et critique de l’économie politique, sociologue du travail, militant révolutionnaire et père d’une famille bourgeoise qui échappa à la misère grâce à l’amitié d’Engels.

Quelques mois avant que ne se noue leur amitié, Engels écrit déjà, en 1842 (dans “Le triomphe de la foi”) : « Mais qui s’avance ainsi plein de fougueuse impétuosité ? C’est un noir gaillard de Trèves, un monstre déchaîné. D’un pas bien assuré, il martèle le sol de ses talons et dresse plein de fureur les bras vers les cieux, comme s’il voulait saisir la voûte céleste pour l’abaisser vers la terre. Il frappe avec rage et sans arrêt de son poing redoutable, comme si mille démons l’empoignaient aux cheveux. »

Friedrich Nietzsche, Karl Marx, et Sigmund Freud

Selon la philosophie de Nietzsche( 1844 – 1900) , la religion est un stratagème utilisé par les analphabètes et les faibles , pour contrôler les intelligents, les intellectuels et ceux qui réussissent dans leur vie, leurs parcours académiques, qui à travers la religion, ils leur envoient un message codé selon lequel, si vous êtes une personne éduqué qui réussit dans sa vie , alors nous, nous somme spirituellement purs, nous sommes en relation avec Dieu, et nous sommes donc plus élevés aimés que vous aux yeux de Dieu. Où les perdants et les faibles entrent ici dans une bataille psychologique à briser les os , ils mènent une guerre froide dévastatrice, pour dominer les forts et les vainqueurs.

Continuar a ler

Karl Marx | UMA SEPULTURA EM LONDRES | Jorge de Sena

Pelo bicentenário do nascimento de Karl Marx 
(Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883)

UMA SEPULTURA EM LONDRES

No frio e no nevoeiro de Londres,
numa daquelas casas que são todas iguais,
debruça-se sobre todas as dores do mundo,
desde que no mundo houve escravos.
As dores são iguais como aquelas casas
modestas, de tijolo, fumegando sombrias, solitárias.
Os escravos são todos iguais também:
De Ramsés II, de Cleópatra, dos imperadores Tai-Ping,
de Assurbanípal, do Rei David, do infante
D. Henrique, dos Sartoris de Memphis, dos
civilizados barões do imperador D. Pedro II.
Ou das «potteries», ou da Silésia, de África,
da Rússia. (E o coronel Lawrence da Arábia
chegou mesmo a filosofar sobre a liberdade moral
dos jovens escravos com quem dormia.)
No frio inenarrável das eras e das gerações de escravos,
que nenhuma lareira aquece no seu coração,
escreve artigos, panfletos, lê interminavelmente,
e toma notas, historiando infatigavelmente
até à morte. Mas o coração, esmagado
pelo amor e pelos números, pelas censuras
e as perseguições, arde, arde luminoso
até à morte. – Eu quero ver publicadas
as suas obras completas – diz-lhe o discípulo.
– Também eu – responde. E, olhando as montanhas
de papéis, as notas e os manuscritos, acrescenta com
esperança e amargura – Mas é preciso
escrevê-las primeiro -.
Como têm sido escritas e reescritas! Como
não têm sido lidas. Mas importa pouco.
Naquela noite – creiam – a neve inteira
derreteu em Londres. E houve mesmo
um imperador que morreu afogado
em neve derretida. Os imperadores, em geral,
libertam os escravos, para que eles fiquem mais baratos,
e possam ser alugados sem responsabilidade alguma.
O coronel Lawrence (como anotámos acima), com os seus jovens escravos,
também tinha um contrato de trabalho. Mais tarde,
criou-se mesmo a previdência social.
No frio e no nevoeiro de Londres, há, porém,
um lugar tão espesso, tão espesso,
que é impossível atravessá-lo, mesmo sendo
o vento que derrete a neve. Um lugar
ardente, porque todos os escravos, desde sempre todos
aqueles cuja poeira se perdeu – ó Spartacus –
lá se concentram invisíveis mas compactos,
um bastião de amor que nunca foi traído,
porque não há como desistir de compreender o
mundo. Os escravos sabem que só podem
transformá-lo.
Que mais precisamos de saber?

1962
Jorge de Sena, In “Poesia III”.

Retirado do Facebook | Mural de Eduardo Graça

O espectro de uma ideia que mudou o mundo | Karl Marx | MANUEL CARVALHO, 5 de Maio de 2018 in Jornal “Público”

A leitura que Karl Marx fez do capitalismo e o programa de acção que propôs para o demolir mudaram o curso da História. Para o bem? Para o mal? Dos regimes brutais que se serviram das suas ideias à apologia da sua mensagem libertadora, que sentido faz Marx hoje? A crise de 2007, a desigualdade crescente ou o gigantismo de empresas como a Google podem ressuscitar a sua crítica do capitalismo? Karl Marx nasceu há 200 anos.

 Os últimos dias de Fevereiro de 1848 Paris entrou em estado de sítio. Soldados em parada ousaram vaiar o rei Luís Filipe, milhares de operários e estudantes tomaram as ruas de assalto, montaram barricadas, afrontaram as classes médias, determinaram a demissão do primeiro-ministro (Guizot), ousaram reclamar o poder e logo a seguir ditaram a abdicação do monarca e a criação da Segunda República. Não foi coincidência, mas por esses dias tumultuosos, a 24 de Fevereiro, Karl Marx publicava o Manifesto Comunista que parecia adivinhar e explicar a insurreição de Paris. “Um espectro assombra a Europa… o espectro do comunismo”, lia-se na primeira linha do Manifesto. A França habituada aos tumultos revolucionários acabaria por derrotar os sublevados e na verdade Marx já não era vivo quando, em Outubro de 1917, a sua deixou de ser sombra para se tornar realidade nas ruas de Petrogrado (São Petersburgo). Pela primeira vez, um projecto de comunismo estava em execução.

Continuar a ler

É urgente voltar a Marx para entender nova fase da economia, diz professor | Nick Nesbitt entrevistado por Luís Costa para a Folha de S. Paulo

Karl Marx antecipou o que ele chama de “capitalismo pós-humano”, isto é, uma dupla tendência à eliminação gradual do trabalho humano das cadeias produtivas e à precarização da força de trabalho. 

Para compartilhar todo o conteúdo, por favor utilize o link

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2017/09/1918777-nos-150-anos-do-capital-professor-defende-que-voltar-a-marx-e-essencial.shtml?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=compfb