Prémio PEN Clube de Ensaio 2012

Salazar e o Poder – A Arte de Saber Durar foi vencedor do prémio PEN Clube de Ensaio 2012.

Fernando Rosas deixa-nos uma visão lúcida e desprendida de atavismos morais. Bem documentado, este livro, espelha o trabalho de quem dedicou uma vida académica a este período da história de Portugal e sempre procurou saber como Salazar sobrevivera durante tanto tempo. Não o teria conseguido por recurso a um exercício excessivamente autoritário ou repressivo, mas por uma sábia conduta de quem conhece a verdadeira natureza dos portugueses e, tirando partido disso, se lhes impôs como líder desejado e providencial. Uma obra indispensável ao conhecimento deste período da história de Portugal que, nos dias de hoje, muitos gostariam de ver repetida.

leia mais no Acrítico – leituras dispersas

Francisco Louçã | Entrevista com Viriato Teles

contas_08flcProf. universitário, deputado e dirigente do Bloco de Esquerda. Tinha 17 anos em 25 de Abril de 1974 e vivia em Lisboa.
Os amigos gabam-lhe a afabilidade, o sentido de humor, a clareza do discurso, a boa educação. Os adversários vêem nele um político frio e calculista. Mas todos lhe reconhecem a inteligência superior, a competência política, a combatividade. É o único dirigente político a quem os correlegionários tratam pelo diminutivo: o Chico, o camarada que dirige sem precisar de ser secretário-geral ou presidente. Um entre iguais, porém diferente de todos os outros.
O que resta da extrema-esquerda de 74-75 está hoje maioritariamente encaixado nos gavetões do poder de alterne: uns foram ministros, outros esperam vir a ser, e os que optaram por ficar de fora estão regra geral esquecidos e silenciados. Francisco Louçã é um sobrevivente, e é mais do que isso: é também o responsável pelo abanão político que nos últimos anos do século XX evitou o marasmo absoluto em que ameaçava afundar-se a Esquerda portuguesa.

Ler mais:  http://www.viriatoteles.com/net/livros/contas-a-vida/francisco-louca (FONTE)

Lettre de Paul Newman à sa femme Joanne Woodward : « Etre heureux dans son mariage n’arrive pas par hasard. »

Il y a 5 ans, en octobre 2008, décédait le mythique Paul Newman, acteur aux visages multiples, il fut notamment remarqué pour sa performance incendiaire dans le film La chatte sur un toit brûlant et plus tard dans Les Sentiers de la Perdition. Si son regard bleu a marqué l’histoire du cinéma, l’acteur lui n’avait d’yeux que pour sa femme Joanne Woodward. Mariés en 1958, les deux époux ne se sont plus quittés jusqu’à la mort de l’acteur. Le jour de son mariage, Paul Newman écrivait cette lettre touchante et émouvante à sa femme où il explique sa vision du mariage idéal.

Newman

1958

Être heureux dans son mariage n’arrive pas par hasard. Un bon mariage se construit. Dans l’Art du Mariage, les petites choses sont les choses importantes. C’est n’être jamais trop vieux pour se tenir par la main. C’est se souvenir de dire “Je t’aime” au moins une fois par jour. C’est ne jamais se coucher fâchés. C’est ne jamais considérer l’autre comme acquis, la séduction ne s’arrête pas après la lune de miel; elle doit se poursuivre à travers les ans. C’est avoir les mêmes valeurs et des objectifs communs. C’est affronter le monde ensemble. C’est former un cercle d’amour qui rassemble la famille entière. C’est faire des choses l’un pour l’autre, non pas par sens du devoir ou du sacrifice, mais avec joie. C’est dire combien on apprécie l’autre et montrer sa reconnaissance par de petites attentions. C’est ne pas voir son mari comme un saint ni donner des ailes d’anges à son épouse. C’est ne pas chercher la perfection chez l’un et l’autre. C’est cultiver la flexibilité, la patience, la compréhension et le sens de l’humour. C’est être capable de pardonner et d’oublier. C’est créer un climat où l’un et l’autre peuvent évoluer. C’est trouver une place à la spiritualité. C’est une recherche commune de bonté et de beauté. C’est établir une relation où l’indépendance est partagée, où la dépendance est mutuelle et l’obligation réciproque. Ce n’est pas seulement épouser le partenaire idéal mais aussi être le partenaire idéal.

http://www.deslettres.fr/lettre-de-paul-newman-a-sa-femme-joanne-woodward-etre-heureux-dans-son-mariage-narrive-pas-par-hasard/ … (FONTE)

CAVE CANEM | Mário de Carvalho

No Século V A.C. houve em Atenas um político e militar brilhante, ambicioso e destituído de escrúpulos chamado ALCIBÍADES, que estava a cair em desgraça. Tinha um cão caríssimo, enorme, bonito. Certo dia, mandou cortar a cauda ao cão. Toda a gente se indignou e na cidade não se falava de outra coisa: «Óptimo! É o que eu queria» – disse o cínico Alcibíades aos amigos. «Enquanto falarem do cão, não falam de mim. MdC

https://www.facebook.com/mariodecarvalho.escritorpagina?hc_location=stream … (FONTE)

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Por onde entrar no labirinto de Gonçalo M. Tavares? | Anabela Mota Ribeiro

Por onde entrar no labirinto de Gonçalo M. Tavares? Vários acessos, vários percursos. Vários livros, vários personagens. É um autor prolífico. Nos últimos meses, editou o ambicioso Viagem à Índia, Matteo perdeu o Emprego e novo livro da série dos senhores. Editou dezenas de livros, nos últimos nove anos.

É um homem genial, a chegar aos 40, reconhecido já como um dos grandes escritores de língua portuguesa do século XXI. Editado no mundo todo, recebe críticas elogiosas nos grandes jornais e revistas. Recentemente, Aprender a Rezar na Era da Técnica foi apontado como o melhor romance estrangeiro editado em França. Uma honra, diz ele. Em França dizem frequentemente que é o Kafka português.

Ler mais aqui:  http://anabelamotaribeiro.pt/62336.html

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Citando Luís Salgado de Matos

(…) temos hoje uma dívida pública de cerca de 125% do PIB. Porque não nos emprestam mais, abaixo de 7% ao ano? Vejamos o caso do Reino Unido: a sua dívida pública é 170% do PIB e consegue que lhe emprestem a 2% ao ano. Apesar de em termos relativos a dívida britânica ser muito maior do que a nossa, os britânicos conseguem empréstimos a baixo juro e nós não. (…)

http://oeconomistaport.wordpress.com/2013/10/29/o-oe-2014-e-as-verdades-da-economia/ … (FONTE)

Dia “D” de Drummond

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Carlos Drummond de Andrade tinha 28 anos quando conseguiu publicar seu primeiro livro, Alguma Poesia, em 1930. Foi uma edição modesta, paga pelo próprio autor. Essa obra, que tinha poemas como No Meio do Caminho, Quadrilha e Poema de Sete Faces, mudou os rumos da poesia no Brasil.

Num texto de 1958, Bandeira se pergunta: “Como chegou ele a tamanha destreza”? Em seguida, responde: “Conheço um pouco o segredo dele pela leitura de um livro seu que nunca foi publicado — Os 25 Poemas da Triste Alegria. O estilo do livro sabe àquela sutileza própria do Ronald-Guilherme, no modernismo incipiente”. O original dessa obra, de 1924, estava desaparecido.  Muitos chegaram a duvidar de sua existência. Há quatro anos, o poeta Antônio Carlos Secchin, conseguiu localizá-lo. Agora, com aval da família, pretende publicá-lo em versão fac-similar.

Os 25 poemas foram escritos no começo de 1920. Doze são inéditos, e os demais foram publicados, esparsamente, em jornais da época como o Diário de Minas. Nesse período, Drummond acabara de mudar-se para Belo Horizonte.  Foi nesse mesmo ano que o poeta pediu a Dolores para datilografar os 25 poemas. Ele mandou encadernar um único exemplar e o enviou para o amigo Rodrigo Melo Franco de Andrade, que morava no Rio de Janeiro, então capital da República, e tinha bons contatos que poderiam ajudar na publicação da obra. Nesses poemas, Drummond já usa o verso livre. Sua temática são as musas esvoaçantes, o anoitecer, a angústia pela passagem do tempo.

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Lettre de Lou Reed à Delmore Schwartz : « Je voulais écrire. Une phrase aussi bonne que l’une des vôtres. »

Lou Reed s’est éteint le dimanche 27 octobre 2013, à l’âge de 71 ans. Figure mythique de la musique et des cultures de l’underground, star presque malgré lui, ce compositeur-chanteur-guitariste d’exception, fondateur des Velvet Underground, qui créa les immortels Take a walk on the wild side, Vicious, Perfect day ou encore Satellite of love, était un féru de littérature. Prince du punk et du rock, il doit sa passion poétique, son amour des mots, l’amenant à écrire des recueils de poèmes et à consacrer l’une de ses dernières tournées à lire en public Edgar Allan Poe, à son professeur de littérature, le poète Delmore Schwartz. En hommage à ces deux personnages, voici la lettre posthume de l’élève au maître : une exclusivité deslettres !

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1er juin 2012

Ô Delmore, comme vous me manquez. C’est vous qui m’avez insufflé l’envie d’écrire. Vous êtes le meilleur homme que j’aie jamais rencontré. Vous saviez saisir les émotions les plus profondes avec les mots les plus simples. Vos titres étaient plus que suffisants pour éveiller en moi des muses enflammées. Vous étiez un génie. Maudit.

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Filósofo Habermas alerta para exigência dos cidadãos de uma “democracia directa”

Para o filósofo, “no caso da pós-democracia, a perceção é que os governos não só perderam a vontade como também a força para intervir de modo a alterar o estados dos mais desfavorecidos”.
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O filósofo alemão Jurgen Habermas afirmou hoje, em Lisboa, que no mundo ocidental há uma apatia e um distanciamento em relação aos políticos e há uma exigência, por parte dos cidadãos e grupos de protesto, de uma democracia direta.

A convite da Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito de uma conferência internacional sobre educação, o teórico alemão, de 84 anos, falou sobre democracia na Europa, sobre a “transnacionalização” democrática perante a crise na zona euro.

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Pianist Maria João Pires panics as she realises the orchestra has started the wrong concerto…

By  | The Telegraph |  October 26th, 2013

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This is quite extraordinary. The wonderful Maria João Pires is ready to play a Mozart piano concerto with the Amsterdam Concertgebouw conducted by Riccardo Chailly, only to hear the orchestra begin playinganother Mozart concerto – no 20 in D minor, K466, not what she was expecting or had prepared for. Can you imagine her horror? You’ll have to watch the film below to find out what happened next.

Breve tratado sobre a felicidade como doença | Paulo José Miranda

“o medo comporta-se no organismo humano como um alienígena; o organismo humano não consegue sintetizar o medo; o medo é um organismo independente dentro do organismo humano; nada o sintetiza, nada o assimila, nada o expele; o medo não é um produto do cérebro humano ou de qualquer órgão; o medo é uma outra vida dentro de nós.O medo entra em nós pela incapacidade de aceitar os outros; o medo é o outro dentro de nós, o outro que não se quer; o medo é como que a solidificação da incompreensão dentro de um humano.”
Paulo José Miranda – [breve tratado sobre a felicidade como doença]

O que faremos se o sistema já não conseguir criar trabalho? | Anselm Jappe in “Jornal Público”

jappe10No capitalismo, é a relação com o trabalho que nos define, diz o filósofo Anselm Jappe, em Lisboa a convite do Teatro Maria Matos. Mas o sistema é um “castelo de cartas que começa a perder peças”. E é tempo de repensar o conceito de trabalho.

O capitalismo distorceu a ideia de trabalho, desligando-a das necessidades reais da sociedade. Trabalhamos a um ritmo cada vez mais acelerado apenas para alimentar a lógica do sistema. Mas este parece ter entrado numa rota de autodestruição porque, com a exclusão de cada vez mais gente do mercado de trabalho, há também cada vez mais gente excluída do consumo, afirma o filósofo Anselm Jappe, nascido em 1962 na Alemanha e que hoje vive entre França e Itália.

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A HOMENAGEM A TODAS AS MÃES | Aguarela de Mestre Alfredo Roque Gameiro “O retrato de sua Mãe”

Obra Prima

Quem vê o que fizeste, o que criaste
E admira tanta cor, tanta beleza,
De encanto há-de pensar que a Natureza
Te deu algo de seu… ou lho roubaste,

Pois é tão belo tudo o que pintaste,
Tão inocente em sua singeleza
Que a nossa gente, a gente portuguesa
Se dá em crer que tu a modelaste;

Mas para mim, em toda a profusão
Da tua obra, um quadro, é evidente,
Os olhos mais convida a toda a gente:

Aquele em que o amor e a inspiração
Te deixaram pintar, como ninguém,
Uma mulher de Minde… a tua mãe.

Francisco Madeira Martins

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Lettre de François Mitterrand à Marie-Louise, sa fiancée : « Mon bonheur ne dépend que de toi, et je ne suis pas malheureux de constater ma dépendance »

François Mitterrand, figure incontournable, aussi adulée que détestée de la société française, a fait couler beaucoup d’encre. Si sa vie intime et publique a été révélée au grand jour par de nombreux témoignages, scandales, et autres publications sulfureuses, si son passé est empreint de polémiques, il est un visage de Mitterand qui reste méconnu : l’amoureux. En pleine seconde guerre mondiale, François Mitterand est fiancé à une certaine Marie-Louise Terrasse, qui deviendra par la suite Catherine Langeais, présentatrice de télévision qui fera date. Le goût de la littérature et l’amour ont enivré l’intrépide Mitterand dans cette lettre pour le moins surprenante à sa Dulcinée.

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5 mars 1940

Ma fiancée chérie, tu le vois, j’ai peine à me séparer de toi. D’un seul coup, ce vide où je suis précipité loin de toi, m’effraie. Et je tente de continuer notre conversation. J’essaie de croire que tu es là et que tu m’entends. Ce qui rend une lettre si difficile, c’est qu’elle ne peut tenir compte du silence : près de toi, les paroles sont douces, mais pas nécessaires ; il semble que je puis t’exprimer aussi bien mon amour en me taisant. Comment rendre avec des phrases ce qui est si terriblement simple ? Comment te dire je t’aime alors que je le sens si profondément ?

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Picasso – uma reflexão de Amélia Vieira

A ideia de que um Picasso era um garanhão fustigado por um Eros de predador é quase um insulto ao seu génio. Um homem como Picasso não é um D.Juan nem um ser lascivo. É outro coisa, bem mais rara, mais perigosa, mais fascinante. O que não faltam no mundo são falos andantes… Um homem da dimensão de Picasso sabe que a paixão não é fácil, que o sexo não é fácil, que o mundo não é essa esteira epicurista de nus e contra-nus. Picasso é um homem iminentemente trágico, que está nos locais mais perigosos nos momentos mais difíceis, é um perscrutador, um homem radical. Não brinca aos efeitos estéticos.

Talvez que um tempo desmagnetizado de todo como este confunda um Casanova com um Picasso, mas de facto, nada ha de comum. Estou certa que até para se ser vítima há que ter bons carrascos ou então não vale a pena o estatuto de sacrifício.

Picasso era uma força da natureza, um ser vivo melhorado, um vampiro, também. Mas era Picasso, não o vejo a cometer “crimes” contra o seu estatuto de semi-deus….O prazer? Quem sabe dele? Quem pode aferir que o grau de sadismo com que por vezes se revestiu não é voluptuoso?

Quanto aos genitais, qualquer homem os tem. E não são Picassos. São apêndices de algo que não interessa mais.

Amélia Vieira

 

CCB – Dia António Lobo Antunes

CCB

CCB . 27 OUT . 15H00 > 18h30 . PEQUENO AUDITÓRIO

“António Lobo Antunes (1942) afirma-se como um ávido revelador do que a vida sistematicamente esconde. Para além do superficial dos acontecimentos, o romancista recorda, invoca, interpreta, aventura-se no próximo, no incerto e no desconhecido. E vêm à memória amigos, desaparecidos, mas presentes, como José Cardoso Pires e Ernesto Melo Antunes…  A vida entretece-se de amizades. Harold Bloom fala misteriosamente de “one of the living writers who will matter most”. George Steiner considera-o como “heir to Conrad and Faulkner”. O certo é que a sua escrita atrai, porque é inusitada e pertinente, luminosa e obscura. Que é a vida senão um mundo de contradições? Quaisquer elogios passageiros nunca permitirão entendê-lo. Um dia disse: “Quando lemos um bom escritor é para nos conhecermos a nós mesmos”. Essa a grandeza da literatura, a de ser um revelador da existência. É fundamental ler António Lobo Antunes, para quem é insuportável aceitar a mediocridade e ouvir dizer “somos um país pequeno e periférico”…”

Guilherme d’Oliveira Martins

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Lettre de Pablo Picasso sur l’art : « Je ne cherche pas, je trouve ».

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Pablo Picasso est l’un des peintres majeurs du XXè siècle, et l’une des figures de proue du cubisme ; tant et si bien que l’un de ses camarades, le mathématicien Maurice Princet, dit de lui qu’il était « l’accoucheur » du cubisme. Sa notoriété, qui n’est pas à démentir, et son talent indéniable l’amènent en 1926 à écrire pour le magazine moscovite Ogoniok une lettre ouverte sur sa conception de l’art et la création de ses contemporains. A l’occasion de son anniversaire, deslettres.fr vous en partage sa retranscription, confession de l’un des plus grands génies de notre époque.

1926

On me prend d’habitude pour un chercheur. Je ne cherche pas, je trouve.

On veut faire du cubisme une espèce de culture physique. On voit tous les jours des tas de gens décrépits qui se donnent pour des “costauds” ; ils prétendent arriver à la puissance en réduisant tout à un carré.

Mon  œuvre parfaitement logique, mon  œuvre à laquelle je consacre tous mes efforts, ne leur sert qu’à faire quelque chose d’artificiel, dénué de toute réalité.

Voyez, par exemple, X… En voilà un qui est vraiment “arrivé”.

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Palavras a Preto e Branco – Fundação José Saramago


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“Sobre o negro, uma escrita a luz.
Liberta-se em poesia o que se fixou no olhar.”

Com fotografias de José Luís Outono e o discorrer poético dos pensamentos de José Gabriel Duarte é lançado este sábado, na Fundação José Saramago, este “Palavras a Preto e Branco”.

É às 16:00 horas, sintam-se convidados.

A frase em citação é da minha autoria e encontra-se nas badanas deste livro.

 

DOZE NOTAS SOBRE LITERATURA EM TOM DE PRECEITO | Mário de Carvalho

1) – Comece o escritor por ser um leitor curioso, variado e insaciável, capaz de ser «autor dos livros que lê», na expressão esclarecida de Óscar Lopes.
2) – Há coisas que não se escrevem, nem sob tortura. Frases como um «rapaz alto e espadaúdo», «lábios vermelhos como cerejas», ou incipits como «tudo começou quando», são admissíveis em clave de ironia ou de apelo à cumplicidade do leitor. Se não, revelam o autor ingénuo, em demanda de leitor apropriado.
3)  – Aprenda-se com os mestres. Ainda com aqueles de quem não se goste, ou com quem não existam afinidades de imaginário, prosa ou família literária. Quer para os rejeitar (ou exorcizar) ou para os incorporar, impõe-se não serem esquecidos. A literatura não se inventa a cada instante. Reinventa-se.
4) – As neves de antanho são despachadas a derreter. Em menos de uma geração estalam e desfazem-se as gloríolas literárias. É sensato ser circunspecto, quer em relação ao sucesso próprio, quer ao dos outros. Têm vocação de fugazes e frágeis.
5) – Nunca se deve lisonjear o leitor. Apostar na moda é condenar-se àquilo que já passou.
6) – Guardar-se de palavras fortes sobre a matéria, tais como «fulgor», «assombro» e «sublime» e adjectivos derivados. A literatura e a arte situam-se nas zonas do indizível a que as palavras não chegam. Por isso elas descaem, quando são forçadas.
7) – A literatura não é sagrada, nem precisa de altares, santinhos, beatos e beatas. Mesmo o texto mais solene e dorido tem um fio lúdico que bule com o entranhado instinto de jogo dos humanos.
8) – Há que valorizar o ofício, a técnica, a velha techné dos antigos, o domínio cuidado e rigoroso sobre os materiais. Essa é a arte em que falavam os Gregos, emparelhada com o engenho, ou inventiva.
9) – As teorizações e doutrinas vêm após o texto e exercem-se sobre ele. Quando se tenta o contrário, nem sempre dá bom resultado. Está para se saber se uma hiperconsciência do texto será ou não inibidora.
10) – A língua com que trabalhamos apresenta variadíssimas panóplias de recursos. Nenhum deles está vedado ao autor que pode, até, escolher as soluções mais rudimentares. Mas que o texto resulte sempre de uma opção livre e não de uma ignorância limitadora.
11) – Considerar que no jardim do Senhor há muitas tendas, como diz a Bíblia algures, ou, se não diz, podia dizer. Com os outros, aprende-se sempre alguma coisa. Pode ser que a criação de espaço e as demarcações impliquem algum alarido. Mas ponderadas em termos históricos, para já não dizer sub specie aeternitatis, soam um bocado a chocalho. Pode, aliás, ser um bom exercício formativo, o de encontrar qualidade naquilo de que se não gosta.
12) – Todas as afirmações peremptórias sobre literatura estão erradas. E, como no célebre paradoxo do cretense, se calhar, esta também está errada. Bem como as anteriores. Mas não deixa de ser curioso verificar que o gosto da frase bombástica e assertiva denuncia desde logo o outsider ou o parvenu.
MdC 

Na imagem, Tolstoi por Ilya Repin

www.mariodecarvalho.com

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Diários de Viagem | Leva-me Levante: crónica de apresentação | Vítor Mendes

A 4 de Novembro Vítor Mendes parte sem destino. Leva-o o vento.

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O meu nome é Vítor Mendes, tenho 21 anos e sou de Rio de Couros, uma pacata aldeia do concelho de Ourém.

Estou desempregado, numa altura do ano pouco propícia a oportunidades de trabalho. Por isso, pus em prática o que há muito planeava mas para o qual nunca tive nem tempo, nem recursos. Dia 4 de Novembro começo uma aventura “Rumo a Levante…” Rumo a terras por mim desconhecidas mas com grande vontade de lhes tirar o manto e projetá-las da imaginação para o palpável. Conhecer culturas, costumes e tradições. Conhecer pessoas e ouvir o que pensam. Tudo isto me fascina! Partir à procura de conhecimento e memórias.

Desde muito pequeno que as belezas naturais e urbanas me despertam um misto de sentimentos pelo poder superior que emanam e pela paz interior que em mim provocam. São sentimentos inigualáveis aqueles que as tão raras paisagens que temos por Portugal originam. Mas a vontade de ver mais é cada vez maior e cresce devido à facilidade com que obtemos informação nos tempos que correm.

Quanto mais somos atingidos pela austeridade, mais pensamos naquilo que realmente importa – no meu entender, sempre foi ser e fazer feliz. Encaro qualquer objetivo de vida como um subtópico desse modo de estar. Não queria utilizar uma frase feita, mas li certo dia uma afirmação que me diz muito: “Evitar o perigo não é, a longo prazo, tão seguro quanto expor-se ao perigo. A vida é uma aventura ousada ou, então, não é nada.”.

Venho de uma terra onde o horizonte é visto como a “terra perigosa”, mandam os velhos pensamentos que a zona de conforto não é para ser trespassada. Portugal é visto como uma casa de quatro paredes, mas apesar de ter nascido por cá, e peço desculpa pela redundância, também nasci no mundo!

Decerto é difícil remar contra a maré, planear uma viagem destas nunca encaixará naquilo que esperámos, mas é exatamente aí que vejo a mística de se viajar rumo a não sei onde.

Espero contar com vocês, caros leitores, para uma interatividade na minha página do Facebook  ( www.facebook.com/LevameLevante ) e aqui. Pois um dos objetivos principais deste projeto é dar a conhecer.

Até já.

Ler mais:

http://visao.sapo.pt/leva-me-levante–cronica-de-apresentacao=f751514#ixzz2ieLlNV2O … (FONTE)

Michelangelo Caravaggio, “The Crowning with Thorns”

Crown of Thorns attributed to Michelangelo Merisi, Caravaggio (1602)

  • Michelangelo Merisi da Caravaggio foi um pintor italiano atuante em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. É normalmente identificado como um artista barroco, estilo do qual foi o primeiro grande representante. Wikipédia

Turismo Religioso: A Experiência Cultural nos Destinos Religiosos

Turismo Religioso

A ACISO – Associação Empresarial Ourém-Fátima, em colaboração com o Município de Ourém e com o apoio do Turismo de Portugal, organiza o II Workshop Internacional de Turismo Religioso – “Turismo Religioso: A Experiência Cultural nos Destinos Religiosos”, no dia 8 de novembro, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima.
Foram convidados operadores e leaders de opinião de diversos mercados, nomeadamente: Brasil, EUA, Polónia, Irlanda, Espanha, França, Itália, Bélgica, Holanda, Reino Unido, Suécia, Rússia, Alemanha e México.
Este evento dirige-se a operadores turísticos nacionais, agentes de viagem e hoteleiros, entre outros empresários do sector do Turismo, especialmente vocacionados para o Turismo Religioso.
Informações e inscrições no site oficial do evento:www.religioustourismworkshop.com

Leon Trotsky por Robert Capa

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O fotógrafo húngaro nascido em Budapeste, Robert Capa, tornou-se famoso ao fotografar Leon Trotsky durante um congresso do Partido Comunista em Copenhagem, em 1931. O fato de ser judeu obrigou Capa a deixar a Alemanha, onde ele trabalhava como fotojornalista na maior agência de fotografia da época, a “Dephot”, e mudar-se para Paris em 1932 por causa do surgimento do nazismo. Capa é reconhecido como o mais importante fotógrafo de guerra da primeira metade do século 20. Documentou a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Sino-Japonesa, a Segunda Guerra Mundial na Europa (em Londres, na Itália, a Batalha da Normandia em Omaha Beach – Dia D, e a libertação de Paris), a Segunda Guerra no Norte da África, a Guerra árabe-israelense de 1948 e a Primeira Guerra da Indochina. Morreu ali, na Guerra da Indochina, em 1954, ao pisar sobre uma mina terrestre. Robert Capa era um pseudônimo que o fotógrafo, cujo nome verdadeiro era Endre Ernő Friedmann, criou com Gerda Taro, sua primeira namorada e também fotógrafa-produtora, em 1934.

Lettre de François Truffaut à Jean-Luc Godard : « Selon moi tu te conduis comme une merde ».

Membres emblématiques de La Nouvelle Vague, après avoir fait les beaux jours desCahiers du Cinéma, Jean-Luc Godard, célèbre pour A Bout de Souffle, Le Mépris ou La Chinoise, et François Truffaut, réalisateur des 400 Coups  allaient éprouver un jour les affres de la rupture de leur si belle amitié. En 1973, une lettre d’insulte, faisant état de divergences irréconciliables, du gentil et doux François Truffaut sera le détonnant final de leur relation.

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Mai-juin 1973

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Pour ne pas t’obliger à lire cette lettre désagréable jusqu’au bout, je commence par l’essentiel : je n’entrerai pas en co-production dans ton film. Deuxièmement, je te retournerai ta lettre à Jean-Pierre Léaud : je l’ai lue et je la trouve dégueulasse. C’est à cause d’elle que je sens le moment venu de te dire, longuement, que selon moi tu te conduis comme une merde.

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Explosão de alegria (1973)

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Fotografia feita em 17 de Março de 1973. Mostra o reencontro do Tenente-Coronel Robert L. Stirm com sua família, na base aérea de Travis, na Califórnia, três dias após ter sido libertado. Stirm tinha sido capturado pelos vietnamitas do Norte seis anos antes, em 27 de Outubro de 1967, depois do caça-bombardeiro que pilotava ter sido abatido sobre Hanói. A fotografia, batizada como “Explosao de Alegria”, comoveu os norte-americanos e venceu o Prêmio Pulitzer de 1974. Fotografia: Sal Veder

Marilyn Monroe na Pacific Coast Highway (1945)

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Fotografia feita em novembro de 1945 mostra Marilyn Monroe, aos 19 anos, sentada no meio da Pacific Coast Highway, Califórnia, Estados Unidos. Foi o primeiro ensaio da futura diva e atriz Marilyn Monroe. Na fotografia, Marilyn sorri para o fotógrafo André de Dienes, com que viveria um breve romance. “Conforme os minutos passavam, eu me apaixonava mais e mais por Norma Jeane [verdadeiro nome de Marilyn Monroe]”, relata André de Dienes no livro “André de Dienes, Marilyn” — publicado pela Taschen.Fotografia: André de Dienes

 

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DL13-cartaz-175x250A-AFA 11ª edição do Doclisboa – Festival Internacional de Cinema vai exibir 244 filmes de 40 países, somando um total de 123 longas e 121 curtas-metragens.
Este ano, o festival conta com 46 filmes portugueses, 42 primeiras obras, 36 estreias mundiais, 5 internacionais e 1 europeia.

Um colectivo de realizadores anónimos sírios, os confrontos do verão passado no Egipto, os movimentos sociais na Turquia e no Brasil e a lei contra a propaganda gay na Rússia são algumas das realidades abordadas na secção que o Doclisboa estreou no ano passado.

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Pour sortir de la crise, Oxford propose une nouvelle mondialisation | par Sophie Fay – Le Nouvel Observateur

6547591-pour-sortir-de-la-crise-oxford-propose-une-nouvelle-mondialisationA l’occasion du colloque “Réinventons l’Europe” organisé par “Le Nouvel Observateur” à Bruxelles vendredi 11 octobre, Pascal Lamy a vendu la mèche. Invité de la table ronde “Adieu croissance, adieu prospérité”, l’ancien directeur général de l’OMC a été interpellé sur les solutions pour ramener la croissance et faire rentrer l’argent plus vite dans les caisses des Etats sans recourir à davantage d’austérité. Soudain, son regard bleu s’est éclairé. “Regardez attentivement les propositions de la Commission Oxford Martin pour les générations futures que j’ai présidée”, a-t-il lancé mystérieux. Ces propositions ont été rendues publiques le 16 octobre à Londres.

La Commission Oxford Martin pour les Générations futures, kezaco ? Au départ, il y a d’abord l’Oxford Martin School, un groupe de recherche interdisciplinaire réunissant plus de 300 universitaires à Oxford, mis sur pied pour réfléchir aux grands enjeux du 21ème siècle. Ce groupe, dirigé par Ian Goldin, a décidé de mettre sur pied une Commission de très haut vol pour sérier les défis de long terme les plus importants et surtout tenter d’imaginer la meilleure forme d’organisation mondiale pour les relever.

La feuille de route de la Commission était claire : faire des propositions concrètes pour sortir la gouvernance mondiale du blocage qui empêche d’avancer sur des sujets aussi cruciaux que le réchauffement climatique ou l’harmonisation fiscale. Les experts n’ont pas manqué de créativité, en s’inspirant des politiques mondiales qui ont donné des résultats (comme la lutte contre le sida) et en tirant les leçons de celles qui ont échoué (comme la lutte contre la surpêche).

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Lettre de Camille Claudel au Docteur Michaux : « C’est affreux d’être abandonnée de cette façon, je ne puis résister au chagrin qui m’accable. »

Camille Claudel, l’une des premières sculptrices, d’un talent reconnu et envié par le maître incontesté de l’époque, Auguste Rodin -son professeur et amant-, artiste pionnière et femme libérée des conventions sociales et familiales de son temps, est décédée le 19 octobre 1943, après 30 ans d’internement psychiatrique. Enfermée de force le 10 mars 1913 à la demande de sa famille, elle ne cessera de demander sa remise en liberté, de dénoncer les motifs et les conditions misérables de son incarcération, et plongera peu à peu dans la folie, nourrie de délires de persécution. En hommage à cette martyre de l’art, à cette immense artiste écrasée par la société et son époque, voici une lettre de supplication adressée au docteur Michaux, véritable cri de souffrance et appel au secours pour fuir la misère sordide qui l’étouffe et finalement, l’emportera.

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15 juin 1918

Monsieur le Docteur,

Vous ne vous souvenez peut-être plus de votre ex-cliente et voisine, Mlle Claudel, qui fut enlevée de chez elle le 3 mars 1913 et transportée dans les asiles d’aliénés d’où elle ne sortira peut-être jamais. Cela fait cinq ans, bientôt six, que je subis cet affreux martyre. Je fus d’abord transportée dans l’asile d’aliénés de Ville-Evrard puis, de là, dans celui de Montdevergues près Montfavet (Vaucluse). Inutile de vous dépeindre quelles furent mes souffrances. J’ai écrit dernièrement à monsieur Adam, avocat, à qui vous aviez bien voulu me recommander, et qui a plaidé autrefois pour moi avant tant de succès ; je le prie de vouloir bien s’occuper de moi. Mais dans cette circonstance, vos bons conseils me seraient nécessaires car vous êtes un homme de grande expérience et, comme docteur en médecine, très au courant de la question. Je vous prie donc de vouloir bien causer de moi avec monsieur Adam et de réfléchir à ce que vous pourriez faire pour moi. Du côté de ma famille il n’y a rien à faire ; sous l’influence de mauvaises personnes, ma mère, mon frère et ma sœur n’écoutent que les calomnies dont on m’a couverte.

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Filhos da Leitura – Setúbal

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FILHOS DA LEITURA

ESPETÁCULO MULTIDISCIPLINAR COMEMORATIVO DO 40.º ANIVERSÁRIO DA CULSETE

20 de OUTUBRO, DOMINGO, 16 HORAS

FÓRUM MUNICIPAL LUÍSA TODI, SETÚBAL

A finalidade deste espetáculo é reunir sob o signo da leitura, de leituras, todos os que se considerem seus filhos, aqueles que, através das leituras que foram fazendo, cresceram e se afirmaram como indivíduos com pensamento livre, crítico e atuante, todos aqueles cujas raízes cada vez mais estejam presas ao livro e à leitura.

Pretende-se festejar os 40 anos da Culsete com um ramalhete de palavras, sentir a sua força, escutar a sua música, quer sejam lidas, ditas ou cantadas, deixar ecoar o seu som ao lado de outros sons, produzidos por instrumentos que não a voz humana.

Ver o seu bailado em poemas, monólogos e frases, ao lado do movimento dos corpos propondo-nos outras leituras.

Festa é alegria, é contentamento, é o entrecruzar de gestos, sons e imagens que se colam a nós, transportando-nos para outros lugares. Também dos momentos de festa e júbilo nos alimentamos.

É esta a proposta da tarde de amanhã. Vamos viver a festa de sermos filhos da leitura.

 

O Carteiro de Fernando Pessoa

carteiro«Concordou em fazer-se passar por Fernando Pessoa, apreciando-se depois em frente do espelho no quarto: o bigode postiço, contido e severo, os óculos que lhe davam um ar digno e harmonizado com a sofisticação própria dos intelectuais; e, por fim, enfiado na cabeça, o estimável chapéu preto, que lhe acrescentava respeito e culta superioridade. Semelhante na compostura e privilegiado na aparência, assim estava o carteiro Bernardo com a sua boa inspiração, a projectar ilusões e a permitir excitações libidinosas à senhora Ofélia.»

«O Carteiro de Fernando Pessoa», de Fernando Esteves Pinto.

À venda nas livrarias.

Modern life means children miss out on pleasures of reading a good book |Guardian|

Busy parents are dropping bedtime stories and teachers lack time to instil a love of reading, conference told.

A young girl reading a book

Reading for pleasure is declining among primary-age pupils, and increasing numbers of “time poor” parents are dropping the ritual of sharing bedtime stories with their children once they start school.

Research presented to the Children’s Media Conference in Sheffield last week found that, while parents read to pre-schoolers, this later tails off, and by the final year of primary school only around 2% read to their children every day. Once children can read competently, parents tend to step back, and this usually happens at the age of seven or eight.

The report, entitled Is Children’s Reading a Casualty of Modern Life?, also found that 82% of teachers blame the government’s “target-driven” education policies for the fact that fewer children are reading for pleasure.

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«A DAMA E O UNICÓRNIO»: MITO, SEDUÇÃO E TRAGÉDIA | Maria Teresa Horta

Graficamente belíssimo, já chegou às mãos de Maria Teresa Horta o livro com a sua última obra poética, «A Dama e o Unicórnio», incluindo o CD com a sonata profana de António de Sousa Dias sobre os poemas de MTH, ditos por Ana Brandão. Os leitores interessados terão de ter um pouco de paciência: a cuidada edição de Cecília Andrade, da Dom Quixote/Leya, com impecável produção executiva do Atelier 007, de Patrícia Reis (capa e paginação de Joana Miguéis), só chegará às livrarias no próximo dia 29.
Até lá fica um dos 72 poemas que compõem a obra e um trecho da contracapa.

LUME

Lume…
imagina o Unicórnio

Ao sentir o afago
da mão que a Dama
demora no seu dorso

E em seguida na lividez
da testa
em torno do seu corno

Osso de luz
a contragosto

CONTRACAPA – Conjugando numa unidade indivisível a tecedura das tapeçarias quatrocentistas «La Dame à la Licorne» com uma original interpretação da intriga nelas urdida, Maria Teresa Horta cria uma obra poética que se desdobra por vários cantos – «Arte e Ofício», «As Personagens», «As Tapeçarias», «O Mito», «À mon seul désir», «A Sedução», «Posse» e «A Eternidade» – numa apaixonante e mágica composição que o modelo gráfico acompanha lúcida e harmoniosamente. Com esta obra complexa, na qual uma sensualidade imanente subjaz ao lirismo com que a tragédia é tecida nos seus 72 poemas, a poetisa dá voz a um fascínio que remonta ao final dos anos 50, em Paris, quando se lhe depararam as tapeçarias numa primeira visita ao Musée de Cluny, actual Musée National du Moyen Âge.

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Sem Rede – Casa de Teatro de Sintra

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Sem Rede, é uma peça levada a cena pela Companhia de Teatro de Sintra, baseado num texto de Ana Saragoça com encenação de João Mello Alvim. Três atores emprestam a sua interpretação a um quadro familiar. Um homem, uma mulher e uma jovem no fim da adolescência. Seriam uma família. Mas nos dias de hoje, são estranhos com disfuncionais laços de aproximação.

Uma Outra Voz, de Gabriela Ruivo Trindade – Prémio LeYa 2013

Foto Gabriela Ruivo Trindade

Reuniu ontem e hoje o júri do Prémio Leya, a que concorreram este ano quatrocentos e noventa e um originais, oriundos da Alemanha, Angola, Brasil, Espanha, Estados Unidos da América, França, Guiné-Bissau, Itália, Luxemburgo, Macau, Moçambique, Portugal, Reino Unido e Suécia.

O júri deliberou atribuir o Prémio ao romance «Uma Outra Voz», de Gabriela Ruivo Trindade.

O júri destaca a consistência do projecto narrativo que procura, através de várias gerações, e com o foco em personagens de grande força, sobretudo femininas, retratar a transformação da sociedade e dos modelos de vida numa cidade de província, no Alentejo. Merece destaque a originalidade com que o autor combina o individual e o colectivo, bem como a inclusão da perspectiva do(s) narrador(es) no desenho cuidado de um universo de vastas implicações mas circunscrito à esfera do mundo familiar ao longo de um século de História. Também a exploração ficcional de registo diarístico e a inclusão da fotografia dão um sinal de modernidade formal a esta obra premiada por maioria do júri.

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Atlas do Corpo e da Imaginação | Novo livro de Gonçalo M. Tavares | nas livrarias no dia 29 de outubro

Sobre o livro

Atlas do Corpo e da Imaginação é um livro que atravessa a literatura, o pensamento e as artes passando pela imagem e por temas como os da identidade, tecnologia; morte e ligações amorosas; cidade, racionalidade e loucura, alimentação e desejo, etc. Centenas de fragmentos que definem um itinerário no meio da confusão do mundo, discurso acompanhado por imagens de “Os Espacialistas”, colectivo de artistas plásticos.

É um livro para ler e para ser visto e é também, de certa maneira, uma narrativa – com imagens que cruzam, com o texto, os temas centrais da modernidade.

Neste Atlas do Corpo e da Imaginação, Gonçalo M. Tavares revisita ainda a obra de alguns dos mais importantes pensadores contemporâneos, partindo de Bachelard e Wittgenstein, passando depois por Foucault, Hannah Arendt, Roland Barthes, mas também por escritores como Vergílio Ferreira, Llansol ou Lispector, entre muitos outros. Arquitectura, arte, pensamento, dança, teatro, cinema e literatura são disciplinas que atravessam, de forma directa e oblíqua, o livro.

Com o seu espírito claro e lúcido, Gonçalo M. Tavares conduz-nos com precisão e entusiasmo através do labirinto que é o mundo em que vivemos.

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ELE 2013 | Language Fair | Minde | Portugal

We are pleased to announce that the programme of the Language Fair, an activity of ELE 2013 which will take place on the 19th of October at Fábrica de Cultura in Minde (Portugal), is now available and can be consulted here: http://www.cidles.eu/events/conference-ele-2013/language-fair/programme-1/.

11 communities from all over Europe will participate in this event presenting their native languages in 30-minute cultural performances and/or exhibition stands.

Don’t miss it!

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Biografia | João Queiroz

João QueirozComeçou a expor pintura e desenho na primeira metade dos anos 80, enquanto estudava Filosofia na Faculdade de Letras de Lisboa. Ambos os interesses convergiram na sua obra, levando a cabo uma informada reflexão sobre o papel da imagem na contemporaneidade, em abordagens experimentais a problemas antigos da linguagem da arte, tanto ao explorar o potencial das palavras escritas em composições, como, a partir de 1998, ao procurar dar a ver representações sensoriais e não-descritivas da natureza. Foi docente de Desenho, Pintura e Teoria de Arte no Ar.Co (1989-2001). Vive e trabalha em Lisboa.

Aquecimento global é inevitável e 6 biliões morrerão, diz o cientista James Lovelock

img_1245Aos 88 anos, depois de quatro filhos e uma carreira longa e respeitada como um dos cientistas mais influentes do século 20, James Lovelock chegou a uma conclusão desconcertante: a raça humana está condenada. “Gostaria de ser mais esperançoso”, ele me diz em uma manhã ensolarada enquanto caminhamos em um parque em Oslo (Noruega), onde o estudioso fará uma palestra em uma universidade. Lovelock é baixinho, invariavelmente educado, com cabelo branco e óculos redondos que lhe dão ares de coruja. Seus passos são gingados; sua mente, vívida; seus modos, tudo menos pessimistas. Aliás, a chegada dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse – guerra, fome, pestilência e morte – parece deixá-lo animado. “Será uma época sombria”, reconhece. “Mas, para quem sobreviver, desconfio que vá ser bem emocionante.”

Na visão de Lovelock, até 2020, secas e outros extremos climáticos serão lugar-comum. Até 2040, o Saara vai invadir a Europa, e Berlim será tão quente quanto Bagdá. Atlanta acabará se transformando em uma selva de trepadeiras kudzu. Phoenix se tornará um lugar inabitável, assim como partes de Beijing (deserto), Miami (elevação do nível do mar) e Londres (enchentes). A falta de alimentos fará com que milhões de pessoas se dirijam para o norte, elevando as tensões políticas. “Os chineses não terão para onde ir além da Sibéria”, sentencia Lovelock. “O que os russos vão achar disso? Sinto que uma guerra entre a Rússia e a China seja inevitável.” Com as dificuldades de sobrevivência e as migrações em massa, virão as epidemias. Até 2100, a população da Terra encolherá dos atuais 6,6 bilhões de habitantes para cerca de 500 milhões, sendo que a maior parte dos sobreviventes habitará altas latitudes – Canadá, Islândia, Escandinávia, Bacia Ártica.

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Sem Rede – Casa de Teatro de Sintra

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Sem Rede, é uma peça levada a cena pela Companhia de Teatro de Sintra, baseado num texto de Ana Saragoça com encenação de João Mello Alvim. Três atores emprestam a sua interpretação a um quadro familiar. Um homem, uma mulher e uma jovem no fim da adolescência. Seriam uma família. Mas nos dias de hoje, são estranhos com disfuncionais laços de aproximação.

Os adultos reencontram-se ao fim de vinte anos de separação, através dessa fada mágica que é o Facebook. Mas a ilusão do face não sobrevive ao tempo, como também aquele quadro é vítima dos tempos atuais: divórcio, a crise, os filhos marcados pela partida de um dos progenitores e pela falta de futuro. A mesma falta de perspetiva que faz os jovens encararem os conselhos do mundo adulto como frases gastas e anacrónicas. O conflito de gerações marcado, não por uma visão diferente do futuro, mas pela diferente percepção da sua ausência. Um texto cru e duro que se presta a uma época onde as cerimónias já não fazem sentido. A toalha sobre a mesa será sempre marcada por uma nódoa.

Tudo isto servido com um refrescante sentido de humor que a interpretação dos atores, Susana Gaspar, Nuno Machado e Alexandra Diogo, emprestam uma eficaz convicção. Estreou ontem na Casa de Teatro de Sintra e foi uma grande noite de festa com casa cheia. Até ao dia 27 não percam. Depois a peça parte em digressão pelo país.

(saiba mais aqui)

NOBEL da Literatura distingue a canadiana ALICE MUNRO

Alice Munro é a vencedora do prémio Nobel da Literatura 2013, hoje anunciado em Estocolmo, no aniversário da morte do industrial e filantropo sueco Alfred Nobel, que o instituiu.

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O galardão, no valor de oito milhões de coroas suecas (925 mil euros) foi anunciado pelo secretário da Academia de Ciências Sueca no histórico edifício da Bolsa, na baixa de Estocolmo.

Nos últimos 10 anos, o Nobel da Literatura distinguiu nomes como o chinês Mo Yan (2012), o sueco Tomas Tranströmer (2011), o peruano Mario Vargas Llosa (2010), a alemã de origem romena Herta Müller (2009), o francês Jean-Marie Gustave Le Clézio (2008), a britânica Doris Lessing (2007), o turco Orhan Pamuk (2006), o britânico Harold Pinter (2005), a austríaca Elfriede Jelinek (2004) e o sul-africano J.M. Coetzee (2003).
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/nobel-da-literatura-2013-distingue-a-canadiana-alice-munro=f834943#ixzz2hJkXXV4w

Dresden | II Guerra Mundial

 

A view taken from Dresden’s town hall of the destroyed Old Town after the allied bombings between February 13 and 15, 1945. Some 3,600 aircraft dropped more than 3,900 tons of high-explosive bombs and incendiary devices on the German city. The resulting firestorm destroyed 15 square miles of the city center, and killed more than 22,000. (Walter Hahn/AFP/Getty Images).

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Tertúlias de Lisboa | Adiamento da 1ª sessão

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A primeira sessão das Tertúlias de Lisboa, prevista para dia 12, fica adiada para data a confirmar. Por impedimento de agenda de um dos nossos convidados somos forçados a este adiamento.

Pelo facto pedimos as nossas desculpas. Mantém-se o restante calendário:

2ª sessão: 9 Nov. 2013 | André Barata e Miguel Real. Tema: A arte de sonhar, a utopia e o Quinto Império.

3ª sessão: 14 Dez. 2013 | Afonso Cruz e Tiago Cabrita. Tema: A Literatura e a Música.

LIVRARIA LER DEVAGAR | LX FACTORY 

Quando a literatura pode mudar a sociedade | Luiz Ruffato

Para o brasileiro Luiz Ruffato “escrever é um compromisso”. O autor de “Estive em Lisboa e lembrei-me de ti” (que é editado em Portugal pela Quetzal e Tinta da China) quer “afectar o leitor”, modificá-lo, para transformar o mundo. “Trata-se de uma utopia, eu sei, mas me alimento de utopias”, disse nesta terça-feira, na cerimónia oficial de abertura da Feira do Livro de Frankfurt, que este ano tem o Brasil como país convidado.

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O escritor de Minas Gerais foi escolhido para ser o orador literário da cerimónia de boas vindas ao país convidado ao lado da presidente da Academia Brasileira de Letras, Ana Maria Machado, naquela que é a mais importante feira mundial do sector e que nesta quarta-feira abre portas. Fez um discurso que não deixou ninguém indiferente, mostrando como o Brasil é um “país paradoxal”: “Ora o Brasil surge como uma região exótica, de praias paradisíacas, florestas edénicas, carnaval, capoeira e futebol; ora como um lugar execrável, de violência urbana, exploração da prostituição infantil, desrespeito aos direitos humanos e desdém pela natureza.”

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Citando Frei Bento Domingues in jornal Público, 8/10/2013

«(…) O próprio Séneca (4 a.C.- 65 d.C.), diante da mentalidade mercantilista do seu tempo, lamentava que já não se perguntasse pelo que as coisas eram, mas quanto custavam. Sublinhava, no entanto, que o gesto capaz de manter o laço que une os seres humanos, enquanto humanos, era o dom da gratuidade. Para Sócrates, só era digna de crédito a palavra que não se exercesse como um negócio. Aristóteles não era menos avisado: o dinheiro não tem filhos e a moeda não serve apenas para marcar o preço das coisas. Como intermediário, mostra que nós existimos em relação complementar, não destrutiva, uns dos outros.Max Weber escreveu, em 1904, uma obra célebre, A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Situando a condição cristã na gestão da criação confiada por Deus aos seus filhos, a Reforma protestante parecia libertar e santificar o espírito empreendedor.
João Calvino (1509-1564) autorizou o empréstimo com juros, proibido até então pela Igreja Católica, mas praticado pelos judeus, durante a Idade Média, a principal actividade financeira que lhes era autorizada. Ao romper com este tabu no seio do cristianismo, o reformador de Genebra afastou o entrave ao desenvolvimento da livre empresa. A sua reflexão integrava os interesses do conjunto da economia: o dinheiro, na sociedade, religa as pessoas entre si; parado é estéril, mas o empréstimo, com juros, coloca-o em circulação. O dinheiro é tão produtivo como qualquer outra mercadoria.
Calvino é acusado de ter libertado os demónios da busca selvagem do lucro, mas ele tomou algumas precauções – sem dúvida insuficientes – para defender os pobres dos usurários. O empréstimo, para o consumo do necessitado, deve ser sem juros e sem esperar o reconhecimento do devedor.
Diante das derivas que fazem da Reforma a religião do dinheiro, o filósofo protestante, Jacques Ellul, cunhou uma fórmula muito sugestiva: é preciso profanar o dinheiro. Lembra que importa retirar ao dinheiro Mamon, de que fala o Evangelho, as suas promessas ilusórias e reduzi-lo à sua função de simples instrumento material de troca. Como realizar este empreendimento profanador? Numa sociedade dominada pelo dinheiro idolatrado, J.Ellul convida os cristãos a introduzir a esfera do dom e da gratuidade.
3. Não seria eticamente aceitável fazer despesas com o propósito de as não pagar. Mas o “perdão da dívida”, desde as épocas mais recuadas até aos tempos mais recentes, nada tem de insólito. A própria Alemanha, depois de guerras criminosas, beneficiou largamente desse gesto ancestral. »

TÁBULA RASA – A negação contemporânea da natureza humana | Steven Pinker

10997_gSteven Pinker é um dos mais respeitados nomes da ciência cognitiva e dos estudos da linguagem aplicados à neurociência. Seus ensaios têm grande aceitação na comunidade acadêmica e também no público em geral. Em Tábula rasa, Pinker enfrenta o debate “natureza versus criação”.
O autor ataca três dogmas fortemente arraigados na cultura ocidental: a idéia de que a mente de um recém-nascido é uma “tábula rasa” a ser preenchida pelos pais e pela sociedade; a concepção de que o homem em seu estado primitivo é um bom selvagem; e a crença de que a alma imaterial dotada de livre-arbítrio é a única responsável pelas ações do indivíduo.
O autor descreve a evolução histórica dessas três idéias, originadas respectivamente das concepções de John Locke, de Rousseau e da religião. Pinker demonstra como elas se estabeleceram de forma inquestionável até comporem uma espécie de “doutrina oficial”, que hoje influencia não só a criação dos filhos, mas também a vida política.
Pinker recorre a autores como Darwin, Kant, Shakespeare e até a personagens dos quadrinhos, como Calvin e Haroldo, para defender a idéia de uma natureza humana alicerçada na biologia. Segundo essa concepção, o ser humano nasce equipado com um conjunto de informações genéticas que direciona o seu desenvolvimento. Em cada indivíduo, a natureza humana, regida pela biologia, sofre influências da cultura e da sociedade – e é da interação de ambas que resultam personalidade e comportamento.

“Arrebatador, erudito e divertido – e muito persuasivo” – Time

“Um livro extraordinário: claro, implacável e empolgante” – The Washington Post

Tiago Cabrita

Nasceu em 1985 em Lisboa.cabrita_tiago

Estudou no Conservatório de Música D.Dinis, com Rui Guerreiro (Violino) e Carlos Marecos (Música de Câmara e Análise e Técnicas de Composição) e, posteriormente, na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML), onde foi orientado por João Madureira, Luis Tinoco e Carlos Marecos.

Participou em várias edições das “Peças Frescas” da ESML e no ciclo “Novos Ciclos por Segundo” da MisoMusic Portugal (2008). Frequentou masterclasses de composição com Emmanuel Nunes, Marc-André Dalbavie, Peter Hamel e Ertugrul Sevsay.

Ganhou o 1º Prémio no Concurso Internacional de Jovens Compositores da Cidade de Portimão na categoria de “Grupo Misto”, com a obra Quasi una Maré.

Em 2010 participou no 8º Workshop para Jovens Compositores da Orquestra Gulbenkian com a peça Retorno, dirigida pela Maestrina Joana Carneiro, e no Festival Música Viva, da MisoMusic Portugal, com a peça Sopro da Alma para Flauta, na sua versão com Eletrónica em Tempo Real.

Contou com a Encomenda da peça Anticlockwise para Violino Solo pelo Prémio Jovens Músicos/RTP-Antena 2 e participou no III Festival Viagens pelo Som e pela Imagem com a peça O Vulto da Consciência.

Em 2012 estreia a Ópera curta A Vida Inteira, com libreto de António Carlos Cortez, a partir de um poema de Ruy Belo, que foi dirigida por João Paulo Santos e encenada por Luis Miguel Cintra, no Teatro Nacional de S.Carlos. Inicia também a sua atividade como crítico musical, contribuindo para o Espaço Crítica para a Nova Música da MisoMusic Portugal.

Encontra-se a finalizar o segundo ano do Mestrado em Música da ESML, sendo orientado por António Pinho Vargas e Carlos Marecos e leciona no Colégio Moderno e na Escola de Música desta instituição, em Lisboa.

Integra o Yogistragong, Orquestra de Gamelão (música tradicional indonésia), dirigido por Elizabeth Davis.

Projetos futuros incluem peças para dois pianos,  bailado, música para Orquestra e música de fusão para Gamelão e instrumentos ocidentais, entre outros.

http://www.bnportugal.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=752%3Aconversas-com-compositores&catid=162%3A2012&lang=pt … (FONTE)

GONÇALO M. TAVARES | LOOK AT YOUR HANDS | POSTED BY MARK O’CONNELL | THE NEW YORKER

In the novel “Jerusalem,” by the Portuguese writer Gonçalo M. Tavares, there is a character named Mylia, handwho suffers from schizophrenia. One of the manifestations of Mylia’s illness is a strangely intimate experience of, and relationship with, inanimate objects. She is, for example, disgusted by shoes because of their dumb subservience to people, their total self-abnegation as things to be possessed and used. “Not even a dog,” she reflects, “was as submissive as a shoe.” She is also deeply disturbed by eggs: “Eggs, all eggs, contained a kind of concrete, material altruism that Mylia couldn’t find in anything else in the world. Eggs appear because they want to disappear.” This anthropomorphic intimacy leads her to handle things in a way that appears somehow unseemly:

Her mother would say to her, “It’s not right to touch things that way.”“So how should I touch them?”

“Use less pressure. Don’t grab. Don’t get so involved.”

What her mother didn’t tell her—though other people did—was that she was always reaching out for things as though caressing a lover, as though everything in the world turned her on. So, “It’s not right to touch things that way” was, more than anything, a call for modesty.

When you first discover a writer who is unlike any you’ve read before—whose work seems at once to demand and to deny the possibility of contextualization—you tend to seek insights, in the writing itself, into where this strangeness and difference might be coming from. When I came to this passage in “Jerusalem” about Mylia’s way of touching things, I read it again and again, convinced that, in its oblique way, it revealed something essential about Tavares. There is an indecency to his writing, a strange and thrilling obscenity, that has to do with its way of handling things as though they were people, and people as though they were things.

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A propósito de “A Dobra do Crioulinho”, de Luís Carmelo

DobraEscrevo estas palavras como leitora. Não está aqui em causa a análise literária exaustiva, que deixo para os peritos, mas a simples tradução do impacto que a leitura deste romance me suscitou. As frases iniciais transportam-nos de imediato para uma paisagem em que apetece entrar. E olhar. Pode ler-se, em dado momento: ”A paisagem é a súmula demorada de todos os olhares que até hoje a terão esboçado.”. Entrei, portanto, com a lentidão de quem se quer demorar, com o olhar pronto a desenhá-la ao ritmo do espanto.

Deixei-me conduzir por imagens assombrosas, que foram construindo à minha passagem um mundo novo, que fui desbravando numa permanente descoberta. Entrei numa vila. E era como se já lá tivesse estado, e conhecesse as gentes que a habitavam, tal o realismo do retrato criado. Caminhei no empedrado imaculado, entrei na livraria, passei junto ao café, demorei-me em frente à Igreja de Nossa Senhora dos Ares. Conheci as pessoas que se movem por estas ruas, entrei nas suas casas. Percebi as suas tristezas e os seus sonhos. Despedi-me com a saudade de quem deseja ficar, só mais um pouco. No olhar, a promessa de um regresso. Talvez eu tenha deixado naquela paisagem um pouco de mim. Afinal, os meus olhos também a esboçaram. Penso que, ao ler uma história, o leitor mergulha no mar de sonhos de quem a escreveu. Ao sair, deixa lá os seus próprios sonhos. E aquele mar torna-se, de repente, um oceano.

Obrigada ao autor por me ter permitido a entrada neste pequeno mundo encantado, onde puras delícias espreitam a cada esquina.

Teresa Sande

(Luís Carmelo, A Dobra do Crioulinho, Editora Quidnovi, 2013)

TABULA RASA

220px-John_LockeTabula rasa é uma expressão latina que significa literalmente “tábua raspada”, e tem o sentido de “folha de papel em branco”. A palavra tabula, neste caso, refere-se às tábuas cobertas com fina camada de cera, usadas na antiga Roma, para escrever, fazendo-se incisões sobre a cera com uma espécie de estilete. As incisões podiam ser apagadas, de modo que se pudesse escrever de novo sobre a tabula rasa, isto é, sobre a tábua raspada ou apagada. Como metáfora, o conceito de tabula rasa foi utilizado por Aristóteles (em oposição a Platão) e difundido principalmente por Alexandre de Afrodisias, para indicar uma condição em que a consciência é desprovida de qualquer conhecimento inato – tal como uma folha em branco, a ser preenchida.1

Já na Modernidade, o conceito será aplicado ao intelecto, na tese epistemológica que fundamenta o empirismo – vertente filosófica do século XVII, segundo a qual não existem ideias inatas, sendo que todo conhecimento se baseia em dados da experiência empírica.2

O argumento da tabula rasa foi usado pelo filósofo inglês John Locke (16321704), considerado como o protagonista do empirismo. Locke detalhou a tese da tabula rasa em seu livro, Ensaio acerca do Entendimento Humano (1690). Para ele, todas as pessoas nascem sem conhecimento algum (i.e. a mente é, inicialmente, como uma “folha em branco”), e todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido através da experiência. A partir do século XVII, o argumento da tabula rasa foi importante não apenas do ponto de vista da filosofia do conhecimento, ao contestar o inatismo deDescartes, mas também do ponto de vista da filosofia política, ao defender que, não havendo ideias inatas, todos os homens nascem iguais. Forneceu assim a base da crítica ao absolutismo e da contestação do poder como um direito divino ou como atributo inato.3

A teoria da tabula rasa também fundamenta uma outra corrente da filosofia e da psicologia, o behaviorismo clássico. O behaviorismo atual, que é obehaviorismo radical, não se baseia na tabula rasa.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tabula_rasa (FONTE)

ASSUSTADOR!!! | Dez Mil Milhões | Enfrentando o nosso futuro

emmottSinopse

Eis um livro sobre nós.
Trata de si, dos seus filhos, pais e amigos. Trata de todos nós. Trata do nosso falhanço: enquanto indivíduos, do falhanço dos negócios e do falhanço dos nossos políticos.
Trata da emergência planetária sem precedentes que nós próprios criámos.
Trata do nosso futuro.
Dez Mil Milhões de Stephen Emmott
Críticas de imprensa
«A mudança na maneira de pensar que será necessária se quisermos preparar-nos para viver num mundo diferente começa pela leitura deste livro indispensável de Stephen Emmott.»
The Guardian

«Emmott, que dirige a investigação em Ciência Computacional da Microsoft, e passou cinco anos como consultor científico do ministério das Finanças britânico, está zangado com o caos em que mergulhámos o planeta. Não está sozinho. Mas o efeito da sua prosa despojada, sem adornos, apoiada por gráficos e imagens, é significativo. A população da Terra, diz ele, atingirá os 10 mil milhões neste século e, dada a maneira como o planeta está a ser tratado pelos seus atuais 7 mil milhões de habitantes, estamos a caminho de uma catástrofe.»
The Telegraph

Citando António Costa | “Não se combate a crise com um país dividido”

antonio-costa-31e9O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, aproveitou a cerimónia dos 103 anos da Implantação da República, este sábado, para deixar vários recados ao Governo.

Tal como no seu discurso de vitória na noite das eleições autárquicas, há quase uma semana, António Costa falou do estado do país.

“Não se combate a crise com um país dividido, descrente e desconfiado do futuro”, afirmou, defendendo ser hora de construir “uma estratégia nacional que promova a competitividade, construída na cooperação e no diálogo” com os parceiros sociais e todos os agentes económicos.

Aludindo aos vários chumbos do Tribunal Constitucional e às críticas de que o Governo PSD/CDS-PP tem sido alvo, de secundarizar a democracia, o autarca socialista sublinhou que “a crise não se vence vendendo os anéis, mas fortalecendo os dedos”, devendo ser esta “uma ocasião para fazermos o exame à nossa consciência democrática”, “porque todos juntos fazemos Portugal”.

“A crise deve ser combatida com as regras e os instrumentos da democracia, com o esforço e a convicção de todos, com visão estratégica e não com impulsos”, afirmou Costa, reforçando: “A crise tem de ser combatida na convicção de que não há contradição entre democracia e desenvolvimento económico e também não há contradição entre crescimento e consolidação financeira. Pelo contrário: são objectivos complementares, que se reforçam reciprocamente”.

Virando-se depois para a cidade, Lisboa, Costa referiu-se ao processo de reorganização administrativa do território, afirmando que as autarquias foram grandes impulsionadoras da poupança.

“Nós fizemos a nossa parte. As freguesias de Lisboa vão iniciar novos mandatos com novos desafios. Cabe agora ao Estado fazer o que lhe cabe”, afirmou, defendendo o poder dos municípios sobre o policiamento do trânsito e os transportes públicos.

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=27&did=124609#.UlE3jhvEI5U.facebook (FONTE)

Prémio Urbano Tavares Rodrigues 2013

16003705O Rei do Monte Brasil, de Ana Cristina Silva é o vencedor do Prémio Literário de Novela e Romance Urbano Tavares Rodrigues, iniciativa conjunta da FENPROF e SECRE, e que se refere a obras publicadas por docentes em 2012.
 Este é um livro sobre dois homens caídos em desgraça. Dois homens que sofreram uma derrota pela posse de uma mesma terra, embora um deles tenha saído vencedor sobre o outro.
A escrita da Ana Cristina Silva precisa dessa imensidão do olhar, dos grandes espaços e do desassombro de mentes poderosas.
Neste livro, Gungunhana encontrou o seu lugar entre os grandes reis da nossa história.

Breve biografia | Irene Pimentel

Irene PimentelIrene Flunser Pimentel é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, mestre em História Contemporânea (século XX) e doutorada em História Institucional e Política Contemporânea, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Elaborou diversos estudos sobre o Estado Novo, o período da II Guerra Mundial, a situação das mulheres e a polícia política durante a ditadura de Salazar e Caetano. É investigadora do Instituto de História Contemporânea (FCSH da UNL).

DEVASTAÇÃO | por Maria João Cantinho in “Facebook” (título nosso)

ANIVERSARIO DEL LANZAMIENTO DE LA BOMBA ATÓMICA SOBRE HIROSHIMA Y NAGASAKI

O que se está a passar, neste país, a todos os níveis, é devastador. Ainda ontem me confirmaram que os investigadores que não tenham um vínculo institucional serão obrigados a sair dos centros de investigação. Lembro algumas coisas essenciais:

1. Alguns são bolseiros (os privilegiados), mas muitos nem isso. Estão, com habilitações como mestrados, doutoramentos e pós-doutoramentos, desempregados e sem nada à vista. Um país que é incapaz de absorver pessoas altamente habilitadas é uma caricatura.

2. Não pertencendo aos centros de investigação, eles ficarão impossibilitados de fazer qualquer actividade que contribua para o seu currículo, actividades que lhes permitiriam, eventualmente, abrir caminho.

3. Não ganham dinheiro, não são pagos, trabalham de borla, apenas pela possibilidade de realizar actividades para enriquecimento curricular. E muitos alimentam a dinâmica dos centros pela sua maior disponibilidade.

4. Que explicação encontrar para este absurdo?

O Guardador de Rebanhos – no TMG

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«O Guardador de rebanhos [um secreto teatro]» é a 20ª produção do Projéc~ e estreia no Teatro Municipal da Guarda (TMG) na próxima quinta-feira, dia 10 de Outubro. Trata-se de uma encenação de Fernando Marques a partir do texto de Alberto Caeiro com a interpretação do actor André Gago. A peça ficará em cena até dia 12 (sábado)com sessões no Pequeno Auditório às 21h30. Está também prevista uma sessão aberta às escolas marcada para sexta, dia 11, às 14h30.

Sobre o espectáculo, o encenador refere que «O que surpreende (…) é o fascínio que sobre o leitor atual exerce este longo monólogo de um “homem” que procura “não pensar-se como homem, mas sentir-se como ser”. Numa definição que parte dos elementos da natureza para nos revelar que o mundo que julgamos construir pelas palavras nos afasta irremediavelmente da essência das coisas aconselha-nos “a despir a natureza do disfarce antropomórfico com que a vestimos” e a abandonarmos toda a retórica, todas as metáforas, toda a pressuposta subtileza que mais não é que uma elaboração do espírito para a si mesmo se justificar. Mas, ao desfazer-se das palavras o poeta condena-se ao silêncio definitivo, e talvez seja por isso que Alberto Caeiro decidiu morrer cedo. (…)»

saiba mais aqui

 

TERTÚLIAS DE LISBOA | LIVRARIA LER DEVAGAR | LX FACTORY | LISBOA

TERTÚLIAS DE LISBOA

1ª sessão: 12 Out. 2013 | José Manuel Anes e Sheikh David Munir.

Tema: A dimensão literária de Deus em Saramago.

2ª sessão: 9 Nov. 2013 | André Barata e Miguel Real.

Tema: A arte de sonhar, a utopia e o Quinto Império.

LIVRARIA LER DEVAGAR | LX FACTORY | LISBOA | 17 HORAS

(segundos sábados de cada mês)

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Regicídios Que Mudaram a História, de Américo Faria

84015c_bf3fc6f4547ee1733a9746682eb4e7e5.jpg_srz_348_548_75_22_0.50_1.20_0.00_jpg_srzAo longo da História da Humanidade, senhores de gloriosas nações e incontável poder viram a sua liderança tragicamente abalada pela insatisfação de um povo revoltado, subjugada pelo poder de outro império ou cobiçada por um familiar ambicioso.
Do louco Tibério, de Roma, ao mais sensato Gustavo III, da Suécia, passando pelos apaixonados Alexandre e Draga, da Sérvia, pelo irascível Paulo I, da Rússia, ou por D. Carlos, apaixonado por oceanografia, Regicídios que Mudaram a História apresenta ao leitor o destino trágico de reis e imperadores cuja morte trouxe um novo rumo à vida do seu país.
Viagem empolgante pelos principais atentados reais verificados ao longo dos tempos, Regicídios que Mudaram a História é uma obra indispensável para todos os que se interessam pelos acontecimentos que marcaram a Humanidade.

Um lançamento das Edições Parsifal para este Outubro.

TERTÚLIAS DE LISBOA | 2ª sessão 9 NOV. 2013 | Livraria Ler Devagar

A arte de sonhar, a utopia  e o Quinto Império | André Barata e Miguel Real

Andre-Miguel

André Barata (Faro, 1972) é professor da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior desde 2002. Fez toda a sua formação, em filosofia, pela Faculdade de Letras de Lisboa, onde se doutorou em 2004, depois de uma licenciatura e de um mestrado, acompanhados sempre por muito empenho no movimento associativo. Desde 1995, fez crítica de ensaio nos suplementos literários do Público – Leituras, Mil Folhas, Ípsilon.

Trabalhou com os filósofos Fernando Gil e João Paisana, tendo dirigido a revista Análise (2005/6) e integrado a direcção fundadora da revista de fenomenologia Phainomenon. Também fez parte da direcção da Sociedade Portuguesa de Filosofia.

Participou da fundação do curso de Ciência Política e Relações Internacionais da UBI, de que foi director desde finais de 2009. Em 2011, foi professor visitante na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

O seu gosto filosófico é dominantemente existencialista, com muitos trabalhos publicados sobre o pensamento de Sartre e as temáticas da consciência, da liberdade e das relações interpessoais. Nesse quadro, tem colaborado com as sociedades de formação de psicoterapeutas existenciais, tanto em Portugal como no Brasil.

Além de uma trintena de artigos e capítulos de livros, é autor de quatro livros:

Metáforas da Consciência. Porto, Campo das letras, 2000.
Sentidos de Liberdade. Covilhã, Ta Pragmata, 2007.
Círculos – Experiências Descritivas, Caminho, 2007 (Em co-autoria com Rita Taborda Duarte).
Mente e Consciência. Lisboa, Centro de Filosofia da Univ. Lisboa, 2009.

Miguel Real

Sintrense, Miguel Real, professor do ensino secundário e investigador no CLEPUL – Centro de Literatura de Expressão Portuguesa da Faculdade de Letras de Lisboa, publicou os romances A Voz da Terra (2005), O Último Negreiro (2006), O Último Minuto na Vida de S.(2007), O Sal da Terra (2008), A Ministra (2009) eMemórias Secretas da Rainha D. Amélia (D. Quixote), e os ensaios O Marquês de Pombal e a Cultura Portuguesa (2005), O Último Eça (2006), Agostinho da Silva e a Cultura Portuguesa (2007), Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa (2008) e Padre António Vieira e a Cultura Portuguesa (2008) na editora Quidinovi, bem como os ensaios A Morte de Portugal (2007, Campo das Letras), Matias Aires. As Máscaras da Vaidade(2008, Setecaminhos) e José Enes, Filosofia, Açores e Poesia (2009). Publicou também, em 2003, o romanceMemórias de Branca Dias, sobre a primeira mulher a praticar cultos judaicos no Brasil, a primeira “mestra de meninas” (professora) e a primeira senhora de engenho do Pernambuco (Temas e Debates), levada à cena pelo Cendrev, de Évora, em 2008, com representação de Rosário Gonzaga e encenação de Filomena Oliveira.
No teatro, sempre em co-autoria com Filomena Oliveira, para além da dramaturgia de Memorial do Convento, de Saramago, encenado por Joaquim Benite, e de nova dramaturgia para cinco actores, em cena no Convento de Mafra, escreveu as peças Os Patriotas, sobre a Geração de 70 (Europress), O Umbigo de Régio e Liberdade, Liberdade, esta última sobre os presos políticos durante o regime do Estado Novo, e 1755 O Grande Terramoto (Europress), levado à cena no Teatro da Trindade, Lisboa, entre Abril e Julho de 2006. A peça, Vieira – O Céu na Terra, representada nas ruínas do Convento do Carmo, em Lisboa, no Verão de 2008, teve encenação de Filomena Oliveira e produção do Teatro Nacional D. Maria II.
Recebeu os Prémios Revelação Ensaio da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio de romance Ler/Círculo de Leitores, o Prémio de Romance Fernando Namora, o Prémio Jacinto do Prado Coelho e, com Filomena Oliveira, o Grande Prémio de Teatro da Sociedade Portuguesa de Autores 2008 com a peça Uma Família Portuguesa, representada no teatro Aberto, em Lisboa, em 2010, com encenação de Cristina Carvalhal.

Sem Rede, de Ana Saragoça em Sintra

Sem rede

A acção decorre em tempo real, numa noite de sexta-feira em casa de Alice e Isabel, mãe e filha. A mãe, há muito divorciada, resolve receber para jantar o namorado de há 25 anos, seu primeiro grande amor, mentor nas lutas estudantis, quem no fundo a moldou em termos intelectuais. A filha, totalmente desengajada em termos políticos, procura freneticamente uma saída no estrangeiro, de preferência sem ter de pensar muito. O jantar decorre num ambiente entre tenso e cómico, com a mãe a ajustar-se à nova imagem do velho amor e abandonando gradualmente todas as ideias de retomar o romance; a filha sentindo-se gradualmente mais atraída por aquele homem que pode quiçá salvá-la de ir limpar retretes para a Suíça; e Bruno jogando ambiguamente com ambas. Através das características das personagens e dos conflitos gerados, “sem rede” é uma reflexão sobre o Portugal actual, alimentado por um passado de sonhos frustrados e com as perspectivas de futuro ocultadas por um denso nevoeiro.

Golpe Anunciado na Grécia

A Grécia caiu no caos. Um golpe de Estado militar, que instale “um governo interino sob garantia das forças armadas”, é anunciado para breve por uma unidade de reservistas das forças especiais, via um blog. O Parlamento Europeu encomenda um relatório sobre a situação e “descobre” que a Grécia desliza para a desordem económica, social e política.

O episódio da operação policial contra a “Aurora Dourada” um partido político neo-nazi representado no Parlamento e, agora, acusado de ser uma associação criminosa é o epifenómeno que trouxe para a ribalta o que ninguém queria ver.

O governo grego determinou já uma investigação ao blog que divulgou o apelo ao golpe de Estado. Esta não é, porém, a primeira vez que esta unidade militar assume posições duras. Quando da visita a Atenas de Angela Merkel, homens desta unidade apareceram em uniforme a protestar contra a presença de Merkel.

Esta unidade militar também acusa o governo de Antonis Samaras de ser um governo ilegal por ter violado a Constituição ao não fornecer aos seus cidadãos os previstos e adequados serviços de saúde, educação, justiça e segurança…

Observadores consideram que esta unidade representa apenas a ponta do iceberg militar pois a sua posição de “reservistas” e de “forças especiais” permite-lhes uma liberdade de manobra que não está ao alcance da hierarquia militar.

A Europa começa agora a perguntar se a democracia grega está em perigo quando os gregos acham que a democracia na Grécia já não existe e que do actual caos alguma ordem vai ter de emergir…

O Guardian regista os factos:

http://inteligenciaeconomica.com.pt

Grécia: Manifesto Militar Quer Fecho das Fronteiras e Controlo de Capitais

Manifesto do Exército grego em quinze pontos, divulgado este fim de semana, exige o fecho das fronteiras e o controlo do movimento de capitais. O “manifesto em 15 pontos” foi revelado na televisão francesa por Guillaume Dard e Jacques Sapir. Este último sublinha, aliás, que desde há um ano que discretamente o FMI e o Banco Mundial alertam a Europa para os riscos de grave derrapagem na Europa do Sul, Portugal incluído (apesar de sermos o Oeste da Europa, há quem goste nos meter no sul…).

Ler mais:

http://inteligenciaeconomica.com.pt/

Teatro Rápido | Amanhã, 5ª damos inicio à Programação de Outubro no TR sob o tema EXCLUÍDOS!

teatro Arrancamos em força, ora espreite o que temos para si logo nos primeiros dias! SALA 1 – Burrocracia Horário das sessões: 18h00 | 18h30 | 19h00 | 19h30 | 20h00 Dramaturgia: Luís F Soares Encenação e Interpretação: Isabel Mões e João Ferrador

SALA 2 – O Arquivo Horário das sessões: 18h05 | 18h35 | 19h05 | 19h35 | 20h05 Autoria e Encenação: Hugo Barreiros Interpretação: Gonçalo Brandão e Soraia Tavares SALA 3 – Monólogo Sem Título Horário das sessões: 18h15 | 18h45 | 19h15 | 19h45 | 20h15 Texto: Daniel Keene Tradução: Pietro Romani Encenação: Mickaël Gaspar Interpretação: Marc Xavier SALA 4 – Morrer na Praia Horário das sessões: 18h20 | 18h50 | 19h20 | 19h50 | 20h25 Texto e Encenação: Filipa Leal Interpretação: Ana Lopes Gomes e Inês Veiga de Macedo Cenografia e Fotografia: Miguel Bonneville PROGRAMAÇÃO PARA A INFÂNCIA A partir de 5 de Outubro Sáb. e Dom. entre as 15h00 e as 16h00 SALA 4 – A Lua Que Queria Ser Quadrada Horário das sessões: 15h00 | 15h30 | 16h00 Texto e Encenação: Isa Silva Interpretação: Liliana Leite e Rita Santana TR BAR De 3 a 31 de Out’13 De 5ª a 2ª entre as 16h00 e as 22h00 HOMEM VELHO Exposição de Desenho de Rute Gonzalez Entrada Livre Todas as 6ªs feiras de Outubro “THE MARIA PARDA’S BOOZE BAND” – Palco Treze – Dias, 4, 11, 18 e 25 às 22h00 M/16 Entrada: 7,50€ com oferta de 1,50€ em consumo TR BAR aplicável a 1 única bebida (não reembolsável) A partir de Gil Vicente Encenação e Dramaturgia: Carlos Freixo Música: colectivo Interpretação: Bruno Bandeira, Carla Garcia, Romeu Vala, Tiago Garrinhas e Tomás Alves. Sáb. dia 5 PFShortsFest Grande Final 21h30 ENTRADA: 3,00€ com oferta de 1 imperial Final da primeira edição do PFShortsFest. Desde Junho passado que contámos com 2 sessões por mês desta primeira edição da mostra. Foram exibidas várias curtas-metragens nacionais no magnífico espaço do TR BAR do Teatro Rápido. Trailer das Curtas Finalistas: http://www.youtube.com/watch?v=nOGgUnQyoCw&feature=youtu.be

União Baiana de Escritores | UBESC é fundada e empossa a primeira diretoria

SAM_1654Valdeck Almeida de Jesus é um dos integrantes da nova entidade e sua posse acontece durante a 3ª edição do Encontro de Escritores Baianos Independentes – ENEBI, nos dias 10 e 11 de outubro de 2013, quinta e sexta-feira, respectivamente, na Biblioteca Pública Thales de Azevedo (Rua Adelaide Fernandes da Costa, s/n – Costa Azul, em Salvador-BA). Os demais diretores são Roberto Leal (presidente), Jorge Carrano, Cymar Gaivota, Marcelo Oliveira e Rudival do Amparo.

Para Valdeck Almeida de Jesus “é uma honra participar da diretoria da UBESC, que já nasce grande, comprometida com a classe de escritores e com os parceiros que nela trabalham. Vida longa a esta União Baiana de Escritores”, declara.

A UBESC nasceu após a dissolução do Núcleo Baiano da União Brasileira de Escritores, que foi conduzido por três anos por Roberto Leal e pelo jornalista Carlos Souza Yeshua. Na opinião de Yeshua, um dos escritores que esteve na coordenação do núcleo da UBE, enquanto a UBESC estava sendo pensada, “Como diz Roberto Leal, 2013 é, realmente, o ano da literatura. Na Bahia, grandes acontecimentos têm marcado este momento e, o lançamento da União Baiana de Escritores – UBESC. É um marco histórico, digno de todo elogio, por ser fruto do trabalho de escritores abnegados que lutam pelo fortalecimento dos autores locais. A UBESC é um projeto que estava sendo estudado há cerca de quatro anos e, agora, chega para ficar”.

Roberto Leal justifica a criação da nova agremiação: “Pessoalmente não tenho nada contra a UBE/SP. A dissolução do Núcleo da UBE na Bahia se deu em razão da pouca comunicação, ou vez em quando de ásperas comunicações e da falta de ações culturais, o que causou inconformismo em alguns associados, pela forma como a UBE se portava diante da pouca presença na vida literária de cada um dos associados baianos”.

Em relação à União Brasileira de Escritores, com sede em São Paulo, à qual o Núcleo Baiano era subordinado, Leal esclarece: “Como um dos integrantes dessa formação, dessa fundação, da manutenção desse núcleo em parceria com o companheiro Carlos Souza, por longos três anos, decidimos pela regionalização da classe representativa e optamos pela criação da União Baiana de Escritores, que usará sigla “UBESC” e nada tendo de relação com a UBE/SP”. Roberto Leal acredita que a criação da UBESC não impede que os associados continuem filiados a São Paulo, independentemente da dissolução do núcleo baiano… Eles podem optar por uma ou outra, ou participarem das duas.

Jorge Baptista Carrano, publicitário, poeta e ativista cultural, é um dos coordenadores do Fala Escritor e suplente no Colegiado Setorial de Literatura do Estado, além de fazer parte, também, das atividades do Plano Municipal do Livro, Leitura e Biblioteca. Para Carrano, “A UBESC veio para dar um rumo, um norte à classe autoral. Ela surge num momento em que é fundamental que sejam muito bem demarcados os territórios de atuação dos escritores baianos. Um fórum que acolha as demandas do setor e promova discussões que alavanquem a produção e divulgação literária na Bahia. E necessário, porém, que na contrapartida, os escritores baianos se unam em torno da UBESC, se fortalecendo e tornando-a cada vez mais forte“.

O ENEBI é uma realização da União Baiana de Escritores e Fundação Òmnira, com o apoio da Fundação Pedro Calmon, da APUB – Associação dos Professores Universitários da Bahia, da Cantina da Lua e do site Galinha Pulando.com e tem curadoria do jornalista e editor Roberto Leal. O evento terá na programação: palestras, mesas-redondas, lançamentos de livros e revistas, recital poético, promoção de intercâmbio cultural, sorteio de publicações e coquetel de confraternização no encerramento.

Mais informações sobre a UBESC e ENEBI: http://www.fundacaoomnira.com.br/2013/08/encontro-de-escritores-vai-agitar-as.html?m=1

Vencedor do Prémio LeYa 2013 anunciado a 15 de outubro

logo_premio_leyaO romance vencedor da edição deste ano do Prémio LeYa será anunciado no próximo dia 15 de outubro, depois de concluídas as reuniões do júri, agendadas para 14 e 15 de outubro, na sede da LeYa, em Alfragide.

A edição deste ano superou as expectativas, com o número de originais recebidos a chegar aos 491 – mais 43 do que a edição de 2008, a mais concorrida até agora. Destaca-se, igualmente, a diversidade dos países de onde são oriundos os trabalhos a concurso: foram recebidos originais de 14 países diferentes. Com claro destaque para Portugal e Brasil, à LeYa chegaram também trabalhos da Alemanha, Angola, Espanha, França, Guiné Bissau, Itália, Luxemburgo, Macau, Moçambique, Reino Unido, Suécia e Estados Unidos.

O júri do Prémio LeYa 2013 mantém-se inalterado relativamente à edição anterior, sendo formado pelos escritores Manuel Alegre (Presidente do júri), Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, e por José Carlos Seabra Pereira, Professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Lourenço do Rosário, Reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, e Rita Chaves, Professora da Universidade de São Paulo. À análise do júri foram submetidas sete obras finalistas que estão a ser avaliadas em regime de “prova cega”.