Palavras a Preto e Branco – Fundação José Saramago


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“Sobre o negro, uma escrita a luz.
Liberta-se em poesia o que se fixou no olhar.”

Com fotografias de José Luís Outono e o discorrer poético dos pensamentos de José Gabriel Duarte é lançado este sábado, na Fundação José Saramago, este “Palavras a Preto e Branco”.

É às 16:00 horas, sintam-se convidados.

A frase em citação é da minha autoria e encontra-se nas badanas deste livro.

 

DOZE NOTAS SOBRE LITERATURA EM TOM DE PRECEITO | Mário de Carvalho

1) – Comece o escritor por ser um leitor curioso, variado e insaciável, capaz de ser «autor dos livros que lê», na expressão esclarecida de Óscar Lopes.
2) – Há coisas que não se escrevem, nem sob tortura. Frases como um «rapaz alto e espadaúdo», «lábios vermelhos como cerejas», ou incipits como «tudo começou quando», são admissíveis em clave de ironia ou de apelo à cumplicidade do leitor. Se não, revelam o autor ingénuo, em demanda de leitor apropriado.
3)  – Aprenda-se com os mestres. Ainda com aqueles de quem não se goste, ou com quem não existam afinidades de imaginário, prosa ou família literária. Quer para os rejeitar (ou exorcizar) ou para os incorporar, impõe-se não serem esquecidos. A literatura não se inventa a cada instante. Reinventa-se.
4) – As neves de antanho são despachadas a derreter. Em menos de uma geração estalam e desfazem-se as gloríolas literárias. É sensato ser circunspecto, quer em relação ao sucesso próprio, quer ao dos outros. Têm vocação de fugazes e frágeis.
5) – Nunca se deve lisonjear o leitor. Apostar na moda é condenar-se àquilo que já passou.
6) – Guardar-se de palavras fortes sobre a matéria, tais como «fulgor», «assombro» e «sublime» e adjectivos derivados. A literatura e a arte situam-se nas zonas do indizível a que as palavras não chegam. Por isso elas descaem, quando são forçadas.
7) – A literatura não é sagrada, nem precisa de altares, santinhos, beatos e beatas. Mesmo o texto mais solene e dorido tem um fio lúdico que bule com o entranhado instinto de jogo dos humanos.
8) – Há que valorizar o ofício, a técnica, a velha techné dos antigos, o domínio cuidado e rigoroso sobre os materiais. Essa é a arte em que falavam os Gregos, emparelhada com o engenho, ou inventiva.
9) – As teorizações e doutrinas vêm após o texto e exercem-se sobre ele. Quando se tenta o contrário, nem sempre dá bom resultado. Está para se saber se uma hiperconsciência do texto será ou não inibidora.
10) – A língua com que trabalhamos apresenta variadíssimas panóplias de recursos. Nenhum deles está vedado ao autor que pode, até, escolher as soluções mais rudimentares. Mas que o texto resulte sempre de uma opção livre e não de uma ignorância limitadora.
11) – Considerar que no jardim do Senhor há muitas tendas, como diz a Bíblia algures, ou, se não diz, podia dizer. Com os outros, aprende-se sempre alguma coisa. Pode ser que a criação de espaço e as demarcações impliquem algum alarido. Mas ponderadas em termos históricos, para já não dizer sub specie aeternitatis, soam um bocado a chocalho. Pode, aliás, ser um bom exercício formativo, o de encontrar qualidade naquilo de que se não gosta.
12) – Todas as afirmações peremptórias sobre literatura estão erradas. E, como no célebre paradoxo do cretense, se calhar, esta também está errada. Bem como as anteriores. Mas não deixa de ser curioso verificar que o gosto da frase bombástica e assertiva denuncia desde logo o outsider ou o parvenu.
MdC 

Na imagem, Tolstoi por Ilya Repin

www.mariodecarvalho.com

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Diários de Viagem | Leva-me Levante: crónica de apresentação | Vítor Mendes

A 4 de Novembro Vítor Mendes parte sem destino. Leva-o o vento.

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O meu nome é Vítor Mendes, tenho 21 anos e sou de Rio de Couros, uma pacata aldeia do concelho de Ourém.

Estou desempregado, numa altura do ano pouco propícia a oportunidades de trabalho. Por isso, pus em prática o que há muito planeava mas para o qual nunca tive nem tempo, nem recursos. Dia 4 de Novembro começo uma aventura “Rumo a Levante…” Rumo a terras por mim desconhecidas mas com grande vontade de lhes tirar o manto e projetá-las da imaginação para o palpável. Conhecer culturas, costumes e tradições. Conhecer pessoas e ouvir o que pensam. Tudo isto me fascina! Partir à procura de conhecimento e memórias.

Desde muito pequeno que as belezas naturais e urbanas me despertam um misto de sentimentos pelo poder superior que emanam e pela paz interior que em mim provocam. São sentimentos inigualáveis aqueles que as tão raras paisagens que temos por Portugal originam. Mas a vontade de ver mais é cada vez maior e cresce devido à facilidade com que obtemos informação nos tempos que correm.

Quanto mais somos atingidos pela austeridade, mais pensamos naquilo que realmente importa – no meu entender, sempre foi ser e fazer feliz. Encaro qualquer objetivo de vida como um subtópico desse modo de estar. Não queria utilizar uma frase feita, mas li certo dia uma afirmação que me diz muito: “Evitar o perigo não é, a longo prazo, tão seguro quanto expor-se ao perigo. A vida é uma aventura ousada ou, então, não é nada.”.

Venho de uma terra onde o horizonte é visto como a “terra perigosa”, mandam os velhos pensamentos que a zona de conforto não é para ser trespassada. Portugal é visto como uma casa de quatro paredes, mas apesar de ter nascido por cá, e peço desculpa pela redundância, também nasci no mundo!

Decerto é difícil remar contra a maré, planear uma viagem destas nunca encaixará naquilo que esperámos, mas é exatamente aí que vejo a mística de se viajar rumo a não sei onde.

Espero contar com vocês, caros leitores, para uma interatividade na minha página do Facebook  ( www.facebook.com/LevameLevante ) e aqui. Pois um dos objetivos principais deste projeto é dar a conhecer.

Até já.

Ler mais:

http://visao.sapo.pt/leva-me-levante–cronica-de-apresentacao=f751514#ixzz2ieLlNV2O … (FONTE)

Michelangelo Caravaggio, “The Crowning with Thorns”

Crown of Thorns attributed to Michelangelo Merisi, Caravaggio (1602)

  • Michelangelo Merisi da Caravaggio foi um pintor italiano atuante em Roma, Nápoles, Malta e Sicília, entre 1593 e 1610. É normalmente identificado como um artista barroco, estilo do qual foi o primeiro grande representante. Wikipédia

Turismo Religioso: A Experiência Cultural nos Destinos Religiosos

Turismo Religioso

A ACISO – Associação Empresarial Ourém-Fátima, em colaboração com o Município de Ourém e com o apoio do Turismo de Portugal, organiza o II Workshop Internacional de Turismo Religioso – “Turismo Religioso: A Experiência Cultural nos Destinos Religiosos”, no dia 8 de novembro, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima.
Foram convidados operadores e leaders de opinião de diversos mercados, nomeadamente: Brasil, EUA, Polónia, Irlanda, Espanha, França, Itália, Bélgica, Holanda, Reino Unido, Suécia, Rússia, Alemanha e México.
Este evento dirige-se a operadores turísticos nacionais, agentes de viagem e hoteleiros, entre outros empresários do sector do Turismo, especialmente vocacionados para o Turismo Religioso.
Informações e inscrições no site oficial do evento:www.religioustourismworkshop.com