Fernando Rosas premiado pela Academia Portuguesa de História | in Esquerda.net

A Academia Portuguesa de História anunciou esta quarta-feira que Fernando Rosas estava entre os nove autores que decidiu galardoar. O livro “Salazar e os Fascismos. Ensaio breve de história comparada” venceu o prémio da Fundação Calouste Gulbenkian na categoria “História da Europa”.

“Salazar e os Fascismos. Ensaio breve de história comparada”, livro editado pela Tinta-da-China, valeu a Fernando Rosas o prémio Fundação Calouste Gulbenkian, na categoria História da Europa, atribuído pela Academia Portuguesa da História Lisboa.

O anúncio da distinção aconteceu esta quarta-feira. No livro, Rosas aborda a comparação entre a ditadura que se instalou em Portugal a partir dos anos 20 do século passado e os outros regimes autoritários de direita que terão o seu auge na Europa nos anos 30.

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Setúbal sob a Ditadura Militar

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Uma das medidas seguidas pela Ditadura para combater o défice é a diminuição dos salários. Dia a dia os trabalhadores vão perdendo direitos conquistados. Há uma ambiência de pobreza extrema sendo que as autoridades locais chegaram a “deportar” para as terras de origem dezenas de famílias que viviam em Setúbal e que não tinham emprego pagando-lhes o bilhete de comboio.

Setúbal sob a Ditadura Militar (1926-1933) é o mais recente livro do historiador Albérico Afonso Costa. O retrato de uma cidade no período que mediou o fim da primeira República e o início do Estado Novo.

O autor aceitou responder a algumas questões colocadas pelo Das Culturas.

Setúbal sob a ditadura militar é um livro de resistência?

A investigação histórica deve tentar sempre libertar-se das duas visões dicotómicas que normalmente se colocam ao historiador: a condenação de determinado período histórico, ou a sua defesa. Essas opções são quase sempre limitadas e pobres. Nesse sentido este não é um livro de resistência. Contudo, ao pretender devolver a memória aos setubalenses, ao pretender que a cidade de Setúbal se reencontre com o seu passado, podemos, nessa vertente, encarar este livro como um livro de resistência. Resistência contra o silêncio e contra o esquecimento.

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Prémio PEN Clube de Ensaio 2012

Salazar e o Poder – A Arte de Saber Durar foi vencedor do prémio PEN Clube de Ensaio 2012.

Fernando Rosas deixa-nos uma visão lúcida e desprendida de atavismos morais. Bem documentado, este livro, espelha o trabalho de quem dedicou uma vida académica a este período da história de Portugal e sempre procurou saber como Salazar sobrevivera durante tanto tempo. Não o teria conseguido por recurso a um exercício excessivamente autoritário ou repressivo, mas por uma sábia conduta de quem conhece a verdadeira natureza dos portugueses e, tirando partido disso, se lhes impôs como líder desejado e providencial. Uma obra indispensável ao conhecimento deste período da história de Portugal que, nos dias de hoje, muitos gostariam de ver repetida.

leia mais no Acrítico – leituras dispersas

Fernando Rosas no Muito cá de casa

O professor Fernando Rosas apresentou o seu último livro “Salazar e o Poder – A arte de saber durar”, na Casa da Cultura de Setúbal.

Segundo o autor, o livro divide-se em três partes: o que pensava Salazar sobre a política (caindo o mito que Salazar vivia acima das questões políticas), como chegou ao poder e finalmente como conseguiu manter-se no poder durante tantos anos.

O paralelismo com a situação actual era inevitável. Fernando Rosas citou o “Eu não fui eleito para coisíssima nenhuma” de Vítor Gaspar para ilustrar o primeiro degrau de entendimento da política por parte do Estado Novo. Para Salazar o primeiro nível político era o da governança que era técnico e devia ser confiado aos técnicos, dispensando-se a participação dos cidadãos (que não tinham de ser ouvidos) ou dos seus representantes (o parlamento não se devia preocupar com este tipo de assuntos).

Também Vítor Gaspar se considera um “técnico em exercício” fazendo o que é preciso para o bem da nação, mesmo que esta nação não o entenda e, até mesmo, rejeite em uníssono essas políticas – esquecendo-se que, em democracia, o governo é uma emanação da vontade popular expressa nas urnas.

Foi uma lição de história, estruturada, bem fundamentada e com sentido de humor que assistimos ontem na Casa da Cultura de Setúbal.