Assim argumenta Habermas | JAVIER RODRÍGUEZ MARCOS 03 MAY 2020 in El País

Biografia do filósofo alemão permite rastrear as grandes polêmicas intelectuais do último meio século. Suas críticas à amnésia a respeito do passado nazista fizeram dele uma consciência moral da Europa.

Em novembro de 2004, Jürgen Habermas viajou ao Japão para receber o Prêmio Kyoto, convocado por uma empresa de tecnologia e dotado de 800.000 euros. Deu duas conferências lá. A primeira foi dedicada ao livre arbítrio e à responsabilidade do ser humano. Na segunda atendeu ao pedido de seus anfitriões: “Por favor, fale sobre o senhor”. Foi a primeira vez que o fez em público. Tinha 75 anos e estava a 9.000 quilômetros de casa. Lá ele se lembrou das dolorosas operações no palato que fez na infância em sua cidade, Düsseldorf, para tentar corrigir uma fissura congênita que marcou para sempre sua pronúncia. Também lembrou a “sensação de vulnerabilidade” que isso lhe causava. Depois falou da outra grande ferida que marcou sua vida, um passado pouco exemplar do qual sua família fez parte: os pais o alistaram aos 10 anos de idade na Juventude Hitlerista e o pai, filiado ao partido nazista, acabou nas cadeias norte-americanas como prisioneiro de guerra. E claro, falou sobre o que o fez mudar da medicina, sua primeira vocação, para a filosofia: a impressão causada pelos crimes descritos nos julgamentos de Nuremberg, a falta de autocrítica de seus compatriotas e o medo de que a Alemanha recaísse no delírio que partira pela metade a história da humanidade.

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Are We Still Good Europeans? | by Jürgen Habermas on 13/07/2018 in “Social Europe”

When I graduated from high school, my career aspiration was listed on my diploma: Habermas wants to become a journalist, it said. Yet once I began working for the Gummersbach section of the Cologne daily Kölner Stadtanzeiger, and then again when I wrote under Adolf Frisé for the culture pages of the Handelsblatt, it was repeatedly made clear to me that my writing style was far too complex. Even the extremely charitable Karl Korn, who fervently urged me to practice during my time as a university student in Bonn, later declared that I should perhaps stick to my academic proclivities. It is a critique that continues to be reflected in reader mail, and at my age, improvement isn’t likely. All of which makes me even more delighted about the invitation, extended to me by the director general of Saarland Broadcasting in conjunction with the German-French Journalism Prize, to follow in the footsteps of such distinguished predecessors as Tomi Ungerer, Simone Veil and Jean Asselborn. My connection to Asselborn is that he too prefers blunt honesty when speaking of Europe. With the prize presenter and laudator having found such complimentary words for my efforts – endeavours which are otherwise simply derogated as euro-romanticism – you will certainly not view it as a transgression of good taste if I, against the backdrop of our disintegrating continent, merely repeat that which I have often stated before on this subject.

I will refrain from addressing the symptomatic clamouring coming out of Bavaria, a ruckus that triggered a government crisis while shoving the more pressing issue – the lack of cooperation in the EU – into the background. The culpability lies with that sort of pro-European who shies away from admitting to the real reservations they in fact hold against a Europe of practiced solidarity. Jean-Paul Sartre explained the term mauvaise foias an elegant contradistinction to bonne foi. Who among us is not familiar with this quietly murmuring uneasiness? We act bona fide, in good faith, but in moments of reflection, we sense a gnawing doubt about the consistency of the assertively argued convictions we hold – as if there was a weak spot in the river bank over which the waters of our argument are flowing unnoticed. My impression is that Emmanuel Macron’s appearance on the European stage has exposed just such a weak spot in the self-image of those Germans who patted themselves on the back during the euro crisis, convinced as they were that they remained the best Europeans and were pulling everyone else out of the quagmire.

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Biographie de Jürgen Habermas réalisée par Stefan Müller-Doohm

[Hors série Connaissance] Découvrez la biographie de Jürgen Habermas  réalisée par Stefan Müller-Doohm

Sans conteste, Jürgen Habermas est l’un des derniers intellectuels majeurs au niveau international. «Défenseur de la modernité» et conscience publique de la République fédérale», il est aussi un éminent penseur de l’Europe.

Par ses monographies et nombreux articles, recueillis en volumes, traduits dans plus de quarante langues, il s’est acquis, en tant que philosophe, uneréputation mondiale et, en tant qu’auteur, il a reçu un écho qui excède de loin le monde académique. Un tel constat conduirait aisément à en inférer que sa biographie devrait au fond être celle de son œuvre. Mais si cette vie fascine, c’est qu’elle ne peut aucunement se résumer à une pile de livres savants.
En effet, Habermas a toujours plus quitté l’espace protégé de l’univers académique pour endosser le rôle du polémiste pugnace, et peser de cette façon sur l’histoire des mentalités de l’Allemagne et de l’Europe. Aussi l’ouvrage de Stefan Müller-Doohm, à qui l’on doit déjà une biographie d’Adorno, noue-t-il deux trames : d’une part la description des allers-retours sinueux entre activité professionnelle principale et activité seconde, et d’autre part l’interdépendance entre les évolutions de la pensée du philosophe et les interventions de l’intellectuel public dans le contexte de son temps.

L’action conjuguée de la réflexion philosophique et de l’intervention intellectuelle, qui caractérise l’activité de Jürgen Habermas, explique que cette biographie soit celle tant d’une vie que d’une œuvre en devenir perpétuel.

Traduit de l’allemand par Frédéric Joly

Feuilletez les premières pages de ce livre ici : http://bit.ly/2FsWxGX

 Retirado do Facebook | Mural de Gallimard

Habermas no país das desigualdades estruturais | GUSTAVO CARDOSO in Jornal Público

O título deste artigo tem algumas semelhanças com o título da obra de Hergé,Tintin no país dos sovietes, mas a semelhança termina aí. Jurgen Habermas não é um repórter personagem de banda desenhada, mas sim um filósofo e sociólogo, e ao contrário de Hergé, que não esteve na Rússia quando desenhou essa primeira obra do seu herói Tintin, Habermas esteve na passada semana em Lisboa e conhece bem o nosso país, a Alemanha e a Europa.

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Filósofo Habermas alerta para exigência dos cidadãos de uma “democracia directa”

Para o filósofo, “no caso da pós-democracia, a perceção é que os governos não só perderam a vontade como também a força para intervir de modo a alterar o estados dos mais desfavorecidos”.
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O filósofo alemão Jurgen Habermas afirmou hoje, em Lisboa, que no mundo ocidental há uma apatia e um distanciamento em relação aos políticos e há uma exigência, por parte dos cidadãos e grupos de protesto, de uma democracia direta.

A convite da Fundação Calouste Gulbenkian, no âmbito de uma conferência internacional sobre educação, o teórico alemão, de 84 anos, falou sobre democracia na Europa, sobre a “transnacionalização” democrática perante a crise na zona euro.

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