O Meu Mundo Não é Deste Reino, João de Melo

O Meu Mundo Não é Deste ReinoEsta narrativa de João de Melo é uma crónica dos prodígios que fazem a história de uma comunidade rural perdida algures nos Açores. Narrativa mítica, sem cronologia, que começa in illo tempore e prossegue seguindo o fio das ocorrências fantásticas (a chuva dos noventa e nove dias, o dia em que os animais choraram, o dia em que se viu a outra face do Sol, a morte e ressurreição de João-Lázaro) e das vidas de personagens excessivos e arquetípicos (um padre venal, um regedor hercúleo e despótico, um curandeiro e um santo) que povoam um lugar perdido nas brumas do tempo, no outro lado da ilha, progressivamente devolvido à comunicação com o mundo.

8.ª Edição – Reescrita pelo Autor

Lugar Caído no Crepúsculo, de João de Melo

Lugar Caído no Crepúsculo

O que nos acontece depois da morte? É esta a pergunta implícita ao longo das páginas deste romance. Um livro que impõe a vida, em protesto contra a tragédia da morte humana, recusando-se a aceitar o silêncio e a escuridão do desconhecido e do sagrado: os mistérios acreditados pela fé de muitos, mas não pela angústia dos que questionam o Além.

Com uma abordagem distinta dos conceitos tradicionais, e numa escrita marcada pelo realismo fantástico, João de Melo humaniza a imagética cristã, conferindo-lhe uma realidade mais próxima do mundo e da vida.

Uma viagem pela vida e pelo Além em que o leitor é guiado por diversos narradores: vozes comprometidas, trágicas, cómicas, que narram a excepção e a realidade do Homem no nosso mundo.

Citando João de Melo in Facebook

A QUESTÃO DA PRESIDÊNCIA
Houve um tempo em que tínhamos um amigo em Belém. Podíamos não o conhecer pessoalmente. Mas era um amigo digno de vénia. Um político sério, um homem próximo das pessoas e um Presidente de todos os Portugueses. Isso aconteceu-nos com o senhor general Ramalho Eanes, com Mário Soares, com Jorge Sampaio. Humanos, sérios e cultos. Amantes das coisas do espírito, homens de causas, gente fiável e verdadeira. Tive a sorte de os conhecer pessoalmente aos três, sei do que falo: ainda hoje são os “meus” Presidentes. Mas nem precisava de os conhecer em pessoa, pois bastava olhá-los nos olhos e percebia-se quem eram, o que pensavam, cada um com a sua dose de coragem. Tínhamos em Belém um amigo! Belém era uma casa portuguesa, uma varanda sobre o país de todos nós. E vinha de lá, sempre, uma voz que nos estimava, uma voz cheia de palavra, em cuja boca a palavra era o verbo, e o verbo era o homem. Antigamente, repito, havia sempre um amigo em Belém!

João de Melo