Ricardo Araújo Pereira apoia Livre para viabilizar “combinações à esquerda”

euro-stars-papoila-770x598Já era tempo de os portugueses poderem candidatar-se a eleições sem estarem reféns de uma direcção partidária. Esta é uma das ideias que Ricardo Araújo Pereira vai usar para justificar o apoio que decidiu dar ao partido Livre e à reeleição de Rui Tavares como deputado europeu.

A dirigente do Livre Marta Loja Neves confirmou ao PÚBLICO que o humorista gravou um tempo de antena que irá para o ar na SIC na próxima terça-feira. Durante cerca de dois minutos, Ricardo Araújo Pereira, que não tem filiação partidária, justifica a opção com a crença de que o Livre “viabiliza novas combinações à esquerda”. Uma esquerda, diz, “que não abdique dos seus princípios, mas que não atire a governação para os braços da direita.”

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O Pecado de Porto Negro, de Norbeto Morais

O Pecado de Porto NegroEm Porto Negro, capital da ilha de São Cristóvão, toda a gente conhece Santiago Cardamomo, o bom malandro que trabalha na estiva, tem meio mundo de amigos e adora mulheres, de preferência feias, raramente passando uma noite sozinho. O seu sucesso junto do sexo oposto enche, aliás, de inveja aqueles a quem a sorte nunca bateu à porta, sobretudo o enfezado Rolindo Face, que há muito alimenta esperanças no amor de Ducélia Trajero –a filha que o patrão açougueiro guarda como um tesouro. Mas eis que, no dia em que ensaiava pedir a sua mão, assiste sem querer a um pecado impossível de perdoar que acabará por alterar a vida de um sem-número de porto-negrinos, entre os quais a da própria mãe; a de um foragido da justiça que vive um amor escondido para se esquecer do passado; a de Cuménia Salles, a dona do Chalé l’Amour, a mais afamada casa de meninas da cidade; ou a de Chalila Boé, um mulato adamado que, nas desertas horas da madrugada, se perde pelo porto à procura do amor.

Retrato de Rapaz, de Mário Cláudio

Retrato de RapazFarto do descaminho de Giacomo, o pai vem deixá-lo ao estúdio de banho tomado, mas ainda com andrajos e piolhos, para que o artista que exuma cadáveres e constrói máquinas voadoras o endireite e faça dele seu criado. A beleza do rapaz impressiona Leonardo, que logo pensa nele para um anjo, concluindo porém que lhe assentam melhor corninhos de diabrete, e assim o rebaptizando como Salai. Serão, de resto, os pecadilhos do rapaz que o farão cair nas boas graças do amo e o elevarão à categoria de aprendiz sem engenho mas com descaramento para emitir opiniões, borrar a pintura, traficar pigmentos e até surripiar desenhos. E, num jogo de pequenas traições mútuas, vai-se criando entre Salai e o pintor uma cumplicidade que os aproximará como se fossem pai e filho.

Retrato de Rapaz é uma novela fulgurante sobre a relação entre mestre e discípulo, nem sempre isenta de drama e decepção, e sobre a criatividade de um artista genial em tudo, mesmo na gestão dos seus afectos.