ANA BEATRIZ MENEZES NA DANISH NATIONAL SYMPHONY ORCHESTRA, NA DINAMARCA

Autor: Da Capo
 05 jun 2018

A jovem trompista Ana Beatriz Menezes ganhou o lugar de Trompa co-principal na Danish National Symphony Orchestra, na Dinamarca.

Ana Beatriz Menezes iniciou os seus estudos musicais aos quatro anos de idade no Conservatório de Música Jaime Chavinha em Minde, onde nasceu em Abril de 1992.

Começou por frequentar as classes de violino e piano e aos oito anos estreou-se na Banda da Sociedade Musical Mindense na sua terra-natal, onde conheceu a trompa. Tendo reconhecido alguns anos mais tarde que este se tinha tornado no seu instrumento preferido, ingressou na classe de trompa do mesmo conservatório, com aspirações de se tornar trompista profissional.

Terminou em Julho de 2013 a Licenciatura em Música pela Escola Superior de Música de Lisboa, na classe dos professores Jonatan Luxton e Paulo Guerreiro. Quatro anos mais tarde obteve o Mestrado em Ensino da Música pela mesma escola, sob orientação do professor Paulo Guerreiro.

Frequenta actualmente o Mestrado em Performance Especializada em Orquestra pela Zürcher Hochschule der Künste em Zurique, na classe dos professores Nigel Downing e Radovan Vlatkovic, formação esta que lhe confere também uma especialização em Trompa Natural com o professor Glen Borling e lhe permite colaborar com a Philharmonia Zürich como voluntária, sob orientação do professor László Slavik.

Em Agosto de 2011 obteve o 1º Prémio no Concurso da International Summer Academy, em Torres Vedras, e em 2013 o 1º Prémio no Concurso Internacional de Jovens Intérpretes de Chieri (Itália). Em Agosto de 2014 foi galardoada com o Paul Mansur Award, o Jon Hawkins Award (ambas bolsas de estudo) e também com o 1º Prémio no IHS Premier Soloist Competition, inseridos no 46º Simpósio da International Horn Society em Londres. Em Março de 2015 obteve o 1º Prémio no Concurso Internacional Terras de La-Salette em Oliveira-de-Azeméis, na categoria Trompa Nível Sénior.

Em Julho de 2017 ganhou o 2º Premio no Concurso Prémio Jovens Músicos em Lisboa (Portugal), na categoria Trompa Nível Superior. Em Abril do presente ano obteve o 2º Prémio no Concurso de Música de Câmara “Kiwanis” em Zurique.

Ana Beatriz Menezes tem vindo a colaborar frequentemente com orquestras profissionais em Portugal e no estrangeiro ao longo da sua carreira, em que tocou não só trompa moderna mas também trompa natural e tuba wagneriana, de entre as quais a Orquestra Gulbenkian, a Orquestra de Música Barroca Divino Sospiro, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Philharmonia Zürich (Zurique, Suíça), a Luzerner Sinfonieorchester (Lucerna, Suíça) e a Danish National Symphony Orchestra (Copenhaga, Dinamarca), onde irá começar a trabalhar a partir de Agosto deste ano.

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António dos Santos Ramalho Eanes | primeiro Presidente da República democraticamente eleito após o 25 de Abril | por Gaspar Macedo

Caro General Ramalho Eanes, ultimamente o Portugal que serviu enquanto Presidente da República tem-se chocado com o aproveitamento que muitos membros da nossa classe política interpretam. Somos o país que consegue sentir o choque do ridículo mas que normaliza tais comportamento porque, como sabemos, “todos os políticos são iguais”.

Ficamos surpreendidos quando soubemos que em média, entre 2006 e 2013, os nossos governantes gastaram 295 euros por refeição. Ficamos admirados com a notícia de José Conde Rodrigues , ex-secretário de Estado da Justiça, que gastou 13.657 euros dos fundos públicos na compra de 729 livros para beneficio próprio.
Ficamos pasmados com o caso da ex-ministra da Saúde Ana Jorge, ao ter usado um cartão de crédito em nome do Estado (para despesas urgentes de trabalho) em lojas de roupa, ourivesarias ou no El Corte Inglés.
Ficamos boquiabertos com o ex-ministro da economia, Manuel Pinho, que recebeu 1 milhão de euros na sua Offshore depois de beneficiar a EDP em vários contratos de parceria.
Ficamos espantados, mais recentemente, com o ministro-adjunto deste executivo que embora advogado de elite disse desconhecer a lei que o impedia de acumular cargos públicos com outros cargos em empresas privadas.

Enquanto grande parte da nação ajoelha-se boquiaberta e volta a esquecer estes abusos, como se um anulasse o anterior, não consigo esquecer o Presidente da República que num período de grandes dificuldades financeiras, consta que vendeu a sua própria casa de férias para pagar os custos que a presidência não conseguia suportar. Não consigo deixar de relembrar o individuo que tinha apenas dois fatos e que recebia as visitas ao Palácio de Belém com um chá depois da hora de jantar, para evitar custos desnecessários. Esse foi o senhor.

Em julho de 2017 o país ficou a conhecer o caso dos três secretários de Estado que beneficiaram de viagens pagas pela empresa Galp, antes de ser aprovado um benefício fiscal em dezenas de milhões de euros à mesma empresa. José Sócrates defendeu que as críticas se tratavam de “um excesso de patriotismo”, considerando que as suspeitas sobre os governantes eram “estapafúrdias” e António Costa não hesitou em reforçar a “relevante e dedicada colaboração dos três Secretários de Estado nas funções desempenhadas no XXI Governo Constitucional”.

Em abril de 2018 chegou a público os milhares de euros de que vários deputados beneficiaram ao receber em duplicado o valor das viagens que faziam em “nome do interesse nacional”. Carlos César, líder parlamentar do partido socialista e parte desse grupo, logo declarou não se sentir culpado por não ter feito “nada de errado”, sendo que o “atual modelo vigora há décadas e foi utilizado por altos cargos do Estado”. Eduardo Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da Republica, declarou a inocência dos parlamentares que nas suas palavras não tinham “cometido nenhuma e ilegalidade.

Não esqueço o homem que RECUSOU receber 1 milhão de euros do erário publico, com o acumular de dezenas de anos sem receber a subvenção que tinha direito, após o parecer do Provedor de Justiça em 2008 ter defendido que todos os Presidentes deviam ser tratados de igual forma

Deparamo-nos com um ex-primeiro ministro que fez da acção política o benefício dos seus interesses pessoais, onde até históricos como Arons de Carvalho defendeu não achar “reprovável uma pessoa viver com dinheiro emprestado”
Vivemos na realidade de vários governantes e parlamentares que acumulam os vencimentos com ajudas de custo e subvenções vitalícias, de dezenas de nomes da política que acabaram nas administrações de grandes Bancos e Grupos Económicos, uma Assembleia da Republica onde se misturam os escritórios de advogados e as grandes empresas com as leis que se aprovam e propostas, como a do grupo parlamentar do partido socialista a janeiro deste ano, para tornar o lobby, a representação dos interesses de particulares nos corredores do poder, numa profissão reconhecida pela lei.

Aqueles que fazem da desaprovação o consentimento, esquecem-se que Portugal já teve como líder máximo um individuo que promulgou a lei que o impediria de acumular o salário presidencial com as restantes pensões a que teria direito, abrindo mão da pensão choruda de General. Só serviu os interesses de quem o elegeu e não de quem o tentou financiar.

Por isso, tenho orgulho em afirmar que por muito chocante que possa parecer, António dos Santos Ramalho Eanes, o primeiro Presidente da República democraticamente eleito após o 25 de abril, é o anormal no meio de um panorama político podre que para muitos é a norma controladora.

Sei que o senhor não é perfeito e podemos até ter as nossas divergências ideológicas, mas pelo menos tenho a certeza de que nunca fez parte do grupo que se aproveita do poder para se apoderar dos recursos que pertencem apenas aos portugueses. É para mim uma honra recordar uma Nação inteira que se deprime com os muitos que a serve, de que nem “todos os políticos são iguais” e de que enquanto houver quem no senhor se inspire haverá sempre esperança. Ao contrário do alguns dirão, recordá-lo não é “estar preso ao passado” senão querer um futuro onde o mais simples português não tenha de voltar a justificar a miséria do país com os políticos que são “sempre iguais” e que insistem em “não mudar”.

Por muito mau que o presente possa parecer eu não o esqueço, senhor presidente.

Tenho dito.

Gaspar Macedo

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