Carta enviada por João Soares e Pedro Castro, dirigida à senhora Presidente da Comissão de Estudo da Localização do novo aeroporto de Lisboa.

Senhora Professora Rosário Partidário,

Presidente da Comissão Técnica de avaliação do novo Aeroporto de Lisboa.

Os dois signatários, cidadãos com diferenciada formação e percurso pessoal e profissional, mas ambos com provas dadas no interesse pelas questões do País, e em particular da cidade de Lisboa, dirigem-se a V.Exa. para exprimir a sua posição sobre o Aeroporto de Lisboa. A posição dos que consideram que não é necessário construir nenhum novo Aeroporto de Lisboa !

Mais consideram ambos que seria um erro grave, e para serem brandos nas avaliações um disparate, avançar com tal pretensa solução.

Sublinham a V.Exa, e à Comissão que dirige, o dado de facto indesmentível que é a repetida proclamação desde os anos sessenta do século passado por técnicos e políticos, de que o Aeroporto Humberto Delgado está esgotado. Ou à beira do esgotamento no ano que vem, seja qual for o ano que vem.

Os signatários consideram que a actual localização do Aeroporto Humberto Delgado, acrescentada com os terrenos anexos ocupados pela Força Aérea e pela CML, pode proporcionar, com obras que não serão de grande dimensão, nova fluidez ao trafego aéreo e novas dimensões funcionais para a aerogare. Implicará claro o simples, simplicíssimo, prolongamento do táxiway que só parcialmente acompanha a pista 03/ 21.

Permitirá novos espaços de estacionamento de aviões e mesmo uma desejável relocalização da aerogare que lhes parece desejável do ponto de vista funcional. Poderá mesmo ir até à construção de uma nova pista paralela à 03/21 que possa funcionar em simultâneo. Se viesse a ser necessário o que consideram improvável poder acontecer pelo menos na próxima década.

Mais acrescentam de uma vasta gama de argumentos e factos que gostariam de poder debater consigo e com a Comissão a que preside :

A localização de Humberto Delgado é excelente para a cidade e a área metropolitana de Lisboa, origem e destino da maior parte dos passageiros que o usam. A construção de um novo aeroporto implica despesas gigantescas ao erário publico e ao país, despesas que até só no plano dos recursos financeiros os signatários consideram profundamente erradas e indesejáveis.

Estes são apenas alguns dos argumentos que os signatários gostariam de expor à senhora professora em audiência. E de preferência também com visita pessoal in loco aos vários espaços referidos e claro aos que já ocupa o Aeroporto Humberto Delgado.

O que nos move senhora professora é muito simplesmente o amor a Lisboa, e a Portugal. E aquilo que é na nossa avaliação pessoal o interesse do nosso país.

Lisboa 30 de Março de 2023

Pedro Castro,  SkyExpert Consulting

João Barroso Soares, ex autarca de Lisboa


ADENDA DO COORDENADOR DO BLOG DAS CULTURAS

Ver artigo no Jornal Expresso (1) + Artigo de VCS (2) + HUB Alverca/Portela (3) + 7 artigos no Blog Das Culturas

(1) https://expresso.pt/economia/2017-11-19-Aeroporto-Humberto-Delgado-aguenta-ate-49-milhoes-de-passageiros

(2) https://dasculturas.com/2022/10/03/aeroporto-da-portela-vitor-coelho-da-silva-engo-civil/

(3) https://dasculturas.com/2023/03/30/hub-alverca-longo-curso-portela-medio-curso/


2 thoughts on “Carta enviada por João Soares e Pedro Castro, dirigida à senhora Presidente da Comissão de Estudo da Localização do novo aeroporto de Lisboa.

  1. Este artigo oferece -me várias perplexidades. A saber: Nos idos anos 90 ( 96/ 97 talvez) o Dr. João Soares promoveu no Aeroporto da Portela , acompanhado de um General da FAP, uma conferência de imprensa para anunciar a saída eminente da Forca Aérea da area que ocupava e ocupa na zona de Figo Maduro para libertar espaço para o aeroporto. Aconteceu alguma coisa ? Até hoje não apesar das multiplas tentativas da ANA para negociar. Pelo contrário , para construir a Av. Santos e Castro a CML retirou ao aeroporto 13 ha reduzindo a ja escassa area de 503 ha para os actuais 490! Por outro lado, os terrenos pertencentes a CML ja foram disponibilizados ao aeroporto tendo CML recebido a compensação financeira do governo central. Para finalizar achar que se resolve um problema de capacidade do espaço aéreo ( vide relatorio do Eurocontrol de 2016) com a construção de mais infraestruturas em terra … Deixem os especialistas falar.

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