Genealogias da Cultura | Luís Carmelo | Lançamento dia 12 de Dezembro, 19 horas no Corte Inglês

capa_Cultura_3DbSINOPSE

“Genealogias da Cultura pretende ser uma contribuição para o debate sobre o que é – e o que significa hoje – a cultura. Distanciada dos limites da história ou da antropologia, a obra centra-se sobretudo na área da significação ou, mais canonicamente, da semiótica. Partindo do princípio de que a cultura é sempre uma construção, o livro aborda diversos níveis de tematização do mundo, integrando em dez capítulos matérias tão diversas como as escatologias, as utopias, os programas modernos, a fragmentação das narrativas do nosso dia-a-dia, o culto do património, a crise, o poder das conotações ou ainda o papel da instantaneidade tecnológica na era da rede. Genealogias da Cultura procura levar a cabo um diagnóstico das várias camadas que se organizam na substância de conteúdo que todos partilhamos, numa perspectiva que não é imune à hibridez que cada vez mais se entretece entre local/territorial e global. Uma obra que tenta dinamicamente apurar aquilo que continuamos a designar por “cultura”, muitas vezes como se fosse uma coisa dada, óbvia e definitiva.”

Citando Licínia Quitério – Disco Rígido

Disco RígidoOs loucos não eram gente boa. O sangue deles era sujo. Nada de confianças. A miúda ainda não sabia o que era consanguinidade e incesto. Nem a tia lhe falaria sobre isso. No dia em que o Aldino apareceu morto de muitas facadas e o filho, ou irmão, foi preso, a miúda ficou muito triste. Dona Arminda conformava-a:
– Filha, eles são assim. Matam-se. Têm sangue sujo.
Era Verão e o cheiro a azedia envolveu toda a aldeia. Nem a saleta da Dona Arminda escapou. Foi esse o Verão em que chegou o músico.

Disco Rígido, de Licínia Quitério

Excerto do conto “Azedia”, incluído em “DISCO RÍGIDO”, livro a ser lançado no próximo Sábado, 7, na Casa de Cultura D. João V, em Mafra, pelas 15 horas. A apresentação está a cargo do Professor Doutor Vítor Pena Viçoso

António Guerreiro | “Gonçalo M. Tavares vale por uma literatura inteira”, in Diário Digital

(…)

António Guerreiro adjectivou o livro de “objecto singular com um título excepcional”.

A transversalidade da criação do escritor português levou o crítico literário a afirmar que Gonçalo M Tavares “vale por uma literatura inteira”, pois abarca todos os géneros literários, existentes ou ainda em potência.

“«Atlas do Corpo e da Imaginação» é uma obra de arte total.”

O livro concede a liberdade de ser começado por onde o leitor quiser. O objecto de reflexão é o próprio pensamento: “O que significa pensar?”

O leitor é desafiado a acompanhar o raciocínio sobre a própria linguagem. Esta obra de não-ficção torna visual o pensamento.

LER MAIS: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=671631

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Ulisses | James Joyce

«Ulisses» é um romance de referências homéricas, que recria um dia de Dublin, a quinta-feira de 16 de Junho de 1904, o mesmo em que Joyce conheceu Nora Barnacle, a jovem que viria a ser sua mulher.
Nesse único dia e na madrugada que se lhe seguiu, cruzam-se as vidas de pessoas que deambulam, conversam, tecem intrigas amorosas, viajam, sonham, bebem e filosofam, sendo a maior parte das situações construídas em torno de três personagens. A principal é Leopold Bloom, um modesto angariador de publicidade, homem traído pela mulher, Molly, e, de modo geral, o contrário do heróico Ulisses de Homero.
Joyce começou a escrever esta obra em 1914, recorrendo às três armas que dizia restarem-lhe, «o silêncio, o desterro e a subtileza».
Depois de várias dificuldades editoriais, «Ulisses» seria publicado pela Shakespeare & Company, em Paris, em 1922, no dia de aniversário de Joyce.

«Mais do que a obra de um só homem, “Ulisses” parece de muitas gerações (…). A delicada música da sua prosa é incomparável.» [J. L. Borges, «James Joyce», 1937]

ulisses

Muito cá de casa – Poesia de Miguel de Castro

De silencios

A poesia de Miguel de Castro (1925-2009) tem uma sonoridade e uma métrica como se tivesse sido escrita para ser escutada enquanto se lê. Frequentemente, os poemas deslizam a partir de uma imagem inicial, num processo quase narrativo, evoluindo ao longo da sua escrita, para nos brindar com um desfecho surpreendente.

Miguel de Castro assumia-se como o poeta do corpo, num magoado elegíaco erotismo ferido de “lembranças” (como referiu Fernando J.B. Martinho na Colóquio Letras). É sempre com elegância e paixão que trata o corpo da mulher.

No Muito cá de casa estivemos em convívio poético. Dois atores emprestaram um registo diferente à leitura destes poemas. António Galrinho privilegiou a métrica, mantendo intacta a estrutura do poema, enquanto o António Nobre seguiu a linha dos afetos, interpretando o poema e deixando o timbre da sua voz entregue às emoções. Grandes momentos.

Ontem, na Casa da Cultura de Setúbal, sentiu-se, profundamente, a poesia.

Ler a recensão a este livro no Acrítico – leituras dispersas.