Um artigo da revista SÁBADO | Tulsi Gabbard

“Ex-congressista democrata diz que Biden queria que Rússia invadisse a Ucrânia”

Tulsi Gabbard é uma ex-congressista eleita pelo Partido Democrata, foi candidata nas presidenciais americanas antes de desistir para apoiar Joe Biden em 2020 e é uma militar na reserva, que no passado foi crítica de Barak Obama por não ser claro nos riscos que o fundamentalismo islâmico representa para os Estados Unidos. Desta vez, não poupa críticas a Biden e acusa mesmo a administração americana e a NATO de não fazerem o que deviam ter feito para evitar a guerra.

“O presidente Biden podia pôr fim a esta crise e evitar uma guerra com a Rússia, fazendo uma coisa muito simples: garantir que a Ucrânia não se irá tornar um membro da NATO. Porque se a Ucrânia se tornar num membro da NATO, isso irá pôr tropas norte-americanas e da NATO diretamente à porta da Rússia o que, como Putin disse, iria pôr em causa os seus interesses em termos de segurança nacional”, disse à FOX aquela que foi a primeira hindu eleita para o Congresso americano e que serviu como militar no Iraque entre 2004 e 2005.

Para Tulsi Gabbard, deixar claro que a Ucrânia não irá aderir à aliança atlântica não devia ser problemático, uma vez que dificilmente o país terá condições para essa adesão.

“A realidade é que é altamente improvável que a Ucrânia alguma vez se torne num membro da NATO, de qualquer forma. Por isso, a questão é: Por que é que o presidente Biden e os líderes da NATO não dizem isso mesmo?”, pergunta Gabbard.

Para a democrata, a razão está nos interesses que rodeiam a recriação de uma nova Guerra Fria e os negócios de armamento que poderão beneficiar desse clima de tensão entre o Ocidente e a Rússia.

“Só há uma resposta: Eles queriam que a Rússia invadisse a Ucrânia. Porquê? Porque, em primeiro lugar, dá à administração Biden uma boa justificação para impor sanções draconianas, que são a versão moderna de um cerco, contra a Rússia e o povo russo. E, em segundo lugar, estabelece uma Guerra Fria. O complexo militar industrial beneficia disso”, argumenta a política natural do Havai, que tem tido posições contra o intervencionismo militar americano, apresar de se descrever a si mesma como “um falcão” contra o terrorismo.

Dedo apontado ao lóbi das armas.

Tulsi Gabbard acredita que a indústria de armamento é um dos lóbis que controlam Washington e responsável pela forma como Joe Biden e a NATO se têm comportado nesta crise.

“O complexo militar industrial vai fazer muito mais dinheiro do que fazia quando combatíamos a Al Qaeda ou quando fazia armas para a Al Qaeda. E quem paga? O povo americano, o povo ucraniano, o povo russo. Isto põe em risco a nossa própria segurança nacional. Mas a indústria militar, que controla tantos dos nossos políticos, ganha”, argumenta.

De resto, Tulsi Gabbard também não poupa críticas a Volodymyr Zelensky e à sua atuação como presidente da Ucrânia, descrevendo-o como pouco democrata nos seus métodos de restringir a oposição interna.

“Tudo o que ouvimos é ‘Temos de defender a democracia. Temos de defender este país democrático, que é a Ucrânia’. Mas, como bem sabe, este presidente ucraniano bloqueia e prende a sua oposição política, põe-nos na cadeia, fecha estações televisivas que lhe são críticas. Tenho muita dificuldade em perceber como é que o presidente Biden ou alguém pode dizer com uma cara séria que estamos a defender a democracia”, acusa.

Tulsi Gabbard, ex-congressista eleita pelo Partido Democrata

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