SNS – Serviço Nacional de Saúde | António Galopim de Carvalho

Num tempo que estamos a viver e a assistir à degradação (senão, mesmo, à tentativa de destruição) do nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS), em vésperas de comemorarmos os 50 anos de liberdade, em que populismos sem projectos consequentes se digladiam pela conquista do poder, pouco se fala de António Arnaut (1936-2018), Homem bom, que ficou na História como o “pai” desta que é, unanimemente, considerada a maior realização do 25 e Abril.

Advogado de profissão, Arnaut iniciou-se na vida política, em 1965, como militante da Acção Socialista Portuguesa, tendo sido um dos fundadores do Partido Socialista, em Bad Münstereifel, na Alemanha, em 1973, e um seu dirigente até 1983.

No II Governo Constitucional, presidido por Mário Soares, de coligação entre o PS e o CDS, de Diogo Freitas do Amaral, foi como Ministro dos Assuntos Sociais que António Arnaut lançou o SNS (Lei 56/79), corria o ano de 1979. Inspirando-se num dos valores que havia aprovado na Constituição da República, em 1976 (que preconiza o direito à proteção da saúde sustentado num serviço universal, geral e gratuito), concretizou esse direito a todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica e social.

As condições dos nossos hospitais eram, então, muito precárias, e a prestação de cuidados de saúde, não correspondiam, minimamente, às necessidades do país. A esperança média de vida, calculada estatisticamente, não excedia os 65 anos. Actualmente, graças ao SNS, aproxima-se do 85. São dele as poéticas palavras relativas a este seu “monumento” social e político, que transcrevo:

Que seja de todos, sol e vida 

estrela da igualdade 

da aurora prometida 

símbolo, força, sinal 

cravo de Abril plantado 

no chão de Portugal. […]

António Galopim de Carvalho

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