Em “As Origens da Tragédia”, Nietzsche define o objetivo de corrigir a visão de Schopenhauer sobre a natureza da tragédia. Hegel, de um ponto de vista moral, assume que o universo opera com base na racionalidade, enquanto Schopenhauer substitui o moralismo pela ” ideia de sobrevivência”, afirmando a vida como uma piscina de miséria. No entanto, esta perspectiva levanta a questão: Como é que o universo existe?

Nietzsche admite que Schopenhauer tinha razão em descrever o mundo cheio de miséria e carma. No entanto, se visto de um ponto de vista moral, dificilmente se pode justificar a existência do universo. A razão desta existência só pode ser explicada através de lentes artísticas.

Embora o mundo contenha inúmeras calamidades e sofrimento, se superarmos as algemas da estreita realidade para vê-la de um ângulo superior, encontraremos uma imagem maravilhosa e bonita que virá estranha.

Como um deus depois de criar o universo, olhando para ele como uma obra de arte completa, nós também podemos desfrutar deste mundo como imagens, ideias criadas pelas mãos talentosas da criação.

Portanto, apesar de terem consciência do sofrimento na vida, as pessoas não precisam necessariamente de suportar uma atitude pessimista. Sua divindade guardiã é Apolo, a divindade da beleza tranquila e gentil. Os gregos perceberam a natureza sonhada do mundo material, criando assim a grande arte da formação e as histórias épicas de Homero.

Nietzsche afirmou que a arte é a chave para decifrar o significado do universo. A arte permite que as pessoas transcendam os limites da realidade, vejam o mundo de um ângulo superior, encontrando assim beleza e significado no aparentemente escuro e lamentável.

A perspectiva de Nietzsche sobre a arte e a natureza trágica abre uma nova perspectiva, dando-nos uma compreensão mais profunda do significado da vida e da própria existência do universo. A arte não traz apenas alegria e entretenimento, mas também uma ferramenta para ajudar as pessoas a lidar com as tragédias da vida e a encontrar significado em sua própria existência.

Escultura : “ Vênus de Arles “ 

A Vênus de Arles foi descoberta em várias peças no Teatro Romano de Arles. O programa escultórico em Arles foi executado na Itália . Cópia romana da obra do escultor grego Praxiteles (395-330 a.C). Museu do Louvre.