Não sabemos porque e como vieram, que ilusões tinham, quem lhes contou que Portugal era a terra do mel e que os portugueses eram o povo mais hospitaleiro do mundo.

Sobretudo os que vieram da Ásia, e ainda não falam a nossa língua. Esses parecem ter vindo sem a família, por aqui só vejo homens , alguns muito jovens.

Na zona oeste onde eu vivo, estes trabalhadores não causam problema algum. Habitualmente andam a dois e dois, muitos em pequenos grupos. São bem educados, não falam alto, discretos. Parecem-me pessoas saudáveis e parecem satisfeitos. Trabalham sobretudo na agricultura.

Mas que sei eu, senhores??

Pergunto-me se a comunicação social tem feito algum esforço para nos dar a conhecer estas gentes que escolheram vir trabalhar e viver aqui.

Pergunto-me se nos concelhos, freguesias e aldeias tem sido feito algum trabalho para que estes homens se sintam, além de obviamente necessários, aceites e integrados.

Na minha opinião, quanto mais e melhor os conhecermos, mais barreiras imaginárias serão destruídas. E se esse esforço fosse de todos, dos organismos públicos e dos privados (associações e ONG) ainda melhor seria.

Se no café da aldeia onde eu vou e eles também entram, lhes soubéssemos nome e nos cumprimentássemos, um partido racista e xenófobo não ganharia 1 milhão de votos.

Esses votos representam o medo coletivo de pessoas com aspecto e língua diferentes da nossa.

E esses votos são o resultado da ausência de solidariedade. São votos muito tristes pelo que escondem de ignorância.