Trump, Putin e Xi Jinping podem-se encontrar na China no início de Setembro, por Julya Nikolaevna, in Facebook.

Pequim anunciou planos para marcar o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial com um desfile na Praça Tiananmen em 3 de Setembro e Putin já aceitou o convite para visitá-la.

A China e os Estados Unidos eram aliados próximos durante a guerra, e já há apelos na China para aproveitar a oportunidade para organizar uma reunião entre Xi, Trump e Putin em Pequim. 

A Agência Japonesa Kyodo escreve que a decisão de convidar Trump pela liderança chinesa já foi tomada.

“Por que não marcar a visita de Trump para o desfile de 3 de Setembro?”, disse Jin Qanzhong, um dos comentaristas de direita mais famosos da China, em entrevista ao site de notícias de Xangai Guancha. 

“De 1941 a 1945, a China e os Estados Unidos foram aliados na luta contra o militarismo japonês. Se o presidente Trump visitar a China e participar do desfile em 3 de Setembro, isso enviará uma mensagem positiva poderosa ao mundo. A imagem dos líderes chineses, russos e americanos juntos pode ser uma poderosa mensagem de paz e estabilidade”.

É uma ideia interessante. No início de Setembro, termina o prazo do ultimato de 50 dias que Trump apresentou a Putin sobre o cessar-fogo na Ucrânia. Tudo vai depender do formato, não do fato. Se a reunião parecer uma “aliança”, é impossível. Se, como uma “cena simbólica de reconciliação”, é admissível. Embora haja muitos calos esmagados, por exemplo, o Japão ficará surpreso ao ver Trump comemorando a vitória sobre o militarismo japonês junto com Putin e Xi Jinping. Os comentários da NATO também prometem ser interessantes.

O principal beneficiário será a China. Tal cúpula trilateral será, se NÃO “Yalta”, então mais ou menos parecido. Sem a Europa. A China está retomar seu papel de mediadora global – mas não tem nenhuma obrigação.

Nos Estados Unidos, os riscos são muitos. A reunião com Putin antes do fim da campanha ucraniana será apresentada como uma “traição”, embora Trump se desenrasca aqui. “Sou o único que pode sentar Xi e Putin e dizer-lhes tudo o que penso!” ou “só eu consigo fazer dois inimigos da América ouvirem”. Se a reunião for posicionada como uma tentativa de paz, e não uma “nova ordem de Yalta”, é perfeitamente aceitável. Todos vão pensar em “Yalta”. 

Deep State é o mesmo. Mas se a reunião for apresentada como parte de um partido forçado à paz, ela se tornará politicamente governada. Trump tem a chance de definir o quadro das negociações com Putin ele mesmo – não através da UE, não através da NATO, não através de Zelensky. 

Para a Rússia (além das relações com a China), tal reunião é, em princípio, útil: a continuação da linha de “luta contra o nazismo” e o colapso final do bloqueio diplomático. A reunião pode ser usada como uma vitrine para a preparação para a paz em seus próprios termos, antes do prazo de 50 dias expirar.

A Ucrânia está cheia de tristeza. Mas quem se importa hoje com isso? 😊

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