Governo vai ouvir partidos e Presidente da República “com vista a considerar” reconhecer Palestina já em setembro, in Expresso

Portugal pode juntar-se a França, Reino Unido, Canadá e Malta no reconhecimento do Estado da Palestina durante Assembleia Geral da ONU

O Governo português anunciou esta quinta-feira que vai ouvir o Presidente da República e os partidos com assento parlamentar “com vista a considerar efetuar o reconhecimento do Estado palestiniano”.

Segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro enviado às redações, o objetivo é que o procedimento possa ser concluído na semana de Alto Nível da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a ter lugar em Nova Iorque no próximo mês de setembro”. Portugal poderá juntar-se assim a França, Reino Unido, Canadá e Malta, países que já anunciaram a intenção de formalizar o reconhecimento do Estado da Palestina nessa altura.

A decisão do Governo surge após a conferência da ONU sobre a solução dos dois Estados, que decorreu entre segunda e quarta-feira em Nova Iorque. De acordo com o comunicado, neste encontro de alto nível, Portugal reexaminou a questão e as condições para o reconhecimento de um Estado da Palestina.

Face às garantias dadas pela Autoridade Palestiniana, disponibilidade dos países árabes para normalizar relações com Israel e “evolução altamente preocupante do conflito”, os estados com que Portugal tem concertado posições mostraram disponibilidade para iniciar o procedimento. Esta “concertação” era uma das condições que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, tinha estabelecido, em intervenções na Assembleia da República, como essenciais ao reconhecimento.

As outras condições são dadas como verificadas após as garantias dadas pela Autoridade Palestiniana. São elas a condenação dos atos terroristas do Hamas e a exigência do seu total desarmamento, a libertação “incondicional e imediata” dos reféns israelitas, o compromisso com uma reforma institucional e organização de eleições, a desmilitarização do Estado Palestiniano, a prontidão em assumir a administração de Gaza após a saída do Hamas e o reconhecimento de Israel e das suas necessidades de segurança.

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