REZA DA MANHÃ DE MAIO, In “Dia do Mar”, Sophia de Mello Breyner Andresen

Senhor, dai-me a inocência dos animais 

Para que eu possa beber nesta manhã 

A harmonia e a força das coisas naturais.

Apagai a máscara vazia e vã

De humanidade,

Apagai a vaidade,

Para que eu me perca e me dissolva

Na perfeição da manhã 

E para que o vento me devolva

A parte de mim que vive

À beira dum jardim que só eu tive.

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