A burguesia portuguesa está a promover a sua eutanásia, in “República dos Pijamas”

As últimas décadas mostram a burguesia portuguesa a diluir-se entre a burguesia internacional. Fica a questão se isso poderá tornar-se numa clivagem política.

Na ressaca imediata das privatizações da governação de Pedro Passos Coelho, um autor lamentava como a abertura de parte do capital das empresas públicas portuguesas ao setor privado, iniciada nos 80, se tinha prolongado. A dinâmica iniciada então culminava na completa privatização de vários grupos de referência.

Para explicar esta “tragédia nacional”, este falava de um “fascínio pelo modelo inglês” e salientava “o processo de alienação da empresa a grupos empresariais internacionais.”

Para concluir, afirmava que “os nossos filhos mais promissores terão de emigrar, não por falta de emprego, mas por ausência de empresas onde aprendam e cresçam profissionalmente, como nós tivemos.”

O autor não era um quadro do Partido Comunista Português, nem do Bloco de Esquerda. Nem sequer vinha do espaço da esquerda. As linhas foram escritas por Luís Todo Bom, que conta no seu CV com registos como membro do Conselho Consultivo do PSD, antigo secretário de Estado da Indústria e Energia (de um governo liderado por Aníbal Cavaco Silva) e o primeiro presidente da Portugal Telecom (PT).

Todo Bom, que é sem dúvida parte da burguesia nacional, toca num ponto fulcral: o destino dos seus filhos, ou mais especificamente, o destino dos filhos na burguesia portuguesa.

ABR 09, 2024 | CLIQUE NESTE URL para ler todos o artigo

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