Gosto de pensar Spinoza como máquina de guerra. | Marcos Bazmandegan

Gosto de pensar Spinoza como máquina de guerra. Máquina revolucionária, máquina subversiva de conceitos, máquina irredutível à captação normalizadora. Spinoza, o traidor – assim o chamou Emmanuel Levinas, por ter traído o Judaísmo, por ter traído os judeus no seu Tratado Teológico-Político. Spinoza, o ateu, para todos aqueles que viram na sua filosofia uma ameaça radical ao poder teológico-político instituído e estabilizado. Spinoza desestabilizador sereno, anarquista coroado de Artaud, fogo que desperta os afetos mais potentes e água que racionaliza os ânimos agitados. 

Conta-nos um dos seus mais antigos biógrafos, Colerus (1647-1707), que estando hospedado na casa onde outrora Spinoza vivera, o mesmo senhorio de ambos, o Sr. Van der Spijck, mostrara-lhe um caderno de desenhos feito por Spinoza.

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