Novas Cartas Portuguesas Entre Portugal e o Mundo

Nova Cartas Portuguesas Entre Portugal e o MundoNovas Cartas Portuguesas, de Maria Isabel Barreno, Maria Teresa Horta e Maria Velho da Costa, tiveram em Portugal e no resto do Mundo.

Organizado por Ana Luísa Amaral e Marinela Freitas, inclui depoimentos e traduções de inúmeros artigos publicados na Imprensa estrangeira, entre eles, o de Simone de Beauvoir.

Novas Cartas Portuguesas Entre Portugal e o Mundo tem como objectivo mapear o impacto e a recepção nacional e internacional do livro (Novas Cartas Portuguesas) relevando a repercussão que ele teve na academia, no trabalho de outros autores (escritores, dramaturgos, actores, tradutores, etc.) e na sociedade em geral.”

Ana Luísa Amaral, in Introdução

 

Da Rosa Fixa, de Maria Velho da Costa

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Publicado pela primeira vez em 1978, Da Rosa Fixa, de Maria Velho da Costa, ganha uma nova edição, que agora se apresenta profundamente revista e com um prefácio de Jorge Fernandes da Silveira. Este livro chega às livrarias no dia 17 de outubro, com a chancela Assírio & Alvim.
«Os livros de amor são escritos com uma exterioridade absoluta. Partilham a surpreendente resposta do vegetal à respiração que aflore, ao acto do derrame de águas, indirecto. População de agrários hortícolas e floreiros, há que aguardar aqui com a gentileza tersa do felino que caça levitando sobre folhas, a ameaça tão leve.»
Algumas páginas deste livro estão disponíveis aqui.

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Casas Pardas | Maria Velho da Costa

Maria_Velho_CostaCasas Pardas cartografa Lisboa no final dos anos sessenta, em plena agonia do regime salazarista: crise política e social, rumores das guerras coloniais e dos tumultos estudantis. O Portugal pardacento à espera do terramoto que virá em 1974, enquanto se escreve o caos afetivo em comunidade, por dentro das casas do amor e desamor de Elisa, Mary, Elvira e companhia. Mas Casas Pardas é acima de tudo a casa da língua portuguesa e dos seus vários linguajares, aqui em jubiloso processo de miscigenação com outras falas do mundo, através do grande virtuosismo da escrita de Maria Velho da Costa.
Deste romance fala-nos também Mário de Carvalho: «Casas Pardas é um maravilhoso torvelinho de linguagens, uma evocação concreta e exata de comportamentos sociais de várias classes no final do fascismo, uma revisitação dos lugares da literatura e da poesia (também nas suas vertentes populares), uma polifonia de falas genialmente captadas, uma subversão endiabrada dos processos narrativos e uma prática de jogos de linguagem que lembram o barroco, mas também os grandes efabuladores do século XVIII, como Fielding ou Sterne. A ironia e a réplica acerada pairam em todo o romance, repartido em várias “casas”, pluralidade de focos que centram uma escrita em que passado e presente, a concretude do quotidiano mais trivial, mas também a citação literária de vários graus, ou mesmo a toada infantil, a reflexão às vezes iluminada, de envolto com o paradoxo e a paródia, nos desafiam página a página.»
Casas Pardas esteve recentemente em cena no Teatro Nacional de São João, no Porto, com adaptação e dramaturgia de Luísa Costa Gomes e encenação de Nuno Carinhas.

Prémio Camões 2002, Maria Velho da Costa (n. 1938) é licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa. Foi leitora do King’s College em Londres, presidente da Associação Portuguesa de Escritores e adida cultural em Cabo Verde. Ficcionista, ensaísta e dramaturga é co-autora com Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta de Novas Cartas Portuguesas. A sua escrita
situa-se numa linha de experimentalismo linguístico que viria a renovar a literatura portuguesa nos anos 60 e, como afirmou Eduardo Lourenço, é «de um virtuosismo sem exemplo entre nós».