Moscovo não fechou as portas ao Ocidente: “são eles que não estão interessados em negociar a paz”, garante chefe da diplomacia russa | História de Hélder Gomes 

No final da entrevista, Lavrov sugeriu: “Não assuste os seus telespectadores. Ou, então, assuste com os líderes ocidentais, não com os russos.”

Em entrevista à RTP, Serguei Lavrov justificou a invasão da Ucrânia como “a forma justa de reagir às atitudes nojentas dos neonazis instalados em Kiev, com o apoio dos EUA”. O ministro sugeriu ainda que quem está assustado com uma eventual guerra nuclear deve “recear mais pelos seus próprios governos”. E assegurou: “Não estamos a procurar confrontos, mas nunca nos deixaremos ofender”

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros acusa o Ocidente de não estar interessado nas negociações de paz e sugere que quem está assustado com uma eventual guerra nuclear deve preocupar-se com os seus líderes. Em entrevista ao correspondente da RTP em Moscovo, Serguei Lavrov repetiu a retórica que tem vindo a ser utilizada pelo Kremlin para justificar a invasão da Ucrânia e disse que o massacre de Bucha foi “uma das encenações mais cínicas que conhecemos”.

Ao longo dos 50 minutos da entrevista, transmitida esta sexta-feira, o chefe da diplomacia russa repisou algumas das ideias há muito consolidadas na linha oficial de Moscovo. “Não fechamos as portas ao Ocidente. São eles que procuram isolar-se de nós”, acusou, descrevendo o Presidente da Ucrânia como “uma figura que não tem a mínima autonomia”. “Dizem-lhe o que deve fazer, traçam-lhe uma linha de conduta e, seguindo essa linha, ele, claro, improvisa, dependendo do estado das coisas em cada dia concreto. De facto, não faz sentido conversar com ele”, afirmou, referindo-se a Volodymyr Zelensky.

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